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ARTE NAVAL
CAP 1- NOMENCLATURA DO NAVIO
SEÇÃO A - DO NAVIO, EM GERAL
~ Bico de proa: parte externa da proa.
~ Corpo de proa/popa: metade do navio por AA V/ AAR da meia nau.
~ Obras vivas/mortas (OV/OM): parte do casco abaixo/acima do plano de flutuação em plena carga.
~ Carena: é o invólucro do casco nas obras vivas.
~ Costado: invólucro do casco acima da linha d'água. I Durante a construção, é o revestimento do casco acima do bojo.
~ Linha d'água (só nos NGs): faixa pintada de proa a popa cuja aresta inferior é a linha de flutuação leve.
~ Bojo: contorno de transição entre a parte quase horiz (ou fundo) e a parte quase vert da carena.
~ Fundo do navio: parte do casco da quilha ao bojo. I Fundo chato = fundo de prato.
~ Forro exterior: revestimento do casco no costado e na carena.
~ Forro interior do fundo: é o teto do duplo-fundo.
~ Bochechas ou amuras: partes curvas do costado junto à roda de proa. I Amura tb é uma direção qq entre a proa e a popa.
~ Borda: limite superior do costado, que pode terminar no convés ou elevar-se um pouco, constituindo a borda-falsa.
~ Borda-falsa: é de chapa mais leve que o costado. I Serve para proteção. I Possui saídas d'água com portinholas.
~ Amurada: parte interna dos costados, mais comumente usada para a parte interna da borda-falsa.
~ Alhetas: partes curvas do costado junto à popa, de ambos bordos.
~ Painel de popa ou painel: parte do costado na popa, entre as alhetas.
~ Grinalda: parte superior do painel de popa.
~ Almeida: parte curva do costado na popa, logo abaixo do painel.
~ Delgados (1-5): partes da carena mais afiladas de ambos bordos da roda de proa e do cadaste.
~ Cinta, cintura ou cintado: intersecão do convés resistente com o costado. Fica quase sempre na altura do convés principal,
por normalmente ser este o convés resistente. I A fiada de chapas do costado na altura da cinta tb recebe estes 3 nomes. Ela é
contínua de proa a popa, tem a mesma largura em todo o comp do navio, e suas chapas têm maior espessura.
~ Resbordo: 1 • fiada de chapas do forro exterior do fundo , de ambos os lados da quilha.
~ Calcanhar (1-6): parte saliente (no fundo de alguns navios) formada pelo pé de cadaste e a parte extrema posterior da quilha.
É comum nos navios de leme compensado (melhora a estabilidade).
~ Bosso do eixo: saliência na carena em tomo do eixo.
~ Balanço de proa/popa: parte da proa/popa por AA V/AAR da quilha.
~ Superestrutura: construção sobre o convés principal que se estende ou não de um bordo ao outro, cuja cobertura é, em geral,
ainda um convés.
- Castelo de proa e tombadilho: superestruturas nas extremidades A V e AR, acompanhada de elevação da borda.
- Superestrutura central ou spardeck: é a superestrutura a meia-nau.
~ Poço (1-7a): espaço entre a superestrutura central e o castelo ou tombadilho. É limitado lateralmente pelas amuradas.
~ Contrafeito (1-8): parte rebaixada no costado para alojar um canhão ou emb, ou por conveniência da carga ou do serviço.
~ Recesso do túnel (1-11): parte de um túnel de seção ampliada. I Ex: os recessos do túnel do eixo, que geralmente têm maior
altura junto à PM e à bucha do eixo.
~ Talhamar (1-12): aresta externa da proa, ou peça que constitui essa aresta, colocada externamente à roda de proa.
Serve para dar apoio ao gurupés e para dar elegância. I Tb pode ser as peças de madeira que sobressaem na roda de proa
(navios de madeira), ou o prolongamento da roda de proa (navios de aço).
~ Apêndices: partes pequenas do casco que se projetam além do chapeamento da carena. I Exs: lemes, bolinas, hélices, pés-de
galinha, parte dos eixos fora do costado, cadaste exterior, soleira da clara do hélice, e as partes salientes da quilha, da roda ...
SEÇÃO B- PEÇAS PRINCIPAIS DA ESTRUTURA DOS CASCOS METÁLICOS
~ Estrutura do casco: consta da ossada (ou esqueleto) e do forro exterior (chapeamento) . I A ossada é constituída pelas vigas
longitudinais s e transversais, e pelos reforços locais. I A continuidade das peças é muito importante, ppalmente a das vigas long.
a) Vigas e chapas longitudinais: junto com o chapeamento exterior do casco e o chapeamento do convés resistente, contribuem
para a resistência aos esforços longitudinais. I São as seguintes:
~ Quilha: é a peça mais importante, que suporta os maiores esforços.
~ Sobrequilha: peÇa semelhante à quilha, assentada sobre as cavernas.
~ Longarinas ou longitudinais: peças colocadas de proa a popa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre si.
~ Sincordas: peças de proa a popa num convés ou coberta, ligando os vaus entre si.
~ Tricaniz: fiada de chapas mais próximas dos costados, em cada convés, normalmente de maior espessura.
c) Vigas e chapas transversais: junto com as anteparas estruturais, resistem aos esforços transversais. I São as seguintes:
~ Cavernas: peças curvas fixadas na quilha e perpendiculares a esta. I Espaçamento é o intervalo entre duas cavernas
contíguas. I Gigante é uma caverna reforçada. I Caverna mestra é a situada na seção mestra.
~ Balizas: são os braços das cavernas acima do bojo.
~ Cavernas altas: tem hastilhas mais altas que o normal, parecendo anteparas, usadas para reforço da proa e popa.
~ Rastilhas (1-3/13): chapas verticais em cada caverna, que aumenta a altura destas do fundo ao bojo.
~ Vaus: vigas de BB a BE em cada caverna que sustentam os conveses e cobertas e atracam as balizas das cavernas.
~ Cambotas (1-2): são as cavernas que armam a popa, determinando a configuração da Almeida.
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d) Reforços locais:
~ Roda de proa ou roda: peça robusta que é o prolongamento quase vertical da quilha, formando o extremo de vante do navio.
Tem um rebaixo chamado "alefriz", no qual é cravado o topo do chapeamento exterior.
~ Cadaste: peça semelhante à roda de proa que constitui o extremo de ré do navio. I Tb possui alefriz. I Os navios de 1 só
hélice possuem cadaste interior e cadaste exterior.
~ Pés-de-carneiro: coluna que suporta os vaus quando o espaço entre as anteparas é grande, ou para distribuir um esforço local.
~ Vaus intermediários: são de menores dimensões que os vaus, e colocados entre estes para ajudar a suportar o pavimento
onde o espaçamento dos vaus é maior que o usual.
~ Vaus secos: são os vaus do porão, mais espaçados que os outros e que não recebem assoalho.
~ Latas: vaus que não são contínuos de BB a BE. I São colocados na altura de uma enora ou de uma escotilha. I Ligam entre sí
os chaços das escotilhas e as cavernas.
~ Buçardas: peças horizs que contornam por dentro o bico de proa ou a popa.
~ Prumos/travessas: ferros perfilados dispostos vertical/horizontalmente nas anteparas, para reforçá-las.
~ Borboletas ou esquadros (1-15a): pedaços de chapa para ligar e manter constante o ângulo de duas peças quaisquer.
~ Tapa-juntas: pedaço de chapa ou de cantoneira para unir a topo duas chapas ou duas cantoneiras.
~ Chapa de reforço: colocada no contorno de um chapeamento resistente, para compensar a perda de material.
~ Gola: cantoneira, barra, ferro em meia-cana ou peça fundida que contorna uma abertura gualguer, para reforço local.
~ Colar (1-15c): pedaço de cantoneira ou de chapa colocado em tomo de um ferro perfilado, uma cantoneira ou um tubo que
atravessa um chapeamento, para tomar a junta estangue ou para cobrir a abertura.
~ Cantoneira de contorno (1-4): cantoneira em tomo de um tubo, túnel, escotilha, antepara, etc, visando manter a estangueidade.
e) Chapeamento: as chapas dispostas na mesma fileira de chapeamento constituem uma fiada de chapas.
~ Chapeamento exterior do casco: sua função ppal é impermeabilizar, mas tb é parte importante da estrutura para a resistência
aos esforços longitudinais. I As fiadas mais importantes são: a da cinta, a do bojo e a do resbordo.
~ Chapeamento do convés e das cobertas: dividem o espaço interior em pavimentos. I Tb contribuem para a resistência
longitudinal, sendo o pavimento resistente o mais importante.
~ Chapeamento interior do fundo: constitui o teto do duplo-fundo. Tb contribuipara a resistência longitudinal.
~ Anteparas: nomenclatura, acd sua posição:
- antepara de colisão A V IAR: é a 1 a antepara transversal estanque a partir de vante/ré.
- antepara transversal: pode ou não se estender de um bordo ao outro.
- anteparas transversais principais: são estruturais, estanques, contínuas de um bordo ao outro e do fundo do casco ao
convés de compartimentagem. Sua ppal fç é dividir o navio em vários compartimentos estanques.
- antepara frontal: é transversal e limita a parte de ré/vante do castelo/tombadilho, ou a extremidade de uma superestrutura.
-antepara diametral (1-4): situada no plano diametral.
- antepara longitudinal ou lateral: situada num plano longitudinal que não o diametral.
- antepara parcial: se estende apenas em uma parte de um compartimento ou tanque. Serve como reforço da estrutura.
- antepara da bucha: fica AR, onde se situa a bucha interna do eixo do hélice.
SEÇÃO C- CONVÉS, COBERTAS, PLATAFORMAS E ESPAÇOS ENTRE CONVESES
Divisão do casco (1-17a):
~ Convés principal: 1o (de cima para baixo) pavimento contínuo de proa a popa, que é descoberto em todo ou em parte. I Sua
parte da proa é o convés a vante, a meia-nau é o convés a meia-nau, e na popa é a tolda.
~ Convés do castelo/tombadilho/superior: é um convés parcial acima do convés principal, na proa/popa/meia-nau.
~ Convés da superestrutura: é um convés parcial acima do convés do castelo, do tombadilho ou superior.
~ Segundo/terceiro/... conveses ou cobertas: ficam abaixo do convés ppal, que é considerado o 1°.
~ Cobertas (la, za, etc): são os espaços compreendidos entre conveses, abaixo do convés ppal.
~ Convés parcial: que não é contínuo de proa a popa.
~ Convés corrido: é um convés principal sem estruturas que se estendam de um a outro bordo.
~ Porão: espaço entre o fundo ou teto do duplo-fundo e o convés mais baixo. I Nos mercantes, são espaços para carga
numerados de vante para ré, forrados por tábuas no fundo ( cobros) e nos lados ( sarretas).
~ Bailéu: é o 1 o pavimento parcial a partir do duplo-fundo para cima.
~ Convés balístico: é protegido por couraça. I Se houver 2, o de cima é o convés encouraçado, e o debaixo é o protegido.
~ Tijupá: pavimento mais elevado de uma superestrutura onde fica a navega. O pavimento abaixo é o passadiço.
~ Plataforma: é o pavimento mais elevado de qq outra superestrutura; ou qq pavimento parcial elevado e descoberto.
~ Ponte: qq construção acima do convés ppal que serve apenas de passagem entre o convés do castelo ou do tombadilho e uma
superestrutura (ou entre 2 superestruturas). I Quando fica junto à borda, chama-se talabardão.
~ Convés resistente: por ser afastado do eixo neutro do navio, é considerado parte da estrutura longitudinal do casco. I Suas
peças são mais robustas. I Normalmente é o convés ppal.
~ Convés da borda-livre: é o convés cujas aberturas possuem dispositivos de fechamento permanente estanque, e a partir do
qual se mede a B-L. I Pode ser o convés ppal ou o 2° convés.
~ Convés de compartimentagem: é o convés mais alto e contínuo até onde vão as anteparas estruturais. I Geralmente é
denominado como convés principal.
~ Convés estanque: é estanque à água de cima para baixo e de baixo para cima. I Possui escotilhas de fechamento estanque.
~ Convés estanque ao tempo: é estangue à água apenas de cima para baixo. I O convés ppal de um NM que possui ventiladores
abertos e tem as escotilhas de carga fechadas por tábuas e lona é um convés estanque ao tempo somente.
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SEÇÃO D- SUBDIVISÃO DO CASCO
~ Estanque: sem outra referência, quer dizer estanque à água.
~ Duplo-fundo (DF): constituído do forro exterior e do forro interior do fundo. I É dividido em compartimentos estanques que
podem ser usados como tanques. I DF parcial: é o que não ocupa todo o compartimento do fundo da carena.
~ Tanque: pode ser uma subdivisão da estrutura do casco, ou ser independente da estrutura (em suportes especiais).
~ Túnel de expansão (1-18): é a parte superior dos tanques ppais de um navio tanque que não se estende de um bordo ao outro.
Serve para permitir a expansão do líquido com o aumento de temp, evitando-se o mov de grande superficie livre.
~ Tanques de óleo: possuem suspiros no teto, para escape/entrada de gases/ar ao encher/esvaziar. Há os seguintes tipos:
- Tanques de combustível ou tanques permanentes: só para combu de uso próprio. I São excluídos da capacidade cúbica e
incluídos no expoente de carga (total deadweight).
- Tanques de reserva: podem ser usados para transportar combu ou carga líquida. São incluídos na capacidade cúbica, e o
peso que o espaço pode acomodar faz parte do expoente de carga.
-Tanques de verão (1-4): podem transportar: 1) diesel para o próprio navio; ou 2) óleo adicional nas zonas tropicais (onde
os regulamentos de 8-L permitem maior calado), ou quando a carga for um óleo leve. I São tanques laterais, ficando de
ambos os lados do túnel de expansão e acima dos tanques ppais.
~ Tanques fundos: vão do fundo ou teto do duplo-fundo até o convés mais baixo (ou um pouco acima), estendem-se de um
bordo a outro, e ficam A V e/ou AR do compartimento de máquinas. I Servem para permitir um lastro líquido adicional sem
baixar muito o CG do navio, nos navios em que o duplo-fundo não permite acondicionar lastro suficiente. I Têm uma
escotilha especial no teto para eventualmente receber carga seca.
~ Cóferdã, espaço de segurança, espaço vazio ou espaço de ar (1-17c/19): espaço entre 2 anteparas transversais próximas
que serve como isolante entre um tanque de óleo e um tanque de água ou compartimento de máquinas, etc.
- É tb o espaço lateral junto ao costado dos encouraçados para limitar o alagamento. Nesse caso, pode ser cheio de substâncias
leves e encharcáveis, quando então é chamado de contramina.
~ Compartimentos ou tanques de colisão: compartimentos externos limitados pelas anteparas de colisão AV/AR. São estanques
e devem ficar vazios. I Nos mercantes, são chamados de pique-tanque de vante/ré.
~ Túnel do eixo: alojam o eixo desde a PM até a bucha do eixo. I É estanque e cabe um homem dentro.
~ Túnel de escotilha ou túnel vertical: espaço vertical que comunica escotilhas que se superpõem. I É tb o espaço vertical
limitado pelas anteparas que comunicam as escotilhas de 2 conveses não adjacentes (ex: espaço entre a PM e o convés ppal).
~ Paiol da amarra: fica AR da antepara de colisão AV. Pode ser dividido em paiol de BE e de BB.
~ Paiol do Mestre: onde são guardados o poleame e o massame do navio.
~ Camarotes: alojam de 1 a 4 pessoas. I Alojamentos: alojam mais de 4 pessoas. I Câmara: aloja o Comte.
~ Camarim: compartimento onde trabalha o pessoal de um departamento. Ex: camarim de navega, do leme, de rádio, de máqs.
~ Trincheira: qualquer local onde sejam guardadas as macas da guarnição. As trincheiras do convés possuem capas de lona.
SEÇÃO E- ABERTURAS NO CASCO
~ Bueiros: orificios nas hastilhas (de ambos os lados da sobrequilha) ou longarinas, para escoar água para a rede de esgoto.
~ Clara do hélice: onde trabalha o hélice nos navios de um só. I Limitado pelos cadastes interior e exterior, abóboda e soleira.
~ Escotilhas: aberturas no convés e cobertas. I Agulheiro: peg escotilha, circular ou elíptica, para o svç de um paiol/PM ...
~ Escotilhão: abertura num convés menor que uma escotilha. I Nos NM, são as escotilhas para passagem de pessoal.
~ Vigias: abertura na antepara de uma superestrutura ou no costado, para luz e ventilação. I Possuem gola para fixar a tampa.
~ Olho-de-boi: abertura no convés ou numa antepara, fechada com vidro grosso, para passar claridade apenas.
~ Enoras: aberturas nos pavimentos por onde enfurnam os mastros.
~ Gateiras: aberturas no convés por onde as amarras passam para o paiol.
~ Escovém: tubos ou mangas de ferro por onde gumem as amarras, do convés para o costado.
~ Embornal: abertura para escoamento das águas da chuva ou de baldeação. I Geralmente feita no trincaniz de um convés.
Comunica-se com umadala, para não sujar o costado. I Às vezes, os embornais do convés são feitos na borda, junto ao tricaniz.
~ Saídas d'água: aberturas na borda com grade fixa ou portinhola que escoam grandes massas. I Não confundir com embornal.
~ Portaló: abertura na borda ou costado, ou passagem nas balaustradas, por onde embarca pessoal e carga leve (BE é de honra).
~ Portinholas: aberturas retangulares na borda ou no costado para permitir o tiro de torpedos e canhões pequenos, ou para
passar cargas pequenas. I As abas que fecham essas aberturas ou os portalós tb são chamadas portinholas.
~ Seteiras: aberturas estreitas nas torres ou no passadiço para permitir a observação exterior. (asa?)
~ Aspirações: aberturas na carena para admissão de água nas válvulas de tomada de mar (Kingstons).
~ Descargas: aberturas no costado para a descarga de águas diversas.
SEÇÃO F- ACESSÓRIOS DO CASCO, NA CARENA
~ Pés-de-galinha do eixo: braços que suportam a seção do eixo fora da carena, nos navios de mais de 1 hélice.
~ Tubo telescópico do eixo: por onde o eixo atravessa o casco. I Nele são colocados o engaxetamento e a bucha do eixo.
~ Tubulão do leme: por onde a madre do leme atravessa o casco. I Tb recebe bucha e gaxeta.
~ Suplemento de uma válvula: seção tubular troncônica que liga o orificio feito na carena a uma vv Kingston de aspiração.
~ Quilhas de docagem: peças colocadas lateralmente no fundo que, junto com a quilha, suportam o navio nas docagens.
~ Bolinas ou quilhas de balanço: chapas ou estruturas externas perpendiculares ao forro, na altura do bojo, que servem para
amortecer a amplitude dos balanços. I Veleiros: reduzem a inclinação e o abatimento.
~ Zinco protetor: chapa presa na carena ou no interior de um tanque, nas proximidades de pecas de bronze, para proteger as
peças de ferro da ação galvânica. I Devem ser laminados, nunca fundidos . I Inapropriadamente chamados isoladores de zinco.
~ Buchas: peças de metal, borracha ou pau de peso que se introduzem nos orificios que recebem eixos, servindo de mancai.
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SEÇÃO G- ACESSÓRIOS DO CASCO, NO COSTADO
~ Guarda do hélice: armação colocada no costado AR (algumas vezes na carena) para proteger hélices disparados.
~ Verdugo: peça reforçada na cinta de alguns navios pequenos e rebocadores, para proteger o costado na atracação.
~ Pau de surriola (vide nomes da 1-33): verga colocada horiz AV, que pode ser disparada para amarrar embs miúdas.
~ Verga de sécia: colocada horiz na popa, podendo ser disparada para indicar a pos do hélice nos navios cujos hélices são
disparados e não possuem guarda.
~ Dala: conduto que, partindo de um embornal, atravessa o costado na altura do convés, ou desce pelo interior do navio até
próximo da linha d'água. I Serve para escoar as águas do embornal sem sujar o costado.
~ Dala das cinzas e da cozinha: tubulão móvel que se adapta a uma saída da borda, para despejar cinzas/lixo.
~ Escada do portaló: seus degraus são perpendiculares ao costado. I As 2 plataformas nos extremos são os patins.
~ Escada vertical: é fixa, seus degraus são vergalhões de ferro, e ficam numa antepara, num mastro, etc.
~ Patim: pequena plataforma (geralmente móvel) disparada para fora do costado ou de uma superestrutura.
~ Raposas (1-12): recessos no costado, junto ao escovém, para alojar a cruz e os braços das âncoras tipo patente. I Nos navios
com âncoras Danforth ou Almirantado, as raposas são salientes no costado.
~ Figura de proa: emblema ou busto no extremo superior da roda de proa.
~ Castanha: peça de metal onde se enfia um ferro, pau de toldo, cabo, etc. I Serve para prender a extremidade de peças
removíveis (escadas, turcos, etc). I No caso dos turcos, a castanha superior é chamada palmatória, e a inferior é o cachimbo.
SEÇÃO H -ACESSÓRIOS DO CASCO, NA BORDA
~ Balaústre: colunas que sustentam o corrimão da borda, os cabos de aço ou corretes que guarnecem a borda, as braçolas das
escotilhas, escadas, plataformas, etc. I O conjunto de balaustres, correntes, vergalhões e etc é a balaustrada.
~ Buzina: peça elíptica fixada na borda para guiar os cabos de amarração. I As do bico de proa e do painel são chamadas de
buzina da roda e buzina do painel.
~ Buzina da amarra: conduto do paiol da amarra ao convés (gateira é a abertura do convés).
~ Tamanca: peça metálica, com gorne e roldana, fixada no convés ou na borda, para passagem dos cabos de amarração.
SEÇÃO I -ACESSÓRIOS DO CASCO, NOS COMPARTIMENTOS
~ Carlinga: gola metálica no convés ou coberta onde apóia o pé de um mastro.
~ Corrente dos bueiros: pode alar para vante ou para ré, para mantê-los desentupidos.
~ Jazentes: chapas fortes, cantoneiras ou fundição onde assenta qq máquina ou peça.
~ Quartel: seção desmontável de um assoalho, estrado ou cobertura qualquer.
~ Xadrex: tabuado que se coloca no patins, porta ou posto de manobra, servindo como piso.
~ Estrado: assoalho do porão da PM ou de uma plataforma de máquina. Pode ser liso, vazado, fixo ou desmontável (quartéis).
~ Painéis: partes do forro interno de um compartimento, no teto ou na antepara. São de chapa fina, folha de Al, madeira, etc.
~ Tubos acústicos: transmitem voz de um posto de manobra a outro.
~ Telégrafo de máqs, do leme, das manobras A V e AR: são transmissores de ordens para o pessoal que manobra nesses locais.
~ Portas: aberturas que dão passagem a um homem de um compartimento a outro do mesmo pavimento. I Tb podem ser abas
que giram sobre gonzos ou se movem entre corrediças, fechando essas aberturas .
~ Portas de visita: fecham as aberturas circulares ou elípticas do teto do duplo-fundo ou de qq tanque.
~ Serviços gerais: são as máqs/bombas/vvs/canalizações dos svçs de esgoto, ventilação, aquecimento, ar comp, sanitários, etc.
SEÇÃO J- ACESSÓRIOS DO CASCO, NO CONVÉS
~ Cabeços: colunas de ferro de pequena altura, normalmente montadas aos pares, para dar volta às espias e towlines.
~ Cunho: metal em forma de bigorna que se fixa nas amuradas, em turcos, etc, para dar volta aos cabos de laborar.
~ Escoteira: metal em forma de cruz, fixado ao convés, para dar volta aos cabos.
~ Reclamos: metal de forma curva e aberto encima (para um cabo gurnir pelo seio), fixados nos mastros ou partes altas.
~ Malagueta: pino que se prende verticalmente a um mastro, antepara ou turco, para dar volta aos cabos.
~ Retorno: qq peça para mudar a direção de um cabo sem que haja muito atrito.
~ Arganéu: é um olhal (= anel de metal) com uma argola móvel.
~ Picadeiro: suporte onde assenta uma emb miúda.
~ Berço: suporte para apoiar uma peca volante.
~ Pedestal: bases onde assentam pecas móveis em torno do seu eixo vertical (cabrestantes, turcos, canhões).
~ Cabide: armação para pendurar qq coisa, normalmente colocada nas anteparas.
~ Gaiúta ou alboio: armação de metal com abas envidraçadas que cobre escotilhas destinadas à entrada de ar e luz.
~ Bucha do escovém, da gateira, etc: peça com entalhe que evita que a água de alto-mar penetre nessas aberturas.
~ Quebra-mar: chapa vertical ou um pouco inclinada para vante, no convés da proa, para dirigir o escoamento aos embornais.
~ Aparelho de fundear e suspender: compreende a máq de suspender ( cabrestante ou molinete) e os acessórios que aguentam
a amarra, tais como:
-Mordente (1-25): peça fixa no convés para aguentar a amarra, mordendo-a num dos elos. I Boça da amarra: pedaço de
cabo ou corrente com que se aboça a amarra. I Abita (1-25): cabeço com nervuras salientes (tetas), entre o cabrestante
molinete e o escovém, para a amarra dar uma volta redonda (em desuso).
~ Aparelho de governo: compreende as rodas do leme, os gualdropes, a máq do leme e os acessórios pelos quais se
movimenta o leme.
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~ Aparelho do navio: compreende os mastros, mastaréus, vergas, paus de carga, moitões e cabos necessários às manobras.
Aparelho fixo é o conjunto dos cabos fixos, e Aparelho de laborar é o conjunto dos cabos de laborar, do aparelho do navio.
~ Mastro: fica no plano diametral, na vertical ou um pouco inclinado pararé.
NM: o de ré é o ppal, e no de vante são fixadas as luzes de navegação/sinalização e as adriças para bandeiras.
NG: o de ré é o de honra, onde se içam a bandeira nacional (na carangueja) e a flâmula de comando.
~ Lança ou pau-de-carga: verga que tem uma extremidade presa a um mastro ou a uma mesa junto a este.
- A outra extremidade se liga ao topo do mastro por um amante (quando não há mastro, o amante se fixa ao toco ou pescador).
- Normalmente fica junto a uma escotilha, para içar carga do porão (os guindastes substituem os paus de carga).
~ Pau da bandeira: peq mastro no painel de popa onde os NMs içam a Bandeira Nacional (os NG só a içam no pau da
bandeira quando fundeados ou atracados).
~ Pau da bandeira de cruzeiro ou do jeque: peq mastro no bico de proa onde os NGs içam a bandeira de cruzeiro.
~ Faxinaria: caixa ou armário para guardar material de limpeza e tratamento do navio.
~ Toldo (1-8): normalmente é dividido em seções (numeradas de vante para ré), ou tomam o nome do lugar onde estão.
- Espinhaço: cabo de aço ou viga de madeira no plano diametral que suporta o toldo a meio.
- Vergueiro: cabo de aço nos ferros de toldo da borda, ou vergalhão fixado a uma antepara, para amarrar os fiéis do toldo.
- Sanefas: cortinas de lona ou brim que se amarram ao longo do vergueiro para proteger o convés com navio no porto.
- Ferros do toldo: colunas desmontáveis que sustentam o espinhaço e os vergueiros. Seus pés enfiam em castanhas no convés.
- Paus do toldo: vigas de madeira que formam uma armação para apoiar um toldo. A viga central (que substitui o espinhaço)
é a cumeeira, e as transversais são fasquias .
~ Meia-laranja: armação que sustenta uma cobertura de lona ou metal leve (a capuchana) num escotilhão.
~ Cabo de vaivém: passa no convés ou encima de uma verga, para o pessoal segurar.
~ Corrimão da antepara: vergalhão fixo na antepara que serve de corrimão.
~ Sarrilho: tambor horizontal manobrado a mão para colher espias.
~ Selha: vaso de madeira em forma de tina ou cilindro, com aberturas para ventilação, fixado no convés para acondicionar cabos.
~ Estai da borda, do balaústre, de um ferro: coluna de ferro inclinada que apóia a borda, balaústre ou um ferro de toldo.
~ Turco: coluna de ferro com a parte superior recurvada (para receber um aparelho de içar embs ou outros pesos).
~ Visor: chapa externa encima das janelas ou seteiras do passadiço, para proteger do sol ou da chuva.
~ Ninho de pega (NG) ou cesto de gávea ou gávea (NM): armação fixa por AA V do mastro, onde fica o vigia.
~ Ventiladores: arranjos para introduzir ar puro e extrair ar viciado. I São tubos de grande seção que terminam no convés de
várias formas: pescoço de cisne, cogumelo, cachimbos (podem ter 2 furos para maior tiragem; os móveis permitem orientar-se
para o vento), cabeços (são usados para amarração, e têm uma tampa com rosca), etc. I A ventilação pode ser natural ou
artificial. Se artificial, os tubos terminam no convés com bocas de diversas formas, chamadas ventiladores ou extratores.
