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1. Caracterizar a tuberculose. 
Definição: 
A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa, crônica, granulomatosa e necrosante 
causada pelo bacilo álcool-ácido-resistente (BAAR) Mycobacterium tuberculosis ou por qualquer 
patógeno do complexo: Mycobacterium bovis, Mycobacterium africanum, Mycobacterium canetti, 
Mycobacterium pinnipedi, Mycobaxterium microti e Mycobacterium caprae. No entanto, o patógeno 
principal é o M. tucerbulosis, também chamado de Bacilo de Koch (BK). 
A forma mais comum da doença é a forma pulmonar, mas acometimentos extra-pulmonares 
também são frequentes e dignos de atenção da saúde pública, como as formas pleural, ganglionar, 
miliar, osteomuscular, etc. 
Etiologia: 
O M. tuberculosis é fino e ligeiramente curvo. É um bacilo álcool-ácido-resistente, ou seja, retêm 
coloração mesmo com mistura de álcool e ácido, aeróbio, com parede celular rica em lipídeos 
(como o ácido micólico), sua parede celular diminui sua permeabilidade aos antibióticos e 
aumenta sua sobrevivência no interior de macrófagos, o que dificulta sua eliminação. 
Epidemiologia: 
A tuberculose segue como uma das principais ameaças a saúde pública mundial. Em 2015, cerca 
de 10,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose, 580 mil delas na sua forma 
multirresistente ou resistente a rifampicina, com 1,4 milhão de mortes. 
O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários para o 
controle da tuberculose globalmente. Foram 72 mil casos notificados em 2017, e a incidência 
variou de 10 a 74,7 casos por 100 mil habitantes entre as unidades federais, com um coeficiente 
de mortalidade de 2,2 mortes por 100 mil habitantes. 
Não há uma epidemia de tuberculose no Brasil, mas concentrações dos casos da doença. 
Pessoas vivendo com HIV, em situações de rua e privadas de liberdade, população indígena, 
pessoas vivendo em aglomerados ou em situação de pobreza são as mais acometidas pela 
doença no país. 
Transmissão: 
O M. tuberculosis é fino e ligeiramente curvo. É um bacilo álcool-ácido-resistente, ou seja, retêm 
coloração mesmo com mistura de álcool e ácido, aeróbio, com parede celular rica em lipídeos 
(como o ácido micólico), sua parede celular diminui sua permeabilidade aos antibióticos e aumenta 
sua sobrevivência no interior de macrófagos, o que dificulta sua eliminação. 
É transmitido por via aérea de uma pessoa “bacilífera” com TB pulmonar ou laríngea, que elimina 
bacilos no ambiente e estes podem ficar suspensos em pequenas partículas no ar. O termo 
“bacilífero” se refere a uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea e com amostra positiva no exame 
de escarro. 
Essa transmissão ocorre por via respiratória, por meio da inalação de aerossóis produzidos pela 
tosse, fala ou espirro. As partículas menores de bacilos (núcleos de Wells) contêm um a dois bacilos 
que podem ficar suspensas no ar por horas, capazes de infectar outros indivíduos. 
Mayra Maisa – 5º semestre 2 
 
É por isso que, embora a tuberculose possa se apresentar de diversas formas, a forma pulmonar 
tem maior relevância no contexto epidemiológico, por ser a que mais frequentemente torna o 
paciente capaz de transmitir o bacilo. 
A pessoa bacilífera pode infectar até 10 a 15 pessoas, em média, de uma comunidade, no período 
de um ano. Após o início do tratamento, a transmissão cai gradualmente, tornando-se muito baixa 
após cerca de quinze dias, tornando importante a boa adesão e o acompanhamento por 
baciloscopia de controle. 
Fisiopatologia: 
 
