Prévia do material em texto
AULA 6 RELAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE Profª Cristiane Dall’Agnol da Silva Benvenutti 2 CONVERSA INICIAL Este último encontro sobre a relação escola e comunidade traz apontamentos e uma visão qualitativa de que é possível integrar escola, família e comunidade nos dias atuais. Em todos os encontros que realizamos, você observou que compreender o conceito das três instituições escola, família e comunidade é imprescindível para que o perfil dos sujeitos que neles estão inseridos participem de forma democrática na sociedade contemporânea. Refletimos sobre o papel da escola, da família e da comunidade, bem como sobre a herança cultural, a crença, a ideologia, as tradições e os elementos que constituem e formam cada sujeito com base na organização institucional denominada de família. Após esses momentos, evidenciamos autores que, em diferentes tempos e espaços, elevaram a necessidade de discussão e práticas pedagógicas para que a relação escola, família e comunidade não sofram ruídos e propaguem diferenças com o objetivo de separar e até romper com a relação entre as três instituições. Para aprofundar mais sobre os conteúdos, este sexto encontro aborda as seguintes temáticas: Prática pedagógica comunidade e escola: colaboração ou participação? Estratégias que mobilizam uma comunidade no espaço escolar. A relação escola e comunidade para além dos muros escolares. O gestor escolar como mediador da relação escola e comunidade Necessidade de pesquisas sobre a relação escola e comunidade E tem como objetivos: compreender a relação escola, família e comunidade com base em estratégias e práticas; reconhecer a relevância do projeto político pedagógico com base na inserção da relação comunidade, família e escola; Identificar estratégias e práticas para aproximar a família e a comunidade do espaço escolar; Refletir estratégias para a soluções de situações-problema que permeiam o espaço da escola; 3 Evidenciar ações e diálogos no ínterim do espaço escolar como o perfil de seus educandos e o contexto da comunidade escolar. CONTEXTUALIZANDO A participação da família e da comunidade deve estar centrada na busca pela justiça, liberdade, democracia e coletivo para as decisões que serão colocadas em prática com vistas à atuação dos pais dos alunos em debates escolares, Para isso, as práticas pedagógicas possibilitam os que teorizam com os que propõem ações, de maneira que a escola passe a aplicar na prática uma educação de qualidade. Uma escola com esse perfil otimiza o seu trabalho para atender às aspirações da comunidade ao seu entorno e os problemas por meio de caminhos que inspiram possíveis soluções e valores, desativa os mecanismos inúteis e ativa os novos, que consolidam e estreitam a relação escola e comunidade em seu cotidiano. Mesmo assim, é inevitável que as mudanças possam causar injustas condições sociais e desencadearem uma luta conjunta que trará novos frutos e uma vivência participativa. Para as práticas acontecerem, é necessário que a comunidade se sinta acolhida e parte integrante da escola, que a sua cultura e os seus valores possam ser respeitados na representatividade do espaço da escola. Portanto, cabe à escola rever as suas ações e não olhar os pais como repressores dos ideais que cabem ao espaço e tempo escolar. Para isso, precisamos conhecer e identificar o perfil dos sujeitos que constituem a comunidade, o seu saber e o seu pensar. TEMA 1 – PRÁTICA PEDAGÓGICA COMUNIDADE-ESCOLA: COLABORAÇÃO OU PARTICIPAÇÃO? É preciso que os gestores das instituições de ensino não confundam colaboração com participação, pois o simples fato de convidar alunos e pais para colaborarem em uma atividade qualquer, sem planejamento e discussão coletiva, não caracteriza participação. Ainda que a escola os chame para decidirem alguns pontos que foram previamente determinados pela gestão ou pelos professores, isso também não é participação. 