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CAP7-CABOS
SEÇÃO A- CABOS DE FIBRAS NATURAIS
1) TIPOS DE FIBRAS: as mais usadas são a manilha e o sisai.
a) Manilha:
);> Fibra lisa e sedosa, que não sofre muito a ação da água salgada (devido aos óleos que possui).
);> Quando molhada, não perde resistência, mas deve ser enxugada após o uso.
>- Comparação com o linho cânhamo branco: é 10% menos resistente, 22% mais leve, menos sensível à umidade, e ainda tem
alguma flutuabilidade.
);> Comparação com o linho alcatroado: é mais forte e mais flexível, entretanto deteriora mais rápido.
);> Vem sendo substituída pelo sisai.
b) Sisai:
>- Comparação com a manilha: é mais barato e aceita melhor o alcatrão. Entretanto, sofre mais a ação do tempo, enfraquece com
a umidade, sua resistência à tração é 20% menor, e sua fibra não é tão lisa e macia (o cabo é áspero).
c) Linho cânhamo:
);> Compõem os "cabos de linho", esbranquiçados como algodão e de grande resistência e flexibilidade quando molhados.
);> Cabo de linho branco (não-alcatroado): é o mais forte dos cabos de fibra, mas absorve muito a umidade e se deteriora. I Só
é usado nos aparelhos de laborar de grandes pesos.
);> É para preservar da umidade que se tratam as fibras com alcatrão (o que tb diminui a sua flexibilidade e resistência).
);> O cânhamo tem grande aplicação nos cabos finos, fios e linhas. I Sempre que usado em cabos de grande bitola, ele é alcatroado .
d) Linho cultivado: comparado com o cânhamo, é 30% menos resistente e 40% mais leve. I Usado nas adriças de bandeiras.
e) Coco: não apodrece com a água, mas é pouco resistente. É usado para defensas, coxins, redes, etc (onde fica muito tempo na
água e não precisa ser muito forte) .
f) Juta: não é usada a bordo, pois as fibras se separam em contato com a água. Muito usada para fazer sacos (na indústria).
g) Algodão: pouco resistente, e por isso é usado para adornos, cabos finos, linhas de barca, prumos, fios de cozer, etc.
h) Linho da Nova Zelândia: pouco resistente e, portanto pouco usado para fazer cabos.
i) Pita: 10% mais fraca que o linho branco, não recebe alcatrão e apodrece com facilidade.
j) Piaçava: flutua e não apodrece na água, mas não é muito usada porque as fibras são muito rígidas .
2) CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE FIBRA NATURAL:
a) Manufatura:
>- Antes da fiação, as fibras sofrem: 1) curtimento (tira a substância gomosa); 2) trituração (fragmenta as partes lenhosas ou
talos); e 3) tasquinha (separa os talos, deixando livre a parte têxtil).
>- Depois elas são enxugadas e vão para a cardação, que isola as fibras, as toma paralelas e com as extremidades distribuídas
ao longo do comprimento, separa os filamentos mais longos e descarta os muito curtos (para estopa).
>- Durante a cardação, as fibras passam por um banho de alcatrão (para os cabos alcatroados) ou de óleos lubrificantes (para
os cabos brancos). I Esse óleo de lubrificação facilita o trabalho nas cardas e aumenta a resistência à umidade.
>- Depois elas são separadas por qualidade e são postas em fardos para irem à fiação.
b) Detalhes de construção:
>- Fios primários formam fios de carreta, que formam os cordões (ou pernas). I Três ou quatro pernas formam um cabo.
);> Esse cabo de 3 ou 4 pernas chama-se cabo de massa. I Os cabos mais usados são os de 3 pernas.
);> Um cabo feito com 3 cabos de massa é chamado cabo calabroteado.
);> A cocha(= torção) é sempre no sentido contrário ao anterior, para não descochar.
);> Cochas tb são: 1) os intervalos entre as pernas; 2) o âng que as pernas fazem em rei ao eixo do cabo; e 3) o comp dos
trançados individuais dos cabos trançados de 8 pernas, tb chamado de comp da costura.
);> Os cabos de maior bitola podem ter 4 pernas, sempre cochadas em torno da madre. I Madre é um cabo mais fino que dá
mais flexibilidade, mas sem aumentar a resist. (pois sendo de menor bitola que as pernas, não tem a mesma elasticidade destas).
>- A construção dos cabos se baseia na oposição das cochas. I Os fios de carreta tendem a descochar, mas quando são cochados
para o outro lado para compor uma perna, as duas tendências se neutralizam (daí as pernas são neutras). I Já os cabos tem
tendência a descochar, e por isso sofrem uma torção extra na máquina (apenas suficiente para neutralizar essa tendência).
);> Os cabos são normalmente cochados para a direita.
);> Em alguns cabos (especialmente os finos), as pernas são trançadas. Isso faz desaparecer a tendência a formar cocas, mas
diminui a elasticidade. I Num cabo trançado de 8 pernas, dispostas 2 a 2, usam-se 4 pernas cochadas para adir e 4 para a esq.
3) EFEITOS MECÂNICOS DA TORÇÃO:
);> A torção visa impedir que as fibras escorreguem umas sobre as outras quando sob tração (pelo atrito mútuo que elas adquirem).
);> Vantagens: -aumenta o atrito.
- une as fibras, tomando o cabo menos apto a receber umidade.
-dá uma ligeira elasticidade (efeito mola).
> Desvantagens: -perde de 30-60% da resistência (fibraslls são mais resistentes).
- aumenta a tendência a formar cocas.
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4) ELASTICIDADE DOS CABOS:
~ As fibras naturais não possuem um limite de elasticidade permanente, dentro do qual podem trabalhar indefinidamente sem
deformação. I Logo, esses cabos têm apenas a elasticidade gue lhes dá a espiral da cocha.
~ Quando se estica um cabo novo, parte do alongamento se toma definitivo, pois os fios de carreta tomam nova pos de equilíbrio.
A esta pos de equilíbrio estável corresponde um limite de elasticidade permanente. I Quando esse limite é atingido por um
esforço grande, as fibras escorregam mais um pouco, o que diminui a resistência do cabo.
- Por isso, esse tipo de cabo nunca deve ser submetido a esforços próximos de sua carga nominal; e dá-se um fator de segurança
de ao menos 511 entre as cargas de trabalho e de ruptura.
~ O alongamento máx dos cabos brancos é 7-8%, e dos alcatroados é 4%. Se forem alongados mais que isso, os fios de carreta
começam a se romper (a ruptura pode começar na superficie das pernas ou nos fios internos).
5) EFEITOS DA UMIDADE:
~ Aumenta a resistência ( +- 10% num cabo novo), mas toma o cabo pesado, diminui a flexibilidade, aumenta a tendência a
tomar cocas e apodrece as fibras.
~ A umidade tb altera a elasticidade (contrai os cabos). Por isso, em tempo úmido, os cabos bem tesados e as voltas apertadas
devem ser afrouxados.
~ A manilha é a que menos sofre com a umidade (devido a certos óleos), e mesmo assim o cabo recebe um óleo lubrificante na
fabricação (o que diminui o atrito interior, facilita manobrar com o cabo e aumenta a vida útil).
~ O cânhamo e o sizal absorvem muito e incham; e por isso suas fibras recebem um banho de alcatrão vegetal antes da
manufatura do cabo (o que, contudo, o enfraquece bastante).
~ Cabos não-alcatroados não devem ser percintados ou forrados, pois a cobertura retém a umidade lá dentro.
6) CABOS DE 4 PERNAS (x cabos de 3 pernas):
~ Desvantagens:
- São 20% menos resistentes à tração, pois a torção é maior (as fibras sofrem um maior esforço para a mesma carga) e
possuem uma madre (que desequilibra o atrito mútuo dos filamentos, o que contribui para partir as fibras interiores).
- Pesam 5% mais, pois têm mais fibras por metro de comprimento.
-A madre tende a partir primeiro, pois ela não tem a mesma elasticidade que as pernas.
~ Vantagens:
- Mais flexíveis, por causa da madre.
- Maior superfície de apoio.
~ Por causa das vantagens, os cabos de 4 pernas são indicados especialmente para os aparelhos de laborar.
7) CABOS CALABROTEADOS (x cabos de massa):
~ Vantagens: - mais elásticos.
- maior uniformidade de resistência, pois como as pernas são mais finas, a diferença de tensão entre
os fios centrais e os da periferia é menor.
- duram mais, pois a água penetra com mais dificuldade.
- mais leves (6%).
~ Desvantagens: - 40% menos resistentes e menos flexíveis, pois a torção das fibras é maior.
~ São usados onde devem suportar choques e lupadas (>elasticidade; ex: cabos de reboque e espias), não sendo indicados para
aparelhos de laborar (peq flexibilidade) nem para aparelhos fixos (grande elasticidade).
S)MEDIDA:
~ Pode-se medir pelo diâmetro nominal ou pela circunferência. I O mais normal é medir a circunferência em polegadas.
9) CABOS FINOS:
~ São os de circunferência::; 1Yz". I A maioria é de linho cânhamo branco ou alcatroado.
~ São designados pelo número de fios de carreta que contém (máx 21), e são vendidos pela aducha (medida em peso).
~ Os tipos de cabos finos são:
- Linha alcatroada: para trabalhos do marinheiro onde se faz necessário um material mais forte.
- Sondareza: é uma linha calabroteada cujas pernas são formadas pela linha alcatroada.
- Mialhar: de qualidade inferior e pior acabamento.
- Merlim: usado nos trabalhos do marinheiro onde se deseja melhor acabamento.
- Fios de vela: é o barbante naval, fino mas muito forte, usado para costuras e para falcaçar cabos finos.
- Fio de palomba: é o fio de vela mais grosso, usado para palombar (=coser as tralhas nas velas e toldos).
- Filaça: pedaços de fios de carreta torcidos à mão.
- Arrebém: nome dado ao cabo de Yz" de circunferência.
- Linha de algodão, Fio de algodão, Fio de linho cru.
10) COMO DESFAZER UMA ADUCHA DE CABOS NOVOS:
~ As aduchas de cabos novos são enroladas sempre no sentido contrário ao da cocha do cabo.
~ Desfaça a aducha no sentido contrário ao que o cabo foi enrolado, colocando a frente da aducha (face em que se vê o chicote
interno) para baixo, e puxando o chicote interno por dentro da aducha (de qq outra forma, as torções se somam e gera cocas).
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11) COMO DESBOLINAR UM CABO:
~ Desbolinar é desfazer a tendência a tomar cocas.
~ O efeito das cocas é maior nos cabos de maior bitola, pois uma vez formadas, não é possível restabelecer as pernas retorcidas.
~ Desboline sempre que cortar um cabo novo da peça ou quando for colher um cabo que já está em serviço.
~ Cabo novo: 1) se for um pedaço, basta tesá-lo um pouco por algum tempo; e 2) para um cabo inteiro, colha-o em pandeiro
no sentido contrário à cocha. Puxe o chicote de baixo, para cima e por dentro da aducha, e faça nova aducha, agora no mesmo
sentido da cocha. Isso faz desaparecer qq coca ou torcida excessiva. Se o cabo estiver muito torcido, a 1 a aducha deve ser peq.
~ Cabo em serviço: 1) cabo curto: gire o cabo pelo seio no sentido contrário ao da cocha, terminando o mov no chicote do cabo;
e 2) cabo comprido: faça uma aducha em pandeiro no sentido contrário à cocha, começando pelo seio que está com volta dada.
Meta o chicote por dentro, vire o pandeiro e faça nova aducha a ficar, colhendo no sentido da cocha, a começar pelo chicote.
12) FORMAS DE COLHER UM CABO:
~ Colher à manobra (7-11): faça voltas circulares no mesmo sentido da cocha, a partir do seio, formando um pandeiro. Depois
o pandeiro é sobrado para que o seio fique por cima. I Os tiradores das talhas são colhidos assim. I Pode-se pendurar o pandeiro
no turco, depois de ter enfiado por dentro dele o seio do cabo, que fica encapelado na parte superior do cunho ou malagueta.
~ Colher à inglesa (7-12): faça voltas concêntricas no mesmo sentido da cocha, a partir do seio. Depois gire o conjunto para
diminuir o tamanho da aducha. I Tb é usada para colher o tirador de uma talha e, quando não houver necessidade de uso
imediato, para fazer enfeites (trabalhos marinheiros chamados piegas).
~ Colher em cobros (7-13): comece pelo seio ou chicote (o que estiver livre), dando-se dobras sucessivas paralelas. Deixe para
cima o chicote ou o seio (o de uso imediato mais provável). I As correntes, amarras e espias de grande bitola são colhidas assim.
13) USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS:
~ Nunca tente um esforço máximo num cabo que já tenha sofrido uma única vez uma tensão próxima da carga de ruptura, nem
num cabo que tenha sido continuamente usado sob esforços moderados (pois devido ao limite de elasticidade, as fibras
escorregam um pouco, apesar da cocha).
~ Cabos novos com as cochas bem apertadas e cabos úmidos têm maior tendência a tomar cocas. Se o cabo tem cocas, não o tese.
~ Cabos que laboram em guinchos e roldanas sempre no mesmo sentido tb tendem a tomar cocas. Inverta o sentido depois de
certo tempo, fazendo ele gurnir pelo outro chicote. I Mas não faça isso com os aparelhos de laborar (troque o cabo instead).
~ Para as espias, troque a posição dos chicotes após cada viagem.
~ Quando chover, colha as espias sobre um xadrez de madeira elevado, e pendure os tiradores das talhas nos cunhos/balaustrada.
~ Deixe as espias secando no convés, aduchadas em pandeiro sobre um xadrez. Só as recolha ao paiol depois de bem secas. I Se
estiverem com água salgada, deixe-as na chuva ou dê-lhes com mangueira. I Tire as cocas de um cabo molhado antes dele secar.
~ Como o paiol do Mestre não é ventilado e seco, os cabos aí guardados devem ser rotineiramente levados para banho de sol.
~ Os cabos que forem tesados secos (ppalmenteos do aparelho de laborar) devem ser imediatamente solecados quando chover.
~ Ácidos atacam os cabos. I Cabos úmidos absorvem facilmente os gases ácidos.
~ Para emendar cabos de forma permanente, a costura é a emenda preferível quando não houver urgência (por ser mais forte).
14) CARGA DE RUPTURA:
~ A carga de ruptura dos cabos de fibra é variável, pois depende de fatores incertos (colheita da fibra, manufatura, graus de torção).
~ É dada por tabelas do fabricante ou por fórmulas empíricas (R (kg) = K.c2). ("c" é a circunferência em cm; e dificil é saber o K)
~ Fórmula geral para cartear bem: R (kg) = 60.c2 ou R (ton) = (c14)2
~ Comparação entre cabos diferentes apenas na bitola: RIR' = (c/c')2
15) CARGA DE TRABALHO:
~ Resistência dos cabos: diminui rapidamente com o uso e varia muito com a veloc de movimento.
~ Margem de segurança: serve para que não seja ultrapassado o limite de elasticidade permanente.
-Melhores condições (cabo novo): 1 x 4.
- Condições normais: 1 x 5.
- Condições desfavoráveis (betas de talhas de embs e aparelhos de laborar em geral, depois de 6 meses de uso contínuo): 1 x 8.
-Condições mais desfavoráveis (grande veloc de movimento): 1 x 10.
- Sujeito a lupadas: 1 x 12.
16) PESO DOS CABOS:
~ É fornecido por tabelas dos fabricantes ou por fórmulas empíricas. I Peso de 100m (kg) = k.c2 ("c" é a circunferência em cm)
~ Para cartear bem: P de 100m (kg)= 0,8.c2 (cânhamo branco),= 0,7.c2 (manilha),= 0,9.c2 (cânhamo alcatroado).
17) RIGIDEZ DOS CABOS:
~ A rigidez do cabo é o inverso da flexibilidade. I Quanto mais novo o cabo, maior é a rigidez.
~ Há uma fórmula para se determinar a força "f' necessária para vencer a resistência produzida pela rigidez ("f' é fç do diâmetro
do cabo, do diâmetro da roldana e do peso a alar). I Ao valor de "f' encontrado deve-se somar o peso da carga a alar.
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18) CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES:
~ Peso: tolerância de +- 5% nas bobinas individuais, e de +- 3,5% entre as bobinas de um mesmo lote.
~ Bitola: não deve ser inferior à especificada pelo fabricante, nem deve exceder aos valores de uma tabela.
~ Acabamento: deve ser natural, sem nenhuma substância para colorir. Para não desenrolar, as extremidades devem ser cosidas
ou amarradas com merlim ou falcaça.
~ Embalagem: são bobinas de 220 m, com o cabo dobado e amarrado em ao menos 4 locais eqüidistantes (para evitar
deslocamento das camadas). As bobinas devem ser enfardadas com materiais resistentes.
~ Marcações: são feitas nas bobinas por etiqueta ou pintura (qualidade e tipo do cabo, circunferência (pol) ou núm de bitola,
comprimento, pesos liq e bruto, fabricante, data e S/N). I Cabos de sisai são identificados por uma fita ou fios vermelhos.
~ Extremidades: podem ser com luvas de PVC (mãos protegidas) ou com sapatilhos.
~ Tratamento e preservação: um agente antideterioração pode ser usado em lugar de ou junto com o lubrificante normal.
~ Descrição: ex: cabo torcido, de 3 pernas, sisai, DN 12mm (circunf= 38mm), extremidades com luvas de PVC, cnfnorma xxx.
~ Na aquisição: exija o Certificado de Testes de Carga de Ruptura e o Certificado de Qualidade, para cada bobina.
SEÇÃO B - CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS
1) NYLON (by Dupont):
~ Vantagens: 1) é a melhor e mais forte fibra sintética; 2) não absorve umidade; 3) recebe bem nós e costuras; 4) melhor
aparência que qq outro cabo; 5) ao cortar com faca quente, as pontas colam e ele não descocha; 6) alta capacidade de absorver
energia (elasticidade), com excelente resistência a sucessivos carregamentos; e 7) excelente resistência à abrasão e fricção.
~ Comparado a um cabo de fibra natural: é 2-3 x mais resistente, é mais elástico, tem maior resistência ao desgaste, é muito
mais durável, e mais resistente a ácidos e graxas. I Só que quilo custa 6 x mais.
~ Comparado com outras fibras sintéticas:
-Sua vida útil é maior, pois: 1) tem grande resistência à abrasão; 2) os filamentos lubrificados protegem as fibras internas da
abrasão por fricção das pernas; e 3) forma-se um escudo protetor nas fibras rompidas na superficie do cabo durante a abrasão.
- A grande flexibilidade lhe garante alta resistência à abrasão e fricção.
-Na água, absorvem 20% do seu peso, mantendo-se flexíveis e fáceis de manusear.
-Possuem boa resistência à degradação pela luz solar (só os de diâmetro < 1 pol requerem cuidados especiais).
~ Desvantagens: 1) as costuras devem ser mais apertadas e devem ter mais uma cocha do que nos cabos de fibras naturais; 2)
raios UV danificam sua superficie, o que é desprezível nos cabos mais grossos; e 3) ao trabalhar sob volta, as fibras podem
fundir pelo calor do atrito.
~ São bons para reboque, pois a elasticidade é de 25-33% do seu comprimento (2,5-4,5 x mais que as fibras naturais).
~ São bons para espias, pois: 1) quando molhados, retêm 85-95% da resistência; 2) flutuam (pesam 11% do seu peso no ar); e
3) são fáceis de manobrar, pois um cabo mais fino de Nylon substitui uma espia grossa de fibra natural.
~ Quando o cabo está próximo do seu limite, ele estica e reduz o seu diâmetro. I Os ruídos de protesto dos cabos de fibra natural
só ocorrem nos cabos de nylon quando as pernas se reajustam. I Um aumento de 33% do comp é normal, 40% é o ponto
crítico, e só se partirá com uma chicotada ao esticar 50%.
Outras matérias plásticas com caracts semelhantes ao Nylon (vide quadro 1).
a) Kevlar: é muito resistente à tração, mas sofre muito com a umidade. I A USN usa espias de Nylon com alma em Kevlar,
que apresentam uma chicotada amortecida quando se partem.
b) Polipropileno: tem excelentes propriedades mecânicas e baixo peso específico.
- Não é tão forte, mas como flutua e não absorve umidade, é usado como cabo de reboque.
-A luz solar diminui sua carga de ruptura (perdem 40% da resistência em 3 meses de sol).
c) Polietileno: tem excelentes propriedades fisicas e químicas. I São melhores quanto mais alta a sua densidade.
d) Poliester.
~ "Memória do cabo": após esticarem, os cabos sintéticos só voltam ao comp original depois de +- 3 min. Mas caso o cabo
tenha permanecido com alta tração por muito tempo, a recuperação total pode levar 1 mês.
- Se eles forem aduchados em sarilhos acionados a motor, as voltas entrarão apertadas e a recuperação continuará no sarilho,
apertando ainda mais. Isso pode causar avarias ao sarilho e ao cabo, por ocasião da sua retirada.
~ Cabos sintéticos submetidos a grandes trações podem apresentar áreas brilhantes onde o cabo atritou contra cabeços e buzinas
(causado pela fusão dos fios de Nylon ou pela tinta dos acessórios). I E ainda, o cabo pode ficar cabeludo após muito uso.
-Nos 2 casos, o efeito sobre a resistência à ruptura é desprezível.
- Quando a situação for excessiva e localizada, a parte danificada pode ser cortada, fazendo -se emenda através de costura.
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2) MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO:
>- São mais comumente especificados pelo seu diâmetro, desde que tb seja indicada a circunferência.
>- Fios primários são unidos e torcidos. Estes são unidos e torcidos até formar as pernas, que são reunidas, torcidas ou trançadas.
>- Tipos básicos:
- Torcido de 3 pernas: seção circular. I As pernas são feitas com vários fios triplos iguais . I As pernas têm torção em S, e o
cabo tem torção em Z, ou vice-versa. I O comp da torção é a extensão da passagem de uma perna pela mesma geratriz do cabo.
- Trançado de 8 pernas: seção quadrada. I São 4 pernas com torção em S, e 4 com torção em Z, trançadas aos pares. I É um
tipo que só é fabricado em fibra sintética. I São muito flexíveis, secos ou molhados.
Obs: vide o quadro 3 para selecionar um cabo visando a seu emprego, considerando a matéria prima e o método de construção.
3) FUSÍVEL DE ESPIAS (fig 7-21):
>- É um cabo sintético de peq bitola preso a uma espia em 2 pontos próximos da alça (a cerca de 1,5 braças). I O fusível se rompe
caso a espia estique além da sua carga de trabalho (neste ponto, o fusível fica esticado).
Obs: uma espia sintéticapode ser submetida repetidas vezes à sua carga segura de trabalho, sem danificar ou reduzir a vida útil.
4) RECOMENDAÇÕES PARA A CONFERÊNCIA E ARMAZENAMENTO:
>- Peso: compare o peso da aducha com o peso das tabelas do fabricante. Ele pode variar de+- 10% (para diâmetros < 14mm) ou
de+- 5% (para diâmetros> 16mm).
>- Bitola e metragem: a força a aplicar no cabo para medir a bitola e a metragem aumenta com o aumento do diâmetro. Não
havendo eq apropriado para medida, tencione uma extremidade o máx que puder e meça a circunferência em ao menos 3 pontos.
>- Exija o Certificado de Controle do cabo ou do lote.
>- Se necessário dividir a aducha em vários lances, faça-o por peso (e não cortando após estendê-la no chão).
>- Para levantar os rolos, só use estropos de cabo de fibra, nunca de aço.
5) ASPECTOS VERIFICADOS NA INSPEÇÃO DOS CABOS:
>- Desgaste: o externo se caracteriza por uma fina penugem na superficie das pernas (ou trechos achatados com fibras
rompidas, nos cabos de fibras naturais). I O interno se caracteriza por penugem entre as pernas (ou aspecto de material
pulverizado entre as pernas, nos cabos de fibras naturais).
>- Perda de resistência: ocorre por pernas cortadas ou gastas, e por carregamentos de choque e dinâmicos em níveis altos.
>- Puimento: é identificado por uma camada externa dura composta de fibras fundidas por fricção (nos cabos de fibras naturais,
o puimento toma a aparência de fios rompidos localizados, pendurados no cabo).
- Cabos puídos travam em roldanas e cabrestantes.
>- Estiramento: uma indicação de que ocorreu estiramento por carga excessiva é a visível redução da circunferência do cabo.
>- Corte: um cabo sintético danificado por corte apresentará chumaços e projeção das extremidades dos fios.
>- Dobramento: é uma distorção localizada formada por uma perna torcida na direção oposta à normal. I Ocorre em cabos de
fibra natural devido a carregamento excessivo.
>- Contaminação:
- Ferrugem: manchas que são removidas com água e sabão não afetam a resistência dos cabos de fibra em geral ( exceto os de
poliester). I Mas as manchas persistentes que se estendem para dentro da fibra natural ou Nylon podem diminuir a resistência.
- Graxa e óleo: embora essas manchas não tenham efeitos danosos imediatos, elas põem em risco a operação e o manuseio.
6) CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES DOS CABOS SINTÉTICOS:
>- Há tabelas que fornecem as tolerâncias dimensionais (peso linear sob tensão prévia e comprimento) aceitáveis.
>- Acabamento: deve ser natural, na cor branco brilhante, sem qq impregnação ou aditivo.
- Para a estabilização da forma dos cabos torcidos, admite-se apenas o processo de calor (mín l20°C).
- Para não desenrolar, as pontas devem ser protegidas e ligeiramente fundidas.
>- Embalagem de fornecimento: são bobinas de 220 m, com o cabo corretamente dobado e amarrado em ao menos 4 locais
eqüidistantes (para evitar deslocamento das camadas). I As bobinas devem ser enfardadas com materiais resistentes.
>- Extremidades: podem se apresentar: 1) com as mãos sem proteção; 2) com as mãos protegidas; ou 3) livres de mãos
(extremidades construídas por amarração, envoltas em fita plástica e com as pontas dos fios fundidas).
>- Descrição: ex: "torcido, de 3 pernas, poliester, branco, DN 40mm, circunfxxx, com mãos protegidas, cnfespecijicação xxx".
>- Marcações: são feitas nas bobinas por etiqueta ou pintura (qualidade e tipo do cabo, circunferência (pol) ou núm de bitola,
comprimento, pesos liq e bruto, fabricante, data e S/N). I Os fios dos cabos devem ser identificados acd quadro 4.
>- Na aquisição: exija o Certificado de Resistência à Tração e o Certificado de Qualidade, para cada bobina.
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SEÇÃO C - CABOS DE AÇO
1) DEFINIÇÕES (7-22):
~ Arames ou fios: são de aço carbono ou aço liga, obtidos por laminação ou trefilação. I São admitidas emendas, desde que
realizadas: 1) antes da torção dos fios para formar as pernas;~ 2) por caldeamento ou solda elétrica (de topo).
~ Perna: conjunto de fios torcidos, podendo ou não ter um núcleo ou alma (metálica ou não).
~ Cabo de aço: - polido: constituído por fios de aço sem qq revestimento, podendo ou não ter um centro ou alma.
- galvanizado: fios galvanizados na sua bitola final, sem trefilação posterior.
- galvanizado retrefilado: fios galvanizados em uma bitola intermediária, e trefilados posteriormente.
~ Alma: é a madre dos cabos de fibra. Os tipos são: de fibra natural (AF), de fibra artificial (AFA), de aço (AA- normalmente é
igual às outras pernas), e alma constituída de cabo independente (AAIC).
~ Construção: termo para indicar o núm de pernas, fios por perna e sua disposição, tipo de alma e torção.
~ Composição dos cabos: maneira como os fios estão dispostos nas pernas, podendo ser de 2 tipos: cabos com fios de mesmo
diâmetro ou de diâmetros diferentes (Filler, Seale, Warrington).
~ Torção regular à esqldir: o cabo é cochado para o lado oposto à cocha das pernas. I Dá mais estabilidade ao cabo.
~ Torção Lang à esqldir: é o oposto da regular. I Dá maior resistência à abrasão e maior flexibilidade ao cabo.
~ Cabo pré-formado: a forma helicoidal das pernas é dada antes do fechamento do cabo. Não se abre quando cortado e batido.
~ Passo do cabo: dist entre a passagem consecutiva de uma perna na mesma geratriz do cabo.
~ Cabo não rotativo: tem propriedades de evitar torção. I Usado quando a carga é elevada por apenas 1 ramo de cabo, ou quando
a altura a elevar é grande. I Para evitar torções ou rotações, recomenda-se usar ganchos giratórios (com tornei).
