Logo Passei Direto
Buscar
Material

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

PC-SP
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Perito Criminal (2ª Edição 2021)
A APOSTILA PREPARATÓRIA É ELABORADA ANTES DA
PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL COM BASE NO EDITAL
ANTERIOR, PARA QUE O ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.
CÓD: SL-056JL-21
7908433208457
DICA
Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro 
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa 
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução 
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter 
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você 
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma 
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, 
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não 
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É 
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha 
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto 
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque 
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses 
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais 
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma 
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é 
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
Se prepare para o concurso público
O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se 
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre 
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do 
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua 
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até 
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior 
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras 
disciplinas.
Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante 
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você, 
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante 
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso 
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA
Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo 
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência. 
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir 
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes 
com seu sucesso.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação 
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances 
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br 
Vamos juntos!
ÍNDICE
Língua Portuguesa 
1. Leitura E Interpretação De Diversos Tipos De Textos (Literários E Não Literários) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos E Antônimos; Sentido Próprio E Figurado Das Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. Classes De Palavras: Substantivo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição E Conjunção: Emprego E Sentido Que 
Imprimem Às Relações Que Estabelecem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5. Concordância Verbal E Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
6. Regência Verbal E Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
7. Colocação Pronominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
8. Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Biologia
1. Citologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Diversidade Dos Seres Vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Fisiologia Humana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4. Genética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5. Citogenética E Evolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Física
1. Sistema Internacional de Unidades, grandezas físicas escalares e vetoriais, medições das grandezas físicas e algarismos significati-
vos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Termologia e Termodinâmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4. Ondulatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5. Óptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
6. Eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Química
1. materiais e suas propriedades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Estrutura atômica e Classificação Periódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Ligação Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Relações entre massa e quantidade de matéria - Estequiometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5. Soluções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
6. Energia nas transformações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
7. Cinética química e Equilíbrio químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8. Funções da Química Inorgânica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
9. Eletroquímica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
10. Princípios básicos da análise química. Fundamentos de química orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Matemática
1. Teoria dos conjuntos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Geometrias Plana e Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Polinômios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4. Análise combinatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5. Probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
ÍNDICE
6. Noções básicas de estatística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7. Sequências e progressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
8. Matrizes, determinantes e sistemas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
9. Geometria analítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
10. Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
11. Trigonometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Constituição Federal
1. Artigos 1.º a 5.º e 144. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Código Penal
1. Código Penal 6.2.1. Dos Crimes Contra a Vida – artigos 121 a 128 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Dos Contra o Patrimonio – artigos 155 a 183. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
3. Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral – artigos 312 a 327. Dos Crimes contra a Adminis-
tração da Justiça – artigos 338 a
359. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis – artigos 293 a 295 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Código Processual Penal
1. Do Inquérito Policial: Artigos 4.º A 23. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Do Exame Do Corpo De Delito, E Das Perícias Em Geral: Artigos 155 A 184 Geral: Artigos 155 A 184 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Dos Indícios: Artigo 239 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Dos Peritos E Intérpretes: Artigos 275 A 281 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5. Lei Orgânica Da Polícia Do Estado De São Paulo (Lei Complementar N.º 207/79 E Lei Complementar N.º 922/02) . . . . . . . . . . . . . . 12
Noções de Criminologia
1. Conceito, método, objeto e finalidade da Criminologia; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Teorias sociológicas da criminalidade; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Vitimologia; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
4. O Estado Democrático de Direito e a prevenção da infração penal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Noções de Criminalística
1. Definições E Objetivos Áreas De Atuação Da Criminalística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Corpo De Delito – Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Locais De Crime – Definição E Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
4. Preservação De Locais De Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
5. Vestígios E Indícios Encontrados Nos Locais De Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
6. Modalidades De Perícias Criminais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
ÍNDICE
Noções de Medicina Legal
1. Medicina Legal: Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Traumatologia Forense. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Toxicologia Forense. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Sexologia Forense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Antropologia Forense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6. Tanatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Conhecimentos em Lógica
1. Conceitos Iniciais Do Raciocínio Lógico: Proposições, Valores Lógicos, Conectivos, Tabelas-Verdade, Tautologia, Contradição, Equivalência 
Entre Proposições, Negação De Uma Proposição, Validade De Argumentos; Estruturas Lógicas E Lógica De Argumentação; Questões De 
Associação; Verdades E Mentiras; Diagramas Lógicos (Silogismos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .01
Conhecimentos em Informática
1. Sistemas Operacionais Ms Windows Xp, Vista E 7; Operação E Configuração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Softwares Aplicativos: Processadores De Texto, Planilhas Eletrônicas, Bancos De Dados, Multimídia, Armazenamento De Dados, Cópia 
De Segurança, Geração E Digitalização De Material Escrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. Softwares Utilitários Básicos Dos Sistemas Operacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4. Internet E Intranet: Navegadores, Correio Eletrônico, Transferência De Arquivos, Sistemas De Busca E Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
