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Página inicial NEUROCIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM Professora : Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Apresentar a Neurociência em sua vertente relacionada ao comportamento humano. • Conhecer os aspectos básicos da estrutura do sistema nervoso central que se relacionam com a aprendizagem. • Aprender as principais funções cognitivas e a sua relação com o cérebro. • Conjecturar sobre a integração entre prática pedagógica e neurologia da aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Aspectos introdutórios sobre neurociência • O cérebro e a aprendizagem • Funções cognitivas e aprendizado escolar: percepção e memória • Funções cognitivas e aprendizado escolar: funções executivas e expressivas Introdução Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a)! Em nosso material, estudaremos a Neurociência e os elementos que de alguma forma se vinculam e influenciam no desenvolvimento da aprendizagem. Para isso, a vertente da neurociência da qual nos valeremos é a neurociência cognitiva. Mesmo assim, você será convidado(a) a conhecer aspectos introdutórios da neurociência. Esta, por sua vez, tem sido objeto de estudo de áreas diversas, dada a sua contribuição, principalmente para os estudos do comportamento humano. Nesta linha de pensamento, a neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência: biologia, fisiologia, medicina, física e psicologia, e que detêm interesse sobre a estrutura, função, desenvolvimento, evolução e disfunções do sistema nervoso. Na área de Educação, pode trazer contribuições valiosas para pedagogos, professores e psicopedagogos em busca do entendimento do processo de aprendizagem e práticas pedagógicas adequadas para estimular o alunado. Assim, as neurociências serão apresentadas, tendo como tarefa explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, de forma a elucidar como o cérebro organiza e articula os milhões de células nervosas individuais e como estas células são influenciadas pelo ambiente externo, gerando o comportamento. Falaremos, assim, de elementos que compõem o sistema nervoso, da comunicação entre esses elementos, compreenderemos os seus significados e como repercutem no comportamento. Ressalto, caro(a) aluno(a), que o conhecimento sobre esses assuntos lhe oferecerão respaldo para o entendimento do comportamento dos alunos e, principalmente, para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que estimulem adequadamente os alunos. São conceitos que nos permitirão perceber a importância do sistema nervoso do indivíduo no desenvolvimento de sua aprendizagem. Boa leitura! https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 Página inicial ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE NEUROCIÊNCIA Quando abordamos a Neurociência em sua vertente voltada para a Educação, procuramos elementos que deem subsídios a nós, professores, para a compreensão da aprendizagem e o entendimento dos comportamentos manifestados pelos nossos alunos nos processos vivenciados por eles. Como podemos estimular (ou inibir) estes processos? Assim sendo, vamos, agora, conhecer aspectos gerais sobre neurociência, que serão fundamentais para o desenvolvimento do nosso estudo sobre Neurodidática. Do que trata a Neurociência? Uma das vertentes dos estudos em Neurociência se volta a suscitar o entendimento da aprendizagem, do funcionamento do cérebro nas mais variadas formas de construção do conhecimento, trazendo à tona elementos que favorecem ou dificultam a aprendizagem. Mas antes de explorar essa vertente, vamos compreender aspectos fundamentais das neurociências. Segundo Relvas (2016), a neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência: biologia, fisiologia, medicina, física e psicologia, e que detêm interesse sobre a estrutura, função, desenvolvimento, evolução e disfunções do sistema nervoso. Brandão (2004) nos mostra que a neurociência traz estudos e discussões acerca dos processos que permitem ações e comportamentos. O autor descreve que o cérebro funciona de maneira orquestrada, integrando componentes de um comportamento ou de uma função mental, assim, as neurociências investigam as ações independentes destes componentes e propiciam a compreensão sobre os comportamentos. Complementando, Kandel, Schwartz e Jessell (2003) nos trazem que a tarefa das neurociências está em explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, de forma a elucidar como o cérebro organiza e articula os milhões de células nervosas individuais e como estas células são influenciadas pelo ambiente externo, gerando o comportamento. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial O que somos, fazemos, pensamos e desejamos é resultado do funcionamento do sistema nervoso e sua interação com o corpo, juntamente com a história de vida de cada um, a cultura, a sociedade, e a genética fazem de nós o que somos, individualmente, como seres humanos, e como animais racionais (RELVAS, 2016, p. 1). Robert Lent (2010) afirma que precisamos falar em “Neurociências”, no plural, visto que há modos de classificá-las de acordo com os níveis de abordagem a que se propõe a investigação que se deseja realizar. O autor traz um modo esquemático de compreender as neurociências, conforme apresentado no quadro a seguir: Quadro 1 - Modo esquemático de compreender as neurociências. Fonte: adaptado de Lent (2010, p. 6). Vemos, assim, caro(a) aluno(a): as ciências que “formam” a neurociências atuam em busca de investigar o sistema nervoso para, assim, entender como ele se desenvolve e funciona, e por meio dessas investigações nos revelar como o nosso cérebro produz comportamentos, emoções, sensações, levando-nos à tomada de decisões. Dialogando com o campo da educação, as neurociências nos revelam como os indivíduos aprendem e/ou podem aprender. Ressalto, ainda, que em nossos estudos nos valeremos dos aspectos que compõem a neurociência cognitiva, visto que o nosso intuito é nos voltar a questões de aprendizagem, ensino, didática e o universo de sala de aula, em busca de um diferencial da prática pedagógica. Mesmo, assim, vale destacar a perspectiva de Lent (2010) de que os limites existentes entre essas disciplinas das neurociências não são nítidos, o que nos obriga, muitas vezes, a saltar de uma disciplina a outra, sempre que tentamos compreender o funcionamento do sistema nervoso. Muito interessante não é mesmo? Vemos, assim, que a neurociência é interdisciplinar e reúne áreas, linhas e diferentes disciplinas científicas. Estudá-la é sempre uma experiência muito rica, pois adentramos em um universo que poderá ser explorado de forma diferente, em busca de resultados diferentes. Para nós professores, a neurociência desvenda caminhos para a compreensão de fatores que levam ou impedem a criança a aprender, especialmente, quando adentramos no âmbito da neurociência cognitiva . https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com [...] a neurociência cognitiva está entrelaçada nos saberes. É necessário pensar que ela está para além de mapear o cérebro, a importância está em desvendar meandros de seu funcionamento, compreendendo fluxos e refluxos dos neurotransmissores, acompanhadasde dinâmicas complexas que transformam passos de resoluções de problemas, observando, diagnosticando, diferentes segmentos que implicam na aquisição de conhecimentos (LÉO, 2010, p. 9). Complementando, de acordo com Thompson (2005), os neurocientistas cognitivos estudam o comportamento e a atividade do cérebro e como ambos se relacionam. Neste campo de estudo, o método das imagens cerebrais tem sido muito utilizado por permitir visualizar as operações do cérebro, como as pessoas veem, percebem, prestam atenção, pensam, imaginam e aprendem. Desse modo, podemos inferir que, ao conhecer sobre “como se aprende”, podemos criar elementos e ferramentas sobre “qual a melhor maneira de ensinar”, em nosso cotidiano de sala de aula. O desenvolvimento atual das Neurociências é verdadeiramente fascinante e gera grandes esperanças de que, em breve, tenhamos novos tratamentos para uma grande gama de distúrbios do sistema nervoso, que debilitam e incapacitam milhões de pessoas todos os anos (BEAR; CONNORS, 2008, p. 21). Nesta perspectiva, é importante que o professor tenha em mente que as dificuldades de aprendizagem do aluno acarretarão em problemas de funções diversas, sendo necessário, assim, entender como o cérebro deste indivíduo recebe e processa as informações que lhe são transmitidas. Mesmo que não seja o nosso objeto de estudo, vale comentar, ainda, sobre as pesquisas que vêm sendo realizadas em campos como Educação Especial, distúrbios de aprendizagem e inclusão. Vemos, assim, nas neurociências, um novo caminho para que o professor possa ensinar, utilizando-se de recursos pedagógicos que estimulem o aluno e considerando as suas individualidades para aprender. BREVE HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA Do que trata o campo da neurociência cognitiva? De onde surgiu? Para onde está indo? Você encontrará uma breve história das pessoas e das ideias que levaram ao novo campo da neurociência cognitiva, aquele que tem suas raízes na neurologia, na neurociência e na ciência cognitiva. O termo neurociência cognitiva foi criado dentro de um táxi da cidade de Nova York, no final dos anos de 1970, porque naquele momento uma nova missão se fazia realmente necessária. Os neurocientistas estavam descobrindo como o córtex cerebral era organizado e como ele funcionava em resposta a estímulos simples. Fonte: Gazzaniga, Ivry e Mangun (2006, p. 37). Conforme nos traz Relvas (2016), quando a neurociência dialoga com a Educação, ela promove ao professor caminhos para tornar- se mediador no processo de ensino-aprendizagem. Neste processo, torna-se fundamental que o professor promova em seu cotidiano os estímulos corretos e no momento certo, para que o aluno possa integrar, associar e entender, ou seja, aprender de forma significativa e prazerosa no processo escolar. O CÉREBRO E A APRENDIZAGEM https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Neste momento, vamos conhecer aspectos básicos do sistema nervoso, em particular sobre o cérebro e a sua relação com a aprendizagem. Uma das formas de encará-lo, diz Lent (2010), é como um objeto desconhecido, capaz de produzir comportamentos e consciência, vistos como propriedades emergentes do sistema nervoso. Vamos, então, conhecer tais aspectos básicos e compreendê-los dentro do nosso âmbito educacional, ou seja, pensando a sua relação com a aprendizagem escolar. O sistema nervoso O sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). Podemos dizer que no SNC estão as partes situadas dentro do crânio e da coluna vertebral, encéfalo e medula espinhal. No SNP, estão raízes, plexos e nervos distribuídos por todo o organismo. O SNP coloca o SNC em contato com os órgãos efetores, principalmente músculos voluntários, e também trazem informações periféricas como sensibilidades e sentidos (LENT, 2010; MAIA; THOMPSON, 2011). No sistema nervoso central (SNC),está a maior parte das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que estabelecem entre si. Já, no sistema nervoso periférico (SNP), ficam relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos denominados "fibras nervosas", que estão agrupadas em filetes alongados denominados "nervos" (LENT, 2010). O sistema nervoso autônomo (SNA) é composto por estruturas centrais e periféricas relacionadas apenas ao controle involuntário das funções orgânicas (MAIA; THOMPSON, 2011). Para auxiliar na compreensão acerca do SNC, veja a seguinte representação: Figura 1 - Representação do Sistema Nervoso Fonte: adaptada de Maia e Thompson (2011). A medula espinhal é composta por 31 segmentos funcionais de onde emergem todos os nervos responsáveis pelo controle motor ou pela recepção das diversas sensações periféricas. É uma grande via de passagem, sem função independente, mas responsável por sediar importantes vias reflexas (é o que nos faz, por exemplo, levantar o pé quando se pisa em um espinho ou retirar a mão de um objeto quente) e autônomas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: Maia e Thompson (2011, p. 20). Figura 2 - Sistemas nervoso central e periférico Fonte: adaptada de Maia e Thompson (2011). Faz-se importante ressaltar, caro(a) aluno(a), que o sistema nervoso, por meio de seu conjunto de órgãos, é altamente responsável pela vida mental e de relação do indivíduo, como também pelo funcionamento de outros órgãos do nosso corpo. Então, conhecer essas especificidades permite a nós professores compreendermos a origem de muitos comportamentos de nossos alunos, como também as dificuldades ou facilidades de aprendizagem. Figura 3 - Estrutura do cérebro humano. Fonte: extraído de http://www.megatimes.com.br/2015/05/cerebro-estrutura-encefalica-do-ser.html É claro que em tão pouco tempo não conseguimos — e nem é o objetivo aqui — esgotar as possiblidades de estudos e interpretações e muitos menos tratar de toda a complexidade em que se assenta o sistema nervoso e os estudos sobre o cérebro humano. O intuito está em trazer subsídios para criar as bases de entendimento do comportamento e aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.megatimes.com.br%2F2015%2F05%2Fcerebro-estrutura-encefalica-do-ser.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEUvANPVwo7l3AfhXbZvrtVT0grFQ O córtex cerebral é o que faz os seres humanos serem como são. Dentro do grande córtex humano situa-se uma parte expressiva do segredo da consciência humana, nossas capacidades sensoriais e sensibilidades extraordinárias do mundo externo, nossas habilidades motoras, aptidões para o raciocínio e a imaginação e, acima de tudo, nossas capacidades únicas de linguagem. Fonte: Thompson (2005, p. 19) Continuando as nossas conjecturas, Maia e Thompson (2011) salientam que as principais funções do sistema nervoso são: • Funções cognitivas, como: pensamento e emoção. • Motricidade e equilíbrio. • Sensibilidades, como: tato, dor, temperatura, pressão, vibração. • Sentidos, como: visão, audição, gustação e olfato. • Controle do meio interno, como: respiração, circulação, liberação hormonal. Os autores, ainda, destacam que o cérebro, enquanto a estrutura mais desenvolvida e complexa dentro do SNC, é o que tem atribuições mais complexas dentre as funções que foram citadas, incluindo: [...] projeção sensorial e cognição, planejamento e iniciação de movimentos voluntários, processos mentais complexos (pensamento, raciocínio), compreensão e expressão da linguagem, memória e aprendizagem, experiências emocionais e motivacionais (MAIA; THOMPSON, 2011, p. 21). Percebe, caro(a) aluno(a), a importância de o professor, o pedagogo, o psicopedagogo aprender e se apropriar do conhecimento a respeito do sistema nervoso central, em especial, sobre o cérebro?Ao tomarmos esses aspectos como pano de fundo do comportamento e aprendizagem de nossos alunos, apoderamo-nos de um conhecimento direcionador das práticas pedagógicas e em como elas se constroem no cotidiano escolar. Ao estudar e compreender sobre o funcionamento do cérebro, o professor, o pedagogo, o psicopedagogo, podem melhor utilizar os recursos disponíveis, assim como implementar novos recursos para que estimulem a aprendizagem e alcancem resultados satisfatórios com os seus alunos. Notamos, então, que inúmeros são os vínculos que se estabelecem entre tecidos, cognição, afetividade, sensibilidade e motricidade. Mas quem é o responsável pelo estabelecimento destes vínculos? O neurônio. Segundo Thompson (2005, p. 2), “o neurônio é a unidade funcional do cérebro”. A sua finalidade está em transmitir informações para outros neurônios, células musculares ou células glandulares. A principal diferença entre um neurônio e outras células está na membrana: ela se especializou para transmitir informações. Os corpos celulares dos neurônios possuem fibras que se estendem externamente. Uma destas fibras, o axônio, conduz informações do corpo celular do neurônio para outras células. As https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com terminações do axônio são muito especializadas e chamadas de sinapses: elas liberam transmissores químicos sobre as outras células (THOMPSON, 2005, p. 32). Segundo Lent (2010), a sinapse é a unidade processadora de sinais do sistema nervoso, sendo compreendida como uma estrutura microscópica de contanto entre um neurônio e outra célula. É através da sinapse que acontece e se dá a transmissão de mensagens entre as duas, podendo, ao serem transmitidas, serem modificadas no processo de passagem de uma célula à outra, caracterizando a grande flexibilidade funcional do sistema nervoso. O neurônio é capaz de produzir e conduzir impulsos elétricos, levando e tratando a informação de modo que se crie a denominada rede neural. Para Maia e Thompson (2011), o aprendizado ocorre quando a rede neural atinge uma solução generalizada para uma classe de problemas. Sobre as sinapses, os autores reforçam que essas são dotadas de plasticidade, um conceito visto como a capacidade de regeneração ou recuperação funcional das células nervosas, que atualmente se amplia também ao processo de aprendizagem. Figura 4 - Estrutura do neurônio Fonte: extraído de http://nah220kw.blogspot.com.br/2011/07/entenda-o-que-acontece-no-seu--cerebro.html Sobre o conceito de plasticidade cerebral aplicado à Educação, Léo (2010) nos diz que se relaciona à disposição de o sistema nervoso acordar diante do ambiente durante todo o desenvolvimento humano, restaurando e restituindo funções que foram desorganizadas por condições patológicas. A abordagem experimental é a mais comum da plasticidade cerebral, mas também pode ser vista na probabilidade concreta da existência e expressão funcional do sistema nervoso, na motricidade, percepção e linguagem, por exemplo (LÉO, 2010, p. 10). A atividade nervosa é fundamental para o animal viver em equilíbrio com o meio externo. Para melhor se adaptar ao meio ambiente, lança mão de três propriedades: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. Basta haver ação e reação para que se configure uma atividade nervosa. Fonte: Maia e Thompson (2011, p. 21). Compreendendo essas características do sistema nervoso, podemos inferir que novos comportamentos e aprendizagem dependem do cérebro e resultam dos processos que ocorrem no cérebro de cada pessoa. Por exemplo, ao ler este material, você está se apropriando de um conhecimento e, consequentemente, o seu cérebro está gerando uma aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://nah220kw.blogspot.com.br/2011/07/entenda-o-que-acontece-no-seu--cerebro.html Quando partimos para o âmbito da aprendizagem podemos dizer que as estratégias e práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de aula, assim como as práticas e vivências no cotidiano familiar e social, são estímulos e provocarão (ou não) uma reorganização no sistema nervoso da criança, do aluno, do educando, levando-o à aprendizagem, como também a mudanças comportamentais. FUNÇÕES COGNITIVAS E APRENDIZADO ESCOLAR: PERCEPÇÃO E MEMÓRIA Neste momento, caro(a) aluno(a), vamos nos aprofundar um pouco mais a respeito do aprendizado escolar. As nossas discussões se guiarão por meio das etapas cognitivas do processo de aprendizagem que são: a percepção, a memória, as funções executivas e as funções expressivas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Construção do processo de aprendizagem Quais fatores cognitivos influenciam na aprendizagem da criança? Como acontece o processo de aprendizagem? O que impede o processamento de informações e a aprendizagem significativa? Estas são questões que podem nos inquietar continuamente, em nosso dia a dia de sala de aula. Por esse motivo, vamos compreender de que forma se constrói o processo de aprendizagem, amparado nas funções cognitivas do aprendente. Na concepção de Maia (2011), o aprendizado escolar se constitui em um processo que requer prontidões neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, como também os estímulos apropriados. Dessa forma, a criança aprende não somente no ambiente escolar, mas imersa no meio social, que abarca a família e a escola. Este meio social também vai determinar a natureza e a qualidade do aprendizado. Denominamos funções cognitivas o conjunto de funções cerebrais básicas que permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas aos mesmos. Ao mesmo tempo, representam o que muitas vezes chamamos de pensamento, que possibilita o raciocínio e a emoção, atributos que encontram a sua “máxima” expressão na espécie humana (MAIA, 2011). As funções cognitivas são a “[...] expressão do funcionamento do córtex cerebral em estreita relação com diversas estruturas encefálicas subcorticais e aferências sensoriais” (MAIA, 2011, p. 31). Pensando na construção do processo de aprendizagem, vamos refletir: o que acontece na mente de uma criança quando lhe propomos uma atividade? Para Maia (2011), a partir da proposta inicial, um grande processo se inicia, no qual a criança realiza 4 (quatro) grandes etapas cognitivas: 1. Percepção: quando ela recebe a informação e lhe dá significado. 2. Memória: quando a informação é registrada, pelo menos de forma temporária. 3. Funções executivas: quando ela processa a informação, correlacionando-a com materiais já armazenados em sua memória. 4. Funções expressiva: quando a criança dá sua resposta utilizando de alguma forma de comunicação. A seguir, vamos caracterizar cada uma dessa funções cognitivas. A percepção Segundo Lent (2010), a percepção se inicia quando uma forma qualquer de energia incide sobre as interfaces situadas entre o corpo e o ambiente. Os receptores sensoriais são denominados de sentidos: visão, olfato, audição, sensibilidade corporal e gustação. Neste processo, o nosso SNC recebe essas informações provenientes do meio externo, dando-lhe um significado. Diz-se, ainda, que existem receptores específicos — áreas especializadas — para analisar cada uma das modalidades perceptivas, que se setorizam em características específicas do todo a ser analisado. Por exemplo, áreas específicas para análise de cor, movimento e tridimensionalidade se encontram na área cortical-visual, assim como existem o processamento de sons musicais e sons pertencentes a linguagem humana, processados por áreas auditivas específicas (MAIA, 2011). O autor, ainda, destaca que, no caso da aprendizagem, as percepções são multimodais — áreas de integração ou terciárias —, algo especificamente verdadeiro para a leitura e a escrita, em que há constante correlação das formasgráficas identificadas com os sons correspondentes que representam. [...] a análise das formas gráficas “p”, “q”, “d”, “b”, todas são primariamente um semicírculo acoplado a uma haste, pode ser entendida como as letras “pê”, “quê”, “dê” e “bê”, uma vez que se analise a disposição espacial diferenciada desse semicírculo/haste e se correlacione tal representação gráfica com o som correspondente das letras representadas [...] como tais habilidades vão sendo desenvolvidas com a maturação pela idade do SNC e pela experiência e exposição repetida aos estímulos, podemos compreender como as dificuldades no reconhecimento de tais regras são próprias da aquisição de leitura e escrita, mas que podem representar disfunções em nível perceptivo-visual e fonológico, à medida que permanecem após https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com uma etapa esperada de desenvolvimento (MAIA, 2011, p. 34). A sensação e a percepção são o ponto de partida para a pesquisa moderna dos processos mentais. Os cinco órgãos dos sentidos são canais de captação dessas novas informações, mas eles apresentam algumas limitações. Por exemplo, nem todas as frequências sonoras são percebidas pelo nosso sistema auditivo, isto é, nem todos os sons que percebemos, são interpretados pelo nosso encéfalo. Além disso, nossas percepções diferem qualitativamente das propriedades físicas dos estímulos, visto que o sistema nervoso extrai somente determinadas partes da informação de cada estímulo, enquanto ignora outras, e assim interpreta esta informação no contexto das estruturas encefálicas e das experiências prévias. Para saber mais acesse: http://www.sbneurociencia.com.br/drrobertomuller/artigo1.htm Fonte: Sociedade Brasileira de Neurociência (2017). A memória O que é a memória? Compreendida em nossas discussões como a segunda etapa do processo de aprendizagem, a memória corresponde a capacidade do aprendente reter as informações que recebeu do ambiente externo e, também, de acessar informações previamente armazenadas. Brandão (2001) nos retrata que aprendizagem e memória estão imbricadas em um processo contínuo de estágios. O primeiro estágio corresponde a memória de curto prazo , memória de trabalho, uma memória sensorial ou imediata que ocorre em uma fração de segundo, como guardar um número de telefone, por exemplo. Essa memória tem duração pequena — alguns segundos, minutos ou horas — mas por meio da repetição mental do conteúdo da informação pode se converter em memória de longo prazo, , passa a integrar o sistema duradouro de armazenamento. A memória de trabalho, segundo Maia (2011), é uma modalidade mnêmica, temporalmente pequena, mas responsável pelo processamento das informações recebidas pelo meio, em tempo real, como também das informações resgatadas da memória permanente para a execução do raciocínio. Este “exercício” é facilmente percebido em crianças em fase de alfabetização, por exemplo. “Anatomicamente, a memória de trabalho corresponde a um espaço virtual onde múltiplas conexões e integrações são orquestradas sob a ‘batuta’ do lobo frontal, em especial o córtex pré-frontal” (MAIA, 2011, p. 35). Uma disfunção cognitiva que classicamente compromete a memória de trabalho é o TDAH, explicando as grandes dificuldades de organização, planejamento e retenção de informações em pessoas com este distúrbio. Há uma grande demanda de memória de trabalho em tarefa de raciocínio lógico-dedutivo, especialmente na Matemática. Na dislexia, por sua vez, a memória de trabalho especificamente fonológica está deficiente (MAIA, 2011, p. 35). A memória de longo prazo, segundo Brandão (2001), subdivide-se em secundária e terciária. Os eventos que estão armazenados na memória secundária, uma vez localizados pela busca, são trazidos a consciência. Quando em uma conversa, por exemplo, tentamos nos lembrar de um filme que assistimos e está relacionado ao assunto tratado, invocamos a memória secundária. A aprendizagem pode ser vista como um conjunto de comportamentos que viabilizam os processos neurobiológicos e neuropsicológicos da memória. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.sbneurociencia.com.br%2Fdrrobertomuller%2Fartigo1.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE3s6iRLnw8ea8eNwR4SWaghsCXUA Fonte: Lent (2010, p. 650). Na memória secundária, a “leitura periódica” das informações que ali estão armazenadas permite que as informações sejam alteradas, como também novas informações relacionadas à aprendizagem inicial sejam acrescidas ao sistema. Continuando com o exemplo do filme citado anteriormente, ao trazermos para a discussão que estamos estabelecendo, acabamos por acrescentar novos aspectos, novas formas de enxergá-lo, ou seja, a memória foi modificada. Brandão (2001) e Maia (2011) chamam este processo de consolidação , aquilo que é armazenado na memória de longo prazo. E como isso acontece? O hipocampo tria e determina quais informações, dentre as milhares que são processadas pela memória de trabalho, serão permanentemente regidas em nosso córtex cerebral. O hipocampo faz parte do sistema límbico, que é região que regula emoções, estando associado principalmente à memória. O indivíduo não tem autonomia nessa tarefa ou influência consciente sobre o hipocampo para selecionar o que guardar na memória de longo prazo ou, então, esquecer. Contudo algumas características do elemento a ser memorizado apontadas por Maia (2011) merecem ser citadas: • O maior número de vezes que ele é apresentado ao indivíduo. • O maior número de modalidades cognitivas que a informação é apresentada (visuais, auditivas e táteis). • A associação do elemento com aprendizados anteriores. • A associação a estímulos afetivos, que podem ser prazerosos ou dolorosos. No processo de aprendizagem, essas características levam o hipocampo a reconhecer a informação como importante aumentando a chance de convertê-la em memória de longo prazo. A memória permanente é o acúmulo de informações desde os nossos primeiros momentos de vida [...] se não regularmente utilizadas, ou se ficam ‘soltas’ fora de um conjunto significativo de aprendizados, podem imergir na inconsciência e dar o ar de sua graça raramente. Tanto a memória quanto a atenção vão ficando maiores (em termos de duração, quantidade e complexidade), quanto mais amadurecido o sistema nervoso central e mais estimuladas forem (MAIA, 2011, p. 36). Na memória terciária, Brandão (2001) nos salienta, que são armazenadas informações relacionadas ao funcionamento da vida cotidiana, constituindo-se em traços de memórias correspondentes à fala, escrita, atividade motora e outras atividades que se mostram essenciais. A princípio, não existe uma necessidade educacional especial que afete primariamente a capacidade de memorizar (consolidar) de forma genérica da criança ou adolescente, salvo situações adquiridas que lesem a região hipocampal (tumores, traumatismo ou doenças degenerativas). Os transtornos de aprendizado são caracterizados por dificuldades mnemônicas específicas decorrentes de disfunção geneticamente determinadas em áreas cerebrais específicas. Dessa forma, os disléxicos têm dificuldades de memorização fnêmica/fonológica (embora sem alterações em outras áreas de processamento linguístico), os portadores de disgrafia na memória grafêmica e grafofonêmica e os com discalculia na memória para números (MAIA, https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com 2011, p. 36). O CÉREBRO E AS FUNÇÕES COGNITIVAS – “LOBO” CEREBRAL O lobo frontal controla a motricidade, planeja os atos, modula a memória imediata, controla a atenção e organização psicomotora, o afeto, o raciocínio e a personalidade, e ainda é o responsável pela articulação da fala. O lobo parietal registra e interpreta as sensações, imagem docorpo, é responsável pelo reconhecimento tátil de objetos e formas, direcionalidade, leitura — em interface com o logo temporal — , elaboração grafomotora e processamento espacial. O lobo temporal percebe e interpreta o paladar e o olfato, os estímulos auditivos verbais e não verbais, os eventos relacionados à memória e às emoções mais primitivas — saciedade, impulso sexual, impulsos de proteção como fuga ou luta. O lobo occipital percebe e interpreta as sensações visuais. Fonte: Maia (2011). FUNÇÕES COGNITIVAS E APRENDIZADO ESCOLAR: FUNÇÕES EXECUTIVAS E EXPRESSIVAS Continuando as nossas discussões acerca das funções cognitivas e aprendizado escolar, falaremos agora das funções executivas e das funções expressivas. Funções executivas https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Entendemos por funções executivas o conjunto de habilidades que permitem o desempenho de ações voluntárias orientadas para metas, que podem ser intelectuais ou emocionais. São aquelas habilidades que permitem ao aluno iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo final determinado (COSTA; MAIA, 2011). São as funções executivas, caro(a) aluno(a), que nos levam a executar uma série de tarefas simples em nossa rotina, como também tarefas complexas que exijam soluções mais aprofundadas. Quando, em sala de aula, propomos atividades aos nossos alunos, estamos estimulando as suas funções executivas, pois estamos estimulando o seu cérebro e o funcionamento de diversas atividades mentais que otimizem o seu desempenho. Para Costa e Maia (2011, p. 55), “as funções executivas são, portanto, determinantes da capacidade de aprendizagem”. As autoras ainda reforçam que o bom desenvolvimento das funções executivas dependem não somente do amadurecimento cerebral, mas também da assimilação de maneira progressiva das estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas pelo professor. Segundo Morton (2013, p. 4), as funções executivas podem ser divididas em três grandes categorias de competências : autocontrole, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. O autocontrole corresponde a capacidade de o indivíduo resistir a uma tentação, a algo que gostaria de fazer, para poder fazer aquilo que é certo. Essa é uma capacidade que ajuda as crianças a prestar atenção, agir menos impulsivamente e manter a concentração numa tarefa, por exemplo. Ligada às funções executivas, a memória de trabalho busca manter as informações na mente para que elas possam ser manipuladas. Esta é uma habilidade necessária à realização de tarefas cognitivas, como a de estabelecer uma relação entre dois assuntos, fazer cálculos mentais e/ou estabelecer uma ordem de prioridade entre várias tarefas. A flexibilidade cognitiva se volta à capacidade de o indivíduo usar o pensamento criativo e realizar ajustes flexíveis que possibilitem a adaptação às mudanças. Uma habilidade que auxilia as crianças a utilizarem imaginação e criatividade para resolver problemas. O desenvolvimento do potencial máximo das funções executivas é um processo que exige tempo e isso se explica, em parte, pela lentidão do amadurecimento do córtex pré-frontal. As alterações nas funções executivas são aparentes quando as crianças se tornam capazes de manter em mente os objetivos importantes (por exemplo, terminar o dever de casa ao invés de assistir à televisão). Observam-se melhorias nas funções executivas também quando as crianças desenvolvem a capacidade de analisar seu ambiente para decidir qual o plano de ação apropriado (por exemplo, estudar hoje à noite é essencial para a obtenção de uma boa nota no exame do dia seguinte) (MORTON, 2013, p. 4). Percebe, caro(a) aluno(a,) como as funções executivas também refletem um processo de amadurecimento do indivíduo. Este amadurecimento também acontece por meio da aprendizagem. Outrossim, Costa e Maia (2011) nos revelam que é bem possível que crianças com inteligência normal e com problemas com a função executiva tenham baixo rendimento acadêmico, como no caso de crianças com TDAH. Uma das marcas do TDAH é as disfunções executivas. Muitos especialistas, inclusive, consideram ser esta a principal origem desse transtorno. Funções expressivas As funções expressivas são aquelas que se voltam a alguma forma de comunicação. Podemos dizer que a linguagem oral e a linguagem escrita são as principais e/ou mais utilizadas pelos indivíduos. No cérebro, todo o córtex e as estruturas subcorticais trabalham para permitir a linguagem. Neste processo, os sentimentos, desejos e palavras são transformados, sendo que as partes — aspectos verbais, mediados pelo hemisfério dominante — e o todo, que são os aspectos não verbais, mediados pelo hemisfério não dominante, são igualmente importantes para que haja coerência no ato comunicativo (MAIA, 2011). Mas qual a “rota” da linguagem na cabeça dos pequenos? Vamos entender como este https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com processamento acontece. Salienta Maia (2011) que quando tratamos da fala — linguagem oral — tudo começa com as emoções e pensamentos que o emissor deseja verbalizar. Esses sentimentos são carregados de significados que deverão ser traduzidos em palavras apropriadas. Somente, aqui, temos dois processos: o de conceitualização e lexicalização. A palavra, então, é “montada” a partir de seus constituintes fonológicos e “traduzida” em movimentos articulatórios e emissões de ar pelas estruturas fonoarticulatórias — fase chamada de articulação — com a finalidade de serem emitidas palavras em ordem, emotividade e propriedade sociocultural, ou seja, sintaxe, prosódia e pragmatismo, sucessivamente. No caso da leitura e escrita, após o reconhecimento da palavra escrita, os demais processos serão semelhantes ao processamento da percepção da linguagem falada, ou seja, o significado isolado e contextualizado das palavras, a análise sintática, a apreensão do pragmatismo e a prosódia (MAIA, 2011). O cérebro processa a linguagem oral e seu correlato escrito de forma modular, ou seja, apresenta redes específicas para o processamento de níveis hierarquizados, pertinentes a aspectos constitutivos dos sons (nível fonêmico), palavras (nível lexical — léxico fonêmico em relação à palavra falada e léxico ortográfico em relação à palavra escrita) e significados (nível semântico), bem como para o encadeamento das palavras de forma coerente e inteligível (sintaxe), acrescido de aspectos não verbais, como a intencionalidade do ato comunicativo (pragmatismo) e os contornos afetivos de que ela se reveste (prosódia) (MAIA, 2011, p. 37). Complementando o entendimento deste processo, Lent (2010, p. 683) nos aponta que: As modalidades da linguagem envolvem sistemas pareados de expressão e compreensão. Assim, quando a expressão é oral ou vocal (modalidade que chamamos de fala), a compreensão ocorre principalmente pelo sistema auditivo; quando a expressão é gestual, a compreensão é realizada pelo sistema visual. Da mesma forma, quando a expressão é escrita, é o sistema visual que possibilita a leitura. E quando a escrita é Braile, é o sistema somestésico que assume a tarefa. Observamos, assim, que o processo realizado pelo cérebro para que a função expressiva se cumpra, aconteça, é uma atividade complexa e intrínseca. Precisamos enquanto professores compreender este processo esquemático para que assim possamos estimular adequadamente os nossos alunos. Imagine todo esse processo ao trabalharmos a leitura e escrita, por exemplo? Sem sombra de dúvidas, muitas das dificuldades de aprendizagem podem ser mapeadas ao compreendermos as funções cognitivas. Vale ressaltar ainda, conforme Maia (2011), que dificuldades de atenção e execução podem atrapalhar esse processo, por exemplo, indivíduos com TDAH podem ler todo um texto, sem problemáticas de articulação e fluência, mas é comum ao final quando perguntadossobre o que entenderam, de nada lembrarem. São muitos outros desdobramentos que envolvem as funções cognitivas, caro(a) aluno(a). O nosso material não esgota as discussões sobre o assunto, assim, recomendo que você continue as suas pesquisas, explore o tema. Existem materiais fantásticos para pesquisa sobre o assunto ao explorarmos o campo da neurociência. Por exemplo, o uso de técnicas de imagem funcional para as áreas cerebrais a fim de compreender as regiões impactadas ao ouvir, ler, falar ou imaginar palavras, como outras tantas pesquisas. Não pare por aqui suas pesquisas sobre este assunto! Aprofunde os seus conhecimentos! https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Vimos em nossos estudos que uma das vertentes dos estudos em Neurociência se volta a suscitar o entendimento da aprendizagem e do funcionamento do cérebro, nas mais variadas formas de construção do conhecimento, trazendo à tona elementos que favorecem ou dificultam a aprendizagem. Sobre a neurociência, assinale V para verdadeiro e F para falso nas sentenças a seguir e, depois, marque a alternativa correta. ( ) A neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência. ( ) A neurociência no traz os estudos e discussões acerca dos processos que permitem ações, comportamentos. ( ) A tarefa das neurociências está em explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, focando unicamente na função celular. ( ) Há modos diferentes de classificar as neurociências de acordo com os níveis de abordagem a que se propõe a investigação que se deseja realizar. ( ) Na neurociência cognitiva, estão concentrados os estudos que se valem das questões de aprendizagem, ensino, didática e o universo de sala de aula. a) V, V, F, V, F. b) F, F, V, V, V. c) V, V, V, V, V. d) F, V, V, F, V. e) V, V, F, V, V. 2. Sabemos que o sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). Analise as afirmações, a seguir, acerca do sistema nervoso e, depois, assinale a alternativa correta. I - No sistema nervoso central (SNC), estão os músculos voluntários e as informações periféricas, como sensibilidades e sentidos. II - No SNC, estão as partes situadas dentro do crânio e da coluna vertebral, encéfalo e medula espinhal. III - O sistema nervoso periférico (SNP) coloca o SNC em contato com os órgãos efetores. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial IV - No sistema nervoso central (SNC), está a maior parte das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que estabelecem entre si. V - O sistema nervoso autônomo (SNA) é composto por estruturas centrais e periféricas relacionadas apenas ao controle involuntário das funções orgânicas. Está correto SOMENTE o que se afirma em: a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) I, III, IV e V. e) II, III IV e V. 3. As funções cognitivas são as funções cerebrais básicas que permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas aos mesmos. Analise as afirmações a seguir: "[...] o significado dado a informação quando ela é recebida pelo cérebro"; "[...] registro da informação, mesmo que de forma temporária". Os trechos apresentados correspondem, respectivamente, a quais funções cognitivas? Assinale a alternativa correta. a) Linguagem e expressão. b) Executivas e expressivas. c) Percepção e memória. d) Armazenamento e inteligência. e) Leitura e aprendizagem. 4. Considerando o que foi estudado sobre as funções executivas e expressivas, relacione as sentenças apresentadas à função cognitiva a que pertence, sendo (1) para função executiva e (2) para função cognitiva. Depois, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Conjunto de habilidades que permitem o desempenho de ações voluntárias orientadas para metas. ( ) Permitem ao aluno iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo final determinado. ( ) São funções que se voltam a alguma forma de comunicação. ( ) Uma de suas funções é o autocontrole, que corresponde a capacidade de o indivíduo resistir a uma tentação, a algo que gostaria de fazer, para poder fazer aquilo que é certo. ( ) Envolvem sistemas pareados de expressão e compreensão, podendo se materializar em formas de linguagem como a oral e a escrita. a) 2,2,1,1,2. b) 1,1,1,1,2. c) 1,2,2,2,1. d) 1,1, 2,1,2. e) 1,2,1,1,2. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste encontro, pudemos conhecer aspectos voltados à neurociência e ao desenvolvimento da aprendizagem. Tivemos a oportunidade de estudar elementos da neurociência, em sua vertente relacionada ao comportamento humano. Também pudemos conhecer os aspectos básicos da estrutura do sistema nervoso central que se relacionam com a aprendizagem, tais como as funções cognitivas, que podem ser subdivididas em pensamento e emoção, motricidade e equilíbrio, sensibilidades, sentidos e controle do meio interno, como respiração, circulação, liberação hormonal. Fizemos discussões que trouxeram à tona estes elementos, sempre, voltando-nos à aprendizagem do indivíduo. Assim, aprendemos sobre as principais funções cognitivas e a sua relação com o cérebro, conjecturando sobre a integração entre prática pedagógica e neurologia da aprendizagem. Assim, voltamo-nos a tratar sobre a importância de o professor, o pedagogo e o psicopedagogo aprenderem e se apropriarem do conhecimento a respeito do sistema nervoso central, em especial sobre o cérebro. Pudemos ainda constatar que o aprendizado escolar se constitui em um processo que requer prontidões neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, como também os estímulos apropriados. E que as funções cognitivas permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas, possibilitando o raciocínio e a emoção. Falando em funções cognitivas, pudemos estudá-las como um grande processo que se realiza em quatro etapas: percepção, memória, funções executivas e funções expressivas. Espero que este material tenha lhe ajudado, caro(a) aluno(a), a tecer reflexões sobre os elementos da neurociência que se voltam ao processo de aprendizagem e, principalmente, a refletir sobre práticas pedagógicas que podem ser desenvolvidas e aplicadas ao cotidiano escolar, propiciando o desenvolvimento adequado de nossos alunos. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web KANDEL - EM BUSCA DA MEMÓRIA Mostra-nos com profundidade as realizações ao longo da vida e as reflexões de um homem, que acabou por ser muito maior do que a soma de todas as suas partes, por isso considerado um dos pesquisadores da memória mais importante do século XXI. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicialhttps://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=afZ5MFc2whE https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W. Neurociências : Desvendando o Sistema Nervoso. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. BRANDÃO, M. L. As bases biológicas do comportamento : introdução à neurociência. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2004. BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia : as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2001. COSTA, C. R. C. M; MAIA, H. Funções executivas. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. GAZZANIGA, Michael S.; IVRY, Richard, MANGUN, George R. ; tradução de Angelica Rosat Consiglio. Neurociência cognitiva : a biologia da mente. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.p. 20-37. KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H.; JESSELL,Thomas M. Princípios da neurociência . 4.ed. Barueri - SP: Manole, 2003.p. 5-17 LENT, Roberto. Fundamentos da Neurociência. In LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios : conceitos fundamentais de neurociência São Paulo: Atheneu, 2010. LÉO, M. F. G. Neurociência e Educação. Monografia . Universidade Candido Mendes. Niterói: Projeto A vez do Mestre, 2010. MAIA, H.; THOMPSON, R. Cérebro e aprendizagem. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. MAIA, H. Funções cognitivas e aprendizado escolar. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. THOMPSON, R. O cérebro : uma introdução à Neurociência. São Paulo: Santos Editora, 2005. REFERÊNCIAS ON-LINE MORTON, J. B. Funções Executivas . Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. CEECD/SKC-ECD. 2013. Disponível em: http://www.enciclopedia-crianca.com/funcoes-executivas/tema-completo . Acesso em 24/03/2017. RELVAS, M. P. Estudos da Neurociência aplicada à aprendizagem . 2016. Disponível em: http://www.martarelvas.com.br/rj/rio-de- janeiro/tijuca/marta-relvas-palestrante/neurociencia-na-aprendizagem . Acesso em 24/03/2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Ffuncoes-executivas%2Ftema-completo&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEBZ78xJfBPk3BCnh_VoiD0FwwVtw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuw https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Abordaremos, aqui, as funções executivas e o universo de sala de aula. Em material publicado na Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância, Clancy Blair, PhD em NYU Steinhard, EUA, trata sobre as funções executiva na sala de aula. Este é um rico material que merece ser visitado e explorado, pois pode auxiliar muito o professor que trabalha com a Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, principalmente. Também podem se valer deste material pedagogos, psicopedagogos e demais profissionais e pesquisadores da Educação e processos de aprendizagem. Segundo Blair (2013), em um nível mais refinado, as funções executivas, tal como têm sido estudadas nas publicações sobre o desenvolvimento cognitivo, têm sido vinculadas às habilidades específicas de processamento de informações inter-relacionadas que permitem a resolução de informações conflitantes, como: As funções executivas despertam um interesse cada vez maior para os pesquisadores do desenvolvimento infantil como um indicador geral da saúde e do bem-estar da criança e, específico, de autorregulação. O grau de capacidade que as crianças mais jovens demonstram para poder resolver adequadamente informações conflitantes e inibir respostas automáticas quando necessário é visto como um indicador da capacidade de reflexão e da habilidade para direcionar o comportamento, utilizando um raciocínio voltado para o futuro. Essas habilidades devem, por sua vez, levar a um comportamento bem regulado e aumentar a adaptação a uma variedade de contextos (BLAIR, 2013). A autora ainda destaca que existem várias questões relevantes para o estudo das funções executivas em crianças. A evidência indica que as funções executivas são importantes para a prontidão no trabalho escolar e que elas representam um aspecto central de autorregulação na criança, existem questões fundamentais relacionadas à identificação das influências relevantes no https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial desenvolvimento das funções executivas e em sua maleabilidade. Quanto aos resultados, estudos recentes proporcionam perspectivas valiosas sobre o desenvolvimento das funções executivas na primeira infância. Várias medidas de avaliação apropriadas para uso longitudinal com crianças a partir dos 30 meses de idade foram desenvolvidas e estão sendo validadas. Entre elas, encontram-se uma versão da tarefa Dimensional Change Card Sort (DCCS), apropriada para uso longitudinal, e uma avaliação conhecida como Shape School . De forma semelhante, desenvolveu-se uma bateria de tarefas inovadoras com diferentes tarefas designadas para medir a memória de trabalho, o controle inibitório e a flexibilidade de atenção (BLAIR, 2013). Vários estudos, utilizando diversos tipos de medidas, demonstraram associações de nível moderado a alto entre a capacidade de função executiva e o desempenho escolar nos primeiros graus do Ensino Fundamental. Mais importante ainda, essas associações foram observadas no controle de inteligência geral ou na verificação de indicadores do desempenho nos primeiros anos de vida, ou em ambos os casos. Na verdade, as avaliações das funções executivas atenuaram substancialmente ou levaram inteiramente em conta a variação dos resultados associados às avaliações da inteligência geral e da habilidade escolar nos primeiros anos de vida (BLAIR, 2013). A demonstração das relações entre as experiências nos primeiros anos de vida e as funções executivas bem como entre as funções executivas e os resultados socioemocionais e escolares deu origem a estudos de intervenção, analisando as funções executivas como um alvo potencial dos esforços para promover a competência socioemocional e escolar em crianças com um risco elevado de insucesso escolar. As constatações desses estudos são, geralmente, positivas, sugerindo ou indicando que as mudanças relacionadas ao programa em funções executivas servem até certo ponto de mediadores para os efeitos do programa em resultados escolares e comportamentais (BLAIR, 2013). Em geral, as publicações específicas sobre o construto indicam que as funções executivas podem ser medidas de forma confiável e válida na primeira infância e que as avaliações da habilidade das funções executivas estão significativamente relacionadas a múltiplos aspectos do desenvolvimento infantil, incluindo os resultados socioemocionais e escolares (BLAIR, 2013). Dessa forma, os estudos realizados tendem a confirmar que o desenvolvimento das funções executivas é um indicador central das capacidades de prontidão para o trabalho escolar. Além disso, os estudos sugerem que os déficits das funçõesexecutivas iniciais podem ser indicadores sensíveis de risco de dificuldades de aprendizado e, talvez, do risco de desenvolvimento precoce de psicopatologia (BLAIR, 2013). Pense e se aprofunde sobre o assunto, caro(a) aluno(a). Pude trazer, neste momento, apenas alguns recortes a respeito das funções executivas. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Referências BLAIR, C. As Funções Executivas na Sala de Aula. 2013. Disponível em: http://www.enciclopedia- crianca.com/sites/default/files/textes-experts/pt-pt/2474/as-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf . Acesso em: 31 maio 2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2474%2Fas-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFaI2glS-Hh2dbb4nxlAuK-b1h1Qg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2474%2Fas-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFaI2glS-Hh2dbb4nxlAuK-b1h1Qg https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da; Neurodidática . Patrícia Rodrigues da Silva; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Neurodidática. 2. Neurociência. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial Página inicial REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Professora: Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Estudar o processo de desenvolvimento da criança. • Compreender a influência do ambiente no processo de desenvolvimento e aprendizagem. • Conhecer as concepções principais de Vygotsky e Piaget voltadas ao desenvolvimento e à aprendizagem. • Conhecer as concepções principais de Piaget voltadas ao desenvolvimento e à aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Conceitos básicos sobre aprendizagem e desenvolvimento humano • O ambiente e as habilidades sociais • A abordagem histórico-cultural de Lev Vygotsky • Piaget, o desenvolvimento humano e a aprendizagem Introdução Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a)! Neste momento do nosso estudo, vamos conhecer algumas reflexões teóricas a respeito do desenvolvimento da criança. Trabalharemos conteúdos, pautando-nos em referenciais de autores que se voltam a esclarecer como acontecem os processos de desenvolvimento e aprendizagem de nossos pequenos. Começaremos refletindo sobre os conceitos básicos em torno do ato de educar. O intuito neste início de conteúdo é que possamos fazer uma reflexão sobre os desdobramentos da educação e formação da criança para além dos muros escolares. Assim sendo, são elementos vivos deste processo pais, familiares, professores e todos os outros indivíduos que convivem e, consequentemente, influenciam na formação da criança. Trabalharemos de forma que a criança seja percebida como protagonista do processo de ensino aprendizagem, considerando para isso as suas individualidades, fases de desenvolvimento e contexto em que vive. Também falaremos sobre o processo de maturação da criança e do desenvolvimento de habilidades sociais na infância, entendendo que a criança transita por um território de contínua transformação, e que só aumenta na medida em que ela ingressa em novos grupos sociais, com novos desafios de socialização e relações. Como a nossa linha de estudos está amparada na vertente da neurociência cognitiva, ao falarmos das teorias de desenvolvimento e aprendizagem, minha opção foi em tratarmos de aspectos-chave das abordagens Lev Vygotsky e Jean Piaget, por entender que a ênfase de suas teorias está no cognitivismo e no conhecimento construído. Esclareço, caro(a) aluno(a), que existem outras correntes teóricas sobre aprendizagem e desenvolvimento humano que aqui não serão tratadas, mas que você poderá pesquisar para enriquecer ainda mais o seu rol de conhecimento. Não devemos deixar que a nossa busca pelo conhecimento se esgote nessas páginas de nosso material. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com Boa leitura, boas reflexões! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 Página inicial CONCEITOS BÁSICOS SOBRE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos. Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação […]. Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na Educação, em qualquer um deles. A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo […]. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente. A Educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades. Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver. Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem. Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos — mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore […] ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentrohttps://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio (ALVES, 2015, p. 1). E assim começamos as nossas discussões acerca da aprendizagem e do desenvolvimento humano. O poeta e professor Rubem Alves nos traz em suas palavras a grande riqueza que existe no papel de educar um ser humano. Por meio de uma reflexão e avaliação profunda de seu texto, vemo-nos imersos em um processo no qual somos os responsáveis em mudar a vida de um ser humano. É isso que acontece quando falamos da aprendizagem, quando falamos do ensinar. Ensinamos enquanto pais, tios, tias, irmãos, irmãs, professores, avós, enquanto seres humanos que convivem em sociedade. Mas quando tratamos dos seres incríveis que são as crianças, a nossa responsabilidade aumenta ainda mais, pois nos vemos envoltos por um processo de descobertas, como disse Rubem Alves “[...] mostrar a vida a quem ainda não viu”. E assim, caro(a) aluno(a), iniciaremos a tratativa sobre algumas concepções da aprendizagem e desenvolvimento humano. Vamos lá! Aprendizagem e desenvolvimento humano Para estudar os processos de aprendizagem e desenvolvimento humano dentro de nosso material, vamos nos amparar nas contribuições da vertente de Análise de Comportamento. Compreenderemos alguns dos aspectos mais importantes deste cenário de descobertas no qual se encontra a criança nos primeiros anos de vida. Podemos tratar a aprendizagem como um novo comportamento manifestado no indivíduo, que foi estimulado por uma experiência, treino, orientação etc., que o levará à construção de novos significados, de novas estruturas cognitivas, à resolução de problemas e tantos outros comportamentos. O professor José Carlos Libâneo (2013, p. 81) nos traz que “qualquer atividade humana praticada no ambiente em que vivemos pode levar a uma aprendizagem”. Assim sendo, aprendemos desde o momento em que nascemos e ao longo de toda a nossa vida. Como o nosso foco aqui é a criança, vamos pensar um pouco mais em seu processo de descobertas e, consequentemente, aprendizagem. A atenção e o contato físico com o bebê nos primeiros momentos de vida, seguido das demonstrações e interações realizadas durante a infância, tais como o conversar, cantar e sorrir. O modo como os pais e conviventes com a criança se comportam nas mais diversas situações, são modelos de comportamento que repercutem diretamente no desenvolvimento da competência social dos indivíduos. Fonte: Bee (1997). Uma criança pequena aprende de várias formas, ela aprende ao distinguir barulhos, aprende manipulando brinquedos, aprende ouvindo as pessoas a sua volta, aprende com adultos, aprende com outras crianças. Um fator determinante, neste processo, é que tenhamos em mente enquanto formadores dessa criança, que somos estimuladores do processo de aprendizagem. E quando falo “somos”, chamo a atenção para a conscientização que precisa existir para os pais, familiares e todos os outros que convivem com a criança em seu meio familiar e social. Para pensar o contexto da aprendizagem dentro e fora da escola, vamos nos atentar as duas formas apresentadas por Libâneo (2013): https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com • Aprendizagem causal : é espontânea, surge naturalmente da interação entre as pessoas e com o ambiente em que vivem, em que estão inseridas. Aqui, podemos pensar nos impactos da convivência social, da observação de objetos, acontecimentos e comportamentos, do contato com meios de comunicação, leituras, conversas, pois todos esses elementos contribuem para a aquisição de conhecimento e formação de atitudes e convicções. • Aprendizagem organizada : se orienta por uma finalidade específica, como aprender determinados conhecimentos, habilidades, normas etc. Essa aprendizagem pode ocorrer em vários lugares, mas é na escola que ela acontece em maior proporção, por ser neste espaço que se organizam as condições específicas para transmissão de conhecimentos e habilidades, uma tarefa específica do ensino. Sobre os níveis de aprendizagem, o professor Libâneo (2013) nos aponta que esquematicamente existem dois níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. O nível reflexo está relacionado às sensações do indivíduo pelas quais são desenvolvidos processos de observação e percepção das coisas e noções motoras físicas no ambiente. São aprendizagens responsáveis pela formação de hábitos sensorimotores e que predominam na fase inicial de desenvolvimento da criança. São exemplos: agarrar objetos, distinguir cores, formas e sons, andar, dentre outros. Vale enfatizar que muitos desses hábitos acontecem de forma automática e inconsciente, caracterizando-se como um nível de aprendizagem contínua que ocorre ao longo de toda a vida. O nível cognitivo é descrito por Libâneo (2013, p. 84), como aquele relacionado à “aprendizagem de determinados conhecimentos e operações mentais, caracterizada pela apreensão consciente, compreensão e generalização das propriedades e relações essenciais da realidade”. Acrescenta-se, ainda, que nesse nível de aprendizagem os indivíduos aprendem tanto com o contato direto com as coisas no ambiente como também com as palavras que designam as coisas e os fenômenos do ambiente. Aqui, destaca-se a linguagem, como instrumento que gera condição para a aprendizagem. Vemos, assim, que a Educação é um processo de busca de saber que acontece ao longo de toda a vida do indivíduo. Se a Educação é um processo contínuo de busca de um saber ampliado e aprofundado, de um viver inteiro, é preciso que os indivíduos estejam inteiros nesta busca. Ao lado da razão, a imaginação, os sentimentos, os sentidos são instrumentos de atuação na realidade e criação de saberes e valores. O bom ensino será, então, estimulador do desenvolvimento desses instrumentos/capacidades (RIOS, 2006, p. 61). Vemos, assim, que a Educação está imbricada em um processo no qual professores e alunos atuam juntos em um processo de transformação e descobertas. Em uma perspectiva das teorias do desenvolvimento, Valle e Garnica (2009) nos apontam que a questão da socialização e da importância de interações e relações sociais é enfatizada enquanto fator promotor de saúde mental e de desenvolvimento. Estudo do comportamento controlado por estímulos Textuais Conhecer como estímulos textuais influenciam o comportamento subsequente do leitor é de grande interesse de maneira geral, uma vez que uma das práticas bem-estabelecidas em nossa cultura é a utilização de texto como forma de interferir e modificar o comportamento do leitor. São exemplos dessas práticas a utilização: (a) de histórias infantis com a finalidade de estabelecer em crianças comportamentos ético e moral importantes para a cultura; (b) de códigos que regem condutas e regulam relações, como o Estatuto da Criança e do Adolescente ou o Código Nacional de Trânsito; (c) de livros didáticos no ensino sistematizado; ou mesmo de (d) panfletos informativos em campanhas de saúde, por exemplo. Fonte: Almeida, Battaglini e Verdu (2009). https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com O AMBIENTE E AS HABILIDADES SOCIAIS Sabemos que o processo de desenvolvimento da criança é um processo contínuo que se intensifica na medida em que ela se insere nos grupos sociais. Agora, falaremos um pouco mais sobre o processo de maturação da criança e do desenvolvimento de habilidades sociais na infância. Influências do ambiente no processo de maturação e o desenvolvimento dehabilidades sociais Para Hartup e Rubin (1986), o desenvolvimento infantil depende de relacionamentos do tipo vertical e do tipo horizontal. Os relacionamentos do tipo vertical envolverão o apego com pessoas de maior poder, enquanto os do tipo horizontal, experiências com indivíduos da mesma idade e igual “poder social”. Dentro dessa perspectiva dos autores, vemos que relacionamentos do tipo vertical asseguram a sobrevivência, segurança e proteção, e os relacionamentos do tipo horizontal criam oportunidade de cooperação, competição e intimidade. Em um ambiente educacional como a sala de aula, nessa perspectiva do desenvolvimento infantil, observamos os dois tipos de relacionamentos: com o professor (vertical) e com os colegas de sala (horizontal). É neste ínterim que o professor se torna elemento fundamental do desenvolvimento da criança, utilizando práticas e recursos didático-pedagógicos direcionados ao processo de aprendizagem. Paralelamente, os pais e outras pessoas que convivem diretamente com a criança fora da escola, também, atuam diretamente neste processo. Pensando no processo de desenvolvimento da criança fora “dos muros da escola”, de que forma professores, pedagogos e gestores escolares podem contribuir e auxiliar os pais sobre a influência do ambiente no processo de desenvolvimento da criança? https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Como vimos os processos de interação e socialização são fundamentais. Os autores Valle e Garnica (2009) nos dizem que o processo de socialização pode ser o definidor das etapas formativas do indivíduo. Podemos, então, considerar que o sucesso das etapas formativas do indivíduo depende, primordialmente, do processo de socialização. Esse processo ocorre inicialmente no contato com os pais, em que a criança aprende habilidades motoras, linguísticas e afetivas, necessárias para a orientação em seu ambiente físico e social (VALLE, GARNICA, 2009, p. 50). Ou seja, observamos que a criança transita por um território de contínua transformação, e que só aumenta na medida em que ela ingressa em novos grupos sociais, com novos desafios de socialização e relações. Mesmo, assim, vale destacar, caro(a) aluno(a), que este processo é necessário e imprescindível ao desenvolvimento humano. [...] as relações sociais com os companheiros da escola passam a ser imprescindíveis ao desenvolvimento humano, ao comportamento e à saúde da criança, com possibilidades de interação completamente novas e, com isso, a desejável ampliação das habilidades sociais (VALLE; GARNICA, 2009, p. 50). Complemento dizendo que as relações familiares também influenciam neste processo. Assim, podemos dizer que os indivíduos se desenvolvem e consequentemente aprendem influenciados fortemente por dois fatores: intrapessoais e situacionais. Os intrapessoais são aqueles fatores internos e individuais, por exemplo: idade mental, maturidade emocional, fatores genéticos, histórias de vida, inteligência, personalidade, temperamento etc. Já os fatores situacionais são aqueles do contexto social e familiar. No contexto escolar, por exemplo, a interação com os pares e o professor, promove a socialização. Esses aspectos são muito importantes, caro(a) aluno, pois possibilitam a capacidade da criança, do indivíduo de estabelecer vínculos, de pertencimento, e a construir a sua identidade. Assim, os reflexos no processo de aprendizagem e desenvolvimento são claros. Os problemas de comportamento seriam considerados como excessos ou déficits comportamentais que dificultariam o acesso da criança a novas contingências relevantes de aprendizagem, promotoras do desenvolvimento. Fonte: Valle e Garnica (2009, p. 50). Quando pensamos em instrumentos de avaliação de habilidades sociais em crianças, Valle e Garnica (2009) salientam que a maioria desses instrumentos precisam ser planejados para aplicação junto a pais e professores, visto que esses são os informantes mais qualificados para este processo. Mesmo sendo ainda raros os instrumentos de autoavaliação nesta etapa do desenvolvimento, esses podem ser utilizados como uma oportunidade de compreender a percepção que a criança tem de si, amadurecendo por exemplo, a importância que deve ser dada a qualidade das relações estabelecidas com os demais. Um exemplo de cenário de avaliação e estímulo das habilidades sociais pode acontecer tanto dentro como fora da escola. Familiares podem observar a criança enquanto ela brinca e interage com outras crianças ou até mesmo com os seus próprios brinquedos. O tratamento dados a bonecas e bonecos, por exemplo, o diálogo estabelecido, os comportamentos manifestados. A atenção neste momento é fundamental para que sejam realizadas intervenções pontuais e orientadas que contribuam para o processo de formação desse indivíduo. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Na escola, professores se voltam a desenvolver práticas pedagógicas que além de permitir a avaliação das habilidades sociais já existentes nos alunos, podem estimulá-las. Os jogos e as brincadeiras, por exemplo, são uma forma de trabalhar as habilidades sociais. Um exemplo de atividade pode ser a de percepção do outro. O professor propõe que os pequenos se olhem e por meio deste contato visual tenham a consciência de si e do outro e para isso pode ir propondo desafios, como: qual a cor do cabelo, qual a cor dos olhos, o que há de similar comigo? O que há de diferente? etc. Podem ser exploradas ainda a emoção: o coleguinha está triste ou feliz? Como você está? Triste ou feliz? etc. Ainda, brincadeiras como “Cirandinha e Cabo de Guerra” estimulam o trabalho em equipe e o instinto de cooperação, habilidades sociais muito requeridas ao ser humano adulto. Desde que as atividades sejam previamente planejadas e estruturadas, caro(a) aluno(a), o professor pode utilizar a sua criatividade e implementar uma série de atividades que se voltem a estimular as habilidades sociais. Brincar proporciona o desenvolvimento da identidade e da autonomia, a socialização, o contato com regras sociais, possibilidades de escolhas, resolução de situações problemas e o desenvolvimento da imaginação através das brincadeiras de faz-de-conta, do jogo simbólico, representativo ou imaginário. Por isso, o brincar de faz-de-conta na Educação Infantil é importante, pois por consequência dessas brincadeiras originam-se todas as outras formas de brincar (BARBOZA; VOLPINI, 2015, p. 2). Complementando essa percepção, podemos dizer que as brincadeiras são métodos vivenciais que, de maneira estruturada, proporcionam a análise e intervenção sobre o desempenho social da criança, podendo o mediador desse processo — professor, familiares etc. — direcionar e orientar o indivíduo em seu desenvolvimento e aprendizagem. Reforçam Valle e Garnica (2009) que as brincadeiras são metodologias vivenciais que viabilizam, em um contexto terapêutico e educativo, que a criança desempenhe comportamento sociais relevantes para a intervenção do facilitador, por meio de procedimentos cognitivos comportamentais de instrução, modelagem, feedback , reforçamento, por exemplo. Vemos, assim, que se trata de um contexto de interação, de intervenção no qual o conceito de convivência emerge na medida em que a convivência em grupo se estrutura no cotidiano da criança. Em casa ou na escola. O ambiente torna-se força propulsora de seu desenvolvimento e influencia diretamente na forma como a sua identidade e personalidade vai sendo construída. Quando falamos em desenvolvimento afetivo, social e físico de crianças de pouca idade, vale destacar que estes gerarão impacto direto no desenvolvimento dessas crianças e influenciarão na pessoa adulta que essas se tornarão. Assim sendo, é importante investir nos pequenos para assim otimizar o seu futuro. Pesquisas em neurologia, por exemplo, mostram-nos que sendoa primeira infância um período intenso para o desenvolvimento cerebral, é importante que as experiências realizadas com as crianças nessa fase tenham especial atenção, pois influenciarão em seu desenvolvimento, cognitivo, físico, emocional e social Disponível em: http://www.enciclopedia-crianca.com/importancia-do-de-senvolvimento-infantil . Acesso em: 01/04/2017. Fonte: adaptado de Enciclopédia da Criança. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fimportancia-do-de-senvolvimento-infantil&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFat85T_ePagtZIuOnpVxO92eN71Q A ABORDAGEM HISTÓRICO- CULTURAL DE LEV VYGOTSKY Neste momento, vamos tratar de alguns pontos essenciais do processo de desenvolvimento na perspectiva de Lev Vygotsky. Teoria Histórico Cultural - Vygotsky Lev Vygotsky desenvolveu por meio de seu trabalho e de seus colaboradores a abordagem histórico cultural. Essa abordagem entende que o desenvolvimento psíquico do ser humano se constitui por meio de suas relações sociais. Assim sendo, enfatiza-se, nessa linha teórica, o papel dominante que detém a experiência social na aprendizagem e desenvolvimento de comportamentos nos indivíduos. Para Vygotsky (1998), o desenvolvimento se caracteriza e ocorre por intermédio de transformações qualitativas complexas e determinadas por condições sociais nas quais a atividade humana acontece. Assim, o indivíduo não é um elemento passivo à ação do ambiente, mas interage sobre ele, transforma-o e dá origem a condições únicas, de caráter essencialmente histórico e cultural. A função psicológica, então, aparece em dois níveis ao longo do processo de desenvolvimento da criança: primeiro como categoria interpsicológica, entre pessoas; depois, como categoria intrapsicológica, dentro da criança. É um processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente. Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. O termo que ele utiliza em russo ( obuchenie ) significa algo como “processo de ensino aprendizagem”, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas (OLIVEIRA, 2010, p. 57). https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Assim sendo, na perspectiva vygotskyana o ambiente é que atua sobre o indivíduo e influencia em seu processo de aprendizagem, ou seja, quando a criança está em contato e interação com o adulto, compartilha com ele os modos de fazer, pensar e expressar, atribuindo-lhes significados construídos no decorrer da história e transmitido de geração em geração. Algo muito comum no desenvolvimento de comportamentos no ambiente familiar, por exemplo. Nesse contexto, Vygotsky destaca a importância da linguagem, por possibilitar a interação do indivíduo com o ambiente e, assim, o desenvolvimento de seus processos mentais superiores. Ou seja, ele desenvolve a sua capacidade, realizando “movimentos” de reflexão entre passado, presente e futuro (VYGOTSKY, 1998), e com isso também se desenvolve e evolui socialmente. Podemos dizer então, caro(a) aluno(a), que a perspectiva histórico-cultural demonstra um enfoque para as relações interindividuais no desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo. Neste ínterim, Vygotsky (1998) salienta a necessidade de distinguir dois níveis de desenvolvimento: o nível real e o nível potencial. 1. Nível de desenvolvimento real : aquele já plenamente atingido pela criança, identificado ao verificarmos o seu desempenho em tarefas realizadas sem a ajuda de outra pessoa, independentemente da imitação. Quando a criança aprende a andar ou ir ao banheiro sozinha, por exemplo. 