~ Carga de ruptura mínima efetiva: é a força que deve ser atingida no ensaio de resistência à tração até a ruptura.
2) CONSIDERAÇÕES GERAIS:
~ Pernas: são compostas por um núm variável de fios cochados em torno de uma alma, com uma inclinação menor que os
cabos de fibra. I A alma pode ser de aço ou fibra, cnf a relação flex-resistência desejada. I Quanto maior o num de fios por
perna, mais flexível é o cabo. I Se as pernas tiverem alma de fibra, mais flexível é o cabo.
~ A matéria prima, o núm e a disposição dos fios das pernas e o tipo de alma permitem fazer variar bastante as 2 propriedades
mais desejadas: flexibilidade e resistência.
~ Alma de fibra: dá mais flexibilidade; e ainda constitui um coxim no qual as pernas dos fios se apertam quando o cabo
distende, o que, junto com a elasticidade própria do fio e a espiral das torcidas, reduz o efeito de uma lupada.
- As fibras sintéticas não deterioram em contato com a água ou substâncias agressivas, e não absorvem umidade; o q11e
representa uma garantia contra corrosão interna. Mas como é bem mais cara, seu uso é limitado a cabos especiais.
- As fibras da alma são torcidas, e devem ser tratadas com um composto de Cu ou outro preservativo.
- Quando o cabo é lubrificado, a alma absorve lubrificante, servindo como um depósito, o que diminui o atrito mútuo interior.
~ Alma de aço: garante maior resistência aos amassamentos, e aumenta a resistência à tração e o peso do cabo.
~ Cabos mais comuns: têm 6 pernas e alma de fibra , sendo que o núm de fios por perna e a alma das pernas dependem da flex
desejada. I Os tipos padrões são: 6x7, 6xl2, 6xl9, 6x24 e 6x37. I O mais usado a bordo é o 6x37, que apresenta a
combinação ideal entre resistência e flexibilidade.
~ Outros tipos de cabos para svçs especiais: 1) de pernas percintadas exteriormente por percinta de aço (usado em salvamento);
2) de pernas forradas por melim de linho cânhamo (muito usado por NMs); 3) de fios externos mais grossos(> resistência ao
desgaste) e internos mais finos(> flex) .
~ Cabos de laborar: devem ser flexíveis, mesmo com prejuízo da resistência.
~ Cabos do aparelho fixo: devem primar pela resistência, e tb devem ser galvanizados.
3) TIPOS DE AÇO:
~ MPS (Mild Plow Steel, ou Aço Médio Arado): mais usado na MB. I Sua resistência é 2,5 x >que a do ferro.
~ PS (Piow Steel, ou Aço Arado): usado para svçs de reboque e salvamento. I Sua resistência é3x > que a do ferro.
~ IPS (Improved Plow Steel) e EIPS (Extra Improved Plow Steel): não são usados a bordo. I É para perfuração de petróleo ...
4) CONSTRUÇÃO:
~ Lingotes são transformados em vergalhões de IOxlO, que são transformados em barras mais finas, que são transformadas em
vergalhões circulares, que depois passam a frio em fieiras de diâmetros decrescentes. I Como essas fieiras a frio endurecem e
tornam o aço quebradiço, são feitos recozimentos a cada tanto para amaciar o aço antes da próxima fieira.
- Durante esse processo, realiza-se tratamento com lubrificantes como óleos, sebo ou água com sabão.
~ Depois os fios são torcidos pela máquina que confecciona as pernas. I Estas podem ser de 6 tipos (vide 7-37a a 7-37e).
- Ex: 6 fios são torcidos em torno de I fio central, depois adiciona-se outra camada de 12 fios, e depois outra de 18 fios. Seis
dessas pernas torcidas em torno de uma alma de fibra ou aço fazem o cabo 6x37 (com 1 alma de açõ).
- Ex: 9 fios são torcidos em torno de I alma de fibra, e depois adiciona-se outra camada de 15 fios. Seis dessas pernas torcidas
em torno de uma alma de fibra fazem o cabo 6x24 (com 7 almas de fibra).
~ A resistência de um cabo de aço é de 80-95% da soma das resistências de seus fios.
~ Depois de manufaturados, os cabos de aço são submetidos a esforços experimentais de flexão e tração, determinando -se ainda a
força elástica e o alongamento de cada um. I Já os cabos de fibra não permitem essas experiências individuais sob grandes
esforços, nem se costuma fazer a inspeção visual metro por metro que é feita nos cabos de aço para localizar qq defeito.
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~ Espessura dos fios externos: quanto mais grossos, maior é a resistência à abrasão e menor é a flexibilidade do cabo.
- Escolhe-se uma composição com fios finos quando, por ex, prevalecer o esforço à fadiga de dobramento.
~ Pernas feitas em mais de uma operação: é o método antigo. I Os fios têm o mesmo diâmetro. Assim, as camadas de fios têm
passos diferentes, o que ocasiona desgaste interno devido atrito no cruzamento dos fios. I Ex: 1 + 6112118 = 3 operações.
~ Pernas feitas numa só operação: os fios têm diâmetros diferentes, de forma que todas as camadas têm o mesmo passo.
-São as construções Seale, Filler e Warrington, que eliminam o desgaste interno pelo cruzamento de fios.
- Cabos feitos numa só operação duram bem mais que os cabos que têm camadas de fios de passos diferentes.
~ Torção regular à direita: é a maioria dos cabos. O cabo fica mais estável.
~ Torção tipo Lang: usada em cabos submetidos a atrito, pois possuem maior superfície metálica externa (suportando melhor
o desgaste). I São tb um pouco mais flexíveis, porém muito fáceis de destorcerem e de tomarem cocas .
5) GALVANIZAÇÃO:
~ Protege contra a corrosão. I É um banho de zinco puro derretido, aplicado a fogo ou eletroliticamente, que dá ao aço uma
camada fina e uniforme de zinco. I O aço fica exposto a mais de 400°C, o que reduz a sua resistência em 10%.
~ Cabos galvanizados: são usados no aparelho fixo, em espias, cabos de reboque e estropos.
- Não devem ser usados em aparelhos de laborar, exceto quando o aparelho ficar exposto ao tempo, o diâmetro das roldanas
for grande e o mov for lento. Senão, o zinco se desprende e a corrosão atua rápido (pela ação eletrolítica zinco-água salgada).
~ Cabos galvanizados retrefilados:
- São galvanizados numa bitola intermediária, e depois novamente trefilados, o que lhes dá uma camada de zinco uniforme.
- Tais cabos têm a mesma resistência à tração e são mais resistentes à fadiga que os cabos polidos.
~ Cabos galvanizados a fogo na bitola final:
-Possuem uma carga de ruptura mínima efetiva 10% menor que os cabos galvanizados retrefilados e os cabos polidos.
~ Cabos de aço polido:
- São usados especialmente nos aparelhos de laborar onde não se espera umidade. I Quando for necessário que um cabo de
laborar resista bem à corrosão e à ruptura, ele deve ser de um material por si mesmo resistente à corrosão, não exigindo o zinco.
6) MEDIÇÃO DOS CABOS DE AÇO:
~ É feita pelo diâmetro, empolou mm. I Coloque o calibre no sentido da maior grossura, em 3 partes distantes no rnín 1,5 m.
7) LUBRIFICAÇÃO:
~ Durante a fabricação, os cabos devem ser lubrificados interna e externamente. A lubrificação tem 2 efeitos: protege contra a
corrosão e conserva a flexibilidade e a vida útil (pois aumenta a resistência aos desgastes interno e externo).
~ Aplicação: deve ser feita a quente, para facilitar a penetração até a alma. Ao esfriar, deve-se formar uma camada plástica que
não permita a penetração de umidade.
~ Viscosidade: deve ser tal que permita o óleo cobrir todo o cabo, penetrar nele e suportar a pressão interna sem sair. I Quanto
maior a veloc de movimento do cabo, menor deve ser a viscosidade do lubrificante.
~ Lubrificar as espias de aço a cada 30 ou 60 dias, com o óleo do fabricante ou, na sua ausência, com óleo de linhaça cru.
~ Se um cabo for ficar por muito tempo sem usar, ou se uma bobina for armazenada em local descoberto, faça uma lubrificação
pesada. I Antes de ressuscitar o cabo, remova a lubrificação pesada e aplique lubrificante novo.
~ Se o cabo for ficar imerso, use uma mistura de alcatrão da Suécia e hidrato de cálcio, em partes iguais, aplicada a quente.
~ Qualquer espia ou cabo de reboque deve ser sempre lubrificado depois do uso e antes de ser guardado no sarilho.
~ Nunca use graxa em cabos de aço, pois ela não faz a lubrificação interna, e torna o cabo dificil de manobrar.
8) PREFORMAÇÃO:
~ Na fabricação, um processo adicional faz com que as pernas e os fios fiquem curvados na forma helicoidal, permanecendo numa
posição natural dentro do cabo, com um mínimo de tensões internas.
~ Cabos pré-formados são considerados muito superiores aos não pré-formados. Suas ppais vantagens são:
-As tensões internas são mínimas (logo, tb são mínimos a fricção interna, o desgaste interno e a fadiga).
-São mais fáceis e seguros de manusear, pois sendo isentos de tensões, os cabos não têm tendência de escapar da mão.
- O equilíbrio do cabo é garantido, pois tendo cada perna a mesma tensão, a carga é dividida em partes iguais entre as pernas.
- Não é necessário amarrar as pontas. Além disso, se um fio quebra por desgaste, ele fica deitado na sua pos normal.
9)EMENDAS:
~ O comp de uma emenda deve ser, no mínimo, de 1.000-1.500 x o diâmetro do cabo.
~ Ex dos quadros A a F: cabo de 6 pernas, de 20mm de diâmetro. O comp da emenda deve ser de 1200 x 20 = 24 metros!
10) COMO DESBOLINAR:
~ A coca detona a vida útil. Portanto, nunca permita que o cabo forme um laço (7-27), pois pode ser o início de um nó. Com o
laço fechado (7-28), o dano está feito, reduzindo ao mínimo a resistência do cabo.
~ Ao notar uma dobra, não tese mais o cabo. Proceda de modo inverso àquele como ela se produziu. Descruze as partes como em
7-29 (se o cabo for grosso, pode precisar de um torno). Depois desempene-o, batendo com um macete de forrar.
11) ENROLAR UM CABO NUM TAMBOR OU BOBINA:
~ Num tambor liso (sem canais), o cabo deve ser corretamente fixado acd regra prática da fig 7-30. Senão, a la camada de
enrolamento poderá apresentar falhas, provocando amassamentos e deformações ao serem enroladas as camadas superiores.
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12) CARGA DE RUPTURA EFETIVA E CARGA DE TRABALHO:
~ Escolha de um cabo de aço: considera-se o tipo independentemente da carga de trabalho exigida, pois o tipo depende é do
aparelho em que vai ser empregado (se fixo ou de laborar).
- Para os fixos, considera-se o material e a galvanização.
- Para os de laborar, considera-se o material, o limite de elasticidade do cabo, o diâmetro das roldanas e a veloc de movimento.
~ Cabos de muito uso: devem ser de fios grossos, pois os fios externos desgastam muito rápido.
~ Carga de ruptura efetiva: a fórmula é a mesma dos cabos de fibra (R = k.c2). Como "k" varia muito, ele será omitido.
~ Fator de segurança: depende de váaarias condições, variandode 5 a 8. Para aumentar a vida do cabo, estime-o para mais.
13) DEFORMAÇÃO LONGITUDINAL (são de 2 tipos):
Obs: - Limite Elástico do cabo: é de 55-60% da carga de ruptura mín efetiva.
- Área metálica: é proporcional ao diâmetro, varia em fç da construção do cabo, e é fornecida pelo fabricante.
- Módulo de elasticidade: é menor nos cabos novos, e aumenta cerca de 20% para cabos usados ou novos pré-esticados
(seus valores são tabelados pelo fabricante) .
a) Deformação estrutural: decorre do ajustamento dos fios nas pernas e da acomodação das pernas na alma; é permanente; e
começa logo que é aplicada uma carga ao cabo (a maior parte ocorre nos primeiros dias de uso).
- Seu valor vai de 0,5-0,75% do comp do cabo sob carga. I Pode ser quase que totalmente removida por um pré-esticamento, o que
é feito com um valor de carga entre a carga de trabalho e a carga correspondente ao limite elástico do cabo.
b) Deformação elástica (!lL): a deformação elástica de um cabo submetido a 1/5 da carga de ruptura é estimada de 0,25-0,5%.
- !lL é diretamente proporcional à carga aplicada (desde que esta não ultrapasse o limite elástico) e ao comp do cabo, e
inversamente proporcional ao seu módulo de elasticidade "E" e área metálica "Am". (M = P.L I E.Am)
14) CUIDADOS COM OS CABOS FIXOS:
~ Além de galvanizados, eles podem ser engaiados e percintados, e depois cobertos com alcatrão (a ser renovado cada 6 meses) .
~ Se o cabo não for galvanizado, antes de engaiar e percintar, cubra-o com uma mistura de zarcão e óleo de linhaça fervido.
~ Cobrir as partes roscadas dos macacos com graxa espessa, mas não os cubra com lona (pois ela sempre deixa passar umidade).
~ Aparelho fixo que não for forrado deve ser rotineiramente tratado com os lubrificantes e preservativos indicados pelo fabricante.
15) USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS DE LABORAR E ESPIAS DE AÇO:
~ Os cabos de aço no convés ficam em sarilhos, ou são colhidos em aduchas circulares. I Eles só devem ser guardados depois de
limpos e lubrificados, e os sarilhos devem ser cobertos com lona.
~ Desfazer uma aducha: proceda como em 7-31a, e nunca desfaça a aducha por voltas (7-31b). I Tb pode-se fazer um sarilho de
fortuna, enfiando um eixo de madeira no meio da aducha, apoiando-o sobre 2 partes elevadas.
~ Desenrolar o cabo de uma bobina: proceda como em 7-32a, ou use uma mesa giratória (7-32b).
~ Amarrar o navio com espias: ajuste o seu comp de forma que todas recebam esforços iguais, pois os cabos de aco não têm a
mesma elasticidade e flexibilidade dos cabos de fibra .
~ Cortar um cabo: para evitar descochar, falcace ambos os lados com fios de ferro doce ou merlim (com voltas bem unidas) .
~ Quando um cabo tiver que passar por qq peça que possa coçá-lo, ele deve ser coberto com lona, couro ou outro protetor.
~ Quando um cabo é tesado e depois solecado formando um grande seio, ele pode tomar cocas. Cuidado ao rondá-lo novamente.
~ Se o cabo for sempre usado em roldanas apropriadas e se a alma de fibra estiver bem lubrificada, os fios externos das pernas se
romperão primeiro. A redução do diâmetro nessas partes dá o 1 o indício de que o cabo está cansado.
16) INSPEÇÃO PERIÓDICA DOS CABOS EM USO:
~ Número de fios rompidos: anote o núm de fios rompidos em 1 passo ou 5 passos do cabo.
- Se as rupturas estiverem concentradas em apenas 1 ou 2 pernas, há o perigo dessas pernas se romperem antes do cabo.
~ Fios gastos por abrasão: na maioria dos cabos flexíveis, o desgaste por abrasão não é motivo para substituir o cabo (desde
que não haja fios partidos). I Ao se observar forte redução na seção dos fios externos (e, consequentemente, no diâmetro do
cabo), verifique periodicamente o coeficiente de segurança para que este não atinja um mínimo perigoso.
~ Corrosão interna: vrf se há alguma diminuição brusca do diâmetro do cabo. Caso haja, a alma de fibra pode ter secado e
deteriorado, e não haverá lubrificação interna (daí pode haver corrosão interna, sem que ela se manifeste por fora).
~ Desequilíbrio dos cabos:
- Cabos com apenas 1 camada de pernas e alma de fibra: uma avaria comum é uma ondulação do cabo provocada pelo
afundamento de 1 ou 2 pernas, o que tem 3 causas: 1) fixação deficiente (permite o deslizamento de algumas pernas, e as
demais ficam supertensionadas, podendo romper-se); 2) alma de fibra de diâmetro reduzido; e 3) alma de fibra podre, que não
dá mais apoio às pernas. I Nos casos 2 e 3 não há perigo iminente, mas haverá um desgaste desigual.
- Cabos com várias camadas de pernas ou com alma de aço: há o perigo de formação de gaiolas de passarinho e hérnias
(defeitos graves que condenam o cabo), que podem ser provocadas pelos seguintes motivos: 1) manuseio e instalação deficiente
do cabo, dando lugar a torções ou distorções do mesmo; e 2) fixações deficientes dos cabos, possibilitando deslizamentos de
pernas ou camadas de pernas (ficando uma parte do cabo supertensionada e outra frouxa).
~ Maus tratos e nós: busque-os em toda a extensão do cabo, especialmente junto às fixações.
~ Fig 7-33: avarias típicas causadas por maus tratos ou uso inadequado.
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17) SUBSTITUIÇÃO DOS CABOS:
);> Para quando o rompimento de um cabo colocar vidas em risco, há normas especiais sobre a forma de inspecionar e substituir os
cabos. I Nos demais casos, determina-se quando substituí-los pelo número de fios rompidos visíveis, acd dados do fabricante.
);> Além do critério de fios rompidos, caso seja encontrado algum outro defeito grave no cabo, ele deve ser substituído, mesmo que
não haja nenhum fio rompido. A inspeção visual de um cabo se sobrepõe a qq norma ou método de substituição do mesmo.
18) VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS CABOS DE AÇO:
);> Cabos de fibra: podem ter um ponto fraco escondido, ou podem já ter sido enfraquecidos por esforços sucessivos, sem que
apresentem indícios; e ainda, são compostos de fibras de no máx 3 m de comp.
);> Correntes e amarras: podem ter defeitos de fundição ou falhas somente reveladas por raio X.
);> Cabos de aço: são feitos por fios que têm o mesmo comp do cabo, sendo cada um manufaturado, inspecionado e testado
individualmente, em todo o comprimento, antes de formar o cabo. I A sua mais importante caract é a confiança que impõem.
- Desvantagens: não se podem dar nós, e são difíceis de manobrar a mão. Para amarrações e emendas, utilizam-se as costuras
ou os acessórios especiais.
19) DIÂMETRO DAS POLIAS E VELOC DE MOVIMENTO:
);> Diâmetro das roldanas:
- Quanto menos flexível for o cabo, maior deve ser a roldana. I Roldanas pequenas causam fadiga, e o cabo perde resistência.
- Há uma relação entre o diâmetro do cabo e o diâmetro da roldana ou tambor, que deve ser observada para garantir uma
duração razoável. A tab 7-17 apresenta os diâmetros médios recomendados e os diâmetros mínimos admissíveis para as
roldanas e tambores dos cabos de laborar. I O uso de diâmetros maiores que os recomendados aumentam muito a vida do cabo.
- Os rodetes para retorno devem ser ao menos 8 x maiores que o diâmetro do cabo.
);> Veloc de movimento:
-O esforço sobre os cabos cresce (desproporcionalmente) com o aumento da veloc de movimento. Não só pelo atrito com a
roldana, mas tb pelo atrito interno dos fios entre si.
- Esse deslocamento relativo que os fios sofrem será maior quanto menor for a roldana e quanto maior for a veloc de mov.
-Esse mesmo atrito interior ocorre em um cabo que seja alternadamente tesado e solecado (lupadas).
-A fadiga aumenta mais com a veloc do que com a carga (se tiver pressa, é melhor aumentar a carga do que a veloc).
);> Os fabricantes indicam: 1) os cabos adequados para trabalhar em determinado poleame; ou 2) o diâmetro mínimo da roldana
para cada cabo. I As cargas de ruptura são garantidas apenas para diâmetros ::::_que esse mínimo, e em veloc de mov moderada.
);> Nunca permita que um cabo trabalhe em "S" (ora gurnindo para a esquerda, ora p[t~a direita).
);> Restrinja o máximo possível o número de gornes do aparelho,a não ser que o tamanho das roldanas seja maior que o usual.
20) DIÂMETRO DO GOIVADO DAS ROLDANAS:
);> Cerca de 135° da circunferência devem ser suportados pelo goivado (7-34/5).
);> O diâmetro do goivado deve ser ligeiramente maior que o diâmetro real do cabo (há uma tabela que mostra a tolerância para
esse excesso). I O diâmetro real de um cabo novo pode ser ligeiramente maior que o seu valor nominal dado nas tabelas.
);> Goivado grande: o cabo se achata, e pode galear, mudando de direção durante o movimento.
);> Goivado pequeno: não dá apoio suficiente ao cabo, que fica enfraquecido por fadiga (ele é deformado por compressão).
(e abre o goivado)
21) DESGASTE DOS CABOS DE LABORAR:
);> Quando um cabo de aço labora numa roldana, o atrito dos fios externos tende a torcê-lo. Quanto menor a roldana, maior é
o atrito, maior é a torção, e maior é a pressão do cabo sobre o seu goivado. Essa torção sob pressão faz com que o cabo
deforme a roldana, produzindo arestas vivas que ferem os fios externos.
);> Material das roldanas: em geral, os materiais duros são mais indicados (aço fundido ou aço manganês). Canais de roldana
moles desgastam rápido, enrugam, e em seguida desgastam o cabo.
);> Os cabos de laborar ficam inutilizados devido a vários fatores. Todas essas causas resultarão no rompimento dos fios e, se não
houver corrosão interna, a inspeção visual permite estimar, com relativa segurança, quando há necessidade de substituir o cabo.
22) ÂNGULO DOS CABOS DE LABORAR:
);> Fig 7-36: o âng não deve ser maior que 1° 30' para tambor liso e 2° para tambor com canais (entre as linhas que unem o centro
da roldana ao meio e à extremidade do tambor). I Isso representa aprox uma relação de 1140 entre a metade do comp do tambor
e a dist entre este e a roldana (ou seja, para um tambor de 1 m, a roldana deve estar a +- 20 m).
);> Se o âng for maior que o recomendado:
-Tambor com canais: 1) o cabo raspa na flange da roldana, aumentando o desgaste de ambos; e 2) durante o enrolamento, o
cabo raspa na volta adjacente já enrolada, aumentando o seu desgaste.
- Tambor liso: 1) o cabo deixará vazios entre as voltas enroladas; e 2) a camada superior entrará nesses vazios, proporcionando
um enrolamento desordenado (com todas as consequências maléficas).
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23) PRINCIPAIS TIPOS DE CABOS USADOS A BORDO (vide figs 7-37a-h):
~ 6 x 7: os fios são grossos, tomando o cabo mais resistente à corrosão e ao desgaste, e menos flex. É o mais durável e mais leve.
~ 6 x 19: é mais resistente que o 6xl2, e mais flexível que o 6x7.
~ 6 x 37: é muito mais flex que o 6xl9, e mais forte que os de perna de alma de fibra (6xl2 e 6x24). I É o mais usado a bordo,
exceto para a amarração do navio. I Como os fios são finos, não é recomendado para os svçs de transmissão de mov onde o
atrito seja grande. I Galvanizado, é usado em cabos de reboque e, em geral, em todos os aparelhos de laborar expostos. I Não
galvanizado, é usado em gualdropes e em aparelhos de laborar onde possam ser usados com grafite ou outro preservativo.
~ 6 x 12 (7 almas de fibra): é muito flexível, mas é menos resistente que os demais cabos flexíveis (6x24 e 6x37).
~ 6 x 24 (7 almas de fibra): é mais resistente e tem a mesma flex que o 6xl2. I Galvanizado, é usado para os mesmos fins que o
6xl2, onde se exige maior resistência (é particularmente usado nas bitolas maiores) . I Muito usado como espias!
~ 6 x 19 ou 6 x 37 (percintado): cada perna é coberta por uma percinta de aço, que protege contra desgaste. I É especialmente
fabricado para reboques pesados.
~ 6 x 6 x 7 (calabroteado): é o mais flex dos cabos de aço. I É chamado "cabo para gualdropes", mas só é usado no paisano.
~ 5 x 19 (forrado de merlim): cada perna é forrada com merlim. I É usado para serviços gerais nos NMs. I Possui boa
flexibilidade e é muito mais forte que um cabo de manilha de mesmo diâmetro.
24) CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES:
~ Tolerâncias dimensionais: são admitidas apenas tolerâncias para mais nos diâmetros dos fios e nos diâmetros dos cabos.
~ Embalagem: os cabos são acondicionados em bobinas robustas de madeira, cujas abas laterais devem se elevar a no mín 5
cm da camada externa de cabo. I Mas tb podem ser fornecidos em rolos, desde que o diâmetro interno do rolo não seja menor
que 2 x o raio mín de curvatura do cabo na bitola correspondente.
~ Marcação/identificação: as bobinas ou rolos são marcadas ou gravadas com: fabricante, S/N, construção do cabo (núm de
pernas e fios, tipo de alma e composição), qualidade do aço (MPS/PS), diâmetro nominal, comprimento e pesos bruto e líquido.
~ Descrição: ex "cabo de aço, diâmetro nominal de 38mm, 6x37, Warrington, AF, torção regular à direita, pré-formado,
lubrificado, PS, galvanizado, carga de ruptura de 83.400 kgf (843 kN), cnfespecificação xxx".
~ Aquisição: para cada bobina, exija o Certif de Ensaio de Ruptura, o Certif de Qualidade, e a composição química do aço.
SEÇÃO D - CONSIDERAÇÕES FINAIS
~ Fatores determinantes na escolha do cabo ideal para cada tarefa: flutuabilidade, carga de ruptura, resistência à abrasão,
alongamento, flexibilidade, rigidez, esforços cíclicos de tração, absorção ao choque e custo.
~ Compare as especificações e recomendações das Soe. Class. com as necessidades da embarcação, e selecione os cabos em fç do
seu emprego e das manobras comumente realizadas pela embarcação.
1) RECOMENDAÇÕES QUANTO AO MANUSEIO DE CABOS E ESPIAS (para maior durabilidade e segurança):
~ Num mesmo ponto de amarração: mantenha os cabos com a mesma tensão; e não utilize conjugadamente cabos de matérias
primas diferentes (pois cada um tem caracts diferentes de elasticidade, alongamento e ruptura).
Faça rodízio das espias pelos diversos pontos de amarração da embarcação. Use os cabos mais novos nos pontos mais exigidos.
~ Trabalhe com, no mínimo, 4 voltas no tambor.
~ Não deixe um mesmo ponto do cabo em atrito permanente com superfícies. Se possível, proteja os cabos nos locais de contato
com couro, tecido plástico ou falcaças de cordas engraxadas.
~ Inspeção: se uma seção estiver muito danificada, não espere ela se romper. Faça uma costura de emenda reforçada e use o cabo
normalmente. I A penugem superficial é normal, e amortece os efeitos progressivos da abrasão .
~ Após o uso: lave os cabos com mangueirada de BP. I Se necessário, use detergentes neutros ou suaves nos cabos sintéticos.
~ Precauções de segurança ao laborar cabos e espias: -Não fique por dentro de um cabo laborando ou na dir da tração.
- Não aumente a carga num cabo depois de se travar ou dar volta.
- É imperativo ter um observador nas fainas de laborar.
- Mantenha um socairo mínimo de 2 metros.
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TERMOS DE MANOBRAS DE CABOS:
~ Alar de leva-arriba: caminhando sem parar. <-- (24 kg/homem) ! (112 do peso ou 34 kg/homem)
~ Alar de lupada: aos puxões, com intervalos para mudar a pos das mãos. Deve haver um homem aguentando o socairo.
~ Alar de mão-em-mão: alar seguidamente, sem o pessoal sair do lugar. O socairo tb fica aguentado numa peça fixa.
~ Amarrar a ficar: dar um nó ou volta firme que não se desfaça por si só.
~ Largar por mão um cabo: largá-lo completamente, desfazendo as voltas.
~ Arriar um cabo: largar, aos poucos, um cabo que sustenta ou aguenta uma peça. I Pode-se arriar sob volta.
~ Aliviar um cabo, um aparelho, dar um brando ao cabo: solecar, inverso de tesar.
~ Recorrer: folgar. I Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto for necessário para aliviá-los. I Diz-se tb de um cabo ou
amarra que arria sob ação do próprio peso ou da carga que aguenta. I Um nó ou volta pode recorrer.
~ Rondar um cabo = colher o brando: alar um cabo com seio até que fique sem folga.
~ Safar cabos: colhê-los nos seus lugares depois de concluída a manobra. I Deixar os cabos claros à manobra.
~ Dar salto: arriar repentinamente parte de um cabo de manobra.
~ Engasgar: quando um cabo fica impedido de correr num gome ou retomo, por causa de nós,cocas, corpos estranhos, etc.
~ Desengastar: tirar um corpo estranho engolido pelo poleame, ou desfazer uma coca que tenha mordido no gome.