4 A participação se caracteriza por decidirem juntos os rumos de uma instituição escolar e possibilitar que todos se sintam construtores dos encaminhamentos pedagógicos desse espaço, sentindo-se pertencentes à escola. Uma alternativa para caracterizar a participação dos pais e da comunidade seria viabilizar a abertura, durante todo o ano escolar, de debates públicos, coletivos, para que haja reflexão sobre deveres, direitos e responsabilidades dos mais diferentes sujeitos que adentram a escola, e propor uma educação diferente, de qualidade, que leve a atuação da comunidade de maneira extrínseca e intrínseca. Por meio de uma forma não paternalista e autoritária entre escola e comunidade, a participação dos pais se diferencia desde o momento em que as contribuições se efetivam em trabalho educativo. Outro aspecto que possibilita a participação das pais é a comunicação, palavra-chave que define a participação coletiva e democrática, mas é necessário que as famílias sempre estejam informadas sobre a escola de maneira que a comunicação colabore para a cooperação mútua da comunidade e escola, respeitando a especificidade dos diferentes papéis por elas representados. 1.1 Algumas ações necessárias para a consecução da relação escola e comunidade Num primeiro momento, vamos conhecer algumas ações que podem ampliar e promover a relação escola e comunidade. Você observará que muitas delas foram apresentadas nas aulas 2, 3 e 4. Quadro 1 – Ações que efetivam a relação comunidade-escola a. É inevitável acionar a participação dos professores, funcionários, pais e alunos na APM e no Conselho Estudantil da escola e dos representantes dos alunos no conselho de classe; b. A aplicação de assembleias de pais deve ser periódica e que, junto à gestão escolar, os professores possam analisar soluções para as situações-problema emergentes da comunidade; c. A participação dos pais deve ser constate no espaço escolar para que estes passem a integrar o cotidiano escolar a fim de prevenir eventuais situações-problema; d. Os eventos que envolvem lazer e cultura devem partir dos alunos como projetos educativos e comunitários para promover a participação de todos; e. A criação do grêmio estudantil dá voz aos alunos e ao papel democrático da escola. Entretanto Vasconcellos (2000, p. 173) alerta que 5 vai depender muito da maneira como a comunidade escolar vai se posicionar. Quando vemos escolas fazendo projeto ‘porque o MEC está a exigir’, é claro que não podemos esperar muito diante deste risco de manipulação. Por outro lado, quando a escola despertou para a necessidade de se definir, de construir coletivamente sua identidade e de se organizar Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola para concretizá-la, então o projeto pode ser um importante instrumento de luta. TEMA 2 – ESTRATÉGIAS QUE MOBILIZAM UMA COMUNIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR Com plena atenção ao exposto por Vasconcelos (2000), outro aspecto relevante e que pode evidenciar um erro fatal à inserção e à relação da comunidade na escola corresponde às atividades e ações cujos objetivos e razões para sua realização não estão claros. Para que incidentes não ocorram e os temas e ações possam ser democráticos e oportunos, pode-se optar por algumas estratégias, tais como: O uso dos espaços em reuniões de pais, professores e do conselho escolar para realizar uma primeira discussão sobre um determinado tema ou projeto a ser construído por todos; Promover atividade para os alunos e professores que envolva pesquisa, entrevista e diário de campo nos processos pedagógicos sobre o cotidiano da comunidade escolar; Explicar para pais, alunos e professores ao início da atividade como será a sua dinâmica de funcionamento, os objetivos e os resultados esperados. A distribuição de panfletos informativos e vídeos pode facilitar a explanação e a compreensãopor parte de todos. Os cartazes são bem-vindos e irão contribuir para a explicações sobre um determinado projeto ou atividades. Convidar os pais e os representantes da comunidade no entorno da escola é de fundamental importância, pois, ao compreenderem sobre o projeto ou a atividade, esses se colocarão à disposição para ajudarem na divulgação, ação e conscientização de todos sobre nos processos. Com base em estudos sobre o perfil da comunidade e dos alunos, pode-se gerar um tema norteador que mobilizará os representantes da comunidade e, assim, o projeto ganhará voz e participação ativa. TEMA 3 – A RELAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE PARA ALÉM DOS MUROS ESCOLARES 6 Para a comunidade, participar da gestão de uma escola significa inteirar- se e opinar sobre os assuntos para os quais muitas vezes se encontra despreparada; significa todo um aprendizado político e organizacional (participar de reuniões, darem