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Prévia do material em texto

Avaliação de políticas públicas
Prof.ª Rhayana Holz Vieira
Descrição
Compreender a avaliação de políticas públicas, desde os seus estágios iniciais (concepção do desenho de
um programa) até os desafios de uma avaliação de impacto, para a realização de análises do custo-
benefício de uma política pública.
Propósito
Avaliar políticas públicas é essencial a gestores públicos e políticos que irão desenhá-las e implementá-las.
Objetivos
Módulo 1
O que é uma política pública?
Identificar as etapas da criação de uma política pública.
Módulo 2
Como saber qual é o impacto efetivo da política?
Reconhecer os desafios e a necessidade da avaliação de impacto de uma política pública.
Módulo 3
Custo-benefício de políticas públicas
Descrever a análise do custo-benefício de uma política pública.
Introdução
Neste material, detalharemos como as políticas públicas são desenhadas, executadas e avaliadas, além de
entendermos a importância e as dificuldades envolvidas na análise do custo-benefício delas. Para isso,
apontaremos que essas políticas envolvem três grandes fases.
No primeiro módulo, trataremos do desenho do programa, desde a definição do problema até a
determinação do tipo de intervenção, do público-alvo e de seu impacto potencial. No segundo, estudaremos
a necessidade da avaliação de impacto e as dificuldades em encontrar um grupo de controle. Por fim, no
último módulo, apontaremos as maneiras de realizar uma análise de custo-benefício por meio da
monetização de ambos, que são fundamentais na identificação da viabilidade de uma política pública.

1 - O que é uma política pública?
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as etapas da
criação de uma política pública.
Políticas públicas: introdução
O que é uma política pública?
Frequentemente, testemunhamos nos noticiários histórias de pessoas que recebem uma renda mensal do
governo, como era o caso dos beneficiários do Bolsa Família. Mas o que seria isso?
O Bolsa Família era um programa destinado a famílias que vivem em situação de pobreza ou extrema
pobreza. O governo federal lhes destinava recursos de forma direta (transferência de renda) com um valor
considerado adequado para elas saírem dessa situação.
Além disso, havia fatores adicionais atrelados a esse programa. Eles estão condicionados a algumas
características educacionais e de saúde, adicionando um valor extra, por exemplo, para cada criança da
família que tiver uma boa frequência escolar e a vacinação em dia.
Tratava-se, enfim, de um amplo programa com diversos critérios e características. Porém, para este módulo,
vamos nos ater ao fato de que o Bolsa Família era uma transferência de renda para famílias pobres.
Além dele, você também já pode ter ouvido falar do Projeto Tamar. Ele realiza a proteção na desova das
tartarugas em algumas praias de três regiões do país: Nordeste, Sudeste e Sul. O intuito é permitir que as
tartarugas marinhas fêmeas, que chegam às praias para desovar, não sejam mortas e que seus ovos
permaneçam em segurança até o nascimento de seus filhotes.
Como é de se esperar, tal projeto também possui muitas particularidades. No entanto, limitaremo-nos a
associar o Tamar à proteção das tartarugas marinhas fêmeas.
De forma geral, portanto, podemos perceber que o Bolsa Família era uma transferência de renda às famílias
e o projeto Tamar, uma proteção às tartarugas marinhas.
Conhecendo apenas essas duas características, podemos inferir que ambos possuem algo em comum?
Surpreendentemente, a resposta será positiva. O Bolsa Família e o projeto Tamar são políticas, projetos e/ou
programas que, quando executados pelo governo federal ou por organizações não governamentais, geram
um impacto, possuindo custos e benefícios associados.
Qualquer um dos termos — política, projeto ou programa — pode ser associado a um impacto com custos e
benefícios. Programas executados pelo governo ou em parceira com outra entidade são usualmente
considerados projetos de política pública ou projetos sociais.
Nos exemplos acima, o Bolsa Família era gerenciado pelo governo federal, enquanto o projeto Tamar é
vinculado ao Ministério de Meio Ambiente por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
Uma política pública pode ser definida como uma ação (ou um conjunto de ações) de origem ou com apoio
governamental cujo objetivo é alterar uma realidade social por meio da implementação de melhorias.
Atenção!
Nem todos os projetos sociais se originam no governo ou contam com seu aporte. Eles podem ser
conduzidos e gerenciados exclusivamente por uma empresa privada.

Tendo em vista que algumas situações raramente são alteradas, uma política pública pode ser realizada
com o intuito de mitigar certos efeitos negativos desse tipo de situação.
Geralmente, as políticas públicas possuem, como característica central, quatro pontos muito claros:
De�nição do problema
Delimita a situação que se pretende enfrentar.
Intervenção
Estipula a ação que será feita.
Público-alvo
Define para quem ou onde será realizada a intervenção.
Impacto potencial
Projeta o resultado esperado com a intervenção.
A construção desses pontos é chamada de desenho da política pública ou desenho do programa. É
importante que uma política pública tenha essas quatro etapas bem definidas antes de se realizar qualquer
ação.

Desenho da política pública
Assista a este vídeo para compreender melhor a elaboração das quatro etapas de uma política pública
fictícia.
Desenho da política pública
Desenho da política pública: a de�nição
do problema
Analisando atentamente o exemplo ilustrado no vídeo, podemos ressaltar que a parte de conceituação da
primeira etapa, ou seja, a definição do problema, é a seguinte: pior colocação no ranking das notas de
Matemática.
Vamos entender melhor suas diferenças.
Como o primeiro ponto explicita, para desenhar uma política pública, é necessário definir a
situação ou o problema que desejamos mudar.
No exemplo de Manjerinha, a insatisfação com as notas baixas dos alunos resultou na
criação de uma política pública para resolver esta situação: pior colocação no ranking das
notas de matemática.
Sendo assim, é possível perceber que a construção da definição do problema possui três
fundamentos básicos: a condição de existência, a agenda de prioridade e a não abrangência.
Eles serão explicados a seguir.
Para essa etapa, a condição de existência é muito intuitiva, já que a realidade com a qual se
depara pode ser classificada como um problema. Como vimos, a pior colocação no ranking
foi o suficiente para se desenhar uma política pública em Manjerinha.
Contudo, essa característica deve ser avaliada com muita parcimônia, pois uma condição de
existência pode ter um caráter presente ou futuro. Em outras palavras, é possível apontar uma
situação que esteja ocorrendo (presente) ou uma que ocorrerá (futuro) caso não seja tomada
nenhuma providência.
Condição de existência presente
Para exemplificar essa condição, suponha que o Brasil foi identificado como o potencial exportador de uma
espécie rara de peixe que é abundante no país. Por causa disso, a pesca dele aumentou de forma
desenfreada até se chegar ao ponto de o animal entrar em extinção no Brasil.
No momento inicial, a pesca representou uma grande oportunidade de negócios. No entanto, a ação em
grande escala trouxe um problema: a extinção do peixe de espécie rara. Desse modo, a política pública para
contornar essa situação precisa ser associada a uma realidade que esteja ocorrendo.
Condição de ocorrência futura
Trata-se da condição objetiva para a criação de políticas públicas a fim de minimizar ou impossibilitar uma
situação futura de ocorrer. Suponha que uma prefeitura tenha o interesse de que grandes indústrias se
instalem em um bairro de sua cidade.
Sabe-se que um efeito colateral dessas novas instalações é a emissão de poluentes, resultando em
problemas respiratórios nos moradores do bairro. Sendo assim, a prefeitura criauma política pública com o
intuito de contornar os problemas de saúde relacionados à emissão de poluentes por essas novas
indústrias.
Dessa forma, é possível perceber que os moradores ainda não apresentam problemas respiratórios, mas,
ainda assim, a prefeitura já se antecipou ao criar tal política pública.
Assim como uma situação pode ter o status corrente ou futuro, a prioridade na mudança também consegue
variar ao longo do tempo. Retomemos o exemplo do peixe raro que era exportado até entrar em extinção.
A princípio, talvez não fosse uma prioridade da prefeitura reverter essa situação. Porém, com o passar dos
anos, ela tem sido priorizada ao ponto de ser criada uma política pública com este objetivo: impedir a
extinção dos animais em virtude da caça ou pesca desenfreada.
Relembrando