Inicialmente, o M. tuberculosis infecta o organismo e entra nos macrófagos pela fagocitose. A partir 
daí, ele inibe a maturação do fagossomo e a formação do fagolisossoma, permitindo sua 
multiplicação dentro desta célula incontroladamente, protegida da ação dos lisossomos. Logo, 
a infecção primária ocorre ao primeiro contato com o bacilo de Koch, havendo uma reação do 
sistema imunológico do indivíduo, particularmente por meio da fagocitose, como forma de controlar 
a infecção. 
No entanto, a bactéria é extremamente resistente ao fagossomo e inibe sua maturação, impedindo 
sua destruição e ficando em sua forma latente. Assim, durante essa infecção primária, ocorre 
grande disseminação do bacilo pelo corpo de forma oculta. 
A infecção pelo M. tuberculosis cursa em etapas, desde a infecção inicial, com ataque aos 
macrófagos, à ativação de células Th1. Essas células T tanto controlam a infecção ao hospedeiro, 
como também são causa do dano causado pela doença, gerando granuloma e cavitação. 
Há então posterior ativação dos receptores da imunidade inata, iniciando e aumentando este tipo 
de resposta ao bacilo. Uma resposta Th1 é montada após 3 semanas, e essa resposta Th1 irá 
produzir o IFN-gama. Este, por sua vez, através de um conjunto de processos, estimula a destruição 
do macrófago infectado, destruindo organelas danificadas e patógenos intracelulares, como o M. 
tuberculosis. 
Porém, essa mesma resposta Th1 que estimula os macrófagos e destrói micobactérias, gera a 
formação de granuloma e necrose caseosa. Estes macrófagos, incentivados pelo IFN-gama, se 
diferenciam em “histiócitos epitelioides”, que se agregam a formam granulomas. 
 
Fatores de risco: 
Além dos fatores relacionados ao sistema 
imunológico de cada pessoa e à exposição ao 
bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas 
vezes, está ligado às condições precárias de 
vida. Assim, alguns grupos populacionais 
podem apresentar situações de maior 
vulnerabilidade. O quadro abaixo traz 
algumas dessas populações e os seus 
respectivos riscos de adoecimento em 
comparação com a população em geral. 
 
 
Tuberculose e HIV: 
A tuberculose em pessoas que vivem com HIV 
é uma das condições de maior impacto na 
mortalidade por HIV e por tuberculose no país. 
Essas pessoas têm maior risco de 
desenvolver a tuberculose, e muitas vezes, só 
têm o diagnóstico da infecção pelo HIV 
Mayra Maisa – 5º semestre 3 
 
