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' 10.37885/250719773
03
ESTUDO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO 
E DEMOLIÇÃO QUANDO APLICADOS EM 
CAMADAS DE BASES E SUBBASES
Luiz Paulo Vieira de Araújo Júnior
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)
https://dx.doi.org/10.37885/250719773
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento físico e mecânico 
de resíduos de construção e demolição (RCD) quando aplicados como agrega-
dos de camadas de base e sub-base de pavimentos em laboratório. Métodos: 
a metodologia empregada neste trabalho foi através de ensaio em laboratório, 
sendo realizados os seguintes testes: composição dos materiais, absorção, 
massa específica, granulometria e Índice de Suporte Califórnia. Resultados: 
os resultados foi possível perceber que os resíduos de construção e demolição 
apresentaram dependência da energia aplicada. Conclusão: quando é empre-
gada uma energia adequada pode mostra resultados semelhantes à uma brita, 
dando destino correto a este material.
Palavras-chave: Resíduos de Construção; Ensaios Laboratoriais; 
Camadas do Pavimento.
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ISBN 978-65-5360-841-2 - Vol. 1 - Ano 2025 - www.editoracientifica.com.br
INTRODUÇÃO
O crescimento populacional e a intensa industrialização implicam em 
grande geração de resíduos da construção civil em cidades de grande e médio 
porte, envolvendo questões de ordem ambiental, social e financeira. Em face 
desta situação, existem diversas pesquisas que objetivam encontrar alternativas 
para que os problemas decorrentes deste processo sejam minimizados, com 
vistas à sustentabilidade do setor construtivo.
De acordo com Scheider (2003), estima-se que só no município de São 
Paulo sejam geradas diariamente cerca de 16.000 toneladas de resíduos de 
construção e demolição (RCD). Um agravante é a disposição irregular, que 
implica na poluição de vias, rios córregos, terrenos baldios e áreas de manan-
ciais (Trichês; Kryckyj, 1999).
Em função destes grandes volumes de RCD é patente a importância 
de estudos para que sejam encontradas soluções adequadas para o emprego 
deste material, evitando assim danos ao meio ambiente em geral e os gastos 
excessivos com transporte e deposição de aterros. Temas como consciência 
ambiental, proteção dos recursos humanos e desenvolvimento sustentável 
desempenham um importante papel nos requerimentos modernos para os 
projetos de construção (Oikonomou, 2005).
Estabeleceu-seque os geradores são os responsáveis pelo resíduo pro-
duzido e que o objetivo prioritário deve ser a não geração e, caso isto não seja 
possível, deve-se considerar a redução, reutilização, reciclagem e disposição 
final (nesta ordem). No caso da disposição final, os materiais devem ser enca-
minhados para locais denominados aterros de resíduos da construção civil ou 
áreas de destinação de resíduos e serem depositados de modo que seja possível 
sua utilização ou reciclagem futura.
Buscando o desenvolvimento sustentável, diversas pesquisas apresen-
taram alternativas para o reaproveitamento dos resíduos da construção civil 
(Ângulo et al., 2003).
O RCD (resíduos de construção e demolição) é um material nobre do 
ponto de vista da engenharia, geralmente apresenta boa resistência e baixa 
expansão. Estas características potencializam suas oportunidades de reciclagem 
como agregado para pavimentação.
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
Estudos analisando as propriedades físicas, químicas e mecânicas do RCD 
para utilização em pavimentação vêm sendo desenvolvidas no Brasil desde a 
década de 80 (Trichês; Kryckyj, 1999).
A utilização do agregado reciclado proveniente de resíduo de constru-
ção pode ser uma alternativa interessante aos materiais convencionalmente 
utilizados, podendo fomentar o aumento na oferta de vias pavimentadas em 
grandes centros urbanos ou mesmo nas cidades de médio porte, caracterizadas 
principalmente por baixo volume de tráfego.
A partir da reciclagem do RCD, um novo produto é obtido: o agregado 
reciclado de resíduo sólido da construção civil e demolição. Como forma de 
estimular e regulamentar o emprego do agregado reciclado em pavimentação 
foi elaborado em 2004, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 
a norma brasileira regulamentadora (ABNT, 2004a).
O sistema de reciclagem de resíduo de construção é feito nas chama-
das usinas recicladoras. Basicamente, são primeiramente feitas a retirada de 
componentes como ferro, madeira, plástico e papel (que são reciclados para 
outros fins), e ainda são separados materiais que eventualmente demandem 
mais cautela na reciclagem, como o gesso. Após esta primeira separação, os 
resíduos são submetidos à britagem.
Além da preocupação com a geração de RCD, existe o fato de que a 
exploração indiscriminada dos recursos naturais provocou a escassez desses 
e uma rápida deterioração do entorno e das jazidas, obrigando a exploração 
de novas fontes de materiais.