~ Enrascar: quando cabos, velas, etc se embaraçam entre si.
~ Furar uma volta, um nó: quando o nó ou volta é dado erradamente; diz-se tb de um teque ou talha cujos cabos ficaram
enrascados no poleame.
~ Morder um cabo, uma talha: apertar/engasgar/entalar um cabo ou amarra. Diz-se que uma talha ficou mordida quando uma
das pemadas montou sobre a outra junto ao gome do cadernal, impedindo a roldana de girar.
~ Tocar uma talha, um aparelho: quando se recorre o tirador, aliviando as voltas das pemadas, para estender a talha ou para
melhor trabalho dos cademais.
~ Cosedoras: botão que se dá nas alças do poleame.
~ Fiéis: cabos finos com que se prendem quaisquer objetos.
~ Michelos: pequenos pedaços de cabo/fio/linha com que se tomam botões provisórios enquanto se faz um serviço.
~ Amarrilhos: fios ou linhas com que se amarram objetos. Tb é o nome do cabo com que se amarram os toldos nos vergueiros.
~ Socairo: parte do cabo depois do cabrestante, aguentada por um homem junto à este para manter o atrito na saia. No tirador de
uma talha, é a parte que se alou, que deve ficar aguentada sob volta num cunho ou malagueta, com um homem no chicote.
~ Trefilar: processo de fabricação de cabos por estiramento.
PONTOS DE COSER (está no final do Cap 8- Trabalhos do Marinheiro)
~ Ponto de costura ou ponto de bainha (1-143): serve para coser 2 panos pela ourela (repete na ourela v o que foi feito em u),
ou para fazer bainhas.
~ Ponto de bigorrilha (8-144a/b/c): a agulha passa perpendicular à direção da costura. I Serve para:
- emendar 2 ou + panos com dobras em cada um deles; - fazer um reparo em lona pesada rasgada;
- confeccionar capas; e - forrar objetos com lona ou brim.
• Pelo redondo: faz uma pequena beira nas ourelas, cosendo por dentro.
• Chato (por fora ou por dentro): quando se forra fazendo antes as dobras no pano.
~ Ponto de livro (8-145): serve para forrar objetos com lona. I Semelhante ao bigorrilha, só que os pontos ficam em zigzag (a
agulha não atravessa os 2 panos de uma vez).
~ Ponto de peneira (8-146): serve para: 1) fazer bainhas; e 2) coser os panos que tapam buracos em lonas (use um pano um
pouco maior que o buraco; costure as bordas do pano e as do buraco; e dobre em bainha os bordos do pano e do buraco).
~ Ponto esganado (8-147): serve para unir ou serzir rasgões em lonas muito fortes, lonas impermeabilizadas ou pintadas.
~ Ponto cruzado (8-148): também serve para serzir rasgões, com melhor acabamento.
~ Ponto de palomba (8-149): palombar é coser as tralhas dos toldos e das velas. I É feito com fio de palomba. I A palombadura
pode ser feita na ourela, ou então na aresta do pano (mas dobra-se em bainha antes de coser) .
• Ponto pela cocha: a agulha enfia no pano e na cocha (entre 2 cordões).
• Ponto pelo redondo: a agulha enfia no pano e dá uma volta no cabo, e de um ponto para outro se dá uma volta trincafiada.
~ Ponto de cadeia (8-150): serve para marcar e fazer letras ou números. I Assemelha-se à volta chamada corrente.
~ Ponto de sapateiro ou ponto de fenda (8-151): serve para coser couro. I Usa 2 agulhas, que apanham o couro no mesmo furo.
~ Ponto de espinha de peixe (8-152): serve para coser rasgões, mas a costura fica frouxa.
~ Espelho (8-153): serve para tapar pequenos buracos em toldos e velas. I Os pontos devem ser bem apertados. I A agulha vai
passando por dentro do seio anterior, fazendo voltas concêntricas.
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CAP 8 -TRABALHOS DO MARINHEIRO
SEÇÃO A- VOLTAS
1) DEFINIÇÕES:
> São falcaças, nós, voltas, malhas, aboçaduras, botões, alças, mãos, estropos, costuras, pinhas, rabichos, gaxetas, coxins e redes.
> Nós e voltas: são entrelaçamentos feitos à mão pelos quais os cabos se prendem pelo chicote ou pelo seio.
- Se dados corretamente, aumentam de resistência quando se porta pelo cabo, e podem ser desfeitos facilmente com as mãos.
- Se mal dados, podem recorrer quando é aplicado esforço, e podem ser difíceis de desfazer.
> Cabo solteiro (8-1): é um pedaço de cabo que está à mão para ser usado.
- Vivo: é a parte entre 1 e 2, suposta de grande comprimento, se estiver portando sob tensão ou se deu volta num objeto.
- Seio: é qualquer parte entre 2 e 3 (passando ou não por b e d).
- Neste cabo, demos um seio ou dobra,que é o y. Este seio servirá para começar alguns nós.
> Volta singela: quando o cabo passa em tomo de um objeto qualquer, com apenas 1 volta de circunferência.
> Voltas redondas: quando dá 2 ou+ voltas de circunferência em tomo de um objeto.
2) RESISTÊNCIA DOS NÓS, VOLTAS E COSTURAS:
> Nenhum nó, volta ou costura pode ser tão resistente quanto o próprio cabo. Isso porque, no ponto de amarração, há dobras
e distorções que causam sobrecarga de esforço sobre um determinado cordão ou sobre um certo número de fios de carreta.
> Logo, é quase certo que, ao sofrer um esforço demasiado, o cabo ser partirá no ponto de amarração.
> Quadro 1: resistência de alguns tipos de amarração em% da resistência do próprio cabo. (obs: cabo úmido = III%)
3) MEIA-VOLTA (8-2):
> Dada num embrulho, é fácil de desfazer. I Dada no chicote de um cabo para não desgumir ou não descochar, é difícil de desfazer.
> Serve de base para outros nós. I O cabo perde mais da metade da sua força.
4) VOLTA DE FIADOR (8-3):
> É um 8 simetricamente perfeito.
> Dado no chicote do tirador de uma talha, para não desgumir (é mais fácil de desfazer que a meia-volta).
5) COTE (8-4):
> É uma volta singela em que uma parte do cabo morde a outra. I Raramente é usado.
> Serve para: 1) rematar outras voltas; e 2) prender momentaneamente o chicote de um cabo que não vai sofrer esforço.
6) VOLTA DE FIEL SINGELA (8-516):
> São 2 cotes dados um contra o outro. O chicote sai entre eles, e em sentidos contrários.
> Muito usada para: 1) passar um fiel ou adriça em tomo de um balaústre, olhal ou pé-de-carneiro; e 2) amarrar um cabo fino em
tomo de outro mais grosso. I Deve ser usada onde a tensão seja cte. Caso contrário, deve ser rematada com um cote ou botão.
7) VOLTA DE FIEL DOBRADA (8-7):
> Nunca recorre. Portanto, é usada para aguentar qq cabo em tomo de um mais grosso (aboçar) ou de um pé-de-carneiro.
8) VOLTA SINGELA E COTES (8-8)- VOLTA REDONDA E COTES (8-9):
> São 1, 2 ou mais cotes (no mesmo sentido) arrematando a volta.
> Se for dado apenas 1 cote, deve-se abotoar o chicote. I Com 2 cotes, não se desfaz como a anterior, mas também recorre.
> Servem para aguentar um cabo: 1) ao anete de uma âncora; 2) à boça de uma embarcação; 3) ao arganéu de uma bóia; etc.
> A volta redonda e 2 cotes pode ser usada para aguentar uma espia num cabeço (colocar um pedaço de madeira separando os 2
cotes, ou abotoar o chicote).
9) VOLTA DA RIBEIRA (8-10):
> É uma volta e um cote em tomo de um objeto, enleando-se o chicote em tomo do próprio cabo.
> Serve para amarrar objetos leves para içar (uma antena, mastro, etc).
10) VOLTA DA RIBEIRA E COTE (8-11):
> Serve para os mesmos fins que a volta da ribeira. Mas o cote dá mais segurança, pois o objeto fica preso em 2 partes.
11) VOLTA SINGELA MORDIDA, EM GATOS (8-12): _ I
> É um cote sobre um gato. I Serve para prender um cabo, com presteza, a qualquer gato fixo ou aparelho de içar.
> Sob esforço, o vivo do cabo morde o chicote. I Se for demandar muita força e tiver perigo do gato abrir, faz -se como em b ou c.
> Pode-se fazer uma VOLTA REDONDA MORDIDA, que é mais segura.
> Voltas mordidas em gato estão em desuso, pois é preferível fazer um balso singelo e passá-lo no gato.
12) BOCA DE LOBO SINGELA (8-13):
> Para amarração provisória de qq cabo a um gato fixo, pelo seio ou chicote.
> O cabo porta melhor por um dos chicotes, mas pode portar por ambos. I É mais seguro que as voltas mordidas em gatos.
> BOCA DE LOBO DOBRADA (8-14): para os mesmos fins que a singela, e ainda servepara cortar(= encurtar) um estropo singelo.
14) VOLTA DE FATEIXA (8-15):
> Dá-se uma volta redonda, e depois um cote, com o cabo passando por dentro da volta redonda.
> O chicote deve ser rematado por um botão, ou por um 2° cote.
> Serve para amarrar uma espia a um ancorote, um fiel a um balde, etc.
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15) VOLTA DE TORTOR (8-16):
~ É usada para: 1) aguentar um passador em um merlim (quando se deseja rondar as voltas que atracam 2 partes de um cabo);
2) falcaçar; 3) prender um cabo a um gato; 4) amarração das pranchas de costado; etc.
16) VOLTA REDONDA MORDIDA E COTE (8-17):
~ Dificilmente recorre. Quanto maior o esforço, mais apertada fica.
~ É dada em tomo de um objeto fixo, metendo depois o chicote entre as duas voltas. I Em desuso.
17) VOLTA DE ENCAPELADURA SINGELA (8-18):
~ Serve para aguentar um mastro ou antena ao alto.
~ A parte central encapela no topo do mastro; os 2 chicotes e as 2 alças são amarrados no convés.
~ VOLTA DE ENCAPELADURA DOBRADA (8-19): é dada com 3 seios (ao invés de 2). I É SÓ para enfeite.
~ VOLTA DE ENCAPELADURA EM CRUZ (8-20): serve para substituir uma alça provisória, e tb para ornamentação.
18) VOLTAS TRINCAFIADAS (8-21):
~ É uma série de cotes (i e, voltas singelas mordidas) dados sucessivamente. I Servem para ferrar toldos, velas e macacas.
~ Tb podem ser dadas com merlim para: 1) marcar um ponto num cabo; ou 2) dar um botão provisório em 2 cabos ou objetos que
se deseja unir. I Nesses casos, as voltas ficam bem unidas.
19) VOLTA FALIDA (8-22):
~ É uma série de voltas alternadas dadas entre dois objetos quaisquer para: 1) atracar 2 cabos, dando um botão provisório;
2) unir 2 peças; 3) amarrar um cabo alceado a um mastro; 4) fazer badernas, portuguesas e peitos-de-morte;
5) dar volta a uma espia ou cabo de laborar em torno de 2 cabeços, cunhos ou malaguetas.
SEÇÃO B -NÓS DADOS COM O CHICOTE OU COM O SEIO DE UM CABO SOBRE SÍ MESMO
1) LAIS DE GUIA (8-23):
~ É o rei dos nós. I Nunca recorre. I É fácil de desfazer.
~ Serve para formar uma alça ou um balso, que pode ser de qq tamanho, mas não recorre como um laço.
~ Sendo assim, pode-se 1) fazer uma alça temporária numa espia; 2) unir 2 espias que não devam trabalhar em cabrestante;
3) amarrar temporariamente embarcações pequenas ao arganéu de uma bóia.
2) BALSO SINGELO (8-2311):
~ É o resultado de um lais de guia dado no próprio cabo, formando apenas um seio.
3) BALSO DE CORRER ou LAIS DE GUIA DE CORRER (8-27):
~ É um laço formado por um balso singelo em torno do seio, usado onde se precisa de uma alça de correr feita com presteza.
4) BALSO DE CALAFATE (8-24):
~ É formado como um balso singelo, mas o chicote dá mais uma volta por dentro da alça x (8-23).
~ Os dois seios ficam livres de correr (aumenta um, diminui o outro).
~ Serve para aguentar um homem no costado ou mastro, ou descê-lo num paiol (fica com as mãos livres e lais de guia no peito).
5) BALSO DOBRADO (8-25):
~ É um balso com 2 seios, formados antes de dar o lais de guia.
~ Serve para os mesmos fins que o balso de calafate; e ainda pode ser passado em tomo de um objeto a içar, servindo de estropo.
6) BALSO PELO SEIO (8-26):
~ É feito com o seio de um cabo dobrado. I Tb serve para pendurar um homem.
~ É usado onde for necessária maior resistência que um balso singelo; ou quando não se pode tomar o cabo pelo chicote.
7) BALSO AMERICANO:
~ Para formar 2 voltas num cabo, sem que elas corram. I Serve para retirar um ferido de um porão, ou pendurar alguém no mastro.
8) CORRENTE (8-28):
~ Série de voltas dadas para diminuir o comprimento de um cabo que não sofre esforço (ex: um chicote qq pendurado).
~ Começa-se por uma alça (que pode ser uma meia-volta).
9) CATAV (8-29):
~ É uma dobra que se dá no seio de um cabo, para encurtá-lo ou esconder um ponto fraco . I Dão-se 2 cotes com o seio (b).
~ Para aumentar a segurança, pode-se passar um botão redondo esganado (c), ou meter 2 taliscas de madeira (d).
~ Se o cabo for grosso e dificil de dar o nó, pode-se apenas abotoar (e).
~ CATAU DE BANDEIRA: para atapetar as bandeiras de sinais. Uma vez no tope, puxa-se uma das pemadas, e o catau será desfeito.
10) NÓ DE AZELHA (8-30):
~ Dado com o seio. Serve para: 1) marcar ou encurtar um cabo ou merlim; ou 2) tomar medidas das velas (nó marca os punhos).
11) NÓ DE PESCADOR (8-31):
~ Usado por pescadores para encurtar uma linha, escondendo um ponto coçado.
12) NÓ DE MORINGA (8-32):
~ Usado para enfeite, ou onde seja necessária uma alça permanente. I Era usado para pendurar as moringas de asa nos veleiros.
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SEÇÃO C -NÓS DADOS PARA EMENDAR DOIS CABOS PELOS CHICOTES
1) NÓ DIREITO (8-33):
~ Para unir 2 chicotes. I A 2" meia-volta é dada no sentido inverso da 1•. I Não recorre.
~ Muito dificil de ser desfeito. I Mas se os cabos são de tamanho ou material diferentes, ele se desfaz sozinho.
~ Usar para cabos finos que não demandem força, ou para terminar uma amarração definitiva qq.
~ Nunca usar para unir cabos de aparelhos de laborar, ou emendar espias.
~ NÓ TORTO (8-34): as duas meias-voltas são dadas no mesmo sentido. I Não é usado porque recorre.
2) NÓ DE ESCOTA SINGELO (8-35):
~ Para unir dois cabos pelos chicotes; ou um chicote a um olhal/mão/alça.
~ Usado para: 1) amarrar uma adriça sem gato numa bandeira; 2) dar volta à boça de uma emb miúda na mão do cabo de cabeço
de um surriola; 3) unir cabos finos ou de diferentes bitolas.
~ NÓ DE ESCOTA DOBRADO (8-36): o chicote faz uma volta redonda (em vez de singela), para maior segurança. Usado para
emendar duas espias, especialmente quando uma delas tem alça, ou se são de tamanhos diferentes (a mais grossa forma a alça).
~ NÓ DE ESCOTA DE ROSA (8-37): usado para unir dois cabos de bitolas diferentes.
3) NÓ DE CORRER ou NÓ DE PESCADOR (8-38):
~ Serve para emendar dois cabos. I Em cada chicote, dá-se uma meia-volta em torno do outro.
4) NÓ DE FIO DE CARRETA (8-39):
~ Usado para emendar dois fios de carreta. I Em desuso.
~ Os fios de carreta são separados em 2 metades (constituindo 4 cordões), e depois são entrelaçados (formando um nó direito).
5) NÓ DE FRADE (8-40):
~ Usado para ornamentação e para limitar o âng de leme de embs miúdas.
6) ABOÇADURAS (8-41): (não tem nada a ver com boça ou com aboçar)
~ Servem para emendar 2 espias com rapidez e segurança. I São volumosos, não podendo gurnir em cabrestantes ou retornos.
~ Tipos: a) 2 laises de guia;
b/c) 2/4 cotes com os chicotes abotoados (os botões devem ser esganados, para maior segurança).
d) passa-se um seio por dentro do outro. Os cotes são aguentados por um botão em cruz e outro redondo.
e) somente botões em cruz.
SEÇÃO D - TRABALHOS FEITOS NOS CHICOTES DOS CABOS
1) FALCAÇA (8-42/43):
~ Sempre que um cabo é cortado, é necessário falcaçá-lo. Este é o meio mais correto para não permitir descochar o chicote.
~ Falcaçar consiste em dar um certo número de voltas redondas em torno dos cordões (com fio de vela ou merlim).
~ O núm de voltas não é arbitrário, ele deve ser tal que a largura da falcaça seja igual ao diâmetro do cabo.
~ As voltas devem ser todas bem unidas, e os chicotes do merlim ou fio de vela são sempre cortados bem rente. I Há 6 métodos.
2) PINHA:
~ É uma intercalação simétrica dos cordões de um cabo, feita geralmente no chicote (que para isso é descochado num certo
comprimento). I Falcaçe o cabo no lugar onde for começar a pinha, e falcaçe tb os chicotes dos cordões (para eles não
descocharem durante a faina). I Pinha de anel é outra coisa!!
~ É usada principalmente como enfeite, mas tb serve para: 1) aguentar um cabo de vai-vem num olhal; 2) não deixar um chicote
desgurnir; 3) aumentar o peso do chicote (como nos cabos-guias e nas retinidas).
~ Há vários tipos. A pinha singela e o nó de porco servem principalmente como base ou parte de outras pinhas.
~ De modo geral, as pinhas podem ser continuadas dando-se em cada cordão 2, 3 ou + voltas paralelasao caminho já percorrido.
~ Para enfeites, podem ser usados diversos pedaços de merlim unidos por um botão (ou merlins já entrelaçados), e com eles
construir qq pinha (como se cada merlim fosse o cordão de um cabo).
~ Os tipos são: \
- Pinha singela (8-44): pode substituir uma falcaça. I Os cordões ficam voltados para cima. I Pinha singela de cordões dobrados.
- Nó de porco (8-45): é o inverso da pinha singela (os cordões voltam-se para baixo). I Nó de porco de cordões dobrados.
- Falcaça francesa.
- Pinha dobrada (8-46): pinha singela + nó de porco + dobra-se a pinha singela+ dobra-se o nó de porco. I É um dos mais usados.
- Pinha de colhedor singela (8-47): a construção é semelhante à de uma pinha singela. I Pinha de colhedor dobrada (8-48).
- Pinha de boça (8-49): pinha singela +pinha singela.
- Pinha de rosa singela (8-50): assim como a de colhedor e a de boca, pode ser feita em um ponto gg do cabo, desde que se
descoche o cabo até o ponto desejado. I Pinha de rosa dobrada.
-Pinha fixa (8-51): usada nos andorinhas das lanchas (como apoio para a guarnição subir e descer), nos tirantes das escadas de
quebra-peito, e nos fiéis do leme (para limitar o âng de guinada).
-Pinha de cesta (8-52): usada nas adriças de sinais para facilitar a descida das bandeiras içadas (vai um saco de areia dentro da
pinha, chamado pandulho). I Tb pode ser usado nas retinidas.
- Pinha de lambaz (8-53): usada na confecção de lambaz (??), e tb como ornamentação.
- Pinha cruzada ou em cruz, ou pinha de retinida (8-54): coloca-se um pandulho no seu interior. Tb é usada como ornamento.
- Pinha de abacaxi (8-55): entrelaçamento de tamanho ilimitado, que serve para ornamentar pés-de-carneiro e canas do leme.
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SEÇÃO E - TRABALHOS PARA AMARRAR 2 CABOS OU 2 OBJETOS QUAISQUER
1) BOTÕES: consistem em voltas redondas dadas em tomo de 2 partes de cabo, para prendê-las de modo definitivo.
São usados para: - alcear qq volta, aguentando o chicote ou seio ao vivo do próprio cabo, quando há receio de que ela
possa recorrer ou desfazer.
- fazer malhas de redes, aboçadura ou uma encapeladura.
- amarrar 2 gatos iguais ou um gato de tesoura.
-amarrar um olhal a uma peça fixa qualquer; etc.
- Botão redondo (8-56): é uma série de voltas redondas e, de modo geral, pode ser feito por qualquer dos métodos de falcaçar.
Usado onde não há esforço grande sobre o cabo, ou onde o esforço seja exercido igualmente sobre ambas as partes do cabo.
- Botão redondo esganado (8-57): são dadas 2 ou 3 voltas redondas sobre o botão, terminando em volta de fiel (ou dá-se apenas a
volta de fiel). I Dá maior segurança, sendo usado sempre que o esforço se exerça apenas sobre uma das partes do cabo. I Podem
ser usados para fazer alça em cabos trançados (que não podem fazer costuras, como linhas de odômetro e de prumo).
- Botão redondo coberto e esganado (8-58): são dadas outras voltas redondas cobrindo o botão redondo, e depois o botão é
esganado com uma volta de fiel. I É o botão mais forte. I Muito usado para alcear um cabo num sapatilha.
- Botão falido (8-59): é dado com voltas falidas. I É o melhor método quando o esforço nas duas pernadas for desigual. I É tb
usado em cabrilhas. I Pode ser coberto por voltas redondas; e tb pode ser esganado.
-Botão cruzado (8-61): são diversas voltas redondas dadas em 2 direções perpendiculares para aguentar 2 cabos cruzados.
2) BADERNAS: são botões provisórios dados em quaisquer cabos de laborar, para não arriarem (ex: tiradores de talhas, etc).
3) ALÇA DE BOTÃO REDONDO (8-62): usada onde é necessária uma alça permanente no seio de um cabo.
4) BARBELA (8-63): são 2 a 4 voltas redondas, esganadas e rematadas com um nó direito, dadas nos gatos, para não desengatarem
(ppalmente quando a carga deva ser suportada por algum tempo).
5) COSEDURA: é o nome que toma qualquer botão dado para apertar as alças do poleame, as gargantas dos estais, as
encapeladuras dos ovéns, etc (com mialhar, arrebém, linha ou merlim).
6) PORTUGUESA (8-60): dão-se voltas redondas e falidas, alternadamente, depois esgana-se o merlim com voltas redondas ou
volta de fiel. I Como o botão falido, serve para amarrar 2 cabos ou 2 vergônteas paralelas. I Serve para quando o esforço seja
exercido apenas sobre uma das pernadas (as voltas falidas evitam que as partes do cabo recorram).
7) PEITO DE MORTE (8-64): nome dado aos botões redondos, botões falidos ou portuguesas, esganados como numa barbela,
quando usados para prender, por ex, um mastaréu ao que lhe fica embaixo, ou 2 paus que se cruzam formando uma cabrilha.
8) ARREATADURA (8-65): arreatar é atar 2 ou mais peças com voltas de cabos (ex: arreata-se um mastro ou verga quando
trincados ou partidos). I Se a amarração tomar folga, colocam-se taliscas de madeira.
SEÇÃO F - TRABALHOS DIVERSOS
1) ENGAIAR, PERCINTAR, TRINCAFIAR, FORRAR, ENCAPAR OU EMANGUEIRAR UM CABO (8-66):
)o> São trabalhos para proteger uma costura ou um cabo que deva ficar exposto ao tempo ou a um uso tal que possa danificá-lo.
)o> Antes de engaiar, percintar e forrar um cabo, amarre-o num lugar safo e a uma determinada altura, mantendo-o teso.
)o> O material usado deve ser bem amarrado nos pontos de partida, e as voltas de lona ou merlim devem ser bem apertadas.
a) Engaiar: é seguir cada cocha do cabo com linha alcatroada, merlim alcatroado ou arrebém (acd bitola do cabo).
- Isso guarnece a cocha, impedindo a penetração de umidade e tomando a superfície lisa.
b) Percintar: enrole a percinta (tiras de lona ou brim alcatroadas) em espiral, seguindo a cocha do cabo.
- Para não penetrar água de chuva num aparelho fixo, percinta-se a partir do chicote inferior.
- Antes de percintar um cabo de aço, passe zarcão nele (depois de engaiado ), e percinte com a tinta ainda fresca.
c) Trincafiar: consiste em amarrar as percintas com fios de vela ou linha de rami, dando voltas de trincafios ou tomadouros (?).
d) Forrar: consiste em cobrir, com voltas redondas de merlim, um cabo que pode ter sido anteriormente engaido e percintado.
-Usa-se um macete de forrar para fazer as voltas bem ajustadas e rondadas.
- Forra-se um cabo no sentido contrário ao da cocha!
-Forrar tb é cobrir um cabo com coxim, ou com urna tira de lona/brim/couro cosida no sentido do comprimento do cabo.
e) Encapar ou emangueirar: é cobrir com lona e costurar com ponto de bigorrilha chato.
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2) COSTURAS EM CABOS DE FIBRA:
~ Costuras são emendas permanentes de dois chicotes, ou de um chicote ao seio de um cabo, por meio de entrelaçamento de
seus cordões. I Costuma-se falcaçar provisoriamente os cordões e tb os cabos nos pontos em que a costura deve começar. São
recomendadas 4 ou 5 cochas./ As ferramentas usadas são um macete e um passador. I É muito difícil costurar em cabos de aço.
~ Comparado com as emendas feitas com nós e aboçaduras, as costuras apresentam as vantagens de maior resistência à tração e
de melhor gurnirem num cabrestante ou retomo qualquer. I Elas diminuem a resistência do cabo em cerca de 10-15%.
a) Costura redonda (8-67):
- Os cordões de um cabo são trançados entre os cordões do outro. I É o meio mais forte de se unir 2 cabos.
- Serve para fazer estropos ou para emendar 2 espias ou 2 cabos que não necessitem gurnir num poleame.
- Descocha-se o cabo em cerca de 3 x a circunferência .... No final, bata bem a costura com o macete, e corte o que sobrar em
cada chicote (mas não muito rente, para não desfazer a costura quando o cabo esticar).
-Para melhorar a aparência e ficar mais forte, ou quando se quiser percintar e forrar, use um comp maior que o acima.
b) Costura de laborar:
- A emenda fica com o mesmo diâmetro do cabo original (pode nem ser notada), mas é um pouco mais fraca que este.
- Serve para emendar 2 cabos quando tiverem que gurnir num poleame, ou para embelezar.
- Descoche os chicotes em cerca de 12-15 x a circunferência dos cabos ..... subsititua um cordão de um cabo por um cordão do
outro cabo, até que se tenha 3 pares de cordõesem pontos equidistantes do cabo .... bla bla ...
c) Costura de mão: (a resistência fica igual à do cabo)
- O chicote é dobrado para formar uma alça de qq tamanho, e depois é costurado no próprio cabo com uma costura redonda.
- Descoche o cabo em cerca de 3 x a sua circunferência. Vá passando os cordões do chicote pelos cordões do seio como numa
costura redonda (usando um passador), e remate tb como na costura redonda.
- MÃO DE ENCAPELADURA: nome dado quando o olho da mão é grande e próprio para encapelar no tope de um mastro.
d) Outras:
-Costura (de mão) em cabo trançado de 8 cordões: descoche cerca de 4 x a circunferência do cabo, falcace os cordões com
fita gomada, e separe-os aos pares. Vá enfiando os cordões com uma espicha de madeira. A costura estará pronta após 4-5 passes.
- Costura em cabo naval de dupla trança (8-70a): é uma costura de mão usada somente para cabo novo, que mantém cerca de
90% da resistência do cabo. I As ferramentas necessárias são um passador de aço, um empurrador e fita adesiva (8-70b ).
A alma do próprio cabo sai dele e entra de novo, em sentido contrário (o processo é complicado).
3) GARRUNCHOS (8-72): são anéis de metal ou de cabo (semelhantes aos ilhoses dos toldos e velas), presos no gurutil das
velas latinas (?), nas forras dos rizes para os impunidouros (?), nos punhos das escotas, etc./ Em vez de metidos na cocha do
cabo, os garrunchos podem ser passados em ilhoses da tralha do pano.
4) AUSTE (8-73): é uma forma de se ligar 2 cabos pelos chicotes. I Em desuso. I Descocham-se os cordões de um cabo e coloca-se
um cabo em frente ao outro, com os cordões alternados de cada cabo metendo-se entre os cordões do outro.