durante a investigação/confirmação da 
tuberculose. 
Devido ao risco aumentado de adoecimento 
por tuberculose, em toda visita da pessoa que 
vive com HIV aos serviços de saúde, deve ser 
questionada a presença de tosse e de febre, 
sudorese noturna ou emagrecimento, os quais 
associados ou não à tosse, também podem 
indicar tuberculose. 
O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV 
em pessoas com tuberculose e o início 
oportuno do tratamento antirretroviral 
reduzem a mortalidade. Portanto, o teste para 
diagnóstico do HIV (rápido ou sorológico) 
deve ser ofertado a toda pessoa com 
diagnóstico de tuberculose. Caso o resultado 
da testagem para HIV seja positivo, a pessoa 
deve ser encaminhada para os serviços que 
atendem pessoas vivendo com HIV, e que 
sejam mais próximos de sua residência para 
dar continuidade ao tratamento da 
tuberculose e iniciar o tratamento da infecção 
pelo HIV. 
Para as pessoas que vivem com HIV deve-se 
investigar e tratar a infecção latente pelo 
Mycobcterium tuberculosis e diagnosticar e 
tratar precocemente a tuberculose ativa. 
Tuberculose e População Indígena: 
A população indígena no Brasil é composta 
por pessoas autodeclaradas indígenas, 
segundo o quesito raça/cor, definido pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). No Censo Demográfico 2010, foram 
contabilizadas 817.963 pessoas que se 
autodeclararam indígenas, o equivalente a 
0,4% da população brasileira, dos quais 
502.783 residiam em área rural e 315.180 em 
área urbana. Segundo o Sistema de 
Informação de Atenção à Saúde Indígena 
(SIASI), são 760.084 indígenas que vivem em 
territórios indígenas (SIASI, 2018). 
Nas áreas urbanas, os indígenas contam com 
ações de atenção à saúde executadas pelos 
municípios por meio do Sistema Único de 
Saúde (SUS). Já, para a população 
considerada aldeada, o acesso aos serviços 
de saúde é de responsabilidade da Secretaria 
Especial de Saúde Indígena (SESAI), que 
possui equipes de saúde específicaspara o 
cuidado da população indígena rural. 
Tuberculose e População em Situação de 
Rua: 
Para esta população são essenciais 
estratégias de abordagem e de acolhimento 
para a identificação precoce das pessoas com 
sintomas respiratórios, a garantia do 
diagnóstico e o acompanhamento até fim do 
tratamento. Para que as ações tenham êxito é 
importante a articulação envolvendo diversos 
setores da saúde, assistência social e 
sociedade civil. 
Tuberculose e População Privada de 
Liberdade: 
Celas mal ventiladas, iluminação solar 
reduzida e dificuldade de acesso aos serviços 
de saúde, são alguns fatores que contribuem 
para o coeficiente elevado de tuberculose no 
sistema prisional. A circulação em massa de 
pessoas (profissionais de saúde e da justiça, 
familiares), as transferências de uma prisão 
para outra e as altas taxas de 
reencarceramento, colocam também em 
situação de risco as comunidades externas às 
prisões. 
A população privada de liberdade representa 
aproximadamente 0,3% da população 
brasileira, e contribui com 11,1% dos casos 
novos de tuberculose notificados no país: 
7.659 casos novos em 2019. Também é 
particularmente elevada a frequência de 
formas resistentes relacionadas ao tratamento 
irregular e à detecção tardia nesse grupo 
populacional. 
Estratégias para o controle da doença devem 
ser adotadas entre a saúde e a justiça, com a 
finalidade de detectar e tratar precocemente 
todos os casos de tuberculose, seja entre os 
ingressos do sistema prisional e/ou entre a 
população já encarcerada. 
 
