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Metodologia Ativa - Sala de aula invertida: o objetivo dessa atividade é desafiar a busca pelo conhecimento fora do Ambiente Virtual de Aprendizagem e expor o resultado da sua pesquisa no nosso fórum colaborativo. Sua participação será compartilhada com todos os colegas e juntos teremos uma visão ampliada do tema proposto.
Olá, estudante. Como vai?
Vamos iniciar o desafio colaborativo da disciplina Psicologia da Personalidade. O objetivo é desafiá-lo(a) na busca pelo conhecimento fora do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e expor o resultado da sua pesquisa no nosso fórum colaborativo. Dessa forma, buscamos levá-lo(a) a construir as competências necessárias para a sua atuação profissional, utilizando todas as ferramentas que estarão à sua disposição ao longo do curso que você escolheu.  
Lembre-se que, neste primeiro momento, a principal proposta é desafiá-lo a interagir de maneira efetiva e fundamentada acerca do conteúdo com seus demais colegas, além da equipe de tutoria. Para isso, é importante que você leia e discuta com seus colegas, de maneira argumentativa, para que troquem conhecimentos e aprendam de maneira coletiva. Esteja atento (a) ao fato de que essa atividade tem o intuito de ser um esforço comunitário, por isso, a interação com seus colegas é muito importante.
A constituição do ser humano pode ser encarada a partir de diferentes pontos, um indicador que contribui para esse entendimento é o conceito de personalidade humana, cujo surgimento se deu a partir das teorias psicanalíticas.
É importante, ainda, destacar que se faz necessária a leitura dos materiais disponíveis no ambiente virtual e demais suportes de aprendizagem, para que você consiga argumentar durante a interação com seus colegas. Além disso, faça pesquisas fora do AVA, mas não se esqueça de dar os devidos créditos em sua publicação. 
Sua participação será compartilhada com todos os colegas e, juntos, teremos uma visão ampliada do tema proposto.
Dito isso, você está preparado (a)? 
 
Vamos às tarefas: 
 
1. Para começar, leia o texto a seguir: 
As pessoas são diferentes umas das outras, devido às diferenças de suas personalidades. Por isso, podemos dizer que a personalidade é mutável e nunca está completa. A psicologia da personalidade aponta para a capacidade constante de desenvolvimento dos indivíduos e de se transformar ao longo da vida, reforçando o que a teoria psicanalítica aborda sobre a personalidade.
 
2. Diante do contexto acima, participe, seguindo os três passos abaixo:
· Descreva o conceito de personalidade humana com suas palavras;
· Descreva os métodos utilizados para investigações da personalidade humana. Utilize as referências indicadas do texto-base;
· Exemplifique o que é id, ego e superego com suas palavras.
 
3. Discuta: 
Comente pelo menos mais duas postagens principais dos colegas, com a sua opinião sobre o que eles postaram. Lembre-se de argumentar nas considerações já publicadas, concordando ou discordando com argumentos que expliquem seu posicionamento. 
Lembre-se: é de bom tom voltar à sua postagem para ver se algum colega comentou, e aproveitar o momento de tréplica, defendendo seu posicionamento ou retificando-o a partir da contribuição do seu colega, se for o caso.
4. Dicas importantes: 
· Lembre-se sempre de citar suas referências de pesquisa! 
· Fique atento(a), pois o seu sucesso nesta atividade dependerá da realização das tarefas propostas.
Importante:
Faça uso da pesquisa: busque sempre sites oficiais e de instituições de pesquisa reconhecidas.
 
Bons estudos!
OLÁ!
Você está na unidade História da teoria da psicologia da personalidade. Conheça aqui como se deu o processo de evolução histórica da psicologia da personalidade, definição e conceito de personalidade, seus estudos científicos, diversos métodos e técnicas e estratégias de investigação da personalidade.
Entenda os funcionamentos psíquicos que direcionam os trabalhos dos profissionais da psicologia, bem como a importância de conhecer o processo evolutivo da história da personalidade, suas estruturas e sua importância no desenvolvimento humano para a excelência no exercício da profissão.
Bons estudos!
1 Evolução histórica da teoria da personalidade
Na psicologia da personalidade o elemento principal de estudo é o indivíduo. Por tanto, compreender a personalidade humana é considerar o ser em sua totalidade, peculiaridade e singularidade. Personalidade é um termo que apresenta muitas alterações de significado. Em geral, dá um entendimento amplo de elemento que compõe o ser humano. Já no senso comum, é utilizado para mencionar uma característica marcante de algum indivíduo (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Como exemplo desse pensamento comum, tem-se a timidez, extroversão ou, ainda, para se referir a alguém importante ou marcante: "uma personalidade". Popularmente, a personalidade dada a uma pessoa pode significar, para o senso comum, se essa pessoa é boa ou má, mas na psicologia evitamos esse conceito de valor.
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Figura 1 - Máscara de teatroFonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas máscaras de teatro de cor branca em fundo azul, a do lado esquerda está feliz e a do lado direito está triste.
Durante o século XIX, a psicologia nasce como ciência livre e, principalmente, experimental a partir de algumas combinações de ideias da filosofia e da fisiologia, no final do século XIX, na Alemanha. Com uma grande parcela de contribuição de Wilhelm Wundt, foi criado o primeiro laboratório de psicologia, em 1879, na Universidade de Leipzig (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004).
Esse primeiro momento de estudo da consciência foi concentrado em análise de experiência consciente, trazendo suas partes fundamentais, alguns métodos tinham modelos que foram utilizados para testagens. Wundt e outros psicólogos da época focaram seu estudo na natureza humana e na ciência natural e continuaram a pesquisar o estudo da mente.
O foco até então foi estudar somente os processos mentais que poderiam ser afetados por alguns impulsos externos expostos e que conseguissem ser manipulados e controlados experimentalmente. Na perspectiva da psicologia experimental, não tinha espaço para um estudo tão afundo, de difícil compreensão e grandioso como a personalidade humana.
Ainda nessa época, o psicólogo norte-americano John B. Watson era um teórico muito dedicado ao estudo do comportamento humano, o que proporcionou uma revolução contra o trabalho de Wilhelm Wundt. Esse movimento ficou conhecido na época como Behaviorista. Os argumentos de Watson para Wundt era que se a psicologia desejasse ser uma ciência, tinha que se concentrar unicamente nos aspectos concretos da natureza humana, ou seja, no que podia ser visto, observado, ouvido, registrado e em comportamento evidente e não em algo da consciência.
Segundo Schultz e Schultz (2016), a escola Behaviorista fundada por John B. Watson, centralizava seus estudos em comportamento manifesto em vez de processos mentais, pois, para ele, a consciência não pode ser vista ou experimentada. Alguns psicólogos comportamentais da época descartaram todas essas noções de sentimentos e complexidade que vêm à mente quando usamos a palavra personalidade.
Nessa corrente filosófica, a personalidade é uma combinação de respostas aprendidas ou simplesmente um hábito, que mais à frente foi estudada e justificada pelo teórico Skinner e a nomeou de behaviorismo radical. A teoria Behaviorista reduzia a personalidade ao que podia ser visto e observado objetivamente e não teria lugar na teoria para as forças do consciente e do inconsciente.
A psicanálise foi a primeira corrente teórica a estudar formalmente a personalidade. Criada pelo teórico Sigmund Freud, essa abordagem ressalta as forças do inconsciente, de que maneira ela pode caracterizar a personalidade humana. Além disso, Freud estudou também os impulsos sexuais que poderiam ser encontrados biologicamente e que poderiam estar relacionados à história de vida do indivíduo e como processo desde a infância.
Sigmund Freud nãoera psicólogo, mas era um médico que trabalhava com indivíduos que sofriam de problemas mentais, portanto não usou métodos experimentais em sua técnica, organizou a sua própria teoria da personalidade com base em suas observações clínicas dos pacientes que atendia. Dessa forma, começa aparece aqui a terceira força de estudo sobre a personalidade humana, pois fica claro que a teoria psicanalítica ocupou um papel importantíssimo no desenvolvimento da psicologia (FADIMAN; FRAGER, 2002).
1.1 Níveis da personalidade
De acordo com a teoria Freudiana, nada ocorre por acaso e muito menos os processos psíquicos, para cada pensamento, memória e ação tem suas justificativas. Qualquer evento psíquico é motivado pelo consciente ou inconsciente de cada indivíduo e é definido pelos fatos que causaram cada um deles.
As opiniões de Freud impactaram tanto a psicologia quanto a cultura de modo geral, proporcionaram outra direção aos estudos da personalidade humana e revolucionaram a forma de compreensão em estudar a natureza humana e suas complexidades. A personalidade na história da psicologia sempre esteve entrelaçada ao estudo e à compreensão do desenvolvimento psíquico, desde o nascimento até a velhice.
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Figura 2 - Sigmund FreudFonte: catwalker, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um selo postal utilizado na Áustria no ano de 1981 com a foto de Sigmund Freud. Ele está de perfil, a figura está na cor lilás, na lateral do quadro tem o nome dele e a data de nascimento e de sua morte: 1856-1939.
As teorias da personalidade para Freud se dividiam em três níveis que ele chamou de:
São todas as nossas sensações e experiências das quais estamos cientes, ou seja, nossas ações intencionais.
É a morada dos instintos, aqueles desejos que regem o nosso comportamento e que estão menos expostos, aquele que está afundo.
É o deposito de recordações, percepções e ideias das quais não estamos cientes no presente, mas que podemos facilmente levar para o consciente.
Conforme Schutz e Schutz (2016), Freud acreditava que o inconsciente era a principal força incentivadora da vida e foi uma das quais chamou sua atenção e se dedicou a estudar, pois para ele os conflitos da infância eram reprimidos para fora do inconsciente e o objetivo do estudo de Freud era trazer essas lembranças, essas dores e esses pensamentos contidos para o nível de consciência.
De acordo com os autores, o consciente para Freud era algo limitado da personalidade, pois somente uma parte dos nossos pensamentos, nossas sensações e nossas lembranças existe em nossa consciência. Ele chegou a comparar a mente à ponta do icerberg:
1. 
 
