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MERCADO DE TRABALHO SEGURANÇA DO PACIENTE 1 Segurança do paciente · A internação é classificada como uma atividade perigosa e mata muito mais que varias outras atividades · 1 de cada 10 pacientes contrai infecção no hospital · 1 a cada 10 pacientes recebe medicação ou dosagem errada · Mais óbitos após a ocorrência de eventos adversos em pacientes internados do que por câncer de mama, acidentes automobilísticos e aids POR QUE PRECISAMOS MELHORAR? · Os métodos atuais de organização e fornecimento dos cuidados de saúde são incapazes de satisfazer as necessidades e expectativas dos pacientes e suas famílias... · Porque a ciência e as tecnologias envolvidas nos cuidados de saúde (o conhecimento, habilidades, intervenções de cuidado, dispositivos e medicamentos) avançaram muito mais rápido que nossa capacidade de os entregar com segurança, eficácia e eficiência. · Precisa-se melhorar para reduzir os riscos em relação à vida do paciente. SEGURANÇA DO PACIENTE · Redução ao mínimo aceitável do risco de dano desnecessário associado a assistência à saúde · Tudo que fazemos para reduzir os riscos em relação ao paciente HISTÓRICO · Hipócrates: Pai da medicina e considerado como um pensador à frente da sua época, escreveu a célebre frase, in verbis: “Primum non nocere”, que significava primeiro não causar dano.. · Joseph Lister (1860-1865): Descobre a antissepsia cirúrgica com ácido carbólico ou fênico. Reduz a mortalidade por infecção de 35% para 15%. · Alexander Fleming (1828) – observando uma substancia de um fungo, inibia o crescimento de algumas bactérias – descoberta da penicilina, primeiro antibiótico · James Reason (1990) – Teoria do queijo suíço. Compara as barreiras de segurança. Associa as barreiras de segurança ao queijo suíço. É importante ter mais de uma barreira de segurança, quando uma falha, a outra identifica a falha para impedir de chegar no paciente. As vezes a falha passa por todas as barreiras e alcança o paciente, levando ao acidente. Falhas latentes: relacionadas ao processo. Exemplo: paciente sofreu uma queda e vai avaliar as possíveis causas e identifica que a cama não tinha grade, então ele caiu pois não tinha grade. Outro caso é a administração de vaselina na veia (ficava no mesmo armário e ao lado do soro fisiológico. A profissional pode ter errado, mas é considerado uma falha latente, pois a vaselina tem rotulo semelhante com o soro, e estava armazenada do lado do soro. É necessário mudar de armário, identificar corretamente a vaselina) Falhas ativas: relacionada ao profissional. Profissional que vai atender o paciente e não higieniza as mãos (esqueceu de higienizar as mãos; intencionalmente ele não higieniza as mãos, cometendo violação) · 90% das causas de eventos adversos são latentes (é necessário mudar o processo) · A equipe tem que aceitar o erro, avaliar o erro, gerenciar os riscos e mudar o processo. RELATÓRIO ERRAR É HUMANO - INSTITUTO DE MEDICINA · Em 1999, o Instituto de Medicina (IOM) publicou um relatório que se tornou um marco para Saúde, intitulado Errar é Humano, com o objetivo de chamar a atenção para que houvesse uma redução rápida dos erros em Saúde nos Estados Unidos · Este relatório revelou que entre 44.000 e 98.000 pessoas morriam todos os anos nos hospitais americanos devido à erros · Esse estudo repercutiu muito na mídia. A mídia falava que o numero de erros na saúde era maior que o numero de pessoas que morriam por ano em acidentes de automóvel, por câncer de mama ou aids. Fala também que o numero de erros na saúde equivale a 3 jumbos lotados caindo dia sim, dia não, matando todos a bordo. 2005- ERRAR É HUMANO. O QUE APRENDEMOS? Mas, apesar da rápida sensibilização de toda sociedade, os mesmos autores de “Errar é Humano” publicaram um artigo em 2005 intitulado Cinco Anos Após “Errar é Humano”: O Que Aprendemos? onde caracterizaram o progresso geral do país como “frustrantemente vagaroso” 2002 - 55º ASSEMBLEIA MUNDIAL DA SAÚDE (SEGURANÇA DO PACIENTE) · Em maio de 2002, a 55ª Assembleia Mundial da Saúde adotou a resolução WHA 55.18, “Qualidade da atenção: segurança do paciente”, que solicitava urgência aos Estados Membros em dispor maior atenção ao problema da segurança do paciente. · Desencadeando uma série de ações: · Desenvolvimento de normas e padrões globais; · Promoção de políticas baseadas em evidências; · Promoção de mecanismos para reconhecer a excelência na segurança do paciente internacionalmente; · Fomento a investigação; · Prestação de assistência aos países em diversas áreas chaves; 2004 - 57º ASSEMBLEIA MUNDIAL DA SAÚDE: ALIANÇA MUNDIAL PELA SEGURANÇA DO PACIENTE · Desafios globais pela segurança do paciente. · Apoiar os esforços dos Estados-Membros para promover uma cultura de segurança. · Posicionar os pacientes no centro do movimento internacional de segurança do paciente; · Catalisar o compromisso político e ação global em áreas de maior risco para a segurança do paciente por meio dos desafios globais de segurança do paciente; · Desenvolver normas globais, protocolos e orientações para detectar e aprender com problemas de segurança do paciente, reduzindo os riscos para os futuros usuários dos serviços de saúde; · Definir soluções de segurança relevantes que estejam amplamente disponíveis para todos os Estados-Membros e que sejam de fácil implementação, de acordo com suas necessidades; 2005 – 2006: 1° DESAFIO GLOBAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE- UMA ASSISTENCIA LIMPA É UMA ASSISTENCIA MAIS SEGURA · O primeiro desafio global, no