5. Comunicação: Noções De Protocolos De Comunicação Em Redes; Acesso Remoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32
6. Computadores Pessoais (Desktops, Notebooks, Tablets E Netbooks) E Periféricos: Classificação, Noções Gerais E Operação . . . . . 33
7. Segurança Da Informação: Hash, Criptografia, Códigos Maliciosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Contabilidade
1. Contabilidade Geral: Conceito, Objeto E Finalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Patrimônio: Conceito, Aspectos Do Ativo, Do Passivo E Da Situação Líquida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
3. Escrituração: Métodos E Processos De Escrituração, Formalidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
4. Demonstrações Financeiras Obrigatórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Contabilidade Industrial E Comercial: Conceitos E Campo De Aplicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
6. Impostos, Taxas E Tributos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
7. Matemática Financeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Leitura E Interpretação De Diversos Tipos De Textos (Literários E Não Literários) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos E Antônimos; Sentido Próprio E Figurado Das Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Pontuação . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. Classes De Palavras: Substantivo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição E Conjunção: Emprego E Sentido Que 
Imprimem Às Relações Que Estabelecem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5. Concordância Verbal E Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
6. Regência Verbal E Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
7. Colocação Pronominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
8. Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
LÍNGUA PORTUGUESA
1
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE 
TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)
Compreensão e interpretação de textos
Chegamos, agora, em um ponto muito importante para 
todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa 
habilidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização 
de uma boa prova de qualquer área do conhecimento. 
Mas você sabe a diferença entre compreensão e 
interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de 
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto. 
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um 
tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. 
A interpretação é quando você entende o que está implícito, 
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto 
ou que faça com que você realize inferências. 
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, 
mas podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora 
é feliz. 
Percebeu a diferença? 
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para 
que facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. 
Ela pode ser escrita ou oral. 
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente 
imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as 
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem 
verbal com a não-verbal. 
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos 
identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que 
damos a este processo é intertextualidade. 
Interpretação de Texto 
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar 
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada 
ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode 
deduzir de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos 
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um 
determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo 
lido estabeleça uma relação com a informação já possuída, o que 
leva ao crescimento do conhecimento do leitor, e espera que 
haja uma apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo 
conteúdo lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos 
de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura 
analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.
É muito importante que você:
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, 
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de 
notícias (e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações 
ortográficas, gramaticais e interpretativas;
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais 
polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre 
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.
Dicas para interpretar um texto:
– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é 
tentar compreender o sentido global do texto e identificar o seu 
objetivo. 
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada 
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.
LÍNGUA PORTUGUESA
2
– Sublinhe as ideias mais importantes.
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia 
principal e das ideias secundárias do texto. 
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo 
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e 
mutável). 
– Retorne ao texto sempre que necessário.
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção 
os enunciados das questões.
– Reescreva o conteúdo lido.
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, 
tópicos ou esquemas.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar 
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu 
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas 
são uma distração, mas também um aprendizado.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar 
a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também 
estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, 
atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas, nos torna 
reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de 
fala, de escrita e de memória.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias 
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto 
pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a 
conclusão do texto.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a 
identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se 
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, 
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões 
apresentadas na prova. 
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um 
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por 
isso o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar 
com algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao 
texto, e nunca extrapole a visão dele.
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia 
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga 
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as dife-
rentes informações de forma a construir o seu sentido global, ou 
seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem 
um todo significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler 
um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. 
Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informa-
ções sobre o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura 
porque achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se 
atraído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É 
muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferen-
tes, dependendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, pre-
ferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, 
sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuida-
dos com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são pra-
ticamente infinitas e saber reconhecer o tema de um texto é 
condição essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, 
começar nossos estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um tex-
to: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma 
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram 
aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. 
Essa amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as 
pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perce-
beram que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto 
deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram 
que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e 
a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um 
colaborava com o outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o 
possível assunto abordado no texto. Embora você imagine que 
o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente 
o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informa-
ções ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem 
dos cães, a associação entre eles e os seres humanos, a dissemi-
nação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre 
cães e homens.
As informações que se relacionam com o tema chamamos 
de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se inte-
gram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer 
uma unidade de sentido. Portanto, pense: sobre o que exata-
mente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certa-
mente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a rela-
ção entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! 
Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-
deias-secundarias/
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM 
TEXTOS VARIADOS
Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que 
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio 
ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). 
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou 
expressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha 
um novo sentido, gerando um efeito de humor.
Exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA
3
Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: 
ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a 
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, 
o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem pla-
neja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. 
No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de 
Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao 
longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade 
sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A 
ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou 
famoso após a morte.
Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre 
nos textos literários quando a personagem tem a consciência de 
que suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando 
por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo 
o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil 
aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por 
exemplo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da 
história irão morrer em decorrência do seu amor. As persona-
gens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus 
objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-suce-
didos. 
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que 
pareçam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de 
humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compar-
tilham da característica do efeito surpresa. O humor reside em 
ocorrer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há 
as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito 
cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, fre-
quentemente acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos 
em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O 
GÊNERO EM QUE SE INSCREVE 
Compreender um texto trata da análise e decodificação do 
que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. 
Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode che-
gar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação 
trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o 
texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia 
principal. Compreender relações semânticas é uma competência 
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto po-
de-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimen-
to profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo 
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na 
apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem 
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando 
ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram expli-
citadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conce-
der espaço para divagações ou hipóteses, supostamente conti-
das nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não 
quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, 
mas é fundamental que não sejam criadas suposições vagas e 
inespecíficas. 
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para 
se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e 
a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de 
conteúdos específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros 
fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes 
presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se 
faz suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre 
releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos 
surpreendentes que não foram observados previamente. Para 
auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar 
dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certa-
mente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se 
LÍNGUA PORTUGUESA
4
de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um 
bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é 
porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hie-
rárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas 
ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo 
autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço 
para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entre-
linhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer 
que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
damental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas 
e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser 
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós 
leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do 
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpre-
tação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. 
O leitor
tira conclusões subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou 
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma 
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. 
No romance nós temos uma história central e várias histórias 
secundárias.
 
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmen-
te imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas 
personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma 
única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas 
ações encaminham-se diretamente para um desfecho.
 
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferen-
ciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e 
tem a história principal, mas também tem várias histórias secun-
dárias. O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e 
local são definidos pelas histórias dos personagens. A história 
(enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por 
ter um texto mais curto.
 
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações 
que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a iro-
nia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica 
o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pe-
quenos intervalos como horas ou mesmo minutos.
 
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da 
linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o mo-
mento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a 
criação de imagens. 
 
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a 
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assun-
to que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é 
convencer o leitor a concordar com ele.
 
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de 
um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informa-
ções. Tem como principal característica transmitir a opinião de 
pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. 
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materia-
liza em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite 
as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, aju-
dando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
 
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como obje-
tivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma 
certa liberdade para quem recebe a informação.
 
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A exis-
tência do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato 
pode é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de al-
guma maneira, através de algum documento, números, vídeo ou 
registro. 
Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos 
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas 
causas, previmos suas consequências. 
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se 
apontamos uma causa ou consequência, é necessário que seja 
plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças 
ou diferenças sejam detectáveis.
Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em 
outro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
são do que com a filha.
Opinião 
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando 
um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a inter-
pretação que fazemos do fato. 
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coe-
rência que mantêm com a interpretação do fato. É uma inter-
pretação do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. 
Esta opinião pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores 
socioculturais.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpreta-
ções anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em 
outro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
são do que com a filha. Ela foi egoísta.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. 
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previ-
sões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, 
já estamos expressando nosso julgamento. 
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, 
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quan-
do analisamos um texto dissertativo.
LÍNGUA PORTUGUESA
5
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se impor-
tando com o sofrimento da filha.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS 
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si 
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento 
do texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar 
as ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no 
texto. Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pen-
samento e o do leitor.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que 
é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser 
formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. 
No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar 
todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geral-
mente apresentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de pará-
grafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros 
jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutu-
ra consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundá-
rias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafir-
ma a ideia-básica). Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já 
traz uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que 
você irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está 
sendo escrito. Normalmente o tema e o problema são dados 
pela própria prova.
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos 
e ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É 
possível usar argumentos de várias formas, desde dados estatís-
ticos até citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abor-
dado e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias 
maneiras diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto 
criando uma pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as 
suas próprias conclusões a partir das ideias e argumentos do de-
senvolvimento.
Outro aspecto que merece especial atenção são os conec-
tores. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura 
mais fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico en-
tre as ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior 
do período, e o tópico que o antecede. 
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quan-
to ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência tam-
bém para a clareza do texto. 
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, ad-
vérbios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, 
muitas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se 
obscuro, sem coerência.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumen-
tativos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. 
