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E S C O L E G I S C M M 1 CURSO DE LIBRAS BÁSICO CARGA HORÁRIA - 12 HORAS PROFESSOR -ARLESSON SANTOS L I B R A S B Á S I C O 2 MESA DIRETORA Presidente - David Reis (AVANTE) 1º Vice-Presidente - Wallace Oliveira (PROS) 2º Vice-Presidente – Diego Afonso (PSL) 3º Vice-Presidente – Caio André (PSC) Secretária Geral – Glória Carrate (PL) 1º Secretário – Elissandro Bessa (SOLIDARIEDADE) 2º Secretário – Eduardo Alfaia (PMN) 3º Secretário – João Carlos (REPUBLICANOS) Ouvidor – Amom Mandel (SEM PARTIDO) Corregedor – Jaildo Oliveira (PC do B) Ficha Técnica Ebook - Curso de Libras Básico Autor: Prof. Arlesson O. Santos Revisão Pedagógica e EAD: Prof. Dr. Wender Antônio da Silva Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização da editora. A distribuição e download deste e-book são gratuitos dentro da plataforma Escolegis CMM, no entanto, sua comercialização e/ou redistribuição é terminantemente proibida. ©️ Copyright 2021 – Istud Ltda ME Categoria: Cursos de Libras Básico E S C O L E G I S C M M 3 APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR E O CURSO DE LIBRAS BÁSICO O professor Arlesson O. Santos possui graduação em Pedagogia, Bacharelado em Letras Libras. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística. Atua com tradução/interpretação em espaço educacional, tradução de textos técnicos e produção de materiais bilíngues na direção Português-Libras-Português. Atua com tradução/interpretação de Língua de Sinais / Língua Portuguesa para Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVA) do curso de Letras Libras e Web sites. Membro do grupo de pesquisa para criação e elaboração de glossário técnico para uso e consulta de tradutores/intérpretes em atuação. Membro do Laboratório de Pesquisa de Línguas Orais e Sinalizadas - LaPLOS. Membro Diretório Da Associação De Tradutores Intérpretes De Roraima. Tradutor Intérprete de Libras na rede federal. O curso básico intitulado, “Libras - Básico” surge como proposta de encurtar as barreiras comunicativas existentes entre o mundo dos ouvintes e o mundo dos surdos, favorecendo o conhecimento acerca da língua para as pessoas de diversas formações e simpatizantes, que possuem algo em comum: o desejo de aprender a língua usada pelos surdos e seus pares linguísticos. Os alunos que participarem do curso, desenvolverão competências para a aquisição do vocabulário básico de Libras, compreendendo as particularidades culturais e linguísticas das comunidades surdas, além de desenvolver habilidades comunicativas que contribuam para estabelecer diálogos entre ouvintes e surdos. L I B R A S B Á S I C O 4 E S C O L E G I S C M M 5 SUMÁRIO UNIDADE I .............................................................................................. 7 1.1 O QUE SÃO LÍNGUAS DE SINAIS E QUEM SÃO OS SEUS USUÁRIOS ................................................................7 UNIDADE II ............................................................................................. 10 2. LÍNGUA X LINGUAGEM: OS MITOS DAS LIBRAS ............................10 MITO 1: A LIBRAS É UNIVERSAL? ....................................................................10 MITO 2: A LIBRAS É MÍMICA? ............................................................................11 UNIDADE III ............................................................................................ 12 3. PARÂMETROS DA LIBRAS .............................................................................12 UNIDADE IV ........................................................................................... 