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Aula 8 Macroevolução Macroevolução • Microevolução restringe-se à caracterização dos processos evolutivos que alteram as frequências alélicas em uma população: especiação. • Macroevolução: conjunto de fenômenos evolutivos relacionados à origem de organismos acima do nível de espécie. • Paleontologia: fósseis permitem fazer comparações de grandes mudanças evolutivas. • Biodiversidade: evidências da macroevolução que deram origem a diversos grupos de organismos. Fonte: https://s-media-cache- ak0.pinimg.com/originals/e0/bb/93/e0bb9395b2bf805eb638e79c3c72 a3f0.jpg Macroevolução • Paleontologia: fósseis permitem fazer comparações de grandes mudanças evolutivas: origem de novos órgãos, novos planos corporais e categorias taxonômicas superiores como famílias, classes ou ordens. • Biodiversidade: resultado da macroevolução que deram origem a diversos grupos de organismos: padrões macroevolutivos. • Processos macroevolutivos transcorrem de modo diferente dos microevolutivos ou as mudanças macroevolutivas são decorrentes do acúmulo de diversas mudanças microevolutivas ocorridas ao longo do tempo? • Processos microevolutivos como seleção natural e deriva genética são extrapoláveis para o contexto macroevolutivo Macroevolução • Sistemática biológica: ciência da classificação dos organismos. • Grupamentos de organismos que se assemelham em muitas características. • Categorias inicialmente descritivas, sem preocupação com parentesco evolutivo. • Táxon: grupo de organismos que recebe um nome que o identifica. • Estabelecer relações de parentesco entre os organismos – filogenias. Fonte: https://s-media-cache- ak0.pinimg.com/originals/e0/bb/93/e0bb9395b2bf805eb638e79c3c72a3f0.jpg Macroevolução • Sistemática filogenética ou cladística: busca identificar homologias entre os organismos, uma vez que caracteres homólogos são indicativos de ancestralidade comum. • Desenvolvida na década de 1960 pelo entomólogo alemão Willi Hennig. • Cladograma: modelo gráfico utilizado para representar as relações filogenéticas entre os táxons. • Homologia: característica existente em um ancestral comum, que pode ou não exercer a mesma função. • Analogia: semelhança funcional de características, porém com origens distintas. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_lege nda/42732948a1e7ffa8f78a8696d01567d9.jpg Macroevolução Cladogramas • Táxons terminais: análise inicial organizou de acordo com parentesco evolutivo. • Sinapomorfias: características compartilhadas por dois ou mais táxons (homologias). • Grupo monofilético: grupo de organismos que apresenta um ancestral comum e exclusivo e compartilham uma sinapomorfia. • Autapomorfias: características exclusivas de cada táxon terminal: glândulas mamárias. Macroevolução Exemplos de cladogramas Macroevolução Cladograma reunindo grupos de vertebrados. Além das sinapomorfias, esse cladograma indica autapomorfias, características exclusivas de cada táxon terminal (não compartilhadas com os demais táxons) Macroevolução Cada ramo representa uma linhagem evolutiva que vai se modificando gradativamente, até chegar a um nó, onde ocorre diversificação e origem de duas novas linhagens evolutivas Anagênese: mudanças ocorridas ao longo de cada ramo, sem que haja diversificação e origem de novas linhagens evolutivas Cladogênese: momento em que uma linhagem se diversifica recebe o nome de cladogênese. Macroevolução • Na sistemática filogenética, apenas são considerados válidos grupos monofiléticos. • Grupos parafiléticos: abrigam alguns descendentes de um mesmo ancestral, mas não todos. • Grupos polifiléticos: englobam linhagens que desenvolveram semelhanças por convergência evolutiva. Macroevolução Boa parte dos grupos classificados pela sistemática tradicional é monofilética, ou seja, é condizente com os preceitos da sistemática filogenética, embora existam alguns agrupamentos clássicos que sejam considerados parafiléticos do ponto de vista da cladística e, portanto, inválidos nesse contexto. É o caso dos répteis, por exemplo. Evolução dos carnívoros: observa-se compatibilidade entre classificação tradicional e sistemática filogenética Macroevolução O exemplo clássico de táxon parafilético é a classe Reptilia. Reptilia é parte de um clado de vertebrados tetrápodos, os Amniota, do qual foram excluídos os mamíferos e as aves. Logo, é um grupo parafilético, porque não possui uma espécie