A exploração de jazidas minerais para a produção de agregados natu-
rais é responsável por grandes impactos ambientais, verificando-se entre eles 
poeira, poluição visual e sonora, além disso, poluição dos recursos hídricos e 
assoreamento dos mesmos.
Esta pesquisa tem por objetivo avaliar o emprego de agregado reciclado 
de resíduo sólido na construção civil, especificamente em camadas de pavi-
mentos de vias de baixo volume de tráfego. Para isso, foi necessária a coleta 
de agregado em usina de reciclagem.
A caracterização deste material e o enquadramento de suas caracte-
rísticas seguiram os parâmetros técnicos de normas nacionais vigentes e em 
especificações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes 
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(DNIT), sendo apresentada a viabilidade de empregar o resíduo sólido nas 
camadas da pavimentação.
As propriedades dos agregados reciclados foram mensuradas através de 
parâmetros que caracterizam o material, através de diversos ensaios realizados 
em laboratório. Dentre eles: ensaio de granulometria, composição do material, 
absorção, massa específica e Índice de Suporte Califórnia (ISC).
MÉTODOS
O agregado analisado neste estudo foi o agregado de construção civil 
e demolição, sendo de coletado de uma única vez o material necessário para 
realização dos ensaios.
O material foi coletado da usina recicladora, chegando ao laboratório foi 
homogeneizado e acondicionado em sacos plásticos. Foi medida a umidade 
natural do resíduo de construção civil, estando em 8%.
Foram realizados os ensaios de caracterização física do resíduo de cons-
trução civil, sendo eles: composição, massa específica, absorção e granulometria 
dos materiais que compões as misturas.
Composição Física
Essa etapa mostra quais são os materiais que compõem que a mistura 
e que influenciarão nos resultados dos ensaios de absorção, massa específica 
e granulometria, trabalho realizado por Lima (1999) explicam essa influência 
da composição. Sendo mais fácil entender o comportamento do resíduo de 
construção e demolição.
Para a realização da composição do agregado foi necessário 10 Kg aproxi-
madamente do material, sendo utilizado o material retido na peneira de 4,8 mm, 
sendo que a análise foi feita maneira visual. Foi utilizada apenas a fração graúda.
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
Massa Específica
O ensaio de massa específica foi dividido em duas etapas, sendo ana-
lisados os agregados passantes na peneira 4,8 mm e, posteriormente, os reti-
dos nesta peneira.
Massa Específica dos Agregados Miúdos
A massa específica dos agregados miúdos, passante na peneira de malha 
4,8 mm, foi realizada seguindo as recomendações da NBR 6508 (ABNT, 1984).
Para o ensaio é necessário picnômetro calibrado, ou seja, que se conheça 
o peso do picnômetro em várias temperaturas. Dessa maneira, é colocada uma 
quantidade conhecida do material, posteriormente completa-se com água o 
picnômetro e pesa-seo conjunto, sendo possível obter a massa específica 
através da equação (1):
 (1)
Sendo:
δ=massa específica dos grãos do solo (g/cm3);
M1 = massa do solo úmido (g);
M2 = massa do conjunto picnômetro-solo-água, na temperatura T de ensaio de ensaio (g);
M3 = massa do conjunto picnômetro-água, na temperatura T de ensaio de ensaio (g);
H = umidade inicial da amostra (%); e
δT = massa específica da água, na temperatura T de ensaio (g/cm3).
De acordo com a norma NBR 6508 (ABNT, 1984) é necessária a realização 
de duas amostras, sendo que a diferença não pode ser maior que 0,02 g/cm3, 
os resultados deverão ser expressos g/cm3 ou Kg/m3.
Massa Específica dos Agregados Graúdos
Para a determinação da massa específica dos agregados retidos na 
peneira de 4,8 mm foi utilizada a NBR 6458 (ABNT, 1984).
Foram preparados dez Kg aproximadamente do material e o agregado 
passante na peneira 4,8 mm foi descartado. Posteriormente, por método visual 
e tátil o material foi separado por grupos: cimentícios, telhas e tijolos, pisos e 
azulejos, britas e materiais indesejáveis, sendo logo após lavado.
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A massa específica do agregado graúdo é realizada através de uma pesa-
gem hidrostática, sendo pesado por grupo em uma cesta metálica grande conec-
tada à uma balança. Logo após, os materiais foram secos em estufa a 100º C por 
grupo e pesados, conhecendo sua massa específica através da equação (2):
 t (2)
Sendo:
δ = massa específica na condição saturada seca em, Kg/m3 ou g/cm3;
Ms = massa do agregado seco em, Kg ou grama;
Mi = massa do agregado imerso, Kg ou g;
δt = densidade da água na temperatura do ensaio, obtida pela tabela anexa na NBR 6458 (ABNT, 1984);
Após o cálculo da massa específica para cada grupo de material, com 
as porcentagens de cada grupo do material composto foi possível fazer uma 
média ponderada das massas específicas, sendo determinada a massa espe-
cífica para cada grupo.