2. 
O consciente é a parte menor do iceberg que está sobre a superfície da água.
Next
Esse era o foco na teoria psicanalítica, estudar mais afundo o inconsciente, aquilo que para ele ainda era um mistério saber, o que está além do que é visto.
Outro exemplo interessante do inconsciente é que se a sua mente se desviar nesse momento da leitura desta página e você pensar em seu namorado ou namorada ou sobre o que aconteceu na noite anterior, estaria carregando o conteúdo para o pré-consciente e para o consciente. Muitas vezes notamos a nossa atenção indo e voltando em memórias de algum momento ou eventos vividos que estão armazenados no pré-consciente.
1.2 Estrutura da personalidade humana
Todas as teorias que estudam a personalidade acreditam que assim como os animais, os seres humanos também nascem com instintos, e esses instintos servem como motivações para os nossos impulsos, algo que não conseguimos ter o controle. Um exemplo disso é o bebê recém-nascido, ele vai chorar para obter o alimento, nesse caso o leite materno, quando suas necessidades não forem atendidas, a criança começa a chorar de fome, pois ela não consegue localizar o alimento sozinha, sem dúvida vai chorar em resposta a estímulos que lhe foram causados.
· id
Freud se referiu a essa essência da personalidade como id, reservatórios dos instintos que funcionam de acordo com as exigências do prazer, sem ter consciência da realidade que é aquilo que queremos no momento, sem levar em consideração o que os outros desejam, é um sistema egoísta que procura o prazer de maneira impulsiva (FRIEDMAN; SCHUSTACK, 2004).
· Ego
Outra estrutura da personalidade é o ego, que opera como processo secundário. Segundo Freud, ele é o mestre da racionalização da personalidade, tem como objetivo controlar os impulsos do id, ajuda a reduzir a tensão do que se quer alcançar. O ego decide quando e como os instintos do id podem ser satisfatórios da melhor forma possível. De acordo com os argumentos de Freud, precisamos nos proteger de sermos todo o tempo controlados pelo id.
· Superego
Conforme apontado por Friedman e Schustack (2004), o superego é o aspecto moral da personalidade dos valores, modelo dos pais e da sociedade, reflete sobre a nossa consciência, o nosso conjunto interno de princípios éticos que estão nos ensinando a fazer, isto é, não estamos sempre conscientes das forças morais internas que pressionam e proíbem nossos atos individuais.
Ainda de acordo com os autores, o ego fica no meio, sendo esmagado por essas duas estruturas insistentes e opostas. Assim, conseguimos até imaginar os resultados desses confrontos quando o ego é intensivamente pressionado pode aparecer a ansiedade.
Assista aí
2 Definição e conceito da personalidade
A definição de personalidade tem origem no latim, que significa persona, já no senso comum, significa dizer que é algo aparente e externo do indivíduo ou suas qualidades superficiais. Nascemos com determinadas predisposições e capacidades inerentes ao desenvolvimento físico e emocional, que pode ser influenciado.
O conceito de personalidade está em um o conjunto de traços psíquicos do indivíduo, que consiste nas características individuais de cada pessoa em relação ao meio. Alguns fatores podemos levar em consideração a personalidade em seu aspecto físico, biológico, psíquico e sociocultural de sua formação, reunindo tendências inatas e experiências adquiridas ao longo da vida.
Os psicólogos da personalidade utilizam-se de métodos de intervenção científica para testar as teorias. As técnicas diferenciam-se desde avaliações matemáticas formais a traços de capacidades até um teste validado cuidadoso e aprimorado dos pensamentos, sentimentos e comportamentos de um único indivíduo.
O conceito de personalidade é amplo, ou seja, pode significar para muitos o que chamamos de temperamento do ser humano. Muitos autores, durante séculos, procuraram reconhecer um possível entendimento entre a constituição corporal, o temperamento e o caráter do indivíduo. A constituição corporal é a própria morfologia, metabólica e hormonal, transmitida pelo fator genético (PASQUALI, 2000).
O temperamento é algo inato, determinado por fatores genéticos, essa identificação não é uma tarefa tão simples de se realizar, pois as pessoas trazem consigo fatores adquiridos e aprendidos na relação familiar e social. O caráter representa o temperamento modificado e, em alguns casos, vai na contramão do temperamento (DALGALARRONDO, 2003).
Por exemplo, uma pessoa que tem características exibicionistas, na maioria das vezes esconde talvez ser uma pessoa tímida e fóbica ou demostra ter um caráter agressivo, também pode estar escondendo um temperamento medroso e angustiado. O temperamento não deve ser confundido com o caráter, pois o primeiro é algo básico e constitutivo do indivíduo, o segundo é a reação predominante da pessoa diante de diversas situações e estímulos expostos.
2.1 Transtorno da personalidade
Os transtornos da personalidade são um grupo de doenças psiquiátricas em que os indivíduos possuem como padrão de pensamentos e comportamentos bastante rígidos e mal organizados. Sem tratamento e sem reconhecer que envolve psicoterapia e tratamento medicamentoso, o problema pode se agravar e ter longa duração, causando sofrimento e dificuldade para a vida da pessoa acometida, trazendo prejuízos nos relacionamentos pessoais e em outrasáreas da vida. São classificados em grupos que têm características comuns, apesar de alguns traços diferentes.
Como apontado por Dalgalarrondo (2003), o conceito de transtorno de personalidade foi ao longo dos últimos séculos denominados em diferentes formas: insanidade moral, transtorno, neurose de caráter e afins. Embora nomeado de maneira errada por muitos pesquisadores, os profissionais de saúde chamaram de psicopatia, pois para eles o objetivo central desses transtornos é a personalidade do indivíduo e suas complexidades de entendimento diante do sofrimento psíquico.
Ainda de acordo com Dalgalarrondo (2003), esses transtornos geralmente aparecem na infância ou na adolescência e podem permanecer relativamente estáveis ao longo da vida, ou seja, a pessoa quase sempre não os percebem, manifestam por meio de conjunto de comportamentos e reações emocionais visivelmente desarmoniosas, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo, como afetividade, controle de impulsos e modo e estilo de se relacionar.
O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não limitada ao episódio de doença mental associada (como uma fase maníaca ou depressiva, um surto de esquizofrênico, etc.) o padrão anormal de comportamento inclui muitos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de reação ou uma área do psiquismo. O padrão comportamental é mal adaptativo, produz uma série de dificuldades para o indivíduo e para as pessoas que com ele convive. (DALGALARRONDO, 2003, p. 270)
O transtorno de personalidade leva ao grau de sofrimento muito difícil de ser controlado pela pessoa. Exemplos dessa desordem são: angústia, solidão, medo, sensação de fracasso pessoal, dificuldade em estabelecer relacionamentos amorosos e lidar com eles. Em geral, o transtorno de personalidade colabora para o mau desenvolvimento no trabalho, nos estudos há dificuldades de concentração devido às confusões psíquicas que geram na vida social da pessoa e de seus familiares e amigos.
A seguir, conheça as características dos transtornos da personalidade do grupo A, dentre vários outros que fazem parte da personalidade.
· Transtorno da personalidade paranoide
Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos, desconfiança excessiva, exagera e distorce as experiências por interpretar errado, acha sempre que vai ser enganado, por essa razão podem ser hostis e emocionalmente são desapegados.
· Transtorno de personalidade esquizoide
Distanciamento afetivo, capacidade limitada para expressar sentimentos amorosos, pouco interesse em ter experiências sexuais.
· Transtorno de personalidade esquizotípica
Pode apresentar um comportamento excêntrico, pensamento e crenças incomuns ou bizarras, sentimentos de desconforto em ambientes sociais, dificuldades para ter relacionamentos íntimos. 
· Transtorno de personalidade borderline
Pode indicar mudança emocional rápida, sentimentos crônicos de vazio, dificuldades sérias de instabilidade com relação à autoimagem, relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em curtos espaços de tempo de uma grande paixão ou amizade para ódio e rancor intensos.
· Transtorno de personalidade tipo impulsivo
Impulsividade sem considerar suas consequências ou prejuízo de vida, instabilidades afetivas intensas, excesso de raiva exagerado.
· Transtorno de personalidade histriônica
Caracterizado por uma dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, busca contínua para chamar a atenção, quer ser o centro das atenções, demostra reações infantis, tem pouca tolerância à frustação.
· Transtorno de personalidade narcisista
O indivíduo que apresenta senso de irrealidade, ou seja, se acha grandioso, julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito nada real para isso acontecer, requer sempre admiração excessiva, frequentemente é uma pessoa invejosa ou simplesmente acha que as pessoas têm inveja dela, quase sempre é uma pessoa arrogante.
Esses são os mais recorrentes em comportamentos específicos de personalidade, como uma perturbação grave da constituição comportamental do indivíduo. Os transtornos de personalidades não são propriamente doenças, mas danos no desenvolvimento psíquico, sendo classificados também como uma perturbação da saúde mental do indivíduo.  
3 Estudo científico da personalidade
Observamos que os estudos da personalidade começaram com duas práticas e objetivos diferentes, é necessário considerar que a psicologia experimental, em anos de sua formação não desconsiderava totalmente a personalidade humana, mas compreendia-se alguns de seus aspectos. Contudo, não havia uma área específica de estudo como tinha na psicologia social e infantil.
Apenas no ano de 1930, de acordo com Hall; Lindzey e Campbell (2004?), o estudo da personalidade foi formalizado na psicologia norte-americana, especialmente com o estudo de Gordon Allport, na universidade de Harvard. A obra mais importante de Allport foi A Psysonality, que mais tarde ficou conhecida como os estudos da personalidade. Os estudiosos da época começaram a desenvolver e oferecer cursos e pesquisas para facilitar o estudo e a compreensão.
Com isso, os psicólogos acadêmicos da época começaram a acreditar que era capaz de se desenvolver um estudo científico da personalidade. Essas atividades dão início a um reconhecimento cada vez maior da importância de entender e compreender a personalidade em diversas linhas de pensamentos e estudos que podia ser inserida a psicologia.
De 1930 até hoje, surgiram diversas abordagens teóricas que estuda a personalidade. Vimos ao longo dos nossos estudos os enfoques das abordagens psicanalíticas e Behavioristas, mas há ainda outras abordagens, como a abordagem humanista, que enfatiza as forças humanas, virtudes, aspirações e a realização de nosso potencial; e a abordagem cognitiva, que enfatiza as atividades mentais conscientes (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004?).
3.1 Dinâmica da personalidade
A primeira teoria para estudo formal da personalidade foi a psicanálise e tem sua origem com o teórico Sigmund Freud, que deu início ao seu trabalho no século XIX. Suas criações foram tão importantes para o estudo da personalidade humana que foi considerado o pai da psicanálise e serve como referência no surgimento de muitos outros teóricos da época.
Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2004?), Freud foi ensinado perante a influência vigorosamente determinista e positivista da época, ele enxergava o organismo humano como um conjunto complexo de energia psíquica que era extraída do alimento consumido e que gastava uma quantidade limitada de energia em finalidades diferentes, como a circulação, a respiração, os exercícios físicos, o pensar e o lembrar.
Ainda segundo os autores, não existia nenhuma razão para considerar que a energia que fornecesse o poder para respirar ou dirigir ocorresse de modo diferente, salvo a energia para pensar e recordar. Como repetia firmemente os físicos da época e o próprio Freud, a energia tinha que ser definida conforme o trabalho que realizava.
Se o trabalho consiste em um exercício psicológica como pensar, é correto e legítimo acreditar que essa forma de energia é a energia psíquica, acompanhando esse raciocínio, esse princípio de conservação de energia que pode ser transformada de um estado para outro, mas nunca em tempo algum, se perde no sistema cósmico. Isso acontece com a nossa energia fisiológica e vice e versa. O ponto de informação entre a energia do corpo e a personalidade é o id e seus instintos.
3.2 Instinto
Um instinto é caracterizado como uma intepretação psíquica instintiva que pode ser a fonte somática interna de excitação. A interpretação psicológica é chamada de desejo, e a excitação corporal da qual se origina é chamada de necessidade. Assim, a situação de estar com fome pode ser descrita como medidas fisiológicas como uma condição de deficiência nutritiva dos tecidos do corpo, ao passo que psicologicamente ela é representada como um desejo de alimento.
Avontade age como uma causa para o comportamento, a pessoa com fome procura alimento para saciar seu desejo, os instintos são vistos como fatores impulsores da personalidade, eles exaltam o comportamento, mas também têm o controle da direção que o comportamento avançara. A pessoa faminta é mais sensitiva aos impulsos alimentares e a pessoa sexualmente excitada tem mais probabilidade a responder a estímulos sexuais.
Os instintos de vida auxiliam a pessoa para a sobrevivência individual e da criação da raça, a fome, a sede e o sexo se integram nessa categoria. A maneira de energia pela qual o instinto de vida atua sua tarefa é chamada de libido. O instinto de vida ao qual Freud deu mais atenção foi o sexual, e nos primeiros anos de teoria psicanalítica, para ele, praticamente tudo o que a pessoa exercia era dado a essa pulsão.
Assista aí
O reconhecimento dessas necessidades orgânicas é uma tarefa para os estudiosos da fisiologia e não cabe aos profissionais da psicologia buscar saber de quantos instintos somos constituídos, e sim entender como os principais instintos que já foram descobertos pode influenciar no desenvolvimento da personalidade humana e como eles são importantes para essa compreensão do comportamento, que ficou conhecido como instinto de vida e instinto de morte.
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Figura 3 - Fatores que colaboram para a construção da personalidadeFonte: Hall; Lindzey; Campbell, 2004 (Adaptado).
#PraCegoVer: A tabela de quatro colunas e três linhas apresenta os fatores que podem colaborar na construção da personalidade humana.
Essa tabela expressa a função de conhecimento como se manifesta o nível físico e psíquico do comportamento do ser humano. Em diferentes estímulos que esse é exposto, no fenômeno de percepção sensorial e psíquico. Ao passar por qualquer estímulo físico, a manifestação da emoção corporal e do sentimento é imediata. No nível psíquico, passa a agir de forma intuitiva, é o reflexo do nível físico na ação livre da ação psíquica e na tomada de decisão de determinado comportamento.
4 Métodos e estratégias de investigação da personalidade
Na psicologia existem vários métodos e estratégias para investigação da personalidade do indivíduo, são utilizados para fins de investigação os princípios de confiabilidade e validade dos testes, que estão sendo utilizados para avaliar e medir a capacidade mental do indivíduo de maneira adequada, buscando sempre a melhor técnica para cada paciente de acordo com sua demanda. Os princípios de confiabilidade e validade dos métodos de investigação da personalidade são:
	Confiabilidade
	Tudo que envolve a capacidade de respostas a um recurso de avaliação psicológica utilizada. Por exemplo, o psicólogo aplicou o mesmo teste com você em dois dias diferentes e obteve pontuações bastantes diferentes uma da outra, então dizemos que esse teste que foi utilizado não é confiável, pois seus resultados não teriam a confiabilidade em seu resultado. É normal encontrarmos uma variação de pontuação quando o teste é refeito, mas se a diferença for alta, provavelmente há algo de errado com o teste ou com o método de corrigi-lo. Por essa razão, é importante que o profissional, quando for aplicar um recurso de avaliação psicológica da personalidade, esteja habilitado e treinado para aplicação.
	Validade
	É todo recurso utilizado para medir o que se pretende. Por exemplo, você foi submetido a um teste de inteligência e o profissional que aplicou não verificou se o teste era válido, se servia para aquela finalidade. Por mais alta que seja sua pontuação, não será útil para dizer como você irá se sair na faculdade ou em qualquer outra situação. Um psicólogo da área organizacional avalia os candidatos de acordo com sua personalidade para ocupar determinado cargo. Já o psicólogo que trabalha na escola, avalia a personalidade dos estudantes para descobrir as dificuldades de aprendizagem ou o problema de adaptação escolar quando esse aparece e envia posteriormente para o psicólogo clínico, que vai investigar e compreender os sintomas de seus pacientes. Todos esses psicólogos, independente da área de atuação, avaliam a personalidade do sujeito com o objetivo de melhor compreender seu comportamento.
A busca de métodos e estratégias de investigação da personalidade de quem não tem qualidade da validade, pode facilitar para um resultado errado dos pontos emocionais da pessoa. Por essa razão, deve-se analisar, estudar e considerar todos os recursos históricos e sociais que a pessoa esteja inserida e suas consequências no psiquismo. A maioria dessas avaliações tem baseamentos teóricos em suas pesquisas técnicas e cientificas, cabe ao profissional saber utilizar corretamente o recurso.
Os psicólogos clínicos procuram entender os sintomas dos seus pacientes/clientes e seus comportamentos, buscando avaliar a personalidade e o que há de diferente entre comportamentos e sentimentos normais e não normais, dentro do que o paciente/cliente fala no momento do atendimento, para que possa traçar estratégias de tratamento.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2013), definiu-se por meio da Resolução nº 003/2007, que organiza diretrizes para a execução de avaliação psicológica na atividade profissional da psicologia, que a avaliação psicológica consiste em um procedimento organizado de busca de fenômenos psicológicos, através de métodos, técnicas e instrumentos, e tem como objetivo prover informações para a tomada de decisão na esfera individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas
Entende-se que o processo de investigação da personalidade está em uma boa avaliação psicológica, pois também é um recurso complementar que possibilita conhecimento a mais para o processo de análise contextual e não reducionista. Testes psicológicos são métodos também utilizados como estratégias de investigação das personalidades, assim como entrevistas psicológicas, psicodiagnósticos, avaliação psicológica e registros de observação de comportamentos (CUNHA, 2007).
O profissional da psicologia tem autonomia para selecionar seus instrumentos de trabalho, que tenha como apoio e qualidade técnico-científica. Caso queira utilizar testes psicológicos em sua avaliação, você deve consultá-los previamente para ver se estão aprovados para uso no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). Os principais métodos de investigação da personalidade estão, o método clinico, método experimental e método correlacional, embora cada um com suas diferentes questões específicas, mas com um só objetivo, pesquisam a personalidade humana (CFP, 2013).
Assista aí
4.1 Método clínico
Esse método é a história detalhada do paciente, no qual o psicólogo busca investigar a história de vida desse paciente, a fim de que se possa apontar possíveis surgimentos de seus problemas emocionais. Foi por meio de relatos de casos clínicos que Freud elaborou suas pesquisas sobre a personalidade humana, para investigar a personalidade, os psicólogos, uma serie de métodos, como já foi mencionado, além dos estudos de casos.
O método clinico tende a ser mais objetivo, relacionado a eventos mentais, grande parte inconsciente, inclusive a experiência da infância, essas informações têm diversas interpretações que também podem refletir na habilidade do terapeuta. No entanto, os conteúdos da infância do paciente podem ser distorcidos pelo tempo e pode dificultar sua precisão no resultado (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Portanto, o método clínico é cientifico e pode fornecer dados desde os primeiros anos de vida até o momento atual daquela pessoa, abrangendo sentimentos, medos e experiências. 
Freud utilizou vastamente estudo de caso na elaboração da sua teoria da psicanalise, investigando os anos de infância dos seus pacientes e buscando os acontecimentos e conflitos que pudessem ter caudado as suas neuroses atuais. Um desses pacientes era Katharina, de 18 anos, que sofria de ataques de ansiedade e falta de ar. Reconstruindo o que considerava experiências relevantesna sua infância, ele relacionou os sintomas e várias experiências sexuais relatadas por ela, incluindo tentativa de sedução pelo seu pai quando tinha 14 anos. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015, p. 23)
No que se refere ao método clínico em sua investigação da personalidade, ele não preenche satisfatoriamente as questões de observações científicas devido a alguns requisitos das pesquisas científicas, por não completar totalmente os critérios. Por essa razão, outros métodos foram estudados para dar suporte metodológico e teórico para o fortalecimento da pesquisa da personalidade.
4.2 Método experimental
Esse método tem como técnica experimental definir o efeito de uma ou mais condições ou eventos sobre o comportamento, pois constantemente somos expostos a estímulos cotidiano, como sons, luz, vento, paisagens, conversas etc. A pesquisa experimental também tem suas insuficiências, mas quando bem aplicada e sistematizada oferece bons resultados.
Sobre os limites do método experimental, está na sua aplicação em plataformas virtuais que podem não ocorrer uma precisão maior quanto se é aplicado em laboratório, pois tem de ser preciso em pesquisa psicológica de personalidade, mas também tem suas limitações no que se refere ao uso, pois alguns aspectos do comportamento e da personalidade não podem ser pesquisados perante condições de laboratórios rigorosamente controladas, por questões éticas e de segurança.
Segundo Schultz e Schultz (2015), outra dificuldade encontrada diante do método experimental está no comportamento do indivíduo que está sendo avaliado, pois muda sua forma de se comportar diante da aplicação do teste, querendo manipular o resultado. Essa atitude, segundo os autores, pode ser diferente quando o indivíduo achar que ninguém está observando suas respostas. 
4.3 Método correlacional
Técnica que mede o grau de relacionamento entre dois fatores determinantes pelo nível de correlação. Os pesquisadores investigam as relações que existem entre duas variáveis em vez de manipular uma delas, eles trabalham com os atributos nelas existentes. Exemplo de método correlacional: os pesquisadores pegam dois profissionais que sofrem situações estressantes de maneiras diferentes para saber os seus níveis de estresse (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Na aplicação do método correlacional, os pesquisadores estão interessados na relação entre variantes, conforme o comportamento de uma variável a outra ou como a sua alteração pode ou diferenciar uma da outra. Nesse método, existe o coeficiente de correlação que proporciona informações precisas e quanto mais próximo estiver do seu coeficiente correlacional, mais fidedigno e seu resultado.
Não se pode acreditar que toda pessoa é boa ou que ela só pensa em si, essa suposição é a teoria que a pessoa cria para justificar tal comportamento diante da nossa observação e do que a nossa percepção vê mediante uma atitude daqueles que nos cercam, algo que não tem a ver com a personalidade humana.
Existe ainda o fator causa-efeito, que pode ser uma possibilidade de limitação ao método correlacional, como o próprio nome diz refere-se à causa e ao efeito. Não garante que uma variante apresenta uma alta correlação, não podemos concluir absolutamente que uma causou a outra, na realidade é possível que exista essa relação, mas para os pesquisadores, não pode automaticamente dizer que ela exista.
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer a evolução histórica da teoria da personalidade e todo o contexto social da época;
· compreender a definição e o conceito da personalidade e seus diferentes níveis de compreensão;
· aprender sobre os estudos científicos da personalidade, bem como os aspectos experimentais e as características da época;
· estudar sobre os métodos e as estratégias de investigação da personalidade e a importância de conferir a confiabilidade dos métodos utilizados;
· conhecer as estruturas da personalidade na importância no desenvolvimento humano.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação psicológica. 1. ed. Brasília, 2013. 56 p.
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 673 p.
DALGALARRONDO, P. A Personalidade e suas Alterações: definições básicas. Definições Básicas. In: DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos Transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 256-267.
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teoria da Personalidade. 2. ed. São Paulo: Harbra Ltda., 2002. 405 p. Tradução de: Camila Pedral Sampaio, Sybil Safdié. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 12 maio 2020.
FEIST, J.; GREGOY, J.; FEIST; ROBERTS, T. Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 464 p. Tradução de: Sandra Maria Mallmann da Rosa. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 12 maio 2020.
HALL, C.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. Teorias da Personalidade. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004?.
MIRIAM, W.; SCHUSTACK; HOWARD; S. FRIEDMAN. A perspectiva psicanalítica da personalidade: a estrutura da mente: A estrutura da Mente. In: OWARD, S; FRIEDMAN; SHUSTACK, M. W. Teoria da Personalidade: da teoria clássica à pesquisa moderna. Da teoria clássica à pesquisa Moderna. 2. ed. Porto Alegre: Pearson Prentice Hall, 2004. p. 70-72. Disponível em: https://drive.google.com/drive/my-drive. Acesso em: 13 maio 2020.
PASQUALI, L. Conceito de Temperamento: história do temperamento. História do Temperamento. In: PASQUALI, L. Os Tipos Humanos: A teoria da Personalidade. Avaliação e Medida. Brasília: Copymarket, 2000. p. 1-14.. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent15089579311397077037. Acesso em: 12 maio 2020.
SCHULTZ, D.; SCHULTZ, S. E. Teorias da Personalidade. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 498 p.
URBINA, S. Fundamentos da Testagem Psicológica: introdução aos testes psicológicos. Introdução aos Testes Psicológicos. Rio Grande do Sul: Artmed, 2009. Cap. 17. p. 1-31. Disponível em: https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_4_.pdf. Acesso em: 14 maio 2020.
OLÁ!
Você está na unidade Avaliação da personalidade. Conheça aqui os elementos que compõem o conceito de personalidade, baseado nos modelos de compreensão da personalidade, tais como a teoria dos traços, a teoria cognitiva da personalidade e a teoria motivacional.
Aprenda os conceitos-chaves, como as características inatas (temperamento), ambientais e sociais que explicam o conceito da personalidade; como avaliar traços de personalidade; como a cognição influencia na constituição da personalidade e a pirâmide motivacional de Maslow. Além dessas características, conheça as diferenças conceituais entre traços, caráter, temperamento e a estrutura das principais concepções de personalidade.
Bons Estudos!
1 Elementos da personalidade
Ao lidar com pessoas, você deve ter feito alguns questionamentos, por exemplo: Por que as pessoas agem de tal forma diante de determinado evento da vida? Por que algumas pessoas parecem não se abalar emocionalmente em situações adversas? Como posso saber quem sou de “verdade”?
Essas perguntas demonstram o interesse sobre a personalidade e a sua principal expressão que é o comportamento. A psicologia, então, buscar descrever os principais elementos para explicar os efeitos da personalidade no comportamento humano, demonstrando a existência de múltiplos modelos explicativos. Vamos, então, conhecer esses modelos.
Sabe-se que desde o nascimento todos os seres humanos passam por etapas do desenvolvimento que influenciam de forma direta a construção da personalidade. Para a sua formação, temos elementos genéticos herdados (denominado temperamento), temos elementos ambientais/contextuais que influenciam de modo direito. Portanto, para explicar o conceito de personalidade, é necessária a junção de várias ciências, como filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e medicina (VOLPI, 2004).
Para compreender a personalidade, você precisa saber que não existe uma única explicação, além de aceitar que os diferentes modelos não excluem um ao outro, muitos são complementares. Durante seusestudos, você talvez se interesse por algum conceito ou teoria por afinidade, respeite esse interesse e aprofunde o conhecimento. Conhecer bem o modelo escolhido fará diferença na hora que você for opinar sobre algo relacionado às características de personalidade.
1.1 Breve história do conceito de personalidade
A história da psicologia da personalidade remonta à Grécia Antiga. De fato, os filósofos desde o século IV tentam definir exatamente o que é que nos torna quem somos. Em 370 a.C., Hipócrates propôs dois pilares do temperamento: quente/frio e úmido/seco, resultando em quatro humores ou combinações dessas qualidades. A combinação quente e seca foi referida como bile amarela, fria e seca como bile preta, quente e úmido era sangue e frio e úmido era catarro. Embora grande parte do trabalho que surgisse dessa teoria dos Quatro Humores fosse de natureza medicinal, também se supunha que a personalidade de um paciente pudesse ser influenciada por desequilíbrios humorais.
Essa maneira categórica de pensar sobre a personalidade permeava o pensamento antigo sobre o assunto. Platão propôs quatro agrupamentos (artístico, sensível, intuitivo, raciocínio) e Aristóteles hipotetizou quatro fatores (icônicos, ou seja, artísticos; písticos, ou seja, senso comum; noético, ou seja, intuição; e dianoético, ou seja, lógica) contribuíram para a ordem social da sociedade.
Assim, pode-se definir a personalidade como a forma de se apresentar no mundo, com traços e características, adaptando-se ao logo do ciclo da vida, inclusive podendo mudar algumas características quando expostos a uma intervenção psicológica.
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Figura 1 - MenteFonte: agsandrew, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra a representação de uma mente em 3D.
 
Você já deve ter ouvido a palavra temperamento, inclusive utilizou para descrever o comportamento emocional de uma pessoa. O que talvez você desconheça é a origem desse termo, que advém do latim temperare e significa equilíbrio. Os primeiros filósofos a utilizarem tal termo foram Empédocles e Hipócrates para designar os humores e os classificados sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico (PASQUALI, 2000).
O que podemos aprender com a teoria do temperamento?
· O temperamento é de origem genética.
· As características são visíveis desde o nascimento e podem ser reconhecidas e readaptadas ao longo da vida.
· Temperamento humano e animal aproximados.
· O temperamento se relaciona a uma parte da vida das pessoas.
· Apresenta diferentes classificações e se apresenta com estilos pessoais individuais.
As limitações da teoria do temperamento implicaram o avanço sobre a compreensão da personalidade, particularmente na ampliação do conceito para além de uma perspectiva biológica. Assim, surgiu a teoria dos traços, que aponta como se designam as diferenças individuais entre as pessoas, indicando a estabilidade da vida e possibilitando a discussão da influência ambiental/grupo na constituição da personalidade (ROBERTS; MROCZEK, 2008).
Considera-se como avanço na compreensão das terminologias para descrever a personalidade o caráter, que se caracteriza por atitudes habituais de uma pessoa e seu padrão de resposta diante de uma determinada situação. Como exemplo, temos a forma do comportamento (timidez, agressividade, honestidade) e as atitudes físicas (posturas, modo de movimentar o corpo). Por fim, o caráter é designado pelos atos comportamentais da pessoa na sociedade (REICH, 1995).
Outros dois fatores influenciam na personalidade de uma pessoa, como podemos ver a seguir:
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Figura 2 - Descrição dos fatores básicos da personalidadeFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um esquema com duas colunas descrevendo os fatores básico da personalidade. Do lado direito os fatores ambientais, que descreve o contexto onde a pessoa vive, e do lado esquerdo fatores hereditários, que descreve os conteúdos genéticos.
           
