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Saliva e Dieta Prof. Daiana Carvalho Introdução • O esmalte é influenciado por interações entre a superfície do esmalte e o ambiente aquoso que o circunda. Sob condições fisiológicas, esse ambiente aquoso consiste principalmente de saliva. • É o fluido que, constantemente, durante a vigília e nas condições fisiológicas, flui para a cavidade bucal a partir de muitas diferentes glândulas salivares situadas na região buco facial e a seu redor. • A maior parte da saliva é secretada pelas glândulas salivares maiores, abrangendo as parótidas, as submandibulares e as sublinguais. • A saliva glandular – saliva primária - é transparente , normalmente estéril, e contém menos de 1% de sólidos compostos por eletrólitos e proteínas. Os mais de 99% remanescentes de saliva são constituídos de água. • A viscosidade é a única diferença visível entre as secreções e as diferentes glândulas. Algumas glândulas produzem uma secreção aquosa (serosa), e outras uma secreção mais ou menos pegajosa (mucosa). • A diferença na viscosidade é causada somente pelas proteínas salivares, que são altamente específicas para cada glândula e determinam muitas características de sua secreção. • Imediatamente depois da entrada na boca, as várias secreções se misturam e se contaminam com células mucosas esfoliadas, resíduos alimentares, microrganismos e fluido sulcular gengival. É esse fluido composto e turvo => saliva total ou fluido bucal. • Durante o dia, entre 0,5 e 1,0 ℓ e quase nenhuma saliva durante o sono. • Glândulas menores produzem 7 a 8% da saliva. • As glândulas submandibulares e parótidas produzem a maior parte da saliva. Submandibular Parótida Sublingual Ducto de Wharton/Ducto da glân. submandibular Ducto de Stensen/Parotídeo Ducto de Bartholin/ Ductos da glân. sublingal Seromucosa Serosa Mucosserosa • Os estímulos mais fortes para a secreção de saliva => a estimulação mecânica obtida pela mastigação e pelo paladar (estimulação química). O estímulo pelo sabor pode ser dividido em azedo, salgado, amargo e doce em ordem decrescente. • Em comparação à estimulação mecânica pela mastigação, o sabor azedo também é um estimulante muito mais potente. • É importante saber que o efeito de outros estímulos, como a sensação de odor e/ou a visão ou lembrança de alimento, é menor em seres humanos. 3. Clearance das bactérias bucais: • O grande fluxo de saliva tem influência importante no ecossistema bucal => diluir e eliminar microrganismos patogênicos e seus substratos – um processo fisiológico denominado clearance salivar ou, mais comumente, clearance bucal – função enxaguante. • Como o fluxo de saliva é combinado com o reflexo de deglutição => eliminação real de substâncias a partir da cavidade bucal para o esôfago. Capacidade-Tampão da Saliva • A capacidade-tampão da saliva está relacionada à neutralização dos ácidos produzidos no biofilme dental após a ingestão dos carboidratos fermentáveis. • Se a adição de grandes quantidades de ácido resultar em mudanças mínimas no pH, a capacidade-tampão é alta, significando que o fluido pode resistir à adição de ácidos sem mudanças importantes no pH, e vice-versa. • Quanto mais alto o pH final, melhor o efeito-tampão. • A curva de Stephan é uma forma gráfica de demonstrar as variações sofridas pelo pH no tempo após a ingestão de sacarose. A curva de Stephan mostra que cerca de 30 minutos após a ingestão o pH retorna lentamente aos valores iniciais como resultante do tamponamento salivar. Saliva e Remineralização • As funções principais da saliva são impedir a desmineralização adicional e intensificar a remineralização. • Os principais componentes salivares responsáveis são os íons cálcio e fosfato com os valores de pH neutro fornecidos pelos sistemas-tampão. • A saliva total também contém fluoreto, o que, com o cálcio e o fosfato da saliva, diminui muito a solubilidade do esmalte e promove a remineralização • Na saliva humana de indivíduos saudáveis com concentrações normais de cálcio e fosfato, o pH crítico médio é 5,5; abaixo desse pH, o esmalte pode se dissolver. Saliva e Remineralização • As funções principais da saliva são impedir a desmineralização adicional e intensificar a remineralização. • Os principais componentes salivares responsáveis são os íons cálcio e fosfato com os valores de pH neutro fornecidos pelos sistemas-tampão. • A saliva total também contém fluoreto, o