Absorção
Segundo Carneiro et al. (2001), o ensaio de absorção indica a quantidade 
de águaque o agregado é capaz de absorver, sendo essa uma das maiores 
diferenças entreo agregado natural e o reciclado.
Para a realização do ensaio dos grãos retidos na peneira de 4,8 mm, 
foi utilizada a NBR 6458 (ABNT, 1984) a mesma para a determinação da 
massa específica.
A absorção foi realizada em grupo por amostragens diferentes. Cada 
grupo foi deixado por 24 horas imersos em água, em seguida, os agregados 
foram secos por uma toalha e foram pesados cada grupo. Após esta etapa, os 
materiais foram levados para estufa a uma temperatura de 100º C e posterior-
mente pesados, a equação (3) mostra como calcular a absorção:
 (3)
Sendo:
𝒶 = absorção do agregado em, porcentagem;
A = massa do agregado seco em, Kg ou grama;
B = massa do agregado na condição saturada seca em, Kg ou g;
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
Conforme prescreve a norma do DNER ME 194/98 – determinação da 
massa específica por meio do frasco de chapmann.
Granulometria
A análise granulométrica foi de acordo com a NBR 7181 (ABNT, 1984), 
as granulometrias foram realizadas por peneiramento, com lavagem apenas 
peneira de 0,075 mm.
O resultado do ensaio de granulometria, normalmente, é expresso através 
de uma curva granulométrica. No eixo das abscissas estão em escala logarít-
micos sendo os diâmetros dos grãos, ou a abertura das peneiras, já no eixo 
das ordenadas fica as porcentagens passantes acumulada em cada peneira 
em análise. De acordo com a curva é possível classificar o material em mal 
graduado, bem graduado e uniforme (DNIT, 2006).
Ensaio de Compactação- Índice de Suporte Califórnia
O ensaio de compactação de solos tem por objetivo densificar, sendo 
assim, reduzir os vazios do material.
Com este procedimento melhora-se propriedades, como resistência ao 
cisalhamento e diminui a deformabilidade. Além do que o aumento do contato 
entre os grãos torna o material mais estável (PINTO, 2000).
O ensaio de compactação pode ser realizado com várias energias diferen-
tes, sendo elas: normal, intermediária e modificada. Quanto maior for a energia 
aplicada, maior será a densidade máxima e menor será a umidade.
A escolha da energia a ser aplicada está condicionada à execução em 
campo, neste trabalho foi utilizada a energia intermediária e modificada.
RESULTADOS
Composição Física
Após o processo de separação e classificação visual, verificou-se que o 
gragado era composto por cinco grupos: cimentícios (concretos e argamassas), 
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britas, telhas e tijolos (materiais cerâmicos), pisos e azulejos (materiais cerâ-
micos) e resíduos indesejáveis. Desconsiderando a porcentagem passante na 
peneira 4,8 mm, foi determinada a porcentagem em massa de cada material 
constiuinte. A Figura 1 apresenta essa divisão para a amostra analisada.
Figura 1 - Composição do RCD misto.
Fonte: Autor (2018).
Através da Figura 1 apresentada, é possível analisar que a maior concentra-
ção é de materiais cimentícios (55,3%), seguindo de materiais cerâmicos (29,4%).
Massa Específica
Para a análise da massa específica, foram realizados ensaios em sepa-
rados, os retidos e os passantes na peneira de 4,8 mm.
Massa Específica dos Agregados Miúdos
As massas específicas dos grãos passante na peneira de 4,8 mm são 
apresentadas na Tabela 1, a seguir.
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
Tabela 1 - Massa específica do agregado miúdo do RCD.
Número de ensaio Massa específica (kg/m3)
1 2740
2 2750
Fonte: Autor (2018).
Conforme a NBR 6508 (ABNT, 1984) afirma a diferença entre duas medi-
das não pode ser maior que 0,02 g/cm3(20 kg/m3), sendo assim, os resulta-
dos são aceitáveis.
Segundo Pinto (2000), os valores de massa específica dos grãos ficam 
em torno de 2700 kg/m3, mostrando que os valores obtidos estão de acordo 
com a literatura técnica.
Massa Específica dos Agregados Graúdos
Este ensaio foi baseado na NBR 6458 (ABNT, 1984), determinando-se 
a massa específica para cada material constituinte do agregado. A Tabela 2 a 
seguir dos grãos retidos na peneira de 4,8 mm, dividida por grupo de material.