A definição do conceito de personalidade não é algo fácil, tendo em vista a multiplicidade de teorias e pesquisa sobre a leitura da psicologia da personalidade. Contudo, a seguir estudaremos ferramentas para avaliação da personalidade que podem clarear o tema.
Assista aí
1.2 Ferramentas para avaliação da personalidade
A personalidade é constituída por aspectos genéticos, afetivos, cognitivos e motivacionais que podem ser compartilhados, porém cada pessoa vivencia isso de forma particular. Percebe-se que com o desenvolvimento das pessoas ocorre a maturação, tornando características consideradas inadequadas, possíveis de serem revertidas, e fortalecendo características que são positivas.
Contudo, você deve estar percebendo que devido à complexidade do conceito, avaliar, compreender e estudar a personalidade pode se tornar impossível. Para facilitar, os profissionais de psicologia desenvolveram métodos e técnicas com foco na avaliação de diferentes aspectos da personalidade, para tornar minimamente visível essas características, possibilitando conhecimento e amadurecimento das pessoas.
Em termos de maturidade psicológica, a Alliance of Psychoanalytic Organizations (2006) considerou que alguns pontos devem ser desenvolvidos, como:
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Quadro 1 - Características de maturidade psicológicaFonte: WELLAUSEN; OLIVEIRA, 2015 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com sete características principais sobre o que esperar de uma pessoa com personalidade madura.
 
Após refletir sobre essas características da personalidade, você deve se perguntar como psicólogas(os) conseguem descrever a personalidade de uma pessoa com segurança e confiabilidade, respeitando os preceitos científicos. Essa resposta está nos métodos e nas técnicas reconhecidos e validados ao longo de pesquisa e prática profissional. A seguir conheceremos alguns.
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Figura 3 - Técnicas para avaliar a personalidadeFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um organograma em círculo. No centro de cor azul está escrito personalidade; acima, no círculo vermelho, está escrito entrevista; no círculo à direita, em marrom, está escrito observação; no círculo central inferior, em amarelo, está escrito testes projetivos; e no círculo à esquerda, em verde, está escrito testes objetivos.
A entrevista no campo da psicologia é o recurso mais utilizado, porque seu principal objetivo é coletar o maior número de informações possíveis das pessoas que procuram pelo atendimento psicológico. Caracteriza-se como uma técnica muito simples, mas se não for bem executada, poderá não conseguir obter o êxito esperado.
A literatura aponta que existem três tipos de entrevistas, que serão realizadas de acordo com os objetivos da coleta de dados e contam com a experiência do entrevistador. Temos então os seguintes tipos de entrevista, segundo Tavares (2007):
Caracterizada por diretividade, com perguntas e respostas bem planejadas, com alto nível de rigor metodológico, é utilizada para avaliação psicológica e com recurso de pesquisas. O principal foco é coletar as informações seguindo um protocolo bem planejado.
Apresenta flexibilidade, porque apresenta um misto de perguntas abertas e fechadas, contendo qualitativa. O entrevistar é responsável por fazer fluir a entrevista, com possibilidade de liberdade nas respostas.
Exige muita experiência do entrevistador, porque as perguntas são feitas de forma espontânea, criativa, sem roteiro pré-definido. O encontro entre entrevistador e entrevistado e a capacidade de aprofundar ou não as temáticas propostas vão definir a manutenção desse espírito livre ou a retomada da entrevista como preconizada pelos modelos anteriores.
Apesar da separação didática exposta acima, por vezes os três tipos podem ser usados de forma complementar. Ressalta-se que para uma melhor qualidade da coleta de dados utilizando a entrevista como padrão, é preciso realizar treinamentos, pois a arte de entrevistar é umahabilidade a ser desenvolvida, particularmente experimentando e avaliando os diferentes tipos de entrevistas, sem esquecer que cada pessoa vai responder a esse instrumento de modo único e de acordo com suas características de personalidade.
Quantas vezes no cotidiano você observou alguém e ficou atento ao seu comportamento e até opinou sobre características dessas pessoas? A observação é inerente à condição humana, ou seja, somos seres observadores e utilizamos os resultados internos dessa prática para tomar decisão sobre o que fazer, para onde ir e como reagir.
Porém, você não sabia que podia utilizar esse recurso para avaliar características de personalidade e garantir rigor metodológico. À medida que as situações mudam, a resposta comportamental se altera, constituindo-se como estratégia de aprofundamento para compreender a vida.
A depender do tipo de observação do comportamento e do contexto, por exemplo clínico (para fins diagnóstico laboratorial ou pesquisa experimental) ou ambiente naturalístico (mundo real), podem ser de estruturadas de duas maneiras: sistemática ou assistemática (FERREIRA; MOUSQUER, 2004).
	Observação sistemática
	Caracteriza-se por planejamento e protocolos bem estruturados e controlados, pois devem apresentar rigoroso formato de registro e codificação, muito utilizada em pesquisa e em ambientes naturalísticos.
	Observação assistemática
	Possibilita criatividade na estratégia, além de respeitar o advir das situações, sem estrutura rígida, o registro vai ganhando forma à medida que o processo ocorre.
Observar as pessoas, seja de forma sistemática ou assistemática, nos permite conhecê-las melhor, descrevendo pormenorizadamente suas características e avaliando com fidedignidade para não dar margens ao senso comum. Treine observar os comportamentos e você conseguirá tomar decisões mais acertadas sobre como reagir com as pessoas em diferentes relações. Vamos conhecer agora os instrumentos com maior confiabilidade nos resultados apurados.
1.3 Testes psicológicos
Na psicologia existe um campo denominado Avaliação Psicológica, que se caracteriza prioritariamente pelo uso de testes psicológicos. Todos já passaram por alguma avaliação em algum momento da vida. Se você, por exemplo, tirou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) provavelmente se submeteu a esse processo, e ali sua personalidade foi avaliada, mas o resultado final foi apenas um pequeno recorte de quem você é, porque o foco era sua aptidão para dirigir.
No Brasil, o uso dos testes psicológicos é regulado pelo Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi), órgão ligado ao Conselho Federal de Psicologia (CFP), desde 2015 existem 16 testes psicológicos para avaliação da personalidade. Veremos a seguir alguns dos mais utilizados para esse tipo de avaliação.
· Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II)
É baseado na teoria das motivações de Murray e oferece uma estimativa de 13 necessidades psicológicas básicas: assistência, intracepção, afago, autonomia, deferência, afiliação, dominância, desempenho, exibição, agressão, ordem, persistência e mudança. O IFP-II também oferece informações sobre três outros fatores de ordem superior: necessidades afetivas, necessidades de organização e necessidades de controle e oposição (LEME et al., 2013). 
· Escala de Personalidade de Comrey (CPS)
É um teste baseado na teoria dos traços e fatores. Por meio desse teste, o psicólogo tem uma estimativa de oito traços da personalidade: confiança versus atitude defensiva, ordem versus falta de compulsão, conformidade social versus rebeldia, atividade versus falta de energia, estabilidade versus instabilidade emocional, extroversão versus introversão, masculinidade versus feminilidade e empatia (altruísmo) versus egocentrismo. A CPS oferece também duas medidas de validade das respostas do examinando: Escala de Validade e Escala de Tendenciosidade nas Respostas (COSTA, 2009).
· Inventário de Personalidade Neo Revisado (NEO-PI-R)
A versão original do Neuroticism Extraversion Openness Personality Inventory Revised 14 consta de 240 itens/afirmativas de autorresposta que devem ser pontuados em uma escala Likert de cinco pontos, a qual vai de “discordo totalmente” até “concordo totalmente”. Versões da NEO foram validadas para o português de Portugal e do Brasil (FLORES-MENDONZA, 2007).
Existem muitos testes que avaliam objetivamente a personalidade, recomenda-se consultar o site da SATEPSI para conhecer outras escalas, baterias e inventários.
1.4 Técnicas projetivas e expressivas
As técnicas projetivas, ao contrário dos testes objetivos, propõem uma avaliação mais compreensiva da personalidade, apresentando material desestruturado, com foco na significação dos avaliandos diante da prova, além de as respostas poderem possuir múltiplos significados, sendo necessário treinamento e experiência clínica do avaliador para uma confiança nos resultados, para futura tomada de decisão. No SATEPSI estão disponíveis 11 técnicas projetivas para avaliação dinâmica/compreensiva da personalidade. A seguir conheceremos algumas:
· Pirâmides Coloridas de Pfister
O indivíduo deve selecionar as cores de sua preferência e organizá-las em uma estrutura de pirâmide. O modo de colocação, a forma de execução, o aspecto formal das pirâmides e a quantidade de cores utilizadas, entre outras variáveis, são codificadas e quantificadas de modo a oferecer um entendimento da dinâmica emocional do examinando (VILLEMOR-AMARAL, 2014).
· Teste de Apercepção Temática Infantil – CAT-A
Esta técnica é constituída por 10 cartões preto e branco com figuras de animais que remetem a diferentes contextos da vida familiar. As crianças são convidadas a contar histórias sobre os cartões, como as ações dos animais, e a imaginar o que poderia estar acontecendo naquela situação. O objetivo do teste é descrever de modo dinâmico as características das crianças em relação ao desenvolvimento psicossexual, mecanismo de defesa e relacionamento com as figurais parentais e familiares (BELLAK; ABRAMS, 2010).
· Teste de Apercepção Temática Adulto – TAT
Este instrumento é composto por 31 pranchas, divididas em estímulos para homens e mulheres. A tarefa principal é contar história sobre as imagens, de forma livre, sem receio. O teste é aplicado a partir dos 12/13 anos. A correção proporciona ao avaliador a compreensão dos principais conflitos de personalidade, mecanismos de defesas e características mais profundas da personalidade, indicando ou não a necessidade de psicoterapia (MURRAY, 2005).
· Rorschach 
O teste de Rorschach é constituído por 10 pranchas com borrões de tinta, sendo cinco acromáticas (preto, branco e cinza) e cinco coloridas, sendo duas em preto e vermelho e três em cores pastel. Seu objetivo é avaliar a forma como os avaliandos irão estruturar a resposta em relação ao cartão, indicando elementos constitutivos (estáveis da personalidade). É considerado um dos testes de personalidade mais completo do mundo, por seu rigor metodológico e sua confiabilidade nos resultados, porque sua correção tem dupla possibilidade: oferecer um quadro mais estatístico da personalidade e, em seguida, uma compreensão mais qualitativa, portanto, dinâmica dessa personalidade (PASIAN, 2010).
Você notou que a psicologia tem muitos instrumentos para auxiliar na avaliação da personalidade, portanto, fazer julgamentos apressados ou equivocados durante a percepção de algum elemento mais geral da vida das outras pessoas pode incorrer no preconceito e no estigma social.
2 Traço como elemento para personalidade
Jonas estava em um restaurante com alguns amigos de longa data, mas um deles – Pedro – disse algo que realmente perturbou Jonas. Este se levantou, empurrou Pedro e começou uma briga. Laura, uma amiga de Pedro, interveio na briga, separando os dois. Laura não conhecia Jonas, mas estava convencida de que ele era um agressivo e impulsivo. Pedro discordou e disse que, na verdade, Jonas era um cara legal. Ressaltou que conhecia bem Jonas e que provavelmente ele deveria estar em momento ruim da vida. Na sua opinião,Jonas é agressivo e impulsivo ou está apenas em um momento difícil da vida?
Essa situação requer muita cautela e precisamos fazer algumas perguntas antes de continuar, podemos afirmar que Jonas é agressivo e impulsivo, apenas por esse momento, sem saber mais nada de sua vida? Jonas, quando está bêbado, é diferente de quando está sóbrio, como é essa diferença? O fato de Pedro reconhecer que Jonas não é comumente assim e alertar para uma vivência momentânea difícil, faz alguma diferença?
Quando nos debruçamos sobre essas perguntas, podemos começar a pensar na necessidade de conhecer um pouco mais sobre Jonas e verificar quão duradouros e estáveis são esses traços apresentados nesse momento em sua vida cotidiana.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a teoria dos traços e como eles explicam nossa personalidade e influenciam nosso comportamento.
2.1 Histórico do desenvolvimento da teoria dos traços
Os traços de personalidade são objeto de estudo da psicologia desde a Grécia Antiga, e vários pesquisadores apresentaram uma infinidade de traços de personalidade. Porém, com a inclusão da análise fatorial (modelos matemáticos) em conjunto com as teorias psicológicas, na década de 80, foi possível definir a existência de cinco dimensões dominantes na personalidade, quais sejam: extroversão, amabilidade, conscienciosidade, neuroticismo e abertura à experiência. Esse agrupamento de traços foi chamado de cinco grandes fatores de personalidade, em inglês: a teoria do Big Five.
Historicamente, o estudo da teoria dos traços teve início com Allport e Odbert na década de 1930, complementado por Cattell na década de 1940 e por Christal e Norman na década de 1960, finalizando no início da década 1980 a teoria como conhecemos atualmente. Essa ampla pesquisa resultou em um sistema de classificação de traços, como modelo alternativo e baseado em evidências para a psicologia da personalidade.
Como apontam McCrae e Costa (1997), as primeiras duas dimensões encontradas foram o neuroticismo e a extroversão. Após essa descoberta, veio o traço de abertura à experiência e somente com a criação do Inventário dos Cinco Fatores da Personalidade o NEO-PI começou o uso dos grandes cinco fatores. Vamos conhecer esses cinco grandes fatores:
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Quadro 2 - Descrição dos cinco grandes fatores da personalidadeFonte: MCCRAE, 2009 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro descrevendo os cinco fatores da personalidade, que são: neuroticismo; extroversão; conscienciosidade e abertura à experiência.
 
Você percebeu que a teoria dos traços é recente e constitui uma possibilidade de explicação de quem somos, inclusive na estabilidade da noção de personalidade. A seguir, vamos aprofundar esse conhecimento.
2.2. Dimensões dos cinco grandes fatores 
A teoria dos traços fornece uma taxonomia parcimoniosa, porém abrangente, de personalidade. Cada dimensão da personalidade descreve um amplo domínio do funcionamento psicológico composto de um conjunto de características mais específicas e estreitas. Essa teoria reúne mais de 40 anos de pesquisa sobre o estilo emocional, interpessoal, experiencial, atitudinal e motivacional de um indivíduo. O trabalho de Costa e McCrae (1992) forneceu o que talvez seja a operacionalização mais desenvolvida. Os insights fornecidos por esse trabalho fornecem a base para o desenvolvimento a seguir.
Neuroticismo 
Extroversão 
Abertura à experiência 
Amabilidade 
Conscienciosidade 
O neuroticismo representa diferenças individuais no ajuste e na estabilidade emocional. Indivíduos com alto nível de neuroticismo tendem a experimentar uma série de emoções negativas, incluindo ansiedade, hostilidade, depressão, autoconsciência, impulsividade e vulnerabilidade. As pessoas com uma pontuação baixa em neuroticismo podem ser caracterizadas como autoconfiantes, calmas e até relaxadas.
Para compreender a teoria, convido você a fazer um exercício pessoal. Pegue uma caneta e anote de acordo com os cinco grandes fatores, utilizando notas de 0 a 5 (sendo 0 inexistência e 5 muito parecido comigo), veremos sua maturidade de traços de personalidade. Ao final, some as notas, se você estiver próximo a 25 pontos, apresenta alto nível de traços de personalidade; se você ficou próximo a 12 pontos, está na média dos traços, precisando amadurecer; agora, se ficou abaixo dos 12 pontos, você precisa buscar ajudar profissional para melhorar suas características.
Assista aí
3 Elementos cognitivos da personalidade
A trajetória das pessoas é marcada por inúmeros acontecimentos, incluídos eventos aleatórios, sem planejamento e que mudam o destino da vida das pessoas. João era um jovem pós-graduado e teve um encontro casual que alterou sua vida. Em um final de semana, ele, que era um estudante compromissado, resolveu terminar a leitura mais cedo e sair um pouco. João marcou com um amigo de ir ao boliche. Ao lado dos rapazes havia duas moças jogando. Durante as jogadas ocorreram interações e os grupos resolveram se unir. Desse encontro João acabou se casando com uma das moças e tiveram duas filhas.
Você deve estar se questionando sobre o sentido dessa pequena história, a maioria de nós não se importa muito com encontros casuais e não se questiona sobre como experiências não planejadas podem alterar de modo significativo nossas vidas. Por esse motivo, iremos agora conhecer a teoria que foi desenvolvida pelo jovem João, que na verdade se chama Albert Bandura e que fundamenta sobre a teoria social cognitiva e suas influências na personalidade.
3.1 Teoria social cognitiva 
Bandura propõe que a personalidade é permeada pela aprendizagem, particularmente pelo conceito de plasticidade, ou seja, a capacidade que o ser humano tem de flexibilizar suas respostas comportamentais, cognitivas e emocionais de acordo com o contexto social, possibilitando inúmeras respostas, sem previsibilidade.
Você deve notar que podemos aprender observando outras pessoas, isso se denomina aprendizagem por modelagem. Essa capacidade possibilita amadurecimento emocional e cognitivo, porque ao observar outros, os erros nas experiências são diminuídos, além de melhorar respostas comportamentais, ambientais e pessoais na vivência no mundo real.
Dessa forma, todas as pessoas podem regular suas vidas a partir do momento que você aprende e reflete a partir das experiências observadas. Sem isso, estaríamos apenas reagindo aos estímulos. Aqui temos a implicação cognitiva, ao permitir que esse tipo de aprendizagem antecipe resultados de experiências, da criação de novas ideais ou usar padrões para lidar com o futuro (FEIST; TOMI-ANN, 2015).
Um conceito importante da teoria social cognitiva é a autoeficácia, que se caracteriza pela capacidade de efetivar comportamentos adequados, com confiança em determinada situação, implicando o aumento do desempenho e melhorando a performance comportamental. Os comportamentos humanos são regulados por dois fatores: 
1. 
 
2. 
Fatores internos, como capacidade de perceber a si mesmo, autojulgamento e mapeamento de sua autorreação.
Next
Aprender por modelagem significa utilizar processos cognitivos sofisticados para generalizar comportamento a partir do comportamento observado. Mas como se dá o aprendizado por modelo? Você já deve ter tido bons e maus modelos durante sua vida. Se você fizer uma avaliação pormenorizada dos seus comportamentos, notará que alguns deles foram aprendidos com outras pessoas, inclusive reações emocionais.
Para isso, o modelo de aprendizado precisa de alta performance, ou seja, alguém com alta competência e habilidades será utilizado como princípio de modelo ao invés do contrário. Outra característica é que só é possível haver modelagem com pessoas que estão iniciando o treino de habilidade, por exemplo, crianças aprendem com pessoas mais velhas. Em seguida, quanto maior o valor dado a determinado comportamento, maior probabilidade de modelagem terá possibilidade de reforço (BANDURA, 1986).
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Quadro 3 - Componentes da modelagem da TSCFonte:Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro descritivo dos principais componentes da modelagem da teoria social cognitiva, que são: atenção; representação; comportamento e motivação.
3.2 Autoeficácia e personalidade 
O que é autoeficácia? Bandura (2001, p. 10) definiu autoeficácia como “crenças das pessoas em sua capacidade de exercer alguma medida de controle sobre o próprio funcionamento e sobre eventos ambientais”.
A eficácia se caracteriza com a confiança das pessoas sobre a capacidade de realizar alguns comportamentos, enquanto expectativa de resultados refere-se à expectativa do que as pessoas fazem sobre as possíveis consequências de tal ação comportamental.
Você não deve considerar autoestima ou autoconfiança como sinônimos de autoeficácia, porque está relacionada competências, habilidades e avaliação real sobre a forma como produz comportamento, favorecendo treino e melhora futura. O que implica é que em uma elevada autoeficácia o sujeito se sente responsivo e com garantia de sucesso, e quando a autoeficácia é baixa a pessoa se sente deprimida ao perceber que não é tão eficiente em suas tarefas quanto outras pessoas. Vamos ver agora quais componentes contribuem para melhorar a autoeficácia.
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Quadro 4 - Componentes da autoeficáciaFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com os componentes da autoeficácia, que são experiências anteriores; modelagem social; persuasão social e estados físicos e emocionais.
 
