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IMUNOLOGIA 
1 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5 
CÉLULAS DE DEFESAS DO ORGANISMO .......................................................... 7 
IMUNIDADE INATA .............................................................................................. 15 
Refratariedade ...................................................................................................... 17 
Resistência ........................................................................................................... 17 
IMUNIDADE ADAPTATIVA .................................................................................. 19 
A IMUNOLOGIA CLÍNICA .................................................................................... 24 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E DOENÇA AUTOIMUNE .................................. 25 
OS ANTICORPOS ................................................................................................ 26 
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 29 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Vídeos de Apoio 
 
Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto de 
IMUNOLOGIA, foram selecionados alguns vídeos que deverão ser assistidos antes 
de inciar a leitura do conteúdo da apostila. 
 
 Vídeo 1: Células do Sistema Imune |Módulo Imunologia 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=oL3Qevs5GCM > 
Sinopse: o Professor Emerson Inácio traz um vídeo em que são abordadas as células 
do sistema imune e suas características. 
 
 Vídeo 2: Imunidade Inata e Adaptativa 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=a2Y175SzDSE > 
Sinopse: o Professor Emerson Inácio traz um vídeo em que é abordado acerca da 
imunidade adaptativa e inata. A imunidade inata (também denominada imunidade 
natural ou nativa) fornece a primeira linha de defesa contra microrganismos. Ela 
consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que estão em vigor 
mesmo antes da infecção e são preparados para responder rapidamente a infecções. 
A imunidade adaptativa se desenvolve como uma resposta à infecção e se adaptar à 
infecção, ela é chamada de imunidade adaptativa (também denominada imunidade 
adquirida ou específica). 
 
 
 Vídeo 3: Imunodiagnóstico 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=QOQsVkYig7I > 
Sinopse: o Professor Ricardo Riccio traz um vídeo em que são abordados os tipos 
de imunodiagnósticos. As técnicas imunológicas compreendem principalmente a 
interação entre antígeno e anticorpo. Os testes imunológicos conseguem oferecer 
informações necessárias para o diagnóstico e cuidado clínico de pacientes. 
https://www.youtube.com/watch?v=oL3Qevs5GCM
https://www.youtube.com/watch?v=a2Y175SzDSE
https://www.youtube.com/watch?v=QOQsVkYig7I
4 
 
 
 
 Vídeo 3: Tolerância Imunológica e Doenças Autoimunes 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=8yJLZytV7RE > 
Sinopse: o Professora Larisse Dalla traz um vídeo acerca da tolerância 
imunológica e as doenças autoimunes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=8yJLZytV7RE
5 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Imunologia diz respeito ao estudo da proteção dos organismo contra 
macromoléculas estranhas ou microrganismos invasores e as respostas a eles 
incluindo vírus, bactéria, protozoários ou parasitas maiores. Além disso, são 
desenvolvidas respostas imunes contra as próprias proteínas do corpo, assim como 
outras moléculas na autoimunidade. 
O objetivo do sistema imunológico é manter a homeostase do corpo. O 
mecanismo fisiológico do sistema imunológico inclui a resposta coordenada dessas 
células e moléculas a organismos infecciosos e outros ativadores, resultando em 
respostas específicas e seletivas, incluindo a memória imunológica, que também 
pode ser produzida artificialmente por vacinas. 
A primeira linha de defesa contra microrganismos estranhos são barreiras de 
tecidos como por exemplo, a pele, esta que impede a entrada de organismos no 
corpo. No entanto, caso essas barreiras sejam rompidas, o organismo possui células 
que enfrentam prontamente ao aparecimento do invasor. As principais células 
efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células 
NK natural killer. A fagocitose, a liberação de mediadores inflamatórios, a ativação de 
proteínas do sistema complemento e a síntese de proteínas de fase aguda, citocinas 
e quimiocinas são os principais mecanismos da imunidade inata. Esses mecanismos 
são ativados por estímulos específicos, que são representados por estruturas 
moleculares onipresentes em microrganismos, mas não em humanos. 
A segunda linha de defesa é a imunidade específica ou adaptativa, que tende 
a necessitar de dias para responder a uma invasão primária. No sistema imune 
específico, ocorre a produção dos anticorpos e respostas mediadas por células na 
qual células específicas reconhecem patógenos estranhos e os destroem. No caso 
de vírus ou tumores, esta resposta é essencial no reconhecimento e destruição de 
células infectadas por vírus e células neoplásicas. Embora as principais células 
envolvidas na resposta imune adquirida sejam os linfócitos, as células apresentadoras 
de antígenos (APC) desempenham um papel fundamental na sua ativação, 
apresentando antígenos associados a moléculas do complexo de 
6 
 
 
histocompatibilidade principal (MHC, major histocompatibility complex) para os 
linfócitos T (LT). 
As células do sistema imune interagem umas com as outras através da 
variedade de moléculas de sinal de maneira que uma resposta coordenada é traçada. 
Esses sinais são proteínas como as linfocinas, que são produzidas pelas células do 
sistema linfoide, citocinas e quimiocinas que são derivadas de outras células em uma 
resposta imune, e que estimulam células do sistema imune. 
Mesmo possuindo um sistema imunológico em perfeita condição, os seres 
humanos podem ser infectados por doenças infecciosas ou desenvolver um tumor, 
devido a resposta imunológica específica na frente do agente de ataque levar um 
certo tempo para se desenvolver. Ademais, microrganismos estranhos e células 
neoplásicas desenvolvem mecanismos de escape para driblar a imunidade. 
Contrariamente a esses efeitos benéficos, as respostas imunes anormais podem levar 
a muitas doenças comórbidas e mortais. 
 