5) COSTURA DE BOCA DE LOBO (8-74): usada para encapelar num mastro onde sejam necessárias 2 pernadas de cabo.
- Quando se precisa que as 2 pemadas não partam do mesmo ponto, é melhor que uma encapeladura feita por alça de botão redondo.
- Pode ser feita emendando 2 cabos (A), ou ligando um pedaço de cabo ao seio de outro (B). I As emendas são feitas com costuras
de mão, que podem ser depois engaidas, percintadas e forradas.
6) ALÇA TRICAFIADA (8-75): usada para: 1) os chicotes dos cabos-guias; 2) terminar trabalhos como gaxetas e rabichos; e 3)
em qq alça pequena onde não seja adequada uma costura de mão.
- Descoche o cabo e os cordões, e separe os fios de carreta em 2 metades. I Afaste os fios de carreta externos do cabo; e os outros,
amarram-se com nó direito em tomo de um cepo de madeira, em diferentes pontos da circunferência. I Sobre o cepo, coloque
pedaços de fios de vela para amarrar os fios de carreta. I Retire o cepo, e arrume os fios de carreta externos em tomo da alça. Com
um desses fios, ou com merlim, dão-se voltas trincafiadas em tomo da alça, que pode depois ser trincafiada e forrada.
7) ALÇA PARA CORRENTE (8-76): era usada para emendar um cabo de fibra a uma corrente que gumisse num poleame.
8) UNHÃO SINGELO (8-77): é uma emenda de 2 cabos pelos chicotes, formando uma espécie de pinha.
- Era usado para emendar ovéns, brandais, estais ...
9) EMBOTIJO: é um trançado com que se cobrem balaústres, pés-de-carneiro, cabos grossos, defensas, ou outros objetos,
para protegê-los contra o desgaste ou para ornamentá-los. I É feito com merlim, fio de vela, etc. I Podem ter várias formas.
a) Embotijo de canal, de 2 cordões (8-78): amarram-se 2 pedaços de merlim no cabo. I Um merlim dá cotes para a direita, o outro
para a esquerda, alternadamente. I Os cotes são apertados bem juntos. I Os nós podem ficar cada um embaixo do anterior, ou ficam
afastados (como na figura), ou mesmo diametralmente opostos.
-<'
- Outros embotijos de canal: de 3 ou mais cordões (8-79), de cordões duplos (8-80), de 3 cordões em cada lado (8-82): de modo
geral, todos os trabalhos a seguir podem ser de cordões duplos, ou mesmo triplos.
b) Embotijo de 4 cordões, em cotes alternados (8-90).
c) Embotijo de cotes, em um cordão (8-87): amarra-se um cordão no cabo e vai-se dando voltas redondas e um cote ao fim de
cada volta. I Há muitas combinações de voltas e cotes. I Quando os cotes são dados no mesmo sentido, os nós ficam em espiral.
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d) Embotijo de cotes, para dentro (8-83): excelente para fazer defensas para embs miúdas. I Colocam-se vários pedaços
pequenos de merlim no sentido longitudinal do cabo. Daí um merlim grandão, que servirá de madre, vai dando voltas redondas em
tomo do cabo. Nela, cada um dos merlimzinhos vai dando cotes para dentro.
- Se os cotes forem dados para fora (8-84), tem-se uma superfície mais lisa .
e) Embotijo de defensa (8-85): usado para cobrir defensas grandes ou de formas irregulares. I É feito com um só cordão, que
vai dando cotes no seio dos cotes anteriores. I O núm de cotes pode ser variado para que o trabalho fique mais aberto ou mais
fechado, e tb para adaptá-lo aos contornos do objeto.
f) Embotijo de nós de porco (8-86): feito com 3 ou+ cordões. Dão-se nós de porco, formando uma volta de nós em tomo do cabo.
-Em vez de nós de porco (p/ baixo), pode-se dar nós de pinha singela (p/ cima), ou ambos nós alternados, para a esq ou direita.
g) Embotijo de meias-voltas (8-2): dão-se meias-voltas encostadas umas nas outras, com um número par de cordões.
h) Embotijo de rabo de cavalo (8-88): é feito com um núm par de cordões ou tiras de lona.
- É o mesmo trançado que se vê nas linhas de adriças. I Muito usado para cobrir pés-de-carneiro, rabichos, etc.
i) Embotijo de rabo de raposa ou embotijo de agulha (8-89): usado nas defensas pequenas.
- Amarra-se ao cabo um núm ímpar de merlins suficiente para cobrir todo o cabo. I Enfia-se um merlim ou fio de vela um pouco
mais fino numa agulha, que dá voltas redondas no cabo, passando alternadamente por cima e por baixo de 2 merlins mais grossos.
-Se o núm de merlins grossos for ímpar, o aspecto será de espiral (A); mas não se for par (B).
j) Embotijo em leque (8-81alb): amarram-se 2, 3 ou+ merlins ao cabo, e dão-se 2, 3 ou+ cotes sucessivos para a direita, um em
cada merlim, e depois repete tudo para a esquerda. I Os nós ficam um embaixo do outro.
10) GAXETA: trançado para fins ornamentais em molduras, fiéis, fundas, cortinas, etc; feito com merlim, fio de vela, etc.
Convém amarrar os cordões num olhal ou balaústre, e numerá-los. I Os cordões podem ser duplos, triplos ou quádruplos.
- Gaxeta simples, de 3 cordões (8-91): é uma trança.
- Gaxeta simples, de 3 cordões dobrados (8-98): idem, só que os cordões são duplos.
- Gaxeta simples, ou plana, ou inglesa, de mais de 3 cordões (8-92): feita com qq número de cordões. I O modo de construção
difere conforme o número de cordões seja par ou ímpar.
- Gaxeta de rabo de cavalo ou gaxeta redonda de 4 cordões (8-93): separam-se os cordões em 2 grupos, 2-2.
- Gaxeta portuguesa, de 5 cordões (8-94): separam-se os cordões em 2 grupos, 3-2.
- Gaxeta quadrada, ou de 4 faces (8-95): é feita com 8, 12, 16 ... cordões., que são divididos em 2 grupos (4-4, 6-6, 8-8 ...).
- Gaxeta coberta, de 9 cordões (8-96): separam-se os cordões em 2 grupos, 5-4.
- Gaxeta francesa, de 7 cordões (8-97): separam-se os cordões em 2 grupos, 4-3.
- Gaxeta de meia-cana, de 8 cordões (8-99): separam-se os cordões em 2 grupos, 4-4. I Ela é plana de um lado, e tem 3 faces do
outro (forma de um prisma semi-hexagonal).
- Gaxeta cilíndrica: feita com 4 cordões, separados 2 a 2. I É a mais indicada para fiel de cortina.
- Gaxeta laminada (8-100): confeccionada com um número ímpar de cordões, a partir de 5. I Serve para substituir a borracha de
vedacão das portas estanques e do eixo propulsor.
11) PINHA DE ANEL: usada para ornamentar pés-de-carneiro, corrimãos, balaústres, ferros de toldo, etc. I É feita com
merlim, linha, cabo fino ou tiras de lona, sobre um cabo mais grosso ou qq objeto cilíndrico. I O trabalho pode ser coberto com
verniz. I Há um catupilhão de tipos de pinhas de anel. As mais comuns são:
- Pinha de anel, de 3 cordões (8-101): a de(F) é singela. I Pode-se fazer uma de 3 cordões duplos ou de 3 cordões tríplices (G).
-Pinha de anel, de 4 cordões (8-102): vide figura.
- Pinha de anel fixa a um cabo (8-103): usada em cabos-guia, ou em cabos onde sobe um homem. I Costura-se ou abotoa-se um
pedaço de merlim ao seio de outro merlim, resultando num conjunto de 3 pernas (A), bla, bla ...
12) COXINS: são trançados feitos geralmente com os cordões de um cabo descochado, com muitas aplicações: capachos, defensas,
proteção de portalós, entradas de embarcações, paus de contrabalanço, etc. I Distinguem-se das gaxetas por terem maior largura, e
dos embotijos por serem planos.
- Coxim francês (8-104): amarre um pedaço de cabo na horizontal e pendure alguns cordões (separação a gosto). O trançado é igual
ao do embotijo de rabo de cavalo.
- Coxim espanhol (8-1 05): idem anterior. I O trançado é feito com nós de porco, dados da esq para~ dir, e depois ao contrário.
- Coxim russo (8-106): idem anterior. I O trançado é feito com nós de pinha singela.
- Coxim de tear (8-107): vide figura.
- Coxim português (8-108): é feito em posição horizontal.
- Coxim turco (8-109): usado para quadros de trabalhos marinheiros, capachos de escada de portaló, ou para proteção de carga
nas fainas de transferência.
13) RABICHOS: é um trabalho de embotijamento feito nos chicotes dos cabos. I Servem para: 1) embelezar; 2) não deixar
descochar; ou 3) tomar os cabos mais fáceis de gumir.
- Rabicho de rabo de raposa (8-110): falcace numa dist igual a 6 x a circunferência. I Descoche os cordões até a falcaça e separe
os fios de carreta necessários para o embotijo (estes são trançados 2 a 2, formando filaças). I Os fios de carreta internos são
afilados e reunidos por voltas trincafiadas, e vão constituir a madre do rabicho. I O entrelaçamento externo é semelhante ao
embotijo de rabo de raposa. I Ele pode tomar o aspecto de espiral (se o núm de filaças for ímpar), ou pode tomar várias formas.
- Rabicho de rabo de cavalo: a diferença é que o entrelaçamento externo é um embotijo de rabo de cavalo.
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14) DEFENSAS:
- Defensas grandes: são feitas de pedaços de espias grossas, feixes de lenha, etc. I São pesadas, usam um teque para manobrar.
- Defensas comuns: consiste de um saco de lona forte cheio de cortiça granulada, borracha ou pedaços de cordões de cabo de fibra.
O saco é coberto por embotijo e amarrado por um fiel. I São leves e manobradas por 1 homem só.
- Saco interno: recebe um estropo por dentro, cuja ponta fica para fora, servindo de alça para amarrar o fiel da defensa.
- Embotijo: é o invólucro de uma defensa comum. I O + usado é o embotijo de defensa. I Amarre um cordão longo no meio da
defensa, e comece o trabalho do meio para as extremidades. Pode-se usar só 1 cordão para a metade superior e outro para a inferior.
- Tipos (8-111):
(A) Chata ou charuto: usada temporariamente para a atracação de navios e embs miúdas.
(B) De balão: idem.
(C) Cilíndrica vertical ou garrafa: idem.
(D) Cilíndrica horizontal: tem 2 fiéis para amarrar na horizontal. I É fixada permanentemente no verdugo de tugs e embs miúdas.
(E) De roda ou meia-lua: fixada horizontal e permanentemente no bico de proa de tugs e lanchas.
(F) Circular: feita com pneus cheios de cabos ou outro material leve e resistente. I Tem um furo para escoar água.
(8-11213) Para cais: podem ser flutuantes de madeira; ou de cabos velhos, feixes de lenha, etc.
15) PRANCHAS:
- Para mastreação ou "guindola" (8-114): é uma tábua de aprox 20x60 cm, com 4 furos, para 1 só homem trabalhar nos mastros.
É aparelhada com 1 só cabo, cujos chicotes são ligados embaixo da tábua por costura redonda. I Os 2 seios superiores são abotoados
para formar 1 só alça, onde se amarra o fiel (ou um teque) com um nó de escota singelo ou dobrado.
-Para o costado (8-115): é uma tábua de 20 cm de largura, com 2 travessões aparafusados (para mantê-la afastada do costado). O
comp da tábua depende se ela é para 1 ou 2 homens. I A prancha tem um fiel para cada extremidade. I Aparelhar: dê uma volta
de tortor num cabo solteiro (A) e coloque o nó sob o travessão. Depois, dê um lais de guia no seio. I Os 2 fiéis podem ser
amarrados aos gatos de 2 teques fixados ao convés, cujos tiradores são amarrados embaixo, nos próprios fiéis da prancha.
16) ESCADA DE QUEBRA-PEITO (8-116):
)> Escada A: usada nos paus de surriola. I Os degraus têm 30 cm, com goivados nas extremidades. I A dobra do cabo na parte
inferior forma uma alça com sapatilho, preso por botão redondo. I A cada 30 cm, começando por baixo, abre-se o cabo com
um passador, metem-se os degraus e abotoa-se o cabo acima e abaixo do degrau (com botão redondo). I Preferivelmente, o
cabo usado é de 4 cordões. I Em ambos os chicotes, faz-se uma alça com sapatilha para amarrar a escada.
)> Escada B: usada na popa e em outras partes do casco. I É feita da mesma maneira, exceto que as duas pemadas do cabo ficam
ligadas por costura redonda, na parte inferior.
)> Escada C: é a de Prático, mais robusta, com 4 furos por degrau. I O tamanho e o espaçamento é o mesmo: 30 cm e 30 cm.
Use 2 cabos dobrados (com um sapatilho na dobra), cada um com 4 ma mais que o dobro do comp da escada. I Enfie todos
os degraus, aperte o 1 o degrau de encontro aos sapatilhas, e prenda esse degrau dando um botão redondo esganado para unir os
dois cabos em cada lado. I Prenda todos os degraus com botões redondos esganados (acima e abaixo) unindo os cabos.
Para rematar, em cada lado, costure o chicote mais curto no mais comprido. Este será falcaçado e servirá para amarrar a
escada (tb se pode rematar com 2 sapatilhos redondos, iguais aos inferiores).
)> Escada D (de cones): usa apenas um cabo, cujo chicote recebe costura de mão com sapatilha. A parte mais larga do cone fica
para cima. I Os cabos recebem pinhas de anel com cordões dobrados, feitas com um cabo fino.
)> Escada de cabo (8-117): os nós dos degraus são dados com as 2 pemadas do cabo (uma em S; e a--outra dá voltas redondas).
17) LANÇA IMPROVISADA (8-118): viga de madeira para manobrar pesos quando não há turco, guindaste ou pau-de-carga.
)> Soleira: tábua forte (com uma cavidade) ou cantoneiras onde o pé da lança descansa, para distribuir o esforço no convés.
)> Plumas: são 3 ou 4 cabos ou teques igualmente espaçados que guentam o tope da lança ..
)> Amantilho: é a pluma oposta à carga, que recebe o maior esforço. Não deve se afastar muito do plano vertical da lança.
(a distância entre o pé da lança e o ponto de amarração das plumas e amantilho no convés deve ser aprox 2 x o comp da lança)
)> Braçadeira: gola de ferro com olhais para amarrar as plumas e o aparelho de içar, usada apenas se for parte integrante da lança.
(se não houver braçadeira, as plumas e o amantilho podem ser amarrados com volta de encapeladura singela ou volta de fiel)
)> Estropo: serve para amarrar o aparelho de içar no tope da lança, se não houver olhal para isso na braçadeira.
)> Peias: são 3 teques horizontais que aguentam o pé da lança no lugar (espaçados de 120°), usados quando a carga for pesada.
)> Aparelho da carga: é uma talha patente ou um aparelho de laborar comum, cujo tirador pode ir num guincho (via patesca).
)> Para içar lanças pesadas, se não houver mastro nas proximidades, será necessário construir uma peq cabrilha.
Obs: Para mover a lança lateralmente, arrie a carga e reajuste a lança cada vez que girar um peq ângulo, de modo a que o amantilho
não se afaste muito do plano vertical da lança. I A lança deve trabalhar o mais próximo possível da vertical (máx 30° da vertical).
18) CABRILHA (8-119): para os mesmos fins que a lança (provê maior segurança, mas só permite mover a carga numa direção).
)> Duas vigas em tesoura são abotoadas paralelas, e depois abertas. Elas são amarradas por portuguesa (voltas falidas e
redondas esganadas) ou botão redondo esganado, e devem trabalhar o mais próx. possível da vertical. I Não tem braçadeira.
)> A distância entre os pésdeve ser 1/3 da distância entre cada pé e o ponto de cruzamento. I No ponto de cruzamento, é amarrado
um estropo para o aparelho de içar. I Não usa peias; mas se a carga for pesada, unem-se os pés com um pau horizontal.
)> 2 ou 4 plumas amarradas nos topes (com volta de fiel) são solecadas ou tesadas para mover o peso. As de vante são amarradas
à viga de ré, e vice-versa. I Pode arvorar a pluma do lado da carga, mas a cabrilha não poderá ser levada próx da vertical.
)> Cabrilha em tripé (8-120): é para pesos grandes, içados só na vertical. I Após amarrados, os paus ficam igualmente espaçados.
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19) AMARRAR UMA VERGA A UM MASTRO, OU 2 VIGAS QUE SE CRUZAM (8-121):
-Método 1: depois das voltas da figura, remate com voltas redondas sobre as falidas (entre as vigas), terminado com volta de fiel.
- Método II: dê 4-6 voltas redondas, e depois outras perpendiculares àquelas. Cada chicote pode ser amarrado por volta de fiel, ou
são unidos com nó direito.
20) REGULAR A TENSÃO DE UM CABO SEM MACACO (8-122): mude a pos do pedaço de madeira.
21) DAR VOLTA A UMA ESPIA NUM CABEÇO (8-123): a alça das espias é feita com costura de mão, ou então um lais de
guia forma um balso singelo. I Passe a espia por dentro das alças das anteriores, para poder tirar qualquer uma sem interferência.
22) DAR VOLTA À BOÇA DE UMA EMBARCAÇÃO NUM CABEÇO: se apenas puder usar o seio do cabo, vide 8-126.
-Se a boça não tiver alça, pode-se usar uma volta de fiel (8-124), ou voltas redondas e 2 cotes (8-125).
23) DAR VOLTA A UMA ESPIA EM 2 CABEÇOS (8-127): use voltas falidas (1• volta no 2° cabeço, de onde vem a espia).
- Espia de fibra: remate dando um cote em um dos cabeços, ou abotoe as duas voltas mais altas.
- Espia de aço: abotoa-se sempre.
24) ABOÇAR OU TRAPEAR UM CABO (8-128): aboça-se qq cabo sob tensão, quando se desejar mudar o ponto de amarração.
-Nunca aboçe um cabo de aço com um cabo de fibra. Use outro cabo de aço ou uma corrente (a corrente é preferível, mas
cuidado que ela amassa o cabo). I O cabo da boça deve ser mais fino que o cabo a aboçar.
- Um dos chicotes da boça é amarrado a um cabeço ou olhal, com volta de fiel ou com voltas redondas e cotes.
- Amarração no vivo do cabo: - dê 2 cotes simples ou 1 cote dobrado (preferível).
-dê 3 ou 4 voltas redondas não unidas (o sentido em rei à cocha do cabo não influi na resistência).
- abotoe o chicote ao cabo, ou aguente-o sob mão.
- Soleque o cabo até que a boça receba todo o esforço; amarre o cabo no outro lugar; e retire a boça com cuidado, para evitar lupada.
- Trapa de 2 pernadas: é mais segura porque usa 2 pemadas. Além disso, não dá torção na espia, evitando que venha a morder.
25) DAR VOLTA A UM CABO NUM CUNHO (8-129): dê voltas falidas como em A (B está errado, pode morder as voltas). Na
última volta, dê um cote como em A (C está errado).
26) DAR VOLTA A UM CABO NUMA MALAGUETA: é igual ao cunho. I Mas se o cabo tiver alça, faz-se como na fig 8-130.
27) DAR VOLTA A UM CABO PENDURANDO A SUA ADUCHA:
- Aducha grande: inicie uma aducha de pandeiro pelo seio, a cerca de 1 m de onde o cabo deu volta. I Depois, dê 2-3 voltas
redondas em tomo da aducha com o vivo, e faça como em 8-131. I O seio (III) pode ser passado num gato/malagueta/cunho.
- Aducha pequena: pendure como em 8-132.
28) GURNIR UM CABO NUM CABRESTANTE (8-133): coloque um homem no socairo, movendo o chicote para fora.
29) BADERNAS: quando tiver que dar volta ao tirador de uma talha e o peso for grande para ser aguentado com a mão, morde-se
a talha, o que é feito dando-se voltas falidas entre duas pernadas da beta (essas voltas são chamadas badernas).
30) AMARRAÇÃO DOS ENFREXATES (8-134): as alças dos chicote dos enfrechates são amarradas no 1 o e último ovéns com
botão redondo esganado, rematado por volta de fiel. I Os enfrechates são amarrados em cada ovém com volta d~fiel.
31) REDES (8-135): usa-se uma agulha de rede (B, que contém o pedaço de merlim com que se faz a rede) e um calibre (c, que
determina o tamanho das malhas). I A fig mostra uma rede feita de nós de escota. I Os tipos de rede são:
-Rede de abandono ou salvamento (8-136): flutua, pois tem caçoilos circulares de cortiça. I Suas partes são: 5 tirantes,
enfrexates, 2 cabeças ou testas (madeira ou ferro com furos, chamados de cutelo superior e inferior), aranha (formada pelos
tirantes). I O olhal recebe um fiel, cujo comp é 4 x o comp da rede.
-Rede de desembarque de tropa ou de abordagem (8-137): possui tirantes (verticais), 2 cabos horiz mais grossos, e enfrexates.
-Rede de balaustrada (8-138): a malha é formada com nós direito ou nós de escota. São amarradas à balaustrada com volta de
fiel ou botão redondo.
-Rede de carga (8-139): na MB, 2 tipos tomam nomes especiais: a rede de fundo fechado(+ indicada) e a rede de fundo aberto.
Faz-se um estropo tipo anel (a tralha), no qual são feitas 4 alças (os punhos). I Os punhos podem ser feitos pela cocha(+
indicado) ou por meio de botão cruzado. I As malhas são feitas por meio de cote pela cocha ( + indicado) ou botão cruzado. I Os
chicotes dos cabos da malha são metidos na cocha da tralha pegando 2 cordões, que ficam dentro das alças feitas em cada chicote.
32) DAR VOLTA AOS FIÉIS DE TOLDO (8-140): usar corrente fica feio. I Logo, dão-se voltas redondas entre o ilhós do toldo
e o vergueiro. I Deixa-se um comprimento no chicote do fiel suficiente para dar outras voltas redondas, perpendiculares às
primeiras. I Para rematar, dobra-se o chicote e mete-o nas voltas (ficando mordido). I Para desfazer, é só puxar o chicote.
33) AMARRAÇÃO DE ALÇAS A MASTROS, VERGAS, ETC (8-141): dê voltas falidas em tomo do mastro e de uma parte da
alça, e remate com uma meia-volta perpendicular às voltas falidas.
34) FIXAR UM CUNHO OU QQ OUTRA PEÇA A UM ESTAI (8-65): usa-se botões redondos, formando uma arreatadura.
35) TESAR BEM AS PElAS (8-142): passe um cunho ou barra de ferro, gire-o 180°, e amarre sua outra extremidade na peça.
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36) LONAS: usadas para: 1) camisas de colisão (lona n° 1); 2) toldos em geral (lona n° 3, de 0,60 m de largura); 3) toldos de embs
miúdas (lona n° 7); 4) sanefas (lona n° 7); etc. I Quanto menor o núm da lona, mais forte ela é.
- Ourelas: margens do pano, junto às arestas. I Urdidura: fiação no sentido do comp. I Trama: fiação no sentido da largura.
SEÇÃO G- ESTROPOS
~ Estropo é um pedaço de cabo cujos chicotes foram ligados, formando um anel, que se usa para vários fins.
~ É usado principalmente para fazer a conexão entre o aparelho de içar e o peso. Por isso, chama-se estropo, de modo geral, qq
pedaço de cabo, corrente ou lona com que se envolve um peso a içar. I Tipos:
- Estropo comum (8-158): anel de cabo de fibra ou de aço cujos chicotes são geralmente ligados por costura redonda.
- Estropo aberto (8-159): 2 ou 4 pernadas de corrente ou cabo de aço, unidas por um olhal, e com gatos nas pontas.
- Estropo braçalote (8-160): pedaço de cabo com uma alça em cada chicote (feita com costura redonda ou com clips).
- Estropo de rede (8-161): quadrada ou retangular, confeccionada especialmente para carga/descarga.
- Estropo de lona (8-162): lona retangular forte, guarnecida por uma tralha de cabo de fibra . I A lona é costurada num estropo
comum com ponto de palomba pela cocha.
- Outros tipos: estropo trincafiado, estropo para alcear poleame, etc.
a) Estropo de cabo de aço: pode ser aberto ou em anel. I A ligação dos chicotes é feita por costura, por acessórios dos cabos de
aço (terminal;+ forte); ou por olhal com sapatilho. I Comparado com os estropos de corrente: são mais leves e quase nunca partem
sem aviso prévio (os fios externos podem partir, mas os internos vão aguentar temporariamente).
b) Estropo de cabo de fibra: é o mais usado. I São de manilha, de 7-11 m, com os chicotes unidos por costura redonda.
c) Estropos de corrente (8-159): são geralmente abertos, e devem ser recozidos após 1 ano de uso.
- Para tonéis,trilhos, tubos, barras de ferro, etc: tem 2 pernadas e gato especial.
- Para caixotes: tem 4 pernadas e gatos de ferro em ângulo reto, ou gatos em ponta (que penetram em madeira) .
d) Estropos de anel (8-163): servem para alcear poleame (em desuso).
- De cabo de fibra: 1 cordão longo forma uma alça de 3 cordões. I Remata-se como uma costura de laborar, engaia, percinta,
trincafia e forra.
- De cabo de aço: 2 cordões longos formam a alça+- como acima. I Remata-se como uma costura de laborar, separando os
pontos de encontro dos chicotes.
e) Estropo trincafiado (8-164): feito com fio de vela/carreta/mialharlmerlim. I Para alcear poleame ou para estropos pequenos.
Colocam-se 2 pregos ou pinos e vai dando volta redonda até a grossura desejada; depois pode trincafiar e forrar. I É pouco usado.
f) Ângulo dos estropos: na fig 1-185, note que a carga dobra quando o ângulo é de 30° com a horizontal.
- Na prática, nem sempre se pode evitar ângulos pequenos, pois as pernadas devem ficar bem justas sobre a carga.
- O ideal é nunca usar um âng < 45°. Se isso não for possível, considere o rápido aumento da carga quando o âng diminui (8-166).
-Para cabos de fibra, um fator de segurança de 5 x 1 é sufi (considerando o acréscimo pelo âng e a eficiência das costuras e nós!).
- As ppais causas dos acidentes são: desconsiderar o ângulo e colocar o estropo sobre uma aresta viva da carga.
g) Modos de passar um estropo num cabo ou num mastro: serve para: 1) engatar um aparelho de laborar num cabo fixo ou
mastro; ou 2) engatar um teque num cabo de laborar ou numa espia. I Há 3 métodos: vide 8-167.
h) Cortar um estropo: é encurtá-lo sem que sejam dados nós no cabo (os nós poderiam ficar mordidos sob o esforço da carga).
-Faz-se quando a carga é pouco volumosa e o estropo é grande. I Há 3 métodos: vide 8-168 a 170 (passa-se um gato nessas alças).
i) Estropos para tonéis:
- 1° método (8-171a): para içar o tonel na vertical. Faz-se como na fig, e emendam-se os chicotes com um nó de escota.
- 2° método (8-171b): estropo comum.
- 3° método (8-171c): é um laço de correr de um lado e uma volta de fiel ou 2 cotes do outro, ficando um seio para o cabo de içar.
-"Tira-vira" (8-172): para içar tonéis e tubos. Uma prancha inclinada facilita a manobra.
UTENSÍLIOS DO MARINHEIRO:
- Espicha (8-154): haste metálica cônica para abrir as cochas dos cabos, com um furo onde passa um fiel para prendê-lo na mão.
- Passador (8-154): idem espicha, só que é curvo e tem um punho em ângulo reto para bater as costuras.
- Macete de bater (8-155): de madeira, com cabo, serve para bater nós e costuras, e tb para bater o vazador.
- Macete de forrar (8-156): macete com goivadura para encostar-se ao cabo ao forrá-lo .
- Palheta de forrar: madeira plana ou em meia-cana, com cabo de pau, para guiar o merlim ao forrar um cabo.
- Faca: de uma só folha, sem ponta, para cortar cabos, lona, etc.
- Gatos: para aguentar as lonas enquanto são costuradas.
- Agulhas (8-157): - de costurar lona: tem 3 navalhas (quinas).
- de costurar brim: forma de agulha doméstica, para costura em tecido fino.
- de palombar: ponta chata e curva, usada para costura de lona em cabos, e de tralhas de velas e toldos.
- Repuxo (8-154): tira de couro, com o furo do polegar e dedal na palma, calçada na mão direita.
- Vazador ou Abre-Ilhoses (8-154): ponta em circunferência e bem afiada, para abrir buracos no pano para os ilhoses.