 
Quadro Clínico: 
O quadro clínico se caracterizará por sinais e sintomas como a tosse persistente por mais de duas 
semanas, com expectoração, além de febre vespertina, sudorese noturna abundante, 
emagrecimento rápido e acentuado, além de fraqueza e da hemoptise. Por conta da perda de peso, 
anorexia pode ser comum de acontecer. Pode estar presente a dor torácica de forma moderada. 
Outros sinais importantes que servirão de marcadores é evolução não aguda da doença, 
imunodepressão do paciente devido ao alcoolismo, diabetes ou outra causa, além de contato com 
doentes bacilíferos e história de tuberculose. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico começa através da história clínica e epidemiológica. Depois, se seguirá no âmbito 
radiológico, onde será realizado uma radiografia do tórax para encontrar alterações como 
extensão do comprometimento pulmonar. 
Além do radiológico, se seguirá na investigação do âmbito bacteriológico, onde será feita a 
baciloscopia, um teste em que consiste a coleta do escarro para a descoberta do bacilo, caso ele 
esteja presente. É o método principal de diagnóstico, e o paciente deve ser orientado para este 
exame. Também poderá ser feita a Prova Tuberculínica, um exame que consiste em inocular via 
intradérmica a tuberculina, um derivado protéico do M. tuberculosis, para ver a resposta imune a 
este corpo estranho. 
Diagnóstico diferencial: 
Existe um grande número de diagnósticos diferenciais possíveis, tanto dos quadros 
predominantemente pulmonares, dos extrapulmonares e multissistêmicos. Com relação a 
tuberculose pulmonar, deve-se lembrar de doenças infecciosas, como a paracoccidioidomicose 
(forma pulmonar crônica), a histoplasmose, a criptococose pulmonar, o abscesso pulmonar 
bacteriano e outras micobacterioses não-M. tuberculosis (M. kansasi). A sarcoidose é um dos 
principais diferenciais não-infecciosos, destacando a presença de linfonodos peri-hilares. 
Granulomatose de Wegener e neoplasias pulmonares, com ou sem acometimento pleural, também 
são possibilidades diagnósticas. 
Dependendo da localização, inclui-se diferenciais como linfoma (linfoadenomegalia crônica), 
pneumonia bacteriana com derrame pleural, paracoccidioidomicose (forma juvenil aguda), 
osteomielite vertebral bacteriana e histoplasmose disseminada, dentre outros. 
Tratamento: 
Com o objetivo de reduzir a transmissão da 
doença e a cura, o tratamento da tuberculose 
possui cerca de 95% de eficácia. Entretanto, o 
que é comum ocorrer é a falta de adesão 
terapêutica pelo abandono do tratamento, 
uso irregular ou errado dos medicamentos. 
O esquema dos fármacos inclui a 
Rifampicina (R), Isoniazida (H), 
Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), sendo eles 
associados em comprimidos com dose fixa 
combinada: 
Na fase intensiva é utilizado por 2 meses a 
associação de RHZE (rifampicina + 
isoniazida + pirazinamida + etambutol), em 
que a dosagem irá corresponder ao peso do 
paciente. (≤ 20kg – 10/10/35/25 mg/kg/dia; 
20-35 – 2 comprimidos; 36-50 – 3 
comprimidos; > 50 – 4 comprimidos) 
A fase de manutenção é composta por RH 
(rifampicina + isoniazida) durante o período 
de 4 meses, em que a dosagem também irá 
variar de acordo com a pesagem. (≤20 – 
Mayra Maisa – 5º semestre 5 
 
10/10mg/kg/dia; 20-35 – 2 comprimidos; 36-
50 – 3 comprimidos; > 50 – 4 comprimidos). 
Pacientes que apresentarem intolerância a 
dois ou mais medicamentos, podem ser 
prescritos capreomicina (Cm), levofloxacina 
(Lfx), terizidona (Trd) e etionamida (Et), que 
são fármacos também utilizados no esquema 
para tratamento de tubérculos resistente. 
O tratamento da tuberculose dura no mínimo 
seis meses, é gratuito e está disponível no 
Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser 
realizado, preferencialmente, em regime de 
Tratamento Diretamente Observado (TDO). 
O TDO é indicado como principal ação de 
apoio e monitoramento do tratamento das 
pessoas com tuberculose e pressupõe uma 
atuação comprometida e humanizada dos 
profissionais de saúde. 
Além da construção do vínculo entre o 
profissional de saúde e a pessoa com 
tuberculose, o TDO inclui a ingestão dos 
medicamentos pelo paciente realizada sob 
a observação de um profissional de saúde 
ou de outros profissionais capacitados, como 
profissionais da assistência social, entre 
outros, desde que supervisionados por 
profissionais de saúde. 
O TDO deve ser realizado, idealmente, em 
todos os dias úteis da semana. O local e o 
horário para a realização do TDO devem ser 
acordados com a pessoa e com o serviço de 
saúde. 
A pessoa com tuberculose necessita ser 
orientada, de forma clara, quanto às 
características da doença e do tratamento a 
que será submetida. O profissional de saúde 
deve informá-la sobre a duração e o esquema 
do tratamento, bem como sobre a utilização 
dos medicamentos, incluindo os benefícios do 
seu uso regular, as possíveis consequências 
do seu uso irregular e os eventos adversos 
associados. 
Todas as pessoas com tuberculose devem 
fazer o tratamento até o final. 
 