2. Nível de desenvolvimento potencial : aquilo que a criança é capaz de fazer com o auxílio de outra pessoa mais desenvolvida, que possa orientá-la por meio de exemplos e demonstrações. Quando estimulamos uma criança a se levantar e andar, demonstrando a ela como se faz, por exemplo. Vygotsky (1998) ainda nos traz a zona de desenvolvimento proximal , caracterizada como a distância entre os níveis de desenvolvimento real e potencial. Assim, é importante que nós professores estejamos atentos e utilizemos instrumentos e práticas adequados para contribuir com o desenvolvimento da criança. Por exemplo, duas crianças com o mesmo nível de desenvolvimento real podem ter níveis de desenvolvimento potencial bem diferentes, sendo necessário, assim, estímulos diferentes ao seu desenvolvimento. Os jogos e brincadeiras são atividades muito ricas e que auxiliam neste processo. Conhecimento e aprendizagem caminham juntos e em uma inter-relação contínua, de forma que um impulsiona o outro. Tanto em casa como na escola, os jogos e as brincadeiras podem provocar conhecimentos novos e desenvolver habilidades essenciais à criança e ao seu processo de desenvolvimento. O brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento proximal, que é por ele definida como a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1998, p. 112). Quando uma criança brinca, ela começa a aprender. É neste momento que se iniciam os processos de imaginação ativa, de percepção de si e do outro e, consequentemente, da apropriação das funções sociais e normas de comportamento, principalmente pela possiblidade de interação entre os pares em uma situação imaginária, mas de perspectiva concreta. Tanto no ambiente familiar quanto na escola, observar a criança, enquanto ela brinca, nos traz muitas respostas quanto ao seu nível de desenvolvimento e processo de aprendizagem. Sob o enfoque histórico-cultural de Vygotsky, grande ênfase é dada as relações interindividuais justamente por ter como ideia central de que o desenvolvimento e a aprendizagem acontecem por influência do meio em que a criança se insere. Nessa abordagem, Rego (2002) nos traz que o sujeito (em nossas discussões, a criança) é um ser ativo em sua relação com o mundo, sendo influenciado e influenciando-o continuamente. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com PIAGET, O DESENVOLVIMENTO HUMANO E A APRENDIZAGEM Neste momento, caro(a) aluno(a), vamos conhecer alguns dos aspectos sobre o desenvolvimento humano, agora nos pautando nos estudos de Jean Piaget e as suas preocupações sobre como se constrói a estrutura cognitiva do indivíduo. O processo de desenvolvimento e aprendizagem na perspectiva de Jean Piaget O desenvolvimento humano é rico e diversificado, não existindo, neste processo, momentos de ruptura radical. Mesmo sendo essa uma concepção válida, Piaget organizou o desenvolvimento humano em fases, cada qual com as suas características. A preocupação de Piaget estava no estudo do desenvolvimento cognitivo, ou seja, em como os indivíduos conhecem o mundo exterior e com ele se relacionam. Como um indivíduo passa de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento? Segundo Piletti (2004), o desenvolvimento humano, na perspectiva de Piaget, dá-se em um processo de equilibração constante, por meio da construção de variáveis que visam à adaptação do indivíduo ao mundo exterior, pela assimilação e acomodação. Este processo acontece em 4 (quatro) períodos de desenvolvimento mental, que serão apresentadosno quadro a seguir. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Quadro 1 - Fases do desenvolvimento humano na concepção de Piaget Fonte: Piletti (2004, p. 210). Conhecidas as fases de desenvolvimento, vamos entender a aprendizagem na concepção de Piaget. Podemos dizer que a teoria da equilibração se constitui na espinha dorsal do pensamento de Piaget. Segundo Fontana e Cruz (1997), na concepção de Piaget, o processo de desenvolvimento humano está ligado e depende de fatores como maturação, experiência adquirida do indivíduo em contato com o meio e o processo de autorregulação, então nomeado de equilibração. A equilibração, na perspectiva de Piaget, traduz-se na adaptação do indivíduo em relação ao meio. Esse equilíbrio aconteceria na medida em que ocorre um processo de assimilação do objeto pelo sujeito, levando-o à adaptação. A assimilação corresponde a um processo cognitivo, [...] uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação (PIAGET, 1996, p. 13). Para compreendermos melhor, caro(a) aluno(a), vamos a um exemplo. Suponha que uma criança está aprendendo a reconhecer animais, e até o momento o único animal que ela conhece é o cachorro — está organizado esquematicamente em sua mente. Vamos apresentar a esta criança um outro animal, um elefante — tem estrutura semelhante — e, essa criança buscando as similaridades pelos esquemas acumulados até o momento, ao ser questionada a criança nos diz: “ É um cachorro ” . Quando intervimos no processo e lhe dizemos que se trata de um elefante e não de um cachorro, o estímulo dado por nós adultos fará com que a criança acomode o estímulo em uma nova estrutura e crie um novo esquema, criando o novo conceito de elefante. A criança entra então na operação cognitiva de acomodação, que segundo Piaget (1996, p. 18) corresponde a “[...] toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam”. Para Piaget (1996), a teoria da equilibração trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, vista, então, como um mecanismo de autorregulação necessário para assegurar uma interação eficiente da criança com o meio em que vive. Piaget ainda nos traz que dois postulados guiam a teoria da equilibração: https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. Todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação (PIAGET, 1975, p. 14). Complementando as nossas concepções, Piletti (2004) salienta que pela assimilação a criança incorpora o mundo exterior, as pessoas, as coisas, as estruturas. E, pela acomodação, a criança reajusta as suas estruturas ou cria novas, de acordo com as exigências do mundo exterior. A criança se adapta à nova situação. O construtivismo sustenta que a criança para adquirir conhecimento passa por estágios, um processo de construção pessoal no qual o professor tem o papel de mediador. Piaget considerou quatro fatores em sua teoria construtivista: biológico, de experiências, de interações sociais e de equilibração das ações. Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/o-cons-trutivismo-e-jean-piaget . Acesso em 01/04/2017. Fonte: adaptado de BARBOSA, P. M. R. O construtivismo e Jean Piaget . 2015. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Feducacaopublica.cederj.edu.br%2Frevista%2Fartigos%2Fo-cons-trutivismo-e-jean-piaget&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEvXdPks_P1bTDwWgiCx1k4grtgRg https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Podemos tratar a aprendizagem como um novo comportamento manifestado no indivíduo, que foi estimulado por uma experiência, treino, orientação etc., que o levará à construção de novos significados, de novas estruturas cognitivas, à resolução de problemas e tantos outros comportamentos. Assim sendo, que tipo de atividade leva o indivíduo a aprender? Assinale a alternativa correta. a) As atividades lúdicas, somente. b) Unicamente as cantigas de roda quando utilizadas pelo professor. c) Qualquer atividade humana praticada no ambiente. d) Os treinos para execução de atividade são a única forma de aprender. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 2. Ao tratar sobre o ambiente e as habilidades sociais, vimos que o processo de desenvolvimento da criança é um processo contínuo que se intensifica na medida em que ela se insere nos grupos sociais. Desta forma, considerando as influências do ambiente no processo de maturação e desenvolvimento da criança, analise as afirmações a seguir: I - O desenvolvimento infantil depende de relacionamentos do tipo vertical e do tipo horizontal. II - Os relacionamentos do tipo vertical envolverão o apego com pessoas de maior poder. III - Os relacionamentos do tipo horizontal criam oportunidade de cooperação, competição e intimidade. IV - Em um ambiente de sala de aula, o relacionamento vertical é observado na relação com o professor, por sua figura de autoridade. Está correto o que se afirma em: a) I, somente. b) II, somente. c) II e III, somente. d) III e IV, somente. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial e) I, II, III e IV. 3. A Teoria Histórico-Cultural tem como seu principal representante L. S.Vygotsky. Esse teórico enfatiza que o desenvolvimento psíquico do ser humano se constitui por meio de suas relações sociais. Em relação à perspectiva teórica apresentada e suas contribuições para o processo de aprendizagem, leia as afirmativas e assinale a alternativa correta: I - O desenvolvimento se caracteriza e ocorre por intermédio de transformações qualitativas complexas e determinadas por condições sociais nas quais a atividade humana acontece. II - O indivíduo é concebido como um elemento passivo à ação do ambiente. III - Para Vygotsky quando a criança está em contato e interação com o adulto, compartilha com ele os modos de fazer, pensar e expressar, atribuindo-lhes significados. IV - Vygotsky destaca a importância da linguagem, por possibilitar a interação do indivíduo com o ambiente e, assim, o desenvolvimento de seus processos mentais superiores. a) Somente, as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente, as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente, as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente, as afirmativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 4. A teoria de Piaget apresenta como principal pressuposto filosófico que a aprendizagem se dá por construção, e o desenvolvimento humano se organiza em fases, cada qual com as suas características. Sobre a teoria descrita, leia as afirmações e assinale a alternativa correta. I - O desenvolvimento humano, na perspectiva de Piaget, dá-se em um processo de equilibração constante. II - A equilibração, tratada por Piaget, ocorre por meio da construção de variáveis que visam a adaptação do indivíduo ao mundo exterior, pela assimilação e acomodação. III - Pela assimilação, a criança incorpora o mundo exterior, as pessoas, as coisas,as estruturas. IV - Pela acomodação, a criança reajusta as suas estruturas ou cria novas, de acordo com as exigências do mundo exterior. a) Somente, as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente, as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente, as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente, as afirmativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Resolução das atividades Avançar https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/resumo UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com Página inicial RESUMO Neste estudo realizado por meio de nossas 4 (quatro) aulas, tivemos a oportunidade conhecer algumas das concepções teóricas sobre o desenvolvimento da criança. Podemos dizer que tivemos como elemento direcionador o processo de socialização da criança e em como as etapas vivenciadas neste processo repercutem diretamente sobre o seu desenvolvimento. Conhecemos características de abordagens teóricas a respeito dos processos de desenvolvimento e aprendizagem, o que possibilitou compreender a influência do ambiente nestes processos, levando a criança a construir novos significados, novas estruturas cognitivas e, assim, chegar à resolução de problemas e à manifestação de tantos outros comportamentos. Trabalhamos também, mesmo que brevemente, com as brincadeiras e como elas podem estimular o trabalho em equipe e o instinto de cooperação, habilidades sociais muito requeridas ao ser humano adulto. Tratamos ainda sobre aspectos-chave das concepções de Vygotsky e Piaget voltadas ao desenvolvimento e à aprendizagem. As teorias destes autores foram enfatizadas por entendermos que a sua ênfase está no cognitivismo e no conhecimento construído, e assim se alinharam à proposta de estudo deste material. Por meio das reflexões propostas e discussões realizadas, espero que você, caro(a) aluno(a), tenha podido conjecturar sobre o processo de construção do indivíduo a partir das concepções teóricas sobre desenvolvimento e aprendizagem. A organização deste material é um grande desafio, pois temos diversas outras concepções teóricas que dele poderiam fazer parte. Organizar estes recortes de forma que pudessem contribuir com a sua formação foi uma tarefa árdua, mas, mesmo assim, espero que tenha contribuído para o seu processo de formação. Como disse em um outro momento de nossa conversa, o conhecimento não se esgota nessas páginas. Continue a explorar novas perspectivas e novos conhecimentos sobre o assunto. Grande abraço! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Leitura Título: Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vigotski Autor: Isilda Campaner Palangana Editora: Summus (2015) Sinopse : esta obra clássica, agora em edição revista, analisa os processos de aprendizagem e desenvolvimento humano à luz das teorias de Jean Piaget e Lev Semenovich Vigotski. Para tanto, Isilda Campaner Palangana examina os fundamentos metodológicos e as raízes epistemológicas dos postulados desses dois grandes mestres da psicologia da educação. Contribui, assim, para que se compreendam as convergências e divergências conceituais entre eles, sobretudo no que diz respeito ao papel da interação social na promoção da aprendizagem e do desenvolvimento das capacidades e funções psicológicas caracteristicamente humanas. Na Web Teorias de Aprendizagem ( Jean Piaget e Vygotsky ) Aprenda com a professora da disciplina Psicologia da Educação da UniCarioca, Ana Araujo, sobre dois autores relevantes para a Pedagogia: Jean Piaget com a epistemologia genética e Vygotsky com a perspectiva histórico-cultural. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=e2iejPfoZFY A importância do DESENVOLVIMENTO INFANTIL na aprendizagem escolar Muitas crianças que apresentam dificuldades escolares já mostravam sinais importantes desde quando eram pequenas, veja com o Dr. Clay Brites, neuropediatra, quais são estes sinais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UsQGlzQrt-I Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=e2iejPfoZFY https://www.youtube.com/watch?v=UsQGlzQrt-I https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. G. M.; BATTAGLINI, M. P.; VERDU, A. C. M. A. Comportamento verbalmente controlado: algumas questões de investigação do controle por estímulos textuais e pela palavra ditada. In.: VALLE, T. G. M. Aprendizagem e desenvolvimento humano : avaliações e intervenções. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. BARBOZA, L.; VOLPINI, M. N. O faz de conta: simbólico, representativo ou imaginário. Cadernos de Educação : Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 2 (1): 1-12, 2015. BEE, H. 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Aprendizagem e desenvolvimento humano : avaliações e intervenções. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. VIGOTSKI, L. S. O desenvolvimento psicológico na infância . São Paulo: Martins Fontes, 1998. REFERÊNCIAS ON-LINE ALVES, R. A arte de educar . (2015). Disponível em: https://psicologiaacessivel.net/2015/07/15/a-arte-de-educar-um-lindo-texto- de-rubem-alves/ Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpsicologiaacessivel.net%2F2015%2F07%2F15%2Fa-arte-de-educar-um-lindo-texto-de-rubem-alves%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHMD8kESE-4gqhW0DclYZIHHyTUWA https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpsicologiaacessivel.net%2F2015%2F07%2F15%2Fa-arte-de-educar-um-lindo-texto-de-rubem-alves%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHMD8kESE-4gqhW0DclYZIHHyTUWA https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Abordaremos a respeito das diferentes abordagens teóricas dos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Existem diferentes enfoques teóricos sobre a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo. É importante ressaltar que cada enfoque possui uma conjunto de especificidade e se ampara em correntes teóricas que se sustentam nas concepções e ideias de autores que as constituíram. Moreira (1999) nos traz um esquema para compreendermos a aprendizageme o ensino sob 3 (três) ênfases: comportamentalismo, cognitivismo e humanismo. Para conhecer cada uma delas, selecione os ícones a seguir: a) O comportamentalismo tem a sua ênfase em comportamentos observáveis. A ideia-chave está em que o comportamento é controlado por suas consequências. Alguns conceitos básicos deste enfoque teórico: estímulo-resposta, condicionamento, reforço, objetivo comportamental. b) O cognitivismo, que enfatiza a cognição, traz como ideia-chave: o construtivismo e a percepção de que o conhecimento é construído. São alguns de seus conceitos básicos: esquema, signo, modelos mentais, construto pessoal e subsunçores. c) O humanismo enfatiza a pessoa e traz como ideia-chave: a integração de pensamentos, sentimentos e ações. Alguns dos conceitos trabalhamos nesta corrente teórica são: aprender a aprender, ensino centrado no aluno, crescimento pessoal e liberdade para aprender. A seguir, você poderá ver essas características apresentadas, como também os principais autores de cada corrente teórica em um quadro proposto por Moreira (1999). https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial Figura 1 - Enfoques teóricos da aprendizagem e ensino. Fonte: Moreira (1999, p. 18). PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! MOREIRA, M. A. Teorias de aprendizagem . São Paulo: EPU, 1999. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da; Neurodidática . Patrícia Rodrigues da Silva; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Neurodidática. 2. Neurociência. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial Página inicial NEUROCIÊNCIA, EDUCAÇÃO E COMPORTAMENTO Professora : Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Compreender a relação proposta entre neurociência, educação e didática. • Conhecer aspectos do comportamento social e as suas influências no desenvolvimento da criança. • Conjecturar sobre os processos e manifestações do comportamento, com ênfase para: a atenção, a percepção, a memória e a aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Neurociência, educação e didática • Aspectos do comportamento social • Processos e manifestações do comportamento Introdução Olá, caro(a) aluno(a), bem-vindo(a)! Vamos discutir neste momento do nosso estudo a relação percebida e possibilitada entre a neurociência, a educação e a didática. Notaremos que a neurociência, por meio de seus estudos sobre o funcionamento do cérebro, pode oferecer ricas informações que, ao serem utilizadas por professores, pedagogos e demais profissionais da Educação, podem levar ao desenvolvimento e aprimoramento de estratégias de ensino-aprendizagem que estejam alinhadas às reais necessidades de nossos alunos. Veremos que a neurodidática é ainda uma linha de estudos nova, mas o seu surgimento está alinhado com o propósito maior de focar a aprendizagem do aluno, constituindo-se em uma possibilidade de pedagogos, psicopedagogos e professores se utilizarem das bases neurocientíficas para o planejamento e desenvolvimento de suas aulas. Considerando o processo de desenvolvimento da criança, estudaremos os aspectos do comportamento social. Este momento de nosso encontro possibilitará a reflexão acerca dos cenários nos quais as crianças estão e são inseridas e, em como muitas características manifestadas por elas servem de sinal para a percepção de comportamentos que podem acompanhá-la ao longo de toda a sua vida. Em uma abordagem diagnóstica, os estudos sobre o comportamento social, podem auxiliar o pedagogo, o professor, o psicopedagogo na detecção de síndromes e transtornos de comportamento, como o TDAH, por exemplo. Embora não seja o foco do nosso estudo, falaremos, mesmo que brevemente, sobre como a neurociência pode auxiliar o professor a trabalhar adequadamente com as crianças com TDAH, ajudando-as em seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Falaremos ainda sobre alguns processos e manifestações de comportamento e a sua relação com a aprendizagem. Trataremos assim sobre a atenção e a percepção e sobre a memória e o processo de aprendizagem. Veremos que o cérebro, enquanto sistema aberto para o processo de aprendizagem, precisa ser estudado, compreendido e explorado. E que essa é uma grande possibilidade de estudo e desenvolvimento do conhecimento para nós professores. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial https://getfireshot.com Boa leitura! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/unidade-3 Página inicial NEUROCIÊNCIA, EDUCAÇÃO E DIDÁTICA Neste momento, caro(a) aluno(a), vamos tratar da transposição percebida entre a neurociência, a educação e a didática em si. Enquanto pesquisadora da área da neurociência, posso assegurar que as suas características principais podem ser interpretadas nas mais diversas frentes, oferecendo subsídios para o entendimento de diferentes vertentes e áreas de estudos nos dias de hoje. Como viemos tratando em nossas discussões, percebemos que a neurociência vem sendo objeto de estudo no campo da Educação. Cada vez mais, pedagogos, coordenadores, professores e demais profissionais, que atuam em escolas e em universidades, desenvolvem pesquisas e se aprofundam neste campo, em busca de características e especificidades que deem respaldo para o melhor desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem. Nosso intuito a partir de agora é compreender as características da neurociência e a sua interdisciplinaridade com a Educação e a Didática. Vamos lá! A relação neurociência-educação Léo (2010, p. 9) nos diz que “a neurociência dá um gancho para a pesquisa educacional e sua aplicação em sala de aula, para tanto é mister desvendar trilhas e unir o fio condutor na prática da educação”. Podemos assegurar que por meio do conhecimento da neurociência, temos a possibilidade de identificar as reais necessidades dos alunos, fazendo com que a aprendizagem se torne mais significativa. Notamos, assim, que a neurociência favorece a aprendizagem na medida em que o professor e o pedagogo compreendem o funcionamento do cérebro no que diz respeito à construção do conhecimento e, consequentemente,o entendimento da aprendizagem. Considerando o cotidiano escolar, temos a chance ainda de acompanhar a evolução e o comportamento do alunado, que se manifestam, por exemplo, nos problemas de ordem afetiva, emocional e cognitiva. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial O termo neurodidática foi criado na década de 80 pelo professor de didática da matemática Gerhard Preiss, na Alemanha, mas foi nos anos 90 que um outro professor, doutor em pedagogia, Gerhard Friedrich, adaptou o conceito para tratar de questões amplas na área de Educação. Os estudos sobre neurodidática são vistos como uma possibilidade de a neurociência ajudar professores e pedagogos a desenvolverem melhores estratégias didáticas e, assim, melhorar a aprendizagem. Friedrich e Preiss (2003) salientam que a neurociência oferece base científica para o desenvolvimento de teorias didáticas modernas, ou seja, cria-se a possibilidade de “configuração” do aprendizado, considerando a melhor maneira que o cérebro é capaz de aprender. Maria de Fátima Léo (2010) salienta que a neurociência permite lucubrar sobre os fatores que impedem a criança de aprender, desvendando caminhos concernentes à aquisição de conhecimento. Assim, notamos nessa linha de estudos da Educação a possibilidade de explorar e detalhar a percepção, as emoções, a aprendizagem e a memória. Tais elementos se mostram significativos, dentro da perspectiva em que estamos trabalhando em nosso estudo, a neurociência cognitiva. A autora ainda ressalta: A psicopedagogia respaldada na neurociência pode trazer ao aluno uma melhor aprendizagem e, portanto, melhor qualidade de vida, visto que o olhar do professor abarca a criança como ser único, portadora de um currículo que nada mais é que toda a sua bagagem vivida em seus poucos anos de vida atulhados de traumas de ordem física ou emocional, aprendizados, sentimentos, sofrimentos, dores, exclusões, afeições etc. (LÉO, 2010, p. 9). Que reflexão mais rica, não é mesmo?! Notamos a partir da concepção da autora que a neurociência oferece um gancho à Educação, propiciando aprimorar as práticas pedagógicas aplicadas no cotidiano de sala de aula, de modo que mesmo diante das dificuldades das mais diversas ordens vivenciadas a cada dia, possamos tratar o aluno em uma perspectiva de individualidade. Aí está o nosso viés com a didática, caro(a) aluno(a). Ao desenvolvermos e empregarmos práticas pedagógicas, tendo como base para a sua elaboração as características de funcionamento do cérebro e o processo cognitivo do aluno, podemos dizer que estamos tratando da neurodidática. Ou seja, o professor planeja, prepara, organiza e materializa a sua aula, tendo como cerne principal os elementos trazidos pela neurociência, buscando formas mais direcionadas para ensinar, com o fim de potencializar os resultados da aprendizagem, identificando o aluno como ser único e dotado de características únicas, próprias. A função do professor é potencializar os cérebros na sala de aula. Aliás, no olhar neurocientífico, os atrasados não existem, não existem pessoas que não aprendem. O que existe são cérebros com ritmos neuronais, desejos e experiências diferentes e que recebem os mesmos estímulos/ informações/conteúdos ao mesmo tempo e coletivamente na sala de aula. Disponível em: http://www.martarelvas.com.br/rj/rio-de-janeiro/tijuca/mar-ta-relvas- palestrante/neurociencia-na-aprendizagem . Acesso em 25/03/2017. Fonte: Relvas (2016, p. 1). Podemos dizer, por meio das reflexões de autores que pesquisam a neurociência na perspectiva da Educação, que ela se encontra entrelaçada nos saberes. Na concepção de Léo (2010), a função da neurociência é mais do que mapear o cérebro, envolve desvendar os meandros de seu funcionamento, possibilitando o acompanhamento das dinâmicas complexas que levam a observações e diagnósticos sobre diferentes segmentos que implicam na aquisição do conhecimento e desenvolvimento da aprendizagem. Complementando as nossas discussões, Rocha e Rocha (2000) destacam que atualmente o desenvolvimento de técnicas para o estudo da atividade cerebral em crianças, adolescentes e adultos, no momento em que desenvolvem atividades cognitivas, tem permitido investigações mais precisas acerca dos circuitos neuronais durante o seu funcionamento e, consequentemente, das capacidades intelectuais humanas, tais como: a linguagem, a criatividade e o raciocínio. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmar-ta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHwhtXEVXFH20U4srCkkA5JwNzfFQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmar-ta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHwhtXEVXFH20U4srCkkA5JwNzfFQ Sob essa perspectiva, caro(a) aluno(a), torna-se fundamental que o educador, seja ele na figura do professor, do pedagogo, se outro, põe-se a superar as dificuldades de aprendizagem do aluno por meio da descoberta e emprego de práticas pedagógicas que o leve a aprender, quebrando paradigmas e refutando os conceitos “do não aprender”. Parte-se para isso da premissa de que todo ser humano é um sujeito cerebral, tornando-se, assim, apto e capaz da edificação dos saberes. Mietto (2012, p.2) nos aponta que: "podemos compreender desta forma que o uso de estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará, consequentemente, alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas, afetando assim o funcionamento cerebral de forma positiva e permanente com resultados extremamente satisfatórios". Estudos na área neurocientífica, centrados no manejo do aluno em sala de aula, vêm nos esclarecer que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter-relacionada. Assim, podemos entender, por exemplo, como é valioso aliar a música e os jogos em atividades escolares, pois há a possibilidade de se trabalhar simultaneamente mais de um sistema: o auditivo, o visual e, até mesmo, o sistema tátil (a música possibilitando dramatizações). Assim, Educação e neurociência revelam possibilidades empíricas e teóricas para estudos sobre o indivíduo, por meio do entendimento sobre o funcionamento de sua mente, de seu cérebro e a compreensão de seu processo de aprendizagem. No Brasil, apontam Batista, Santiago Jr e Santos (2015) que as discussões a respeito das relações entre neurociência e educação ainda ensaiam seus primeiros passos. Algo bem diferentes em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Mais um grande motivo para explorarmos ainda mais esta intersecção, caro(a) aluno(a)! A neuroeducação representa a possibilidade de repensar o papel do educador e também do sistema educacional. Voltemo-nos para o estudo do tempo, desenvolvendo pesquisas de ordem empírica e teórica, e, com isso, enriquecermos o acervo sobre o assunto. Afinal, estamos tratando aqui da possibilidade de colaborar para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que respeitem e estejam alinhadas à forma como o cérebro do aluno funciona. Pesquisa realizada em uma escola pública da rede municipal da cidade de Manaus, localizada na Zona Centro-Oeste, que atende exclusivamente à modalidade de ensino da Educação Infantil. O sujeito da pesquisa foi constituído por 06 (seis) professoras de turmas de educação infantil, e observação semanal das atividades pedagógicas por 06 meses de 14 (catorze) crianças de uma turma do segundo período. Professores conhecimentos em neurociência obtinham melhores resultados e utilizavam algumas estratégias cognitivas em suas práticas, tais como: contação de histórias,conhecimentos prévios da criança, feedback, atenção e prática. Alguns brinquedos eram utilizados por uma das professoras em sala de aula no decorrer de sua prática pedagógica: dominó de cores, blocos lógicos, quebra-cabeça, alfabeto móvel, desenho e leitura de história. Fonte: Batista, Santiago Jr e Santos (2015). https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com ASPECTOS DO COMPORTAMENTO SOCIAL Na sala de aula, professor nota que o aluno apresenta problemas na aprendizagem. O aluno se mostra desinteressado no conteúdo, nas atividades propostas. O professor observa que o aluno se isola dos demais colegas no intervalo e em atividades que promovem a interação. O aluno começa a faltar. O professor se atenta e começa a sua investigação. Os problemas podem ser decorrentes não de fatores físicos, mas sim afetivos e emocionais. É necessário identificar os fatores desencadeadores para que a tratativa seja adequada. A situação apresentada nos revela elementos do comportamento individual, em suas perspectivas social e emocional. Mas o que seria o comportamento social? Vamos compreender as suas características. Características do comportamento social https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Sabemos que a vida em sociedade é algo inerente ao ser humano. Quando nos propomos a estudar e compreender o comportamento, não podemos deixar de lado o ambiente social em que ele ocorre e, principalmente, os comportamentos resultantes da interação entre os indivíduos, ou seja, a interação social. Braghirolli et al . (2014) explicitam que a interação social se caracteriza por ser um processo decorrente da relação entre dois ou mais indivíduos, de modo que a ação de um deles é, ao mesmo tempo, a resposta ao estímulo de outro ou outrem. Percebemos, assim, que neste processo ação de um é, simultaneamente, um resultado e uma causa das ações do outro. A interação social modifica o comportamento do indivíduo. E, em sala de aula isso não é diferente, pois alunos e professores estão em contato social e influenciando-se mutuamente e continuamente. Disponível em: http://www.buscaescolar.com/sociologia/interacao-social/ . Acesso em 31/03/2017. Fonte: adaptado de BUSCA Escolar (2017). Quando falamos no comportamento social, estamos tratando, caro(a) aluno(a), dos denominados comportamentos interpessoais, que podem ser manifestados das mais diversas formas. Braghirolli et al. (2014) destacam algumas formas de manifestação: movimentos físicos como um abraço, um soco, uma expressão facial; ou palavras proferidas pela fala ou pela escrita. “O comportamento humano se dá em um ambiente social, é decorrência dele, ao mesmo tempo que o determina” (BRAGHIROLLI et al (2014, p. 68). Assim, salientam os autores que o comportamento interpessoal não se dá unicamente quando os indivíduos estão juntos. Por exemplo, quando a criança, em sua casa se apronta para o primeiro dia de aula e para reencontrar a professora e os coleguinhas, oferece um comportamento interpessoal, pois se comporta como referência a outras pessoas — professora e coleguinhas — na expectativa da interação . Quando esta mesma criança se irrita e joga sua bolsa no chão, porque por algum motivo a mãe lhe informa que ela não irá a escola, ou então, ela se mostra com raiva dando um pontapé na porta do quarto, quando chega da escola, ela expressa a sua frustração porque a expectativa, o encontro com a professora e coleguinhas, não aconteceu como ela desejava. A criança está respondendo a estímulos de uma interação que não ocorreu ou, então, não aconteceu como ela esperava, caracterizando um comportamento interpessoal. Sentimento de tristeza em função de perdas ou manifestações de raiva decorrentes de frustração são na maioria das vezes reações afetivas normais e passageiras e não requerem tratamento. Porém, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros sintomas concomitantes, a tristeza e a irritabilidade podem ser indícios de quadros afetivos em crianças e adolescentes. A própria exclusão social da criança reflete na sua emoção na sala de aula, seja através da expressão, seja no comportamento. Fonte: Comin (2010, p. 4). Na sala de aula, um dos fatores de preocupação para professores e pedagogos que se caracterizam como comportamento social são os problemas afetivos e de conduta. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.buscaescolar.com%2Fsociologia%2Finteracao-social%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEaQQtQevbq5sU4BCLCr47pFTS2Sw Alterações do humor com um forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade constituem quadros de mudanças repentinas do estado de ânimo que podem estar presentes nos transtornos afetivos. Provavelmente, por estarem em desenvolvimento, as crianças não têm capacidade para compreender o que acontece internamente e, com frequência, apresentam comportamento agressivo. As súbitas mudanças de comportamento na criança e no adolescente, não justificadas por fatores de estresses, são de extrema importância para o diagnóstico dos problemas afetivos e dos transtornos de conduta. Crianças, antes adequadas e adaptadas socialmente, passam a apresentar condutas irritáveis, destrutivas e agressivas, com a violação de regras sociais anteriormente aceitas (COMIN, 2010, p. 3). Assim, o professor precisa se atentar aos comportamentos manifestados pelo aluno e, mais importante, “tratar” esse comportamento adequadamente, envolvendo pedagogos, psicopedagogo, pais e responsáveis neste processo. Esse envolvimento é fundamental, pois é normal no curso de seu desenvolvimento as crianças esbarrarem em dificuldades e exibir comportamentos considerados desajustados, como mentir e “matar” aula, isolar-se em sala de aula, não conseguir se expressar (comunicar). Mas como saber se estes comportamentos indicam patologias ou podem ser considerados normais? Comin (2010) nos aponta que é necessário verificar se os comportamentos manifestados pela criança são esporádicos e de forma isolada ou se constituem síndromes, quando representa um desvio do padrão de comportamento esperado de crianças da mesma idade e sexo em determinada cultura, isso permitirá diferenciar normalidade de psicopatologia. Do ponto de vista legal, comportamentos que transgridem a lei constituem delinquência. Do ponto de vista psicopedagógico e psiquiátrico, são atos antissociais mais abrangentes e referem-se a comportamentos condenados pela sociedade. Analisar a influência que os problemas afetivos, sociais e de comportamento tem sobre o desenvolvimento e o processo de ensino-aprendizagem do aluno, tendo em vista que esses fatores interferem para que a aprendizagem seja significativa e de qualidade (COMIN, 2010, p. 2). Percebemos, aqui, caro(a) aluno(a), que os aspectos do comportamento social repercutem diretamente sobre a aprendizagem do aluno. Em um viés da neurociência, inferimos que o entendimento sobre o funcionamento do cérebro oferecerá subsídios ao educador para identificar e analisar as individualidades e, assim, atuar de forma pontual sobre o desencadeador do comportamento e na dificuldade da aprendizagem da criança. Essa análise, realizada pelo educador, precisa ser muito apurada e realizada dentro do contexto específico de cada indivíduo, observando o seu “redor”, os fatores familiares e demais contextos em que ele está inserido. Comin (2010) nos aponta que três vertentes devem ser observadas neste processo: afetiva, psicomotora e de ordem cognitiva. De que forma o psicopedagogo pode auxiliar o professor no processo de identificação dos problemas de comportamento social e na implantação de práticas pedagógicas que se voltem a solucioná-los? A socialização , abordada como um processo por meio do qual o indivíduo adquire padrões de comportamento,que no geral são habituais e aceitáveis em seus grupos sociais (BRAGHIROLLI, 2014), permitirá que a criança aprenda a ser um membro do contexto em que está inserido, seja a escola, a família, os grupos sociais etc. Este é um processo que ocorre durante toda a vida do ser humano, mas é na infância que ele se inicia, repercutindo sobre os comportamentos do indivíduo e, em nosso viés de estudo, em sua aprendizagem. Braghirolli (2014, p. 69) diz que “a família se constitui no maior agente socializante, isto é, as experiências da criança na família, particularmente com a mãe, são da maior importância para determinar seu comportamento em relação aos outros”. Ou seja, pais e familiares representam os primeiros agentes socializantes dos pequenos, seguidos da escola, professores e grupos sociais. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Exemplo de Jogos de socialização Socializar Jogos de 2-3 anos 1. Nome: O Carrinho Tipo: Jogo Social. Cooperação, noções espaciais, coordenação psicomotora, os conceitos de velocidade. Idade: 2 a 4 anos. Materiais: um grande anel de plástico ou de vime para cada 2 crianças. Desenvolvimento: cada criança escolhe um parceiro e joga com o anel como um carrinho com várias combinações, uma criança no interior e outro exterior, tanto dentro ou fora e se movendo mais lento ou mais rápido. 2. Nome: Para mim, para você Tipo: Jogo Social. Coordenação psicomotora, conceitos espaciais, a socialização de aprendizagem e partilha de propriedade. Idade: 2 a 3 anos. Materiais: uma bola grande e leve. Desenvolvimento: os participantes sentam no chão com as pernas abertas, chegando a entrar em contato com pés uns aos outros, criando assim um espaço fechado. Eles disparam a bola de um para o outro lado. Fonte: http://passosdopedagogo.blogspot.com.br/2012/03/jogos-de-socializacao.html Destaco, assim, caro(a) aluno(a), a importância de nos atentarmos aos fatores que levam a criança a dificuldades de se socializar, desencadeando problemas de condutas e comportamentos atípicos, como o isolamento e a agressividade, por exemplo. Fazer a identificação dos fatores desencadeadores, envolvendo para isso família, escola e o contexto social, colabora para o diagnóstico assertivo e, assim, tratamento orientado adequadamente, evitando-se prejuízos maiores ao desenvolvimento e aprendizagem da criança. Quando nos voltamos aos pequenos, considerando as crianças do seu nascimento até os 6, 7 anos de vida, nos comprometemos com um processo de desenvolvimento acelerado que envolve: o corpo físico, movimentos corporais, coordenação motora e a socialização. O desenvolvimento sociocognitivo da criança é um processo que deve ser estimulado pelo meio que a cerca, daí a importância de explorar o lúdico, as brincadeiras, os jogos. A criança nos primeiros anos de vida, aprende com o “seu redor”, e isso repercutirá durante toda a sua vida. Como vimos em outro momento de nosso estudo, a partir das abordagens de Piaget e Vygotsky, é necessário considerar perspectivas das teorias que nos auxiliem no desenvolvimento de práticas pedagógicas que se comprometam com este processo de desenvolvimento dos pequenos. Em um ambiente da educação infantil, por exemplo, é necessário que as crianças “convivam”, inclusive com crianças de idades diferentes (4-6 anos), que a criança brinque e se expresse, que ela seja estimulada pelo seu redor, formando assim a sua linguagem imaginativa, manifestada muitas vezes pela fantasia, ao mesmo tempo em que possibilita a integração social. No ambiente familiar, é necessário que esse estímulo continue a acontecer. Que os familiares se envolvam com o processo de desenvolvimento, dando atenção, estimulando a criança por meio de atividades criativas, lúdicas, artísticas. A convivência com pais e familiares insere a criança em um processo de absorção. Ela irá imitar, imaginar, admirar, manifestar sentimentos e, consequentemente, aprender. Vemos, assim, que a postura adequada dos adultos com os quais a criança convive nesta fase inicial da sua vida, seja na escola, em casa , seja no grupo social, constitui-se em um pilar que sustentará o seu desenvolvimento cognitivo e social. É necessária atenção aos comportamentos manifestados, aos desvios de comportamento e, quando necessário, agir sobre eles adequadamente. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://passosdopedagogo.blogspot.com.br/2012/03/jogos-de-socializacao.html E este é um grande desafio, principalmente para nós educadores, porque, além de termos este compromisso firmado com o desenvolvimento de nossos pequenos, precisamos nos prontificar também a orientar pais e familiares no que diz respeito ao seu compromisso e impacto na formação da criança, enquanto indivíduo e membro de um contexto social. PROCESSOS E MANIFESTAÇÕES DO COMPORTAMENTO Neste momento de nossas discussões, caro(a) aluno(a), já podemos inferir que os comportamentos manifestados por nossos alunos repercutem diretamente em sua aprendizagem. Vale destacar ainda que, embora a sala de aula seja um ambiente heterogêneo em que o professor desenvolve ações e práticas coletivas, o comportamento se caracteriza como um fenômeno unitário e muito particular. Por esse motivo, precisamos estar atentos às manifestações de comportamento do cotidiano escolar. Vamos tratar sobre algumas delas! Atenção e Percepção na aprendizagem A atenção é elemento essencial para o processo de aprendizagem. Brandão (2001) nos afirma que toda atividade mental humana organizada detém algum grau de direção e seletividade, e que, dentre os muitos estímulos que nos atingem, respondemos somente aos que são particularmente importantes, com base em nossos interesses, intenções ou tarefas imediatas. Imagine este processo básico em sala de aula. Teremos a atenção de nossos alunos na medida em que as práticas pedagógicas propostas despertarem o seu interesse. Eles precisam se sentir motivados a aprender, e este despertar está ligado ao que acontece no cérebro de nossas crianças. Este processo acontecerá na medida em que o aluno conseguir se conectar à atividade, percebendo-a como importante e alinhada àquilo que ele quer, aquilo que percebe como importante. Quando observamos as crianças brincando, especialmente os pequenos (2 a 4 anos), notamos que os seus interesses pelos brinquedos mudam constantemente. É muito comum, por exemplo, ao ver o coleguinha pegar um brinquedo, a criança deixar o brinquedo que está em sua mão e desejar o do outro. Por que isso acontece? Podemos inferir sobre uma série de processos que desencadeiam este comportamento, mas o impulso inicial aconteceu porque aquela situação “chamou a sua atenção”. O desenvolvimento da atenção é dividido em dois momentos conhecidos como: atenção involuntária e voluntária. A atenção involuntária é uma característica marcante nos primeiros anos de idade e guia-nos por toda a vida. É reconhecida facilmente quando se está realizando alguma atividade e ouve-se um barulho forte de uma batida de carro, automaticamente, a pessoa se dispersa, voltando-se para tal barulho; ou ainda, ao ouvir um forte estrondo de trovão. Assim, qualquer coisa que desperte a atenção não consciente, e sim por reflexos ou instinto é considerado uma atenção involuntária. A atenção voluntária ocorre por interesse do sujeito em determinado assunto, sendo dividida em: atenção seletiva, atenção alternada, atenção dividida. A atenção alternada refere-se à capacidade de substituir um estímulo por outro, uma pessoa está concentrada lendo um texto e atende ao telefone, nesse momento, https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com muda seu foco atencional, substituindo o estímulo da leitura para ter atenção à conversa telefônica. Disponível em: http://www.caminhosdoaprender.com.br/a_atencao_e_a_aprendizagem.html. Acesso em 04/04/2017. Fonte: CAMINHOS do Aprender (2011). Conforme tratado por Brandão (2001), o indivíduo dentre os mais diversos comportamentos possíveis, escolhe aquele que o capacita a atingir um objetivo imediato ou realizar um ato necessário, ou seja, dentre todos os programas de ação que temos armazenados em nosso cérebro, escolhemos aquele que se mostra essencial ou necessário para realizar as tarefas ou atividades mentais imediatas. O cérebro exerce um controle seletivo sobre todas as informações que chegam pelos canais sensoriais do organismo. Não se trata apenas de um processo passivo de armazenamento de todos os estímulos ambientais que recebemos, mas o SNC possui mecanismos que nos permitem dirigir nossa atenção para os estímulos que são relevantes para nós. Atenção é o nome dado ao caráter direcional e a seletividade dos processos mentais organizados. Esta atenção seletiva é um processo complexo, com vários componentes, como o alerta, a concentração, a seleção, a perscrutação e a exploração. Este processo envolve atividades cooperativas na formação reticular, sistema límbico e estruturas corticais e subcorticais associadas a função sensorial e motora. Através deste processo mantemo-nos vigilantes sobre o curso e o desenvolvimento de nossas ações de acordo com os planejamentos preestabelecidos (BRANDÃO, 2001, p. 172). Complementando esta perspectiva, Lent (2010) nos aponta que há diferentes tipos de atenção: a atenção explícita ou aberta , que tende a ser automática; e a atenção implícita ou oculta , que tende a ser estimulada por objetos e/ou elementos que estão ao redor do indivíduo, ou seja, uma operação voluntária. As características de cada uma delas serão explicitadas a seguir. a. Atenção explícita : os movimentos de atenção coincidem com a fixação visual, de modo que os movimentos do foco atencional são atrelados aos movimentos oculares. Por exemplo, quando o aluno faz uma leitura ele presta atenção às palavras que está lendo, isto é, aquelas que se posicionam em seu eixo visual. b. Atenção implícita : o foco da atenção não coincide com o olhar. Continuando o exemplo anterior, a criança pode estar com o olhar fixo no livro, mas, na verdade, está prestando atenção com o que acontece ao seu redor. Quando falamos da percepção , Lent (2010) nos traz que trata da capacidade do indivíduo associar as informações sensoriais à memória e cognição, formando conceitos e interpretações sobre ele mesmo e sobre o mundo. Assim, os primeiros estágios da percepção estão atrelados a um processamento analítico que é realizado pelos sistemas sensoriais, com o fim de extrair de cada objeto a suas características principais, que nada mais são que submodalidades sensoriais, como cor, movimento, localização espacial, timbre, temperatura etc. Lent (2010) salienta ainda que, neste processo, as vias paralelas no SNC atuam de forma gradativa, reconstruindo o objeto como um todo, para que assim ele possa ser memorizado ou reconhecido, fazendo com que o indivíduo oriente o seu comportamento em relação a ele. Observamos, assim, caro(a) aluno(a), que tanto a atenção quanto a percepção influenciam diretamente na aprendizagem do aluno, visto que incidem diretamente sobre o seu comportamento. Pensando em processo pedagógico e modelos didáticos, o professor precisa se apossar e materializar práticas e instrumentos pelos quais o aluno seja levado, conduzido a aprender. Vale ressaltar, ainda, a importância de discutir esses aspectos quando falamos do processo de desenvolvimento e formação dos pequenos, pois chamar atenção da criança e despertar, nela, sensações que colaborem para a memória e cognição representam um desafio que precisa ser transposto pelos professores. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.caminhosdoaprender.com.br%2Fa_atencao_e_a_aprendizagem.