 
7 
 
 
CÉLULAS DE DEFESAS DO ORGANISMO 
A resposta imune é mediada por uma variedade de células e por moléculas 
expressas por essas células. Os leucócitos são as células sanguíneasque 
desempenham o papel principal, mas outras células encontradas no tecido também 
participam da resposta imunológica, enviando sinais e recebendo estímulos desses 
glóbulos brancos. As células envolvidas no sistema imunológico são originadas da 
medula óssea e muitas delas evoluem até a idade adulta. Eles migram da medula por 
meio dos vasos sanguíneos com todos os componentes celulares do sangue, 
incluindo hemácias, que são transportadoras de oxigênio e plaquetas as quais 
realizam a coagulação do sangue, devido esses elementos serem derivados de 
células progenitoras da medula óssea. 
Células derivadas das progenitoras mieloides e linfoides são as células mais 
interessantes para a compreensão do papel do sistema imunológico, dessa forma 
megacariócitos e glóbulos vermelhos não serão considerados. Portanto, serão 
abordadas as células da imunidade inata que compreende os fagócitos (neutrófilos, 
eosinófilos, basófilos, monócitos - macrófagos- e mastocito), as células dendríticas, 
as células NK e o sistema complemento e as células da imunidade adaptativa que 
são os linfócitos B e T. 
Figura 1: Células do Sistema Imune 
 
Fonte: Todamatéria 
 
 
8 
 
 
Fagócitos 
Os macrófagos são os fagócitos mais relevantes. Essas células são formas 
diferentes de células mononucleares do sangue, que são estrategicamente 
distribuídas em vários tecidos para produzir um sistema fagocítico mononuclear. 
Microglia são macrófagos no cérebro, células de Kupffer são macrófagos no fígado, 
macrófagos alveolares são parte do tecido pulmonar e outros macrófagos estão 
localizados em diferentes tecidos. 
Os macrófagos são distribuídos de forma ampla em todos os órgãos e tecidos 
conjuntivos. Em indivíduos adultos, as células da linhagem monócito-macrófago são 
desenvolvidas por células precursoras comprometidas na medula óssea e são 
dirigidas por uma citocina chamada fator estimulador de colônia de monócitos (ou 
macrófago) (M-CSF, do inglês, macrophage colony-stimulating factor). Esses 
precursores amadurecem em monócitos, logo em seguida entram e circulam no 
sangue e migram para os tecidos, especialmente durante a resposta inflamatória, 
onde amadurecem posteriormente em macrófagos. 
Os monócitos representam 3% a 8% dos leucócitos circulantes e produzem 
macrófagos e células dendríticas mieloides no tecido conjuntivo ou no parênquima de 
órgãos. Monócitos e macrófagos são fagócitos eficazes, que fagocitam patógenos e 
restos celulares. Ao contrário dos neutrófilos, podem permanecer no tecido por meses 
a anos, agindo como uma verdadeira sentinela. Além de seu papel na imunidade 
inata, eles também processam e apresentam antígenos por meio de moléculas de 
MHC (complexo principal de histocompatibilidade), estimulando respostas mediadas 
por LT. 
Ao reconhecer muitos tipos diferentes de moléculas microbianas e moléculas 
hospedeiras produzidas em resposta a infecções e lesões, os macrófagos são 
ativados para desempenhar suas funções. Essas diferentes moléculas ativadoras se 
ligam a receptores de sinais específicos localizados na superfície dos macrófagos ou 
dentro dos macrófagos. Um exemplo de tal receptor é o receptor do tipo Toll (TLR, 
receptor Toll-like), que é importante na imunidade inata. 
Os macrófagos podem adquirir diferentes capacidades funcionais, 
dependendo do tipo de estímulo de ativação que recebem. O exemplo mais óbvio é 
a resposta de macrófagos a diferentes citocinas produzidas por subpopulações de 
9 
 
 
células T. Algumas dessas citocinas ativam macrófagos para matar microorganismos 
de forma mais eficaz - a chamada ativação clássica - e então chamam essas células 
Macrófagos M1. 
Após serem ativados por estímulos externos, como microrganismos, os 
macrófagos também podem assumir diferentes morfologias. Alguns manifestam 
citoplasma abundante e são chamados células epitelioides, pela semelhança com as 
células epiteliais da pele. Os macrófagos ativados possuem a capacidade se fundir 
para formar células gigantes multinucleadas, que normalmente sucedem em alguns 
tipos de infecções microbianas, como aquelas causadas por micobactérias e 
responder a corpos estranhos não digeríveis. 
Células Dendríticas 
As células dendríticas (DC) possuem longas protrusões membranosas com 
capacidade fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfóides, epitélio 
mucoso e parênquima de órgãos. A maioria dessas células integram a linhagem 
mielóide das células hematopoiéticas e derivam de precursores que também 
possuem a capacidade de se diferenciar em monócitos. 
Existem duas populações principais de células dendríticas, e suas 
propriedades fenotípicas e funções principais são divergentes. A função desses 
subgrupos reflete sua atividade, tal como, o tipo de citocina secretada e sua 
localização. 
As células dendríticas clássicas, também chamadas de convencionais são o 
principal tipo dessa célula, as quais envolvem a captura de antígenos protéicos de 
microrganismos que entram pelas células epiteliais e a apresentação de antígenos às 
células T. Sua maioria é derivada de precursores da medula óssea, que migram da 
medula óssea e se diferenciam localmente em células dendríticas em tecidos linfoides 
e não linfóides. Semelhante aos macrófagos do tecido, elas amostram continuamente 
seu ambiente, por exemplo, no intestino parecem emitir processos que atravessam 
as células epiteliais e se projetam para dentro do lúmen, no qual podem atuar 
capturando antígenos luminais. As células de Langerhans na epiderme 
desempenham papéis similares aos das outras células dendríticas clássicas. 
10 
 