Quando as pessoas possuem altos níveis de autoeficácia, são confiantes em relação a seus desempenhos e possuem bons relacionamentos interpessoais, elas têm melhor capacidade de regular o próprio comportamento e assim terem melhor qualidade de vida.
4 Elementos motivacionais da personalidade
Você já se questionou quais são suas motivações para estar lendo este texto? Quais são suas motivações para estar numa formação acadêmica? A motivação é um conceito que está presente quase na totalidade da nossa vida e em muitos conselhos cotidianos. Há os que dizem que precisamos ser pessoas motivadas como se ela fosse uma coisa a ser buscada de fora para dentro. Inclusive cursos de treinamento motivacional vendem a ilusão de que podem tornar as pessoas motivadas e dispostas para o sucesso.
No entanto, quando pesquisamos sobre a motivação, descobrimos que ela é intrínseca, ou seja, é uma força de movimento do interno para o externo. E sua melhor explicação tende a ir na busca por compreensão holística do ser humano, na perspectiva de uma compreensão completa, ao invés de partir em pequenos pedaços e dissecar.
O grande representante dessa teoria foi Abraham Maslow que defendia a tese da motivação das pessoas que buscam a satisfação de uma necessidade em seguida de outra até finalizar todas as buscas e chegar num estado de autorrealização pessoal, que significa mais disposição para crescimento e maturidade emocional (MCLEOD, 2007).
4.1 Motivação e personalidade
Segundo Maslow e Lewis (1987), as necessidades humanas podem ser apresentadas como uma hierarquia de cinco grupos de necessidades, a saber: fisiológicas, de segurança, de amor e pertença, de estima e de autoatualização. As quatro primeiras necessidades são referidas como necessidades de déficit ou deficiência (necessidades D) e a necessidade de autorrealização é referida como necessidades de crescimento ou de necessidade (necessidades B).
Em outras palavras, quando uma necessidade de ordem inferior é atendida em certa medida, surge a necessidade adjacente na hierarquia. A deficiência, portanto, motiva o comportamento. Por outro lado, o envolvimento com as necessidades de crescimento alimenta o desejo de se tornar um indivíduo mais autorrealizado. A satisfação adequada de uma necessidade resulta no surgimento de uma necessidade de ordem superior, culminando na busca pela autorrealização. De maneira inversa, as necessidades de ordem superior não surgem quando as necessidades básicas de um indivíduo não foram adequadamente satisfeitas.
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Figura 4 - Pirâmide de necessidades de MaslowFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma pirâmide colorida que descreve as necessidades conforme teorizou Maslow. Na base, as necessidades fisiológicas; a seguir, a necessidade de segurança; depois, a necessidade de amor; em seguida, necessidade de estima e, no topo, a realização pessoal.
Como você pode perceber, a hierarquia de necessidades de Maslow é mais frequentemente exibida no formato de pirâmide. Os níveis mais baixos da pirâmide são compostos das necessidades mais básicas, enquanto às necessidades mais complexas estão localizadas no topo da pirâmide. As necessidades na parte inferior da pirâmide são requisitos físicos básicos, incluindo a necessidade de comida, água, sono e calor. Uma vez que essas necessidades de nível inferior são atendidas, as pessoas podem passar para o próximo nível de necessidades, que é segurança e proteção.
À medida que as pessoas progridem na pirâmide, as necessidades se tornam cada vez mais psicológicas e sociais. Logo, a necessidade de amor, amizade e intimidade se torna importante. Mais adiante na pirâmide, a necessidade de estima pessoal e sentimentos de realização têm prioridade. Maslow enfatizou a importância da autorrealização, que é um processo de crescimento e desenvolvimento como pessoa para atingir o potencial individual.
Maslow acreditava que essas necessidades são semelhantes aos instintos e desempenham um papel importante na motivação do comportamento. Necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de estima são necessidades de deficiência, o que significa que elas surgem devido à privação. A satisfação dessas necessidades de nível inferior é importante para evitar sentimentos ou consequências desagradáveis.
Ele denominou o nível mais alto da pirâmide como necessidades de crescimento (ou necessidades). As necessidades de crescimento não decorrem da falta de algo, mas do desejo de crescer como pessoa. Vamos conhecer detalhadamente os cinco níveis diferentes na hierarquia de necessidades de Maslow (CAO et al., 2013):
· Necessidades fisiológicas
Inclui as necessidades mais básicas, que são vitais para a sobrevivência, como a necessidade de água, ar, comida e sono. Maslow acreditava que essas necessidades são as mais básicas e instintivas da hierarquia, porque todas as necessidades se tornam secundárias até que essas necessidades fisiológicas sejam atendidas.
· Necessidades de segurança
Inclui necessidades de proteção. As necessidades de segurança são importantes para a sobrevivência, mas não são tão exigentes quanto as necessidades fisiológicas. Exemplos de necessidades de segurança incluem o desejo de emprego estável, assistência médica, bairros seguros e abrigo do meio ambiente.
· Necessidades sociais
Inclui necessidades de pertencimento, amor e carinho. Maslow descreveu essas necessidades como menos básicas do que as necessidades fisiológicas e de segurança. Relacionamentos como amizades, apegos românticos e famílias ajudam a atender essa necessidade de companhia e aceitação, assim como o envolvimento em grupos sociais, comunitários ou religiosos.
· Necessidades de estima
Depois de satisfeitas as três primeiras necessidades, as necessidades de estima tornam-se cada vez mais importantes. Isso inclui a necessidade de coisas que reflitam sobre autoestima, valor pessoal, reconhecimento social e realização.
· Necessidades de autorrealização
Este é o nível mais alto da hierarquia de necessidades de Maslow. As pessoas autorrealizadoras são autoconscientes, preocupadas com o crescimento pessoal, menos preocupadas com as opiniões dos outros e interessadas em realizar seu potencial.
4.2 Nível avançado de maturidade emocional
O que exatamente é a autorrealização? Localizado no pico da hierarquia de Maslow (1987), ele descreveu essa necessidade de alto nível da seguinte maneira: 
O que um homem pode ser, ele deve ser. Essa necessidade podemos chamar deautorrealização, pois refere-se à tendência de ele se tornar realizado no que ele é potencialmente. Essa tendência pode ser expressa como o desejo de tornar-se cada vez mais o que somos, tornar-nos tudo o que somos capazes de se tornar.
Embora a teoria seja geralmente retratada como uma hierarquia bastante rígida, Maslow (1987) observou que a ordem em que essas necessidades são atendidas nem sempre segue esse padrão de progressão. Por exemplo, ele observa que, para alguns indivíduos, a necessidade de autoestima é mais importante que a necessidade de amor. Para outros, a necessidade de a realização criativa pode substituir até as necessidades mais básicas.
Além de descrever o que se entende por autorrealização em sua teoria, Maslow (1987) também identificou algumas das principais características das pessoas autorrealizadas:
· Aceitação e realismo
Pessoas autorrealizadas têm percepções realistas de si mesmos, dos outros e do mundo ao seu redor.
· Centralização de problemas
Indivíduos autorrealizados estão preocupados em resolver problemas fora de si mesmos, incluindo ajudar os outros e encontrar soluções para problemas no mundo externo. Essas pessoas são frequentemente motivadas por um senso de responsabilidade pessoal e ética.
· Espontaneidade
As pessoas autorrealizadas são espontâneas em seus pensamentos e comportamento externo. Enquanto elas podem estar em conformidade com as regras e sociais expectativas, elas também tendem a ser abertas e não convencionais.
· Autonomia e solidão
Outra característica das pessoas autorrealizadas é a necessidade de independência e privacidade. Esses indivíduos precisam de tempo para se concentrar no desenvolvimento de seu próprio potencial individual.
· Continuidade da apreciação
Pessoas autorrealizadas tendem a ver o mundo com um sentimento contínuo de apreciação e admiração. Até experiências simples continuam sendo uma fonte de inspiração e prazer.
· 
Maslow acreditava que a única razão pela qual as pessoas não se moveriam bem na direção da autorrealização é por causa de obstáculos colocados em seu caminho pela sociedade. Ele afirmava que a educação é um desses obstáculos e recomendava algumas maneiras pelas quais a educação poderia mudar suas táticas habituais para auxiliar no crescimento das pessoas. Aqui estão listados os dez pontos que educadores devem abordar, segundo Maslow (1987):
· Ensinar as pessoas a serem autênticas, conscientes de si mesmas e a ouvir suas vozes de sentimento interior.
· Ensinar as pessoas a transcender seu condicionamento cultural e tornar-se cidadãos e cidadãs comprometidas com as mudanças sociais.
· Ajudar as pessoas a descobrir sua vocação na vida, seu chamado, seu destino. Isso é especialmente focado em encontrar a carreira certa e o parceiro certo.
· Ensinar as pessoas que a vida é preciosa, que há alegria a ser experimentada na vida e se as pessoas estão abertas a ver o bem e a alegria em todos os tipos de situações, vale a pena viver a vida.
· Aceitar a pessoa como ela é e ajudá-la a aprender sobre suas características interior. A partir do conhecimento real de aptidões e limitações, podemos saber o que construir e que potenciais realmente existem.
· Ver que as necessidades básicas das pessoas são satisfeitas. Isso inclui segurança, pertencimento e necessidades de estima.
· Refrescar a consciência, ensinando a pessoa a apreciar a beleza e outras coisas boas da natureza e da vida.
· Ensinar às pessoas que os controles são bons e o abandono completo é ruim. Levar ao autocontrole para melhorar a qualidade de vida em todas as áreas.
· Ensinar as pessoas a transcender os problemas insignificantes e a lidar com os graves problemas na vida. Isso inclui os problemas de injustiça, dor, sofrimento e morte.
· Ensinar as pessoas a fazer boas escolhas. Elas devem ter prática em fazer boas escolhas.
Como vimos, a personalidade é um conceito complexo, com diferentes formas de explicar temperamento, traço, cognição e motivação. Mas fique atento para o fato de que apesar dessa divisão, quando lidamos com alguém ou precisamos avaliar uma pessoa para uma tomada de decisão e encaminhamento, todos esses elementos podem se misturar. Por isso, para evitar contratempos, utilize um instrumento confiável para avaliar a personalidade.
Percebe-se que para Maslow as pessoas têm potencial de desenvolver-se positivamente e alcançar o sucesso. Você sente que está no caminho da autorrealização? Sente que pode chegar ao topo da sua satisfação pessoal?
Assista aí
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer a definição de personalidade;
· aprender quais os principais instrumentos para avaliar a personalidade;
· identificar os cinco grandes traços de personalidade;
· avaliar a autoeficácia e suas principais características;
· distinguir as principais motivações da personalidade.
REFERÊNCIAS
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OLÁ!
Você está na unidade Processo de desenvolvimento da personalidade. Conheça aqui o desenvolvimento da personalidade e seus estágios de desenvolvimento. Compreenda, ainda, o papel do inconsciente e sua importância na construção da personalidade. Estude a importância e o estudo do self na psicologia da personalidade com diferentes perspectivas de pesquisa, contribuições pioneiras sobre a conceituação do “eu”, conforme os teóricos W. James e G. Allport. Conheça também a contribuição do estudo de Carl Rogers para a teoria da personalidade e sua importância para o exercício da profissão.
Bons estudos!
1  Desenvolvimento da personalidade
A psicologia é uma ciência em desenvolvimento e, por essa razão, não tem um único objeto de estudo, desencadeando a elaboração de sequências de teorias que objetivam esclarecer o funcionamento psíquico do indivíduo.
Essa afirmação traz hipóteses que merecem ser esclarecidas. Primeiramente, cabe lembrar que não existe uma teoria psicológica que dê conta da complexidade intrínseca dos comportamentos humano. Depois, não estamos justificando o uso indiscriminado de teorias que, epistemologicamente, não se integram, mas sim trabalham com o dado real e, por último, existe um longo caminho no campo científico para compreender o indivíduo em sua totalidade.
A psicologia é um campo do conhecimento que costuma ser definido como o estudo científico do comportamento e dos processos mentais, que visa compreender as motivações dos nossos atos, das nossas emoções e nossos pensamentos (GALLO; ALENCAR, 2012).
As diferenças são formadas por experiências, nenhuma pessoa tem a mesma experiência que outra, nem irmãos criados no mesmo ambiente familiar têm a mesma experiência de vida. Sendo assim, parte da nossa personalidade é formada em uma estrutura de relacionamentos peculiares que temos uns com os outros e de objetos quando criança. Elaboramos um conjunto pessoal de atributos de caráter, um padrão de comportamento que define cada indivíduo.
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Figura 1 - IrmãosFonte: monkeybusinessimages, iStock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra sete irmãos negros abraçados e sorrindo.
Carl Jung foi um teórico estudioso do desenvolvimento da personalidade, para o qual ele contribuiu com sua teoria analítica. Ele dizia que a personalidade era determinada pelo que esperamos ser e pelo que fomos. O sistema de personalidade para Jung é integrado por vários sistemas e estruturas diferentes que podem controlar uns aos outros. Um desses sistema é o ego, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. Para o teórico, o ego é o ponto central da consciência, a parte da psique que conduz a percepção, a sensação e as lembranças.
A maior parte da nossa percepção pode estar envolvida em reações que Jung chamou de introversão e extroversão, para ele: 
1. 
 