ancestral exclusiva de todos os seus membros. O ancestral imediato comum a todos os répteis (a primeira espécie de Amniota), é também o ancestral de mamíferos e aves. Macroevolução • Grupos polifiléticos: convergência evolutiva: surgimento do mesmo tipo de adaptação em linhagens distantes do ponto de vista evolutivo. Estruturas análogas. • Animais homeotérmicos ou endotérmicos: aves e mamíferos. Fonte: http://www.colegioweb.com.br Fonte: Biologia – César e Sezar Macroevolução • Fósseis e tempo geológico: estudo de fósseis permite caracterizar a diversidade de organismos e estimar o ritmo em que ocorreram as mudanças evolutivas – taxa evolutiva. • Comparar valores de medidas de caracteres quantitativos entre fósseis que viveram em diferentes épocas. • Hipóteses de certos grupos taxonômicos terem taxas evolutivas mais altas do que outros. Fonte: http://1.bp.blogspot.com/- SjkR06xbvZM/UL5jTZ1zblI/AAAAAAAAA GU/si2k4vajgqo/s640/ConcepErradas_ arvoresEvol_7.jpg Macroevolução • Taxas evolutivas: quantidade de alterações ocorridas em certa estrutura ou conjunto de estruturas de determinado grupo de organismos durante certo tempo • Comparar valores de medidas de caracteres quantitativos entre organismos fósseis • Taxa de mudanças em caracteres quantitativos é medida em uma unidade denominada darwin. (d) • Um darwin corresponde a uma taxa de evolução que promove uma alteração em medidas quantitativas multiplicada por um fator de aproximadamente 2,7 em 1 milhão de anos Macroevolução • Exemplo: • Se em 10 mil anos um animal que apresentava o tamanho de um camundongo evoluiu a ponto de originar um descendente do tamanho de um elefante, a taxa de evolução do tamanho nessa linhagem evolutiva teria sido de 400 d. • Se essa mesma variação tivesse ocorrido em um tempo dez vezes maior, ou seja, 100 mil anos, a taxa teria sido dez vezes menor, isto é, 40 d. Fonte: Ridley (2006, p. 615). Adaptado. Macroevolução • Existe correlação entre o tempo considerado e o valor calculado para a taxa de evolução? • Medidas em dois fósseis cuja diferença de idade é da ordem de milhões de anos, as mudanças ocorridas em intervalos menores de tempo ao longo do período inteiro podem ser ignoradas Fonte: Ridley (2006, p. 615). Adaptado. Macroevolução • Levar em conta os intervalos ao comparar taxas evolutivas de linhagens diferentes. Macroevolução • Características qualitativas: fusão de ossos ou escamas recobrindo o corpo, também podem ser empregadas para estimar a taxa de evolução. • Nesses casos, não se utiliza o darwin como unidade de medida. • Quantidade de espécies ou gêneros originados ao longo de um determinado período em uma linhagem evolutiva também fornece uma base para se estimar a taxa evolutiva do grupo. • Certos grupos taxonômicos evoluem mais rapidamente; a evolução é mais rápida em estruturas mais complexas que nas mais simples; mudanças ocorridas nas espécies, muitas vezes, são mais rápidas durante os períodos de especiação do que entre os períodos de grandes inovações. • Argumentos para a elaboração de duas teorias sobre mudanças macroevolutivas: gradualismo filético e equilíbrio pontuado. Macroevolução • Darwin: surgimento de órgãos complexos apenas seria possível por meio de numerosas pequenas modificações sucessivas ocorridas a partir de estruturas mais simples. • Ou seja, ao longo de uma linhagem evolutiva, pequenas modificações acontecem com o decorrer da sucessão de espécies e vão se acumulando.• Ao final de muito tempo, o somatório das pequenas mudanças surgidas em espécies diferentes, resulta em um órgão estruturalmente complexo. • Essa série gradual de pequenas alterações sucessivas que culmina com a origem de estruturas complexas é de ocorrência mais provável que a origem desse tipo em um único passo. • No entanto, o registro fóssil deixa algumas dúvidas quanto à taxa em que essas modificações ocorrem. Macroevolução • Gradualismo filético: taxas de evolução ao longo do tempo geológico são baixas e constantes • Anagênese contínua. • Ausência de fósseis intermediários deve-se ao registro fóssil incompleto, por causa das dificuldades inerentes aos processos de fossilização ou ainda não descobertos Fonte: https://bioglossa.wikispaces.com/file/view/equil%C3%ADbrio_pontuado.gif/1463 94503/521x420/equil%C3%ADbrio_pontuado.gif Macroevolução • Equilíbrio pontuado: taxa de evolução, durante processo de especiação é elevada (ausência de fósseis intermediários). • Estabilidade