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa 
estrutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensa-
mento mais direto.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias 
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, grá-
ficos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia 
dependendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A 
maneira de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto, 
determina nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão 
pessoal).
As inovações linguísticas, criadas
pelo falante, provocam, 
com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que 
só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o 
grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam 
na língua e caem em desuso.
Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua 
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar gran-
de parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entona-
ção, e ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua 
falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque se 
manifesta na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade 
de expressão do falante. Nessas situações informais, muitas re-
gras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome 
da naturalidade, da liberdade de expressão e da sensibilidade 
estilística do falante.
Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lin-
guagem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na 
fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que 
ela esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Bra-
sileiro procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas 
e romances em que o diálogo é usado para representar a língua 
falada.
Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se 
quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de ví-
cios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; 
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; 
cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência 
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da lín-
gua. A linguagem popular está presente nas conversas familiares 
ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas 
de TV e auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais 
etc.
A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em 
que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pes-
soas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se 
pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada 
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. 
É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está 
presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, 
comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais 
etc.
LÍNGUA PORTUGUESA
6
Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais 
como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses gru-
pos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para 
que as mensagens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam 
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de 
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam 
os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria 
pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vo-
cabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “gale-
ra”, “mina”, “tipo assim”.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco 
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar 
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na 
comida”.
Linguagem regional
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua 
padrão, quanto às construções gramaticais e empregos de cer-
tas palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares 
amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipos e genêros textuais
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e 
abrangentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, 
bem como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descri-
ção e explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da 
forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco 
tipos clássicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, 
expositivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. 
Vejamos alguns exemplos e as principais características de cada 
um deles. 
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo 
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma 
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, 
um movimento etc.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor ad-
jetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua fun-
ção caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa 
enumeração.
• A noção temporal é normalmente estática.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a de-
finição.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, 
anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, 
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o 
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos 
e comportamentos, nas leis jurídicas.
Características principais:
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com 
verbos de comando, com tom imperativo; há também o uso do 
futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 
2ª pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Elei-
toral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam expri-
mir-se na língua nacional, e os que estejam privados, temporária 
ou definitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistá-
veis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, 
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas mili-
tares de ensino superior para formação de oficiais.
Tipo textual expositivo
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver ra-
ciocínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de expo-
sição, discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A 
dissertação pode ser expositiva ou argumentativa. 
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um 
assunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de 
maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar de-
bate.
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, in-
formar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no pre-
sente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa 
de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no 
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um 
determinado tema. 
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disser-
tação expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opina-
tiva).
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
LÍNGUA PORTUGUESA
7
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concursos — 
apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias apresenta-
das de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, res-
peito pelo registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa 
de um ponto de vista que convença o interlocutor (leitor ou ouvinte).
Características principais:
• Presença de estrutura básica
(introdução, desenvolvimen-
to e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (es-
tratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, tes-
temunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, 
exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos princi-
pais com sugestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumen-
tações informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (nor-
malmente nas argumentações formais) para imprimir uma atem-
poralidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou 
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o 
desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
Exemplo:
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente 
administração política (tese), porque a força governamental cer-
tamente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negli-
gência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes 
metrópoles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do 
RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for 
do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-es-
tar da população, isso é plenamente possível (estratégia argu-
mentativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que 
não devemos ficar de mãos atadas à espera de uma atitude do 
governo só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre 
terá de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão).
Tipo textual narrativo
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta 
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e 
lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um en-
redo, personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da 
história – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história 
– onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em 
prosa, não em verso.
Exemplo:
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão 
era o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, 
só e feliz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. 
Casam-se. Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar 
certo: ao se unirem, um tirou do outro a essência da felicidade. 
Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur-
reais/4835684 
GÊNEROS TEXTUAIS
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes de 
expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um texto 
se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo, os 
gêneros apresentam maior diversidade e exercem funções sociais es-
pecíficas, próprias do dia a dia. Ademais, são passíveis de modificações 
ao longo do tempo, mesmo que preservando características prepon-
derantes. Vejamos, agora, uma tabela que apresenta alguns gêneros 
textuais classificados com os tipos textuais que neles predominam. 
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
Descritivo Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Expositivo Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de 
mestrado e tese de doutorado
Narrativo Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da 
forma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são flui-
dos, infinitos e mudam de acordo com a demanda social. 
INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou 
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. 
Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de pro-
dução de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos 
elementos existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, 
forma ou de ambos: forma e conteúdo.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, 
de forma que essa relação pode ser estabelecida entre as pro-
duções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, 
auditiva, escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, 
escultura, música, dança, cinema), propagandas publicitárias, 
programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.