 
As células dendríticas produzem a citocina antiviral conhecida como interferon 
(IFN) tipo I em resposta aos vírus, podendo capturar microrganismos transmitidos 
pelo sangue e transportar seus antígenos para o baço para apresentação às células 
T. Essas células são assim nomeadas devido após sua ativação, iniciarem a se tornar 
morfologicamente semelhantes com os plasmócitos. Desenvolvem-se na medula 
óssea por meio de um precursor que também origina as células dendríticas clássicas, 
sendo encontradas no sangue e em pequenos números nos órgãos linfóides. As DCs 
plasmocitoides são as principais produtoras das citocinas chamadas interferons 
(IFNs) de tipo I no corpo, que promovem atividades antivirais potentes e exercem 
papel importante na defesa do hospedeiro contra os vírus. 
Outra população de células chamadas células dendríticas foliculares (FDC, do 
inglês, follicular dendritic cells) têm uma morfologia dendrítica, mas não tem nada a 
ver com as CD discutidas anteriormente. Eles não são derivados de precursores da 
medula óssea, nem apresentam antígenos protéicos às células T, mas estão 
envolvidos na ativação de células B adjacentes aos órgãos linfoides. 
A maturação das DC depende de uma citocina chamada ligante Flt3, que se 
liga ao receptor tirosina quinase Flt3 nas células precursoras. As células de 
Langerhans são um tipo de DC encontrado na camada epitelial da pele. Desenvolve-
se a partir do precursor embrionário no saco vitelino ou no fígado fetal e existe quando 
o organismo começa a se desenvolver, e antes do nascimento e assumem a 
residência na pele. Todas as DCs expressam ambas as moléculas do complexo 
principal de histocompatilidade (MHC, do inglês, major histocompatibility complex), de 
classes I e II, que são essenciais para a apresentação de antígenos às células T CD8+ 
e CD4+, respectivamente. 
 
Granulócitos 
Os granulócitos recebem esse nome porque têm partículas no citoplasma 
densamente coradas com corantes hematológicos tradicionais. Por causa de sua 
forma nuclear, eles também são chamados de leucócitos polimorfonucleares. Existem 
três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Todos eles têm uma vida 
útil relativamente curta e são produzidos em grande número durante a resposta 
inflamatória. 
11 
 
 
 
Neutrófilos 
Osneutrófilos desempenham um papel importante nos estágios iniciais da 
inflamação e são sensíveis aos agentes quimiotáticos que são os componentes do 
complemento (C3a e C5a), substâncias liberadas por mastócitos e basófilos. Os 
neutrófilos circulam como células esféricas com muitas protrusões membranosas. O 
núcleo é dividido em três a cinco lobos conectados. Devido à morfologia nuclear dos 
neutrófilos, também é denominado leucócitos polimorfonucleares (PMN). 
Os neutrófilos produzem componentes granulares e substâncias 
antibacterianas, que matam os microrganismos extracelulares, mas também 
danificam os tecidos saudáveis. São as primeiras células que migram dos vasos 
sanguíneos para os tecidos atraídos por quimiocinas, como IL-8, e são ativadas por 
vários estímulos, como produtos bacterianos, proteínas do complemento (C5a), 
complexos imunes (IC), quimiocinas e citocinas. A capacidade fagocitária dos 
neutrófilos é estimulada pela ligação de seus receptores para opsoninas, Fc de IgG, 
C3b, e TLRs. 
 
Eosinófilo 
Os eosinófilos são granulócitos que expressam grânulos citoplasmáticos 
contendo enzimas prejudiciais à parede celular do parasita, mas também destroem 
os tecidos do hospedeiro. Os eosinófilos são derivados da medula óssea e, antes de 
deixar a medula óssea e circular no sangue, muitas partículas proteolíticas 
secundárias são produzidas e armazenadas e então recrutadas para os tecidos. 
Alguns eosinófilos geralmente estão presentes em tecidos periféricos, especialmente 
na mucosa interna do trato respiratório, trato gastrointestinal e trato geniturinário, e 
seu número pode ser aumentado sendo recrutados do sangue durante a inflamação. 
Os eosinófilos são recrutados para o local da infecção do parasita e das 
reações alérgicas por meio de moléculas de adesão e quimiocinas. Eles são 
resistentes a infecções parasitárias causadas por citotoxicidade mediada por células 
dependente de anticorpos. No processo, eles aderem a patógenos envolvidos em 
anticorpos IgE (ou IgA) e liberam seu conteúdo granular após se ligarem a receptores 
específicos para IgE ligados ao antígeno alvo. Uma vez ativados, os eosinófilos 
induzem a inflamação ao produzir e liberar o conteúdo de partículas catiônicas 
12 
 
 
eosinofílicas. Os principais componentes dessas partículas são: proteína básica 
principal, proteína catiônica eosinofílica, neurotoxina eosinofílica e peroxidase 
eosinofílica, que são extremamente citotóxicas para os parasitas, mas também 
podem causar danos aos tecidos. 
 
Basófilo 
Os basófilos são granulócitos do sangue com muitas semelhanças estruturais 
e funcionais com os mastócitos, derivados de células progenitoras da medula óssea, 
onde amadurecem e representam menos de 1% dos leucócitos do sangue periférico. 
Embora não estejam normalmente presentes nos tecidos, eles podem ser recrutados 
para o local da inflamação junto com os eosinófilos. 
Os basófilos contêm partículas combinadas com corantes básicos, que podem 
sintetizar muitos mediadores que também são sintetizados pelos mastócitos. Estes 
expressam receptores IgE, ligam-se a IgE e são ativados por complexos IgE-
antígeno, que podem causar reações de hipersensibilidade imediata. Como o número 
de basófilos nos tecidos é baixo, sua importância na defesa do hospedeiro e nas 
reações alérgicas é incerta. 
 