Em alguns casos, a existência da prioridade pode vir acompanhada da impossibilidade. Sabemos que não
há recursos ilimitados e que qualquer política pública envolve dispêndio de dinheiro.
Nesse sentido, o governo pode ter uma agenda de prioridades que inclua uma situação específica, mas a
ausência de recursos impossibilita a criação de políticas públicas. Apesar de haver outros motivos para a
mudança na prioridade, é fundamental compreender que a agenda da prioridade não é fixa, variando com o
passar dos anos.
Como terceira e última característica central na definição do problema, existe a não abrangência dele.
Definir uma situação problemática de forma exageradamente abrangente, considerando qualquer coisa
como um problema, pode acabar gerando intervenções desnecessárias — e até prejudiciais.
Como as demais etapas do desenho do programa partem de um problema específico, é importante ser
preciso na identificação de uma situação que realmente precise de mudança para não se interferir em áreas
que não necessitam dela.
Retomando o exemplo de Manjerinha, no qual se definiu uma política pública para
resolver o problema da última colocação no ranking de Matemática, suponhamos
agora que a cidade está em primeiro lugar na lista de Português.
Dessa maneira, melhorar todo o sistema educacional incorreria na alteração da forma do ensino de
Português, apesar de não haver quaisquer indicativos dessa necessidade. Nessa perspectiva, ampliar a
especificação do problema pode gerar a não observação de boas práticas já adotadas e, em casos
extremos, piorar situações bem-sucedidas.
Desenho da política pública: a intervenção
Além disso, lembremos que, por cinco anos consecutivos, os alunos de Manjerinha estiveram na
última colocação do ranking na prova de Matemática. Por conta disso, a prioridade do governo
pode ter mudado de tal forma que, após vários anos com uma péssima colocação, foi desenhada
uma política pública para resolver essa situação.
Diante da definição do problema apresentado na primeira etapa, deve-se estabelecer quais ações serão
adotadas para contornar esse problema, ou seja, qual intervenção será escolhida para mudar a situação
apresentada na definição do problema (etapa anterior).
Dessa forma, o intuito da intervenção é a busca por mecanismos que possibilitem a resposta correta para
esta pergunta: “Como intervir para solucionar o problema previamente apontado na etapa anterior?”.
Se, por um lado, achamos que a definição do problema é a parte mais fácil do desenho do programa, por
outro, a intervenção aparenta ser a mais difícil.
Estabelecer os meios e os mecanismos a serem utilizados para enfrentar o problema previamente apontado
pode ser comparado à situação na qual se define o remédio adequado para uma doença: quanto mais
complexa ela for, maior será a dificuldade em achar o mais adequado.
Em alguns casos, a etapa da intervenção pode ser a mais complexa no desenho de uma política
pública. Não há um manual ou um receituário previamente elaborado para se determinar a intervenção
necessária diante do problema que se pretende enfrentar. Em outras palavras, não existe uma receita
de bolo para se desenhar a intervenção.
No entanto, percebemos que uma das estratégias é a pesquisa de experiências em outros lugares,
como ocorreu com o prefeito de Manjeirinha, que copiou a intervenção de uma cidade do Chile.
Consideraremos a seguir outros exemplos hipotéticos para compreendermos melhor a definição de
intervenção.
Suponhamos que o governo estadual deseje criar uma política pública para resolver a questão do
desemprego das pessoas de baixa escolaridade que, com frequência, estão em situação de desvantagem
social em termos de oportunidades.

Pensemos na quantidade de propostas apresentadas por todas as pessoas do estado. Com certeza, não
seria possível apresentar aqui todas elas.
Essa multidimensionalidade de possibilidades de intervenção pode ser resolvida quando existe um
conhecimento acerca de outras experiências de intervenção para determinado problema que se pretende
enfrentar. Assim, em vez de realizar uma pesquisa com todos os moradores do estado, uma possibilidade
mais eficaz seria fazê-la de forma menos abrangente e analisar a intervenção sobre o mesmo problema em
outros estados e municípios — ou até em outros países.
Retomando o exemplo do governador que busca uma intervenção para o desemprego e a baixa
escolaridade, uma sugestão de intervenção seria a oferta de cursos profissionalizantes específicos para
essas pessoas.
No Brasil, já houve esse tipo de medida: trata-se do Plano Nacional de Formação Profissional (Planfor), que
foi lançado pelo governo federal em 1995. Nesse caso, o governador poderia verificar as ações dessa
intervenção e possivelmente incorporá-la como política pública caso chegasse à conclusão de que ela é
adequada para o estado.
Exemplo
Imaginemos agora que o governador tenha decidido realizar uma pesquisa, envolvendo toda a
população do estado, com a seguinte pergunta: qual é a sua proposta de intervenção para resolver
esse problema?

Comentário
Outras experiências podem contribuir na proposição de uma boa intervenção. O Bolsa Família, por
exemplo, possui muitas similaridades com o PROGRESA, um programa de transferência de renda
para famílias pobres criado no México em 1997.