Quimioprofilaxia da tuberculose: 
A quimioprofilaxia deve ser administrada a 
pessoas infectadas pelo M. tuberculosis, com 
a isoniazida na dosagem de 10 mg/kg de 
peso, com total máximo de 300 mg 
diariamente, durante seis meses. Na 
atualidade, há consenso de que a 
quimioprofilaxia deve ser dirigida aos grupos 
de alto risco de tuberculose, entre estes, 
especialmente os co-infectados pelo HIV e 
pelo M. tuberculosis. 
Indicações da quimioprofilaxia: 
a) Recém-nascidos coabitantes de foco 
tuberculoso ativo. A isoniazida é administrada 
por três meses e, após esse período, faz-se a 
prova tuberculínica. Se a criança for reatora, a 
quimioprofilaxia deve ser mantida por mais 
três meses; senão, interrompe-se o uso da 
isoniazida e vacina-se com BCG. 
b) Crianças menores de 15 anos, não 
vacinadas com BCG, que tiveram contato com 
um caso de tuberculose pulmonar bacilífera, 
sem sinais compatíveis de tuberculose 
doença, reatores à tuberculina de 10mm ou 
mais. Observação: Na eventualidade de 
contágio recente, a sensibilidade à tuberculina 
pode não estar exteriorizada, sendo negativa 
a resposta à tuberculina. Deve-se portanto, 
nesse caso, repetir a prova tuberculínica entre 
40 e 60 dias. Se a resposta for positiva, indica-
se a quimioprofilaxia; se negativa, vacina-se 
com BCG. 
c) Indivíduos comviragem tuberculínica 
recente (até 12 meses), isto é, que tiveram um 
aumento na resposta tuberculínica de, no 
mínimo, 10 mm. 
d) População indígena. Neste grupo, a 
quimioprofilaxia está indicada em todo o 
contato de tuberculose bacilífero, reator forte 
ao PPD, independente da idade e do estado 
vacinal, após avaliação clínica e afastada a 
Mayra Maisa – 5º semestre 6 
 
possibilidade de tuberculose-doença, através 
de baciloscopia e do exame radiológico. 
e) Imunodeprimidos por uso de drogas ou por 
doenças imunodepressoras e contatos 
intradomiciliares de tuberculosos, sob 
criteriosa decisão médica. 
f) Reatores fortes à tuberculina, sem sinais de 
tuberculose ativa, mas com condições clínicas 
associadas a alto risco de desenvolvê-la, 
como: 
o Alcoolismo. 
o Diabetes Mellitus insulinodependente. 
o Silicose. 
o Nefropatias graves. 
o Sarcoidose. 
o Linfomas. 
o Pacientes com uso prolongado de 
corticoesteróides em dose de 
imunodepressão. 
o Pacientes submetidos à quimioterapia 
antineoplásica. 
o Pacientes submetidos a tratamento 
com imunodepressores. 
o Portadores de imagens radiográficas 
compatíveis com tuberculose inativa, 
sem história de quimioterapia prévia. 
g) Co-infectados HIV e M. tuberculosis – este 
grupo deve ser submetido a prova 
tuberculínica, sendo de 5 mm em vez de 10 
mm, o limite da reação ao PPD, para 
considerar-se uma pessoa infectada pelo M. 
tuberculosis. 
Observações: 
a) Não se recomenda a utilização da 
quimioprofilaxia nos HIV positivos, não 
reatores à tuberculina, com ou sem evidências 
de imunodeficiência avançada. Deve-se 
repetir a prova tuberculínica a cada seis 
meses. 
b) Em pacientes com Raios X normal, reatores 
à tuberculina, deve-se investigar outras 
patologias ligadas à infecção pelo HIV antes 
de iniciar a quimioprofilaxia, devido à 
concomitância de agentes 
oportunistas/manifestações atípicas de 
tuberculose mais freqüentes nessas coortes. 
 c) Nos indivíduos HIV positivos e tuberculino-
positivos com RX normal, sem sinais e sem 
sintomas de tuberculose, devem-se destacar 
(investigar) os contatos institucionais (casas 
de apoio, presídios, abrigos, asilos, etc.) d) 
Recomenda-se suspender imediatamente a 
quimioprofilaxia, no surgimento de qualquer 
sinal de tuberculose ativa, monitorá-la nos 
casos de hepatotoxicidade e administrá-la 
com cautela nos alcoólicos. 
 