Mastócitos 
Os mastócitos são células provenientes de progenitores hematopoiéticos 
CD34+ da medula óssea, estes se deslocam para os tecidos periféricos como células 
imaturas e se diversificam no local de acordo com as características particulares do 
microambiente. Os mastócitos maduros distribuem-se de forma estratégica aos vasos 
sanguíneos, nervos e sob o epitélio da pele e mucosas, são principalmente 
numerosos em áreas de contato com o meio ambiente e exercem papel fundamental 
nas reações inflamatórias agudas. O exemplo clássico de seu envolvimento em 
processos inflamatórios são as reações alérgicas em que os mastócitos, juntamente 
com seu equivalente circulante, o basófilo, em contato com o alérgeno, desencadeiam 
reação de hipersensibilidade do tipo I via ativação de FcεRI 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Linfócitos 
Os linfócitos são células ímpares da imunidade adaptativa e são as únicas 
células do corpo que expressam receptores de antígenos clonalmente distribuídos, 
cada um dos quais específico para um determinante antigênico diferente. O receptor 
de antígeno expresso por cada clone de linfócitos T e B tem uma especificidade única, 
que é diferente da especificidade dos receptores presentes em outros clones. Existem 
milhões de clones de linfócitos no corpo, permitindo que qualquer pessoa reconheça 
e responda a milhões de antígenos estranhos. 
O local anatômico onde ocorre o estágio principal do desenvolvimento dos 
linfócitos é no interior de órgãos linfóides centrais, sendo a medula óssea, onde 
surgem os precursores de linfócitos e células B maduras, e o timo, onde as células T 
amadurecem. Os linfócitos ingênuos da medula óssea ou do timo migram para os 
órgãos linfóides secundários, onde são ativados por antígenos, e então se proliferam 
e se diferenciam em células efetoras e células de memória. Os linfócitos maduros que 
emergem da medula óssea ou do timo são chamados linfócitos naive. 
 
Linfócitos B 
 
As subpopulações existentes de linfócitos B e T têm características fenotípicas 
e funcionais diferentes. Os principais subgrupos de células B são as células B 
foliculares, células B da zona marginal e células B-1, que estão localizadas em 
diferentes localizações anatômicas ao lado dos tecidos linfóides. 
As células B foliculares são encontradas nos tecidos linfóides e no sangue e 
são o tipo de célula B mais numeroso. Eles expressam um conjunto de anticorpos 
altamente diverso e clonalmente distribuído e atuam como receptores de antígenos 
de superfície celular e moléculas efetoras de secreção para imunidade adaptativa 
humoral. 
As células do folículo B produzem a maioria dos anticorpos de alta afinidade e 
células B de memória, que protegem as pessoas de infecções repetidas pelos 
mesmos microorganismos. Os plasmócitos são células agranulócitas derivadas dos 
linfócitos B que sofreram diferenciação após respostas imunitárias exercidas por 
algum antígeno. 
 
14 
 
 
Linfócitos T 
Os dois subgrupos principais de células T são os linfócitos T auxiliares CD4 + 
e os CTL CD8 +. Expressam receptores antigênicos chamados receptores de célula 
T (TCRs, do inglês, T cell receptor) αβ e atuam como mediadores da imunidade 
celular. As células T auxiliares CD4+ secretam citocinas que atuam em várias outras 
células, incluindo outros linfócitos T, células B e macrófagos. 
CTLs CD8 + reconhecem e matam células infectadas por vírus e outros 
microorganismos que podem viver em células hospedeiras e também podem matar 
células cancerosas. As células T CD4 + reguladoras constituem o terceiro subgrupo 
de células T que expressam os receptores αβ e sua função é suprimir a resposta 
imune. 
 
Células Natural Killer e Células Linfóides Inatas Secretoras de Citocinas 
As células natural killer (NK) têm uma função citotóxica semelhante às CD8 + 
CTL. Essas células circulam no sangue e existem em vários tecidos linfóides. As 
células linfóides inatas (ILCs, do inglês, innate lymphoid cells) secretoras de citocinas 
têm funções efetoras similares as das células T auxiliares CD4+. Essas ILCs podem 
ser agrupadas em três subpopulações principais, com base nas citocinas que 
secretam, de modo análogo às três subpopulações de células T auxiliares CD4+ 
distinguidas por suas respectivas citocinas. 
As ILCs são raras no sangue e estão presentes sobretudo nos tecidos, 
especialmente nos tecidos de mucosa, como o pulmão e os intestinos. As células 
progenitoras linfóides comuns na medula óssea que se originam de linfócitos T e B 
também se originam do precursor comum de células NK e ILC secretoras decitocinas. 
Ambas as células NK e ILC compartilham vários marcadores específicos de linhagem 
e fatores de transcrição. expressão. As células indutoras de tecidos linfóides são uma 
ILC que produz linfotoxinas e citocinas TNF, essenciais para a formação de tecidos 
linfóides secundários organizados. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
IMUNIDADE INATA 
Chama-se de defesa inata aquela que o indivíduo já apresenta desde seu 
nascimento, agindo como primeira barreira na tentativa de impossibilitar que um 
agente infeccioso, ao invadir o organismo consiga se replicar e propagar. Entretanto, 
nem sempre essa resposta é suficiente para realização desse bloqueio, nesse caso 
quem toma frente do processo passa a ser o sistema imune adaptativo que necessita 
de um período para atingir sua eficiência máxima e evitar a propagação do agente 
infeccioso. No defesa inata, ocorre a participação por exemplo, de fatores solúveis 
como lisozima e o sistema complemento, em principal a via alternada deste, e da 
participação de células fagocitárias. 
 