LÍNGUA PORTUGUESA
8
Tipos de Intertextualidade
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geral-
mente, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do 
grego (parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos 
“para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poe-
sia) semelhante a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos 
programas humorísticos.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a 
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utiliza-
ção de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (para-
phrasis), significa a “repetição de uma sentença”.
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos 
científicos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo 
que tenha alguma relação com o que será discutido no texto. 
Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” 
(posição superior) e “graphé” (escrita). 
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem 
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de 
outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apre-
sentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. 
Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros 
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por 
dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são 
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
ARGUMENTAÇÃO
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma infor-
mação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem 
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, 
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz 
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de 
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o 
texto diz e faça o que ele propõe.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, 
todo texto contém um componente argumentativo. A argumen-
tação é o conjunto de recursos de natureza linguística destina-
dos a persuadir a pessoa a quem a comunicação se destina. Está 
presente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às te-
ses e aos pontos de vista defendidos.
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas 
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar 
a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se 
disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o in-
terlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como ver-
dadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação pertence 
ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o 
uso de recursos de linguagem.
Para compreender claramente o que é um argumento, é 
bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV 
a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis 
quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma 
desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argu-
mentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher 
entre duas
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. 
Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais 
desejável. O argumento pode então ser definido como qualquer 
recurso que torna uma coisa mais desejável que outra. Isso sig-
nifica que ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para 
fazer o interlocutor crer que, entre duas teses, uma é mais pro-
vável que a outra, mais possível que a outra, mais desejável que 
a outra, é preferível à outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de 
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o 
enunciador está propondo.
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumenta-
ção. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pre-
tende demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente 
das premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos 
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não 
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas 
apenas do encadeamento de premissas e conclusões.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamen-
to:
A é igual a B.
A é igual a C.
Então: C é igual a A.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoria-
mente, que C é igual a A.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão 
também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, 
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais 
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
-se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a 
chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
-nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido 
e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre 
a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem 
peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um ban-
co. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo 
seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase 
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer 
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante 
entender bem como eles funcionam.
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso 
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o au-
ditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fá-
cil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas 
crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer 
um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas 
que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas 
que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja 
vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacio-
nal. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria 
efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que 
no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está vinculado 
ao que é valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
Tipos de Argumento
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a 
fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um 
argumento. Exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA
9
Argumento de Autoridade
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconheci-
das pelo auditório como autoridades em certo domínio do sa-
ber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. 
Esse recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimen-
to do produtor do texto a respeito do assunto de que está tratan-
do; dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, 
não fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa 
ser pertinente e verdadeira. Exemplo:
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para 
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há co-
nhecimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto. 
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais im-
portante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir 
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mun-
do. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas 
devem acreditar que é verdade.
Argumento de Quantidade
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior 
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem 
maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fun-
damento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publi-
cidade faz largo uso do argumento de quantidade.
Argumento do Consenso
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-
-se em afirmações que, numa determinada época, são aceitas 
como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a me-
nos que o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte 
da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, correspon-
de ao indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que 
aquilo que não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, 
por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser 
protegido e de que as condições de vida são piores nos países 
subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o 
risco de passar dos argumentos válidos para os lugares comuns, 
os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica.
Argumento de Existência
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil 
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que 
é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular 
enuncia o argumento de existência no provérbio “Mais vale um 
pássaro na mão do que dois voando”.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documen-
tais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas 
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. 
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que 
o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquia-
no. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, 
poderia ser vista como propagandística. No entanto, quando do-
cumentada pela comparação do número de canhões, de carros 
de combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como 
causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses ra-
ciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos 
raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer relações ne-
cessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prová-
veis, possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual 
a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma 
relação de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Ami-
go de amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade 
lógica, mas uma identidade provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmen-
te aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que 
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: 
fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões 
que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afir-
mações gerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele ex-
trair generalizações indevidas.
Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades tí-
picas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, 
o mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é 
melhor que o que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, 
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de 
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o con-
sumidor tende a associar o produto anunciado com atributos da 
celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da 
competência
linguística. A utilização da variante culta e formal 
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística 
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir 
um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que 
o modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saú-
de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas 
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente 
mais adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta 
produziria certa estranheza e não criaria uma imagem de com-
petência do médico:
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando 
em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica 
houve por bem determinar o internamento do governador pelo 
período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque 
alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no 
hospital por três dias.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser 
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunica-
ção deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda 
ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falan-
te traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de 
um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicu-
larizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto 
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos epi-
sódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e 
não outras, etc. Veja:
LÍNGUA PORTUGUESA
10
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras 
trocavam abraços afetuosos.”