2. 
As pessoas introvertidas são pessoas tímidas, tendem a se concentrar mais em si mesmas, em seus pensamentos e emoções. 
Next
Segundo Jung, todo indivíduo têm probabilidade de desenvolver ambas as reações, mas somente uma prevalece na evolução da personalidade. Portanto, a outra que não é predominante continua intervindo e se torna parte do inconsciente pessoal, podendo influenciar no comportamento. Exemplo disso é se uma pessoa que é introvertida apresentar características de extroversão e querer ser mais extrovertida ou se interessar por uma pessoa extrovertida.
Já na teoria freudiana, todo comportamento é defensivo, mas nem toda pessoa se utiliza das mesmas ferramentas de defesas. Nós somos motivados pelo mesmo impulso do id, mas não há a mesma universalidade na natureza do ego e do superego. Embora essa estrutura da personalidade funcione da mesma forma para todos, seu conteúdo varia de uma pessoa para outra. Conforme essa teoria, a personalidade se desenvolve em resposta a quatro importantes fontes de tensão: método de crescimento fisiológicos, frustações, conflitos e ameaças.
A identificação e o deslocamento são dois métodos pelos quais o indivíduo aprende a resolver as frustações, os conflitos e as ameaças e a ansiedade. Com isso, as pessoas aprendem novos métodos de conduzir tais tensões, realizando, assim, o desenvolvimento da personalidade.
1.1 Identificação
A identificação pode ser definida como recurso pelo qual alguém reconhece características de outra pessoa e torna uma parte pertencente da personalidade dela. Assim, a pessoa aprende a reduzir a tensão modelando o próprio comportamento seguindo o de outra pessoa. O sujeito escolhe como modelo aquela pessoa que, para ele parece ser mais bem-sucedida do que ele. Por exemplo, uma criança se identifica com os pais porque eles parecem ser bem mais resolvidos, pelo menos durante os anos da infância inicial. Conforme a criança vai crescendo, encontra outras pessoas com as quais ela se identifica, pessoas cujas realizações estão mais equiparadas com seus desejos atuais (GALLO; ALENCAR, 2012).
Em cada período da vida existem as tendências das figuras de identificação e a intensificação das características, a maioria dessas identificações ocorre inconscientemente, e não como uma intenção como parece ser. Esse destaque consiste na modelagem inconsciente, que compreende a identificação que Freud diz da aprendizagem. Portanto, não é necessário que uma pessoa se identifique com outra em todos os aspectos, geralmente são selecionadas apenas aquelas características que acreditamos que vão nos orientar a atingir um objetivo desejado (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004).
A identificação é um método pelo qual podemos também recuperar um objeto perdido. Quando nos identificamos com uma pessoa que morreu ou da qual nos separamos, a pessoa perdida é reencarnada em uma característica incorporada da personalidade. As crianças que foram rejeitadas pelos pais tendem a formar sólidas identificações com eles na esperança de recuperar seu amor. Também é possível nos identificar com alguém por medo, como as crianças que se identificam com as proibições dos pais, a fim de evitar o castigo. Esse tipo de identificação é a base para a formação do superego (HALL; LINDZEY; CAMPBEL, 2004, p. 62).
A estrutura final da personalidade simboliza um acúmulo de diversas identificações feitas em vários períodos da vida do indivíduo, apesar de que a mãe e o pai são, provavelmente, figuras de identificação mais forte na vida de qualquer pessoa.
1.2   Deslocamento
O deslocamento é um instrumento de defesa que a mente usa de maneira inconsciente para transferir uma reação emocional a um objeto ou uma pessoa para outro objeto ou outra pessoa. É também quando o id quer fazer algo que o superego reprova e o ego encontra, assim, uma maneira de soltar a energia psíquica do id. Dessa forma, há uma transferência de energia de acordo com a concentração de energias mentais reprimidas de um objeto para outro objeto mais aceitável.
Essas ações buscam ser deslocadas para áreas ou conteúdos relacionados. Por exemplo a professora quer gritar com um aluno, mas sente que ela não pode fazer isso porque os pais da criança podem não gostar, então ela vai gritar com o próprio filho quando chegar em casa. É a maneira dela libertar a raiva que passou, os deslocamentos são constantemente mecanismos, altamente satisfatórios e viáveis para liberar a energia de forma mais segura. Os sonhos podem ser entendidos como o deslocamento de tensões gravadas em outras formas, na maioria das vezes os sonhos são bastante metafóricos.
As pessoas estão a todo momento buscando novas maneiras de reduzir as tensões. Isso pode explicar a variabilidade e a diversidade do comportamento, assim como a inquietude humana. De outro modo, a personalidade humana se torna mais ou menos definida com a idade, devido ao acordo feito entre as forças pulsionais dos instintos e as forças do ego e do superego de forma inconsciente.
 Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2004), um objeto substituído ocasionalmente é tão satisfatório ou redutor de tensão quanto o objeto original, quanto mais distinto for do objeto substituto do original, menoso estresse é reduzido. Em decorrência de numerosos deslocamentos, uma grande tensão que age como uma força motivacional do comportamento vai se realizando. No decorrer de todo o processo de deslocamento, cria-se uma grande medida para o desenvolvimento da personalidade, a fonte e a meta do instinto permanecem constantes é só o objeto varia conforme os instintos.
2 Estágios do desenvolvimento da personalidade
Freud considerava as experiências da infância tão importantes que considerava que a personalidade adulta era firmemente moldada e cristalizada no quinto ano de idade. Para ele os primeiros anos de vida são decisivos para a formação da personalidade humana. No período de latência, com a chegada da adolescência, a dinâmica é interrompida outra vez e, depois, gradualmente se acomoda à medida que o adolescente entre na fase adulta.
Para Papalia e Feldman (2013), a personalidade para a teoria freudiana era constituída por meio de conflitos inconscientes da infância, entre os impulsos inatos do id e as determinações da sociedade. Esses conflitos acontecem em uma sequência invariável de cinco fases de desenvolvimento da personalidade, fundada na maturação, em que o prazer se desloca de uma zona corporal para outra. Vamos ver detalhadamente cada uma dessas fases.
2.1 Fase oral
Essa fase é quando a alimentação é a principal fonte de prazer. A criança está em fase de dependência da mãe ou da pessoa que toma conta dela, a qual está se tornado o objeto principal da sua libido. Em termos mais claros, podemos dizer que a criança está, de forma primitiva, aprendendo amar a mãe, a forma pela qual a mãe responde as suas demandas, que nessa idade são somente id. Existem dois tipos de comportamentos nessa fase: comportamento oral leve (ingerir) e comportamento oral agressivo ou sádico (morder, cuspir).
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Figura 2 - Bebê mamando no peitoFonte: OLJ Studio, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um bebê mamando no peito da mãe, com olhos abertos olhando para ela. O bebê está com uma roupinha com listras de cor azul e branco.
Bebês cujas necessidades não são satisfeitas durante essa fase, quando a alimentação é a principal fonte de prazer, poderão, na idade adulta, ter o hábito de roer as unhas, fumar ou desenvolver uma personalidade agressiva e crítica.
2.2 Fase anal
A sociedade dos pais tem a tendência de se submeter às necessidades da criança durante o primeiro ano de vida, se adaptando a ela e esperando relativamente pouca adaptação e retorno. Essa situação muda por volta dos 18 meses, quando surge uma nova demanda, o treinamento dos hábitos de higiene. Freud achava que o treinamento do uso do banheiro durante a fase anal tinha um efeito significativo no desenvolvimento da personalidade.
A defecação, segundo Freud, traz prazer erótico à criança, mas no início do treinamento de ir ao banheiro, esse prazer é adiado pela primeira vez, pois ocorre uma interferência na satisfação de um impulso instintivo quando se começa a regular a hora e o local para a defecação. Os pais, na maioria das vezes, confirmam que esse momento realmente é conflituoso, pois a criança aprende que tem um poder sobre eles, ela tem o controle sobre algo, que é a vontade ou não de defecar, e pode optar por agir de acordo com a sua necessidade.
Nesse momento, se os pais não conseguirem educar da maneira correta, por exemplo, e a criança estiver apresentando dificuldades em aprender a ir ao banheiro ou se os pais forem muito exigentes, ela vai reagir negativamente: defecar onde não é permitido, desafiando a autoridade dos pais na tentativa de sua regulação. Assim, se a criança achar que essa técnica foi satisfatória para reduzir a frustação e que deu certo, ela a utiliza frequentemente e, no futuro, essa criança poderá desenvolver personalidade agressiva, comportamentos hostis e sádicos na vida adulta, incluindo crueldade ou comportamento autodestruitivo ou, em alguns casos, poderá ter obsessão por limpeza, ser rígida em horários e rotinas.
2.3 Fase fálica
Em torno de 3 ou 4 anos de idade as crianças começam um terceiro estágio de desenvolvimento infantil, é uma época em que a área genital se torna a principal zona erógena. É um estágio marcado pela divisão entre o desenvolvimento masculino e feminino. Como afirmou Freud, é nessa fase que a criança percebe que não tem um pênis ou que lhe falta algo. É quando começa a adquirir consciência das diferenças corporais e sexuais. O menino começa a despertar um interesse narcísico pelo próprio pênis, e a menina a descoberta da ausência de um.
Ainda sobre essa fase, a menina, com essa descoberta, passa a querer ter um pênis, o que pode contribuir para um momento crítico ao desenvolvimento psicossocial dessa criança. Essa situação significa para ela um marco decisivo no crescimento, podendo aparecer três linhas de desenvolvimento possíveis: condução à inibição sexual ou à neurose, modificação do caráter no sentindo de um complexo de masculinidade e feminilidade normal.
É nessa fase que surgem as brincadeiras nas quais as crianças começam a se tocar, a fim de se conhecerem por curiosidade, porém os pais erram ou até mesmo não sabem lidar com a situação, repreendendo seus filhos com o pensamento de que eles estão agindo maliciosamente. Crianças dessa idade ainda não entendem o que é a prática sexual, por esse motivo, é necessário orientá-las, para que concluam essa fase sem traumas.
Assista aí
2.4 Período de latência
Período que vai dos 5 aos 12 anos de idade, é uma etapa relacionada entre a sexualidade pré-genital infantil e sexualidade genital, que vai surgir no período da puberdade. O início do período é mais tenso e conflituoso, pois surge no fim do conflito com o complexo de édipo e, aos poucos, a criança vai se relacionando melhor com o mundo que o cerca. A partir de suas frustrações, ela vai aprendendo que nem sempre as coisas vão ser conforme ela espera e deseja.
O período de latência é marcado pela mudança na relação da criança com seus pais. Desse modo, é um período de muita relevância para o fortalecimento do superego da criança. Para melhor compreensão dessa fase, é quando a criança aumenta os processos de reconhecimento com os adultos e o entendimento das normas e dos valores existentes em seu meio social, que de alguma forma já foi construído tanto pela família quanto por outros adultos (PALACIOS et al., 2007).
 Essa fase também se configura pela diminuição dos impulsos sexuais e, por esse motivo, a relação com os pais tendem a ser mais acolhedores e afetuosas. Uma vez que o confronto edipiano não é sanado nas etapas anteriores, podem reaparecer conflitos e tensões da fase fálica no período da puberdade, pois com o surgimento desse período, marca-se o fim da fase de latência.
Assista aí
3 O papel do inconsciente na psicologia da personalidade
Freud considerava bastante especial o inconsciente, no qual acreditava que regia o comportamento humano. Apoiado em sua experiência clínica, Freud concordava que a fonte das perturbações emocionais estava nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Ele desenvolveu a psicanálise, uma terapia que possibilita às pessoas o conhecimento de seus próprios conflitos emocionais inconscientes.
Para Freud, a construção da personalidade acontece nos primeiros anos de vida, quando as crianças começam a lidar com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências sociais. O inconsciente guarda elementos instintivos, que não são disponíveis pela consciência. Além disso, existe também o que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Esse conteúdo não é esquecido nem perdido, no entanto, é possível de ser lembrado (DAMERGIAN, 1991).
Em suma, a teoria de Freud gerou uma importante contribuição histórica para entendermos a formação da personalidade, que é o mesmo que a formação do indivíduo. Essa observação demostrou um enorme conflito psíquico, pois um instinto opunha-se a outro como se fossem as proibições sociais que impedem as pulsões biológicase os modos de enfrentar situações que podem trazer algum impacto.
Freud dizia que o inconsciente seria como a caixa-preta de um avião, na qual todas as informações do indivíduo estavam lá guardadas. Ela não seria a parte mais profunda da consciência, nem a que possui menos lógica, mas uma estrutura que se diferencia da consciência. Na maioria das vezes, Freud usou esse termo para mencionar qualquer conteúdo que se encontre fora da consciência. Em outro momento, se referiu ao inconsciente não para tratar dele em si, mas de sua função enquanto o estado mental do indivíduo (GARCIA-ROZA, 2009).
É no inconsciente que se encontram as forças elaboradas por algum agente repressor, que às impede de chegar ao nível da consciência. Freud dizia que é nos pequenos erros, nas confusões e até nos esquecimentos ou omissões que ocorrem em nosso dia a dia que o inconsciente é expressado, ou seja, esses pequenos erros são uma forma de expressar as opiniões ou verdades que a razão consciente não permite. 
3.1 O inconsciente e o simbólico
Segundo Garcia-roza (2009), o inconsciente difere do que há de mais profundo da consciência humana, nem com aquilo que a subjetividade tem de mais difícil é possível existir evidências de realidade que Freud nomeou de fenômenos lacunares, que é uma definição positiva do inconsciente.
O inconsciente estudado por Freud nos levar a observar que frequentemente somos vítimas de pulsões e elementos que, de alguma maneira, conhecemos sobre os lugares psíquicos, mesmo que seja de forma simbólica.
Entretanto, a definição do inconsciente não fica somente nos conteúdos recebidos, mas na maneira como ele processa essas informações, estabelecendo esse processamento dos conteúdos de forma que possa existir de fato o simbolismo inconsciente, pois deve ocorrer o recalque (que veremos mais a frente) daquilo que o inconsciente elaborou, ou seja, as ideias que não forem compatíveis com a personalidade do mecanismo de defesa começam a agir para a entrada do simbólico, é a condição imposta para a estruturação do inconsciente.
3.2 Estrutura do inconsciente
Observamos que o fato de Freud compreender o inconsciente como o lugar psíquico não nos habilita a pensar esse lugar como sendo um lugar substancial. O que nós podemos encontrar nesse lugar não são as coisas, mas as representações dessas coisas, o inconsciente é constituído apenas por representações de palavras, ficando essas representações e o afeto restritos ao sistema pré-consciente e consciente.
A questão levantada por Garcia-roza (2009) foi que Freud parte do seguinte argumento: quando uma representação pertencente ao sistema inconsciente se torna consciente, o que pode ocorrer é que essa mesma representação sofre uma mudança de estado e passa para o pré-consciente e para a consciência. Existia aqui o que ele chamava de recalque, pois esse é responsável por ligar as pulsões.
Ao apresentar o ponto de vista de Freud sobre o inconsciente, sob os pontos de vista tópico, dinâmico e econômico, fica evidente que a maior preocupação de Freud é deixar bem clara a diferença tópica entre dois grandes sistemas psíquicos do indivíduo. Essa aflição é justificada na medida em que Freud acredita que a partir dessa divisão tópica a psicanálise conseguirá encontrar-se fora da problemática da consciência e fora da problemática da psicologia. 
4 O estudo do self na psicologia da personalidade
O self é uma visão que a pessoa tem de si próprio, é muito importante na formação da personalidade. Fundamentado em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras, tem como características o fluxo contínuo, em permanente mudanças, mas sempre organizado. No início do desenvolvimento da personalidade, um conceito vago de self parte de sua experiência e se diferencia da consciência, o self dá a ideia de imagem de si.
A estrutura do self se dá por termos que servem para designar a configuração experiencial composta de percepções, se referindo ao indivíduo e suas relações com o outro, com o ambiente e com a vida em geral. O objetivo do self é manter a relação do organismo com o meio, podendo inserir valores de outros e enxergá-los de forma distorcida. O organismo reage de forma adequada com o self, as experiências que não condizem com ele são recebidas como ameaçadoras, ele pode também se modificar com resultado da maturidade e da aprendizagem de cada pessoa.
A perspectiva Rogeriana, com base humanista, contribuiu muito para o estudo do self, pois tem uma visão positivista do homem. Sua abordagem surgiu como a terceira entre os dois campos predominantes da psicologia da época, que era o behaviorismo e a psicanálise. Essa abordagem demostrou interesse de estudo pela natureza humana e pelo fenômeno do crescimento pessoal.
Com isso, a fenomenologia aparece para buscar compreender a essência humana, o olhar para o mundo, e ver o humano como um fenômeno multifacetado que está constantemente em movimento, mas nunca está pronto. Na perspectiva humanista, a pessoa existe primeiro para ser alguma coisa, ou seja, o ser humano deveria definir seu próprio destino.
Conforme apontando por Macedo e Silveira (2012), a concepção do self surge no início dos anos de 1980, com a segunda revolução cognitivista apoiada por Lev Vygotstky sobre as raízes sociais da inteligência humana e sobre alguns trabalhos realizados por sociólogos da época, os quais enfatizaram a importância da união das práticas humanas e de construção de significados em contexto mais amplo de formas de viver. Diante dessas concepções sobre o self, é possível notar um declínio das fronteiras entre mundo interno e mundo externo.
4.1 O "eu" (self) na visão psicanalítica de Sigmund Freud
Freud abordou o self com a perspectiva do desenvolvimento do “eu”. Esse “eu” ideal e o narcisismo primário, que é investido pela libido, é substituído pelo ideal do “eu” no momento em que termina o período do complexo de Édipo. O supereu torna-se aproximação crítica e vigilante durante esse período.
Conforme Câmara (2010), na fase chamada primeira tópica, o destaque é dado para o estudo da dinâmica do inconsciente, ou seja, as transferências entre os três sistemas que Freud nomeou de inconsciente, pré-consciente e consciente. Já na segunda tópica, é o momento em que surge o estudo que dá ênfase ao deslocamento do funcionamento do aparelho psíquico para os mecanismos de defesa e a instância repressora. Para tanto, Freud confronta as três instâncias do “eu”, do “isso” e do “supereu”. A segunda tópica não estingue o estudo da primeira, mas aumenta o estudo teórico da psicanálise para explicar os fatos psíquicos nessas instâncias criada por Freud.
A ideia de “eu corporal” foi o grande de muitos impasses que Freud diz que o “eu” é a principalmente projeção mental do corpo físico. Ele não deixa clara a questão da identificação para a construção do corpo imaginário, mas sim um corpo formado simplesmente na relação humana, sendo fundamental o outro para o reconhecimento.
É do corpo imaginário e de sua relação com a libido que Freud fala, pois a sede do “eu” é o corpo erógeno, por onde circula a libido. Nesse sentido, é possível lembrar da vesícula viva, que, inicialmente, tinha seu sistema nervoso na superfície. Com a evolução, porém, esse precioso sistema foi protegido no interior do corpo.
Esse ‘eu corporal’ também tem relação com esse resquício da teoria evolucionista. Então, ao se tornar um órgão interno, o sistema nervoso ainda mantém o controle da superfície do corpo, mediante uma projeção interna dessa superfície. (CÂMARA, 2010, p. 21-22)
As teorias psicológicas sobre o desenvolvimento da personalidade humana ampliaram seu foco centrado no interior do indivíduo e suas relações humanas. Ao definir o self, cada perspectiva teórica apresenta contexto diferente para o desenvolvimento humano. Compreende-se, assim, que as nuances dos diferentes conceitos só podem ser apreendidas por meio da concepção do desenvolvimento que a teoria psicológica oferece. 
4.2 O self na visão analítica de Carl Jung
Jung entendia que cada pessoa dispõe de umatendência herdada para evoluir em direção ao crescimento, uma peculiaridade e uma integridade. A essa estrutura inata ele deu o nome de self. O mais envolvente de todos os arquétipos é o self, pois ele une os outros arquetípicos em um processo chamado de autorrealização. Desse modo, os demais arquetípicos apresentam componentes conscientes e inconscientes pessoais, contudo são feitos com mais frequência por imagens inconscientes coletivas.
 Para Feist; Feist e Roberts (2015), o self é simbolizado pelas ideias de perfeição, completude e plenitude de uma pessoa. O self para ele integra imagem do consciente coletivo e, no entanto, não deve ser confundido com o ego, que representa apenas a consciência. Ainda que o self quase nunca seja perfeitamente equilibrado, cada indivíduo tem no seu inconsciente coletivo e no inconsciente pessoal uma descrição do self perfeito e unificado, conforme apontado por Jung.
Segundo os autores, a autorrealização pesquisada por Jung é raramente alcançada. Uma vez que é realizada por aqueles que são capazes de entender o seu inconsciente coletivo e sua individualidade, por mais que isso seja difícil, está inserida no inconsciente coletivo de toda pessoa, e todo indivíduo tem potencial para conquistar a autorrealizacao.
Entretanto, é necessário que a pessoa trabalhe seu medo inconsciente e enfrente seus temores e, assim, possa impedir que sua persona domine sua personalidade. O indivíduo que passa pelo processo de autorrealização consegue diferenciar sua anima, que seria a compensação feminina da personalidade do homem, e seu animus, que seria a compensação masculina da personalidade da mulher. Embora os dois termos sejam mencionados à parte da personalidade, ambos são arquétipos e estão em nosso inconsciente coletivo.
 