opiniões, anotar, fiscalizar, cumprir decisões); mudar sua visão de direção de escola, passando a não esperar decisões prontas para serem seguidas; significa, enfim, pensar a escola não como um organismo governamental, portanto externo, alheio, e sim como um órgão público que deve ser não apenas fiscalizado e controlado, mas dirigido pelos seus usuários. (HORA, 1994, p. 134) Para que a escola e a comunidade possam evidenciar ações que irão adentrar ambos os espaços e modificarem os sujeitos neles inseridos, são necessárias mudanças de atitude, e a pesquisa é o caminho para que essa relação de fato se estabeleça. Quadro 2 – Ações importantes na relação comunidade-escola Conhecer o perfil dos alunos: diagnosticar os interesses, desejos e as necessidades dos alunos e, com base nos resultados, utilizá-los para o planejamento de ações e práticas pedagógicas da escola e comunidade. Propor ensino e aprendizagem por meio desses resultados e propiciar mudanças com os recursos e as tecnologias disponíveis na escola e na comunidade. Referenciais sobre as práticas pedagógicas: basear-se no conhecimento sobre novas práticas pedagógicas e materiais didáticos que impulsionam a inserção da comunidade na escola e compartilhar experiências entre diferentes professores e escolas locais. Protagonismo do o aluno: propor metodologias ativas pelas quais os alunos possam ser protagonistas com o objetivo de realizarem atividades que os envolvam como construtores e condutores do seu processo Valorização dos alunos: propor a elaboração de projeto pelos alunos voltados para a resolução de situações-problema da comunidade. Assim, acontecerá uma maior valorização dos conhecimentos que eles trazem consigo e os adquiridos na escola. Aprendizagem compartilhada: a prática pedagógica e a elaboração de projetos voltados à comunidade e a realidade dos alunos desencadeiam a aprendizagem entre pares, pois constroem estratégias para a ressignificação do “erro”. A escuta: determinar um ambiente favorável para: escuta, pesquisa, formação, estímulo e criação. Integração docente: integrar todos da equipe docente aos trabalhos, atividades e propostas pautados no compartilhamento e na construção coletiva de conhecimentos. Experiência e pesquisa: propiciar práticas pedagógicas, experiências e pesquisas por meio dos projetos, com o intuito de resolverem situações-problema reais, construindo e testando soluções reais. Além da sala de aula e dos muros escolares: práticas pedagógicas que envolvam todos e evidenciem os espaços externos da escola, conectando-os ao ensino e à aprendizagem sobre o território e a cidade, bem como proporcionar a valorização da cultura local da escola e a integração da comunidade local aos projetos escolar. TEMA 4 – O GESTOR ESCOLAR COMO MEDIADOR DA RELAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE 7 Para que as estratégias, ações e atividades que aproximam comunidade da escola se consolidem, a gestão escolar deve mediar e possibilitar que tudo aconteça de forma coletiva. A gestão escolar tem um papel fundamental, pois além de desempenhar o papel que envolve a administração e o gerenciamento de inúmeras demandas da escola, ela precisa atuar de forma democrática junto à equipe colaborativa de trabalho e incentivar que todos participem da reflexão sobre os rumos e a identidade da escola. A maneira como a escola é administrada deve revelar esse espaço como instrumento propulsor de atividades e projetos emancipatórios e torná-lo mais ágil e comprometido com resultados eficientes. A relevância de uma equipe diretiva é imprescindível para que tomadas de decisões impulsionem os projetos pedagógicos e o projeto político pedagógico para uma escola voltada para os valores, o respeito, o convívio e a ética, que inegavelmente contribuem para o processo de ensino e aprendizagens dos alunos. Saiba mais Assista à entrevista concedida por Belinda Mandelbaum, pesquisadora do Instituto de Psicologia da USP, durante o lançamento do site Carta Educação sobre a relação entre família e escola: A RELAÇÃO entre família e escola precisa ser muito refletida. Carta Capital, 19 out. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TzA46VDL33Y>. Acesso em: 1 ago. 2018. Quando se tem à frente da educação uma gestão democrática, família e comunidade têm participação constante, consciente no cotidiano escolar e, com isso, passam a ser complementares, pois a escola está inserida num contexto global e deve estar presente no processo de organização das ações desenvolvidas para as necessidades comunitárias. Tudo o que foi mencionado deve permear o projeto político pedagógico da escola e ter claro nesse documento um espaço para a relação escola e comunidade com a proposta de projetos e a descrição do perfil de seus alunos, pois assim ficará evidente os sujeitos que constituem a comunidade escolar. 8 TEMA 5 – NECESSIDADE DE PESQUISA SOBRE A RELAÇÃO ESCOLA E COMUNIDADE Com tantas propostas e práticas que acontecem em escolas espalhadas pelo país, ainda são necessárias discussões e pesquisas sobre a relação escola, família e comunidades. Por outro lado, podemos dizer que tanto a família quanto a escola estão pautadas em modelos rígidos e estanques que não dão conta de toda a dinâmica e diversidade social que lhes são apresentadas por meio do contexto social e da comunidade local. A escola é uma instituição de ensino em constante transformação que necessita adequar-se ao contexto social que lhe é colocado, porém a família pode não estar na mesma sintonia e voltada para a compreensão das mudanças da sociedade. Saiba mais Conheça um pouco sobre o projeto pedagógico da Escola Amorim Lima. PROJETO Pedagógico da Escola Amorim Lima: Ana Elisa Siqueira no TEDxValedoAnhangabau. TEDx Talks, 9 jun. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tJo1UjMJAW0>. Acesso em: 1º ago. 2018. Com isso, há necessidade de pesquisas e propostas que envolvam práticas nesse espaço para que os processos de conhecimento que permeiam a sociedade atual possam ser discutidos. Assim, a família e a comunidade precisam estar atentas e participativas junto a esse processo que envolve diálogo, ação e participação cotidiana. A escola se abre para essas duas instituições para que pontes sejam construídas e projetos edificados em prol da emancipação do coletivo. FINALIZANDO Esta aula evidenciou conteúdos que apontam para estratégias simples que resultam em ações e práticas educativas para aproximar escola da família e comunidade com base em experiências vividas e na relevância de uma gestão democrática com vistas à configuração do projeto político-pedagógico, um 9 verdadeiro desafio para os sujeitos envolvidos com a proposta de tornar efetiva a relação escola, família e comunidade. Nesse sentido, a escola deve ser entendida como espaço de transformação que discute situações-problema e as reflete numa atividademultidimensional que resultará em resoluções comprometidas para a melhoria de todos. De forma integradora, a escola se coloca como elemento de reconstrução do conhecimento, práticas, inter-relações, ou seja, das ações que possibilitam o enfrentamento dos desafios cotidianos com o processo educativo. Isso tudo favorece a teoria e a prática, pois na escola há uma dissociação entre as três instituições, porém elas se complementam dentro do espaço escolar, à medida que estratégias são desenvolvidas e estimulam a participação da comunidade, dos alunos, dos pais, dos professores e demais membros que participam do coletivo escolar. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica GIUNTA, E.; LINHARES, C. S. A democratização da escola através da participação efetiva da comunidade escolar. Caderno Pedagógico da SEED, Núcleo Pato Branco-PR, Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2009. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1171-4.pdf>. Acesso em: 1º ago. 2018. Nesse artigo, as autoras Giunta e Linhares (2009) desenvolvem uma pesquisa com o objetivo de verificar como a comunidade de uma determinada escola participa nas decisões e ações desenvolvidas nesse espaço educacional. Para a realização dessa pesquisa, as autoras realizaram como metodologia um estudo de caso e investigaram as causas que justificavam a pouca participação dos pais com relação às atividades desenvolvidas no espaço escolar. Elas constataram que existem muitos fatores que contribuem para a não participação dos pais no espaço escolar e, dentre eles, apontam dois relevantes aspectos, que são: o baixo nível cultural e econômico e a influência negativa do meio. No momento em que projetos foram desenvolvidos pela escola em parceria com a comunidade e os pais dos alunos, perceberam-se diferentes maneiras de participações, e que destas bastou somente dar oportunidades aos pais, pois todos possibilitam 10 diálogo