que, com o cálcio e o fosfato da saliva, diminui muito a solubilidade do esmalte e promove a remineralização • Na saliva humana de indivíduos saudáveis com concentrações normais de cálcio e fosfato, o pH crítico médio é 5,5; abaixo desse pH, o esmalte pode se dissolver. Baixo Fluxo Salivar • Taxas de fluxo normais para saliva total não estimulada: 0,2 e 0,5 mℓ/min ou até mesmo mais elevadas. • As taxas de fluxo normais de saliva total estimulada: 1,0 e 2,0 mℓ/min. • As taxas de fluxo de saliva total, contudo, podem ser muito mais elevadas quando são combinados mastigação e forte sabor ácido. • Hipossalivação refere-se ao estado de taxas de fluxo de saliva patologicamente baixos => xerostomia (problema com boca seca). • A xerostomia é uma condição muito desconfortável, durante a qual os pacientes frequentemente mudam sua dieta para alimentos macios, pegajosos e ricos em carboidratos. • Essa mudança na dieta levará a uma aceleração adicional das cáries. • Fluxo de saliva total não estimulada de ≤ 0,1 mℓ/min e/ou uma taxa de fluxo de saliva total estimulada por mastigação de ≤ 0,5 mℓ/min. • Um grande número de doenças e condições afeta cronicamente a função das glândulas salivares => afeta o fluxo e também a composição da saliva. 1. Medicamentos: • São a causa mais comum da xerostomia crônica e da hipofunção da glândula salivar. • A inibição dos receptores colinérgicos por medicação anticolinérgica (ex: antidepressivos, anti-histamínicos e alguns anti-hipertensivos). 2. Síndrome de Sjögren (SS): • Trata-se de um distúrbio inflamatório autoimune das glândulas exócrinas particularmente as glândulas lacrimais e salivares. • A xerostomia e os olhos secos são, com frequência, declarados como sintomas iniciais. 3. Radioterapia cabeça e Pescoço 4. Alterações emocionais: • Estresse excessivo, depressão e ansiedade. • Transtornos alimentares – bulimia nervosa, anorexia nervosa. Tratamentos • Pacientes com hipossalivação necessitam de consultas odontológicas frequentes (geralmente, a cada 3 a 4 meses). • Devem manter uma higiene bucal meticulosa - escovas interdentais e escovas dentárias mecânicas são úteis para pessoas com retração gengival e complicações comportamentais ou motoras bucais. • O uso de fluoretos tópicos nesses pacientes é importante para o controle das cáries dentárias. • Uma pasta dental fluoretada contendo 5.000 ppm, usada duas vezes diariamente, é mais efetiva no controle da progressão da lesão cariosa do que a pasta dental comum. Dieta e Cárie Dentária • Na Antiguidade, momento em que tanto o açúcar quanto o amido processado eram quase completamente ausentes na dieta, que consistia de cereais crus, grãos, raízes e ervas, encontravam-se cáries dentárias somente em baixo grau. • Porém, isso mudou com a introdução do açúcar e grãos de cereais processados em suas dietas. • Pode-se observar que, com a modernização no mundo e o elevado padrão de vida, ocorreu uma mudança também nos padrões alimentares, sendo evidenciado grande aumento no índice de lesões cariosas. • A cárie está diretamente relacionada à introdução dos carboidratos refinados na dieta da população, principalmente a sacarose, que é considerada o dissacarídeo mais cariogênico, sendo este o mais presente na dieta familiar em quase todo o mundo. • O aconselhamento dietético é fundamental para qualquer programa de prevenção e manutenção de saúde bucal, visto que os hábitos dietéticos adquiridos na infância formam a base para o futuro padrão alimentar. • Nele deve-se levarem conta, porém, a realidade em que a criança vive, tendo como objetivo central a utilização racional de açúcar. • A cariogenicidade de um alimento varia: - Da composição de nutrientes. - O tempo necessário para a elevação do pH é influenciado pela consistência e tipo do açúcar ingerido. - Quanto mais pegajoso o alimento, mais tempo demora para ser removido e mais tempo leva para que o pH retorne ao normal. - O horário em que é consumido pode assumir um maior potencial cariogênico. - A frequência assume maior importância quando comparada a quantidade ingerida. Sacarose • Dissacarídeo (frutose + glicose). • Sua cariogenicidade está atribuída a dois fatores: - Metabolizado pelas bactérias para a produção de polímeros extracelulares – MEC do biofilme. - Ser estocado na forma de polissacarídeo intracelular – reserva energética => EGM. Amido • Polissacarídeo de glicose. • É considerado pouco cariogênico – para ser