Os principais componentes da imunidade inata, como descritos na figura 2, 
são: 
 Barreiras físicas e mecânicas: impossibilitam a entrada de moléculas e agentes 
infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, 
tosse, espirro). 
 Barreiras fisiológicas: inibem o desenvolvimento de microrganismos 
patogênicos através da temperatura corporal e acidez do trato gastrointestinal, 
rompendo as paredes celulares e células patogênicas por meio de mediadores 
químicos, como as lisozimas. 
 Barreiras celulares: fagocitam as partículas e microrganismos estranhos, 
eliminando-os. 
Figura 2: Componentes da imunidade Inata 
Barreira Ação no organismo 
Pele 
É a principal barreira que o corpo tem contra agentes 
patogênicos. 
Cílios 
Ajudam a proteger os olhos, impedindo a entrada de 
pequenas partículas e em alguns casos até pequenos insetos. 
16 
 
 
Barreira Ação no organismo 
Lágrima 
Faz a limpeza e lubrificação dos olhos ajudando a 
proteger o globo ocular de infecções. 
Muco 
E um fluído produzido pelo organismo que tem a função 
de impedir que microrganismos entrem no sistema respiratório, 
por exemplo. 
Plaquetas 
Atuam na coagulação do sangue que, diante de um 
ferimento, por exemplo, elas produzem uma rede de fios para 
impedir a passagem das hemácias reter o sangue. 
Saliva 
Ela possui uma substância que mantém a lubrificação da 
boca e ajuda a proteger contra vírus que podem invadir os órgãos 
do sistema respiratório e digestivo. 
Suco gástrico 
É um líquido produzido pelo estômago que atua no 
processo de digestão dos alimentos. Devido sua acidez elevada, 
ele impede a proliferação de microrganismos. 
Suor 
Possui ácidos graxos que ajudam a pele a impedir a 
entrada de fungos pela pele. 
 
As principais células da imunidade inata são os macrófagos, neutrófilos, 
células dendríticas e células Natural Killer – NK. A fagocitose, liberação de 
mediadores inflamatórios, ativação de proteínas do sistema complemento, assim 
como síntese de proteínas de fase aguda, citocinas e quimiocinas são seus principais 
mecanismos. Estes são ativados através de estímulos específicos, demonstrados por 
estruturas moleculares de ocorrência geral em microrganismos, que no entanto não 
ocorrem em humanos. 
CRUVINEL et al. (2010), leciona: 
 
17 
 
 
A fagocitose tem início pela ligação dos receptores de superfície do fagócito 
ao patógeno, o qual, então, é internalizado em vesículas denominadas 
fagossomos. No interior do fagócito, o fagossomo funde-se a lisossomos, 
cujo conteúdo é liberado com a digestão e a eliminação do patógeno.4 
Alterações em genes dos componentes do sistema de oxidases presentes 
na membrana do fagolisossomo levam à incapacidade na explosão 
respiratória e à geração de espécies reativas de oxigênio (EROs). A ausência 
das EROs determina deficiência grave na capacidade destrutiva dos 
fagócitos, sendo responsável por uma importante imunodeficiência primária, 
denominada doença granulomatosa crônica. CRUVINEL et al. (p. 434-447, 
2010) 
 
 
Refratariedade 
A refratariedade é um fenômeno inato, que impossibilita que uma pessoa se 
infecte por certos microrganismos. Nesta situação, ainda que diversifiquem as 
condições intrínsecas e extrínsecas do indivíduo, este não adquire determinadas 
infecções, como exemplo, há microrganismos que infectam os animais e não são 
capazes de infectar seres humanos. O vírus da Bouba aviária é virulento para a 
galinha, entretanto jamais infecta o homem, devido este não possuir receptores para 
o vírus. Da mesma forma, determinadas doenças infecciosas humanas, não se 
reproduzem em animais, como é o caso do vírus do sarampo, que não infecta as 
aves, o cão o gato e outros animais. Os pacientes refratários também são aqueles 
que não respondem adequadamente a diversos tratamentos administrados de forma 
adequada 
 
Resistência 
A resistência é um fenômeno inato, inespecífico e variável, que depende das 
condições intrínsecas e extrínsecas de cada indivíduo e da biologia do agente 
infeccioso. Como no caso do Mycobacterium tuberculosis, que em grande parte dos 
casos infecta o ser humano, sem lhe causar danos, permanecendo em estado latente, 
permanentemente, ou por um longo período. Caso ocorra problemas imunológicos 
por uma série de variáveis como infecções em que exista destruição da defesa 
celular, administração de certos medicamentos, como corticosteroides, o 
Mycobacterium em fase latente pode se reativar provocando a doença tuberculose. 
O HIV ( Vírus da Imunodeficiência Humana), além de destruir o principal linfócito, o 
T4, produz uma série de outros distúrbios causados por outros microrganismos tidos 
como normais. 
18 
 
 
 
 
A imunidade é diretamente relativa às raças, às espécies e às famílias, 
podendo-se citar a hereditariedade, que é associada à resistência de algumas 
famílias nas quais os membros são sensíveis à tuberculose, contrastando com o que 
normalmente acontece com a população humana em geral. A idade também é um 
fator de alteração na resposta inata, normalmente as crianças recém-nascidas são 
sensíveis a uma gama de agentes infecciosos e isto está ligado à deficiência 
imunitária, devido a incapacidade do sistema linfoide produzir reação aos antígenos 
na idade avançada as pessoas também tendem a se tornarem mais sensíveis aos 
agentes estranhos diversos. 
 A nutrição também se constitui como fator de alteração na variação da 
resistência. Por exemplo, é comprovado que o vírus da poliomielite tende a acometer 
as crianças bem nutridas, enquanto que as desnutridas são mais resistentes ao vírus. 
O contrário ocorre com o vírus do sarampo que infecta a criança desnutrida 
produzindo processos infecciosos graves, e em crianças bem nutridas a doença é 
mais branda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IMUNIDADE ADAPTATIVA 
 
Quando os microrganismos conseguem passar pelas defesas do sistema 
imunológico inato, o sistema imunológico adaptativo é ativado. As principais 
características da resposta imune adquirida são: especificidade e diversidade de 
reconhecimento, memória, especialização de resposta, autolimitação e tolerância a 
componentes do próprio organismo. 
 A resposta imune adaptativa necessita do estímulo de células especializadas, 
os linfócitos, e das moléculas solúveis concebidas. Os relevantes atributos da 
resposta adquirida são: especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, 
especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio 
organismo. Ainda que as principais células compreendidas na resposta imune 
adquirida sejam os linfócitos, as células apresentadoras de antígenos (APCs) 
representam papel essencial em sua ativação, indicando antígenos associados a 
moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major 
histocompatibility complex) para os linfócitosT (LT). 
Sempre que ultrapassadas as barreiras do organismo por meio de agentes 
infecciosos, estes induzem novos meios de defesa, grande parte das vezes mais 
eficazes do que outras modalidades. A imunidade pode ser classificada em ativa e 
passiva, distribuindo-se em natural e artificial, acerca das diferenças entre elas, 
destaca-se: 
 