e apontam sugestões para a melhoria da relação escola e comunidade. Com isso observou-se uma comunidade escolar participativa coletivamente e em busca de realizarem, além de reivindicações, melhorias para as condições humanas, físicas e financeiras da escola e da comunidade. Outro aspecto relevante foi a busca pela autonomia, o que levou consequentemente à expansão na qualidade do ensino e da consciência crítica, tornando a escola verdadeiramente pública e democrática. Texto de abordagem prática GRANJA, T. A. S.; BRITO, S. M. de. Práticas pedagógicas e cotidiano escolar: desafios postos pelo Projeto Político-Pedagógico. In: XVII ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 2014, Fortaleza. A didática e a prática de ensino nas relações entre escola, formação de professores e sociedade. Fortaleza: EdUECE, 2014. p. 61-62. Disponível em: <http://www.uece.br/endipe2014/ebooks/livro1/>. Acesso em: 1 ago. 2018. Esse artigo revela alguns elementos que nos fazem pensar sobre os desafios postos pelo projeto político-pedagógico (PPP) de uma escola, na medida em que esse documento fornece as diretrizes e as perspectivas de atuação dessa instituição de ensino. Além disso, apresenta os objetivos que indicam um caminho para o movimento institucional e a dinâmica da escola, representados nas práticas desta. Para uma maior compreensão do cenário de pesquisa das autoras, foram utilizados como aporte teórico os autores: Veiga (2000), Paulo Freire (1983, 1987), Oliveira (1999), Vasconcelos (2000) e Alves (2001). As obras deles serviram como referencial teórico e conduziram à pesquisa e ao estudo proposto. Granja e Brito (2014) realizaram uma pesquisa de cunho exploratório, com abordagem qualitativa com base no cenário de 32 escolas de ensino fundamental do 1º, 2º, 3º e 4º Distritos de Duque de Caxias da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro. As autoras utilizaram como procedimentos: a análise documental, a observação e a entrevista semiestruturada. Nesse trabalho, elas apresentam um recorte sobre o tema com dados parciais decorrentes da pesquisa documental e da observação de campo. A análise teve como propósito reunir alguns dados para que se pudesse pensar um projeto político-pedagógico de forma que ele integre atividades gerais da escola, da sala de aula, das práticas pedagógicas dos professores, da comunidade escolar e a sua participação. Para Granja e Brito (2014), pensar na importância do projeto político-pedagógico de uma escola, na 11 sua face multidimensional e em como as consequências de um PPP mal estruturados podem afetar o cotidiano da escola é importantíssimo para a participação da comunidade e de uma escola democrática. Nesse sentido, entender o espaço escola como caminho para a transformação com base na vivência de situações reflexivas cotidianas, em atividades multidimensionais comprometidas com uma ação integradora e de reconstrução do conhecimento, das práticas, das inter-relações e ações possibilita o enfrentamento de desafios escolares, sociais e políticos que se apresentam diariamente no processo educativo. Saiba mais COMO trazer a família para a escola? Salaoficial, 22 set. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SBt12u-VMAw>. Acesso em: 1º ago. 2018. Maria do Pilar, ex-secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, ex- secretária nacional de Educação Básica do Ministério da Educação e ativista de educação para transformação, tem uma experiência incrível em trazer as famílias para a participação ativa na escola e ela não está falando só de reunião bimestral com os pais, mas de participação ativa e democrática. 12 REFERÊNCIAS ALVES, R. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 2. ed. Rio de Janeiro: Papirus, 2001. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1983. ______ . Pedagogia do oprimido. 17. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987. HORA, D. L. da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação coletiva. Campinas: Papirus, 1994. (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). OLIVEIRA, I. B. (Org.). A democracia no cotidiano da escola. Rio de Janeiro: DP&A/SEPE, 1999. VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político pedagógico. 9. ed. São Paulo: Libertad. 2000. VEIGA, I. P. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 11. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.