- Torquês (8-154): para cortar fios de aço.
- Remanchador (8-154): haste de ferro troncônica, de ponta cônica, par a colocar o anilho no seu ilhós, prendendo-o ao pano.
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CAP 9 - POLEAME, APARELHOS DE LABORAR E ACESSÓRIOS
SEÇÃO A- POLEAME
- Poleame: são todas as peças que servem para fixar ou dar retorno aos cabos do aparelho.
- Poleame de madeira tem a caixa de madeira, e poleame de metal tem a caixa de metal. I Nos poleames de ferro, a caixa é de
ferro galvanizado e a roldana é usualmente de bronze.
1) POLEAME SURDO: as peças são formadas de um só bloco, sem roldanas, mas com aberturas (olhos) e um rebaixo (goivado)
no seu contorno. I É usado no aparelho fixo. I Os tipos são os que se seguem, mais os descritos como acessórios.
- Bigota (9-1): de madeira dura, com goivado e 3 olhos. I Trabalham aos pares, e nelas gurnem os colhedores de dar tensão aos
ovéns, brandais, etc. I Podem ser ferradas ou alceadas (cnf seu goivado receba ferragens ou alças de fibra) .
- Sapata (9-2): igual à bigota, mas com apenas 1 olho largo com caneluras. I Bigotas e sapatas foram substituídas por macacos.
- Caçoilo (9-3): peq peça de madeira, esférica ou cilíndrica, com 1, 2 ou 3 furos, com ou sem goivado. I Eram colocados nos
chicotes de certos cabos. I Há os sem olho, com 2 goivados. I Os cilíndricos serviam de espalha-cabos nas enchárcias (cabos fixos
que deviam tomar direções diferentes passavam no seu olho).
2) POLEAME DE LABORAR: as peças consistem de uma caixa oval dentro da qual uma roldana gira em tomo do perno. I A
caixa é sustentada por estropo ou ferragem . I É usado para dar retomo aos cabos de laborar.
a) Os tipos são:
- Moitões (9-4/5/6): -de dente: tem um ressalto na base para unir-se a um cabo fixo;
- duplo: 2 moitões unidos pela base;
- Lebre: 2 ou+ moitões ligados por um mesmo estropo. (esses 3 tipos estão em desuso)
- Cadernal (9-7/8): são moitões de 2 ou + roldanas no mesmo eixo (chamados de "cadernal de 2/3 .. gornes"). I Nos cademais
de ferro, as paredes internas são da mesma espessura que as externas, e concorrem para evitar a deflexão do pemo.
- Patesca (9-9): a caixa é mais comprida e aberta de um lado (fechada por uma charneira).
- Polé (9-10): é uma patesca aberta, sem charneira.
- Catarina (9-11): moitão especial de aço, para grandes pesos. I Sua roldana tem bucha de bronze e é autolubrificada.
- Mortise: são moitões e cadernais de madeira, mais robustos e de gornes largos.
b) Conexão do poleame: pode ter gato simples fixo, gato simples móvel (9-12), gato de tornei (9-32b), gato de tesoura (9-32c),
gato de tesoura em tomei, manilha ou olhal. I Para não desengatar e para aumentar a resistência, o gato pode ser fechado com
barbela ou ser manilhado. I Moitões e cademais tb podem ter orelha para a arreigada fixa dos aparelhos de laborar.
c) Partes de um moitão ou cadernal de madeira (9-12):
-Caixa: é paredes+ calços (o espaço entre estes é o gorne). As paredes têm 1 ou 2 goivados externos para o estropo/ferragem.
- Roldanas: de metal ou madeira muito dura (pau de peso). I As de madeira têm um disco metálico central (bucha, geralmente
de bronze), para resistir ao atrito com o perno (que é sempre de metal).
- Perno: cilindro de aço, de cabeça quadrada ou poligonal, que atravessa a ferragem e a bucha da roldana, e recebe uma porca.
A roldana, a bucha e o perno podem ser retirados para limpeza, sendo tratados com grafite.
d) Tipos de roldana (acd sua bucha):
-comum (9-13): 2 discos de ferro fundido ou bronze, ligados ao tubo do pemo. I Tb podem ser fundidas numa só peça.
- de bucha com redutor de atrito (9-14): a bucha (geralmente de bronze) tem peqs cilindros de bronze muito duro.
- de bucha autolubrificada: a bucha de bronze tem cavidades cheias de um lubrificante de grafite, que é distribuído com a
rotação. I São as mais duráveis, sendo usadas no poleame de ferro para grandes pesos. I Não usar óleo de lubrificação comum.
3) POLEAME ALCEADO (9-15): em desuso. I O goivado externo da caixa recebe alça ou estropo (de cabo de fibra ou de aço).
O estropo é mais usado, e normalmente envolve os goivados da caixa e de um sapatilho, com um botão redondo entre ambos. I O
estropo pode ser simples, dobrado (2 voltas de cabo na caixa), ou 2 estropos singelos.
- Resistência do estropo de cabo de fibra: o estropo deve resistir ao esforço máximo que o aparelho pode suportar.
- Estropo simples: 2 . C2 = c2 n•
- Estropo dobrado: 4 . C2 = c2 • n
(onde: C = circunf do estropo; c = circunf do cabo que labora no poleame; n =núm de pernadas desse cabo)
- Resistência do estropo de cabo de aço: a sua circunf deve ser metade do valor encontrado para cabos de fibra.
4) POLEAME FERRADO: a caixa é fixada numa ferragem (geralmente de aço) interna ou externa (interna é+ fácil desmontar) .
- Ferragem externa: é uma barra de seção retangular cte, que se alarga: em tomo da roldana, na conexão com o tornei (if any), e na
conexão com o gato/olhal que aguenta a caixa. I É colocada a quente num goivado que deve ter 1/6 da espessura da madeira.
-Ferragem interna (9-12): numa extremidade, ela atravessa a caixa e forma uma alça que recebe o olhal ou gato. Na outra, 1 ou 2
braços internos se prolongam para fora da caixa, e são atravessados por um pino, formando a orelha.
- Resistência da ferragem: é análogo ao estropo simples de cabo de fibra.
• Tração total a sustentar = n.f (onde: n = núm de pemadas do cabo de laborar, e f = esforço em cada pernada).
• Todavia, quando se iça um peso, as trações nas pemadas não são iguais, diminuindo do tirador para a arreigada fixa .
Portanto, o cálculo correto é feito determinando-se a tração em cada pernada, e somando os valores encontrados.
• Como regra geral, o poleame não pode suportar o mesmo peso que o cabo novo indicado para ele, pois o fator de segurança
dos cabos é muito grande. I No cálculo da resistência da ferragem, deve-se considerar a conexão do poleame (o gato é sempre
a parte mais fraca e limita a resistência do poleame; sendo as manilhas usadas para grandes pesos).
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5) DIMENSÕES DO POLEAME: o poleame é medido pelo comp da sua caixa. I Para padronizar e para obter uma resistência
uniforme, as diversas partes mantêm entre si uma relação.
Exs: - o diâmetro externo da roldana é aprox 213 do comp da caixa.
- a espessura da roldana é aprox 215 da circunf do cabo indicado.
- no poleame de ferro, as paredes externas são constituídas por chapas cuja espessura é 1/5 a 1/6 da espessura da roldana.
6) ESCOLHA DO POLEAME: depende, principalmente, do cabo que nele vai ser gurnido. Nas tabelas, o comp da caixa é
referido a determinado cabo.
- Modo de fixação do poleame (gato, olhal ou manilha): é indicado pelo local e pelo tipo de aparelho em que vai ser usado.
- Poleame de madeira: de modo geral, é usado com cabos de fibra nos aparelhos de laborar de pequenos pesos.
- Poleame de ferro: é usado com cabos de fibra ou de aço (normalmente o 6 x 37).
- Quando se projeta um aparelho de laborar, a 1 • preocupação é saber o diâmetro da roldana e a veloc de movimento. I Cabos de
maior bitola coçam nas arestas da caixa e fazem uma curva muito pronunciada; e cabos finos perdem em rendimento e galeiam.
SEÇÃO B- APARELHOS DE LABORAR
}>- Aparelho de laborar (9-16): é um sistema composto de moitões ou cadernais (um fixo e outro móvel) e uma beta (cabo).
- O chicote da beta que se fixa na orelha de um dos cadernais é a arreigada fixa; e o outro (por onde se ala) é o tirador .
- Multiplicação de potência (MP): é o ganho de força que se obtém.
- Retorno: é qq peça que sirva apenas para mudar adir de um cabo fixo ou de laborar (sem ganho). I Ex: patescas e moitões.
1) TIPOS DE APARELHOS DE LABORAR:
}>- Teque (9-17): 1 moitão fixo e 1 móvel. I O tirador e a arreigada fixa saem do mesmo moitão. I A multiplicação de potência
teórica (desprezando o atrito) é de 2 ou 3 vezes, cnf o tirador guma no moi tão fixo ou no móvel.
}>- Talha singela (9-18): 1 cadernal de 2 gornes e 1 moitão. I O tirador sai do cadernal, que pode ser a parte fixa (MP = 3 x) ou
móvel (MP = 4 x) . I É o mais usado para svcs gerais no convés.
}>- Talha dobrada (9-19): 2 cadernais de 2 gornes. I O tirador e a arreigada fixa saem do mesmo cadernal, que pode ser o fixo
(MP = 4 x) ou o móvel (MP = 5 x) .
}>- Estralheira singela (9-22): 1 cadernal de 3 gornes e 1 cadernal de 2 gornes. I O tirador sai do cadernal de 3 gomes, que pode
ser a parte fixa (MP = 5x) ou a móvel (MP = 6 x) .
}>- Estralheira dobrada (9-22): 2 cadernais de 3 gornes. I O tirador e a arreigada fixa saem do mesmo cadernal, que pode ser o
fixo (MP = 6 x) ou o móvel (MP = 7x; pouco usado). I Usado no turco de embarcações pesadas.
2) TEORIA (abstraindo-se o atrito das roldanas e a rigidez dos cabos):
}>- Apenas 1 moitão fixo (retorno) (9-20): serve apenas para mudar a direção de um cabo, não havendo MP.
}>- Apenas 1 moitão móvel (9-21): a veloc do ponto Q é o dobro da veloc do peso, e a MP = 2.
}>- Aparelho com qualquer núm de gornes:
- A MP é definida pelo número "n" de partes de cabo que saem do cadernal móvel.
- "Passe um plano acima do cadernal onde está fixado o peso. O núm de partes do cabo cortadas por esse plano exprime a
relação: 1) entre o peso e a força aplicada; e 2) entre as velocs de movimento do ponto de aplicação da força e do peso".
- Força no tirador para equilibrar o peso: F = Pln I Veloc do tirador: V = v.n (onde v é a veloc do peso).
}>- Vide fig 9-22 e quadro-resumo dos tipos de aparelho. J
}>- Deve-se ter o maior núm de gomes no cadernal móvel. Se os cadernais tiverem o mesmo núm de gomes, coloque o tirador
saindo da parte móvel. I Isso é possível nos amantes dos paus-de-carga, mas não nos aparelhos dos turcos (pois o tirador sai
sempre do cadernal fixo).
3) RENDIMENTO: (as tabelas 9-4 a 9-6 mostram alguns dados interessantes)
}>- Rendimento (R): é a relação entre o peso a içar e a potência (forca realmente aplicada multiplicada pelo número "n" de partes
do cabo no cadernal móvel). I R = P I n.F
}>- A MP teórica é bastante reduzida pela rigidez do cabo e, principalmente, pelo atrito (cabo-roldana e roldana-perno).
- Logo, o rendimento depende da bitola do cabo e dos diâmetros das roldanas e dos respectivos pernos.
- O tipo de roldana tb influencia bastante (se comum, autolubrificada ou sobre cilindros).
}>- Resistências passivas parciais: para um cálculo aproximado, elas são avaliadas em 10% do peso a manobrar, para cada
roldana em que o cabo labora (ou seja, só se considera o tipo do aparelho).
- Esses valores devem ser reavaliados nos seguintes casos: - cabo novo ou molhado: 10-15%.
- cabo novo e grosso, com peso pequeno: pode chegar a 20%.
-cabo usado e seco: 8%.
Ex: talha dobrada com o tirador no cadernal fixo (9-19): o cabo gume em 4 roldanas.
- Logo, a força F realmente aplicada ao tirador será (ao invés de Pl4): F = 1,4 . Pl4
-E o rendimento R será: R = PI 4.(1,4 . Pl4) = 0,71
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4) DISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS NUM APARELHO DE LABORAR (9-19/22):
~ Consideremos uma talha dobrada com um peso de 300 kg, e 10% de perda por roldana.
a) Peso em suspensão estática: a tensão em qq pernada do cabo será a mesma (ex: 30014 = 75 kg).
b) Içando o peso com uma tração de 100 kg no tirador: as demais pemadas do cabo terão uma tração de 90, 80, 70 e 60 kg.
Logo, o esforço é máximo no tirador e mínimo na arreigada fixa (pois o atrito não atuou nesta parte do cabo). I E ainda, o
cadernal superior sustenta a força no tirador (ou seja, 100 kg a mais).
c) Içando com a talha invertida (tirador no cadernal móvel): para os mesmos 100 kg no tirador, estaríamos içando um peso
de 400 kg, e o cadernal fixo sustentaria apenas 300 kg.
d) Arriando o peso: a arreigada fixa sustentará 100 kg, e o tirador apenas 60 kg.
~ "Quando se iça, a tensão máxima está no tirador da talha, diminuindo deste para a arreigada fixa; e quando se arria, a
tensão máxima está na arreigada fixa".
~ O cadernal da arreigada fixa suporta uma pernada a mais que o outro cadernal. Então, se for conveniente, pode-se fazer a
arreigada fixa num ponto vizinho ao cadernal.
~ Fig 9-22: mostra a distribuição de esforços nos diferentes tipos de aparelhos. As observações foram feitas içando e arriando um
peso de 1000 kg. I Note que:
- Para um simples retomo, o esforço no gato do moitão é maior que o dobro do peso.
- Em qq aparelho, esforço no gato = peso a içar + peso do aparelho + força exercida no tirador.
- Para um mesmo aparelho e mesmo peso a içar, a força no tirador depende de estar o pesoem repouso, sendo içado ou sendo
arriado; e tb varia com a veloc de movimento.
~ Grandes velocs de movimento aumentam muito a tensão em cada perna. I Sempre haverá menor tensão quando se arria um
peso do que quando ele é mantido em repouso, aguentando-se pelo tirador. I Essas altas velocs não foram consideradas nos
cálculos acima, pois os aparelhos de bordo trabalham sempre com veloc moderada.
5) APARELHOS DE LABORAR CONJUGADOS:
~ Aboça-se um aparelho de laborar no tirador de outro. I A MP é notável.
~ A força aplicada é F = PI n.m (onde nem são o núm de pemadas que saem de cada cadernal móvel) (vide ex fig 9-23)
~ Ex: se formos aplicar um teque ao tirador de uma talha dobrada, a talha pode ser aparelhada para ter uma MP = 4 ou 5 x, e o
teque pode ser aparelhado para ter uma MP= 2 ou 3 x. I Logo, podem ser usadas as 4 combinações do quadro 2.
6) MODO DE APARELHAR UMA ESTRALHEIRA DOBRADA:
~ A arreigada fixa vai no mesmo poleame do tirador (com poleames iguais), ou no outro poleame (com poleames diferentes).
~ Aparelhando uma estralheira dobrada (caso+ complexo; 9-24):
- Coloque os 2 cademais no convés, com os gatos para fora, e bem próximos.
- O cadernal do tirador (A) deve ter orelha para a arreigada fixa, e deve ser colocado com os gomes para cima.
- O outro cadernal (B) deve ser colocado com o pemo perpendicular ao convés.
-Faça gumir o chicote da beta na ordem indicada na fig, começando pelo gome central de A e terminando no gome central de B.
- Observe que, deste modo, as pernas se cruzam, havendo sempre uma tendência para os cademais ficarem perpendiculares.
- Se o tirador não gumir pelo gome central, ao tracioná-lo, o seu cadernal poderá virar, e o cabo ficará mordido na caixa,
furando a estralheira (pode até quebrar a caixa).
7) CARGA DE TRABALHO DOS APARELHOS DE LABORAR:
~ Para cada poleame, os fabricantes indicam o cabo que neles deve laborar.
~ Regra usada a bordo: se conhecermos a MP de um dado aparelho, podemos basear o cálculo da carga de trabalho do aparelho
na carga de trabalho do cabo (que será a tensão máxima a que poderemos submeter o tirador).
~ Cargas de trabalho dadas nas tabelas: referem-se aos moitões e cadernais, e não aos cabos. Como os moitões e cadernais
não suportam o mesmo esforço que um cabo novo neles usado, as tabelas concedem ótima reserva de segurança ao cabo.
8) REGRAS PRÁTICAS:
~ Sempre que possível, aplique o cadernal do tirador no peso a alar.
~ Para diminuir o esforço no cadernal fixo, faça a arreigada fixa fora do cadernal.
~ A passagem do tirador numa patesca (para retorno) aumenta a força a aplicar de 5-10% (para 90°) e de 10-20% (para 180°).
~ Para os aparelhos das embarcações, usa-se a regra: MP = 3 para talha dobrada; e MP= 3,7 para estralheira dobrada.
~ Um homem pode alar num cabo que labora num retomo: 12 kg caminhando naturalmente, 24 kg caminhando devagar (leva
arriba), e metade do seu peso alando por lupadas (ou 34 kg) .
~ O melhor modo de engatar uma talha num cabo sem alça é pela boca-de-lobo.
~ Fig 9-25: como aduchar uma talha.
9) PROBLEMAS:
~ F. m = P + n.PI10 F =força no tirador; m =multiplicação de potência teórica; n = núm de roldanas
n.PI10 =valor em que o peso P fica aumentado pelas resistências passivas
~ A MP teórica m é igual ao número de roldanas n (quando o tirador sai do cadernal fixo) ou n + 1 (quando sai do móvel).
~ Exercício: tem-se uma emb de 2 tons para içar com um par de turcos com estralheira dobrada, devendo o tirador passar por uma
patesca no convés. Pede-se: 1) a força a aplicar no tirador; 2) a circunferência do cabo; e 3) o núm de homens necessários em
cada tirador, para alar de leva-arriba e de lupadas. (vide resposta no livro)
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10) TALHAS MECÂNICAS OU PATENTES:
~ Vantagens: 1) possuem grande MP; 2) podem ser manobradas por 1, 2 ou 3 homens apenas; 3) o atrito é mínimo; 4) ocupam
menos espaços que qq outro aparelho; e 5) mantém o peso suspenso quando se larga o tirador.
~ Desvantagens: 1) são aparelhos pesados; 2) são lentos; 3) possuem pequeno curso do gato, limitando a altura que se pode içar.
~ Servem para, ocasionalmente, manobrar grandes pesos. Mas pelas desvantagens, não são usadas nos serviços usuais do convés.
a) Talha diferencial ou "Talha Weston" (9-26 e fórmula):
~ São 2 roldanas de raios ligeiramente diferentes (rígidas num mesmo eixo) e uma 3• roldana, menor que as outras, onde fica o
gato do peso. I Os goivados das roldanas possuem dentes onde engrena uma corrente sem fim.
~ Esforços f e f' (resultantes do peso): são iguais, mas eles têm efeitos opostos nas roldanas superiores.
~ Força aplicada no tirador: será tanto menor quanto menor for a diferença entre os raios das roldanas superiores. I Nas
fórmulas, esses raios podem ser substituídos pelo núm de dentes de cada roldana.
~ As talhas são construídas dando-se apenas 1 dente de diferença entre as roldanas superiores, de modo a obter grande MP.
~ A tendência da talha se movimentar sob a ação do peso ao largar a corrente é compensada pelos atritos, e o peso não se move.
~ O peso máximo que a talha pode suportar é marcado na própria talha.
~ Ex: roldana maior com 16 elos e roldana menor com 15 elos.
-Quando a roldana maior alar 16 elos, a roldana menor vai alar 15 elos, e o peso será içado de 1 elo. (não seria~ elo?)
- Nesse caso, a MP = 16.21(16-15) = 32
b) Talha de parafuso sem fim (9-27):
~ Uma corrente (tirador) gume numa roldana em cujo eixo há um parafuso sem fim . Este faz movimentar uma roda dentada,
que é rigidamente ligada a uma 2" roldana, em cuja corrente se engata o peso. I A MP depende da engrenagem.
~ A talha não se movimenta sob ação do peso, pois o parafuso sem fim é irreversível.
c) Talha de engrenagens ou "Talha Epicíclica" (9-28):
~ A transmissão é feita por meio de rodas dentadas.
~ As engrenagens b e c são rigidamente ligadas e são duplas, sendo defasadas de 180° (às vezes são triplas, defasadas de 120°).
~ As engrenagens b e c ficam impossibilitadas de girar porque b engrena nos dentes da carcaça fixa. I Assim, ao alar o tirador,
b e c iniciam um mov planetário no interior dentado e circular da carcaça (fazendo girar a roldana h, que iça o peso).
~ Há um freio na roldana k do tirador, para evitar que o peso retroceda.
~ O atrito é tão reduzido que é possível trabalhar com grande veloc de movimento sem reduzir muito a MP. I O rendimento
mecânico das talhas de engrenagens á praticamente o dobro dos outros tipos.
d) Comparação entre as talhas patentes:
~ Talha diferencial: é a mais leve de todas.
~ Talha de parafuso sem fim: é mais leve que a de engrenagens, toma menos espaço que todas, e trabalha bem em gg posição.
~ Talha de engrenagens: tem maior rendimento, é içada/arriada mais rapidamente que as outras, e é a mais pesada.
SEÇÃO C -ACESSÓRIOS DO APARELHO DO NAVIO
~ Sempre que possível, são de aço forjado . Mas algumas partes podem ser de aço fundido. I Geralmente são galvanizados.
1) SAPATILHOS (9-29130131):
~ A periferia tem forma de meia-cana, para servir de berço e proteção das mãos que se fazem nos cabos.
~ Os redondos são usados com cabos de fibra; e os de bico(+- elípticos) são usados com cabos de aço.
2) GATOS (9-32/33/34):
~ São ganchos de aço forjado com olhal (geralmente numa peça única).
~ Cotovelo é a parte curva, e bico é a ponta. I A seção normalmente é circular, exceto na parte próxima ao olhal.
~ Seção AA (9-32), na altura do centro de curvatura do cotovelo: é a que suporta o maior esforço. Por isso ela é a maior, e
constitui o local onde se mede o calibre do gato.
~ Uma carga engatada com olhal ou sapatilha pode correr para o lado do bico, o que pode fazer com que o gato se abra.
Entretanto, um gato não se parte repentinamente (o bico se abre primeiro, indicando sobrecarga ou má colocação ao engatar).
- Gato de tesoura (9-32c/33): são 2 gatos simples em sentidos opostos. I As 2 pontas são cortadas em bisei e, quando
justapostas, compõem uma seção circularcorrespondente à seção do cotovelo. I Sua resistência é 1/3 superior à de um gato
simples. I Para maior segurança, podem ser abotoados por um cabo fino.
-Gato de tornei: para que o tomel trabalhe bem sob tensão, o bico é um pouco mais inclinado (de forma que o eixo do tomel
passe pelo centro de curvatura do cotovelo).
- Gato para paus-de-carga: o bico é desenhado para não prender nas escotilhas.
- Gato manilhado (9-34) e gato com barbela (8-63): para evitar que o gato abra.
-Tipos especiais (9-35): (1) usado no chicote de um estropo que deva apertar a carga ao içar.
(2) usado em estropos de corrente que não devam apertar a carga (abertura se ajusta a um elo).
(3) aguentam diversos estropos ao mesmo tempo.
(4) gato de escape, que permite fechar o bico.
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3) MANILHAS:
~ Manilha é um vergalhão em "U" com orelhas nas extremidades para receber um pino chamado cavirão.
~ Ela é preferível ao gato sempre que o esforço for permanente; ou quando um esforço temporário for grande.
~ É raro uma manilha se romper. I A sua resistência deve ser ao menos igual à do cabo em que é usada.
~ Fig 9-36: as manilhas podem ser curvas(+ usadas no aparelho do navio) ou direitas.
~ Cavirão: atravessa as orelhas, e pode ser fixado por rosca, chaveta, contrapino ou tufo:
- Cavirão de rosca (9-37): tem seção circular, sendo atarraxado numa das extremidades doU (deve ser bem apertado por uma
espicha). I Só deve ser usado no aparelho fixo, onde não há perigo de desatarraxar devido a esforços repetidos ou alternados.
- Com chaveta ou de contrapino (9-36): tb tem seção circular. I A chaveta (ou contrapino) é colocada pelo lado externo da
manilha. I É muito segura, podendo ser empregada em qq lugar onde não seja inconveniente o cavirão se projetar para fora.
- Com tufo (9-38): tem seção oval, sendo preso por um contrapino especial (o tufo) que atravessa a orelha e o cavirão. I É
usado nas amarras e seus acessórios, pois não apresenta saliências.
4) MACACO (9-38):
~ É uma caixa roscada em 1 ou ambas extremidades, para receber um parafuso especial com olhal, gato ou manilha na ponta.
~ Essa caixa pode ser fechada (um tubo) ou aberta. I Os mais comuns são os de 2 parafusos com roscas em sentidos contrários.
~ São usados para retirar a folga dos cabos fixos do aparelho, ou onde se deseja graduar a tensão.
~ Sua carga de ruptura deve ser ao menos igual à do cabo.
5) ACESSÓRIOS ESPECIAIS PARA CABOS DE AÇO:
~ Não se pode dar nós e voltas com os cabos de aço (pois as dobras acentuadas fariam partir os fios) .
~ Logo, eles são emendados ou amarrados por meio de costuras, ou por meio de acessórios adaptados ao seu chicote.
~ Além de sapatilhos, manilhas e macacos, os cabos de aço podem usar terminais, grampos e prensas.
~ Quadro 6: mostra os valores médios das cargas de ruptura das amarrações ou emendas feitas com acessórios dos cabos de aço,
em percentagem da carga de ruptura do próprio cabo.
a) Terminais (9-39):
~ Junto com os sapatilhos, constituem os meios pelos quais se podem fixar manilhas, gatos, olhais e macacos nos cabos de aço.
~ Podem ser abertos ou fechados, ambos com 100% de eficiência (aguentam toda a carga de trabalho do cabo).
~ Aplicação: nas ligações permanentes e em todos os aparelhos de içar.
~ Desvantagens: - são dificeis de colocar.
- não permitem uma inspeção rigorosa na ligação com o cabo.
- se houver uma dobra ocasional, seus efeitos se concentram num só ponto (próximo da ligação com o cabo).
b) Grampos (9-40):
~ Constam de: - uma base de aço forjado, com 2 furos e com sulcos diagonais que servem de berço aos cordões do cabo.
-um vergalhão em U, roscado nas pontas para receber as porcas.
~ Desvantagens: - a eficiência máxima é de 85% da carga de ruptura do cabo.
-os grampos amassam o cabo.
- o cabo pode recorrer sob grande esforço.
~ Vantagens: -fácil inspeção.
- fácil colocação.
~ Instalação (9-41): colocar a base no vivo do cabo, e o vergalhão no chicote (senão o vergalhão vai ferir o cabo ao ser tesado).
~ Aplicação: para fazer mãos com sapatilhos em ligações temporárias ou de emerg, onde a tração não seja próxima da carga de
ruptura do cabo.
~ Devem ser inspecionados e reapertados ao se observar sinais que o cabo possa recorrer (redução de diâmetro sob tensão).
~ Tabelas indicam, para várias bitolas de cabo: - o núm recomendado de grampos.
- o comp de cabo necessário para a amarração.
- as dimensões do grampo.
c) Prensas (9-42):
~ Constam de 2 peças iguais de ferro fundido, com sulcos que servem de berço para o vivo e o chicote.
~ As 2 peças são apertadas por parafusos com porcas (normalmente 3).
~ Seve para fazer alças ou mãos ~ sapatilho, em ligações temporárias.
~ A carga de ruptura é de apenas 75% da carga de ruptura do cabo.
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CAP 10- APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER
SEÇÃO A- ÂNCORAS
~ A máquina de suspender é um motor elétrico ou sistema hidroelétrico, que aciona um cabrestante ou molinete.
~ Entre o escovém e o cabrestante, há 1 ou + boças da amarra, que guentam o ferro quando no escovém ou quando fundeado.
Para o mesmo fim, há tb um mordente na gateira ou por AA V do cabrestante (+comum).