Assista aí
5 Contribuição pioneira sobre a conceituação do "eu": W. James e G. Allport
William James foi o precursor americano da psicologia funcional, sua psicologia tinha como meta o estudo da adaptação do homem ao meio em que vive. Ele abordou a consciência como uma corrente com um fluxo contínuo, procurou compreender não somente a partir do conteúdo, mas a partir de funções, atos ou processos mentais.
Schultz e Schultz (2015) comentam que para James a consciência era acumulativa, contínua, mutável e seletiva, era o principal critério e relevância dos estímulos, pois tinha função biológica. Ele enfatizou os aspectos não racionais, como emoção e paixão da natureza humana e afirmou que a psicologia é a ciência da vida mental que abrange tanto os fenômenos como as condições.
A consciência do self ou consciência pessoal, como era chamada por William James, é uma parte fundamental para o entendimento da teoria de personalidade na visão dele, pois faz parte do fluxo da vida. Ele dividiu as alterações do self (eu) em dois grupos: alteração de memória e alteração do self espiritual. As alterações de memória para ele eram as perdas de conteúdo e falsos reconhecimentos, em ambos os casos o “eu” do sujeito é alterado.
Segundo James, as perdas de memória afetam diretamente a personalidade do indivíduo, pois aquilo que foi perdido deixa de fazer parte da formação da personalidade. Outra alteração do “eu” é causada pelas falsas memórias, elas podem surgir por diversas questões, pois temos dificuldades de lembrar de algo que aconteceu há muito tempo.
Como citado por Schultz e Schultz (2015), na teoria da personalidade, Allport diz que uma das principais propostas é a de que os adultos psicologicamente saudáveis não são afetados por eventos da infância, ou seja, embora a personalidade esteja sempre mudando e crescendo, esse crescimento é organizado e não aleatório. Segundo ele, pensamos tanto em nossa hereditariedade como em nosso ambiente e essa hereditariedade oferece a matéria-prima da personalidade que pode ser moldada, ampliada ou limitada pelas condições ambientais.
Ainda segundo os autores, para Allport a personalidade era considerada distinta ou descontínua, pois cada pessoa é diferente uma das outras, mas cada adulto está separado do seu passado, não há continuação da personalidade entre a infância e a fase adulta. O comportamento infantil, segundo ele, era orientando pela vontade e pelos reflexos que chamou de biológicos primitivos (SCHULTZ e SCHULTZ, 2015).
Allport ressaltou a importância da motivação consciente, ele apontou que os adultos sádicos são geralmente conscientes do que estão realizando e quais suas razões em fazer determinada coisa, no entanto não desconsiderou a importância dos processos inconsciente. Os estudos de Allport alavancaram o estudo da personalidade para o centro do estudo da psicologia.
Além de conduzir um papel fundamental na característica do desenvolvimento da personalidade, pontuou dizendo que as pessoas psicologicamente adultas são definidas pelo comportamento proativo. Além disso, ele considerava que as pessoas saudáveis agem de maneira pensante, sempre consciente e não aceitam que as forças do inconsciente a dominem em uma personalidade (SCHULTZ e SCHULTZ, 2015, p. 235).
5.1 fases de desenvolvimento de G. Allport
Allport descreveu a natureza e o desenvolvimento do proprium (um termo usado por ele para ego ou para o self) no decorrer de sete fases, desde a infância até a adolescência. Essa definição é dada porque todas as funções do self ou do ego são funções próprias, verdadeiras e vitais da personalidade de cada pessoa. Veja a descrição na tabela a seguir. 
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Figura 3 - O desenvolvimento do propriumFonte: Schultz; Schultz, 2015, p. 203.
As interações das crianças com os pais são de extrema importância ao desenvolvimento do proprium ou self. Os vínculos afetivos e de segurança são necessários para a criança se desenvolver psicologicamente de maneira positiva, se essas necessidades forem frustradas, o self não se desenvolverá de forma adequada e quando chegar à fase adulta, vai agir seguindo impulsos da infância.
Outra contribuição importante de Allport foi a descrição de seis critérios para a personalidade adulta normal, madura e emocionalmente saudável:
· O adulto maduro entende o seu senso de self para as pessoas e as atividades.
· O adulto maduro relaciona-se de forma cordial com as outras pessoas, exibindo intimidade, compaixão e tolerância, são capazes de olhar além de si mesmas.
· A autoaceitação do adulto maduro o ajuda a obter segurança emocional.
· O adulto maduro tem a percepção realista da vida.
· O adulto maduro conserva senso de humor e objetivação do self.
· O adulto maduro adota uma filosofia de vida unificada que é responsável pela condução da personalidade de metas e futuros.
6 Considerações gerais sobre a contribuição de Carl Rogers
Carl Rogers desenvolveu uma teoria da personalidade a partir de suas experiências clínicas como psicoterapeuta. Sua abordagem passou por várias mudanças de determinação não diretiva centrada no cliente; centrada na pessoa e centrada no aluno. Trouxe uma crença na capacidade do homem de crescer, desenvolver e melhorar.
Sempre muito preocupado em ajudar pessoas do que em descobrir porque elas agiam da forma que agiam. Era mais provável que ele perguntasse: “Como posso ajudar essa pessoa a crescer e se desenvolver?” do que buscar justificativas sobre a pergunta: “o que fez com que essa pessoa se desenvolvesse de tal forma?”.
Sua contribuição está em uma teoria que valoriza as relações humanas, o ser humano se constitui como um processo contínuo, contribui para o desenvolvimento de plano da relação interpessoal e grupal. Trabalhou as necessidades do cliente em ter contato de compreensão de si para melhor compreender o outro. Sua obra teve repercussão na prática clínica, área pedagógica e nas pesquisas cientificas e estudou e avaliou diversos aspectos da personalidade humana.
Assim como muitos teóricos da personalidade, Rogers construiu sua teoria sobre bases proporcionadas pelas experiências como terapeutas. Ao contrário da maioria dos demais teóricos, no entanto, ele continuamente recorria à pesquisa empírica para validar sua teoria dapersonalidade e sua abordagem terapêutica. Talvez mais do que qualquer outro terapeuta teórico, Rogers defendeu um equilíbrio entre estudos flexíveis e rigorosos que expandiriam o conhecimento de como os humanos sentem e pensam (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015 p. 192).
Carl Rogers postulou em seu estudo teórico o pressuposto básico de tendência atualizante. Para ele, a tendência atualizante começa no útero, facilitando o crescimento humano por meio da diferenciação dos órgãos físicos e do desenvolvimento do funcionamento fisiológico. Ao descrever sua teoria, pensou no impacto do mundo experiencial em que atuamos diariamente, daquilo que fornece uma referência ou contexto que pode influenciar em nosso crescimento.
6.1 O mundo experimental
 Carl Rogers responde a questão do mundo experimental com a seguinte pergunta: a realidade do nosso ambiente depende da percepção que temos dele? Que nem sempre corresponde com a realidade. Podemos interagir a uma experiência de modo diferente de como um amigo o faz. A nossa percepção vai mudando com o decorrer do tempo e com as circunstâncias. Um exemplo do que estamos falando é a forma correta para você no que se refere ao estudo que será totalmente diferente quando tiver 70 anos. A tendência atualizante na infância nos leva a crescer e a nos desenvolver no mundo experiencial.
Estamos expostos às inúmeras informações e estimulações constantes, algumas frequentes e outros importantes, outras ameaçadoras e recompensadoras. Em todas essas consequências, cada pessoa vai reagir de maneira diferenciada da outra. Rogers ainda escreveu que as nossas experiências se tornam únicas e é a base para os nossos julgamentos e comportamentos. Níveis mais elevados de desenvolvimento aguçam nosso mundo experiencial, resultando consequentemente na formação do self.
6.2 O desenvolvimento do self na infância
À medida que o bebê vai se desenvolvendo em um campo gradual, ele vai se organizando de forma mais complexa e com a ampliação dos encontros sociais e uma parte de sua experiência vai se tornando diferente do restante. O self é o autoconceito das quais as formações envolvem a distinção entre o que é direta e imediatamente parte desse self.
O confronto entre o indivíduo sou e o que se quer dele devo ser surge o que Rogers chama de incongruência, que causa sofrimento. Esse é o método que ele chamava de neurose, ao se ver forçada a condizer com as exigências sociais, a pessoa se vê em situação de medo e fortalece as defesas psíquicas.
O self no desenvolvimento da infância é um padrão consistente, ou seja, é um todo organizado. Os seus aspectos procuram a coerência, por exemplo, pessoas que ficam perturbadas por terem sentimentos agressivos e preferem ignorá-los não querendo expressar nenhum comportamento agressivo evidente. Com o aparecimento do self, os bebês desenvolvem um tipo de necessidade que Rogers chamou de consideração positiva, a qual provavelmente é adquirida, embora ele falasse que a origem não era importante, essas necessidades são universal e duradoura.
A personalidade pode ser avaliada em termos de experiências subjetivas, ser compreendida por meio de uma abordagem fenomenológica, ou seja, do ponto de vista do próprio sujeito.
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer sobre o desenvolvimento da personalidade e os seus principais estágios de desenvolvimentos;
· compreender o conceito e a origem do papel inconsciente para a construção da pessoalidade humana;
· aprender sobre o self e sua importância no desenvolvimento da personalidade e a compreensão ampla do sujeito;
· estudar sobre as contribuições de importantes teóricos para o estudo do desenvolvimento da personalidade como W. James e G. Allport;
· conhecer sobre as considerações gerais e as contribuições de Carl Rogers para o estudo e o desenvolvimento da personalidade.
REFERÊNCIAS
CÂMARA, G. F. A formação do eu e o poder da psicanálise. Cogito, Salvador, v. 11, p. 20-25, out.  2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792010000100004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em:  04 jun.  2020.
DAMERGIAN, S. O inconsciente na interação humana. Psicol. USP, São Paulo, v. 2, n. 1-2, p. 65-76, 1991. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51771991000100006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 22 maio 2020.
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teoria da Personalidade. 2. ed. São Paulo: Harbra Ltda., 2002. 405 p. Traduções de: Camila Pedral Sampaio, Sybil Safdié. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 22 maio 2020.
FEIST, J.; GREGOY, J.; FEIST; ROBERTS, T. Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 464 p. Traduções de: Sandra Maria Mallmann da Rosa. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 21 maio 2020.
GALLO, A. E.; ALENCAR, J. da S. A. Psicologia do Desenvolvimento da Criança: graduação de psicologia. Maringá: Cesumar, 2012. 233 p. Disponível em: http://www.ficms.com.br/web/biblioteca/CESUMAR%20-%20PSICOLOGIA%20DO%20DESENVOLVIMENTO%20HUMANO.pdf. Acesso em: 20 maio 2020.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. 24. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. 236 p.
HALL, S.; Calvin; LINDZEY, G.; B. CAMPBELL, J. Teorias da Personalidade. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004?
HONORATO, A. F. Do fluxo do pensamento ao eu subliminal: O desenvolvimento da consciencia na psicologia de William James. 2017. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017. Cap. 1. Disponível em: http://repositorio.ufjf.br:8080/jspui/bitstream/ufjf/5411/1/aldierfelixhonorato.pdf. Acesso em: 23 maio 2020.
MACEDO, L. S. R. de; SILVEIRA, A. da C. da. Self: um conceito em desenvolvimento. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 22, n. 52, p. 281-290, Aug. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2012000200014&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 22 maio 2020.
PALÁCIOS, J. et al. (org.). Desenvolvimento da personalidade dos seis anos até a adolescência. In: COLL, Cesar et al. (org.). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Psicologia evolutiva. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 13.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 793 p.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. Teorias da Personalidade. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 498 p.
OLÁ!
Você está na unidade Personalidade: distinções e aprofundamentos. Conheça aqui as principais diferenças das quatro forças da teoria da personalidade. Entenda as diferenças e semelhanças do self e da personalidade, desdobrando seu conhecimento para a fenomenologia e personalidade. Compreenda a teoria cognitiva sobre as questões da personalidade.
Conheça conceitos como self e seus desdobramentos filosóficos e psicológicos. Aprenda na fenomenologia o vir a ser e a tendência autoatualizante do humanismo rogeriano. Por fim, compreenda os conceitos da teoria cognitiva comportamental, da terapia do esquema e do mindfulness.
Bons estudos!
1 Semelhanças e diferenças das teorias da personalidade
O estudo da personalidade é um dos principais tópicos de interesse em psicologia. Existem inúmeras teorias da personalidade e a maioria, das principais, se enquadra em uma das quatro principais perspectivas. Cada uma dessas perspectivas sobre a personalidade tenta descrever diferentes padrões de personalidade, incluindo como esses padrões se formam e como as pessoas diferem em um nível individual.
Os psicólogos projetaram várias teorias da personalidade para tentar explicar semelhanças e fornecer razões para diferenças de personalidade. As abordagens a seguir – teorias psicodinâmicas, biológicas, humanísticas, comportamentais e de características da personalidade – serão descritas nesta unidade, destacando os pontos fortes e fracos de cada teoria. 
1.1  Perspectiva psicanalítica
Essa perspectiva enfatiza a importância das experiências da primeira infânciae da mente inconsciente. A perspectiva sobre a personalidade foi criada pelo neurologista Sigmund Freud, que fundamentava sua descoberta no inconsciente. Segundo ele, essas experiências podiam ser reveladas de várias maneiras diferentes, inclusive por meio de sonhos, associação livre, atos falhos, lapso de memória ou sintomas.
Para a teoria psicanalítica, a maioria dos comportamentos é causada por pensamentos, ideias e desejos que estão no cérebro, mas não são facilmente acessíveis pela parte consciente da mente. Em outras palavras, seu cérebro sabe coisas e sua mente não. Esse reservatório de concepções dos quais nós desconhecemos é chamado de inconsciente. A teoria psicanalítica propõe que as características da personalidade são principalmente um reflexo do conteúdo da parte inconsciente da mente.
Freud acreditava que o inconsciente é parte de nossa natureza biológica e que opera naturalmente, assim como todas as nossas funções biológicas. Ele sugeriu que certas ideias e pensamentos são reprimidos, isto é, empurrados para fora da consciência e para o inconsciente. Isso acontece, de acordo com a teoria de Freud, quando essas ideias e esses pensamentos estão nos ameaçando.
A repressão funciona como nosso sistema imunológico: protege-nos contra coisas perigosas. No caso da personalidade, coisas perigosas incluem qualquer coisa que ameaça a autoestima ou os sentimentos de conforto e prazer. Quando temos pensamentos ou ideias ameaçadoras, elas são tiradas da consciência, porque ter consciência deles produz ansiedade. Eles nos fazem sentir nervosos. Assim, através da repressão, nosso inconsciente nos protege da ansiedade.
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Quadro 1 - Teóricos da psicanáliseFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra quatro quadros coloridos, em cada um está escrito o nome de um teórico da psicanálise. O primeiro quadrante superior esquerdo tem o título Sigmund Freud e caracteriza o interesse da psicanálise pela primeira infância. O quadrante inferior esquerdo tem o título Erik Erikson que enfatiza os processos do desenvolvimento. O quadrante direito superior tem o título Alfred Adler e descreve a personalidade como uma tentativa de superação e autorrealização. O quadrante direito inferior tem o título Karen Horney e descreve a necessidade de superar a ansiedade básica e o sentimento de solidão.
Ainda assim, a perspectiva psicanalítica permanece como uma das principais teorias da personalidade até hoje. Diferentemente da teoria humanista, o foco de Freud permanece no inconsciente. Ele explora a ideia de que, para descobrir a raiz de nossa personalidade, precisamos cavar mais fundo do que aquilo que experimentamos na "superfície".
A terapia psicanalítica envolve um terapeuta que questiona seu paciente sobre memórias de infância ou possíveis eventos que levaram a lutas entre o Id e o Superego. Freud acreditava que os humanos reprimem muitas de suas emoções, portanto, durante as sessões de terapia o objetivo era trazer os sentimentos inconscientes para a mente consciente.
Para você pensar: Quantos eventos em sua vida você pode apontar como momentos "definidores" que moldaram sua personalidade? Quantos eventos poderiam ter mudado sua personalidade sem o seu conhecimento.
1.2 Perspectiva humanista
A abordagem humanista da psicologia se desenvolveu como uma rebelião contra o que alguns psicólogos viam como as limitações da psicologia behaviorista e psicodinâmica. É frequentemente chamada de "terceira força" na psicologia após a psicanálise e o behaviorismo.
Baseia-se no crescimento psicológico, no livre arbítrio e na consciência pessoal, promovendo uma visão mais positiva da natureza humana, indicando que cada pessoa pode atingir seu potencial individual. Além disso, enfatizou o papel ativo do indivíduo na formação de seus mundos interno e externo.
Pioneiro na abordagem humanista, Abraham Maslow estudou pessoas consideradas saudáveis, criativas e produtivas, incluindo Albert Einstein, Eleanor Roosevelt, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln, dentre outros. Ele descobriu que essas pessoas compartilham características semelhantes, como serem abertas, criativas, amorosas, espontâneas, compassivas, preocupadas com os outros e aceitam a si mesmas.
Quando você estudou sobre a motivação, aprendeu uma das teorias humanísticas mais conhecidas, a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow, na qual ele propõe que os seres humanos têm certas necessidades em comum e que essas necessidades devem ser atendidas em uma determinada ordem. Nessa ordem, a maior necessidade é a autorrealização, que é a conquista de todo o nosso potencial.
Outro autor importante é Carl Rogers, suas proposições consideram a pessoa humana um ser ativo, criativo, experiente, que vive no presente e responde subjetivamente as percepções, os relacionamentos e os encontros atuais. Sua experiência clínica fez com que criasse o termo tendência de atualização, que se refere ao instinto básico de uma pessoa para ter sucesso em sua capacidade mais alta possível. Por meio de aconselhamento centrado na pessoa e pesquisa de terapia científica, Rogers formou sua teoria do desenvolvimento da personalidade, que destacava o livre arbítrio e o grande reservatório do potencial humano para a bondade, chamada Abordagem Centrada na Pessoa.
1.3 Teoria dos cinco grandes fatores
O modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF) da personalidade é entendido como padrões de pensamento, sentimento e comportamento que são relativamente duradouros ao longo da vida de um indivíduo.
Os traços que constituem o CGF são extroversão, neuroticismo, abertura à experiência, prazer e consciência. 
· Extroversão
É indicada por comportamentos assertivos, energéticos e gregários.
· Neuroticismo
É essencialmente equivalente à instabilidade emocional e pode ser visto em comportamentos irritáveis e de mau humor.
· Abertura à experiência
Indica a inquisição, a consideração e a propensão de um indivíduo para tarefas intelectualmente desafiadoras.
· Amabilidade
É indicada em comportamentos empáticos, compreensivos e bondosos.
· Conscienciosidade
Refere-se ao senso de responsabilidade e dever de um indivíduo, bem como à previsão.
Esse modelo foi desenvolvido nas décadas de 1980 e 1990, em grande parte com base na hipótese lexical, que sugeria que os traços fundamentais da personalidade humana, com o tempo, se tornaram codificados na linguagem. De acordo com essa hipótese, a tarefa do psicólogo da personalidade é selecionar os traços essenciais da personalidade dos milhares de adjetivos encontrados na linguagem que distinguem as pessoas de acordo com suas disposições comportamentais.
A hipótese lexical pode ser rastreada até a década de 1930 e o advento da análise de fatores múltiplos (um método estatístico para explicar diferenças individuais em uma variedade de atributos observados em termos de diferenças em um número menor de atributos não observados ou latentes) na mesma década forneceu um método empírico para selecionar essas descrições verbais. Na segunda metade do século XX, os psicólogos da personalidade, de fato, se baseavam principalmente na análise fatorial para descobrir e validar muitas de suas teorias de características. Muitos psicólogos da personalidade concluíram que o modelo dos cinco fatores representava o resultado mais bem-sucedido desses esforços.
A perspectiva dos traços da personalidade está centrada na identificação, descrição e mensuração dos traços específicos que compõem a personalidade humana. Ao entender esses traços, os pesquisadores acreditam que podem compreender melhor as diferenças entre os indivíduos.
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Quadro 2 - Principais teóricos da teoria dos traçosFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com fundo colorido, divido em três linhas, com a descrição dos três principais autores da teoria dos traços da personalidade. O primeiro autor, Hans Eysenck, inicialmente sugeriu a existência de três traços. Posteriormente, Reymond Cattell identificou16 traços. Em seguida, McCrae e Costa identificaram cinco grandes fatores que são os utilizados na abordagem atual.
 
O modelo dos cinco fatores provavelmente continuará no futuro como um modelo de traço popular da personalidade humana. Os cinco fatores se mostraram extremamente úteis para pesquisadores e profissionais de diversas áreas, como os domínios social, clínico e industrial-organizacional. Inquestionavelmente, esse modelo gerou uma grande quantidade de pesquisas e discussões e desempenhou um papel importante na revitalização da disciplina da psicologia da personalidade.
1.4 Teoria social cognitiva
As teorias sociocognitivas da personalidade enfatizam o papel dos processos cognitivos, como pensar e julgar, no desenvolvimento da personalidade. A cognição social é basicamente o pensamento social, ou como a mente processa a informação social, e descreve como os indivíduos pensam e reagem em situações sociais.
O modo como a mente funciona em um ambiente social é extremamente complicado para emoções, por isso, fatores de desejo social e pensamentos inconscientes podem interagir e afetar a cognição social de várias maneiras. O principal autor é Bandura, psicólogo comportamental responsável pela criação da teoria do aprendizado social. Ele concordou com a teoria de B. F. Skinner de que a personalidade se desenvolve por meio do aprendizado; no entanto, ele discordou da abordagem comportamental estrita de Skinner ao desenvolvimento da personalidade.
Em contraste com a ideia de Skinner, de que apenas o ambiente determina o comportamento, Bandura (1990) propôs o conceito de determinismo recíproco, no qual processos cognitivos, comportamento e contexto todos interagem, cada fator influenciando simultaneamente e sendo influenciado pelos outros. A perspectiva social cognitiva da personalidade enfatiza a importância do aprendizado observacional, da autoeficácia, das influências situacionais e dos processos cognitivos.
Essa teoria foi significativa porque se afastou da ideia de que apenas o ambiente afeta o comportamento de um indivíduo. Em vez disso, Bandura hipotetizou que a relação entre comportamento e ambiente era bidirecional, o que significa que ambos os fatores podem influenciar um ao outro. Nessa teoria, os humanos estão envolvidos ativamente na moldagem do ambiente que influencia seu próprio desenvolvimento e crescimento.
2 Self e personalidade
A personalidade é uma conta difícil de explicar. Cada indivíduo tem sua própria definição. Em vez de concordar com uma definição específica, o psicólogo está envolvido em uma discussão contínua e talvez nunca interminável sobre como descrever a personalidade humana e quais tópicos pertencem a esse subcampo da psicologia.
Como pessoas maduras, é quase impossível conceber a vida sem um senso de self. A percepção integrada de "eu" no centro de toda a experiência de vida parece natural e inevitavelmente capaz. Porém, se pararmos para considerar tudo o que o self engloba, é evidente que esse conceito é consideravelmente mais complexo do que sugere nossa experiência intuitiva, e que o desenvolvimento do self é um processo multifacetado que se estende por toda a vida (CLANCY; DOLLINGER, 2003).
Para clarear seu entendimento sobre essa nova palavra dentro da discussão da personalidade. O self pode ser definido como o centro de quem você é, com as características mais profundas, pouco reveladas para outros e, por vezes, desconhecidas de você mesmo. Poderíamos dizer que você teria que fazer muita meditação para chegar a esse centro. Contudo, aqui vamos falar um pouco disso para você.
2.1 Teoria do self
O self é um termo de complexa definição, portanto, é mais fácil pensar em possibilidades reflexivas, como a seguir, a centralidade do self é a:
· manutenção duradoura de integração da sua identidade, mesmo exposto a grandes mudanças;
· capacidade de sentir-se único e de aceitar o outro como ser único;
· capacidade de pensar sua construção pessoal e percebe-se como co-construtor da realidade e ao mesmo poder ser co-construído pela realidade (MACEDO; SILVEIRA, 2012).
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Figura 1 - Evolução humanaFonte: SpicyTruffel, iStock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra a evolução humana, representada por um macaco, um homem das cavernas evoluindo ao conceito estereotipado de empresário até um robô, do macaco antigo ao crescimento do homem.
 