fermentado deve ser hidrolisado em maltose (glicose + glicose) e glicose => para se difundir no biofilme dental. Lactose • Dissacarídeo (galactose e glicose). • É o menos cariogênico – hidrólise ocorre na presença da lactase => intestino delgado (porção do jejuno). • A presença de cálcio e fosfato no leite confere certa proteção contra a cárie, prevenindo a dissolução do esmalte. • A composição do leite humano e do leite de vaca varia por isso os dois apresentam diferenças quanto à cariogenicidade: - Leite humano: 7 g/100 ml de lactose, 35 mg/100 ml de cálcio, 15 mg/100ml de fosfato; - Leite da vaca: 4,8 g/100 ml de lactose, 125 mg/100 ml de cálcio, 96 mg/100 ml de fosfato. • O leite quando não acrescido de açúcar, pode ser considerado como não cariogênico. Adoçantes • Os adoçantes podem ser agrupados de acordo com o seu conteúdo calórico – calóricos e não calóricos; de acordo com as suas origens (naturais ou artificiais) e sua estrutura química – álcool, aminoácido, etc. • Adoçantes não cariogênicos podem desempenhar um papel significativo no controle de cáries => auxiliar na saúde bucal. 1. Adoçantes Calóricos: • Xilitol => não é metabolizado pelas bactérias cariogênicas, inibe o crescimento EGM. Efeito Laxativo. • Sorbitol => não é cariogênico. O EGM fermenta sorbitol de forma lenta e o produto final é o etanol e o ácido fórmico (pouca variação do pH). Efeito laxativo. • Esteviosídeo => não é cariogênico e não apresenta efeito colateral. • Manitol, Lactitol e Maltitol => não são cariogênicos. 2. Adoçantes Não Calóricos: • Aspartame => não é metabolizado pelas bactérias do biofilme – não é cariogênico. • Sacarina => é fermentada pelas bactérias cariogênicas. Não é recomendado uso em crianças. • Sucralose => não é cariogênica. Alimentos Protetores • Alimentos que produzem uma elevação do pH: nozes, castanhas, amendoim, milho. • Leite, queijos => caseína (pode se unir a hidroxiapatita e a torna menos solúvel) e fosfato de cálcio (efeito tampão sobre o biofilme) • Alimentos que circundam os carboidratos, tornando-os menos disponíveis: gorduras e alimentos fibrosos. • Alimentos ricos em fluoretos: crustáceos, peixe, fígado, carnes com ossos, cereais, frutas (maçã). Higiene Oral Prof. Daiana Carvalho • Motivação e instrução em higiene bucal formam a base dos programa preventivos de cárie e doença periodontal de muitas populações. • A higiene oral pessoal refere-se ao esforço do paciente em remover a placa supragengival. • A escovação diária com pasta de dente fluoretada é a principal razão do declínio da cárie observado em muitas populações desde a década de 1970. • A escovação, 2 vezes/dia, com pasta de dente fluoretada levou à redução de 90% da perda mineral. • Controle Mecânico do Biofilme: - Uso do fio dental - Escovação • Controle Químico do Biofilme - Dentifrício - Colutórios bucais Fio/Fita Dental • O fio dental, quando usado apropriadamente é um meio efetivo de redução da quantidade de depósito bacteriano nas regiões proximais. • As embalagens tradicionais de fio dental são pequenas e muito portáteis, de forma que é fácil passar fio dental mesmo quando você está fora de casa (cabem no bolso da calça ou na gaveta da escrivaninha do trabalho). • Alguns terão flúor na sua composição. Irrigador Oral • De acordo com a Associação Dental Americana (ADA), o método do irrigador dental utiliza um aparelho que remove resíduos de alimentos entre os dentes ao usar um jato de água contínuo. • O irrigador oral é um substituto do modo tradicional de passar fio dental, podendo ser uma opção para as pessoas que têm dificuldade no manuseio do fio dental => sem evidencia conclusiva. • Higiene de prótese sobre implante. • O aparelho do irrigador oral pode ser grande demais para ficar carregando e precisa ser ligado na tomada. Escova Dental • Durante a escovação, a remoção da placa dental é conseguida inicialmente através do contato direto entre as cerdas da escova e a superfície dos dentes e dos tecidos. • Características: - Tamanho do cabo apropriado para a idade e destreza do usuário, de modo que a escova possa ser fácil e corretamente usada; - Tamanho da cabeça apropriado para as dimensões da boca do paciente; - As cerdas são formada de filamentos de poliéster ou de náilon com extremidade arredondada de diâmetro não superior a 0,23 mm. - Cerdas macias com configuração definida pelos padrões aceitáveis da indústria internacional (ISO); - Modelo de cerdas