Imunidade Ativa: o indivíduo recebe o antígeno e o organismo deve trabalhar na 
formação de anticorpos. Sendo dividida em natural que compreende a imunidade 
adquirida por meio de infecção natural, como a caxumba, e artificial que é induzida 
pela vacina, a qual pode ser formada através de microrganismos atenuados como a 
BCG e febre amarela, vacinas inativadas como a vacina antirrábica, e vacinas 
constituídas por frações de microrganismos como a dT (difteria e tétano). Atualmente, 
existe outra modalidade de vacinas em que são clonadas proteínas muito específicas, 
como a vacina da Hepatite B, criada numa levedura pelo processo do DNA 
recombinante. 
 
Imunidade Passiva: deriva de anticorpos pré-formados, tendo duração curta É 
dividida em imunidade passiva natural, a qual provém de anticorpos da mãe (IgG) 
20 
 
 
através da placenta para o feto por meio do colostro, nos primeiros dias de 
amamentação. Já a artificial é obtida através da inoculação de anticorpos pré-
formados em outro animal, como a soroterapia contra raiva. É um processo efémero 
de proteção, durando de um a 4 meses, no máximo. 
 
21 
 
 
TÉCNICAS DE IMUNODIAGNÓSTICO 
As técnicas imunológicas compreendem principalmente a interação entre 
antígeno e anticorpo. Os testes imunológicos conseguem oferecer informações 
necessárias para o diagnóstico e cuidado clínico de pacientes. É necessário destacar 
que estes testes podem ser utilizados para doenças com envolvimento direto do 
sistema imune, e também não imunológicas, podendo ainda, detectar produtos como 
drogas ou hormônios, o que auxilia no acompanhamento clínico de pacientes. Os 
mais estabelecidos e clássicos são pautados na detecção de anticorpos contra 
parasitas, fungos, bactérias, vírus, apontando o aparecimento de uma resposta imune 
contra o patógeno. Testes mais recentes e sensíveis podem reconhecer a aparição 
de antígenos destes organismos, sugerindo a sua presença no hospedeiro. 
 
Soroaglutinação Rápida em Placa (SARP) 
A técnica de Soroaglutinação Rápida em Placa (SARP) é um teste sorológico 
simplificado, realizado em uma superfície de vidro, sendo uma lâmina simples ou uma 
placa exclusiva para sua realização. Deve ser realizada homogeinização de uma gota 
de antígeno comercial e uma gota de amostra do soro humano ou animal na superfície 
de uma lâmina, agitando de forma devagar por cerca de um minuto. Para sua leitura, 
são usadas lentes e a incidência de luzes, ou apenas olho nu. Caso tenha presença 
de aglutininas no soro, pode-se formar grumos ou ainda floculação, causada pelo 
agrupamento antígeno-anticorpo, o que confirma que na amostra existe anticorpos 
específicos. 
 
Imunodifusão em Gel de Ágar (AGID) 
 
A imunodifusão em gel de Agar é uma técnica que ocorre através da 
precipitação de antígenos por anticorpos, possibilitando a observação dos mesmos 
na linha de precipitação do complexo antígeno-anticorpo. A reação empregada para 
esse método é a difusão dupla, em que o antígeno e o anticorpo podem se deslocar 
livres no meio semissólido como ágar. Nessa técnica é utilizada uma placa de petri 
ou uma lâmina aquecida de agarose, até que se forme uma camada solidificada, entre 
2 e 4 mm de espessura. Com a solidificação dessa camada em gel realizam-se 
perfurações circulares formando cavidades, que medem 5 mm de diâmetro com um 
espaçamento de 10mm entre eles. Normalmente essa técnica é explorada mediante 
22 
 
 
um sistema radial de perfurações, havendo de uma cavidade centralizada na qual é 
acrescentado o antígeno comercial e outras cinco cavidades periféricas, onde 
inseridas as amostras de soros para os testes; logo depois encuba - se em camada 
úmida por 48 até 72 horas. Para a leitura do teste e visualização da precipitação, deve 
ser utilizado um ponto de luz como material em fundo preto em uma sala escura. 
 
Hemaglutinação (HI) 
A técnica de Hemaglutinaçao engloba a análise de anticorpos que ao reagir 
com antígenos acarretam a aglutinação de hemácias. Devido sua estrutura 
diferenciada, determinados microrganismos se unem a receptores presentes nas 
hemácias, executando o fenômeno de hemaglutinação (HA). Utiliza-se esse método 
na detecção de doenças como influenza. 
 
Imunoprecipitação 
Na técnica de imunoprecipitação o anticorpo do reagente ou amostra une-se 
a agarose através da proteína A ou pela biotina/estreptoavidina, isto é, unindo-se o 
anticorpo com a proteína A, e essa integração é adicionado ao lisado celular. Após 
precipitação e centrifugação as amostras podem ser lavadas e analisadas. 
 
Cromatografia por Afinidade 
Nesse teste os anticorpos do reagente ao se unirem a um composto o 
selecionam especificamente. Para tal, o anticorpo se une na fase estacionaria e o 
lisado que transporta o antígeno passa. Essa coluna cromatográfica é lavada em 
seguida, e os componentes não ligados são extintos. No meio das cromatografias a 
de afinidade é a que possui o maior alto poder de purificação. 
Enzime Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA) 
Esse teste é realizado através da imobilização do antígeno ou anticorpo, 
quando se encontra na fase sólida e adicionando outro componente ligado a uma 
enzima que pode ser antígeno ou imunoglobina. A detecção é por reação enzimática, 
o que torna possível verificar quantidades pequenas de anticorpos. 
 