~ O ferro pode ser largado pelo freio do cabrestante ou por uma das boças. (? e pelo mordente ?)
a) Partes de uma âncora (10-1):
~ Haste: tem um furo para receber o cavirão (pino do anete). I Sua parte grossa onde enfia o cepo é a noz.
~ Braços: são curvos. I Cruz: é a união haste-braços.
~ Patas: são triangulares, suas pontas são as unhas, e os outros 2 vértices são as orelhas.
~ Anete: arganéu ou manilha cujo cavirão passa por um furo na haste. I A amarra é talingada aí.
~ Cepo: fica perpend aos braços, e tem um cotovelo para dobrar 90° quando o ferro não estiver em uso (para ficar em posição,
há um ressalto de um lado e uma chaveta do outro). As esferas nas pontas são para ele não enterrar antes que a unha aferre.
~ Palma: é a aresta saliente na base inferior dos braços dos ferros Patente.
~ Olhal de equih'brio: fica na haste, e serve para içar a âncora na pos horizontal (em desuso).
~ Ângulo de presa: - Almirantado: âng entre o plano das patas e a reta unha-cavirão (cerda de 150°).
- Patente: âng máximo entre a haste e o plano das patas (cerca de 45°).
b) Tipo Almirantado (10-1):
~ Em desuso. I Maior poder de unhar, mas de dificil arrumação. I As patas são perpend aos braços.
~ O cepo tem Y4 do peso total. I O comp do cepo é igual ao comp da haste, e dist entre unhas é um pouco menor ( apox 7/1 0).
Essas dimensões fazem que o ferro fique instável ao cair com o cepo em pé, colocando a unha sempre em pos de unhar.
c) Tipo Patente (10-2):
~ Fabricantes: Dunn, Baldt, Smith, Martin, Hall, etc. I Não tem cepo!
~ O braço articula de 30°-45° para ambos os lados da haste via um pino na cruz (as boas têm saliências no extremo inferior da
haste para que esta não saia da cavidade da cruz caso o pino se parta). I As patas são largas e no mesmo plano dos braços.
~ A parte inferior dos braços (a base do ferro) é saliente, formando a palma (é uma aresta que agarra ao apoiar no fundo,
mandando os braços para baixo quando há esforço horiz). I Se uma das patas unha, a outra tb irá unhar.
~ Vantagem: arrumação a bordo (a haste fica alojada no escovém).
~ Desvantagem: menor poder de unhar (compensável com mais filame) .
d) Tipo Danfoth (10-3): muito usada. (quando é de popa, é estivada numa raposa)
~ Braços: são semelhantes aos Patentes, porém mais compridos e afilados.
~ Têm um cepo na cruz, paralelo aos braços, que não impede a entrada da haste no escovém.
~ É de fácil arrumação e grande poder de unhar (10 x Patente e 3 x Almirantado); mas é um pouco mais difícil de soltar.
e) Âncoras especiais e poitas:
~ Ancorotes: pequenos ferros Almirantado ou Patente usados em embs miúdas e como ferro auxiliar nas atracações.
~ Fateixa (10-4): ancorote sem cepo, com 4 braços e unhas, usado por embs miúdas.
~ Busca-vida (10-5): fateixa de 4 ou 5 braços de ponta agudae sem patas, usada para rocegar objetos no fundo.
~ Gata (10-6): Almirantado de cepo pequeno e 1 braço só, usada para amarrações fixas. Tem uma manilha na cruz para se
passar um cano (que a faz descer na pos de unhar).
~ Cogumelo (10-7): forma de cogumelo, usada para amarrações fixas.
~ Poita: qq peso de ferro fundido ou concreto, adaptado com um arganéu forte. Usada em todas as amarrações fixas .
t) Requisitos das âncoras: - poder de unhar rápido e aguentar firme quando o navio rabeia sobre a amarra.
- facilidade de soltar ao ser içada.
- dificuldade de entocar (a amarra enrascar-se nos braços ou patas) ou encepar (no cepo).
-facilidade de manobra e arrumação.
Obs: ferros de haste longa e patas agudas aguentam melhor em areia; ferros de patas largas aguentam melhor em lama.
Obs: quanto maior a área das patas, melhor elas unham, mas aumenta a dificuldade de unhar rapidamente.
g) Ação das âncoras no fundo (10-8): (para o fi/ame, vide artigo 12-41)
~ Almirantado: o navio deve ter ligeiro segmento A V ou AR ao largar, para que a amarra não enrasque.
- Se a pata não unhar logo, ela tende a cair apoiada numa ponta do cepo (com os braços na horizontal). I Como o cepo tem
esferas, ele não enterra, e o ferro fica nessa pos instável. I Ao frear o cabrestante, a tensão deita o ferro sobre o cepo, ficando a
unha em pos de unhar. I Se a amarra exercer esforço numa direção pouco inclinada, a pata tende a enterrar cada vez mais.
- Esforços horizontais tendem sempre a enterrá-la mais. Esforços verticais tendem a trazer a unha para a superficie.
- O filame deve ser bem maior que a prof para que o navio fique guentado pelo peso da amarra. I Entretanto, só depois gue o
ferro unhou e o navio estiver portando pela amarra é gue se solta o freio para dar mais filame.
- Dificilmente garra. Entretanto, num fundo pouco duro, se o navio rabear rapidamente, o braço poderá soltar; daí o ferro irá
rolar e ou outro braço irá unhar.
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);> Âncoras sem cepo: ao tocar o fundo ela se deita.
- Como os braços são articulados, eles tendem a se afastar da haste e enterrar ao sofrer esforço horizontal. I Se o esforço for
inclinado, o ferro tende a rolar, os braços mudam de posem rei à haste, e esse mov pode prosseguir se o fundo não for
macio. I Corno um leve esforço numa dir inclinada tende a desprender um ferro sem cepo, eles precisam de mais filame.
h) Classificação segundo o uso a bordo:
);> Âncoras de leva: são as âncoras de serviço do navio, chamadas ferro de BB e BE. I Ficam próximas da roda.
);> Âncora de roça ou de esperança: de mesmo peso e forma que as de leva, ficando num escovém um pouco AR destas.
Usadas em emerg, quando as âncoras de leva garram. I Não é usada por NMs.
);> Âncora de roda: fica num escovém na roda, é igual às âncoras de leva e substitui a de roça. I É a melhor em mau tempo.
);> Âncora de popa: seu peso é de 1/3 a 1/4 do peso das âncoras de leva. I Fica num escovém na linha de centro. I Manobrada
pelo cabrestante AR. I Usada para amarrar de popa e em águas restritas.
);> Ancorotes: são para manobras auxiliares. I Pesam 1/3 do peso da âncora de popa. I Não têm amarra própria nem escovém
(ficam em picadeiros). São manobradas por uma lança ou turco. I Não é usada por navios modernos.
i) Peso: as SocClass adotam tabelas baseadas na experiência com navios (a fórmula é fç do deslocamento do navio).
j) Material dos ferros: pode ser ferro forjado, aço forjado ou aço fundido(+ comum). I O pino e o anete são de aço forjado.
k) Provas mecânicas: feitas pelas SocClass.
);> Prova de queda: de 12 ft, sobre plataforma de aço.
);> Prova de martelamento: verifica-se o som característico de fundição sem fenda, com uma marreta > 3 kg.
);> Prova de dobra: dobra-se 90° um corpo de prova a frio (não pode fender).
);> Prova de tração: feita por máquina especial.
I) Marcação (para NMs):
);> Numa face da âncora, vão as marcas do fabricante (seu nome, nome comercial da âncora, etc).
);> Na outra face, o ABS (American Bureau of Shipping) recomenda as seguintes marcas para um ferro patente: iniciais AB, n°
do certificado, dados da prova de tração, dados da prova de queda, e peso do ferro, dos braços e das patas.
m) Arrumação a bordo:
);> Âncoras sem cepo: são guentadas no escovém pela amarra, que é içada até que as patas encostem bem na gola do escovém.
- Daí se usa a boça mais de vante, passando-se a patola num elo e apertando-se o macaco.
- Depois são passadas as outras boças, apertando-se os macacos de forma que suportem esforços iguais.
);> Tipo Almirantado: eram estivadas num ressalto (ou recesso) do costado, chamado raposa. I Para tal, usava-se o turco do
lambareiro (com estralheira de cabo de aço), cujo gato (chamado lambareiro) engatava no olhal de equilíbrio do ferro.
SEÇÃO B -AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS
);> Amarreta: são amarras de peq bitola. I Embs pequenas podem usar correntes (sem malhete) e/ou cabos de aço.
);> Malhete: travessão que liga os lados de maior dimensão dos elos da amarra. I Tem por fim: 1) diminuir as chances da amarra
tomar cocas; 2) aumentar a resistência; e 3) impedir a deformação dos elos.
);> Manilhas: são manilhas com cavirão especial que ligam os quartéis entre si. I Foram substituídas pelos elos Patentes.
);> Tornei (10-9): peça formada por um olhal, um parafuso com olhal, porca e contrapino. I Fica em posição tal que está sempre
fora do cabrestante. I O olhal peq deve ficar para o lado do ferro (para não prender em nada ao largar).
a) Manilha da âncora ou manilhão (10-10):
);> É reforçada, mais larga que as manilhas dos quartéis. I A sua parte curva vai no elo da amarra.
);> O seu cavirão tem seção oval, e passa no anete do ferro (que é um arganéu ou outra manilha).
);> O cavirão não se projeta para fora. Ele é preso por um tufo de aço galvanizado ou de ferro (mais macio e sofre menos
corrosão, facilitando a sua retirada), que atravessa a orelha e o cavirão (mas pode prender com um contrapino comum).
);> A cabeça do tufo é protegida por um disco de chumbo, que se coloca a martelo num alojamento.
b) Manilha dos quartéis (10-10):
);> Em desuso. I São semelhantes ao manilhão, porém de menores dimensões.
);> A parte curva fica voltada para a proa, e o cavirão oval para ré (para sair pelo escovém sem prender em nada).
);> Pode morder ao passar na coroa do cabrestante (por sua forma e porque é maior que os elos da amarra). Para manter o passo
constante da amarra, os 4 elos extremos de cada quartel são de dimensões diferentes, sendo um deles sem malhete.
c) Elos patentes:
);> São de aço forjado. I Substituem as manilhas na ligação dos quartéis.
);> Têm a mesma forma e dimensões que os elos com malhete comuns, e com eles se confundem.
);> São montados manualmente (o malhete só entra de uma maneira, há marcas). I Devem ser conservados montados e com graxa.
);> Eliminam as seguintes desvantagens das manilhas entre quartéis: 1) morder na coroa; 2) usar elos de dimensões diferentes nas
extremidades dos quartéis; 3) prender no escovém ou acessório; e 4) necessidade de emprego do quartel longo (40 braças).
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);> Elo Kenter (10-lla): são 2 partes de elo iguais, um malhete e um pino cônico, que entra em diagonal e recebe um batoque
de chumbo. I Cada metade do elo tem urna ponta macho (saliência com gola) e uma ponta fêmea (rasgo em T). I Os
malhetes têm 2 rasgos para se adaptar aos ressaltos na parte interna do elo.
);> Elo "C" (10-llb): mesmo princípio dos Kenter. As diferenças são: 1) eles têm uma seção em C, com 2 extremidades em
forma de cabeça de parafuso; 2) duas metades de um T ocupam o lugar que falta para formar um elo com malhete; e 3) um
pino troncônico atravessa a seção maior e um anel interno em cada metade do T.
d) Constituição das amarras:
);> Quartel do tonel (10-12): como o tomei não pode gumir no cabrestante, os navios de guerra têm um quartel curto (5 braças), e
de bitola maior que o resto da amarra. I Os NMs não tem quartel dotonel, sendo este colocado a 3-4 elos do arrete, onde possa
ser examinado quando o ferro estiver no escovém.
);> Quartel longo: é o 1 o quartel logo após o quartel do tonel, usado nas amarras ligadas por manilhas. I Tem 40 braças, de
forma que é pouco provável que qq manilha passe pelo cabrestante enquanto o ferro estiver a pique, suspenso pela amarra.
);> Quartéis comuns: o comp padrão é 15 braças = 27,5 m (USN e BN) ou 12,5 braças = 22,9 m (UK) I 1 braça= 6ft = 1,83m
São numerados a partir do quartel do tonel, que não é numerado. = 1 fathom
Vide fig 10-13 e textos para os elos mais comuns (os sem malhete têm maior bitola que os outros elos da mesma amarra).
e) Comprimento total da amarra: o típico para NMs é 9 quartéis (varia de 6 a 12). I As SocClass indicam o comp adequado
para cada navio acd tabelas baseadas na experiência.
t) Bitola: o tamanho das amarras é referido à sua bitola (diâmetro nominal do vergalhão dos elos comuns), que vai de %" a 3.~".
- Há uma fórmula baseada na experiência para determinar a bitola (em fç do deslocamento do navio).
-Comprimento dos elos: o padrão comercial americano (comp = 6 x bitola) foi adotado por geral.
g) Passo da amarra: é necessário para se ter a sua relação com a coroa de Barbotin.
- Fig 10-14: vemos que Passo = 2L - 4d = 8d (onde L é o comp do elo; e d é a bitola).
- Para certos cálculos, considera-se tb o comp de 6 elos comuns (Passo = 26.d).
h) Marcas para identificação dos quartéis:
);> Há 2 métodos de marcação (estudar quadro pg 535 e obs). Ambos consideram o quartel do tonel como parte do 1 o quartel.
);> O 2° método (VBA- AVP) é melhor, pois no 1o é dificil distinguir um quartel do outro quando a amarra desce rapidamente (a
menos que se possa contar). I E o 2° método ainda dá o bizú no penúltimo e último quartéis.
);> As marcações são feitas no extremo de ré de cada quartel (com a marca no convés, sabemos o que está fora).
);> Pintura: Sempre que a pos da amarra permitir, os elos devem ser limpos e, se necessário, repintados (usar muito secante).
i) Material das amarras:
);> Ferro forjado: vergalhão de ferro doce dobrado a quente e soldado nas pontas (malhetes tb soldados). I Confecção demorada
e tende a deformar. I Está em desuso; só se usa para amarretas.
);> Aço forjado: os malhetes são soldados. I Mais resistente que as de ferro forjado, mas tb de confecção demorada.
);> Aço fundido: para amarras de grande bitola. I O elo e o malhete são inteiricos. I Muito mais resistente que as anteriores.
- A amarra pode ser fundida como uma cadeia contínua ou em 2 partes. I Depois ela é temperada e recozida.
);> Aço estampado (10-15): tipo mais moderno, usado para amarras de pequena bitola. I Sua grande qualidade é a uniformidade
de resistência, eliminando-se os possíveis defeitos de fundição. I A amarra não sofre tratamento térmico .
- Cada elo é estampado em 2 seções (ligadas sob pressão a quente): a macho (2 pinos com várias golas) e a fêmea (2 alojs).
- As 2 metades do elo não têm a mesma resistência; e a amarra sempre parte na fêmea.
Obs: Nunca misturar quartéis diferentes na mesma amarra. I A MB usa aço fundido para as grandes bitolas, e aço estampado
para as pequenas (ambas são mais baratas, mais resistentes e mais duráveis que as de ferro ou aço forjado).
j) Provas: - de ruptura: usa-se um pedaço com 3 elos.
- de resistência a tração: todos os quartéis são submetidos a 2/3 da carga de ruptura; e depois são recozidos.
( exceto as de aço estampado)
k) Inspeções e conservação:
);> Anualmente: ppalmente nos quartéis usados, inspecionar elo por elo, limpar a amarra com escova de aço, tratar as partes
desmontáveis das manilhas com massa branca de chumbo, engraxar as partes móveis do tomei e das âncoras, e renovar a
pintura (sem raspar a tinta aderida).
);> Cada 2 anos: examinar todo o comp da amarra, aduchando-a em cobros no convés ou arriando-a inteira no dique. I Bater os
elos e malhetes com martelo (para vrf som anormal). I Retirar a ferrugem com escova de aço e raspar a tinta não aderida.
Recompor as marcas dos quartéis. I Tratar o paiol: retirar a lama, raspar a ferrugem e o betume ou a pintura não aderida, e
recompor a tinta e o betume. I Fazer rodízio dos quartéis para equalizar o desgaste.
);> Sempre que possível: observar os elos e manilhas ao recolher a amarra vagarosamente.
);> Fundeado em fundo de areia limpa: se der, pague a amarra até o fim para inspecionar a amarra e lavar/pintar o paiol.
);> Fundeado em fundo de lama: lavar a amarra com esguicho na medida em que entrar no escovém.
Obs: -Sempre que forem reparadas, limpas ou raspadas, as amarras devem ser pintadas (a melhor pintura é o piche).
-Diário Náutico dos NMs: lançar os reparos feitos, as inspeções e vistorias.
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I) Reparos: substitua a amarra (ou ao menos o quartel defeituoso) quando a bitola de um dos elos reduzir em 10%.
Amarras de ferro forjado devem ser recozidas depois de usadas 200 x (NMs). I As de aço forjado ou fundido só precisam
recozer depois de reparos . I As de aço estampado nunca são recozidas.
m) Marcas do fabricante: devem estar estampadas, fundidas ou marcadas a punção nos lados internos dos 2 elos terminais de
cada quartel. I Os dados são: num de série (precedido de CS, se de aço fundido), nome do fabricante, data de fabricação e bitola.
n) Problemas:
~ Peso por metro de amarra (kg): P = 0,0216.d2 ( d = bitola em mm)
~ Volume de 100 metros de amarra (m3): V = 0,00l.d2
~ Força para fazer o navio parar (kg) F = 13,5.D.V2 I L (D =~em ton; V= veloc em nós, L= distem m)
Essa força não deve exceder a resistência de trabalho da amarra (1/4 da resistência de ruptura) . Caso exceda, o navio
poderá parar; mas depois a amarra poderá partir com um esforço menor (devido à fadiga).
~ Filame: vide artigo 12.41.
~ Comprimento de "N" elos (pol) L = 2.d.(1 + 2.N) ( d =bitola em pol) (ou: L = 4.d.N + 2.d)
~ Número de elos por comprimento N = L - 2.d I 4.d ( d = bitola em pol)
Número de elos por braça= 181d I Número de elos por metro= 101d
o) Buzina (10-21): é o tubo do convés ao paiol. I A abertura do convés é a gateira (que tem uma bucha com rasgo para não
entrar água do mar). I A extremidade inferior do tubo no teto do paiol é a gola da buzina.
É de aço fundido, seção circular, com diâmetro de 7 a 8 x a bitola da amarra, e inclinado de 0°-15° para ré.
p) Boças da amarra (10-16):
~ Funções: 1) guentar a amarra pelo seio quando fundeado ou quando o ferro estiver no escovém; 2) guentar o ferro e o quartel do
tonel ao usar a amarra para reboque; 3) guentar a amarra ao tirá-la do cabrestante para alar outra amarra; 4) guentar a amarra ao
passar o anilho de amarração (art 12.41); e 5) largar o ferro com rapidez (pois, pelo freio, não é instantâneo).
~ Boças de corrente: são as mais usadas. I É uma corrente manilhada num olhal do convés, que tem na ponta uma patola
(gato de escape). I As modernas têm um macaco para igualar a tensão das boças usadas (conservá-lo com graxa, e sentir a
tensão ao apertar). I Elas ficam quase em linha com a amarra a que servem. I O núm de boças varia com o tipo de navio.
~ Boças de cabo: para navios muito pequenos. I É um cabo grosso de +- 2 metros. I O extremo do convés é alceado a um gato
com sapatilha ou recebe manilha. I O extremo da amarra tem uma pinha de boça e leva um fiel (cabo fino). I O fiel aboça a
amarra enleando-se nela com voltas redondas, e fica com o seu chicote abotoado a um dos elos.
q) Mordentes (10-17):
~ Fica entre o cabrestante e o escovém, e serve para aguentar ou sustar de pronto a amarra. I Os guinchos e cabrestantes que
têm freio dispensam o seu uso. I Peças: corpo (base com gome que guia os elos), dado ou bloco (peça que sobe-desce por
meio de uma carne, soltando ou prendendo a amarra) e chave do mordente (alavanca com carne).
~ Mordente de alavanca (10-18): pode ser usado quando a amarra não estiver em uso. I Fica na gateira ou na gola da buzina.
É uma alavanca curva manobrada por um macaco,talha ou teque. I A manobra é feita do teto da coberta abaixo da proa.
r) Abita (10-19):
~ Fica entre o escovém e o cabrestante, próximo da linha de trabalho da amarra. I Nela, a amarra pode ser encapelada dando
1 volta redonda, que se chama capelo. I A parte que vai para a gateira é a de cima. I A amarra descansa nas tetas. I Em desuso.
s) Escovém (10-20):
~ Partes: gola (saliência no costado, de aço fundido), tubo (chapa de aço), beiço (no convés, de chapa de aço ou fundido),
bucha do escovém (tampa no beiço). I Os locais da gola e do beiço mais sujeitos a desgaste são revestidos de solda dura.
~ Para dar espaço às manobras de amarração, o escovém deve sair no convés de 1/20 a 1/30 x L.
~ O diâmetro min do tubo é 8.d; e os raios min são 16.d no beiço e 10.d na gola. I Quando arriada, a amarra deve assentar
uniformemente no tubo. I Quando içado, o ferro deve tocar o navio em ao menos 3 pontos (ajustar com o macaco da boça).
~ Alguns navios têm um recesso junto à gola (chamado raposa), que serve para alojar a cruz e as patas.
~ Os de guerra usam o "escovém curto" ( comp do tubo um pouco maior que a haste), ficando o ferro longe da água (evita borrifos
em mar grosso). I Mas as patas não devem se projetar acima do convés, nem o anete deve aparecer. I Sua inclinação é de+- 45°.
~ NMs lentos usam um escovém largo, quase vertical.
t) Paiol da amarra (10-21):
~ Normalmente é contíguo e a ré da antepara de colisão AV. I Se for um só compartimento para as 2 amarras, é dividido em
seções separadas, cujas anteparas devem terminar em meia-cana ou se estender até o teto.
~ O fundo é revestido de cimento, uma camada de W' de betume e um estrado de barras de aço por cima. I As anteparas (que
devem ser fortes) e o teto são pintados com zarcão, ou levam betume. I Os rebites do paiol devem ter a cabeça escareada.
~ A drenagem é feita para uma caixa de lama no fundo do paiol (com acesso para limpeza).
~ O chicote do último quartel passa por um arganéu no fundo do paiol (paixão) e é preso no teto ou na antepara de ré junto ao
teto por um gato de escape ou um arganéu (chamado braga), que deve ser mais forte que as manilhas de ligação dos quartéis.
~ Volume do paiol: deve ser ao menos 1,5 x volume da amarra (que depende se a arrumação é cuidadosa ou grosseira). I É
preferível um paiol alto e estreito que um baixo e largo, pois a amarra formará aduchas irregulares e curtas.
~ Arrumaç'ão: é melhor deixar a amarra se ajeitar sozinha, pois é assim que ela sairá. I Mas se for estender toda a amarra, é
bom mandar um homem ajeitar os primeiros cobros longitudinalmente para que a aducha não atinja o teto.
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http:13,5.D.V2
http:0,00l.d2
http:0,0216.d2
u) Bóia de arinque (10-22):
~ É cônica e pequena. I O seu tamanho independe do ferro.
~ É usada para marcar a pos do ferro, o que tb é útil quando se perde o ferro ou quando se tem que abandoná-lo em emergência.
~ A de BB é encarnada, e a da BE é verde. I Tem um arganéu onde amarra um cabo de fibra (o arinque).
~ Comp do arinque: depende da prof onde o navio normalmente fundeia, e não deve ser muito maior nem menor que o fundo.
Aconselha-se 1 + 113 da profundidade para permitir variações de maré e corrente e um pequeno embaraço, sem que a bóia se
afaste muito da pos do ferro. I Pode-se encurtar o arinque dando um catau.
~ Amarra-se o arinque à haste ou a um dos braços com uma volta de fiel e um cote, abotoando-se o chicote. I Alguns ferros
têm a pata furada onde passa urna corrente (que resiste melhor ao desgaste), onde se amarra o arinque.
~ Amarra-se o arinque à bóia como no ferro, mas é preferível dar uma volta de fateixa.
~ Manobra: - antes de fundear, informe ao Mestre a profundidade para que ele ajuste o comp do arinque.
- ao largar o ferro, lance a bóia e o arinque o mais longe possível do costado.
SEÇÃO C -MÁQUINAS DE SUSPENDER:
~ Consiste de uma máquina a vapor, motor elétrico ou sistema hidroelétrico que aciona uma coroa de Barbotin.
O nome é para o conjunto completo, e não para a máq/motor.
Se o eixo é vertical é cabrestante (NG), se é horiz é molinete (NMs).
~ Coroa: é um tambor fundido, com recessos e dentes que servem apenas para um tipo de elo. I A amarra deve fazer ao menos
meia volta, para que ao menos 3 elos engrazem. I Sua parte inferior é a gola.
~ Saia: tambor fundido de periferia lisa, ao lado da coroa, que serve para alar espias.
- É sempre rígida ao eixo (por meio de chaveta), que quase sempre é o mesmo eixo da coroa.
-Nos cabrestantes, a saia fica por cima da coroa, parecendo ser a peça principal.
~ Máquina: aciona um ou mais eixos, em cujos extremos ficam da coroa e a saia.
- Deve ter inversão de marcha e variação de veloc. I Os comandos ficam no convés e, muitas vezes, tb na coberta abaixo.
~ Transmissões entre o eixo do motor e os eixos da saia e da coroa:
- Roda dentada e parafuso sem fim: possui irreversibilidade mecânica, mas é pouco eficiente.
- Engrenagens cilíndricas (roda dentada e rodete): mais eficiente, mas sem irreversibilidade mecânica.
- Transmissão hidráulica (bomba elétrica, roda dentada e rodete).
~ Ligação coroa-eixo: é por urna embreagem de fricção ou por pinos, podendo girar louca ou junto com o eixo.
- Desliga-se a coroa do eixo para largar o ferro ou dar mais filame.
~ Embreagem: há um pino para prender a sua peça móvel em qq das posições limites de um setor (pois ela deve trabalhar bem
apertada ou 100% livre). I É manobrada por um volante que gira 60°.
-A embreagem principal é a que liga a coroa ao eixo. I Algumas máquinas têm outra embreagem entre o motor e o seu eixo.
~ Freio: a coroa tem um flange sobre o qual pode ser apertado um freio (cinta de aço forjado em forma de anel).
- O aperto se faz por urna alavanca ou por um parafuso comandado por volante.
- A cinta aguenta o peso do ferro com a amarra, mas não pode ser usada para reduzir a veloc da amarra quando a coroa está
girando sob o peso do ferro, nem deve ser usada para aguentar o ferro encima com o navio navegando (usar as boças).
-Existem guinchos elétricos (de engrenagens cilíndricas) que possuem freio elétrico (os discos abrem por eletroímãs).
~ Eq de manobra manual (em emerg): são barras de madeira, radiais ao eixo, que enfiam no "chapéu" da saia (ou da
coroa), em aberturas chamadas "casas das barras".
- Alguns guinchos pequenos têm um eixo desmontável com um volante, que se adapta ao eixo da coroa (por fora desta).
- Se a guarnição pembar, há linguetes (peqs barras de ferro) fixos na gola (parte inferior da coroa) para impedir o mov
contrário. Os linguetes escorregam ao longo dos dentes de uma coroa de ferro fixa no convés. I Há pinos na gola da coroa
para manter os linguetes em pé quando se estiver usando o motor.
a) Cabrestantes e molinetes ou bolinetes:
~ Cabrestante (1-54): uma coroa de Barbotin ou uma saia (ou ambas) num eixo vertical, operado à mão ou a motor (ou ambos),
com linguetes na base para evitar a inversão brusca quando manobrado a mão. I A definição inclui o motor.
-Pode ser usado para alar uma espia ou suspender a amarra (neste caso, faz parte do aparelho de fundear e suspender).
-Mais usado nos NG, para melhor proteção da máquina (que fica 1 ou 2 cobertas abaixo). I Há uma coroa para cada amarra.
~ Molinete (1-25): coroa de Barbotin ou saia (ou ambas), ou ainda um sarrilho, num eixo horizontal, operado à mão ou a
motor (ou ambos). I Mais usados nos NMs. I A definição inclui o motor.
- Geralmente é duplo, ou seja, tem 2 coroas e 2 saias, que podem ser montadas no mesmo eixo (um guincho atende às duas
amarras). I Todo o equipamento é colocado no mesmo jazente no convés.
~ Máquina de suspender: são os cabrestantes e molinetes quando são desenhados para manobrar amarras (nesse caso, possuem
coroa de Barbotin). I A definição inclui o motor e a coroa/saia.