Medidas de prevenção: 
A principal forma de prevenção da tuberculose 
é a vacina BCG. A vacina BCG é oferecida de 
graça no Sistema Único de Saúde (SUS). A 
vacina deve ser aplicada nas crianças logo ao 
nascer ou, no máximo, antes dos 5 anos de 
idade. 
As medidas de controle da infecção pelo M. 
tuberculosis devem ser mantidas até que 
seja confirmada a negativação ou bacilos 
não viáveis à baciloscopia do caso fonte. 
Crianças com TB pulmonar, em geral, têm 
baciloscopia negativa e, por isso, pouca 
importância na cadeia de transmissão da 
doença. 
Todo ambiente onde circulam pessoas 
com tuberculose pulmonar ou laríngea que 
estão eliminando aerossóis (através de tosse, 
fala ou espirro), contendo o M. tuberculosis, 
oferece algum risco de transmissão de TB. 
Os serviços de saúde e as instituições que 
abrigam populações em ambientes fechados 
e/ou aglomerados, tais como presídios, 
albergues, asilos e demais instituições de 
longa permanência, devem ter planos de 
controle de infecção que incluam atividades 
mínimas de vigilância da TB. 
As medidas de controle de infecção dividem-
se em três categorias: administrativas (ou 
gerenciais), de controle ambiental (ou de 
Mayra Maisa – 5º semestre 7 
 
engenharia) e de proteção respiratória 
(proteção individual). 
➢ Medidas administrativas (ou 
gerenciais): Essas medidas devem se 
basear no monitoramento do percurso 
do sintomático respiratório (SR) e/ou do 
paciente com tuberculose pulmonar 
bacilífero e seu tempo de permanência 
nos diferentes locais da unidade de 
saúde, visando a agilizar seu 
atendimento e a reduzir seu tempo de 
permanência no serviço. 
➢ Medidas de controle ambiental (ou 
de engenharia): As medidas de 
controle ambiental incluem adaptação 
de mobiliário e dos espaços de 
atendimento com eventuais reformas 
ou construção de espaços adequados. 
Essas medidas envolvem: 
 
➢ Escolha de ambientes bem 
ventilados (salas de espera) para 
permanência de possíveis SR antes do 
atendimento. Havendo condições, 
devem ser designadas áreas externas 
para esta finalidade; 
➢ Definir local adequado para coleta de 
escarro, de preferência em área 
externa, cuidando para que haja 
suficiente privacidade para o paciente. 
Não utilizar cômodos fechados para 
coleta de escarro, como banheiros; 
➢ Em unidades hospitalares, de 
emergência e de terapia intensiva, 
considera-se de elevada prioridade a 
definição de locais de isolamento 
respiratório em número Secretaria de 
Vigilância em Saúde | Ministério da 
Saúde 222 suficiente para atender à 
demanda da unidade. 
➢ Medidas de proteção respiratória (ou 
de proteção individual): O uso de 
máscaras (também denominadas 
como respiradores) no atendimento de 
SR ou pacientes com TB deve ser feito 
de forma criteriosa. Muitos 
profissionais priorizam o uso da 
máscara em detrimento das medidas 
administrativas e de controle ambiental 
que certamente teriam maior impacto 
na sua proteção. 
➢ O uso de máscaras cirúrgicas é 
recomendado para pacientes com TB 
pulmonar ou SR em situação de 
potencial risco de transmissão, por 
exemplo: falta de ventilação 
adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mayra Maisa – 5º semestre 8 
 