Ao replicar as intervenções, é necessário realizar adaptações para ajustá-las ao problema. No exemplo de
Manjerinha, o prefeito não precisava copiar exatamente o que foi feito pelo Chile. Em vez de contratar mais
profissionais do ensino, ele poderia, por exemplo, utilizar os mesmos professores de Matemática para
ministrar as aulas extras.
Desenho da política pública: o público-
alvo
Esta etapa é o segmento para o qual as ações de um projeto se destinam com a expectativa de gerar
mudanças ou impactos. É importante ressaltar que o público-alvo não é necessariamente formado por
pessoas, como é o caso do Projeto Tamar, cujo objetivo é preservar as tartarugas marinhas.
O público-alvo engloba todos os agentes que se enquadram nos critérios para receber as ações da política
pública.
Suponhamos que o prefeito de uma cidade deseje resolver o problema da má nutrição das crianças que
estão em vulnerabilidade social. Nesse exemplo, o público-alvo é composto por elas. Argumentar que esse
público é composto por tais crianças seria o mesmo que afirmar que todas aquelas da cidade em
vulnerabilidade social vão receber as ações desse prefeito?
Para responder à pergunta, é necessário compreender a diferença entre o público-alvo e o grupo de pessoas
que receberá uma intervenção. Em um primeiro momento, tal discrepância pode ser sutil, embora ela parta
da ideia da existência de programas universais e não universais.
Programas universais
Um programa que atinge toda a população é universal. Por exemplo, uma política de vacinação do
governo prevê que toda a população será vacinada (o público-alvo é toda a população).
Programas não universais
Por outro lado, os não universais possuem restrições de entrada, seja por motivos financeiros ou de
disponibilidade de vagas. Geralmente, eles incluem critérios de elegibilidade, ou seja, impõem restriçõespara uma participação.
Para exemplificar, imaginemos que exista um programa para adolescentes da Zona Leste da cidade de
São Paulo. Neste caso, o público-alvo estaria formado pelos adolescentes da região, enquanto o critério
de elegibilidade seria formado por idade (adolescente), região (Zona Leste) e cidade (São Paulo).
Adicionalmente, suponhamos que haja pouco recurso financeiro disponível para executar essa política,
tendo sido decidido, por conta disso, que uma prova seria aplicada e que os mil candidatos mais bem
colocados participariam do programa.
Apesar da condicionalidade imposta para selecionar quem participará dele (estar entre os mil primeiros
colocados da prova), o público-alvo não se alterou, sendo ainda composto por adolescentes da Zona Leste
de São Paulo. Ou seja, o grupo de beneficiários continua fazendo parte do grande grupo do público-alvo.
Dessa forma, podemos afirmar que nem sempre todo público-alvo recebe a intervenção da política pública,
mas todos que a receberem estão dentro desse público.
Vamos utilizar outra situação para exemplificar a diferença entre os dois grupos. Pensemos no público-alvo
como uma casa grande cheia de pessoas; logo, todos dentro dela fazem parte desse público. Duas
situações podem ocorrer:
Todo mundo ganhará um presente
Se essa situação ocorrer, todos dentro da casa ganharão o presente; então, o público-alvo será
igual ao grupo dos ganhadores dele.
Apenas um grupo de pessoas ganhará o presente
Em contrapartida, se isso ocorrer, apenas um grupo de pessoas da casa ficará com ele; portanto,
apenas parte do público-alvo terá em mãos o presente.
Um termo é amplamente utilizado para se referir de forma mais direta às pessoas que recebem a
intervenção da política pública. Comumente, quem a recebe ou receberá é chamado de tratado. Usualmente,
isso ocorre pelo fato de uma intervenção, quando posta em prática, ser denominada tratamento.
O grupo de pessoas que recebe ou receberá a intervenção do programa (ou tratamento), por sua vez, é
chamado de grupo de tratamento.
Para compreendermos melhor a diferença entre público-alvo e grupo de tratamento, suponhamos que um
prefeito de uma cidade pequena deseje criar uma política pública de curso profissionalizante para pessoas
desempregadas que possuem somente o ensino fundamental completo.
Como a prefeitura dispõe de poucos recursos, só é possível criar 200 vagas desse curso. No entanto, a
quantidade de desempregados apenas com o ensino fundamental completo é de 500 pessoas. Como
resolveremos o problema das 200 vagas diante dos 500 desempregados com ensino fundamental
completo?
Uma solução possível é a seguinte: basta a prefeitura sortear, entre os inscritos, 200 pessoas para realizar o
curso. Alternativamente, ela ainda poderia aplicar uma prova para selecionar os 200 melhores candidatos ou
definir outro critério de seleção.
Exemplo
Retomando o exemplo de Manjerinha, imaginemos agora que a prefeitura não tinha recursos
suficientes para contratar mais professores para todas as escolas; com isso, apenas algumas
delas foram sorteadas para receber essas aulas extras.
O público-alvo inclui todas as escolas da cidade, enquanto o grupo de tratamento (ou os tratados)
abarca apenas as escolas com docentes a mais para ministrar aulas de Matemática.

Independentemente da forma escolhida pela prefeitura para selecioná-las, claramente o grupo de
tratamento será composto por essas 200 pessoas e o público-alvo, pelas 500.
Suponhamos agora que a prefeitura tenha conseguido recursos suficientes para ofertar as 500 vagas de
curso profissionalizante. Diante dessa nova realidade, o público-alvo será o mesmo do grupo de tratamento.
Desenho da política pública: impacto
potencial
Quando existe uma clareza acerca do problema que será combatido, dos meios utilizados para isso e da
definição do público-alvo, o desenho do programa é completamente finalizado com a explicação do impacto
potencial, ou seja, aquele esperado após a execução da política pública.
É como responder à seguinte pergunta: segundo (1) o problema que se pretende
contornar, (2) a intervenção definida para isso e (3) o público-alvo, o que se pode
esperar como resultado?
Dessa forma, ao mesmo tempo que se desenha o programa, já é definido o que se espera dele. No entanto,
vale observar que o impacto esperado está associado ao problema, à intervenção e ao público-alvo, mas
não reflete necessariamente o que ocorreu.
Esse impacto representa a expectativa de mudança com a execução do programa. Ao desenhar todas as
etapas de uma política pública, observa-se que o intuito é sempre o mesmo: resolver ou mitigar o problema
definido na primeira etapa (definição do problema).
O impacto potencial tem uma grande importância ao demonstrar, de forma clara e objetiva, de que forma o
programa atenua a mitigação ou resolução do problema.
Vamos retomar os exemplos para entendermos isso melhor.
Do curso profissionalizante até os desempregados com baixa escolaridade, pode-se indicar que o
impacto esperado após a execução desse programa é que essas pessoas saiam da condição de
desemprego (definição do problema).
Já no exemplo de Manjerinha, o impacto potencial é a melhora no ranking das notas dos alunos na
disciplina de Matemática, já que o problema existente é a última colocação nessa disciplina.
Sintetizando tudo que estudamos até aqui, podemos dizer que a política pública e o projeto social são
utilizados às vezes como sinônimos, embora os projetos sociais não precisem ter obrigatoriamente uma
participação do governo.
Já essa política, que é de origem ou possui apoio governamental, tem como objetivo central a execução de
mecanismos que possibilitem a mudança de um problema. Para isso, é necessário realizar o chamado
desenho da política pública, que é composto pela definição do problema, da intervenção, do público-alvo e
do impacto potencial.
Essa definição possui três características fundamentais:

Condição de existência (de caráter presente ou futuro).

Agenda de prioridades (que pode se alterar ao longo do tempo).