 
 
 
23 
 
 
ALMEIDA; SANTILIANO (2012) destacam: 
 
Uma doença em destaque detectada por esse exame, é a doença de chagas, 
sendo que a técnica de ELISA, detecta anticorpos que agem contra o 
parasita com a presença de um anticorpo secundário, (anti-imunoglobulina 
humana produzido em animais de laboratório) ligados a enzimas. Unidos a 
substratos com alta especificidade, geram substancias coloridas, que pode 
ser facilmente detectado por espectrofotometria. (2012, p. 434-447) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
A IMUNOLOGIA CLÍNICA 
No setor de Imunologia são realizados diversos exames relacionados a 
algumas patologias provocadas por distúrbios ou ativação do sistema imunológico, 
detectando certos componentes que integram o sistema imune, os quais são 
evidenciados devido a algumas respostas provocadas mediante a um possível 
desequilíbrio ou perturbação fisiológica no organismo. Tais alterações podem surgir 
devido a alguma patologia, crônica ou aguda, doenças autoimunes, deficiência do 
próprio sistema imune dentre inúmeras outras doenças que podem afetar o 
funcionamento imunológico do Indivíduo. 
A Imunologia Clínica investiga, e orienta o clínico no diagnóstico das 
patogenicidades por meio do resultado de exames laboratoriais. O profissional, ao 
analisar o perfil imunológico revelado, identifica as possíveis estratégias traçadas pelo 
sistema imunológico para conter e ou dizimar os agentes patógenos, associando a 
atividade imunológica a uma provável patologia. Nos dias atuais, considerável parte 
dos métodos imunológicos relacionados ao conhecimento alcançado acerca do 
Sistema Imune, baseia-se em uma importante técnica em termos metodológicos 
adquiridos nas últimas décadas como auxílio no diagnóstico, tratamento e cura de 
inúmeras patologias. 
Em relação aos testes realizados rotineiramente em laboratório de análises 
clínicas na área de Imunologia pode-se citar o VDRL (Estudo Laboratorial de Doenças 
Venéreas), que possibilita identificar e acompanhar pacientes portadores da sífilis. 
A proteína C reativa (PCR), diz respeito a um considerável marcador de processos 
inflamatórios e infecciosos que juntamente ao VHS (Velocidade de Sedimentaçãodas 
Hemácias) contribui no diagnóstico e tratamento de diversas patologias. 
Vale destacar que os diagnósticos não são pautados somente em resultados 
isolados, concomitantemente aos testes descritos anteriormente, existe um leque de 
exames complementares e confirmatórios para cada uma das patologias que 
envolvem a resposta imunológica frente um possível desequilíbrio fisiopatológico. Os 
quais podem ser realizados no laboratório de Imunologia Clínica em conjunto com 
outros setores do laboratório. 
 
25 
 
 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E DOENÇA AUTOIMUNE 
Nas doenças autoimunes, nota-se a incapaciedade do sistema imunológico do 
indivíduo em distinguir o que é próprio, daquilo que não é. Essa capacidade, 
denominada autotolerância, é preservada nas células imunocompetentes B e T tanto 
por mecanismos centrais quanto periféricos. A deficiência desses nutrientes gera 
disfunções imunológicas e aumento da suscetibilidade a infecções, possibilitando o 
comprometimento da eficácia de algumas intervenções terapêuticas. 
A perda da autotolerância possui causas intrínsecas e extrínsecas. As causas 
intrínsecas, são relativas a características do indivíduo, geralmente referentes a 
polimorfismos de moléculas de histocompatibilidade, entre outros fatores 
condicionados sob controle genético. As causas extrínsecas, dizem respeito a 
eventos ambientais, como por exemplo, presença de infecções bacterianas e virais, 
exposição a agentes físicos e químicos como UV e pesticidas. 
Normalmente, o sistema imunológico reage somente aos antígenos de 
substâncias estranhas e não aos dos próprios tecidos do indivíduo. Entretanto, 
ocorre situações em que o sistema age de forma incorreta, julgando os próprios 
tecidos do organismo como elementos estranhos, e criando células imunológicas 
que atacam certas células ou tecidos deste. Esta resposta é denominada reação 
autoimune, que provoca uma inflamação e dano tecidual, efeitos que tendem a 
constituir uma doença autoimune. Existem diversos exemplos de doenças 
autoimunes, sendo as mais comuns incluem a doença de Graves, artrite reumatoide, 
tireoidite de Hashimoto, diabetes mellitus tipo 1, lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) 
e vasculite. 
 
26 
 
 
OS ANTICORPOS 
Os anticorpos, conhecidos como imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas 
sintetizadas pelos linfócitos B, empregadas pelo sistema imunológico para 
identificação e neutralização dos antígenos. Estes são capazes de se apresentar em 
duas formas: secretados pelos plasmócitos (B maduro), estando solúvel na corrente 
sanguínea; ou ligados à membrana de B, conferindo especificidade antigênica à 
célula. As Imunoglobulinas são compostas por duas cadeias leves e duas cadeias 
pesadas, ambas idênticas. Estas se unem por meio de pontes dissulfetos, que variam 
em quantidade e posições entre os diferentes tipos de anticorpos. 
As moléculas de anticorpos podem ser digeridas por enzimas. Quando a 
digestão é feita pela papaína obtém-se dois fragmentos chamados Fab (fragmento 
ligante de antígeno), e um fragmento denominado Fc (fragmento cristalizável). 
Quando a digestão é feita pela pepsina, é produzido um fragmento chamado de Fab2, 
onde os dois braços do anticorpo permanecem unidos, e o restante é clivado em 
vários fragmentos menores. 
A interação antígeno-anticorpo ocorre envolvendo sítios combinatórios, nos 
quais a interação é estabilizada por ligações não-covalentes, através da qual 
acontece a complementariedade entre o epítopo antigênico e o sítio de ligação do 
anticorpo. 
As moléculas de anticorpo são subdivididas em classes de imunoglobulinas 
definidas pelos domínios constantes de suas cadeias pesadas. As cadeias pesadas 
são representadas pelas letras gregas μ, γ, α, δ, ε, e as imunoglobulinas são 
denominadas de IgM, IgG, IgA, IgD e IgE respectivamente. As diferentes classes se 
diferenciam-se entre si também por suas propriedades biológicas, localizações 
funcionais e mecanismos diferentes para a retirada de antígenos do organismo. 
A classe IgM é a principal imunoglobulina da resposta primária aos antígenos, 
sendo a primeira a se elevar na fase aguda dos processos imunológicos. Pode ser 
expressa na membrana dos linfócitos B durante o desenvolvimento deste, 
apresentando-se na forma monomérica e funcionando como receptor. 
A IgG nota-se mais abundante no sangue e em espaços extravasculares. É o 
anticorpo mais importante da resposta imune secundária. Possui alta afinidade para 
27 
 