~ Funções: 1) manobrar a amarra pela coroa de Barbotin (nessa fç, o guincho toma o nome de molinete ou bolinete);
2) manobrar as espias e os cabos emmanobras de pesos; e
3) alar os cabos dos paus-de-carga e outros aparelhos de içar, por um sarrilho montado em seu eixo (guincho).
~ Os ferros podem ser largados independentemente: 1) pelas boças, com o freio e embreagem da coroa desligados;
2) pelo freio(+ comum), com as boças e embreagem soltas; ou
3) pela máquina, com a coroa embreada.
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b) Classificação dos cabrestantes e molinetes de acordo com a sua máquina:
);;> Máquina a vapor (10-23a):
- É mais usada por NMs. I Aciona o eixo por roda dentada e parafuso sem fim.
- Desvantagens: baixo rendimento, grande peso, tempo para aquecer e longas canalizações de vapor.
- Comandos: o vapor é admitido por uma vv de garganta, que regula a veloc. I A vv de distribuição em "D" de um cilindro
reversível inverte o sentido e pára a rotação.
- É geralmente um guincho duplo, capaz de alar ambas as amarras simultaneamente.
>- Motor elétrico (10-23b):
- Para arrancar o ferro do fundo, o motor deve ser grande, pesado e de CC. I Deve ser estanque à água e ter variação de veloc.
-Tem melhor rendimento e é mais caro que a máq a vapor, e os cabos elétricos são fáceis de passar.
- Engrenagens: de parafuso sem fim ou cilíndricas. I Se cilíndricas, a máq é travada por freio elétrico.
- Comando: é por meio de um reostato de partida.
);;> Sistema hidrelétrico (10-23c):
-É o mais eficiente, o mais caro, e tem irreversibilidade mecânica. I É mais usado nos NGs.
- Motor elétrico: veloc alta e cte (portanto peq, de CC ou CA). I Aciona o eixo por uma tx hidráulica de engrenagens cilíndricas.
-Transmissão hidráulica: é feita pelos sistemas Waterbury ou Hele Sham, que tem 2 partes:
1) transmissor (lado A): é uma bomba que fornece débito variável de óleo ou água glicerinada, acionada pelo motor el.
2) Receptor (lado B): recebe o fluido e aciona o rodete de engrenagem dos eixos da coroa/saia.
- Comando: é feito apenas por uma placa oscilante do lado A, que varia o débito e o sentido do fluido.
c) Requisitos das máquinas de suspender:
);;> O suspender tem 3 fases: 1) recolher o excesso de amarra;
2) arrancar o ferro do fundo (requer uma força de 5-10 x o peso do ferro); e
3) içar o ferro (USN = +- 11 m/min).
>- Portanto, a máq deve ser capaz de desenvolver um alto conjugado motor a baixas velocs (na 2a fase); e ainda variar a veloc
para atender às outras fases (em geral, são 2 velocs ).
d) Condução e conservação das máquinas de suspender:
>- Cada 3 meses: - inspecionar as engrenagens, copos de lubrificação, mancais e outras partes lubrificadas.
);;> Anualmente: - desmontar a máquina e lavar os copos de lubrificação, mancais e rolamentos.
-depois lubrificar, mas sem muito excesso (ppalmente nos motores elétricos).
>- Motores de indução: -operar dentro de 10% da voltagem nominal da placa (voltagem baixa aquece).
);;> Guincho a vapor: - purgar a rede e o cilindro logo após a parada da máquina.
);;> Antes da partida: - colocar óleo e graxa em todos os mancais e partes móveis.
- movimentar a máquina sem carga para lubrificar.
-Se tiver engrenagem de dado (macho-fêmea), movimentar devagar para fazer a coincidência dos dados.
- Se for máq a vapor, fazer o aquecimento e purgações necessárias.
Obs: - Manter o livro histórico em dia, anotando o que representar a vida real do equipamento.
- Navegando próximo de terra, cais ou fundeadouro, manter os ferros prontos para largar e as espias prontas à manobra.
- Quando fundeado, o Mestre deve verificar que nada impeça uma rápida manobra de suspender, recolher amarra, dar mais
filame ou destalingar a amarra em emerg.
e) Vozes de manobra:
);;> Vozes de comando:
- Ao fundear: Postos de fundear! Preparar para fundear! Larga o ferro! Como diz a amarra?
Qual o filame? Está portando pela amarra? Volta aos postos!
- Ao suspender: Postos de suspender! Preparar para suspender! Recolhe amarra! (o excesso de)
Iça o ferro! Como diz a amarra? Como diz o ferro?
Qual o filame? Está portando pela amarra? Volta aos postos!
);;> Vozes de execução: (Ferro) pronto! (a largar ou suspender) Pronto para dar volta! Amarra aboçada!
);;> Vozes de informação:
- Filame: Primeira (2", 3") manilha passou no escovém! (ao lume d'água, na gateira)
Saíram (entraram) 3 quartéis!
- Amarra em relação ao navio: Amarra a pique de estai! (quando li ao estai de vante do mastro)
Amarra a pique! (quando perpendicular à água)
Amarra dizendo para vantelréltravés!
Amarra dizendo para BEIBB! (quando for o bordo oposto do escovém)
Portando (não está portando) pela amarra! (cnf o navio esteja ou não exercendo esforço)
- Posição do ferro: Arrancou! (a amarra fica vertical e sob tensão).
A olho! (arrete na superficie)
Pelos cabelos! (cruz saindo da água)
Em cima! (arrete chega ao escovém)
No escovém! (ferro alojado)
36
f) Manobras para largar o ferro com o freio mecânico:
~ Solte o mordente e todas as boças, deixando a amarra aguentada pela máq de suspender, cujo freio mecânico está apertado.
~ Verifique que o ferro não está preso: desaperte o freio e vire a máquina o suficiente para arriar um dos elos (bata com marreta).
~ Aperte bem o freio, depois desligue a embreagem da coroa. I Ferro pronto! I Larga o ferro!
~ Abra o freio, girando o volante o mais rápido possível.
~ Ao correr a amarra, manter a manobra ciente da situação do ferro e da amarra, usando as vozes de informação acima.
~ Aperte o freio mecânico e o mordente da amarra, e desalimente a máquina de suspender.
g) Manobras para largar o ferro por uma das boças: (quando o ferro deva ser largado instantaneamente, com precisão)
~ Solte o mordente e todas as boças, exceto a mais próxima do escovém, e desligue a embreagem da coroa.
~ Verifique que o ferro não está preso: ice alguns elos do paiol para o convés com o garfo da amarra (vergalhão de ferro com
gancho), aliviando a amarra até um ponto AR da boça passada.
~ Retire o pino de segurança da patola da boça, e mantenha um homem com marreta pronto para soltar o elo de travamento.
h) Manobras para suspender o ferro:
~ Ligue a mangueira e o esguicho, e peça pressão na rede de água salgada.
~ Ligue a embreagem da coroa. I Solte o mordente e as boças.
~ Solte o freio, recolha uns 3-4 elos para saber se tudo está ok, depois aperte o freio novamente. I Pronto para suspender!
~ O Comte ordena "Recolher a amarra!" um pouco antes da hora do suspender, determinando qual o filame deve permanecer
(sufi apenas para não garrar) .
~ O Comte ordena "Içar o ferro!" . I Solte o freio e vire a máquina na veloc da fase de arrancar o ferro.
~ Ao içar a amarra, são dadas as vozes de informação.
~ lnfos sobre o mame: geralmente são dadas quando as marcas da amarra aparecem ao lume d'água.
~ Passar o jato d'água por fora do escovém (para não sujar o castelo), elo por elo. I Se vier com muita lama, pedir permissão
para içar mais devagar (para ir lavando). I Se a amarra estiver limpa, pode-se aumentar a veloc depois que o ferro arrancar.
~ Ferro em cima! I Daí lava-se o ferro, e depois encosta ele vagarosamente no escovém, sem bater. I Ferro no escovém!
~ Volta aos Postos! I Aperte o freio, aboçe a amarra e feche o mordente.
37
CAPll
APARELHO DE GOVERNO, MASTREAÇÃO E APARELHOS DE CARGA
SEÇÃO A- APARELHO DE GOVERNO
O aparelho consiste de: roda do leme + TX roda-máq do leme + máq do leme ou servomotor+ TX máq-leme + leme.
a) Roda do leme (11-1 ): é montada no plano diametral. I Seus punhos são as malaguetas. I A maioria dos navios tem outra roda,
maior que a do passadiço, para mover o leme manualmente em caso de falha da máquina ou suas transmissões.
b) Leme à mão (vide 11-2): é o aparelho simples de embs peqs.
- Consta da roda do leme, gualdropes (cabos de aço, correntes ou cadeias Galle) e leme. I A roda tem um tambor fixo onde os
gualdropes dão algumas voltas; daí seus chicotes seguem por ambos os bordos até serem presos em cada lado da cana do leme.
- As aberturas por onde passam os gualdropes possuem golas de metal chamadas macarrões.c) Máq do leme ou servomotor: é comandada pela roda (por isso é chamado de servomotor).
-Fica no compartimento do leme (onde a madre atravessa o casco) ou em compartimento contíguo (para evitar tx longas). Nos
NMs, esse compartimento fica acima do convés (para não ocupar espaço), e se possível não é adjacente ao costado.
- Requisitos: são +- iguais aos das máqs de suspender: aplicação súbita de grande força a baixa veloc, variação de veloc por graus
insensíveis e inversão de marcha. I Portanto, os tipos de máquinas são os mesmos: a vapor, elétrico e hidrelétrico.
~ Servomotor a vapor (11-3): usado nos NMs a vapor. I As vantagens e desvantagens são as mesmas já vistas.
- A vv de distribuição de vapor é comandada pela roda do leme. I Com a roda a meio, a vv está a meio (fechando a admissão
de vapor). I Movendo a roda, a vv se desloca para um lado, dando entrada ao vapor que vai mover a máquina naquele sentido.
~ Servomotor hidrelétrico (11-4): é o de maior custo de instalação, menor custo de manutenção, e o mais eficiente (pode-se
usar um motor de metade da potência em rei ao servomotor elétrico ). I Usado em quase todos os NGs.
- Um motor elétrico M trabalha com alta veloc e RPM cte. I Ele aciona a bb hidráulica B, cujo débito e sentido de escoamento
são regulados por um mecanismo de controle C, comandado pela roda do leme. I O débito em qq sentido depende da
amplitude de movimento do mecanismo de controle. I Com o controle em neutro, não há passagem de fluido.
-Os 2 tubos que saem da bomba são ligados a 4 cilindros (P-Q-R-S), onde trabalham 2 junços (1-J), que são ligados às
extremidades opostas da cana do leme por 2 barras.
- Normalmente os navios têm 2 conjuntos completos de motor elétrico e bb hidráulica (um de reserva). A simples manobra de
um pino permite passar de um sistema para o outro.
~ Mecanismo compensador: é usado nos servos a vapor ou hidrelétricos, devido à necessidade de parar o mov do leme
quando esse atinge o âng desejado.
-A vv de distribuição de vapor tb é comandada pela própria máquina, cujo movimento neutraliza o efeito da roda sobre a vv.
Assim, quando a roda deixa de girar, a vv é deslocada para a pos neutra, fazendo parar a máquina e o leme.
- Analogamente, o movimento da cana (ou dos junços) atua no mecanismo de controle do sistema hidrelétrico, levando
o a neutro após cada movimento da roda.
~ Servomotor elétrico: a roda do leme é substituída por uma alavanca de controle. I O sentido e a amplitude de movimento do
motor são dados por um mecanismo de controle elétrico instalado na casa do leme ou em qq outra estação de governo.
- Com a alavanca a meio, o motor está parado. O mov da alavanca parte o motor para um dos lados.
- Não há mecanismo compensador, pois o leme se move o quanto se deseja apenas enquanto a alavanca estiver fora do
neutro. O leme se mantém parado na pos desejada por meio de um freio.
d) Transmissão entre a roda e o servomotor:
~ Tx mecânica: 2 tipos: flexível (gualdropes) ou rígida (vergalhões de ferro para embs miúdas; ou eixos para as maiores).
-Nas transmissões rígidas, usam-se mancais de rolamento para reduzir o atrito. As peqs mudanças de direção são feitas por
juntas Cardan, e as grandes por engrenagens cónicas.
- Desvantagens: perdas por atrito, dificuldades de alinhamento e lubrificação, enjambram facilmente, folgas por desgaste e
prejudicam a estanqueidade.
~ Tx hidráulica: usa um telemotor. I Muito usada por NMs e NGs.
- A tx é feita por pressão em tubulações que correm em zonas protegidas, sendo fácil usar transmissões duplas afastadas.
- Desvantagens: vazamentos, entrada de bolhas de ar e formação de bolhas de gás (ao atravessar compartimentos quentes).
~ Telemotor da tx hidráulica (11-5):
- São 2 cilindros hidráulicos pequenos: 1) o transmissor: no pedestal da roda e comandado por esta (por meio de rodas
dentadas que movimentam o seu êmbolo); e 2) o receptor: que a tua no mecanismo de controle do servomotor.
-Eles se comunicam por 2 tubos de cobre com um líquido incongelável (óleo especial ou água com glicerina).
-Com o leme a meio, ambos os êmbolos estarão a meio. I Movendo-se a roda, o êmbolo do 2° cilindro atua no mecanismo de
controle (do servomotor hidrelétrico) ou na vv de distribuição de vapor (do servomotor a vapor).
- Se o timoneiro largar a roda, a ação de 2 molas coloca o cilindro receptor a meio, o que faz o servomotor funcionar para
trazer o leme a meio. I Ao mesmo tempo, o retrocesso da coluna de óleo do telemotor levará a roda a meio.
~ Tx elétrica: são 2 motores elétricos Selsyn de CIA, sendo um transmissor (tb chamado motor-piloto, comandado pela
roda) e outro receptor (ligado ao mecanismo de controle do servomotor).
-O rotor do receptor segue exatamente o rotor do transmissor (em veloc e pos angular) .
- A tx por condutores elétricos permite ainda maior flexibilidade de instalação que a tx hidráulica. I É muito usada para
controlar sevos hidrelétricos, com o motor rx atuando no mecanismo de controle C da bomba B (fig 11-4).
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e) Transmissão entre o servomotor e o leme:
~ Tx direta: duas barras são ligadas às duas extremidades da cana do leme. I Ex: máqs hidrelétricas (11-4).
~ Tx quadrantal: a máquina aciona uma roda dentada que engrena num quadrante dentado rigidamente fixado à cana.
Muito usado pelas mágs a vapor.
~ Tx de tambor: um cabo de aço ou corrente sem fim é enrolado com algumas voltas num tambor (acionado pela máquina). I Os
chicotes do cabo são fixados nas extremidades de um setor quadrantal. I Pode ser usado com servomotor elétrico.
~ Tx por parafuso sem fim (11-6): o eixo da máquina aciona um duplo parafuso sem fim (que tem rosca para a dir numa
extremidade, e para a esq na outra). I Em cada extremidade do parafuso trabalha um cursor, que está ligado a um tirante, que
está ligado a um lado da cana. I Os dois cursores se movem em direções opostas.
- Usada em servomotores a vapor ou elétricos, ou em lemes à mão.
- É pouco eficiente, mas muito usada nos NMs por ser simples e segura.
f) Vozes de manobra para o timoneiro:
~ Todas as ordens devem ser precedidas do apelativo "Timoneiro".
Ao iniciar a execução, o timoneiro deve enunciar o que escutou, e depois comunicar como ficou o leme.
- Leme a BB! (carregar o leme no ângulo padrão)
- Leme a BB 15°! (preferível à ordem anterior)
-Todo leme a BB! (usar 2°-3° a menos que o limite, para evitar prender)
- Alivia! (reduzir o ângulo de 1/3)
- A meio! ou Leme a meio!
- Quebra a guinada! (leme para o bordo oposto até parar de guinar, depois a meio)
- Nada a BB!
- Assim! (manter o rumo do momento)
- Rumo zero três cinco!
-A caminho, zero três cinco! (o timoneiro informa ao conseguir firmar o rumo ordenado com leme praticamente a meio,< 5°)
- Bom governo! (quando o navio está fora do rumo)
- Inverter o leme! (colocar o leme com a mesma quantidade de graus para o bordo oposto)
- Marque a proa! (o timoneiro informa a proa indicada pela linha de fé)
- Atenção! (ficar de sobreaviso para uma ordem)
-Dar um tope em 350! (quando a linha de fé estiver praticamente parada no 350, o timoneiro diz: tope, tope, tope!)
-Dar um tope! (quando a linha de fé tiver praticamente parada no rumo de governo: tope, tope, tope!)
- Como diz o leme? (informar o bordo e quantos graus está carregado)
- Como governa? ou Qual a tendência do leme? (usada quando se quer saber o âng necessário para manter o navio a caminho)
(o timoneiro responderá: A meio! ou Cinco graus a BB!)
- Ciente! (dito pelo Oficial depois que o timoneiro repete a ordem)
g) Uso do aparelho:
~ Treinar a guarnição para passar do leme a motor para leme a mão. I Em águas restritas, o leme a mão deve estar pronto para uso.
~ Um bom timoneiro não permite guinadas maiores que 2°-3° com tempo/mar normais ao manter o navio a caminho.
~ É aconselhável que o serviço de timoneiro seja de no máx 2 hs, reduzindo para 1 h com mau tempo.
SEÇÃO B - MASTREAÇÃO
Mastreação: é o conjunto demastros, mastaréus, vergas e antenas.
a) Carangueja (1-56a):
- É uma verga oblíqua a ré do mastro de ré, no plano diametral, cujas partes são o pé, o corpo e o penol.
-Nos navios modernos, é uma peça leve com um peq moitão onde se iça a bandeira nacional quando em movimento . Nos
veleiros, é uma peça robusta onde se enverga uma vela latina.
- O pé tem um pino de aço (garlindéu), que emecha num pé-de-galinha ou cachimbo fixos no mastro. I Ou então o pé termina
num semicírculo (boca de lobo) que abraça o mastro, prendendo-se ao frade ou fuso (trilho-guia por AAR do mastro).
- O penol é mantido lateralmente por 2 guardins (arvorados se a carangueja for uma peça leve); e para cima, por um amantilho.
- O âng que a carangueja faz com o mastro é o repique da carangueja.
b) Verga de sinais (11-7/11):
- São peças que se cruzam lateralmente, por AAV dos mastros/mastaréus.
- Sua parte média é o terço, as extremidades são os laises, e a parte junto ao lais é o cunho.
- O comprimento das vergas tb é chamado lais.
- São fixadas ao mastro por uma braçadeira ou um aro de chapa (chapa do terço).
- Nos laises, elas são sustentadas por amantilhos fixos num olhal ou aro de chapa (a chapa do lais). No mastro, os amantilhos
fazem arreigada fixa na chapa das arreigadas.
- Quando a verga é grande, há um estribo de cabo de aço entre o terço e os laises (para os homens trabalharem). O estribo é
aguentado por cabos de aço verticais igualmente espaçados (os andorinhos).
- Os moitões das adriças de sinais colocados nas vergas são pequenos, de metal, e do tipo de tornei.
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c) Nomenclatura dos mastros (11-7):
>- Pode ser inteiriço (mastro mocho) ou completado por um mastaréu (neste caso, a parte fixa ao casco é o mastro real).
-Mastro real: tem pé (que encaixa na carlinga), corpo (é a parte mais resistente) e calcês (onde encapela o aparelho fixo).
- Mastaréu: tem pé, galope (acima das encapeladuras) e tope (recebe a borla e a flecha do pára-raios).
- Mastro inteiriço: as partes superiores tb se chamam galope e tope .
>- Guinda: é a altura de cada um dos mastros e mastaréus. I Guinda da mastreação: é a altura total do mastro com mastaréu.
>- Borla: peça circular chata de madeira que emecha nos topes dos mastros, mastaréus e paus de bandeira, etc, tendo gornes
para as adriças.
>- Pára-raios: pequena haste de cobre presa na borla dos mastros de madeira ligada a um fio ou fita metálica, que se fixa na
estrutura metálica do navio. I Os mastros metálicos não precisam.
>- Ninho de pega (11-7): nos NMs, é chamado cesto de gávea ou gávea, onde fica o vigia ou alguém que trabalhe no mastro.
-É uma plataforma de cantos arredondados no calcês do mastro de vante, circundada pelo pavês (chapa fina) ou balaustrada.
-Pode ser sustentado por vergalhões de ferro (chamados arreigadas), que se fixam na chapa das arreigadas no mastro.
-Nos NMs, ele é apoiado em curvatões (ao invés de arreigadas), que são vigas robustas assentes lateralmente nos mastros,
destinadas a aguentar o aparelho dos paus de carga.
d)Estrutura dos mastros:
>- Mastro tubular simples (11 -8): é o mais usado, mais leve e menos rígido, devendo ser estaiado por cabos de aço.
- Os NMs geralmente têm 2 deles, sendo o de ré o de maior guinda.
- Os mastros: - São ligeiramente inclinados para ré, para serem mais facilmente aguentados pelo aparelho.
-São fixados na sobrequilha das embs pequenas (atravessando os conveses pelas enoras).
-Nos navios grandes, eles se fixam na 1a ou 2• cobertas.
-Nos cargueiros modernos, eles podem ser fixados no convés e mantidos na posição por uma peq estrutura.
- Os mastaréus: - São fixados por AA V ou AAR do mastro real.
- Enfiam o pé por 2 aros de aço presos ao galope do mastro real (antigamente esses aros eram de
madeira, chamados pega).
- Podem ter gornes no sentido proa-popa onde trabalham as roldanas das adriças.
> Mastro trípode (11-8): tubo vertical de grande diâmetro escorado por dois outros menores, formando um tripé.
- Isso facilita a instalação de plataformas sobre uma base rígida, dispensando os estais.
- O acesso às plataformas é por uma escada de ferro dentro do tubo maior.
> Mastro estrutural: usado em NGs grandes. É uma torre que constitui uma superestrutura cilíndrica ou oval bem grande.
> Mastro de treliça (11-8): usado em navios de guerra antigos.
> Mastros telescópicos: usado em subs e em porta-aviões. I Mastros de rebater: usados em embs pequenas.
e) Aparelho fixo: nos cargueiros, os mastros aguentam paus de carga, portanto devem suportar maiores esforços.
-Para tal, encapelam-se cabos fixos nos mastros e mastaréus (estais e brandais), que constituem o aparelho fixo da mastreação.
-Todos os cabos fixos são de aço. Os chicotes superiores são encapelados no calcês com braçadeiras, e os inferiores possuem
macacos para regular a tensão.
>- Estais: são cabos de aço que aguentam para vante, no plano diametral.
- Seu chicote superior encapela no calcês, e o inferior vai num olhal no convés.
-Podem ser reforçados por CONTRA-ESTAIS (cabos de mesma bitola que encapelam por cima deles).
-Alguns mastros tb são aguentados para a popa pelos ESTAIS DE ENCONTRO.
>- Brandais: são cabos que aguentam para as bordas.
- NMs podem ter 2, 3 ou 4 para cada lado, espaçados para não interferir com a manobra dos paus de carga.
>- Enxárcias (11-9):
- É o conjunto de cabos chamados ovéns, que eram usados como brandais .
-Os ovéns são seguros entre si pelos enfrechates, que são cabos horizontais (enfrechadura é o conjunto de enfrechates).
-O último ovém de ré, quando não é compreendido na enfrechadura (sendo amarrado de 5 em 5 enfrechates), chama-se cupês.
- Os ovéns eram fixados aos olhais do convés por meio de bigotas e colhedores, ou por macacos.
-Logo acima dos colhedores ou macacos, os ovéns (inclusive o cupês) são amarrados a um vergalhão horiz chamado malhete
(para manter os ovéns em posição). I Também pode haver um malhete de madeira no alto.
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SEÇÃO C -APARELHOS DE CARGA E DESCARGA
PAUS DE CARGA OU LANÇAS (fig 11-12):
~ Usados para a manobra de cargas. I Suas partes são: pé, corpo e lais.
~ O pé tem um garlindéu (pino de aço vertical que se prende ao pau por um pino horizontal). O garlindéu emecha no cachimbo
(fixo ao mastro), e essa combinação forma uma junta universal.
~ No lais fica a chapa do lais, com 4 olhais para o aparelho do pau de carga.
~ São de madeira (até 3 tons), de tubo de aço (3-20 tons) ou de treliça(> 20 tons). I Figs 11-13/14.
~ O diâmetro é ligeiramente maior na parte média (maior flexão) .
~ No arranjo mais comum (paus de carga conjugados), há apenas 2 paus em cada lado do mastro.
~ Quando os paus de carga devam trabalhar independentemente um do outro, geralmente há 4 paus em cada lado da escotilha.
~ Pau inclinado de 35°-45° como chão: o gato do aparelho pode alcançar até 2/3 do comp da escotilha.
~ Pau para o través: o alcance para fora do costado varia de 2,5 m (navios peqs de cabotagem) até 7,5 m (cargueiros médios).
~ Aparelho do pau de carga (fig 11-15):
-Amante: iça ou arria o pau (.faz sentido .. .). I É fixado ao lais do pau e ao calcês do mastro.
- Guardins: são dois (BE/BB). I Eles mantém a pos lateral do pau. I São fixados na chapa do lais do pau e no convés.
- Aparelho de içar/arriar carga: é uma catarina para os paus usuais; ou uma estralheira ou talha para os paus de svç pesado.
- Poleame do aparelho: é do tipo lubrificado, e se fixa sempre por manilhas (ao invés de gatos) .
a) Amante:
~ Pode ser de fibra ou de aço. I É quase sempre móvel, isto é, consiste de um aparelho de laborar, para permitir içar/arriar o
pau. Há vários tipos, conforme o aparelho de laborar usado, a saber:
~ Amante singelo (1-16):
- Um chicote faz arreigada fixa num olhal do lais, e o outro gume num moitão fixo ao mastro, desce e vai ser manilhado em um
dos 3 furos de um triângulo de chapa grossa.
- No zo furo vai um cabo de aço que serve de tirador, indo ao guincho após passar por um moitão juntoao pé do mastro.
-No 3° furo vai uma corrente grossa (a boça).
- Para içar/arriar o amante, ala-se o tirador pelo guincho. Depois o amante é aboçado (prendendo-se a corrente num olhal
no convés). I Isso alivia o tirador e o guincho durante a carga/descarga.
~ Amante de talha dobrada ou estralheira:
- Consta de uma talha dobrada ou estralheira dobrada, de cabo de aço.
- O cadernal de onde sai o tirador da talha/estralheira é fixo ao mastro, e o outro ao lais do pau.
- O tirador desce junto ao mastro, gume numa patesca no pé do mastro e vai dar volta no guincho.
- Para aboçar o amante (por boça de corrente, com fiel de cabo de fibra): passe a boça no tirador do amante com cotes
espaçados de 30-45 cm, depois dê algumas voltas redondas com o fiel no sentido oposto ao da cocha do tirador de aco,
aguentando o fiel sob mão. I Soleque o tirador até que a boça fique bem tesada. I Dê volta ao tirador num cunho do mastro ou
a outro ponto próximo (com ao menos 2 voltas redondas ou 3 falidas), e abotoe junto ao cunho.
~ Amante com aparelho:
- É um amante singelo cujo cabo de aço faz arreigada fixa no lais do pau, gume por um moitão no mastro, desce junto a este e
se amarra a uma talha dobrada de cabo de fibra, um pouco acima do convés.
- A talha toma o nome de beta, sendo usualmente aboçada por um cabo de fibra (como acima).
b) Guardins:
~ Constam de: - uma talha de cabo de fibra; .!!.!!
- um cabo de aço singelo amarrado ao cadernal superior de uma talha de cabo de fibra.
~ O cadernal inferior da talha é manilhado num olhal do convés, de modo que o guardim forme um ângulo +- reto com o pau.
~ Paus instalados aos pares (o que é usual): os guardins internos são substituídos por um tegue, que liga os paus pelos laises.
c) Aparelho de içar a carga:
~ É geralmente um simples retomo (sem MP) no qual se usa uma catarina manilhada ao lais do pau.
~ Mas nos cargueiros usuais, o porão n° 2 tem um pau para grandes pesos, cujo aparelho de içar é uma talha dobrada ou
estralheira dobrada.
~ Tirador do aparelho: gume por um retomo-guia (com ou sem rodete) na façe inferior do pau, labora num moi tão fixo ao
mastro (abaixo do cachimbo) e vai ser manilhado ao tambor do guincho. I O cabo é de aço (5/8" para cargas usuais), e seu
comp é tal que, com a carga arriada no porão, ainda deva haver algumas voltas no tambor do guincho.
d) Poleame do aparelho:
~ O fator de segurança mínimo do poleame é 5.
~ As roldanas são de metal fundido e lubrificadas com graxa ou grafite.
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