Tabela 2 - Massa específica do agregado graúdo do RCD.
Natureza do material Concentração (%) Massa específica (kg/m3)
Cimentícios 55,3 2750
Britas 11,8 2710
Telhas/tijolos 15,9 2550
Pisos/azulejos 13,5 2500
Resíduos indesejáveis 3,5 2920
Fonte: Autor (2018).
Através de uma média ponderada, considerando as concentrações apre-
sentada na Tabela 2, foi possível obter a massa específica do conjunto, sendo 
o valor de 2690 kg/m3.
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Absorção
O ensaio de absorção de agregado foi baseado na NBR 6458 (ABNT, 
1984), sendo analisada cada absorção do material em separado. A Tabela 3 
apresenta os valores encontrados.
Tabela 3 - Absorção do RCD.
Natureza do material Concentração (%) Absorção (%)
Cimentícios 55,3 11,5
Britas 11,8 3,8
Telhas/tijolos 15,9 20,7
Pisos/azulejos 13,5 11,1
Resíduos indesejáveis 3,5 18,4
Fonte: Autor (2018).
Analisando a Tabela 3 verifica-se a grande diferença de absorção entre os 
materiais constituintes do agregado reciclado. Materiais cerâmicos, como telhas 
e tijolos, apresentam absorção muito elevada, quando comparadas com as britas.
Este fato evidencia a necessidade do ensaio por grupo, ou seja, dos cons-
tituintes do material, pois quanto maior a quantidade de materiais cerâmicos, 
por exemplo, mais poroso é o material.
Através de uma média ponderada das porcentagens dos grupos do 
material, obtevese a média de absorção, sendo de 12,2%.
Granulometria
Para determinação da granulometria da amostra do material foi utilizada 
a NBR 7181 (ABNT, 1984). Sendo selecionada uma amostra acondicionada em 
laboratório e foi lavado o material retido na peneira 0,075mm. A Figura 2, a 
seguir, descreve a curva granulométrica.58
Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
Figura 2 - Curva granulométrica do RCD.
Fonte: Autor (2018).
Pela figura 2 é possível verificar que o agregado em estudo se enquadra 
na Faixa B do Manual de Pavimentação do Departamento Nacional de Infraes-
trutura de Transportes (DNIT, 2006).
Ensaio de Compactação - Índice de Suporte Califórnia
A Tabela 4 apresenta os resultados de Índice de Suporte Califórnia obtidos 
para o agregado reciclado compactado na energia intermediária e modificada 
após quatro dias de imersão em água.
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Tabela 4 - Índice de Suporte Califórnia (ISC).
Natureza do 
material ISC (%) ISC médion(%) Desvio padrão (%) Coeficiente de
variação (%)
63
Intermediária 64 73 14 19
72
94
Modificada 81 117 26 22
121
124
143
Fonte: Autor (2018).
As médias dos índices de suporte para a energia intermediária e modifi-
cada foram 73% e 117%, respectivamente. No entanto, os dados apresentaram-se 
muito dispersivos, em função da heterogeneidade do agregado reciclado e 
também dos erros inerentes ao ensaio. Além disso, a granulometria do agregado 
reciclado em estudo possui uma quantidade considerável de pedregulho, o que 
influencia na repetibilidade do ensaio.
Caso um agregado fique embaixo do pistão, penetração será dificul-
tada, implicando em valores altos de ISC. Esse fato é explicado no trabalho 
de Pinto (1964).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Por meio do estudo laboratorial foi possível ver que o agregado em análise 
trata-se de material misto.
O ensaio de composição do Resíduo de construção e demolição (RCD) 
mostrou ser muito importante, pois influencia nas propriedades físicas e quí-
micas do agregado.
Os resultados da massa específica mostraram muito variáveis do agre-
gado misto, sendo maior o valor de massa específica dos materiais passantes 
na peneira de 4,8 mm em relação aos materiais retidos nesta mesma peneira.
Através dos resultados foi possível perceber que a absorção também 
depende da composição do material, ficando claro que quanto maior a porcen-
tagem de materiais cerâmicos maior será a absorção do conjunto do agregado 
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Inovações em Materiais, Construção Verde e Tecnologias Construtivas
e menor a massa específica, sendo que esses parâmetros interferem na com-
pactação do agregado.
Outro fator determinante para a determinação física e mecânica do RCD 
foi a energia de compactação. Sendo que à medida que é aplicada maior energia 
há alteração na granulometria original do agregado, tendo como resultado maior 
quantidade de finos, o que leva a basear a análise granulométrica não só na 
granulometria original. Outro aspecto que foi possível perceber é que quando 
a energia modificada foi aplicada o agregado reciclado teve comportamento 
semelhante à brita.
REFERÊNCIAS
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