Não abrangência do problema (não interferir em situações bem-sucedidas).
A intervenção deve ser clara e objetiva, estabelecendo as ações de enfrentamento do problema. O público-
alvo é composto pela população na qual se espera gerar mudança ou impacto.
Alguns motivos, como a escassez de recursos, podem resultar na seleção de parte do público-alvo (grupo
de tratamento) para receber as ações do programa. Por último, realizamos a definição do impacto potencial,
demonstrando a mudança ou o impacto esperado com a execução de uma política pública.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Desenho da uma política pública: de�nição do problema
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Desenho da uma política pública: intervenção
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Desenho da uma política pública: o público-alvo
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Desenho da uma política pública: impacto potencial

Questão 1
Leia o texto a seguir:

Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco para atingir
seus objetivos.
A quantidade de pessoas que compram jornal impresso reduziu drasticamente ao longo dos últimos 20
anos. A maior busca por informação está sendo comercializada nos meios digitais. Diante disso,
percebeu-se que os donos de banca viram suas receitas caírem ao longo do tempo. Um governador
decidiu, dessa forma, criar uma política pública que permitia que os do seu estado pudessem mudar de
ocupação, podendo ser chaveiros, costureiras etc.
Para realizar tal política, o governador firmou parceria com empresas de consultoria especializadas em
transição de ocupação no mercado de trabalho. No entanto, por ser tratar de um grande estado, não
haveria vagas suficientes para todos os donos de banca. Optou-se, assim, pela realização do programa,
em um primeiro período, apenas na capitaldo estado. Em seguida, assim que a empresa de consultoria
finalizasse todo o processo nela, uma próxima cidade seria escolhida para que esses donos pudessem
participar.
Selecione a alternativa que se relaciona corretamente com o texto acima.
A É obrigatório que todos os donos de banca participem da transição.
B A empresa de consultoria selecionará o público-alvo.
C
O desenho do programa estabeleceu como definição do problema a impossibilidade
de todos os donos de banca poderem participar da consultoria.
D
Inicialmente, o grupo de pessoas que receberá as ações do programa será composto
pelos donos de banca na capital do estado.
E O público-alvo do programa será selecionado por meio de sorteio.
Responder
Questão 2
Leia este texto:
Uma cidade no interior do Brasil viu que, a cada ano, a taxa de natimortos só aumentava (natimorto é o
feto com mais de 20 semanas que morre ainda no útero). Muitos são os problemas que podem
acontecer para uma gestação ser interrompida, mas o prefeito observou que as grávidas não estavam
tendo acesso ao pré-natal.
Tendo isso em vista, ele criou um consultório com uma equipe de saúde especializada no atendimento
de grávidas. Dessa forma, todas elas teriam o acompanhamento do pré-natal feito por uma equipe de
saúde.
Selecione a alternativa que se relaciona corretamente com o texto acima.
A
A taxa crescente de natimortos representa o impacto potencial no desenho da
política pública.
B Grávidas não queriam realizar o pré-natal após as 20 semanas de gestação.
C
As grávidas da cidade representam a definição do problema no desenho da política
pública.
D
A taxa crescente de natimortos e o consultório com uma equipe de saúde
especializada no atendimento de grávidas representam, respectivamente, a definição
do problema e a intervenção executada pela política pública.
E
As grávidas que não realizam o pré-natal após 20 semanas representam a definição
do problema.
2 - Como saber qual é o impacto efetivo
da política?
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os desa�os e a
necessidade da avaliação de impacto de uma política pública.
Introdução
Estudamos no módulo anterior que o governo cria uma política pública com o objetivo de mitigar ou mesmo
resolver um problema na sociedade ou em parte dela. Para isso, é fundamental ter um desenho do
Responder

programa que permita a estipulação de um planejamento de ações diante da realidade que se pretende
alterar.
Como vimos, não há uma receita de bolo para se definir a intervenção, pois essa definição varia de acordo
com a situação que se pretende alterar. Em alguns casos, certas experiências internacionais ou até mesmo
nacionais podem auxiliar no desenho do programa.
Ainda assim, resta a dúvida sobre o fato de o desenho do programa conseguir (ou não) mitigar ou resolver a
situação. Sendo assim, é importante observar qual é o real impacto dele, isto é, avaliar se o impacto efetivo
corresponde ao potencial (definido no desenho do programa).
Conhecida como avaliação de impacto, a busca pela identificação e análise do
impacto efetivo pretende verificar se a execução do desenho do programa realmente
obteve o impacto previamente esperado. Desse modo, ela permite identificar se a
expectativa (impacto potencial) é igual à realidade (impacto efetivo).
Somente a avaliação de impacto pode demonstrar a mudança realmente causada pela execução de uma
política pública.
Impacto efetivo da política pública
Correlação e causalidade
Denominamos efeito causal a mudança ocasionada pela execução da política pública. Analisar a
causalidade de uma política é primordial para se assegurar de que a mudança ocorrida se deve, de fato, à
execução do programa.
Às vezes observamos que, após a execução de uma política pública, ocorre a mudança em uma situação.
De forma ingênua e errônea, interpretamos isso como o efeito causal, enquanto, na verdade, trata-se apenas
de uma correlação.
Antes de compreendermos melhor o conceito de correlação e causalidade no âmbito da política pública,
precisamos ler atentamente a seguinte sentença: “O aumento dos gastos do governo foi acompanhado por
um aumento no número de formigas”.
A conotação desta frase está relacionada a uma causalidade ou a uma correlação?
Se você associou a frase a correlação, acertou.
Os gastos do governo nada têm a ver com o número de formigas. O único fator comum é o aumento
apresentado por ambos.
Termo estatístico, a correlação se refere à força e à direção que duas variáveis se relacionam, o que
pode ser provocado por uma mera coincidência — talvez os dados tenham sido coletados em um
período no qual um formigueiro novo apareceu e o governo aumentou os gastos.
De outro modo, se fosse argumentado que há uma relação causal entre os gastos do governo e o
número de formigas, assim diríamos: “O aumento dos gastos do governo causa o aumento no número
de formigas”.
Logicamente, tal frase não é verdadeira, porém é importante compreender que correlação pode ser
observada mesmo em situações sem lógica, como formigas e gastos do governo, por exemplo.
No âmbito da avaliação de impacto, a relação causal surge quando uma ação é responsável por um efeito,
ou seja, a execução do programa causou o impacto efetivo observado (mudança observada).
É possível inferir que o aumento da incidência de doenças respiratórias foi causado pelo incremento da
poluição. Não foi dito que toda doença respiratória é causada pela poluição, e sim que o aumento dela
influenciou a quantidade de doenças respiratórias.
Como essa premissa foi baseada em uma avaliação de impacto, mesmo que outras situações influenciem
doenças respiratórias, é possível enxergar o impacto causado nelas pela poluição.

Exemplo
Para exemplificar a relação de causalidade, consideremos a seguinte premissa como a conclusão
de uma avaliação de impacto: “O aumento da poluição leva ao incremento da incidência de
doenças respiratórias”. O que podemos concluir disso?