2. Abordar o programa nacional de controle de tuberculose no brasil (incluindo as ações da vigilância 
epidemiológica e ações da atenção básica). 
Há uma década, a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) declarou a tuberculose (TB) 
em estado de emergência no mundo, onde 
ainda é a maior causa de morte por doença 
infecciosa em adultos. 
Segundo estimativas da OMS, dois bilhões 
de pessoas correspondendo a um terço da 
população mundial está infectada pelo 
Mycobacterium tuberculosis. 
Destes, 8 milhões desenvolverão a doença e 
2 milhões morrerão a cada ano. 
O Programa Nacional de Controle da 
Tuberculose (PNCT) está integrado na rede 
de Serviços de Saúde. É desenvolvido por 
intermédio de um programa unificado, 
executado em conjunto pelas esferas federal, 
estadual e municipal. Está subordinado a uma 
política de programação das suas ações com 
padrões técnicos e assistenciais bem 
definidos, garantindo desde a distribuição 
gratuita de medicamentos e outros insumos 
necessários até ações preventivas e de 
controle do agravo. Isto permite o acesso 
universal da população às suas ações. 
Objetivos: 
Geral: 
• Reduzir a morbidade, mortalidade e 
transmissão da TB. 
Específicos: 
• Aperfeiçoar a vigilância 
epidemiológica para: aumentar a 
detecção de casos novos, aumentar 
a cura e diminuir o abandono de 
tratamento; 
• Expandir o tratamento 
supervisionado na Atenção Básica, 
especialmente, pelos Programas 
Saúde da Família (PSF) e Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS) e 
nas Unidades de Saúde de grandes 
centros urbanos; 
• Desenvolver ações educativas em 
saúde, comunicação e mobilização 
social, nas esferas nacional, 
estadual e municipal, enfocando a 
promoção, prevenção, assistência e 
reabilitação da saúde. 
• Capacitar os profissionais que 
atuam no controle e prevenção da 
TB em todas as esferas de gestão; 
• Formar multiplicadores e gerentes, 
que atuem no Programa Nacional 
de Controle da Tuberculose em 
todas as suas áreas de atuação; 
• Prevenir o adoecimento por TB nos 
infectados por meio da 
quimioprofilaxia e nos não 
infectados por meio da vacina; 
• Manter a cobertura adequada de 
vacinação de BCG; 
• Ampliar as atividades de co-
infecção TB e HIV; � Aperfeiçoar o 
Sistema de Informação – SINAN;• Realizar uma avaliação 
epidemiológica anual e 
retroalimentar os serviços com 
divulgação dos resultados para fins 
de nova programação; 
• Realizar diagnóstico, 
acompanhamento e teste de 
sensibilidade às drogas usadas no 
tratamento da tuberculose, 
desenvolvidas pelos laboratórios; 
• Desenvolver ações educativas em 
saúde, comunicação e mobilização 
social, nas esferas nacional, 
estadual e municipal, enfocando a 
promoção, prevenção, assistência e 
reabilitação da saúde; 
• Sensibilizar e mobilizar gestores do 
SUS, líderes políticas, formadores 
de opinião para priorização da luta 
antituberculose; 
• Promover o acompanhamento da 
implantação, execução e 
fortalecimento das ações do 
Mayra Maisa – 5º semestre 9 
 
Programa Nacional de Controle da 
Tuberculose, bem como, da 
avaliação dos resultados. 
Componentes Para alcançar seus 
objetivos e metas: 
• Vigilância Epidemiológica: O objetivo da 
vigilância epidemiológica da tuberculose é 
monitorar a situação e a tendência da 
doença para recomendar, executar e 
avaliar as atividades de controle. 
Além da adoção da estratégia do tratamento 
supervisionado, o PNCT brasileiro reconhece 
a importância de horizontalizar o combate a 
TB, estendendo-o para todos os serviços de 
saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Portanto, visa a integração do controle da 
TB com a atenção básica, incluindo o 
Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS) e o Programa de Saúde da 
Família (PSF) para garantir a efetiva 
ampliação do acesso ao diagnóstico e ao 
tratamento.

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