biênio 2005-2006, focou-se nas infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), com o tema “Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura”. O propósito era promover a higiene das mãos como método sensível e efetivo para a prevenção das infecções · RDC nº 42/2010, torna obrigatória a disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do Brasil 2007 – 2008: 2° DESAFIO GLOBAL- CIRURGIAS SEGURAS SALVAM VIDAS · Já o período 2007 a 2008 foi marcado pelo desafio de promover a segurança dos pacientes na cirurgia. O tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” apresenta o objetivo de diminuir a morbimortalidade causada pelas intervenções cirúrgicas · Checklist de cirurgia segura: antes da indução anestésica, antes da incisão cirúrgica (time out- todo mundo para o que está fazendo para realizar essa etapa) e antes do paciente sair da sala de cirurgia · O erro está quando alguns fazem o checklist após a cirurgia 2017 – 2023: 3° DESAFIO GLOBAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE - MEDICAÇÃO SEM DANO · A Medication Without Harm Proporá soluções para enfrentar muitos dos obstáculos que o mundo enfrenta hoje para garantir a segurança das práticas de medicação, visa reduzir os danos graves causados pela medicação evitável em 50%, globalmente nos próximos 5 anos. Foi formalmente anunciado na segunda Cúpula Ministerial de Segurança Ambiental Ministerial em Bonn, Alemanha, em 29 de março de 2017 · Objetivo desse desafio é reduzir os danos graves causado por medicação em 50%. 2006: METAS INTERNACIONAIS DE SEGURANÇA DO PACIENTE ESTABELECIDAS PELA JCI, EM PARCERIA COM A OMS · Meta 1: Identificar os pacientes corretamente · Meta 2: Melhorar a comunicação efetiva · Meta 3: Melhorar a segurança de medicamentos de alta-vigilância · Meta 4: Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto · Meta 5: Reduzir o risco de adquirir infecções · Meta 6: Reduzir o risco de lesão ao paciente, decorrentes de quedas 2009 – TAXONOMIA INTERNACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE OMS · A Classificação Internacional para a Segurança do Paciente (ICPS) foi desenvolvida pela OMS para facilitar a comparação, medição, análise e interpretação de informações para melhorar o cuidado do paciente. 2013: PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE · PORTARIA Nº 529. Considerando a prioridade dada à segurança do paciente em serviços de saúde pela agenda dos Estados-Membros da OMS e na Resolução aprovada durante a 57a Assembleia Mundial da Saúde (2004), que recomendouaos países atenção ao tema "Segurança do Paciente”. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) · Protocolo de segurança do paciente como questões básicas · Identificação ativa: participação do paciente. Ele que fala sua idade, seu nome, data de nascimento. · Quando ele não fala (mudo, surdo, UTI), se faz a identificação passiva, que é identificar pela pulseira, sem a participação do paciente. PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE – RDC 36 DE 2013 · 3 obrigatoriedades para o serviço de saúde: tem que ter o núcleo de segurança do paciente, plano de segurança do paciente e sistemática de notificação de incidentes · Núcleo de segurança do paciente: instancia do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas a segurança do paciente. Comunicação entre todos os setores para desenvolver ações de segurança do paciente. Tem o gestor de risco. Sistema de notificação dos incidentes · Plano de segurança do paciente em serviços de saúde: Documento que aponta situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para a gestão de risco visando a prevenção e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde · Notificação dos incidentes: sistemática interna de notificação. Precisa notificar também para a ANVISA. Pode acontecer com o paciente e com o profissional TAXONOMIA SEGURANÇA DO PACIENTE OMS Classificação de acordo com o DESFECHO NO PACIENTE Se não atingiu o paciente: · Circunstância de risco: é uma situação em que há potencial significativo para o dano, mas nenhum incidente ocorreu · Near miss: é um incidente que não alcançou o paciente. Foi detectada a tempo e muitas vezes significa o funcionamento das barreiras de segurança Se atingiu o paciente: · Evento: algo que acontece ou envolve um paciente, mas não causou nenhum dano · Evento adverso: um incidente que resultou em dano ao paciente. Estratifica de acordo com o grau de dano: · LEVE: sintomas leves, danos mínimos ou moderados, duração rápido. Apenas intervenção mínima (observação extra, investigação) · MODERADO: paciente sintomático, com necessidade de intervenção, com aumento do tempo de internação, com dano ou perda de função permanente ou de longo prazo · GRAVE: paciente sintomático, necessidade de intervenção para suporte de vida ou intervenção clínica/cirúrgica de grande porte, causando diminuição da expectativa de vida (nem sempre), com grande dano ou perda de função permanente ou de longo prazo - amputou dedo errado, retirou rim errado · ÓBITO: em curto prazo o evento causou ou acelerou a morte 3 SITUAÇÕES PARA ENTENDER 1- Paciente não tem história de alergia a penicilina. Foi administrada e paciente teve reação alérgica grave. Paciente não sabia que era alérgico. 2- Penicilina foi dada na dose errada do que foi prescrito. O paciente nada sofreu. Foi um erro, mas não teve dano 3- Paciente sabe que é alérgico a penicilina, mas ninguém investigou isso. Médico administra, paciente tem reação alérgica grave, vai para a UTI. Isso é um dano evitável Outras situações