Dessa maneira, para conhecer o impacto efetivo (mudança ocorrida), é crucial indicar o que é causado pela
execução do programa.
Comparações antes e depois e de
participantes e não participantes
Voltemos ao exemplo do prefeito que fornecia 200 vagas de curso profissionalizantes a pessoas
desempregadas que possuíam apenas o ensino fundamental completo.
A cidade tem um público-alvo de 500 pessoas, mas a prefeitura selecionou 200 candidatos para fazerem
parte do grupo de tratamento, ou seja, somente eles puderam realizar o curso profissionalizante.
O impacto potencial dessa política pública era que, ao final do treinamento, essas pessoas ingressassem no
mercado de trabalho. Imaginemos que, ao finalizarem o curso, todas as 200 tenham conseguido uma vaga
de emprego.
Será que a estratégia que adotamos ao avaliar o antes e o depois foi suficiente para reproduzir uma relação
de causalidade e, portanto, ser considerada uma avaliação de impacto?
Antes de respondermos a tal pergunta, devemos abordar uma estratégia de comparação adicional: se quem
participou do curso está empregado, o que aconteceu com os não participantes?
Poderíamos checar se eles ainda estão desempregados: ao compará-los com os 200 que fizeram o curso (e
estão empregados), afirmaríamos que ele foi determinante para a conquista do emprego.
Ao analisarmos os não participantes, deparamo-nos com a seguinte informação: uma grande empresa se
instalou na cidade e empregou todos os desempregados, ou seja, as 500 pessoas. Até as que não
realizaram o curso foram empregadas por ela. Nesse sentido, ter realizado o curso não contribuiu para a
pessoa conseguir um emprego.
De forma semelhante, a comparação entre participantes e não participantes também não constitui uma boa
estratégia para a verificação do impacto efetivo.
Buscamos (erroneamente) encontrar o impacto prático analisando a situação antes e depois do programa.
Ou seja, a pessoa era desempregada antes dele, fez o curso e foi empregada.
No entanto, a ocorrência de fatores externosao curso contribuiu para a empregabilidade, pois, como a
empresa precisava de muitos trabalhadores, todos que se candidataram para as vagas de emprego
conseguiram um trabalho.
Portanto, essa comparação demonstrou apenas uma correlação entre fazer o curso e conseguir o emprego.
Lembre-se de que, na busca pelo impacto efetivo (a mudança que de fato ocorreu), é necessário observar
que fazer o curso foi determinante para conseguir o emprego, isto é, o programa foi responsável pela
mudança observada.
Comentário
A comparação entre o antes e o depois não é um indicador correto para a verificação do impacto
efetivo de uma política pública, já que a empregabilidade foi ocasionada por um fator externo
(grande demanda por trabalhadores de uma empresa instalada na cidade).

Comentário
Abordamos até aqui uma situação hipotética realizada corriqueiramente. Contudo, por diversas
vezes, também nos deparamos com uma intervenção governamental (ou até mesmo uma política
pública) sobre a qual realizamos comparações do tipo antes e depois ou participantes e não
participantes. Assim, partindo de uma comparação completamente equivocada, tiramos
conclusões acerca do fracasso ou do sucesso da intervenção governamental ou política pública.

O que se deve fazer então para identificar o impacto efetivo de um programa? Em outras palavras, como se
pode encontrar relações causais para conhecer o impacto efetivo?
O motivo para as duas escolhas estimarem erroneamente o impacto efetivo foi a impossibilidade de afirmar
o que aconteceria com os participantes do programa caso não tivessem participado dele.
As alternativas que (erroneamente) adotamos incorrem na busca pelo conhecimento de uma situação
hipotética. Trata-se da chamada situação contrafactual.
Impossibilidade de encontrar o
contrafactual
A situação contrafactual pode ser definida como a busca por conhecer o que aconteceria caso outra
situação ocorresse. Apesar de soar como uma definição abrangente, por ser uma situação hipotética, vale a
pena compreendê-la.
Começaremos com algumas abordagens corriqueiras.
Suponhamos que, após terminar a faculdade, você recebesse duas propostas de emprego: a primeira, para
trabalhar no Rio de Janeiro; a outra, em São Paulo. Você optou pela empresa do Rio de Janeiro. Depois de
dez anos, lembra-se da outra proposta e naturalmente se pergunta: “Se eu tivesse ido a São Paulo, como
seria a minha vida?”.
Olhamos situações ao nosso redor em diversas oportunidades, o que naturalmente suscita o surgimento de
perguntas como “Se eu tivesse... o que teria acontecido?” ou “Se eu não tivesse... o que teria acontecido?”.
Elas envolvem um impasse: a incapacidade de conhecermos a situação contrafactual, ou seja, o resultado
alternativo, por estar atrelada a uma escolha que não pode mais ser feita.
A possibilidade de mudar para São Paulo, depois de trabalhar por dez anos no Rio de Janeiro, nunca vai
representar o que aconteceria com a sua vida se você tivesse se mudado para lá há dez anos.
Poderíamos pensar nas pessoas que conhecemos no Rio de Janeiro e nas
experiências vividas, além das diversas situações que ocorreram e que nos
impossibilitam de assumirmos, caso tivesse ocorrido uma escolha diferente, um
determinado resultado por hipótese.
Dessa forma, nunca será possível saber como estaria a sua vida se você tivesse ido a São Paulo há dez
anos em vez de ter optado pelo Rio de Janeiro.
Apesar dos muitos cenários que a situação contrafactual pode ter, as estratégias utilizadas para uma
avaliação de impacto recaem na busca por se contornar o contrafactual, ou seja, conhecer o que
aconteceria caso a política pública não fosse executada. Se isso fosse possível, seria fácil distinguir o
impacto causado por ela.
Para se estabelecer o cenário contrafactual, deveria ser possível identificar o resultado para a mesma
pessoa ao mesmo tempo, admitindo ambos os cenários: o de ter participado e o de não ter participado do
programa.
Para compreendermos isso melhor, analisaremos a seguinte história hipotética:
Para construirmos o contrafactual, deveríamos observar as duas versões de Simaia:
Versão 1: dia 13 de fevereiro de 2020: ela não fez o curso de mentoria.
Versão 2: dia 13 de fevereiro de 2020: ela fez o curso de mentoria.
Considerando a ocorrência da versão 2, poderíamos indicar que o impacto efetivo seria a comparação da
versão 1 com a 2. Nessa perspectiva, trata-se do que teria acontecido com ela caso não tivesse participado
do programa.
Exemplo
Simaia está desempregada. Em sua cidade, foi ofertada uma política pública de mentoria para se
conseguir um emprego. As ações do programa envolvem dicas, estratégias e conhecimentos de
oportunidades para se conquistar um trabalho na cidade. Ela finalizou o curso no dia 12 de
fevereiro de 2020 e, no dia seguinte, já conseguiu um emprego.

Claramente, é impossível termos as duas situações, dado que ela, de fato, finalizou o curso no dia 12. Com
isso, só conseguimos observar sua versão 2, ou seja, aquela em que Simaia realizou o curso.
A situação contrafactual sempre recai na mesma dúvida “e se”. Essa impossibilidade de conhecer uma
realidade alternativa (o que não ocorreu) gera a impossibilidade da construção do contrafactual.
Retomemos o exemplo do curso profissionalizante para os 200 desempregados:
Versão 1: após a finalização do curso, mas a pessoa não fez o curso.
Versão 2: após a finalização do curso, mas a pessoa fez o curso.
Caso as versões 1 e 2 fossem comparadas, conseguiríamos observar que, após a finalização do curso, a
pessoa conseguiria o emprego da mesma forma, já que a empresa instalada na cidade precisava de mão de
obra.
Sendo assim, poderíamos observar que fazer o curso não impactou efetivamente na obtenção do emprego.
Com essa análise, concluiríamos que o programa não obteve um efeito causal relevante, ou seja, ele não foi
o fator determinante para a empregabilidade.
Observamos até aqui que as comparações entre antes e depois e entre participantes e não participantes
não conseguem indicar o impacto do programa. O motivo para isso é que não conseguimos recuperar a
situação contrafactual diante dessas duas formas de comparação.
Diante dessas impossibilidades, qual estratégia deve ser adotada para se contornar o contrafactual e se
estabelecer o impacto efetivo de uma política pública?
Grupo de controle
Neste vídeo, demonstramos, por meio de um exemplo, a importância do grupo de controle.