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que no-
ras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhi-
do esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o 
termo até, que serve para incluir no argumento alguma coisa 
inesperada.
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando 
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão 
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu 
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmen-
te, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras 
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) 
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação 
do meio ambiente, injustiça, corrupção).
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas 
por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos 
são ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para 
destruir o argumento.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do 
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-
-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o 
caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias 
não permite que outras crescam”, em que o termo imperialismo 
é descabido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado 
visando a reduzir outros à sua dependência política e econômi-
ca”.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a si-
tuação concreta do texto, que leva em conta os componentes 
envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a 
comunicação, o assunto, etc).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com 
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não cos-
tumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em 
fórmulas feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é 
óbvio, é evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de 
prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e 
verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. 
Em outros termos, essas qualidades não se prometem, manifes-
tam-se na ação.
A argumentação é a exploração de recursos para fazer pare-
cer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a 
pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa 
um ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que 
inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de per-
suadir. Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem rela-
ções para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir 
é um processo de convencimento, por meio da argumentação, 
no qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar 
seu pensamento e seu comportamento.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão vá-
lida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou 
proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do ra-
ciocínio empregado na argumentação. A persuasão não válida 
apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chan-
tagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a in-
flexão de voz, a mímica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalida-
des, expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, ra-
zões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informa-
tiva, apresenta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, 
a escolha dos dados levantados, a maneira de expô-los no texto 
já revelam uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de 
vista na dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de 
argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser defi-
nida como discussão, debate, questionamento, o que implica a 
liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou con-
cordar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental, 
mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É ne-
cessária também a exposição dos fundamentos, os motivos, os 
porquês da defesa de um ponto de vista.
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude ar-
gumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo 
de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se 
evidencia.
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posi-
ções, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de 
vista e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, mui-
tas vezes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como 
sempre, essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom 
exercício para aprender a argumentar e contra-argumentar con-
siste em desenvolver as seguintes habilidades:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma 
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição to-
talmente contrária;
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais 
os argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apre-
sentaria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação 
oposta.
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, 
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclu-
sões válidas, como se procede no método dialético. O método 
dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de 
polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade 
pelo estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao 
fenômeno em questão e da mudança dialética que ocorre na na-
tureza e na sociedade.
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o 
método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que par-
te do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência 
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar 
a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado 
em partes, começando-se pelas proposições mais simples até 
alcançar, por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha 
de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema, 
dividi-lo em partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enu-
merar todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um 
no conjunto
da dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a 
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs qua-
tro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, 
uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em 
busca da verdade:
- evidência;
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução;
- enumeração.
LÍNGUA PORTUGUESA
11
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omis-
são e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode 
quebrar o encadeamento das ideias, indispensável para o pro-
cesso dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na redação aca-
dêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, 
que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e 
a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, 
que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A 
premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois 
alguns não caracteriza a universalidade.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (si-
logística), que parte do geral para o particular, e a indução, que 
vai do particular para o geral. A expressão formal do método de-
dutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, 
baseia-se em uma conexão descendente (do geral para o parti-
cular) que leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se 
de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar à pre-
visão ou determinação de fenômenos particulares. O percurso 
do raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo:
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
Fulano é homem (premissa menor = particular)
Logo, Fulano é mortal (conclusão)
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, ba-
seiase em uma conexão ascendente, do particular para o geral. 
Nesse caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou 
seja, parte de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, 
desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a 
causa. Exemplo:
O calor dilata o ferro (particular)
O calor dilata o bronze (particular)
O calor dilata o cobre (particular)
O ferro, o bronze, o cobre são metais
Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido 
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas 
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fa-
tos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma 
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição 
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa 
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe 
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando 
o sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se cha-
mar esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-
-se um exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
- Lógico, concordo.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- Claro que não!
- Então você possui um brilhante de 40 quilates...
Exemplos de sofismas:
Dedução
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
Fulano tem um diploma (particular)
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
Indução
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (par-
ticular)
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particu-
lar)
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (ge-
ral – conclusão falsa)
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão 
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Re-
dentor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas 
ou infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou 
análise superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subje-
tivos, baseados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não funda-
mentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da 
verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, 
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que 
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma 
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu 
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A 
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas mé-
todos sistemáticos, porque pela organização e ordenação das 
ideias visam sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interliga-
dos; a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes 
para o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, 
uma depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, 
enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. 