16 4. OS PRONOMES .....................................................................................................16 PRONOMES PESSOAIS: .......................................................................................17 PRONOMES POSSESSIVOS: .............................................................................17 PRONOMES INTERROGATIVOS: .....................................................................17 UNIDADE V............................................................................................. 19 5. ADVÉRBIOS ..............................................................................................................19 UNIDADE VI ........................................................................................... 20 6. VERBOS .....................................................................................................................20 UNIDADE VII .......................................................................................... 22 7. NÚMEROS .................................................................................................................22 UNIDADE VIII ......................................................................................... 25 8. CONTEÚDOS PRÁTICOS .................................................................................25 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 32 L I B R A S B Á S I C O 6 CURSO DE LIBRAS BÁSICO E S C O L E G I S C M M 7 UNIDADE I 1.1 O QUE SÃO LÍNGUAS DE SINAIS E QUEM SÃO OS SEUS USUÁRIOS Língua natural; Língua gestual visual; EGOV - DF Nesta unidade abordaremos um pouco sobre o que são as línguas de sinais e quem são os seus usuários traçando uma linha temporal de como eram vistas as pessoas com surdez e como se deu o contato com a língua de sinais. L I B R A S B Á S I C O 8 Papel fundamental no desenvolvimento cognitivo da pessoa com surdez; Na Antiguidade, o Filósofo Aristóteles (384 – 322 a.c) dizia que “de todas as sensações, é a audição que contribui mais para a inteligência e o conhecimento, […] portanto, os nascidos surdos-mudos se tornam insensatos e naturalmente incapazes de razão”. (strobel, 2009, p. 18-19). Segundo Strobel (2009), acreditavam-se que a família que tinha um individuo surdo, estava sendo castigada por um membro do passado ter cometido um pecado grave. Essas famílias trancafiavam o surdo dentro de casa, sem o revelar ou apresentar para alguém por motivo de vergonha. se descobrissem, pintavam a porta da casa da família de vermelho, para sinalizar que ali vive/viveu um pecador. Mas os surdos continuavam usando as línguas de sinais, porém às escondidas, pois a sociedade já tinha imposto o modelo de oralização que ficava sob a responsabilidade da família Na Idade Pós Moderna (1453 - 1789), Charles-Michel De L’epeé fundou o Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris. Em seu instituto o método do oralismo deixou de ser o foco na educação dos surdos. Já no Brasil, o Conde Ernest Huert veio ao continente sul-americano a convite de Dom Pedro II para auxiliar o país na educação dos surdos. E em 1857 na cidade do Rio de Janeiro, inaugura-se o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). Instituto Nacional de Educação de SurdosInstituto Nacional de Educação de Surdos Filósofo Aristóteles E S C O L E G I S C M M 9 No INES os estudantes de várias partes do país ficavam em sistema de internato durante todo o curso, facilitando a propagação da língua emergente, Libras. Em 24 de abril de 2002 a Libras é reconhecida como meio de comunicação legal da comunidade surda e seus pares linguísticos através da Lei 10.436. E é regulamentada pelo Decreto 5.626 de 2005 garantindo a acessibilidade e difusão da comunidade surda e seus pares linguísticos através da Lei 10.436. E é regulamentada pelo Decreto 5.626 de 2005 garantindo a acessibilidade e difusão. Carraro, Eloyse Alves; Del Mouro, Karyanni Aparecida Gerotto. O Processo Histórico da Língua Brasileira de Sinais. Asul.edu.br/Projetos/App/Webroot/Files/ Controle_eventos/Ce_producao/20161023210408_ arquivo.pdf. Acesso:12/12/2021. Moura, Maria Cecília De; Lodi, Ana Claudia Balieiro; Harrison, Kathryn M. R. Hsitória e Educação: O Surdo, A Oralidade e o Uso de Sinais. In: Lopes Filho, O. de C. (Org). Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo:Roca, 1997. Cap. 16. Campelo, Ana Regina; Rezende, Patrícia L. F. em Defesa da Escola Bilíngue para Surdos: A História do Movimento Surdo Brasileiro. Educar em Revista. Curitiba: Editora Ufpr. Educar em Revista. Edição Especial Nº2, P. 71 – 92. 2014. SUGESTÃO DE LEITURAS. L I B R A S B Á S I C O 10 UNIDADE II 2. LÍNGUA X LINGUAGEM: OS MITOS DAS LIBRAS Nesta unidade abordaremos a diferença existente entre língua e linguagem, bem como falaremos sobre os mitos existentes em torno das línguas de sinais. MITO 1: A LIBRAS É UNIVERSAL? E a resposta é... NÃO!!! O site http://www.ethnologue.com/ catalogou cerca de 138 Línguas de Sinais existentes no mundo. E segundo pesquisadores linguístas, está nascendo uma segunda língua de sinais no Brasi, a Língua Ka’apor de Sinais. h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=ltuSbKYQBP4&t=12s A figura abaixo é uma representação da diferença das línguas de sinais no mundo. Língua espanhola de sinais Língua japonesa de sinais Língua australiana de sinais Língua americana de sinais E S C O L E G I S C M M 11 MITO 2: A LIBRAS É MÍMICA? Definitivamente NÃO! Um exemplo claro é a conversação entre os surdos que não é transparente para pessoas que não sabem Libras Assistir o vídeo dos barbixas: https://www.youtube.com/watch?v=KFuEXqf_TLs Gesser, Audrei. Libras? Que Língua É Essa?: Crenças e Preconceitos em Torno da Língua de Sinais e da Realidade Surda. São Paulo, 2009. Quadros R. M. de; Karnopp L. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004 SUGESTÃO DE LEITURAS. L I B R A S B Á S I C O 12 UNIDADE III 3. PARÂMETROS DA LIBRAS Nesta unidade abordaremos sobre a estrutura gramatical da Libras e seus parâmetros: configuração de mão; ponto de articulação; movimento; orientação ou direcionalidade; marcas não manuais. Para Quadros (1999), a ordem do sujeito e objeto está relacionado ao tipo de verbo: verbos direcionais e verbos não direcionais. Exemplo de verbos direcionais: JOÃO AJUDAR MARIA (SVO) JOÃO MARIA AJUDAR (S0V) Verbos não direcionais: JOÃO GOSTAR MARIA (SVO) JOÃO MARIA GOSTAR (SOV) AGRAMATICAL. E S C O L E G I S C M M 13 Configuração de mão é a forma que a mão assumirá na realização do sinal. Alfabeto manual: L I B R A S B Á S I C O 14 E S C O L E G I S C M M 15 Ponto de articulação é o lugar onde o sinal é realizado ou articulado. O Movimento é o deslocamento da mão no espaço, ou sobre o corpo, durante a realização do sinal. A Orientação é o plano em direção ao qual a palma da mão é orientada. Alguns sinais têm a mesma configuração, o mesmo ponto de articulação e o mesmo movimento, e diferem apenas na orientação da mão. É importante perceber como a modificação de um único parâmetro pode alterar completamente o significado do sinal. E por fim as marcas não manuais, incluem o uso de expressões faciais, linguagem corporal, movimentos da cabeça, olhares, etc. Se uma pessoa quer demonstrar que está com raiva de alguém ou de algo, talvez não precise usar nem um sinal. Basta utilizar apenas a expressão facial. Ou, se alguém fizer uma pergunta para responder “sim” ou “não”, basta simplesmente balançar a cabeça de acordo. Estas são simples situações para exemplificar este parâmetro, todavia, durante uma conversa em Libras, é necessário combinar diversos componentes não manuais com sinais específicos para esclarecer a Araújo, Dias Sombranel. As Expressões E As Marcas Não-Manuais Na Língua De Sinais Brasileira. Dissertação de Mestrado, Brasília: Universidade De Brasília, 2013. Capovilla; Raphael; Mauricio. Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Libras). São Paulo: Edusp, 2009. Quadros, R. M. De; Karnopp, L. Língua De Sinais Brasileura: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004 SUGESTÃO DE LEITURAS. mensagem. L I B R A S B Á S I C O 16 UNIDADE IV 4. OS PRONOMES Nesta unidade abordaremos sobre os pronomes na Libras. Estão divididos em, pronomes pessoais, possessivos, interrogativos, pronomes demonstrativos e advérbio de lugar. Dêiticos são apontamentos, geralmente, acompanhados de gestos, recursos extralingüísticos não elocutórios, que indicam o tempo, pessoa e espaço, construídos no ato da enunciação. Pronomes só na primeira pessoa do singular e do plural ou todas as pessoas do discurso são dêixis? Assisitir o vídeo - parábola do filme Tsuru – por Vanessa Vidal. https://www.youtube.com/watch?v=9JsvCFVsXDk E S C O L E G I S C M M 17 Pronomes pessoais: Pronomes possessivos: Pronomes Interrogativos: L I B R A S B Á S I C O 18 Na libras os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar possuem o mesmo sinal quando relacionado a pessoa, sendo diferenciados no contexto: Ex: est@, ess@, aquel@, el@, aqui, alí, lá, etc. Capovilla; Raphael; Mauricio. Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Libras). São Paulo: Edusp, 2009. Quadros R. M. De; Karnopp L. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004 SUGESTÃO DE LEITURAS. E S C O L E G I S C M M 19 Albres, Neiva De Aquino. Tenha “Olho Caro”: A Interpretação de Expressões Idiomáticas da Língua de Sinais Brasileira Campo Grande – Ms: Epilms 17 E 18 de Novembro, 2006. Duarte, Vânia Maria Do Nascimento. “Expressões Idiomáticas”; Brasil Escola. Disponível em: H t t p s : / / B r a s i l e s c o l a . u o l . c o m . b r / P o r t u g u e s / Expressoesidiomaticas.htm. Acesso Em 15 De Dezembro De 2021. Quadros, R. M. De; Karnopp L. Língua de Sinais Brasileura: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004 SUGESTÃO DE LEITURAS. UNIDADE V 5. ADVÉRBIOS Os Advérbios estão organizados em, de lugar, de tempo e de modo. E é o que explicaremos nessa unidade. Não há marcas de tempo nas formas verbais, é como se os verbos sempre ficassem no infinitivo: acontecer, inaugurar, duvidar, etc. O tempo é marcado sintaticamente através dos advérbios de tempo que indicam se a ação está acontecendo no presente: hoje, agora; passado: ontem, anteontem; ou futuro: amanhã. Desta maneira, o advérbio aparece, quase sempre no início da frase. Mas também podem aparecer no final. L I B R A S B Á S I C O 20 UNIDADE VI 6. VERBOS Os verbos direcionais concordam com as pessoas da sentença, mas não incorporam o locativo. A direção do sinal é realizada do sujeito para o objeto da sentença. Com isso a direção do movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das pessoas que estão envolvidas. Quadros (1999) inclui os verbos espaciais neste mesmo grupo de verbos com concordância. Ex: Ir; Chegar. Nesta unidade traremos como discussão os verbos direcionais e não direcionais, tais como seus conceitos, formas de uso e aplicabilidade. E S C O L E G I S C M M 21 Os verbos não direcionais não possuem marca de concordância: são verbos que não se flexionam em pessoa e número, e não incorporam afixos locativos. Em geral são ancorados ou feitos tocando o corpo, e embora possam ter flexão para aspecto verbal, é como se eles ficassem no infinitivo. Esses tipos de verbos, também são chamados de verbos simples. Felipe T. A.; Monteiro, M. S. Libras em Contexto – Curso Básico – Livro do Estudante. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Wallprinter, 2007, V.12 De Abr. De 2017. Quadros R. M. De; Karnopp, L. Língua de Sinais Brasileura: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004 SUGESTÃO DE LEITURAS. L I B R A S B Á S I C O 22 UNIDADE VII 7. NÚMEROS Números Cardinais: O numeral cardinal 1 é diferente da quantidade 1, como o livro 1, que é diferente de PRIMERO-LUGAR, que é diferente do numeral PRIMEIRO, que é diferente de PRIMEIRO-ANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, que é diferentes de MÊS-1 Em LIBRAS para se representar os valores monetários de um Para esta unidade apredenderemos sobre: números cardinais; unidades monetárias, peso, medidas; números ordinais;números quantitativos; expressões idiomáticas que fazem referência aos períodos no ano. FONTE: Capovilla e Raphael (2001) E S C O L E G I S C M M 23 até nove reais, usa-se o sinal do numeral correspondente ao valor, incorporando a este o sinal VIRGULA. Por isso, o numeral para o valor monetário terá pequenos movimentos rotativos. Pode ser usado tambem para estes valores acima os sinais dos numerais correspondentes seguido do sinal “real”. Os números ordinais do PRIMEIRO até o NONO tem a mesma forma dos cardinais, mas aqueles possuem movimentos enquanto estes não possuem. Os ordinais do PRIMEIRO até o QUARTO tem movimentos para cima e para baixo e os ordinais do FATEC – Faculdade de Teologia e Ciências 13 13 Gramática da LIBRAS QUINTO até o NONO tem movimentos para os lados. FONTE: Capovilla e Raphael (2001) FONTE: Capovilla e Raphael (2001) L I B R A S B Á S I C O 24 Na língua de sinais, há dois sinais diferentes para a ideia “dia”: um sinal relacionado a dia do mês, que é o sinal soletrado D-I-A, e o sinal DIA (duração), (que tem a configuração de mão em d com movimento circular em frente ao dorso do emissor). Ex: você vai d-i-a? Eu cansado Ônibus viajar dia 2. CAPOVILLA; RAPHAEL; MAURICIO. Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Libras). São Paulo: EDUSP, 2009 SUGESTÃO DE LEITURAS. E S C O L E G I S C M M 25 UNIDADE VIII 8. CONTEÚDOS PRÁTICOS L I B R A S B Á S I C O 26 E S C O L E G I S C M M 27 L I B R A S B Á S I C O 28 E S C O L E G I S C M M 29 L I B R A S B Á S I C O 30 E S C O L E G I S C M M 31 L I B R A S B Á S I C O 32 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este curso trouxe discussões que permeiam a vida do surdo, muitos preconceitos ainda são compartilhados e continuam latentes em nossa sociedade. As questões trazidas aqui se apresentam recorrentes na discussão sobre a surdez e demandam tempo para serem totalmente diluídas. Ao falar historicamente sobre a construção do sujeito surdo na unidade 1 deste curso, percebemos as crenças universalmente construídas e propagadas ao longo do tempo. Vimos através dos mitos e descobrimos que a Libras não é universal, mímica ou apenas uma reprodução da Língua Portuguesa, exprime ideias abstratas e possuem todas as características linguísticas de uma língua natural. Ela tampouco é um código secreto, apesar de, como discutimos ao longo do curso, a língua de sinais por muito tempo foi usada às escondidas pelos surdos devido a imposição do oralismo. Assim como todas as línguas naturais, a Libras também apresenta variações como os regionalismos e expressões idiomáticas. E mostramos ser possível expressar velhos ditados da língua portuguesa nas línguas de sinais. Ficou evidente nas unidades sobre advérbios, pronomes e verbos durante o curso e quando estudamos a estrutura da Libras e sua organização sintática. E por fim aprendemos na prática os sinais utilizados em diferentes contextos e diálogos. Sinais do ambiente escolar, familiar, alimentos, o calendário e sinais de alguns animais e insetos. Assim o curso possibilitou aos alunos desenvolver competências linguísticas de saber como, quando e porque usar alguns sinais através do conhecimento teórico e prático que lhes foi ensinado durante todo o curso.