Grupo de controle
A estratégia adotada para tentar recuperar o contrafactual artificialmente é encontrar um grupo que
represente adequadamente os participantes do programa na ausência de participação nele.
Retomemos o exemplo da Simaia: a solução, neste caso, é encontrar uma pessoa tão parecida com ela que
a única diferença entre ambas seja a participação no programa. Desse modo, a ideia por trás da formação
desse grupo representativo da Simaia é buscar pessoas com as mesmas características dela, ainda que não
tenham feito o curso.
Para o caso em questão, esse grupo seria o seguinte: mulher, desempregada, mesmo nível educacional,
mesma motivação para conseguir o emprego e outras características importantes que influenciam na
conquista dele, mas com a diferença de que ela não fez o curso.
Caso encontrássemos alguém tão similar a Simaia, poderíamos assumir que a única diferença entre ambas
seria o curso. Dessa forma, compararíamos adequadamente o efeito da mentoria sobre a situação de
emprego.
Essa outra pessoa representaria o controle para Simaia, ou seja, alguém em uma
situação de não realização do curso, mesmo podendo ser comparada a ela (que fez o
curso).
Portanto, devido à impossibilidade de encontrarmos o contrafactual, utilizamos a seguinte estratégia:
buscamos um grupo de controle, ou seja, definimos um grupo de pessoas com características similares às
de Simaia que possa representar o que aconteceria com ela sem a participação no programa.
A partir desse grupo representativo, conseguiremos fazer comparaçõesartificiais com o grupo de pessoas
que recebeu o programa. Encontrar um grupo de controle não é uma tarefa fácil, embora existam muitas
técnicas complexas e desenhos específicos de programas que permitem isso.
Outra aplicação muito comum de grupos de controle e tratamento ocorre em testes de medicamentos e
vacinas na área da Saúde. Pessoas são alocadas entre o grupo de tratamento (que recebe a medicação) e o
de controle (que toma um remédio placebo sem nenhum efeito).
Ao final do tratamento, os dois grupos são comparados para se conhecer o impacto efetivo do
medicamento.
Essa estratégia é adotada porque não é possível conhecer o contrafactual do grupo
de tratamento, ou seja, o que teria acontecido com as pessoas que tomaram o
medicamento caso elas não o tivessem tomado.
Será que elas melhorariam por causa de uma resposta imunológica natural? Para conseguir conhecer o real
efeito do medicamento, é fundamental que o grupo de controle (que toma o placebo) tenha as mesmas
características do que realmente está tomando o medicamento.
Comentário
É fundamental a compreensão de que conhecer a realidade das pessoas que participam do
programa não significa necessariamente compreender o impacto dele. Somente uma adequada
comparação com o grupo de controle permite realmente conhecê-lo.

Importância de se conhecer o impacto
efetivo
Poderíamos nos perguntar: qual é a importância da avaliação de impacto efetivo das políticas públicas?
A primeira resposta seria a validação da teoria. Uma das razões para a importância da avaliação de impacto
é que, ao conhecer os efeitos do programa, é possível indicar se o desenho dele precisa de ajustes ou deve
ser extinguido.
Outra razão muito importante tem relação com os custos. Como veremos adiante, os recursos gastos em
políticas públicas são públicos; portanto, o ideal seria evitar que muitos deles fossem gastos em um
programa que apresenta baixos benefícios.
Uma avaliação de impacto permitiria ajustes no desenho do programa de tal forma que, com a mesma
quantidade de recursos, seria possível obter um impacto efetivo maior.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Medindo o impacto da política pública: correlação e causalidade
Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Impacto efetivo da política pública

Falta pouco para atingir
seus objetivos.
Questão 1
A prefeitura de uma cidade do interior desenvolveu uma política pública cujo propósito é oferecer um
treinamento voltado para a área de trabalho de cada trabalhador. O objetivo do curso é que as pessoas
fiquem mais qualificadas no trabalho e recebam um aumento salarial. Ao final dele, o prefeito pediu a
uma equipe da prefeitura que fosse feita a avaliação de impacto do programa.
O resultado apresentado pela equipe foi o seguinte: comparou-se os salários dos participantes do
programa antes e depois do curso. Os trabalhadores que realizaram o treinamento ganhavam R$1.000
por mês antes dele. Depois de o realizarem, passaram a obter ganhos mensais de R$1.500. Dessa
forma, indicamos que a adição de R$500 no salário daqueles que participaram do programa pode ser
identificada como a avaliação de impacto dele.
Após ler atentamente o texto e a explicação da equipe, selecione a alternativa correta.
Vamos praticar alguns
conceitos?
A
A equipe está correta, porque o incremento salarial depois do programa representa
claramente que o treinamento atingiu o objetivo de aumentar o salário dos
trabalhadores.
B
A equipe está errada. A comparação do salário antes e depois do treinamento não
reflete a avaliação de impacto, já que pode haver outras situações que influenciaram
esse aumento salarial.
C
A equipe está errada, pois esse aumento salarial representa o impacto potencial do
treinamento.
Questão 2
Uma empresa desenvolveu um algoritmo inovador que é capaz de analisar um grande banco de dados
com muitas informações referentes a características das pessoas. Com esse algoritmo, é possível
indicar uma pessoa que possua as mesmas características que você.
Considerando que esse algoritmo realmente exista, selecione a alternativa que demonstra qual
problema ele estaria resolvendo para a política pública.
D
A equipe está correta, já que comparar o salário das pessoas que fizeram o
treinamento com o dos que não o realizaram é a forma correta de se conhecer o
impacto efetivo do programa.
E
A equipe está correta, pois a realização do treinamento é a único fator em comum
entre todos os participantes que tiveram aumento de salário.
Responder
A
De posse desse algoritmo, seria possível prever qual seria as reações das pessoas
quando o governo implementasse a política pública.
B
Com a execução do algoritmo, seria possível haver a adequada criação do grupo de
controle.
3 - Custo-benefício de políticas públicas
C
Com toda essa informação, a política pública poderia ser aperfeiçoada, já que, ao
conhecer as características das pessoas, seria possível avaliar a preferência que elas
possuem quanto à execução de política pública.
D Esse algoritmo não contribui em nada para a política pública.
E
O algoritmo poderia ser utilizado para controlar as respostas das pessoas às políticas
públicas implementadas.
Responder

Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a análise do
custo-benefício de uma política pública.
A análise de custo-benefício de políticas
públicas
Como calcular o custo-benefício?
Quando se completa esse desenho e é realizada sua implementação, parte-se para uma segunda fase: a
avaliação do impacto efetivo do programa.
A importância de se conhecer o impacto efetivo após a realização do programa representa duas
possibilidades: avaliar se é preciso realizar ajustes no desenho dele e contrabalancear os custos envolvidos
com os benefícios gerados.
Em muitos casos, fazer o levantamento financeiro dos custos e benefícios de uma política pública não é
uma tarefa simples. Diante disso, o intuito deste módulo é estudar algumas estratégias adotadas e
estabelecer considerações importantes para o cálculo dos custos e dos benefícios.
Antes de iniciarmos a análise de custo-benefício da política pública, precisamos, contudo, nos familiarizar
com o contrabalanceamento dos custos e benefícios.
Exemplo
Queremos comprar um carro, podendo ser uma Lamborghini ou uma Ferrari. Se a escolha da
compra de algum deles estiver ligada somente ao conforto e à potência, talvez qualquer um dos
modelos das duas fabricantes seria suficiente para satisfazer tais benefícios.
No entanto, existe uma questão muito importante associada à escolha de um automóvel
produzido por ambas: o custo envolvido. O valor monetário desses carros pode ser a explicação

Assim como ocorre no exemplo da compra dos carros, os custos também são importantes na tomada de
decisão para se executar uma política pública. Embora a análise do custo-benefício seja realizada após a
implementação do programa, a decisão pela continuação do programa ou a replicação em outra região é
feita considerando seus resultados.
Analisar somente o impacto que o programa está gerando seria o mesmo que considerar apenas os
benefícios que um carro de luxo pode lhe proporcionar. Dessa forma, pode-se investir em políticas sociais
com um impacto cujos custos são tão elevados que as tornam economicamente inviáveis.
Com a análise do custo-benefício, é possível indicar se a política pública deve
continuar ou se as propostas do desenho do programa precisam ser reformuladas
para a busca de outro programa com um melhor nível dele.
Como contrabalancear os custos e os
benefícios?
Para compreendermos como ocorre a busca pelo cálculo do custo-benefício, analisaremos um exemplo
hipotético adaptado de Gruber (2015).
de não ser tão comum vê-los nas ruas e estradas apesar dos benefícios propiciados por seu
conforto e potência.
Exemplo

Você é a pessoa encarregada de fazer a análise de custo-benefícioconsiderando os gastos com a política e
os benefícios que ela traria em um mês. Diante dessas informações, como poderia fazer a análise do custo-
benefício? O primeiro passo é avaliar a magnitude dos custos que a ação governamental adotou.
Consideremos que as ações foram realizadas em um mês ao custo de R$100 mil. Esse montante é
chamado de custo contábil, ou seja, o valor gasto com a execução da política pública.
A análise de impacto efetivo indicou que a execução dessa política eliminou dois acidentes. Como podemos
monetizar (quantificar financeiramente) a ausência deles?
Se estimarmos que o custo de cada acidente era de R$2 mil, pode-se concluir que, em um mês (31 dias x
R$2.000 x 2), o benefício ao se evitar dois acidentes com a política pública foi de R$124 mil mensais.
Dessa forma, podemos relacionar o custo e o benefício dessa política utilizando a razão custo-benefício, ou
seja, a estatística que informa o valor do retorno para a sociedade de cada real investido no projeto. Para
isso, basta dividir o benefício total da política pelo seu custo, estando ambos representados (em valor
presente) pelo mesmo período de tempo.
No nosso exemplo, o governador quer conhecer a análise no espaço de um mês; então, calcula-se a razão
custo-benefício dividindo este por aquele: R$124 mil (benefício) dividido por R$100 mil (custo) é igual a
1,24.
O resultado da razão custo-benefício indica que, para cada R$1 investido, o benefício gerado é de R$1,24.
Portanto, como o retorno obtido é maior que o custo envolvido, o projeto é considerado viável
Você foi requisitado pelo governador de seu estado para trabalhar no setor de transportes. Como
as estradas estaduais estavam em mau estado de conservação, ele desenhou uma política pública
para solucionar esse problema.
Como resultado, esperava-se que as pessoas sofressem menos acidentes nessa estrada. Após a
execução da política pública, chegou-se à conclusão de que o impacto efetivo dela eliminou dois
acidentes por dia.
economicamente.
Monetizar os benefícios e os custos da
política pública
Observamos neste vídeo o cálculo da razão custo-benefício de um exemplo hipotético.
As di�culdades em monetizar os
benefícios e os custos
Realizamos dois exemplos hipotéticos em que mensuramos os custos e os benefícios do projeto.
No entanto, monetizar esses valores pode representar uma tarefa muito mais complexa do que pensamos.
Diante disso, devemos recorrer a algumas estratégias que serão aprofundadas nos próximos exemplos.

Até o momento, só utilizamos exemplos hipotéticos com o intuito de exercitar as habilidades de associação
dos diversos benefícios de uma política pública. Agora, porém, precisamos conhecer um caso real: trata-se
de um programa implementado em Minas Gerais cujo custo-benefício foi analisado por Peixoto (2008).
No ano de 2002, uma política pública foi implementada nas favelas mais violentas de Belo Horizonte, capital
de Minas Gerais. Conhecida como projeto Fica Vivo, o objetivo era reduzir o número de homicídios utilizando
ações que combinavam o policiamento ostensivo com práticas de cunho social.
Dessa forma, a avaliação de impacto efetivo — calculado após a execução do programa — revelou que ele
foi o responsável por evitar 15 homicídios.
Os custos estimados por Peixoto (2008) eram de R$244 mil por homicídio evitado. Para transformar o
impacto efetivo em benefício, esse autor considerou os fatores multidimensionais de se evitar um homicídio
e propiciar um ganho no bem-estar social.
O resultado do benefício estimado foi um ganho de R$490 mil ao se evitar um
homicídio. Em outras palavras, tal valor representa a perda que a sociedade deixou de
sofrer com essa morte.
A razão custo-benefício, portanto, foi de 1,99 (para cada R$1 investido no programa, houve uma economia
de R$1,99).
Já compreendemos que, com os valores do custo e do benefício, a razão entre ambos retorna o valor
revertido à sociedade para cada real investido no programa. Apresentaremos agora outra política pública
implementada no Brasil cujo custo-benefício foi objeto de análise de Camelo Júnior e demais autores
(2011).
Em 2006, o estado de São Paulo implementou um programa que visava detectar precocemente nas crianças
uma doença chamada galactosemia. O diagnóstico tardio dela pode desencadear infecções generalizadas,
insuficiências hepáticas, podendo evoluir ainda para cirrose, catarata, hipertensão, edema cerebral, retardo
mental e morte.
O diagnóstico precoce é possibilitado apenas pelo acompanhamento médico. Dessa forma, os autores
avaliaram o impacto da inclusão dessa doença no diagnóstico conhecido como teste de pezinho.
Com o intuito de estimar os benefícios, eles consideraram que o benefício de se realizar um diagnóstico
precoce equivale à diferença entre a perda social do diagnóstico tardio e a causada pela doença quando ele
é precoce.
Após calcularem todos esses efeitos, os autores chegaram à conclusão de que a razão custo-benefício era
de 1,33. Dessa forma, para cada R$1 investido no programa, houve um retorno à sociedade de 1,33.
Com esses dois trabalhos apresentados, percebemos que o cálculo dos benefícios não é tão fácil quanto o
apresentado no exemplo hipotético das estradas estaduais. Essa realidade ocorre para a maioria dos
projetos sociais; por isso, é indispensável conhecer estudos que mencionem os impactos que uma situação
pode desenvolver em uma sociedade.
Dessa maneira, podemos concluir que, se quisermos utilizar uma análise detalhada dos custos e dos
benefícios de uma política pública, é necessário ter um certo domínio do assunto que nos permita chegar ao
cálculo completo dos custos e benefícios.
Di�culdades de realização da análise de
custo-benefício na prática
Para promovermos uma melhor compreensão sobre a análise de custo-benefício, observaremos agora outro
exemplo hipotético. Consideremos um programa de aumento de escolaridade cujo impacto efetivo seja a
taxa de jovens com nível superior completo.
A literatura econômica mostra que uma escolaridade alta resulta, entre outros efeitos, em maiores salários,
menores probabilidades de recorrer a programas sociais e probabilidades de encarceramento mais
escassas.
Dessa forma, ao transformarmos o impacto efetivo em benefício (o valor monetário resultante do aumento
da taxa de jovens com ensino superior completo), teremos de considerar todos esses efeitos apresentados
pela literatura econômica:

Os ganhos salariais devido ao aumento da escolaridade.

A probabilidade de os jovens que participaram do programa buscarem ofertas de novas
oportunidades e a média dos custos de se prover os programas que seriam acessados caso eles
não tivessem aumentado sua escolaridade.

A probabilidade de os jovens tratados serem presos e o custo das prisões que teriam acontecido
se a escolaridade não tivesse aumentado.
Não seria possível conhecer os efeitos multidimensionais do aumento da escolaridade de jovens se não
fosse realizado um estudo aprofundado dessa literatura. Tendo isso em vista, algumas análises de custo-
benefício são complexas por dois motivos:
Dificuldade de monetizar os benefícios.
Efeitos multivariados em que o impacto da política pública pode resultar.
No caso de políticas públicas relacionadas à área de Saúde, por exemplo, para prevenir a incidência de
diabetes, monetizar o impacto (valor do benefício) também se baseia em uma série de hipóteses
relacionadas a essa diminuição da taxa de incidência da doença na população. Vejamos quatro delas a
seguir:
1. Diminuição dos dispêndios com o sistema de saúde para tratamento das doenças correlatas a diabetes.
2. Melhoria na condição de vida das pessoas devido a hábitos saudáveis adquiridos pela política.
3. Redução de número de doentes caso não houvesse a política.
4. Contenção dos gastos com previdência social destinados a doentes e inválidos.
Diante desses exemplos, é possível indicar que o cálculo do custo-benefício deve considerar todos os
custos e benefícios sociaisque envolvam os agentes diretamente envolvidos, além daqueles relacionados
aos efeitos indiretos sobre o restante da sociedade.
Dessa forma, mesmo diante da evidência de que um programa tem algum impacto, é crucial estimar sua
magnitude para ser possível verificar se o valor dos benefícios produzidos supera os custos incorridos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Custo-benefício da política pública
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Desa�os na análise de custo-benefício

Questão 1
O quadro a seguir é apresentado a um prefeito que implementou uma política pública cujo objetivo era
aumentar o salário das mulheres:

Vamos praticar alguns
conceitos?
Falta pouco para atingir
seus objetivos.
Descrição Mulheres que participaram do programa
Antes da execução do programa R$1.500
Depois da execução do programa R$2.500
Ao ver o quadro acima, o prefeito disse a seguinte frase: “Este programa é um sucesso. Ele foi o
responsável pelo aumento em R$1.000 no salário das mulheres”. Considere que a equipe econômica
estava presente na reunião, tendo falado em seguida.
Qual é a fala esperada de alguém que sabe realizar uma avaliação de impacto efetivo? Selecione a
alternativa que demonstra corretamente a análise da equipe econômica.
A
Este programa deve ser continuado sem a realização de nenhuma alteração, pois
esse impacto efetivo é a prova de que o desenho dele está correto.
B
Com o valor de R$1.000 de impacto efetivo, podemos calcular o custo-benefício e
apresentar ao senhor.
C
Apenas com essas informações não é possível afirmar que o programa é um
sucesso, pois ainda é necessário realizar uma avaliação de impacto antes da análise
do custo-benefício envolvido.
D
A próxima turma deve começar logo, do contrário, esse impacto não continuará a
acontecer.
Questão 2
Ao calcular os custos e os benefícios de uma política pública, Ana percebeu que a prefeitura teve um
custo de R$20 mil apenas. Afinal, o prefeito emprestou o caminhão, cujo aluguel era de R$30 mil,
utilizado nas ações dela, que geraram um impacto efetivo com benefício de R$55 mil.
Selecione a alternativa que se relaciona corretamente com o texto acima.
E
A análise do custo-benefício do programa não é necessária, pois seu impacto positivo
está explícito.
Responder
A
Os custos do projeto são de R$20 mil e os benefícios de R$85 mil, já que o caminhão
emprestado pelo prefeito representou um benefício para o projeto.
B A razão custo-benefício do projeto é de 1,1.
C O impacto desse programa demonstrou que o projeto opera em prejuízo.
D
Uma recomendação que Ana pode fornecer ao prefeito é que esse projeto gera
benefícios para a sociedade que são inferiores aos custos.
E A razão custo-benefício do projeto é de 0,9.
Responder

Considerações �nais
Aprendemos neste material que uma política pública envolve três grandes frases. A primeira é o desenho do
programa, no qual ocorre a definição do problema, da intervenção, do público-alvo e do impacto potencial.
Na segunda fase, verificamos a avaliação de impacto, em que é necessário encontrar um grupo de controle
que represente artificialmente os participantes do programa, de forma que a única diferença entre eles seja
essa participação. Isso decorre da necessidade de haver uma relação causal (e não uma correlação) e da
incapacidade de existir um contrafactual (o que aconteceria com os participantes se não houvesse o
programa).
Na última grande fase, apresentamos a análise do custo-benefício. Quantificamos monetariamente nela o
custo contábil, o custo de oportunidade e os benefícios de um programa para a análise de sua viabilidade.
Podcast
Nosso convidado, o economista Raphael Bruce, fala sobre avaliação de políticas públicas.
00:00 03:08
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Referências
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00249/index.html
CAMELO JUNIOR, J. S. et al. Avaliação econômica em saúde: triagem neonatal da galactosemia. Cadernos
de Saúde Pública, v. 27, n. 4, p. 666-676, 2011.
CARVALHO, A. X. et al. Custos das mortes por causas externas no Brasil. Texto de discussão. Brasília: Ipea,
2007.
GRUBBER, J. Public finance and public policy. 5. ed. New York: Macmillan, 2015.
PEIXOTO, B. Avaliação econômica do projeto Fica Vivo: o caso piloto. In: Prêmio SOF de Monografias, 2.,
Brasília, 2008. Coletânea [...]. Brasília, 2008.
PEIXOTO, B. et al. (org.). Avaliação econômica de projetos sociais. São Paulo: Fundação Itaú Social, v. 1,
2012.
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Se você estiver interessado em métodos para a avaliação de projetos sociais, dê uma olhada no
curso Avaliação econômica de projetos sociais oferecido pelo Itaú Social.
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