Sabe-se, porém, que o todo não é uma simples justaposição das 
partes. Se alguém reunisse todas as peças de um relógio, não 
significa que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amon-
toado de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem 
organizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem de 
relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria recons-
truído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo 
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num 
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a 
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma 
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo 
em partes. As operações que se realizam na análise e na síntese 
podem ser assim relacionadas:
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
A análise tem importância vital no processo de coleta de 
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da 
criação de abordagens possíveis. A síntese também é importante 
na escolha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou 
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental; 
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e ex-
perimentais. A análise informal é racional ou total, consiste em 
“discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos 
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto 
ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação es-
tabelece as necessárias relações de dependência e hierarquia 
entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a 
LÍNGUA PORTUGUESA
12
ponto de se confundir uma com a outra, contudo são procedi-
mentos diversos: análise é decomposição e classificação é hie-
rarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fe-
nômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências 
naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de um pro-
cesso mais ou menos arbitrário, em que os caracteres comuns e 
diferenciadores são empregados de modo mais ou menos con-
vencional. A classificação, no reino animal, em ramos, classes, 
ordens, subordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classi-
ficação natural, pelas características comuns e diferenciadoras. 
A classificação dos variados itens integrantes de uma lista mais 
ou menos caótica é artificial.
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, cami-
nhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, 
relógio, sabiá, torradeira.
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Os elementos desta lista foram classificados por ordem al-
fabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer cri-
térios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem de 
importância, é uma habilidade indispensável para elaborar o 
desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja 
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou 
decrescente,
primeiro o menos importante e, no final, o impac-
to do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na 
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação 
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem 
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na 
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para ex-
pressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara 
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as 
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão 
e a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas 
também os pontos de vista sobre ele.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lin-
guagem e consiste na enumeração das qualidades próprias de 
uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento 
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica 
que o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição 
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. 
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às 
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa 
ou metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo 
a lógica tradicional aristotélica, a definição consta de três ele-
mentos:
- o termo a ser definido;
- o gênero ou espécie;
- a diferença específica.
O que distingue o termo definido de outros elementos da 
mesma espécie. Exemplo:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
 
 
 Elemento especie diferença
 a ser definido específica
É muito comum formular definições de maneira defeituo-
sa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo 
em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; 
quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espé-
cie, a gente é forma coloquial não adequada à redação acadê-
mica. Tão importante é saber formular uma definição, que se 
recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os “requisitos da 
definição denotativa”. Para ser exata, a definição deve apresen-
tar os seguintes requisitos:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em 
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está 
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramen-
ta ou instalação”;
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos 
os exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente res-
trito para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, 
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons-
titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um 
homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
- deve ser breve (contida num só período). Quando a de-
finição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries 
de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também 
definição expandida;d
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) 
+ cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjun-
tos (as diferenças). 
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio 
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguís-
tica que consiste em estabelecer uma relação de equivalência 
entre a palavra e seus significados. 
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. 
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verda-
deira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser de-
monstrada com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico 
e racional do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado 
de uma fundamentação coerente e adequada.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica 
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julga-
mento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e 
pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; 
outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se de 
modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, 
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem 
um argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, 
verificar se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em segui-
da, avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há 
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há contra-
dição. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio por 
dedução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é relacio-
nar, conclui-se que o argumento é um tipo específico de relação 
entre as premissas e a conclusão.
LÍNGUA PORTUGUESA
13
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimen-
tos argumentativos mais empregados para comprovar uma afir-
mação: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio 
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns 
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de 
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, 
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme 
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apre-
sentação de causas e consequências, usando-se comumente as 
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, 
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é ex-
plicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se 
alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela 
interpretação. Na explicitação por definição, empregamse ex-
pressões como: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, 
isto é, haja vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as 
expressões: conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, 
consoante as ideias de, no entender de, no pensamento de. A ex-
plicitação se faz também pela interpretação, em que são comuns 
as seguintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência 
de elementos que comprovam uma opinião, tais como a enu-
meração de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, 
em que são frequentes as expressões: primeiro, segundo, por 
último, antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente, 
antigamente, depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, 
sucessivamente, respectivamente. Na enumeração de fatos em 
uma sequência de espaço, empregam-se as seguintes expres-
sões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, 
no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, 
no leste...
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de 
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar 
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da 
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. 
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais 
que, menos que, melhor que, pior que.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumen-
tar o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autorida-
de reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma 
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a 
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações li-
terais no corpo de um texto constituem argumentos de autorida-
de. Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela 
contidos na linha de raciocínio que ele considera mais adequada 
para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de 
argumento tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam 
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como 
válido por consenso, pelo menos em determinado espaço socio-
cultural.