Além das questões anteriormente citadas, pode-se ter os seguintes desdobramentos sobre o self:
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Figura 2 - Desdobramentos do self no mundoFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um organograma sobre o self . No centro a palavra self e ao redor quatro quadrados com a descrição dos desdobramentos teóricos.
 
O self pode ser confundindo com o ego, estrutura principal da teoria psicanalítica, responsável pelo equilíbrio emocional, ao mesmo tempo que faz a mediação entre o mundo interno e o mundo externo, ou seja, o que é meu e o que é do outro. Por outro lado, o aspecto cognitivo da personalidade é colocado em evidência. Poderíamos pensar da seguinte maneira: Somos o que pensamos? Pensamos o que somos? Pergunta complexa, com resposta mais complexa ainda.
O self nos aproxima do desenvolvimento do potencial humano, numa proposta de elevação interior. Ele é como proposta motivacional entre o que é do sujeito e do mundo. Na modernidade, particularmente no Ocidente, mais e mais pessoas têm experimentado problemas e desafios ao experimentar a sua individualidade. Portanto, existem seis qualidades únicas do self moderno que são cruciais para compreender as pessoas modernas. São elas:
1. O self é visto como um projeto que o indivíduo “trabalha” e cria, ou seja, um produto do processo de autoidentificação, pelo qual, em última instância, é responsável.
2. O self é criado na vida cotidiana e não requer autoridade ou posição especial para o legítimo. A legitimidade é encontrada na vida social comum do trabalho e da família.
3. O self possui uma profundidade e riqueza internas, que para muitos são consideradas uma fonte moral interna, daí a importância de ser "fiel a si mesmo".
4. À medida que a expectativa de vida aumentava com os desenvolvimentos em nutrição e medicina, o self passou a ser visto mais como se desenvolvendo ao longo do tempo. Os adultos modernos pensam sobre si mesmos, passando por estágios da vida e pelo desenvolvimento do self tornando-se visto, como em muitos pontos de vista humanísticos, como autorrealização.
5. O self busca uma forma de coerência e continuidade para entender as mudanças ao longo de seu desenvolvimento. Portanto, a identidade de uma pessoa está amplamente ligada à sua capacidade de criar uma narrativa ou história de vida para dar sentido à sua vida.
6. O self moderno busca satisfação no que é chamado de "relacionamento puro", um novo ideal relacional em que duas pessoas livres independentes optam por compartilhar amor.
Se características da personalidade, como traços, preocupações e histórias, são possíveis componentes do self, isso significa que elas podem influenciar o processo de egoísmo. Significaria que uma característica como a extroversão seria influenciar como alguém vê, constrói e faz sentido do self. 
2.2 Eu objeto/eu processo
Qual é a natureza do Self? Essa questão tem sido central para uma série de disciplinas para séculos. Nos primeiros dias da psicologia científica, William James propôs a existência de diferentes aspectos do eu: o “Eu” e o “Self”. O primeiro pode ser considerado como eu objeto, enquanto o último se refere a ser um agente. O eu “Eu” compreende ainda um físico, eu social e espiritual. Sigmund Freud concebeu o eu em termos do ego, mediando entre pulsões básicas (o id) e contexto/consciência social (o superego).
Apesar dessas teorias precoces defendidas pela realidade psicológica do eu, os pesquisadores mais recentemente propuseram que, semelhante ao conceito de centro de gravidade, o conceito de self fornece uma narrativa explicativa sem servir como mecanismo que gera a narrativa.Seguindo esses argumentos, grande parte do trabalho psicofilosófico se baseou em julgamentos e avaliações conscientes do eu, o que foi denominado "eu como sujeito".
Nessa linha de pesquisa, estudos clássicos usaram medidas de autorrelato para avaliar o que as pessoas pensam e como elas se sentem sobre si mesmas. Embora úteis, esses métodos estão abertos à distorção por meio das características de demanda do contexto social e inferências feitas por pessoas sobre como se apresentar melhor.
Mais recentemente, porém, os pesquisadores tentaram avaliar o autoprocessamento, estudando como a associação de estímulos a nós mesmos altera o processamento de informações. Esses estudos se concentram no que chamamos de "eu como objeto" em mente e cérebro e revelam várias novas propriedades do autoprocessamento, incluindo sua capacidade de integrar processos perceptivos, cognitivos e afetivos. Aqui vale a pena distinguir duas definições: processamento autorrelacionado e processamento autorreferencial.
A autoexperiência de ser um agente surge do processamento autoespecífico e ambos experimentam a si mesmo, como o self e o eu refletem o processamento autorrelacionado. Por outro lado, esses aspectos autorrefletem o processamento autorreferencial, em vez de autorrelacionado, este último se refere ao processamento de qualquer estímulo em relação ao cérebro.
3 Psicologia humanista-existencial
Logo após a segunda Guerra Mundial, uma nova psicologia – a psicologia existencial – começou a se espalhar da Europa até os Estados Unidos. A psicologia existencial está enraizada na filosofia de Søren Kierkegaard, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e outros filósofos europeus. Os primeiros psicólogos e psiquiatras existenciais também eram europeus, incluíam Ludwig Binswanger, Medard Boss, Victor Frankl e outros.
A teoria existencial humanista é aquela que promove melhor autoconsciência. Incentiva o crescimento pessoal, colocando um nível mais alto de foco no que a realidade atual oferece a cada indivíduo. Então, procurando padrões específicos e encontrando maneiras de alterá-los, torna-se possível obter mais do que se esses padrões não fossem analisados. Isso ajuda cada pessoa a encontrar seu próprio significado para a vida.
A teoria humanística sugere que todo ser humano está tentando encontrar a melhor maneira de ser a melhor versão de si mesmo diariamente. Sugere que a principal motivação da humanidade é buscar e, eventualmente, encontrar o sentido da vida ao tentar combinar as semelhanças de ambas as teorias em uma opção no encontro terapêutico significativo.
3.1 Tornar-se pessoa de Carl Rogers
A teoria humanista da personalidade de Carl Rogers enfatiza a importância da tendência à autorrealização na formação do autoconceito. Segundo Rogers, o potencial do indivíduo humano é único e se desenvolve de uma maneira única, dependendo da personalidade de cada um. De acordo com Carl Rogers (1959), as pessoas querem sentir, experimentar e se comportar de maneira consistente com a autoimagem. Quanto mais próxima a autoimagem e o ideal, mais as pessoas são consistentes e congruentes e mais valor elas acreditam ter.
Carl Rogers acreditava que os humanos estão constantemente reagindo aos estímulos que encontram dentro de sua realidade. Esses estímulos mudam constantemente, o que exige que cada pessoa desenvolva seu conceito de si, com base no feedback que recebe de sua realidade. Ele acreditava que sua teoria da personalidade ajudaria a entender por que há tanta ênfase na importância de tendências e profecias autorrealizáveis ​​durante a formação da personalidade.
Rogers acreditava que os seres humanos estão sempre ativos. Estão sempre experimentando a vida como ocorre de maneira criativa. Isso faz com que eles formem percepções que evoluirão para relacionamentos, o que cria encontros em que a personalidade pode ser desenvolvida. Em outras palavras, se uma pessoa deseja ter uma personalidade humorística, criará situações da vida que as ajudarão a desenvolver essa personalidade.
O estudioso analisou sua teoria humanística da personalidade e percebeu que o "conceito de eu" precisava ser dividido em duas categorias distintas: o eu "real" e o eu "ideal". O eu real é a pessoa que você é agora, enquanto o eu ideal é a pessoa que você gostaria de ser um dia. Rogers decidiu que precisava haver um certo nível de consistência entre esses dois conceitos de si. É isso que a batalha entre o eu real e o eu ideal pretende fazer. À medida que o equilíbrio é criado e alcançado, ele influencia a personalidade desse indivíduo.
A psicologia humanista dá mais estima à pessoa por não pensar nela apenas como uma máquina avançada ou uma vítima da contenção entre o senso de si e o id. Considerando como um ser deliberado, apto a se ajustar ao seu arredor e escolher sua própria estratégia, tendo em mente o objetivo final de realizar o objetivo que ele escolheu para si. Esses objetivos podem ser tão diretos quanto os de satisfação de uma necessidade física típica ou tão grande quanto a realização do autorreconhecimento ou satisfação individual.
A psicologia humanista acentua tais partes particularmente humanas da identidade, como a presença de escolha e oportunidade de decisão e a busca do homem por objetivos notáveis ​​e qualidades para guiar sua conduta e ser um indivíduo pretendendo sua presença.
Psicólogos humanistas acreditam que:
· o comportamento de um indivíduo é principalmente determinado por sua percepção do mundo em volta dele.
· os indivíduos não são apenas o produto de seu meio ambiente.
· os indivíduos são direcionados internamente e motivados a realizar seu potencial humano.
A psicologia humanista expandiu sua influência ao longo dos anos 70 e 80. Seu impacto pode ser entendido em termos de três áreas principais:
Ofereceu um novo conjunto de valores para abordar uma compreensão da natureza humana e da condição humana.
Ofereceu um horizonte expandido de métodos de inquérito no estudo do comportamento humano.
Ofereceu uma gama mais ampla de métodos na prática profissional de psicoterapia.
Na teoria humanística de Rogers, acreditava-se que não havia maior influência sobre uma pessoa do que o amor incondicional. Quando existe uma influência tão positiva, limita a quantidade de incongruência que pode ser criada. Isso, por sua vez, ajuda a definir uma autoestima positiva, permitindo que o indivíduo crie um equilíbrio ainda melhor.
Quando esse equilíbrio pode ser alcançado, os indivíduos podem começar a buscar o que Rogers chamou de "Boa Vida". É uma busca que se baseia nas características que somente o equilíbrio poderia proporcionar, como ser aberto, confiar no julgamento pessoal e abraçar a liberdade de escolha.
As personalidades podem ser bastante variadas. Elas também podem mudar com o tempo. Uma personalidade também pode ter vários elementos permanentes. Com a teoria humanística da personalidade, Carl Rogers nos ajuda a entender por que somos as pessoas que somos hoje.
Assista aí
3.2 Psicologia existencial de Rollo May
Rollo May nasceu em 21 de abril de 1909, em Ada, Ohio. Sua infância não foi particularmente agradável: seus pais não se deram bem e acabaram se divorciando e sua irmã teve um colapso psicótico. Depois de uma breve passagem pelo estado de Michigan (ele foi convidado a sair por causa de seu envolvimento com uma revista radical de estudantes), ele estudou na Oberlin College, em Ohio, onde recebeu seu diploma de bacharel. Depois de se formar, foi para a Grécia, onde ensinou inglês no Anatolia College por três anos. Durante esse período, ele também passou um tempo como artista itinerante e até estudou brevemente com Alfred Adler.
Quando voltou aos EUA, entrou no Seminário Teológico da União e tornou-se amigo de um de seus professores, Paul Tillich, o teólogo existencialista, que teria um efeito profundo em seu pensamento.
May sofria de tuberculose e teve que passar três anos em um sanatório. Esse foi provavelmente o momento decisivo de sua vida. Enquanto enfrentava a possibilidade de morte, ele também preenchia suashoras vazias com a leitura. Entre a literatura que leu, estavam os escritos de Sören Kierkegaard, o escritor religioso dinamarquês que inspirou grande parte do movimento existencial e inspirou a teoria de May.
Ele passou a estudar psicanálise no Instituto Branco, onde conheceu pessoas como Harry Stack Sullivan e Erich Fromm. E, finalmente, foi para a Universidade Columbia, em Nova York, onde em 1949 recebeu o primeiro doutorado em psicologia clínica que a instituição já concedeu.
Depois de receber seu doutorado, passou a lecionar em uma variedade de escolas de primeira linha. Em 1958, ele editou, com Ernest Angel e Henri Ellenberger, o livro Existence, que introduziu a psicologia existencial nos EUA. May passou os últimos anos de sua vida em Tiburon, Califórnia, até morrer em outubro de 1994. Por quase 50 anos, o principal porta-voz da psicologia existencial nos Estados Unidos foi Rollo May.
Durante seus anos como psicoterapeuta, desenvolveu uma nova maneira de olhar para os seres humanos. Sua abordagem não era baseada em alguma pesquisa científica controlada, mas na experiência clínica. Ele via as pessoas como vivendo em um mundo de experiências presentes e, em última análise, sendo responsáveis por quem elas se tornam.
A percepção penetrante e as análises profundas da condição humana fizeram de May um escritor popular entre pessoas leigas e entre psicólogos profissionais. Muitas pessoas, acreditava May, não têm coragem para enfrentar seu destino e, no processo de escapar dele, desistem de boa parte de sua liberdade. Tendo negado sua liberdade, elas igualmente fogem da responsabilidade. Não estando dispostas a fazer escolhas, perdem de vista quem são e desenvolvem um sentimento de insignificância e alienação. Em contraste, as pessoas sadias desafiam seu destino, valorizam sua liberdade e vivem de forma autêntica com outros indivíduos e consigo mesmas. Elas reconhecem a inevitabilidade da morte e têm a coragem de viver o presente.
Rollo May é o psicólogo existencial americano mais conhecido. Muito de seu pensamento pode ser entendido pela leitura sobre o existencialismo em geral, e a sobreposição entre suas ideias e as de Ludwig Binswanger é grande. No entanto, ele está um pouco fora do comum, pois foi mais influenciado pelo humanismo americano do que pelos europeus e mais interessado em reconciliar a psicologia existencial com outras abordagens, especialmente as de Freud.
May usava alguns termos existenciais tradicionais de maneira um pouco diferente de outros e inventava novas palavras para algumas das ideias antigas do existencialismo. O destino, por exemplo, é aproximadamente o mesmo que o arremesso combinado com a queda. É a parte de nossas vidas que é determinada por nós, nossas matérias-primas, se você preferir, para o projeto de criação de nossas vidas. Outro exemplo é a palavra coragem, que ele usa com mais frequência do que o termo tradicional "autenticidade" para significar enfrentar a ansiedade e se elevar acima dela.
Conforme Schroll, Rowan e Robinson (2011), Rollo May discute certos "estágios" (não no estrito sentido freudiano, é claro) do desenvolvimento, conforme a seguir: 
· Inocência 
O estágio pré-egóico e pré-consciente do bebê. O inocente é pré-oral, ou seja, não é ruim nem bom. Como um animal selvagem que mata para comer, o inocente está apenas fazendo o que ele ou ela deve fazer. Mas um inocente tem um certo grau de vontade no sentido de uma unidade para satisfazer suas necessidades.
· Rebelião 
A fase da infância e adolescência do desenvolvimento do ego ou da autoconsciência por meio de contraste com os adultos, do "não" dos dois anos ao "não há maneira" do adolescente. A pessoa rebelde quer liberdade, mas ainda não tem total entendimento da responsabilidade que a acompanha. O adolescente pode querer gastar sua mesada da maneira que escolher, mas ainda assim espera que os pais forneçam o dinheiro e queixa-se de injustiça se não o conseguirem.
· Comum 
O ego adulto normal, convencional e um pouco chato, talvez. Eles aprenderam a responsabilidade, mas a consideram muito exigente e, portanto, buscam refúgio em conformidade e em valores tradicionais.
· Criativo 
O adulto autêntico, o estágio existencial, além do ego e da autorrealização. Essa é a pessoa que, aceitando o destino, enfrenta a ansiedade com coragem.
Esses não são estágios no sentido tradicional. Uma criança pode certamente ser inocente, comum ou criativa às vezes. Um adulto pode ser rebelde. Os únicos apegos a certas idades são em termos de relevância: a rebeldia se destaca nos dois anos de idade e no adolescente.
Por outro lado, May estava tão interessado em ansiedade quanto em qualquer existencialista. Seu primeiro livro, The Meaning of Anxiety, foi baseado em sua tese de doutorado que, por sua vez, foi baseada em sua leitura de Kierkegaard. Sua definição de ansiedade é "a apreensão provocada por uma ameaça a algum valor que o indivíduo considera essencial à sua existência como um eu" (MAY, 1996, p. 72). Embora não seja existencialismo “puro”, obviamente inclui o medo da morte ou o “nada”. Mais tarde, ele cita Kierkegaard: "A ansiedade é a tontura da liberdade".
Muitas das ideias únicas de May podem ser encontradas no livro Amor e Vontade. Em seus esforços para reconciliar Freud e os existencialistas, ele volta sua atenção para a motivação. Seu construto motivacional básico é o daimônico. O daimônico é todo o sistema de motivos, diferente para cada indivíduo. É composto por uma coleção de motivos específicos chamados daimons.
A palavra daimon é do grego e significa “pequeno deus”. Ele chega até nós como demônio, com uma conotação muito negativa, mas, originalmente, um daimon poderia ser ruim ou bom. Daimons incluem necessidades mais baixas, como comida e sexo, bem como necessidades mais altas, como amor. Basicamente, ele diz que um daimon é qualquer coisa que possa dominar a pessoa, uma situação a que ele se refere como posse daimônica. É, então, quando o equilíbrio entre os daimons é interrompido, quando eles devem ser considerados "maus" – como a frase implica. Essa ideia é semelhante à ideia de temas de Binswanger ou à ideia de estratégias de enfrentamento de Horney.
Para May, um dos daimons mais importantes é o eros. Eros é amor (não sexo), e na mitologia grega era um deus menor retratado quando jovem. Mais tarde, Eros seria transformado naquela praga irritante, Cupido. Pode entender o amor como a necessidade que temos de “tornar-se um” com outra pessoa e se refere a uma história grega antiga de Aristófanes: as pessoas eram originalmente criaturas de quatro patas, quatro braços e duas cabeças. Quando nos tornamos orgulhosos demais, os deuses nos dividiram em dois, homens e mulheres, e nos amaldiçoaram com o desejo interminável de recuperar nossa metade que faltava. De qualquer forma, como qualquer daimon, eros é uma coisa boa até que ela domine a personalidade, até que fiquemos obcecados por ela.
Outro conceito importante para May é a capacidade de se organizar para atingir os objetivos. Isso torna quase sinônimo de ego e teste da realidade, mas com seu próprio estoque de energia, como na psicologia do ego. Suspeita-se que ele tenha entendido a ideia de Otto Rank, que usa a vontade da mesma maneira. As dicas de May também serão um daimon, que podem potencialmente dominar a pessoa.
Outra definição de vontade é "a capacidade de realizar desejos". Desejos são "imaginações lúdicas de possibilidades" e são manifestações de nossos daimons. Muitos desejos, é claro, vêm de eros, mas eles exigem vontade para fazê-los acontecer! Portanto, podemos ver três "tipos de personalidade" saindo de nossa oferta relativa, você pode dizer, de nossos desejos de amor e da vontade de realizá-los. 
· Neopuritano
É tudo vontade, mas não amor. Eles têm uma incrível autodisciplina e podem "fazer as coisas acontecerem", mas não desejam agir. Então eles se tornam "anal" e perfeccionista, mas vazios e "secos".
· Infantil
São todos desejos, mas não vontade. Cheios de sonhos e desejos, eles não têm autodisciplina para fazer nada dos seussonhos e desejos e, assim, tornam-se dependentes e conformistas.
· Criativo