que aumentem a remoção da placa nos espaços interproximais e ao longo da margem gengival. • Características adicionais: baixo preço, durabilidade, impermeabilidade à umidade e fácil limpeza. • Recomendações: - Frequência => no mínimo duas vezes ao dia. OMS- após as principais refeições. - Duração => em torno de um a dois minutos. - Cerdas => Em sua maioria, as escovas atuais têm cerdas de náilon, cerdas arredondadas, macias e flexíveis. - Uso e substituição da escova dental => é recomendado que as escovas sejam substituídas antes que as cerdas apresentem os primeiros sinais de desgaste. A vida útil, em média, de uma escova tem sido estimada em 2–3 meses. Outros tipos de Escova 1 – Escova Elétrica: • Tanto escovas manuais quanto as elétricas permitem alcançar um alto nível de higiene oral. • No entanto, as pesquisas tem mostrado que as escovas elétricas são mais eficientes, e muitas pessoas relatam que elas são mais fáceis de usar. • Instrução: - Segurar a escova de tal maneira que a cabeça desta esteja um pouco angulada (aproximadamente 70°) em direção à gengiva. Tentar fazer com que as cerdas mais longas penetrem entre os dentes e mantenham contato com a gengiva - Ligar a escova e colocar no último dente da boca (checando a angulação) e movimentando a cabeça da escova gradualmente (cerca de 2s) da parte posterior para a anterior do dente. - Tentar seguir o contorno tanto da gengiva quanto dos dentes. Colocar a cabeça da escova no dente seguinte e repetir o processo. - Deixar que a escova faça o trabalho. Não é necessário pressionar nem fazer os movimentos da escovação. - Muitas escovas apresentam alguma forma de sinal após 30s (o aparelho para por um momento). Esse é o momento de mudar para uma nova parte da boca. - Lembrar-se de limpar a escova e a cabeça desta ao terminar. Raspador Lingual • Raspador de língua é um proveitoso auxiliar na rotina diária de higiene. • Muitas bactérias podem ser encontradas nos sulcos da parte posterior da língua, podendo causar mau hálito. • Com a escovação ou raspagem da língua, esse problema pode ser resolvido ou evitado inteiramente. • Um dos problemas associados à limpeza da língua é que esse processo pode causar reflexo de náuseas, especialmente quando o procedimento é feito pela primeira vez. Isso ocorre mais frequentemente quando se usa escova em vez de raspadores. • Existem vários tipos de raspadores de língua: o mais efetivo parece ser aquele em forma de alça. • Instrução: - Estender a língua tantoquanto possível para fora da boca. - Respirar calmamente pelo nariz. - Colocar o raspador tanto quanto possível na parte posterior da língua e pressionar levemente, fazendo a língua ficar achatada. - Assegurar o total contato do raspador com a língua. - Puxar o raspador lentamente para fora. Limpar primeiro o meio da língua usando a parte elevada do raspador, depois nas laterais da língua. - Repetir esses movimentos de raspagem algumas vezes. - Lavar a boca algumas vezes. - Lembrar-se de lavar o raspador após o uso. Dentifrício • No que se refere à sua formulação dos dentifrícios, a portaria nº 22 de 20 de dezembro de 1989 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (Brasil) regulamentou a incorporação do flúor na composição dos dentifrícios. • A maioria dos dentifrícios comercializados apresenta de 1000 a 1500 ppm de flúor. • É considerado um dos métodos mais racionais de prevenção da cárie por aliar a remoção do biofilme à exposição constante ao flúor. Fluoretos Prof. Daiana Carvalho • O papel dos fluoretos no controle das cáries representa uma das histórias mais bem sucedidas na saúde pública geral. • Utilização dos fluoretos como prevenção e terapêutico da cárie dentária: 1945 e 1946, nos EUA e Canadá, com a fluoretação das águas de abastecimento público • Brasil: a agregação de F às águas de abastecimento público iniciou-se em 1953 no município capixaba de Baixo Guandú, tornou-se lei federal em 1974 e expandiu-se intensamente nos anos 1980. • Ação preventiva e terapêutica: dificulta a desmineralização do esmalte e atua na mineralização. - Diminui a solubilidade do esmalte. - F é agregado durante a remineralização aos cristais de hidroxiapatita do esmalte = > fluorapatita - Reduz o transporte de Ca e Po4 para fora do esmalte em meio ácido (desmineralização). Ação Sobre o Dente • Manutenção da concentração de flúor na saliva através do uso frequente de um método. • Formação de fluoreto