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHcnUV6w5z58mos_7hwRBSb07qX8w Aspectos para a observação da criança de 6 anos de idade na avaliação de sua prontidão para o aprendizado • Participação – No ritmo do dia a dia. Nas atividades propostas. Demora a mudar de atividade? • Conquistas – Os passos que a criança deu nos desafios propostos, nas atividades do dia a dia. Aquisição da autonomia. • Alimentação – Quantidade. Restrições. Preferências. Mastigação. Digestão. • Hábitos – Higiene. Controle do esfíncter. Autonomia. • Atividades – Desenho. Pintura. Modelagem. Trabalhos manuais. Afazeres na sala. Arrumar e ajudar. Coordenação fina. Como participa em cada atividade? • Brincar dentro da sala – Preferências. Criatividade. Como brinca? Como se relaciona? Participação. • Brincar fora no pátio/parque - Preferências. Coordenação motora/corporal. Agilidade. Amadurecimento sensorial. • Ouvir histórias – Fica tranquila? Consegue ouvir as histórias? Concentração. Entra nas imagens das histórias? Reconta? Memoriza? • Linguagem – Sua expressão. Vocabulário. Pronúncia. Construção de frases. Voz nasal, oral? Retraída ou extrovertida? Recitar versos. Canta com facilidade ou dificuldade? • Lado social – Poucos ou muitos amigos? Fixa-se numa criança? Relaciona-se com todos? Relacionamento com os professores e adultos. Retraída ou extrovertida? Humor. • Música – Canta? Memoriza as canções? Está atenta? Voz mais aguda ou grave? Gosta de cantar? Segura uma nota mais tempo no final de uma música? Começa a tornar-se consciente no domínio do ritmo? • Sexualidade – Acordada ou não? • Sono – Dificuldade para adormecer. Como vai dormir? Possui algum ritual para dormir? Choro. Pesadelo. Chega cansada ou bem desperta na escola? Enurese noturna. • Dentição – Quantos dentes nasceram? A segunda dentição. • Lateralidade – A tendência. Está definida a lateralidade? • Motricidade grossa – Jogar bola. Pular corda. Andar. Correr. Nadar. Varrer a sala. Guardar os brinquedos. Subir em árvores. Pisa na ponta do pé? O equilíbrio. Agilidade. • Motricidade fina – Como pega os lápis? Como segura os talheres? Como costura? Faz trabalhos manuais? Tem agilidade nas mãos e pés? • Geografia corpórea - A movimentação do corpo pelos ambientes. Tropeça? Sobe e desce com facilidade? Locomove-se sabendo a direção? Balança sozinha? Nadar. Andar de bicicleta. Pular corda. • Postura – Como se senta? Consegue pegar algo no alto? Como se posta à mesa para comer? Como pega algo do chão, se inclina ou se agacha? • Saúde – Doenças infantis. Gripes. Alergias. Visão. Audição. Alguma dificuldade, limitação? • Constituição familiar – Pais separados ou não? Participação dos pais na vida familiar. Pontualidade e frequência da criança na escola. Relacionamento dos pais com a escola. Fonte: AMARANTE (2010, p. 3-4). Memória no processo de aprendizagem https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Podemos dizer, caro(a) aluno(a), que memória e aprendizagem são elementos imbricados que se constituem por meio de um conjunto de processos do comportamento do indivíduo. Assim, a memória está associada à aprendizagem, e vice-versa, não podendo ser concebidos como dicotômicas, mas, sim, integradas. Bauer e Pathman (2008) nos dizem que a memória forma a base do sentimento de identidade de um indivíduo, orienta os seus pensamentos e decisões, influencia suas reações emocionais, permitindo ou não aprender. Ou seja, a memória é fundamental para o processo cognitivo e para a cognição. Relvas (2010, p. 63) nos traz que no cérebro — um sistema aberto de possiblidades — as aprendizagens perpassam de 3 (três) formas: intraneurossensorial, interneurossensorial, integrativa. a. Intraneurossensorial : aprendizagem específica interligada ao sistema sensorial. Se existir alguma estrutura comprometida, outras podem não apresentar disfunções, apesar de o cérebro funcionar em sua integridade. b. Interneurossensorial : (maior interesse dos educadores)é nela que se realizam muitas atividades integradas com o fim de desenvolver potencialidades, trabalhando de forma concomitante com outros sistemas, como: visuais, táteis e auditivos que são capazes de despertar a atenção do aluno. c. Integrativa : uma proposta de mediação dos sistemas visuais, táteis e auditivos. Realizar um planejamento com esses pré- requisitos representa uma forma de atuação saudável em que saúde e educação têm a possibilidade de caminhar juntas. Sob essa perspectiva sobre a aprendizagem, Relvas (2010) salienta que a partir do momento em que o professor detiver o conhecimento sobre a modalidade de aprendizagem de seu aluno, ele pode transformar-se em um facilitador, um mediador do processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, o aluno não é sobrecarregado com tarefas enfadonhas, e o seu cérebro preservado de possíveis sobrecargas que colaborem para a desintegração total da aprendizagem. Considerando estes pontos apresentados, caro(a) aluno(a), vamos tratar sobre a memória. Brandão (2001) nos aponta que existem três fatores básicos no estabelecimento da aprendizagem e a memória, que são a aquisição, o armazenamento ou retenção e a evocação das informações. Estes fatores se constituem por meio de processos que, em conjunto, conferem ao indivíduo requisitos que permitem a sua adaptação ao meio em que vive. Assim, a memória diz respeito à retenção de conhecimento aprendido pelo indivíduo. A rapidez de ativação dos processos neurais envolvidos na aquisição de informações, bem como a eficiência dos mecanismos subjacentes aos processos de armazenamento e recuperação das mesmas, pode ser a representação no cérebro do que denominamos inteligência [...] os mecanismos cerebrais da memória e aprendizagem estão também associados aos processos neurais responsáveis pela atenção, percepção, motivação, pensamento e outros processos neuropsicológicos, de forma que perturbações em qualquer um deles tendem a afetar, indiretamente, a aprendizagem e a memória (BRANDÃO, 2001, p. 109). Quando pensamos no processo de desenvolvimento de nossos pequenos a partir desta perspectiva para a aprendizagem e memória, notamos, caro(a) aluno(a), que qualquer dispositivo — prática pedagógica — que ative erroneamente ou, então, deixe de ativar os processos neurais envolvidos na aquisição de informações, compromete os processos de busca e retenção, impactando diretamente na aprendizagem dessa criança. O conhecimento a respeito do cérebro humano facilita o trabalho pedagógico e o de práticas de desenvolvimento da aprendizagem. Ratifico, caro(a) aluno(a), que as nossas discussões sobre a neurociência, a educação e a didática não se esgotam nessas linhas. Continue explorando sobre o assunto e enriquecendo a sua aprendizagem, pois, como dissemos em um outro momento, a relação https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com neurociência e educação pode ser explorada nas mais diversas vertentes de pesquisa. Fica aí um novo desafio, por que não o superar? Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Foi estudado que percebemos que a neurociência vem sendo objeto de estudo no campo da Educação. Cada vez mais, pedagogos, coordenadores, professores e demais profissionais, que atuam em escolas e universidades, desenvolvem pesquisas e se aprofundam neste campo. Qual o intuito destes profissionais ao estudar os princípios da neurociência? Assinale a alternativa correta. I - Os pesquisadores buscam características e especificidades que deem respaldo para o melhor desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem. II - Os pesquisadores buscam identificar as reais necessidades dos alunos, fazendo com que a aprendizagem se torne mais significativa. III - Os pesquisadores criam a possibilidade de acompanhar a evolução e comportamento do alunado, focando unicamente nos problemas de ordem afetiva. IV - Os pesquisadores buscam identificar os fatores que impedem a criança de aprender, desvendando caminhos concernentes à aquisição de conhecimento. a) Somente, as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente, as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente, as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente, as afirmativas I, II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 2. Sabemos que o estudo e conhecimento do comportamento social do indivíduo oferece subsídios para o entendimento acerca do seu processo de desenvolvimento. Considerando o que foi estudado sobre o assunto marque V (verdadeiro) e F (falso) nas sentenças a seguir e assinale a alternativa correta. ( ) O aspecto mais importante da interação social é que ela modifica o comportamento dos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelecem entre eles. ( ) O comportamento interpessoal é um desdobramento do comportamento social e se dá unicamente quando os indivíduos estão juntos. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial ( ) Na sala de aula, um dos fatores de preocupação para professores e pedagogos, que se caracteriza como comportamento social, refere-se aos problemas afetivos e de conduta. ( ) É normal no curso de seu desenvolvimento as crianças esbarrarem em dificuldades e exibir comportamentos considerados desajustados, como mentir e “matar” aula, isolar-se em sala de aula, não conseguir se expressar. ( ) O entendimento sobre o funcionamento do cérebro oferecerá subsídios ao educador para identificar e analisar as individualidades dos alunos. ( ) Por meio do entendimento do funcionamento do cérebro, o educador pode descartar o comportamento social como o desencadeador da dificuldade da aprendizagem da criança. a) V, F, V, V, V, F. b) V, F, F, V, V, F. c) V, F, V, V, F, F. d) F, F, V, V, F, V. e) F, V, V, V, F, V. 3. Nas manifestações de comportamento, aprendemos que o cérebro exerce um controle seletivo sobre todas as informações que chegam pelos canais sensoriais do organismo. Considerando essas manifestações, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. I - O SNC possui mecanismos que nos permitem dirigir nossa atenção para os estímulos que são relevantes para nós. II - Atenção é o nome dado ao caráter direcional e a seletividade dos processos mentais organizados. III - A percepção diz respeito à capacidade do indivíduo associar as informações sensoriais à memória e cognição, formando conceitos e interpretações sobre ele mesmo e sobre o mundo. IV - A memória forma a base do sentimento de identidade de um indivíduo, orienta os seus pensamentos e decisões e influencia suas reações emocionais, permitindo ou não aprender. a) Somente, as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente, as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente, as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente, as afirmativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste nosso encontro tivemos a possiblidade de estudar e compreender a relação proposta entre neurociência, educação e didática. Por meio das discussões realizadas, você, aluno(a), teve a possiblidade de compreender um pouco mais sobre este universo que compõe a neurociência e a sua relação com a Educação. Tenho certeza que muitas sinapses aconteceram durante os seus momentos de estudos e, quepor meio delas, você já pôde aprimorar e desenvolver estratégias de ensino para incentivar e promover a aprendizagem de seus alunos. E este é o maior foco desta relação — neurociência, educação, didática — oferecer aos professores, pedagogos e psicopedagogos a base para o desenvolvimento de ferramentas que realmente ajudem o nosso aluno a aprender, considerando as suas particularidades. Daí, vimos a necessidades de compreender momentos do desenvolvimento sociocognitivo, por meio dos estudos sobre comportamentos sociais, por exemplo. Estudados a importância de os educadores conhecerem a relevância dos estímulos externos no desenvolvimento da aprendizagem, salientando que o comportamento social caracteriza muito o processo de desenvolvimento da criança. Pudemos, ainda, conjecturar sobre os processos e manifestações do comportamento, com ênfase para: a atenção, a percepção, a memória e a aprendizagem. Vimos que estes elementos estão diretamente ligados ao processo de aprendizagem, e cabe a nós educadores estarmos atentos a “desvios” ou dificuldades apresentadas pelas crianças em seu processo de desenvolvimento. Fecho esta discussão com uma reflexão acerca dos pontos de estudo que foram propostos ao longo deste estudo: a neurociência se constitui em uma base de conhecimento acerca do funcionamento do cérebro humano, enquanto educadores, devemos conhecer os principais elementos desta base, conhecê-la, explorá-la e realizar descobertas que podem se materializar por meio de práticas pedagógicas que fomentem a aprendizagem de nossas crianças. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web Educação Infantil de qualidade na primeira infância (Anna Lucia Campos) Fundação Lemann Anna Lucia Campos, presidente da Asociación Educativa para el Desarrollo Humano e Diretora Geral da ONG Cerebrum, falou sobre a importância dos estímulos do nascimento até os 8 anos de idade na educação das crianças. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=0EMFNPHwRbU&t=15s NOTA 10 Primeira Infância - Episódio 01 A série Nota 10 — Primeira Infância, composta por cinco programas, foi desenvolvida em parceria pela FMCSV e o canal Futura, e traz de forma leve e dinâmica conhecimentos científicos sobre a importância do cuidado com as crianças de zero a três anos de idade. O primeiro episódio trata do desenvolvimento infantil e mostra como as experiências e os estímulos que o bebê vivencia desde a fase intrauterina influenciam a formação de seu cérebro, afetando diretamente à saúde física e emocional, o comportamento, a motricidade e a capacidade de aprendizagem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6GLB1uK- TZ4&list=PLvfZHqGPp_MsNM54Hztjj0TCYOsO7KSBV Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=0EMFNPHwRbU&t=15s https://www.youtube.com/watch?v=0EMFNPHwRbU&t=15s https://www.youtube.com/watch?v=6GLB1uK-TZ4&list=PLvfZHqGPp_MsNM54Hztjj0TCYOsO7KSBV https://www.youtube.com/watch?v=6GLB1uK-TZ4&list=PLvfZHqGPp_MsNM54Hztjj0TCYOsO7KSBV https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS BRAGHIROLLI, E. M. et al. Psicologia Geral . Petrópolis: Vozes, 2014. BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia : as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2001. LENT, Roberto. Fundamentos da Neurociência. In LENT, Roberto. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.ded.ufla.br%2Fforumsulmineiro%2Fimagens%2Fartigo_maria_chantal.2010-07-07_14-37-48.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFBr6Uohf9mqK42ukxVr8I3gqWnJw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2432%2Fmemoria-e-desenvolvi-&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGnkZIUJht2ut3NMENhq_0XpOmwpg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2432%2Fmemoria-e-desenvolvi-&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGnkZIUJht2ut3NMENhq_0XpOmwpg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Feditorarealize.com.br%2Frevistas%2Ffiped%2Ftrabalhos%2FTRABALHO_EV050_MD1_SA12_ID828_23102015192910.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGScexYtu2AQwsh5P4jLXNU-og3ZQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.ideau.com.br%2Fgetulio%2Frestrito%2Fupload%2Frevistasartigos%2F206_1.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE95GgbZS9rjshO00ZQSv_x73p3ng https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fescuelaconcerebro.files.wordpress.com%2F2013%2F02%2Ffriedrich-y-preiss_neurodidc3a1ctica.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH_gsHFRiYf3556EOt27bqz_STXLg http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/04/importancia-da-neurociencia-na-educacao.html http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuwhttps://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Vamos falar um pouco do TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se caracteriza por um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Os sintomas que caracterizam o TDAH são: desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. É um transtorno reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, pessoas com TDAH são protegidas pela lei no que diz respeito a receberem tratamento diferenciado na escola (ABDA, 2017). A Associação Brasileira de Déficit de atenção nos afirma que o TDAH ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos. Em um estudo conduzido por médicos e cientistas de 23 centros de pesquisa ao redor do mundo revela que existe um atraso no desenvolvimento do cérebro dos pacientes com TDAH. “ Esses achados são importantes para médicos e pais, pois demonstram claramente que o TDAH não é “uma doença inventada ”, não é meramente um “rótulo” para crianças difíceis e não se deve a falhas na educação pelos pais", afirma o Dr. Paulo Mattos, representante brasileiro do único centro de pesquisa da América Latina do estudo, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino no Rio de Janeiro. No estudo realizado, mais de 3 mil pessoas (pacientes com TDAH e indivíduos saudáveis) entre 4 e 63 anos, foram submetidos a exames de neuroimagem estrutural por Ressonância Magnética. Os exames permitiram avaliar cada região cerebral por meio de um mesmo protocolo padronizado de análise nos diferentes centros em que o estudo aconteceu. Os pesquisadores puderam, então, comparar cada uma das estruturas cerebrais dos indivíduos que tinha ou não o transtorno (ABDA, 2017). Os resultados do estudo revelaram que as estruturas como amígdala cerebral, acúmbens e hipocampo, que são responsáveis pela regulação das emoções, motivação e o chamado sistema de recompensa (que modifica nosso comportamento através de recompensas) são menores nos pacientes com TDAH. Levando-se em conta a idade dos pacientes, foi possível observar que as alterações manifestadas são mais leves em pacientes adultos, sugerindo a existência de uma compensação ao menos parcial com o passar dos anos (ABDA, 2017). Ratifica a ABDA que os resultados obtidos por meio da pesquisa formam uma base mais sólida e dão sustentação para a afirmação de que o TDAH é um transtorno relacionado ao atraso na maturação de regiões cerebrais reguladoras das emoções, pois essas estruturas estão menos desenvolvidas, principalmente nas crianças. Outro ponto importante descrito no estudo é o de que as alterações observadas não se devem ao uso de medicamentos para tratamento do TDAH ou à presença de outros problemas que podem surgir associados ao transtorno, como ansiedade e depressão. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial As imagens apresentadas a seguir nos ajudam a reconhecer as áreas do cérebro que se associam ao TDAH, considerando o estudo realizado. Figura 1 - Principais estruturas do cérebro e suas funções. Fonte: Barbosa, Medeiros e Augusto (2006, p. 1.353). Sobre o TDAH, Brandão (2001) salienta que ele é caracterizado por um conjunto de sintomas que compreendem: concentração deficiente, impulsividade e hiperatividade. Sintomas esses que são mesclados, acontecendo em curtos períodos de duração. O diagnóstico é feito considerando distúrbios comportamentais como: incapacidade de ficar quieto, distração fácil por estímulos irrelevantes, impaciência, desatenção a perguntas em tarefas, verborragia, impulsividade, desobediência. No caso da desobediência, é manifestada pela incapacidade de concentrar-se em uma atividade especifica e não por contestação. Muito importante, caro(a) aluno(a): “para o diagnóstico desta condição é necessário que estes sinais estejam presentes por pelo menos seis meses e tenham aparecido pela primeira vez antes dos sete anos de idade” (BRANDÃO, 2001, p. 179). Outro ponto que vale ressaltar é o fato de que, em seu processo de desenvolvimento, o cérebro da criança passa por diversos estágios de desenvolvimento, e não é raro que ocorra algum atraso em uma das fases, sendo que o desenvolvimento é recuperado no estágio seguinte. O que pode ocorrer é que durante este “descompasso” na maturação do cérebro, o TDAH se manifeste, temporariamente, desparecendo em idades mais próximas da puberdade. Enquanto neuroeducadores, precisamos ficar atentos aos comportamentos dos alunos, tendo o extremo cuidado na realização do diagnóstico do TDAH. É necessário que nos aprofundemos acerca do tema e conheçamos as pesquisas que vem sendo realizadas, pois, infelizmente, é muito comum nos dias de hoje diagnósticos errôneos acerca do TDAH. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com ABDA, Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Maior estudo já realizado no mundo revela novas alterações cerebrais no Transtorno do Déficit de Atenção. ABDA: Fev, 2017. Disponível em: http://tdah.org.br/br/artigos/textos/item/1179-maior-estudo- j%C3%A1realizado-no-mundo-revela-novas-altera%C3%A7%C3%B5es-cerebrais-no-transtorno-do-d%C3%A9ficit-de- aten%C3%A7%C3%A3o.html Acesso em 05/04/2017. BARBOSA, L. F.; MEDEIROS, M. H.G.; AUGUSTO, O. Danos oxidativos e neurodegeneração: o quê aprendemos com animais transgênicos e nocautes?. Quím. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422006000600034 Acesso em 06/04/2017. BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia: as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2001. MIGUEL Jr., A. Sono/vigilia – Despertar: Sistema hipocretina/orexina. Jan, 2013. Disponível em: http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/sistema-neuronal-de-hipocretina/ Acesso em 06/04/2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Ftdah.org.br%2Fbr%2Fartigos%2Ftextos%2Fitem%2F1179-maior-estudo-j%25C3%25A1realizado-no-mundo-revela-novas-altera%25C3%25A7%25C3%25B5es-cerebrais-no-transtorno-do-d%25C3%25A9ficit-de-aten%25C3%25A7%25C3%25A3o.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH_b3bPdH92FBZts4yqsaKQFdYsOQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Ftdah.org.br%2Fbr%2Fartigos%2Ftextos%2Fitem%2F1179-maior-estudo-j%25C3%25A1realizado-no-mundo-revela-novas-altera%25C3%25A7%25C3%25B5es-cerebrais-no-transtorno-do-d%25C3%25A9ficit-de-aten%25C3%25A7%25C3%25A3o.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH_b3bPdH92FBZts4yqsaKQFdYsOQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Ftdah.org.br%2Fbr%2Fartigos%2Ftextos%2Fitem%2F1179-maior-estudo-j%25C3%25A1realizado-no-mundo-revela-novas-altera%25C3%25A7%25C3%25B5es-cerebrais-no-transtorno-do-d%25C3%25A9ficit-de-aten%25C3%25A7%25C3%25A3o.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH_b3bPdH92FBZts4yqsaKQFdYsOQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fscielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0100-40422006000600034&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFgvQK0_nc9xc5GarEqD1__ViDIcw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.medicinageriatrica.com.br%2Ftag%2Fsistema-neuronal-de-hipocretina%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE5RT_DyKIP11g7CNUpKtJlnsdxRA https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIALDIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da; Neurodidática . Patrícia Rodrigues da Silva; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Neurodidática. 2. Neurociência. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd3/p%C3%A1gina-inicial Página inicial REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR E O COMPORTAMENTO EMOCIONAL Professora : Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Compreender a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento da criança. • Conhecer aspectos do comportamento emocional e a sua relação com a inteligência. • Compreender a importância do cuidado com os diferentes estímulos externos à criança, em face da influência do seu desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Desenvolvimento neuropsicomotor • Comportamento emocional • Inteligência, emoção e educação Introdução Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao escopo de discussões acerca do desenvolvimento neuropsicomotor e comportamento emocional. Neste estudo teremos a oportunidade de conhecer aspectos importantes relacionado ao desenvolvimento psicomotor e ao desenvolvimento de nossos alunos. Em um primeiro momento falaremos sobre psicomotricidade, como um campo de saber de extrema importância, especialmente para educadores que atuam na educação infantil. Veremos que os estímulos externos e a relação do indivíduo com o outros, com o mundo e com os objetivos na primeira e segunda infância, repercutem ao longo de toda a sua vida. Nessa perspectiva, resgataremos conceitos das teorias de desenvolvimento humano, especificamente de Piaget e Vygotsky, buscando relacioná-las e oferecer subsídios para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que fomentem o desenvolvimento psicomotor na educação dos pequenos. Veremos que por meio da atividade corporal, das brincadeiras e atividades psicomotoras propostas a criança aprende, desenvolve sentidos e capacidades. O movimento corporal será destacado como elemento central para o desenvolvimento psicomotor, devendo ser uma característica explorada principalmente nos primeiros anos de vida do indivíduo. Veremos, ainda, que é nesse período que se inicia as relações interpessoais, o desenvolvimento do pensar, de imaginar e de criar, o que influenciará também na capacidade da criança se expressar, pela linguagem escrita ou oral. Traremos, assim, nuances acerca do comportamento emocional, que, embora apresentado sequencialmente, está imbricado no processo de desenvolvimento humano. Como as nossas discussões se amparam nos princípios da neurociência, falaremos sobre o sistema límbico e em como ele controla as emoções e funções de aprendizado e da memória. Fecharemos as discussões desse nosso estudo tratando sobre a relação inteligência, emoções e educação. Teceremos comentários sobre o conceito de inteligência, conhecendo as perspectivas dos conceitos de inteligência emocional e inteligências múltiplas e em como essas se relacionam com a educação. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial https://getfireshot.com Você verá que nós, educadores, temos uma série de desafios com o desenvolvimento da criança. E que os princípios neurocientíficos oferecem informações importantes para o entendimento do desenvolvimento e aprendizagem dos pequenos e as suas manifestações de comportamento. Boa leitura! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/unidade-4 Página inicial DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR Enquanto educadores, uma inferência que podemos fazer, principalmente quando conhecemos os principais aspectos e contribuições da neurociência, é o fato de que o ser humano aprende e se desenvolve a todo tempo e durante toda a sua vida. Entretanto, a partir do seu nascimento e nos primeiros anos de vida, acontece de forma intensificada o desenvolvimento do cérebro e a consolidação de elementos que acompanharão este indivíduo por toda a sua vida. Desta forma, caro(a) aluno(a), faz-se importante compreendermos o quando o estímulo externo influencia no processo de desenvolvimento dos sistemas de desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança, principalmente em seus primeiros anos de vida. Veremos, neste momento do nosso estudo, aspectos e elementos que nos auxiliem e contribuam para a constituição e materialização de práticas pedagógicas que possam ir ao encontro das reais necessidades de nossos pequenos, especialmente na primeira e na segunda infância, podendo assim, contribuir adequadamente para o seu desenvolvimento e aprendizagem. Vamos lá! Refletindo sobre a psicomotricidade Sabe-se que o desenvolvimento neuropsicomotor se apresenta como um processo de transformações e mudança no comportamento motor do indivíduo que está ligado as suas fases de desenvolvimento e a sua idade. Este é um processo muito importante, pois, quando o ser humano nasce, o SNC não está completamente desenvolvido, então, ele — — depende diretamente das pessoas que o cercam. Assim, é a partir dos estímulos sensoriais e motores que o desenvolvimento do indivíduo ocorre, mantendo-o em constante evolução e repercutindo sobre a sua aprendizagem. Sob essa perspectiva, vamos tratar sobre a Psicomotricidade, que, segundo Thompson (2011), faz uma associação bem estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. A psicomotricidade se define como um campo do saber https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial que tem como objeto de investigação o corpo visto como fonte inesgotável de possíveis relações do indivíduo com o outro, com o mundo, com os objetos. Nesse contexto, salienta Thompson (2011) que o corpo é visto como a dimensão fundamental do ser humano, atestando-lhe a sua existência e ratificando o motivo pelo qual se defende a importância de promover experiências em aprendizagem motora para as crianças menores, por essas serem essenciais e altamente benéficas para a expansão do desenvolvimento cognitivo dos pequenos. As atividades de movimento dão à criança pequena não só situações de descoberta e prazer, mas também o potencial para a sua utilização como uma modalidade de aprendizagem. Como as ações são repetidas e variadas, começam a se inter-relacionar e também a se tornarem esquematizadas e internalizadas [...] a motricidade não é um fenômeno secundário para o processo de cognição, mas simuma ferramenta fundamental para sua expressão, pois os movimentos irão se transformar em comportamentos que serão enraizados no cérebro (THOMPSON, 2011. P. 77). Observamos, assim, caro(a) aluno(a), que as atividades promovidas junto à criança e para a criança permitirão a vivência com experiências que estão intrinsecamente ligadas ao seu desenvolvimento, promovendo ainda ajustes de comportamentos que posteriormente resultarão em conceitos automatizados. “As experiências de movimento aumentam a função cognitiva, pois, o movimento é a chave do desenvolvimento da percepção que começa por meio de uma grande variedade de experiências sensório- motoras” (THOMPSON, 2011, p. 78). Amparando-nos nas bases neurocientíficas, notamos que nos primeiros anos de vida a plasticidade cerebral do indivíduo é muito grande. Até os 6 anos de idade, o cérebro está mais propenso à estímulo do ambiente, e a capacidade adaptativa do SNC está mais aguçada. Por esse motivo, a importância do intenso trabalho “ao redor” dos pequenos no início de sua vida, o cérebro tem uma capacidade de ajuste e adaptação muito maior. Plasticidade cerebral aplicado à educação: apreciação a disposição do sistema nervoso em acordar-se frente as extensões ambientais durante todo o desenvolvimento humano, restaurando e restituindo funções desorganizadas por condições patológicas. Sobressair os vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o desenvolvimento do sistema nervoso em sua captação sócio-histórico-educativa, percebendo a capacidade de resposta compensatória frente não apenas a lesões patológicas, mas também às influências externas. Fonte: LÉO (2010, p. 10). Complementando as nossas discussões, Santos e Costa (2015) nos asseguram que em seu enfoque psicopedagógico, a relação entre mente, motricidade e afetividade, que deve existir na Educação Infantil, facilita e promove o desenvolvimento global da criança. É nessa fase que a criança compreende, interpreta e respeita o mundo, e, por meio do brincar, constrói conhecimentos que irão acompanhá-la por toda a sua vida. Nesta mesma linha de pensamento, Thompson (2011) nos assegura que no processo de elaboração e produção de sentidos que se estabelece interiormente na criança, que se manifesta, progressivamente, a percepção de si própria, do seu corpo, das suas emoções e das suas necessidades. Conceitos psicomotores importantes, segundo Thompson (2011): https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Tônus : definido como um influxo nervoso, involuntário, que promove um estado de tensão permanente, mas variável, nos diferentes grupos musculares do corpo. Permite o desenrolar de toda a atividade corporal, possibilita o desenvolvimento do equilíbrio, a capacidade de manter-se imóvel, manutenção da postura etc. Equilíbrio: diretamente ligado à tonicidade (tônus), constitui um sistema delicado e complexo que é alimentado por dados cerebelares, visuais, labirínticos e proprioceptivos, integrados no tronco cerebral e cerebelo. Esquema corporal ou somatognosia: um mapa dinâmico de todo o organismo, tem papel fundamental nas relações entre o Eu e o mundo exterior. Pode ocorrer no nível da consciência e do conhecimento, no qual a criança aprende a conhecer as diferentes partes do corpo. E, no nível do controle de si mesmo, que permite a criança alcançar independência de seus movimentos e a disponibilidade e seu corpo em vista da ação. Imagem corporal: associada a autoimagem, é a representação que a criança tem do próprio corpo, elemento indispensável de sua personalidade. Dominância lateral: elemento de relação e orientação do corpo com o mundo externo. É governada por fatores genéticos, embora o treino e os fatores de pressão social possam influenciar no seu desenvolvimento. Orientação espacial: informação sobre o corpo em termos simbólicos. Uma noção do corpo interiormente conscientizada dos dois lados e das suas diferenças e posições relativas. Orientação temporal: capacidade de se situar em relação aos diferentes acontecimentos, tendo o indivíduo consciência de sua ação, de seu passado, presente e previsão de futuro. Praxias: sistemas de movimentos intencionais coordenados em função de um resultado. São movimentos resultantes de coordenações reflexas elevadas em nível superior de integração. Fonte: THOMPSON, R. Psicomotricidade. In .: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. Para compreendermos melhor como o educador infantil pode auxiliar neste processo, vamos tratar sobre a importância da psicomotricidade na Educação Infantil. Importância da psicomotricidade na Educação Infantil Para as discussões e conjecturas acerca da psicomotricidade na Educação Infantil, vamos resgatar a concepção de Jean Piaget e Vygostky sobre o desenvolvimento da criança. Ao tratar sobre o desenvolvimento humano, Piaget nos aponta que dos 0 aos 7 anos, ocorre o desenvolvimento do período sensório motor e do período pré-operacional do indivíduo. Estes períodos apresentam as seguintes características, conforme apontados por Piletti (2004): 1. Período sensório-motor (0 a 2 anos) : desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. A criança baseia-se em esquemas motores para resolver problemas. Nessa fase os bebês começam a desenvolver símbolos mentais e a utilizar palavras. Tudo se relaciona com o próprio corpo como se fosse o centro do mundo. 2. Período pré-operacional (2 a 7 anos) : desenvolvimento da linguagem, levando a três consequências para a vida mental: a) socialização da ação, com a troca entre indivíduos; b) desenvolvimento do pensamento; c) desenvolvimento da intuição. Nota-se o predomínio da tendência lúdica. Já para Vygotsky (1998), o desenvolvimento se caracteriza e ocorre por intermédio de transformações qualitativas complexas e determinadas por condições sociais nas quais a atividade humana acontece. Assim, o indivíduo não é um elemento passivo a ação do ambiente, mas sim interage sobre ele, transforma-o e dá origem a condições únicas, de caráter essencialmente histórico e cultural. Ou seja, o indivíduo adquire informações, atitudes, habilidades, valores etc., por meio do seu contato com a realidade, com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com o meio ambiente que o cerca e com as pessoas que o rodeiam. Ao trazermos a tona as fases do desenvolvimento que Piaget nos apresentou para o período de 0 a 7 anos, e o ponto de vista de Vygotsky sobre a influência das relações sociais no desenvolvimento do indivíduo, conseguimos já tecer as primeiras concepções acerca da representação da Educação Infantil neste processo. E, partindo do pressuposto de que a nossa vida é movimento, e de que não existe Educação Infantil sem movimento, salientamos a importância da psicomotricidade neste período. Para Santos e Costa (2015), a psicomotricidade tem por responsabilidade desenvolver no ser humano possibilidades motoras e criativas em sua globalidade, partindo para isso do seu corpo e da procura pelo movimento, pela ação. Assim, por meio da atividade corporal, a criança cria sentidos, pensa, aprende e desenvolve capacidades como a de resolver problemas, por exemplo. Mendonça (2004) nos assegura que os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o seu desenvolvimento psicomotor. Assim sendo, é necessária atenção do educador para que nenhum comportamento, perturbação passe desapercebida, e assim seja tratada a tempo. Uma ação fundamental para que a capacidade futura da criança não seja afetada, ocasionando prejuízo na aprendizagem da leitura e escrita. Neste mesmo caminho, Thompson (2011, p. 79) nos diz que as condições provocadas pelo movimento geram uma modificação no indivíduo, “[...] encaminho-o para uma forma criadora de relações, libertando-o dosdados imediato de sua experiência individual e constituindo o entendimento do outro”. Ou seja, o movimento caracteriza uma experiência particular e detém uma significação social. O movimento é visto, ainda, como a base de posturas e posicionamentos do indivíduo diante da vida (KYRILLOS; SANCHES, 2004). Vale ainda ressaltar que: O pensamento para o movimento inclui a coordenação de dois sentidos corporais: cinestesia e propriocepção. Esses dois sistemas dos sentidos são interdependentes. A cinestesia resulta em percepção dos movimentos evidentes. A propriocepção envolve a percepção das várias partes do corpo em relação, em qualquer atividade progressiva e em deslocamento (THOMPSON, 2011, p. 79). Neste sentido, na Educação Infantil faz-se necessário que as atividades, propostas e operacionalizadas pelo educador, “preocupem-se” com o movimento, com o desenvolvimento psicomotor da criança. A psicomotricidade se constitui nas atividades de movimento da criança. E, por meio das brincadeiras, da manipulação de objetivos que ela descobre o mundo e sente-se parte dele. Este é um dos motivos pelos quais se intensificam as recomendações para uso de atividades lúdicas, jogos, brincadeiras na Educação Infantil. A iteração entre o corpo e cérebro é premissa para o desenvolvimento. Assim, o trabalho realizado pelo educador neste nível de ensino, levará à construção de uma unidade corporal, como também à afirmação da identidade. Conforme destacado por Santos e Costa (2015,p. 7): “A Psicomotricidade tem ação educativa e preventiva”. Na percepção de Amarante (2010), na infância os sistemas, neurológico e motor, desenvolvem-se por meio da movimentação corporal, dos relacionamentos sociais, do impulso da criança no sentido de apreender o mundo e de aprender com o mundo. Nesta fase a criança está desenvolvendo o corpo físico, os movimentos corporais, a coordenação motora, como também iniciando as suas relações interpessoais e o desenvolvimento do pensar e da força imaginativa e criativa. Assim sendo, o brincar é a forma da criança se expressar, imitando o que está ao seu redor e formando sua linguagem imaginativa e de fantasia. Velasco (1996, p. 27) nos aponta que: O desenvolvimento psicomotor se processa de acordo com a maturação do sistema nervoso central, assim a ação do brincar não deve ser considerada vazia e abstrata, pois é dessa forma que a criança capacita o organismo a responder aos estímulos oferecidos pelo ato de brincar, manipular a situação será uma maneira eficiente da criança ordenar os pensamentos e elaborar atos motores adequados à requisição. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Assim, caro(a) aluno(a), vemos que as atividades lúdicas, as brincadeiras, as atividade orientadas que são propostas pelo educador infantil, auxiliam e influenciam na formação da criança, contribuindo para a constituição de um sujeito sadio e propenso à aprendizagem. Vemos então a necessidade de que na Educação Infantil cria-se espaços e oportunidades para que as crianças realizem atividades diversas, vivenciem experiências e, principalmente, tornem-se mais saudáveis, autônomas e confiantes. COMPORTAMENTO EMOCIONAL Conforme vamos construindo as nossas discussões sobre o desenvolvimento psicomotor, remetemo-nos ao entendimento de que tendo por suporte as bases da neurociência, é necessário que o educador refletia constantemente sobre o processo de aprendizagem de seus alunos, considerando as suas características individuais e processos de desenvolvimento. Neste momento, vamos abordar uma vertente de discussão que cada vez mais vem sendo explorada e tratada na perspectiva da neuroeducação, que é o comportamento emocional. Vamos caracterizar os seus principais preceitos. O comportamento emocional e o desenvolvimento da criança Ao discutir sobre a emoção, Lent (2010) nos propõe que esta é uma experiência subjetiva acompanhada de manifestações fisiológicas comportamentais detectáveis. Quando falamos do ser humano, a descrição do componente subjetivo da emoção é de difícil controle, pois somente o próprio indivíduo tem acesso a ele. A emoção tem sido objeto de estudo de diversas áreas e apresenta uma relação estreita com a motivação do indivíduo (BRANDÃO, 2001). Mesmo assim, tomando os princípios e métodos da Neurociência, podemos analisar uma emoção acompanhando as suas manifestações orgânicas e comportamentais, e, ainda, realizar os registros de atividades cerebrais por meio de imagens do funcionamento do cérebro (LENT, 2010). As regiões neurais envolvidas quando falamos das emoções, são geralmente reunidas no — — denominado sistema límbico, que agrupa regiões corticais e subcorticais, situadas não exclusivamente, mas geralmente em regiões mais mediais do cérebro. No cérebro dos mamíferos o sistema límbico é responsável pelas emoções e comportamentos sociais. As regiões corticais são aquelas que compõem o córtex cerebral, como o lobofrontal, parietal, occipital e temporal, responsáveis pela capacidade de realizar funções mentais superiores. As estruturas subcorticais estão situadas em uma região sob o córtex cerebral, compondo a base do cérebro, e é composta por cerebelo, bulbo raquidiano, sistema reticular, tálamo, hipotálamo, amídala https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com e hipocampo. Conhecendo o sistema límbico O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios ele possui várias estruturas e cada uma delas tem suas funções. Fonte: Portal Educação (2013). Continuando as nossas discussões acerca das emoções e comportamentos sociais, na figura, a seguir, podemos visualizar a estrutura do sistema límbico. Figura 1 - Estrutura do sistema límbico Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/sistema_limbico.htm https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.guia.heu.nom.br%2Fsistema_limbico.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF3-9sdo1Zp5nVB1Gj6uduv0RsLUw Figura 2 - Esquema explicativo simplificado das funções do córtex pré-frontal Fonte: Lent (2010, p. 744). O córtex pré-frontal é a parte anterior do logo frontal do cérebro responsável pela integração e coordenação de estruturas corticais e subcorticais, tendo um papel significativo no estado de atenção, estresse e emoção. O córtex pré-frontal também se envolve com funções cognitivas complexas, como: ter atenção, comunicar, imaginar, ter lembranças, refletir, planejar, modificar ações, decidir, sentir etc. A sua importância também se estende para a definição e ajuste da personalidade do indivíduo. Por meio da Figura 2, Lent (2010) nos apresenta que o uso da razão começaria medialmente pela atividade do córtex cingulado anterior, representado na figura em azul, encarregado de focalizar a atenção perceptual e cognitiva, modulando também a atividade das áreas funcionais correspondentes. As áreas em amarelo, denominadas dorsolaterais, e as em violeta, que são as ventrolaterais do córtex pré-frontal seriam encarregadas de comparar informações novas com antigas. O córtex pré-frontal ventromedial, não está representado na figura, o responsável pelo ajuste de tudo com os objetivos do indivíduo e as circunstâncias sociais. Destaca Lent (2010) que as emoções detêm de 3 (três) grandes habilidades que são: (1) a sobrevivência do indivíduo, (2) a sobrevivência da espécie e (3) a comunicação social. Por exemplo, diante de uma situação ameaçadora o indivíduo tem comportamentos defensivos que possam neutralizar a ameaça ou então reações de medo que lhe possibilitem a fuga (PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA). Ao atingir a idade adulta, o indivíduo precisa assegurar a sobrevivência da espécie, assim sendo, desenvolvecomportamentos emocionais apropriados para atrair o sexo oposto (SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE). Como forma de comunicação, o indivíduo desenvolve comportamentos emocionais que permitem a interação e a expressão dentro do grupo (COMUNICAÇÃO SOCIAL). — Vale ressaltar, caro(a) aluno(o), que estes comportamentos sendo os dois primeiros mais nítidos em animais, embora também — presentes no homem , também permeiam o ambiente educacional. As manifestações emocionais de nossos pequenos, em muito pode influenciar na sua aprendizagem e desenvolvimento. Podemos facilmente identificar emoções, como: alegria, tristeza, amor, raiva, agonia, desprezo, pânico, inveja, solidariedade e tantas outras mais. Um ponto fundamental, neste processo, é o educador ter a percepção para dar a tratativa adequada às emoções manifestadas. Lent (2010) salienta que as emoções podem ter caráter positivo e negativo. Nas de valor positivo, os comportamentos que as suscitam tendem a ser repetidos. Já nas de valor negativo, os comportamentos que as provocaram tendem a ser eliminados. É importante destacarmos, independentemente do valor, que as emoções manifestadas provocam comportamentos motivados. — — Esses comportamentos motivados de valor positivo ou negativo têm como elemento comum o reforço , que pode ser um estímulo positivo que o torna prazeroso ou então estímulo negativo que o torna desagradável. O resultado desse processo será a motivação em prolongar ou interromper a experiência emocional. Na Educação Infantil, por exemplo, é comum a criança em momento de raiva morder o coleguinha. Este é um comportamento que, além de ser investigado pelo educador, precisa ser tratado adequadamente quando acontece. O tipo de reforço dado a essa criança no momento em que ela morde (manifestação da raiva), determinará a sua motivação posterior em prolongar ou interromper este comportamento. “Quando o reforço é positivo, chama-se recompensa ou estímulo apetitivo, e quando é negativo se chama punição ou estímulo aversivo” (LENT, 2010, p. 716). Podemos dizer ainda que as emoções positivas provocam prazer, manifestações de amor e amizade, enquanto as emoções negativas levam ao desprazer, e comportamentos manifestados como o medo, o estresse, a raiva, a tristeza. Emoção e motivação direcionam o sistema de atenção, que decide então que informações serão arquivadas nos circuitos neurais, e, assim, aprendidas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Sobre a dimensão afetivo-emocional, Comin (2010) nos expõe que há uma ligação íntima com o sucesso ou fracasso escolar, sendo frequentemente utilizada para justificar o “não-aprender”. Amplamente falando, esta dimensão enfoca: a carência, as impossibilidades, a falta de algo, ou seja, emoções manifestadas na criança. Em suma, é importante que os professores estejam atentos aos sinais e não interpretem como desatenção ou indisciplinas. Ao não ser realizada corretamente, essa interpretação dos comportamentos manifestados pelo aluno pode incidir por uma insistência na contenção do movimento da criança, como uma forma de assegurar a sua aprendizagem. Coll, Marchesi e Palacios (2007) complementam as nossas discussões, destacando que os problemas emocionais e sociais acabam por desempenhar um papel importante nas dificuldades gerais de aprendizagem e também no rendimento escolar, podendo ocorrer, por exemplo, deficiências na motivação, na concentração, na conduta, no relacionamento com professor e colegas, protesto contra os pais, baixa autoestima, ansiedade excessiva etc. Ressalta-se ainda que sintomas específicos, como enurese, terrores noturnos, sucção do polegar, tiques, encoprese, podem se manifestar. Complementando essa ideia, Brandão (2001) salienta que a experiência emocional é o resultado de vários eventos e pode acarretar em alterações endócrinas e autonômicas importantes, tais como: garganta e boca secas, sudorese em mãos e axilas, aumento de batimentos cardíacos e respiração ofegante, rubor facial, tremores as mãos e, dependendo da intensidade da experiência emocional, micção e defecção. — Para Lent (2010) as manifestações apresentadas podem ocorrer em situações de medo e raiva, sendo as duas últimas micção e — defecção mais frequentes durante o medo, raramente durante a raiva. Outro ponto destacado pelo autor é o de que na esfera comportamental, geralmente o indivíduo com raiva grita, e o que está com medo, chora ou então grita de modo diferente. Quanto aos gestos, os do indivíduo com raiva são ofensivos, de aproximação e/ou ataque. E os da pessoa com medo são de afastamento, fuga e defesa com os braços e o corpo. São muitos pontos importantes, não é mesmo, caro(a) aluno(a)? É claro que há uma infinidade de conteúdos e materiais que podem ser explorados e servir de base para que estejamos atentos e interpretemos o comportamento de nossos alunos. Não deixe de pesquisar sobre o assunto e realizar “leitura” de suas salas de aula. INTELIGÊNCIA, EMOÇÃO E EDUCAÇÃO Chegamos ao último momento deste nosso estudo. Vamos tratar de alguns aspectos relacionados à inteligência e a sua relação com o funcionamento cerebral. Assim, caro(a) aluno(a), temos a oportunidade de compreender ainda mais os comportamentos e ações manifestadas por nossos alunos e, dessa forma, desenvolver práticas pedagógicas que influenciem adequadamente o seu https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com processo de aprendizagem. Vamos lá! Apontamentos sobre a inteligência Os estudos acerca da inteligência humana são diversos e ao mesmo tempo controversos. Não estamos tratando aqui, caro(a) aluno(a), especificamente sobre os testes de inteligência, até mesmo porque não compõem a nossa expertise , mas das abordagens a respeito deste aspecto comportamental do indivíduo que acaba, muitas vezes, sendo explorado e caracterizado de forma generalista. Sobre o conceito de inteligência, Cosenza e Guerra (2011) afirmam que se trata de um tema amplo e com variado significado ao longo do tempo e em diversos ambientes culturais. O que os autores nos trazem é que a inteligência pode ser interpretada e considerada a habilidade de o indivíduo se adaptar ao ambiente e aprender com a experiência. Em uma definição mais abrangente, a inteligência é vista como a capacidade que envolve as habilidades de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rapidamente por meio da experiência (COSENZA; GUERRA, 2011). Vemos, assim, que não se trata de apenas uma habilidade acadêmica, mas também de um conjunto de habilidade que extrapolam os muros da escola. Refletimos, assim, caro(a) aluno(a), sobre como o conceito de inteligência é interpretado e utilizado equivocadamente no cotidiano escolar. Ao dizermos que um aluno é ou não é inteligente, faz-se necessário que sempre pensemos o seguinte: “ Inteligente em que? ”. Em nossos estudos, que se utilizam das bases neurocientíficas, vimos que o cérebro se desenvolve de maneiras diferentes, adapta- se a situações externas, e que, por meio de seu funcionamento, manifestações comportamentais acontecem. Tais características vão ao encontro da necessidade de não tratar a inteligência como um conceito genérico. A neurociência da inteligência Conforme apontado em pesquisas que fazem uso de imagens para mapeamento do cérebro, o funcionamento cerebral se diferencia de indivíduo para indivíduo. Assim, pesquisadores sobre a inteligência humana passam a agregar uma série de conhecimentos a respeito do funcionamento cerebral. Um deles ratifica o fato de que os indivíduos não “funcionam” da mesma forma. Fonte: adaptado de Robert Colom, Richard J. Haier, Kevin Head, Juan Alvarez-Linera, Maria Angeles Quiroga, Pei Chun Shih e Rex E. jung, em Intefligence, vol. 37, n° 2, págs. 124-135, março-abril de 2009. Disponível em: https://www.methodus.com.br/artigo/668/a-neurociencia-da-inteligencia.htmlConforme salientam Cosenza e Guerra (2011), indivíduos costumam manifestar rigor ou fraqueza em relação ao funcionamento cognitivo. Por exemplo, uma pessoa pode apresentar boa percepção espacial e não ser tão boa na expressão verbal, ou vice-versa. As autoras complementam ainda que a inteligência pode se dividir em dois componentes: inteligência fluída e inteligência cristalizada. A inteligência fluída seria a capacidade de lidar com problemas novos, que exigem velocidade e flexibilidade mental. A inteligência cristalizada, por outro lado, refere-se à habilidades já existentes e ao conjunto de informações acumuladas, que se aplicam para resolver problemas semelhantes aos que já foram encontrados em outras ocasiões. A inteligência fluída é prejudicada pelo uso de drogas, a fadiga, o envelhecimento e a depressão. A inteligência cristalizada tende a aumentar com a idade (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 120). Complementando as nossas discussões, Braghirolli et al. (2014) descrevem que uma pesquisa, realizada por Frank S. Freeman em 1976, permitiu dividir a inteligência em três grandes grupos. O primeiro grupo enfatiza a capacidade de ajustamento e adaptação do indivíduo ao meio, ou seja, a pessoa mais inteligente seria aquela com maior facilidade em mudar o seu comportamento em https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.methodus.com.br%2Fartigo%2F668%2Fa-neurociencia-da-inteligencia.