 
ligação antígeno-específico. Existem 4 subclasses de IgG, todas baseadas nas 
diferenças de suas cadeias pesadas γ (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4). Em humanos, as 
moléculas de IgG de todas as subclasses atravessam a barreira placentária e 
conferem um alto grau de imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido. 
A IgA é a encontrada em secreções exócrinas como o muco do trato 
respiratório, genitourinário e digestivo, confere a imunidade passiva da mãe para o 
filho, por meio da amamentação. Previne a invasão de microrganismos e a 
penetração de toxinas nas células epiteliais. 
A IgD é co-expressa com a IgM na superfície dos linfócitos B maduros. A 
presença desta imunoglobulina na membrana dos linfócitos B sinaliza que estes 
migraram da medula óssea para os tecidos linfóides periféricos e estão ativos. 
A IgE é uma imunoglobulina de resposta imune secundária normalmente 
relacionada à defesa contra verminoses e protozooses, e também, fenômenos 
alérgicos e reações anafiláticas. A resposta alérgica mediada por IgE acontece por 
meio da ligação com receptores presentes nas superfícies de mastócitos e basófilos. 
MESQUITA JÚNIOR et al. (2010), lecionam: 
O primeiro contato com um antígeno, através de exposição natural ou 
vacinação, leva à ativação de Linfócitos B virgens, que se diferenciam em 
plasmócitos produtores de anticorpos e em células de memória, resultando 
na produção de anticorpos específicos contra o antígeno indutor. Após o 
início da resposta, observase uma fase de aumento exponencial dos níveis 
de anticorpos, seguida por uma fase denominada platô, na qual os níveis não 
se alteram. Segue-se a última fase da resposta primária, a fase de declínio, 
na qual ocorre uma diminuição progressiva dos anticorpos específicos 
circulantes. 
Ao entrar em contato com o antígeno pela segunda vez, já existe uma 
população de LB capazes de reconhecer esse antígeno devido à expansão 
clonal e células de memória geradas na resposta primária. A resposta 
secundária difere da primária nos seguintes aspectos: a dose de antígeno 
necessária par induzir a resposta é menor; a fase de latência é mais curta e 
fase exponencial é mais acentuada; a produção de anticorpo é mais rápida 
e são atingidos níveis mais elevados; a fase de platô é alcançada mais 
rapidamente e é mais duradoura e a fase de declínio é mais lenta e 
persistente. MESQUITA JÚNIOR et al. (p. 552-580, 2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
CONCLUSÃO 
O sistema imunológico é formado por uma rede de órgãos, células e 
moléculas que possuem como intuito manter a homeostase do organismo, 
combatendo as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a 
imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, 
independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do 
organismo. Seus mecanismos compreendem barreiras físicas, químicas e biológicas, 
componentes celulares e moléculas solúveis. A resposta imune é mediada por uma 
variedade de células e por moléculas expressas por essas células. 
A realização de testes de imunodiagnósticos é eficiente no controle de 
doenças e na administração de vacinas contra determinadas doenças como o 
sarampo, poliomielite e tétano. Nota-se que suas técnicas são de extrema relevância, 
devido auxiliarem no descobrimento de agentes patógenos causadores de doenças, 
assim como participarem da medicina preventiva e curativa.29 
 
 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Betânia R.; SANTILIANO, Fabiano. C. Levantamento de métodos de 
CRUVINEL, Wilson de Melo et al. Sistema imunitário: Parte I. Fundamentos da 
imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta 
inflamatória. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 50, n. 4, p. 434-447, 2010. 
diagnostico para doenças de chagas. In: ENCICLOPÉDIA Biosfera, Centro 
Científico Conhecer, Goiânia, v. 8, n. 14, 2012. Disponivel em: << 
http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012a/saude/levantamento.pdf >>. Acesso em: 
10 mar. 2022. 
 
DIAS, Anderson Silva. Avanços no imunodiagnóstico sorológico de helmintoses. 
Ciência Animal, p. 80-92, 2019. 
 
LENZ, Guido. Métodos imunológicos. Porto Alegre: UFRGS-Biofísica, 1997. 
MESQUITA JÚNIOR, Danilo et al. Sistema imunitário-parte II: fundamentos da 
resposta imunológica mediada por linfócitos T e B. Revista Brasileira de 
Reumatologia, v. 50, n. 5, p. 552-580, 2010. 
 
MONTENEGRO, Silvia Maria Lucena. Imunodiagnóstico. Memórias do Instituto 
Oswaldo Cruz, v. 87, p. 333-335, 1992. 
 
SOUZA, Alexandre Wagner Silva de et al. Sistema imunitário: parte III. O delicado 
equilíbrio do sistema imunológico entre os pólos de tolerância e autoimunidade. 
Revista Brasileira de Reumatologia, v. 50, p. 665-679, 2010. 
http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012a/saude/levantamento.pdf

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