de cálcio • Redução do índice de cárie (40%) • Fluoretação do sal e do leite. • Comprimidos de fluoreto de sódio. • Agua fluoretada. • Alimentação (menor relevância). Flúor Sistêmico Flúor Tópico • Usado em ação preventiva e terapêutica. • Métodos de uso domiciliar: - Dentifrícios fluoretados; - Bochechos fluoretados – quando indicado; - Goma de mascar fluoretada – quando indicado. • Métodos de uso em atendimento odontológico: - Géis fluoretados; - Vernizes fluoretados. Água Fluoretada • A dose diária aceitável para o fluoreto, para que se obtenha uma redução na incidência da cárie, está ao redor de 1 mgF-. • Isso equivale à água com 1 ppm de fluoreto e, se o indivíduo ingerir 1 litro diário dessa água, estará recebendo a dose ótima recomendada. • No Brasil, dado que o clima é quente na maioria do seu território e que a média anual de temperatura é elevada, a dose recomendada deverá ser de O,7 ppm. Lei no 6.050, de 24 de maio de 1974. Géis Fluoretados • Duas apresentações: acidulado e o neutro. • Concentração em torno de 1,23% de fluoreto e concentração de 1,1% - tempo de aplicação de acordo com o fabricante. • OMS: aplicação a cada 6 meses. • Segundo alguns pesquisadores o gel de flúor fosfato acidulado forma mais fluoreto de cálcio no esmalte do que o gel neutro, sendo mais eficiente em reduzir a desmineralização do esmalte e, portanto, sendo preferíveis à aplicação de géis neutros. • Atenção: a forma acidulada não deve ser utilizada por pacientes portadores de próteses em titânio e restaurações em cerâmica porque libera ácido hidrofluorídrico, que pode danificar esses materiais. Vernizes Fluoretado • Em estudos, a redução média de cárie varia 38% com o uso dos vernizes de flúor. • A vantagem principal de agente é o prolongamento do tempo de contato entre o flúor e a superfície do dente. • Pode ter concentração de 1.000 a 22.600 pmm. Bochechos Fluoretados • FLUORETO DE SÓDIO: 0,05% (225ppm) - DIÁRIO e 0,2% (900 ppm) SEMANAL ou QUINZENAL: • As formulações com flúor para bochecho são indicadas para pacientes com aparelhos ortodônticos, pacientes com xerostomia e os que apresentam atividade de cárie. ➢ Periodicidade semanal (NAF 0,2%) é recomendada para populações nas quais se constate uma ou mais das seguintes situações: a) Exposição à água de abastecimento sem flúor; b) Exposição à água de abastecimento com teores de fluoretos abaixo da concentração indicada (até 0,54 ppm F); c) Populações com condições sociais e econômicas que indiquem baixa exposição a dentifrícios fluoretados. ➢ Bochechos diários de NaF a 0,05%, em combinação com dentifrícios fluoretados, são recomendados para indivíduos de alto risco de cárie, por exemplo, aqueles usando aparelhos ortodônticos fixos. Fluorose • A fluorose dentária é o resultado da intoxicação crônica, ocasionado pela excessiva deposição de fluoreto nos cristais de apatita, durante a fase de amelogênese => hipoplasia. • O excesso de fluoreto determina o grau de severidade da fluorose. Pode partir de simples manchas brancas, difíceis de identificar (grau leve), até manchas escuras, associadas a perda de substância (grau severo) • A dose diária que ocasiona fluorose dentária é de o, 1 a 0,2 mgF-/kg de peso, equivalente a água com 1,5 ppm de fluoreto. Toxicidade do Flúor • Quando utilizado corretamente, nenhum método de utilização do flúor oferece qualquer risco ao paciente, mas acidentes por negligência ou uso indevido podem acontecer. • Intoxicação aguda: ocorre quando o indivíduo ingere uma grande quantidade de fluoreto em uma única dose. • Sinais e Sintomas: - Gastrointestinais: Náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal. - Neurológicos: Parestesia, tétano, depressão do sistema nervoso central, coma. - Sistema cardiovascular: Pulso fraco, hipotensão, choque. - Sanguíneos: Acidose, hipocalcemia (diminuição da concentração do cálcio no sangue) e hipomagnesemia (diminuição da concentração de magnésio no sangue). • Cuidados: - Colocar pequena quantidade de gel nas moldeiras, o equivalente a uma colher de café por moldeira; - Nos potes dappen, deve-se utilizar a parte mais rasa (2 a 3 ml) para crianças e bebês e o lado mais fundo para crianças maiores (3 a 5 ml); - O paciente deve ser colocado em posição vertical com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente; - Usar sempre sugador; - Pedir ao paciente para cuspir exaustivamente após a aplicação tópica de flúor. Obrigada! Fim