May recomenda, sabiamente, que devemos cultivar um equilíbrio destes dois aspectos de nossas personalidades. Ele disse que a tarefa do homem é unir amor e vontade. Essa ideia é, de fato, uma ideia antiga que encontramos entre muitos teóricos. Otto Rank, por exemplo, faz o mesmo contraste com a morte (que inclui tanto a necessidade de outros como o medo da vida) e a vida (que inclui a necessidade de autonomia e o medo da solidão). Outros teóricos falaram sobre comunhão e ação, homonímia e autonomia, nutrição e assertividade, afiliação e conquista e assim por diante.
4 Personalidade e a teoria cognitivo-comportamental 
As Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) representam a convergência de estratégias comportamentais e processos cognitivos, com o objetivo de alcançar mudanças comportamentais e cognitivas. Contudo, mesmo uma breve revisão dos procedimentos terapêuticos incluídos no título da TCC revela uma diversidade de princípios e procedimentos.
A diversificação no desenvolvimento e na implementação da abordagem cognitivo-comportamental pode ser explicada em parte pelas diferentes orientações teóricas de intervenção geradas com base nessa perspectiva. Por exemplo, Ellis e Beck, autores de terapia comportamental emotiva racional e terapia cognitiva, respectivamente, vieram de contextos psicanalíticos.
Mahoney e Arnkoff (1978) organizaram as TCCs em três grandes divisões: reestruturação cognitiva, terapias de habilidades de enfrentamento e terapias de resolução de problemas. 
· Reestruturação cognitiva
Assumem que o sofrimento emocional é a consequência de uma má adaptação de pensamentos. Assim, o objetivo dessas intervenções clínicas é examinar e desafiar os padrões de pensamento desadaptativos e estabelecer um pensamento mais adaptativo. 
· Terapias de habilidades de enfrentamento
Concentram-se no desenvolvimento de um repertório de habilidades criadas para ajudar o cliente a lidar com uma variedade de situações estressantes. 
· Terapias de solução de problemas
Podem ser caracterizadas como uma combinação de técnicas de reestruturação cognitiva e treinamento de habilidades de enfrentamento procedimentos. Elas enfatizam o desenvolvimento de estratégias para lidar com uma ampla gama de problemas pessoais e estresse e a importância de uma colaboração ativa entre cliente e terapeuta no planejamento do programa de tratamento. 
A seguir, descrevemos a evolução das principais terapias associadas ao comportamento cognitivo-comportamental tradicional. Essa revisão não pretende ser exaustiva e, portanto, exclui um número de terapias que não estimularam uma quantidade significativa de pesquisas ou aplicação clínica.
4.1 Terapia do esquema
A terapia do esquema se desenvolveu a partir das práticas cognitivo-comportamentais e das experiências clínicas de Jeffrey Young, que reconheceu a necessidade de ampliar a perspectiva para abordar padrões de comportamento de longa data e problemas emocionais (YOUNG, KLOSKO e WEISHAAR, 2003). Embora a terapia cognitiva comportamental (TCC) seja tipicamente breve e focada no presente, alguns clientes têm disfunção persistente ou características caracterológicas que complicam expandir o curso do tratamento. Por exemplo, até 40% das pessoas deprimidas não respondem com sucesso ao tratamento e aproximadamente 30% dos respondentes de tratamento experimentam recaída dentro de um ano (YOUNG, WEINBERGER e BECK, 2001).
Clientes com transtornos de personalidade subjacentes geralmente não respondem à TCC tradicional (BECK, FREEMAN e ASSOCIATES, 1990) e podem encontrar uma variedade de dificuldades no trabalho terapêutico tradicional da TCC. Esses clientes geralmente têm motivações ambivalentes ou complicadas para a terapia e podem não estar dispostos ou incapaz de cumprir os procedimentos terapêuticos. Clientes com características problemáticas habitualmente se envolvem em esquiva cognitiva, afetiva e comportamental e, portanto, podem não estar dispostos ou incapaz de observar e relatar seus pensamentos e sentimentos. Esses clientes podem não ter a flexibilidade psicológica necessária para modificação a curto prazo de pensamentos mal adaptativos arraigados e duradouros e comportamentos.
Observe que a rigidez é uma característica marcante dos transtornos de personalidade crônica. Distúrbios com outras pessoas significativas são outra característica marcante dos transtornos de personalidade (MILLON, 1981), e as dificuldades interpessoais fundamentais de clientes com problemas caracterológicos podem refletir em dificuldades em uma aliança terapêutica.
Alguns clientes ficam excessivamente absorvidos por terem o terapeuta atendendo suas necessidades emocionais e deixa de trabalhar de forma independente, enquanto outros clientes podem ser muito desapegados ou hostis para formar uma aliança de trabalho com o terapeuta. Finalmente, clientes com problemas caracterológicos frequentemente se deparam com problemas vagos, crônicos e difusos relacionados à insatisfação no amor, no trabalho ou no lazer. Esses temas podem ser difíceis de concretizar e operacionalizar como alvos de tratamento para a abordagem padrão da TCC.
Como vimos os modelos explicativos de personalidade possibilitam inúmeras reflexões, inclusive entender que o núcleo da própria personalidade, o que denominamos self, apresenta outros desdobramentos. Entretanto, as teorias existencial-humanista e a teoria cognitiva comportamental apresentam propostas contemporâneas e amplas para a leitura dos traços de personalidade.
Esquemas são crenças profundamente arraigadas que são aprendidas cedo e repetidas ao longo da vida. Os clientes podem ser altamente resistentes à mudança. Por isso, é preciso fornecer a eles uma sensação de previsibilidade e segurança. A cura do esquema exige que os clientes estejam dispostos a confrontar esquemas diretamente, com o apoio e a aliança do terapeuta.
Os clientes devem sistematicamente se conscientizar de seu esquema e praticar novas formas de pensar, sentir e se comportar. Esse processo requer disciplina e comprometimento com a prática regular. Se o a terapia visa esquemas, estilos de enfrentamento ou modos, o relacionamento terapeuta-cliente compreende um componente fundamental da terapia de esquema. Esquemas de clientes, estilos de enfrentamento e modos são avaliados e abordados à medida que surgem na relação terapêutica.
O terapeuta modela um adulto saudável para o cliente o internalizar para combater esquemas desadaptativos e buscar a realização emocional por meios saudáveis. O terapeuta usa a postura terapêutica de “empatia confronto” para destacar os motivos da mudança do cliente, mantendo empatia pelos esquemas e estilos de enfrentamento do cliente. Finalmente, o terapeuta usa a “reparação limitada” dentro de limites terapêuticos adequados para satisfazer parcialmente as necessidades infantis não atendidas do cliente.
A terapia do esquema é utilizada para tratar clientes com distúrbios crônicos e características de problemas como distúrbios de personalidade, depressão e ansiedade crônicas e outros problemas difíceis. Destina-se aos aspectos crônicos e caracterológicos de um problema de apresentação e pode ser realizado simultaneamente com outras modalidades de tratamento. O modelo de terapia de esquema descreve três construções principais: esquemas, que são temas psicológicos centrais; estilos de enfrentamento, que são característicos de respostas comportamentais a esquemas; e modos, que são os esquemas e o enfrentamento de estilos operando em um determinado momento.
A terapia de esquema oferece uma estrutura de tratamento flexível, que visa esquemas não adaptativos, estratégias de enfrentamento e/ou modos, conforme necessários (YOUNG et al., 2003). O suporte empírico para a terapia de esquema está surgindo, à medida que a pesquisa está em andamento sobre essa abordagem inovadora.
Assista aí
4.2 Mindfulness
Os termos “atenção plena” e “aceitação” são frequentemente usados ​​em conjunto ou mesmo de forma intercambiável naTCC. 
	Atenção plena
	Foi descrita como "trazer a atenção completa para a presente experiência momento a momento” (MARLATT e KRISTELLER, 1999, p. 68) e como "a consciência que surge ao prestar atenção de propósito, no momento presente, e sem julgamento para o desenrolar da experiência momento a momento” (KABAT-ZINN, 2003). A atenção plena pode incluir chamar a atenção para experiências internas, como pensamentos, sentimentos ou sensações corporais ou ao ambiente externo, como vistas e sons. Assim, a atenção plena inclui estar consciente, não julgar e aceitar a experiência atual.
	Aceitação
	Foi definida como aberto à experiência ou disposto a experimentar a realidade do momento presente (ROEMER e ORSILLO, 2002). Essa definição é semelhante à definição de “atenção plena” como consciência sem julgamento e inclui permitir ativa ou propositadamente que experiências (pensamentos, emoções, desejos, impulsos, sensações etc.) ocorram sem tentar bloqueá-las ou suprimi-las. Da mesma forma, a aceitação concentra-se no aumento do “contato” com eventos privados evitados anteriormente, novamente enfocando o papel essencial da conscientização da experiência.
 Claramente, atenção plena e aceitação são construções sobrepostas na TCC. Muitas das intervenções associadas à TCC se concentram na mudança da situação ou das reações do cliente às situações. Muitas abordagens da TCC enfatizam o desenvolvimento de listas de problemas e o uso de mudanças para resolver esses problemas ao longo do tratamento. A aceitação torna-se relevante no contexto de tratamento da TCC quando a mudança altamente desejada é difícil, impossível ou pelo menos não iminente.
Como a mudança é altamente desejada, o primeiro passo da aceitação, que envolve não colocar energia em mudança, não é necessariamente uma alternativa fácil ou óbvia, e o cliente provavelmente resistirá aos resultados desejados (aceitação). Porque nem mudança nem aceitação estão ocorrendo, o cliente pode ser considerado preso em uma situação de “não aceitação/não mudança”. Mudança real ou aceitação da realidade de que a mudança não ocorrerá no futuro iminente fornece avenidas para o cliente ficar "descolado" e seguir em frente, com sofrimento diminuído. Aceitação e intervenções de atenção plena fornecem uma maneira alternativa de reduzir o sofrimento e ajudar os clientes a abandonar suas situações "paralisadas" quando a mudança não está disponível imediatamente.
Atenção plena e aceitação podem ser consideradas respostas adaptativas ou habilidades que substituam comportamentos inadequados. Nessas situações, a atenção plena de atividades e habilidades são operantes que são reforçados negativamente pela diminuição sofrimento. Ou atividades voltadas para atenção e aceitação podem ser consideradas estratégias de controle de estímulos: em vez de mudar a própria situação, quando mudança é indesejável ou impossível, as propriedades de estímulo da situação são alteradas significativamente, permitindo um novo significado da situação ser criado e surgir novas respostas cognitivas, emocionais e evidentes.
Em ambas as formas, a atenção plena pode funcionar para aumentar a exposição (habituação, extinção) ou ser considerada uma estratégia de exposição (um subtipo de estímulo, intervenções de atenção plena e aceitação ao controle). À medida que a atenção plena também, às vezes, envolve reavaliação (por exemplo, "a situação é o que é" e não "a situação é terrível"), essas estratégias também podem ser consideradas parte do conjunto de reestruturações cognitivas ou habilidades.
A atenção plena tem suas raízes nas tradições religiosas orientais e em algumas práticas espirituais, filosóficas e psicológicas ocidentais. No que se refere ao seu fundamento espiritual, observou-se que a atenção plena foi desenvolvida e articulada dentro de uma tradição budista por um período de 2.500 anos. É frequentemente chamado de "coração" da meditação budista.
Dentro dessa tradição, a atenção plena nunca foi uma prática "autônoma", mas sim aninhada dentro de uma estrutura maior orientada para o não prejudicial. Para Teasdale, Segal e Williams (2003), atenção plena sempre foi apenas um dos vários componentes de um caminho muito mais amplo. Algumas práticas contemplativas ocidentais também empregam elementos de atenção plena e a filosofia e a psicologia existencial desenvolvidas na Europa na Europa. O século XX incluiu elementos essenciais da prática consciente.
A incorporação da atenção plena na TCC nos últimos anos tem frequentemente uma influência oriental, embora independente de suas origens religiosas. A secularização da atenção plena foi pragmática, no esforço de tornar o tratamento acessível ao maior número possível de pessoas (DIMIDJIAN e LINEHAN, 2003).
O objetivo do treinamento de atenção plena na TCC não é ensinar budismo; a intervenção da atenção plena deve estar livre de fatores culturais, religiosos e ideológicos (KABAT-ZINN, 2003). No entanto, Dimidjian e Linehan (2003) sugerem que é possível que algo se perca quando a atenção plena é separada das suas raízes. Assim, para manter a integridade das intervenções de atenção plena, elas sugerem que os pesquisadores ocidentais mantenham diálogo com os professores espirituais de atenção plena para impedir a “reinvenção da roda” e guiar os pesquisadores em seus esforços para "identificar as principais qualidades da competência do terapeuta" (DIMIDJIAN e LINEHAN, 2003, p. 167).
De fato, várias das abordagens proeminentes da TCC que incorporam atenção plena e aceitação acentuaram as origens espirituais dessa modalidade. Existem desafios inerentes à incorporação de uma prática historicamente espiritual ou religiosa em uma prática científica, mesmo após a modificação. Hayes e Wilson (2003) sugerem que, devido à atenção e aceitação, há origens espirituais e religiosas, elas começam como "pré-científicas". Contudo, como partes integradas do tratamento, elas devem ser especificadas e avaliadas e, assim, se incorporam ao domínio da ciência. 
A redução do estresse baseado na atenção plena Jon Kabat-Zinn foi chamada de “o professor mais influente da atenção plena em meditação na América” (ELLIS, 2006, p. 63), e sua influência pode ser vista em uma variedade de tratamentos baseados na atenção. O Grupo de Mindfulness Acadêmico de Melbourne (2006, p. 286) observou que o trabalho de Kabat-Zinn “chamou a atenção para os aspectos clínicos e aplicações psicoterapêuticas da atenção plena”. Com base na atenção plena, a redução do estresse (MBSR) foi desenvolvida dentro de um cenário de medicina comportamental para pacientes que lidam com dor crônica e distúrbios relacionados ao estresse e possuem suporte empírico substancial.
Os objetivos do desenvolvimento da MBSR eram duplos: estabelecer treinamento eficaz de pacientes médicos em meditação relativamente intensiva da atenção com aplicação imediata ao estresse, à dor e à doença; e servir como modelo para outros hospitais e centros médicos (KABAT-ZINN, 2003).
Esse programa de intervenções de atenção plena e aceitação foi originalmente projetado para servir como um local de referência para o qual os médicos enviariam pacientes que não haviam respondido ao tratamento tradicional e pretendiam realizar como complemento ao tratamento médico. O treinamento em atenção plena visava permitir aos pacientes
um certo grau de responsabilidade por seus bem-estar e [participar] mais plenamente de seu próprio movimento em direção a níveis mais altos de saúde, cultivando e refinando nossa capacidade inata de prestar atenção e uma visão/percepção profunda e penetrante da interconectividade de aspectos aparentes da experiência. (KABAT-ZINN, 2003, p. 149)
A atenção plena não é "chegar a lugar nenhum" ou "consertar qualquer coisa". Pelo contrário, é um convite para se permitir estar onde já está e para conhecer a paisagem interna e externa da experiência direta do momento.
Esse convite pode criar um paradoxo, pois os clientes geralmente chegam ao tratamento com objetivos específicos de tratamento. Kabat-Zinn (2003) afirma que o professor deveconciliar as metas do cliente com uma postura consciente de não se esforçar e não agir. Como essa não é uma tarefa simples, a MBSR enfatiza que os professores devem ter uma base de prática pessoal.
O MBSR é baseado em práticas tradicionais de meditação, incluindo imóveis sentados. Essa prática inclui manter uma posição mesmo que sensações dolorosas surgir. Os participantes aprendem a perceber essas sensações e observá-las sem julgar. O foco está na aceitação da experiência, tolerância, redirecionamento atenção e a capacidade de se concentrar em outras coisas, apesar da dor, do que não ser capaz de se envolver nessas atividades por causa da dor.
A capacidade de perceber dor sem julgamentos e sem tentar escapar dela, pode reduzir a reatividade cognitiva e emocional (e outras respostas secundárias) associadas à dor e, portanto, reduzem o sofrimento associado à dor. Assim, o "relacionamento" da pessoa com a dor é alterado e, a esse respeito, o MBSR perde função parcialmente devido aos efeitos da exposição (BAER, ​​2003).
Assista aí
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· retomar as principais teorias da personalidade;
· identificar como as principais teorias se desdobram no contexto contemporâneo;
· conhecer o impacto do self no desenvolvimento da personalidade;
· compreender as teorias humanista-existencial;
· conhecer as abordagens cognitivas-comportamentais da personalidade.
REFERÊNCIAS
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Conteúdo do exercício
Metodologia Ativa - Resolução de problemas: o objetivo dessa atividade é instigar a resolução de problemas com base no que foi estudado nesta disciplina. Aqui você deve explorar as possibilidades da metodologia ativa na contextualização do assunto proposto para solução de problemas. 
Preparado(a)? Vamos começar! 
Desejo boas-vindas a você na Atividade Contextualizada da disciplina de Psicologia da Personalidade. Aqui, você irá desenvolver e apresentar sua opinião no que diz respeito aos diferentes modelos teóricos que definem a personalidade.
Além disso, para concluir esta atividade, é necessário que você leia textos, artigos científicos, artigos publicados em revistas e demais informações que te auxiliem em seus argumentos e possíveis questionamentos. Por isso, atenha-se ao tema proposto e busque utilizar os termos técnicos com clareza para a compreensão do texto. 
Lembre-se de que durante o estudo de nossa disciplina, você agregou informações de extrema importância para sua vida acadêmica e/ou profissional. Baseado(a) nesses conhecimentos adquiridos e em suas pesquisas, elabore sua resposta autoral e evite utilizar textos integrais, tanto dos materiais de estudo, quanto dos disponíveis na internet. Não se esqueça de inserir as devidas referências utilizadas na sua produção. 
Dito isso, vamos em frente!
1. Para começar, leia o texto abaixo e, em seguida, elabore sua resposta!
A personalidade é multifacetada, ou seja, apresenta muitas possibilidades de construção. Isso influencia a leitura dos profissionais da psicologia que precisam fazer um aprofundamento a partir de um único modelo ou realizar aproximações entre algumas teorias, sempre abordando o tema da personalidade como fundamental para compreensão do ser humano. A partir disso, pesquise sobre as quatro grandes forças dos modelos de explicação da personalidade, sendo elas:
 
1.  Teoria psicanalítica;
2.  Existencial-humanista;
3.  Teoria dos cinco grandes fatores;
4.  Teoria cognitiva comportamental.
 
2. Diante do contexto exposto, elabore uma dissertação de até 30 linhas e desenvolva os seguintes tópicos:
 
· Na sua opinião, quais os fatores possuem semelhança entre as teorias da personalidade supracitadas?
· Qual a influência dessas quatro forças teóricas para o entendimento do ser humano na contemporaneidade?
· Com qual teoria você tem mais afinidade? Por quê?
 
3. Importante: 
Faça uso da pesquisa: busque sempre sites oficiais e de instituições de pesquisa reconhecidas. Segue uma recomendação de leitura: 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722002000100009&script=sci_arttext
 
Caso tenha alguma dúvida, envie uma mensagem através do Fale com o Professor. 
Contamos com a sua participação.
 
Bons estudos!

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