morfológica apresentada pelas espécies, interrompida por grandes mudanças pontuais (rápidas na escala do tempo geológico), corresponde a um padrão evolutivo. • Rapidez nas mudanças deve ocorrer por causa do isolamento de poucos indivíduos da espécie original. • Em uma população pequena, os efeitos de processos evolutivos como seleção e deriva genética são mais velozes • Velocidade dos processos evolutivos e pequenas populações explicação para ausência de fósseis intermediários. Fonte: https://bioglossa.wikispaces.com/file/view/equil%C3 %ADbrio_pontuado.gif/146394503/521x420/equil%C 3%ADbrio_pontuado.gif Macroevolução • Evolução de trilobitas: padrão gradualista filético. Classificação baseada principalmente no número de segmentos transversais na parte caudal e outras características morfológicas. • Linhagens evolutivas de oito de seus gêneros, o número de costelas aumentou de modo gradual ao longo de três milhões de anos. Macroevolução • Evolução de briozoários fósseis: padrão compatível com o equilíbrio pontuado. • Muitas das espécies desses organismos não mudaram de forma durante longos períodos, de vários milhões de anos. • Diversas das novas espécies surgidas entre o Mioceno Superior e o Plioceno Inferior apareceram subitamente, ou seja, nenhuma forma intermediária de transição foi encontrada em fósseis datados de períodos anteriores. Macroevolução • Fósseis vivos: nome dado a algumas espécies que, em virtude de taxas evolutivas extremamente lentas, praticamente não mudaram em relação aos seus ancestrais mais distantes. • Estase: ausência de mudanças significativas entre dois períodos de especiação (fósseis vivos). • Celacanto e Ginkgo biloba. Macroevolução • Evolução que originou os cetáceos atuais (baleias e golfinhos): gradualismo. • Mamíferos aquáticos atuais são descendentes de mamíferos terrestres. • Comparações fósseis demonstram mudanças gradativas que ocorreram no esqueleto, desde esse ancestral terrestre até os cetáceos atuais. • Redução gradativa dos membros anteriores e posteriores • Reposicionamento das narinas, que passou da posição frontal da face, no ancestral terrestre, para o topo da cabeça, nos cetáceos. Macroevolução • Irradiação adaptativa: diversificação de alguns grupos de organismos (originam muitas espécies). • Também chamada radiação adaptativa, irradiação ou radiação. • Ocupação simultânea de vários nichos ecológicos diferentes por subgrupos de um mesmo ancestral. • Processo adaptativo resultando em espécies diferentes adaptadas a diversos subambientes. Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_x3EXfQbNC_c/TPeWD3fKJTI/AAAAAAAAAIk /fITP7Qgws0o/s1600/irradia%25C3%25A7%25C3%25A3o+adaptativa.j pg Macroevolução • Irradiação adaptativa está vinculada a alguma das situações: • Colonização de uma nova área sem competidores: recursos abundantes e a colonização por parte de uma espécie ancestral favorece a irradiação em múltiplas formas que se tornarão aptas a explorá-los sem competição, recursos não explorados. • Exemplos: tentilhões de Darwin, plantas asteráceas no arquipélago havaiano e peixes ciclídeos no lago Vitória. • Todas essas espécies são descendentes de uma única espécie ancestral proveniente da América do Norte há cerca de 5 milhões de anos no arquipélago havaiano. Macroevolução • Irradiação adaptativa está vinculada a alguma das situações • Extinção de grupos competidores: extinção de determinado grupo competidor abre oportunidades para exploração de novos grupos (dinossauros – mamíferos). Macroevolução Irradiação adaptativa está vinculada a alguma das situações • Substituição de táxons competidores: sob novas condições ambientais, um táxon pode tornar-se um melhor competidor que outro anteriormente predominante. • Um exemplo desse tipo de substituição envolveu duas ordens de briozoários, os Cyclostomata e os Cheilostomata. Entre 150 e 50 milhões de anos, os Cheilostomata foram continuamente substituindo os Cyclostomata Macroevolução Irradiação adaptativa está vinculada a alguma das situações: • Superação de barreiras adaptativas: o desenvolvimento de uma nova adaptação ou de um conjunto delas pode tornar um táxon apto a explorar recursos ambientais antes inexplorados, ou fazê-lo superar seus competidores diretos. • A irradiação de plantas e animais em ambiente terrestre, por exemplo, deu-se apenas após o surgimento de adaptações que permitiram trocar o ambiente aquático pelo terrestre