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGBKaXwnX5bxfafUuQzrCuVgNX6kQ função das exigências da situação. O segundo grupo diz que a inteligência se relaciona à capacidade de aprender, isto é, pessoa mais inteligente é aquela que aprende mais e mais depressa. Já o terceiro grupo postula a inteligência como a capacidade de pensar abstratamente, utilizando-se para isso de conceitos e símbolos nas mais variadas situações. Vale destacar que essas três maneiras de conceber a inteligência não são excludentes, mas sim aspectos de um mesmo processo (BRAGHIROLLI et al. , 2014). Por meio dessas reflexões, caro(a) aluno(a), podemos inferir que a inteligência corresponde a uma capacidade global do indivíduo em se adaptar no contexto em que vive, expressado pela sua facilidade em aprender e pensar abstratamente. Sobre a mensuração da inteligência, Braghirolli et al. (2014) nos dizem que foi um tema muito estudado por psicólogos que desenvolveram variados instrumentos para medi-la. Os testes realmente detectam diferenças entre os indivíduos, sendo os seus resultados altamente correlacionados, tornando-se, assim, instrumentos úteis para predizer desempenho futuro, muito utilizados em processos seletivos e de orientação vocacional. Neste contexto, é importante que nós, educadores, contemos com o apoio de profissionais específicos da área, psicólogos, para a aplicação de testes de inteligência quando identificada essa necessidade. Em um contexto escolar, por exemplo, na medida em que o educador identifica disfunções na aprendizagem da criança, que mesmo com estímulos, estratégias e práticas pedagógicas específicas continuam a se manifestar, juntamente com outros instrumentos de diagnóstico, os testes de inteligência podem auxiliar na identificação de indivíduos excepcionais. Conforme Braghirolli et al. (2014), em termos de inteligência, os indivíduos excepcionais são aqueles que se localizam em um dos extremos da distribuição normal da inteligência. Quando o desempenho intelectual é inferior, caracterizado por comportamento adaptativo ineficiente, diz que há um retardamento mental. Quando o desempenho intelectual é superior, com níveis mais elevados de capacidade intelectual, utiliza-se a expressão "superdotados". Outro ponto que se faz importante enfatizar, caro(a) aluno(a), é o de que muitas vezes essas características manifestadas nas crianças excepcionais são interpretadas de maneira equivocada. Conforme destacam os autores: Constitui um erro acreditar que todos os retardados mentais tenham características idênticas. Há muitas variedades de retardamento mental, além das diferenças individuais entre eles. Também é preciso notar que o retardo não é uma doença, mas uma deficiência que pode ter várias causas. Dentre as principais estão as deficiências herdadas, as lesões por ocasião do nascimento, ingestão de tóxicos pela mãe na gravidez e disfunções severas do sistema endócrino. [...]. Apesar da noção comum de que o superdotado teria diversas ordens, porque, na verdade, eles tendem a ser superiores em tudo, apesar de que, num sistema educacional comum, que não atende e não aprecia sua curiosidade e impaciência, podem sentir-se entediados, ter problemas de ajustamento e vir, até, a ser reprovados. Os superdotados têm necessidade, pois, de atendimento especial, tarefas extras e adequadas a sua capacidade (BRAGHIROLLI et al., 2014, p. 152-154). Vemos, assim, caro(a) aluno(a), que as discussões sobre inteligência são diversas e podem construir diferentes inferências conforme as áreas e aspectos sobre os quais se amparam. Para nós, educadores, que vivemos com as nossas crianças um exercício de diagnóstico constante, é necessário atenção e entendimento sobre os comportamentos manifestados, no contexto escolar, familiar e social. A conscientização dos pais e/ou responsáveis acerca das especificidades da inteligência é uma ação que pode auxiliar, e muito, neste processo. Um ponto que se fala muito nos dias de hoje, e que se tornou alvo de muitas discussões, é o conceito de educação emocional , algo que se desenvolveu a partir dos preceitos sobre Inteligência emocional , popularizado nos anos 90, pelo psicólogo Daniel Goleman, e muito utilizado como ferramenta para obtenção de sucesso nos meios de comunicação e empresariais. A inteligência emocional traz como pressuposto a habilidade que o indivíduo detém de perceber os seus próprios sentimentos e emoções, expressando-os de forma precisa, obtendo facilidade de relacionamentos e crescimento pessoal. Uma teoria que ainda apresenta resultados controversos, não sendo validada por uma série de pesquisadores. Outra teoria que apoiou o desenvolvimento e propagação de estudos e pesquisas sobre a educação emocional, nas escolas, foi a teoria da Inteligências Múltiplas de Howard Gardner. Segundo ele existiram oito inteligências nos indivíduos: verbal, lógico- https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal, intrapessoal e naturalista (COSENZA; GUERRA, 2011). A primeira implicação da teoria das inteligências múltiplas de Gardner é a de que existem talentos diferentes, conforme as inteligências mais aguçadas nos indivíduos. Por exemplo, uma criança pode ter um talento muito apurado em atividades esportivas, que envolvem dança, música, o corpo, pois ela tem a inteligência corporal-cinestésica mais desenvolvida, mas pode não dispor do mesmo talento para atividades que exijam habilidades para resolver problemas, manifestadas na inteligência lógico-matemática. Sob essa perspectiva, o estímulo, que de acordo com as bases neurocientíficas devem ser intensificados na primeira e segunda infância, tornam-se fundamentais. Para nos ajudar neste processo, caro(a) aluno(a), o quadro a seguir traz as características manifestadas pelos indivíduos, considerando cada tipo de inteligência, e propostas de atividades que podem ser realizadas com esses indivíduos. Quadro 1 - Proposição de atividades combinadas para as inteligências múltiplas Fonte: Relvas (2010, p. 104). O ponto de inflexão entre as duas teorias, Inteligências Múltiplas e Inteligência emocional, está em que ambas têm como foco a otimização da inteligência e não a sua mensuração. Conforme explicitado por Wedderhoff (2007, p. 1): "O objetivo da educação emocional não está centrado na mensuração da inteligência, mas, sim, na sua otimização,a partir da educação das emoções. Constitui-se num processo complexo de construção permanente, originado no seio da família, passando pela escola e continuando por toda a vida. No entanto não pode ser vista como mais um tipo de autoajuda ou uma receita que transforma todos os problemas em soluções". https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Trabalhando a inteligência emocional das crianças É importante conhecer o nível de desenvolvimento e as habilidades dos pequenos para assim estimular adequadamente, como também atender às suas expectativas. Os adultos precisam estar atentos às “mensagens” que enviam, pois os pequenos também aprendem socialmente, por meio de nossos comportamentos. Fonte: adaptado de Neuroeducação (2016). Disponível em: http://revista- neuroeducacao.com.br/trabalhando-a-inteligencia-emocional-das-criancas/ . Assim sendo, por meio dos pontos abordados em nosso estudo, vemos que não podemos enxergar a educação emocional com um fenômeno de natureza unicamente escolar, mas sim como um processo que se inicia no ambiente familiar, desde os primeiros momentos de vida, se não, antes mesmo de a criança nascer. E, mesmo nos meandros de controvérsias em que se instalam as diferentes teorias, a educação emocional pode ser considerada um novo paradigma pedagógico que precisa ser explorado, dissecado por nós, professores, educadores e pesquisadores, pois ela é um fato requerido no âmbito educacional. Pense nisso, caro(a) aluno(a). Eis mais um grande desafio para nós, educadores! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Frevista-neuroeducacao.com.br%2Ftrabalhando-a-inteligencia-emocional-das-criancas%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNERUkjwpMcpO1EOO51GvJJdIuiE3g http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Frevista-neuroeducacao.com.br%2Ftrabalhando-a-inteligencia-emocional-das-criancas%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNERUkjwpMcpO1EOO51GvJJdIuiE3g https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Em nossos estudos sobre o desenvolvimento neuropsicomotor, pudemos refletir sobre a importância dos estímulos adequados nos primeiros anos de vida da criança. Considerando as conjecturas propostas e os aspectos principais da psicomotricidade, analise as afirmações e assinale a alternativa correta. I - Os estímulos, sensoriais e motores, caracterizam a psicomotricidade e influenciam no desenvolvimento do indivíduo. II - O objeto de investigação da psicomotricidade é o corpo percebido como fonte inesgotável de possíveis relações do indivíduo com o outro, com o mundo, com os objetos. III - As experiências de movimento diminuem a função cognitiva do indivíduo, visto que o movimento é a chave do desenvolvimento motor. IV - Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o seu desenvolvimento psicomotor. a) Somente, as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente, as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente, as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Somente, as afirmativas I, II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 2. Foi estudado que a emoção é uma experiência subjetiva acompanhada de manifestações fisiológicas comportamentais detectáveis. Quando falamos do ser humano, a descrição do componente subjetivo da emoção é de difícil controle, pois somente o próprio indivíduo tem acesso a ele. Considerando os princípios neurocientíficos para entendimento da emoção, onde estão reunidas as regiões neurais? Assinale a alternativa correta. a) No sistema neural, com as suas conjunturas e plasticidade. b) No sistema límbico, que agrupa regiões corticais e subcorticais. c) No córtex cerebral. d) Especificamente no lobo frontal. e) Nenhuma das alternativas anteriores. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial 3. Nos apontamentos realizados sobre a inteligência, vimos as concepções de Howard Gardner, proponente da Teoria das Inteligências Múltiplas. Essa teria propõe 9 (nove) habilidades/tipos de inteligência, cada qual com as suas caraterísticas. Considerando as inteligências propostas por Gardner e o que os professores podem fazer para desenvolvê-las, relacione esses aspectos, a seguir, e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. (1) interpessoal (2) Intrapessoal (3) Espacial (4) Musical (5) Corporal-cinestésica (6) Lógico-matemática (7) Linguística (8) Naturalista ( ) Desenhar mapas e labirintos, conduzir atividade de visualização. ( ) Utilizar aprendizagem cooperativa, passar projetos em grupo e em duplas, criar situações nas quais troquem informações. ( ) Reescrever letras de músicas para ensinar conceito, ensinar história por meio da música. ( ) Utilizar o espaço fora da sala de aula, ter plantas e animas na sala, conduzir experiências de ciências, criar área de natureza. ( ) Criar projetos de leitura e escrita, ajudar os alunos a preparar discursos, despertar para os debates, palavras cruzadas. ( ) Permitir o trabalho no ritmo de cada um, designar projetos individuais e direcionados, estabelecer metas, oferecer oportunidades, receberem feedback um dos outros, envolver em projetos de reflexão. ( ) Proporcionar atividade de movimentos. ( ) Usar jogos de estratégias, usar objetos concretos, gravar informações em gráfico, estabelecer linhas de tempo e espaço, mapas. a) 1,2,4,3,7,5,6,8. b) 2,1,4,5,6,8,7,3. c) 3,1,4,8,7,2,5,6. d) 3,1,2,5,6,7,8,4. e) 7,5,6,1,3,2,8,4. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Nas discussões propostas neste estudo, tivemos a importância de compreender sobre a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento da criança. Vimos que os estímulos adequados, especialmente na primeira e segunda infâncias, quando o cérebro está no seu ápice de desenvolvimento são fundamentais não somente para o desenvolvimento motor, mas também para o desenvolvimento cognitivo. Pudemos compreender a importância do cuidado com os diferentes estímulos externos à criança, em face da influência em seu desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. É importante, caro(a) aluno(a), que você tenha compreendido que as bases neurocientíficas podem ajudar o professor, especialmente da educação infantil, a potencializar o processo de desenvolvimento dos pequenos. Como vimos, os anos iniciais da vida de um indivíduo são fundamentais e repercutem em comportamentos e ações que se manifestam até a sua vida adulta. O comportamento emocional, por exemplo, não deve ser desconsiderado nessa fase, mas sim ser “tratado” adequadamente pelo professor, que deve procurar ajuda/apoio do psicológico ou psicopedagogo quando necessário. Falamos, ainda, sobre emoções negativas e emoções positivas manifestadas pela criança e da ligação dessas emoções com o sucesso ou fracasso escolar. Vimos que, assim, os problemas emocionais e sociais desempenham um papel importante nas dificuldades gerais de aprendizagem e também no rendimento escolar. Ao final, mas não menos importante, foram realizados apontamentos sobre a inteligência humana e os novos desafios dos professores, entre eles, trabalhar a educação emocional da criança juntamente com a família. Espero que os apontamentos aqui realizados tenham sido elucidativos no que diz respeito ao desenvolvimento neuropsicomotor e ao comportamento emocional, mas, que principalmente, sirvam de base para a realização de novas pesquisas e o alcance de novas descobertas.Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web Bia Bedran: O Desenvolvimento da Criança e o Brincar É um instinto natural. Toda criança nasce sabendo brincar. Um direito fundamental importantíssimo para o desenvolvimento do conhecimento, habilidades e potencialidades ainda na infância. Qual a importância do faz de conta para o desenvolvimento da criança? A televisão contribui ou desestimula o brincar? Até que ponto uma infância recheada de fantasia é um estímulo na formação da personalidade? Para conversar sobre o desenvolvimento da criança e o brincar, uma referência quando o assunto é arte voltada para a infância: Bia Bedran contadora de histórias, compositora e professora. Web: https://www.youtube.com/watch?v=EfjKtCeRBgY Howard Gardner - Para cada pessoa, um tipo de educação Howard Gardner, psicólogo norte-americano e teórico das inteligências múltiplas, explica duas implicações educativas. Conferencista do Fronteiras do Pensamento 2009. Web: https://www.youtube.com/watch?v=tLHrC1ISPXE A vida secreta dos bebês Um documentário que explica com clareza todo o desenvolvimento do bebê até os dois anos de idade. Como é ser um bebê de acordo com a perspectiva dele? O que se passa na cabeça do seu filho e como é possível que um ser humano tão pequenino possa ser tão inteligente? Todas essas perguntas são respondidas pelo documentário desenvolvido pela BBC, “A vida secreta dos bebês”. A série é imperdível para mamães e futuras mamães que querem entender um pouco mais sobre o desenvolvimento do seu pequeno. A série completa está disponível no Netflix. Web: http://gnt.globo.com/programas/gntdoc/videos/4540638.htm Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=EfjKtCeRBgY https://www.youtube.com/watch?v=tLHrC1ISPXE http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fgnt.globo.com%2Fprogramas%2Fgntdoc%2Fvideos%2F4540638.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFQx4hX9MkSPT6Cf3FHOF72N1kbRg https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS BRAGHIROLLI, E. M. et al. Psicologia Geral . Petrópolis: Vozes, 2014. BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia : as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2001. COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação : transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação : como o cérebro aprende. Porto Alegre: Armed, 2011. KYRILLOS, M. H. M.; SANCHES, T. L. Fantasia e criatividade no espaço lúdico: educação física e psicomotricidade. In: ALVES, F. Como aplicar a psicomotricidade : uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2004. p.153-175. LENT, R. Fundamentos da Neurociência. In LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios : conceitos fundamentais de neurociência São Paulo: Atheneu, 2010. LÉO, M. F. G. Neurociência e Educação. Monografia . Universidade Candido Mendes. Niterói: Projeto A vez do Mestre, 2010. MENDONÇA, R. M. Criando o ambiente da criança: a psicomotricidade na educação infantil. In: ALVES, F. Como aplicar a psicomotricidade : uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2004. p.19-34. OLIVEIRA, G. de C. Psicomotricidade : educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 4.ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2000. PILETTI, N. Psicologia educacional . 17. ed. São Paulo: Ática, 2004. RELVAS, M. P. Neurociência e educação : potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010. THOMPSON, R. Psicomotricidade. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. VELASCO, C. G. Brincar : O Despertar Pscicomotor. Rio de Janeiro: Sprint,1996. VIGOTSKI, L. S. O desenvolvimento psicológico na infância . São Paulo: Martins Fontes, 1998. VIGOTSKI, L. S. O desenvolvimento psicológico na infância . São Paulo: Martins Fontes, 1998. REFERÊNCIAS ON-LINE AMARANTE, M. C. Desenvolvimento da criança de 6/7 anos de idade-Prontidão escolar. Fórum Sul Mineiro, 2010. Disponível em: http://www.ded.ufla.br/forumsulmineiro/imagens/artigo_maria_chantal.2010-07-07_14-37-48.pdf COMIN, M. T. S. Problemas afetivos e de condutas em sala de aula. REI – Rev. de Educação do IDEAU . V. 5, n. 10, jan-jun, 2010. Disponível em: http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/206_1.pdf . Acesso em 04/04/2017. SANTOS, A. D.; COSTA, G. M .T. A psicomotricidade na educação infantil: um enfoque psicopedagógico. REI – Ver de Educação do IDEAU . Vol. 10 – Nº 22 – Julho - Dezembro 2015. Disponível em: http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/278_1.pdf Acesso em 25/03/2017. WEDDERHOFF, E. Educação emocional: Um novo paradigma pedagógico?. Revista Linhas , v. 2, n. 1, 2007. Disponível em: http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFi-le/1299/1110 . Acesso em 28/03/2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.ded.ufla.br%2Fforumsulmineiro%2Fimagens%2Fartigo_maria_chantal.2010-07-07_14-37-48.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFBr6Uohf9mqK42ukxVr8I3gqWnJw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.ideau.com.br%2Fgetulio%2Frestrito%2Fupload%2Frevistasartigos%2F206_1.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE95GgbZS9rjshO00ZQSv_x73p3ng http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.ideau.com.br%2Fgetulio%2Frestrito%2Fupload%2Frevistasartigos%2F278_1.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFPy7Hmj8NLkEOk02-Fsz5ZOG1iRw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.periodicos.udesc.br%2Findex.php%2Flinhas%2Farticle%2FviewFi-le%2F1299%2F1110&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGan3TqbkRZ66JJ8u1pXA5n2l4Sxw https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Falaremos sobre brincar e estimular os sentidos do 0 aos 6 anos. Sabemos que muito precocemente os bebês já distinguem expressões faciais e iniciam o desenvolvimento de suas emoções. Conforme a criança vai crescendo e se desenvolvendo, é fundamental que os estímulos do mundo externo contribuam para o seu desenvolvimento. Neste contexto, o lúdico, por meio de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano. Schiavo e Ribó (2007) nos apresentam, que a criança como ser ativo que é, merece no seu tempo de crescimento e desenvolvimento estimulação e exploração adequadas. Assim, as atividades diárias, brincadeiras, falas e experiências se constituem em momentos de construção espontânea do aprendizado. Na fase de zero a seis anos de vida da criança, ela passa por diversas mudanças pontuais e importantes que estabelecem um direcionamento em sua personalidade, suas características estruturais, quanto às percepções do mundo e das pessoas do seu cotidiano, e seu desenvolvimento harmonioso. Assim sendo, é importante um ambiente estimulador, onde a criança tenha oportunidades e possibilidades de ver, ouvir, sentir, explorar e desenvolver suas necessidades e habilidades, conhecer seus limites, e, destamaneira, formar sua personalidade (SCHIAVO; RIBÓ, 2007, p. 3). Neste contexto, o lúdico e as brincadeiras se constituem em uma forma de aprender que se relaciona com brinquedos, jogos, brincadeiras, onde a criança tem a oportunidade mostrar o seu jeito de ser ao mesmo tempo em que aprende regras, desenvolver o seu ser social, sua inteligência sua coordenação e autoconfiança, seu emocional e o prazer e satisfação em realizar ao que lhe é proposto. Podem ser utilizados cantigas, contos, brincadeiras e poesias e por meio dessas atividades proporcionar o desenvolvimento integral da criança, trabalhando assim aspectos físicos, cognitivos, sociais e afetivos. Também são brincadeiras que estimulam e propiciam esse desenvolvimento integral: https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial Em sala de aula, Devries (2004) nos expõe que ainda podem ser aplicados no desenvolvimento infantil: As atividades precisam ser orientadas para que a criança perceba que o que está fazendo é, ao mesmo tempo, interessante e desafiador. Caso contrário, o aprendizado significativo não acontecerá e a atividade se tornará rotineira e mecânica. Para isso, é importante que o educador considere e respeite a faixa etária, ao planejar e materializar a sua atividade. Neste processo, a criança com as suas potencialidades e necessidades, juntamente com o educador dotado de suas qualificações profissionais, estabelecerão relações de afeto e atenção. Dessa forma, a prática pedagógica se traduz em aprendizagem significativa e prazerosa, contribuindo diretamente para a formação integral da criança (GUSSO; SCHUARTZ, 2005). Gusso e Schuartz (2005, p. 246) sugerem algumas atividades e recursos para a prática pedagógica na educação infantil, considerando para isso faixa etária, características principais, algumas atividades pedagógicas e alguns recursos necessários para que o educador possa utilizar o lúdico em sua prática educativa de forma significativa e prazerosa, conforme apresentado no quadro a seguir. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com Quadro 1 - Atividades e recursos para a prática pedagógica na educação infantil Fonte: Gusso e Schuartz (2005, p. 246). PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! DEVRIES, R. O currículo construtivista na Educação Infantil: práticas e atividades. Porto Alegre: Artmed, 2004. GUSSO, S. F. K.; SCHUARTZ, M. A. A criança e o lúdico: a importância do “brincar”. V Educere. Curitiba: 2005. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisEvento/documentos/com/TCCI057.pdf Acesso em 30/03/2017. SCHIAVO, A. A. N.; RIBÓ, C. M. E. Estimulando todos os sentidos de 0 a 6 anos. Seminário do 16º COLE – Congresso de Leitura do Brasil, Unicamp: 2007. Disponível em: http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem13pdf/sm13ss17_01.pdf Acesso em 05/04/2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2Feventos%2Feducere%2Feducere2005%2FanaisEvento%2Fdocumentos%2Fcom%2FTCCI057.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNG3uLmSmp_WnMMYg2VJQgpM1lxZVQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Falb.com.br%2Farquivo-morto%2Fedicoes_anteriores%2Fanais16%2Fsem13pdf%2Fsm13ss17_01.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFVuqFE0O3oPXCuu8aFy_Qrmhls7g https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da; Neurodidática . Patrícia Rodrigues da Silva; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 37 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Neurodidática. 2. Neurociência. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd4/p%C3%A1gina-inicial