Nesse caso, incluem-se
- A declaração que expressa uma verdade universal (o ho-
mem, mortal, aspira à imortalidade);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos pos-
tulados e axiomas);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de na-
tureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a pró-
pria razão desconhece); implica apreciação de ordem estética 
(gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas 
(creio, ainda que parece absurdo).
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de 
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados 
concretos, estatísticos ou documentais.
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação 
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: 
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declara-
ções, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam 
opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade com-
provada, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou 
juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se fun-
damentada na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de 
provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contestada 
por meio da contra-argumentação ou refutação. São vários os 
processos de contra-argumentação:
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demons-
trando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a con-
traargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o 
cordeiro”;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses 
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga 
verdadeira;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à 
opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a uni-
versalidade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: con-
siste em refutar um argumento empregando os testemunhos de 
autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em 
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador ba-
seou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou in-
consequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, 
por meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico 
produz o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é incon-
sequente, pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de 
ser comprovada. Para contraargumentar, propõese uma relação 
inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis 
para desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adapta-
das ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, 
em seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser ado-
tados para a elaboração de um Plano de Redação.
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evo-
lução tecnológica
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, res-
ponder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê 
da resposta, justificar, criando um argumento básico;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e 
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refuta-
ção que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqua-
lificá-la (rever tipos de argumentação);
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de 
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as 
ideias podem ser listadas livremente ou organizadas como causa 
e consequência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com 
o argumento básico;
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as 
que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transfor-
mam-se em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a 
ideia do argumento básico;
LÍNGUA PORTUGUESA
14
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma 
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo 
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais 
ou menos a seguinte:
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia;
- definições de ciência e tecnologia;
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Desenvolvimento
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desen-
volvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou 
as condições de vida no mundo atual;
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologi-
camente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países 
subdesenvolvidos;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do 
passado; apontar semelhanças e diferenças;
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros 
urbanos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para huma-
nizar mais a sociedade.
Conclusão
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
quências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumen-
tos apresentados.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de 
redação: é um dos possíveis.
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração 
de um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as 
ideias são organizadas a fim de que o objetivo final seja alcan-
çado: a compreensão textual. Na redação espera-se do autor 
capacidade de mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar 
de modo coerente, além de expressar-se com clareza, de forma 
correta e adequada.
Coerência
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. 
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação 
semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. 
(Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa 
bate com outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que 
se estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a com-
preender a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual 
cada uma das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em 
conjunto dos elementos formativos de um texto.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respei-
to aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união 
dos elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um fa-
lante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre 
as proposições de um enunciado oral ou escrito. É a competên-
cia linguística, tomada em sentido lato, que permite a esse falan-
te reconhecer de imediato a coerência de um discurso.
A coerência:
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão con-
ceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, 
com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Coesão
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do tex-
to, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um 
vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via 
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do 
vocabulário, tem-se a coesão lexical.
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pa-
lavras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por ele-
mentos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre 
os componentes do texto.
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a le-
xical, que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, 
nomes genéricos e formas elididas, e a gramatical, que é conse-
guida a partir do emprego adequado de artigo, pronome, adjeti-
vo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções 
e numerais.
A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequen-
cial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes 
componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das fra-
ses.
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS; SENTIDO PRÓPRIO E FI-
GURADO DAS PALAVRAS
Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos
em uma comunica-
ção. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem 
cuida dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, 
com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos 
conteúdos que compõem este estudo. 
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos. 
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a ou-
tras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o 
significado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre 
com homem que é antônimo de mulher. 
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados 
e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos 
é muito importante para produções textuais, porque evita que 
você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando 
os mesmos exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de 
alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão. 
LÍNGUA PORTUGUESA
15
Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E ani-
mais domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo 
com substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!
Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:
Conotação e Denotação
Observe as frases: 
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, 
não! 
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, diciona-
rizado. 
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do 
contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto. 
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:
https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da 
loja, por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta. 
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma 
palavra, frase ou textos inteiros. 
PONTUAÇÃO
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a 
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as 
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns 
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], 
reticências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples 
[ – ], travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
LÍNGUA PORTUGUESA
16
Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior 
pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer 
tipo de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa 
e as reticências.
Estaremos presentes na festa.
Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação inter-
rogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada re-
tórica.
Você vai à festa?
Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação excla-
mativa. 
Ex: Que bela festa!
Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou 
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão 
com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso inter-
locutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluí-
da. Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma 
citação (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enu-
merativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva 
apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. 
Ponto e vírgula ( ; )
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que 
o ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vír-
gulas, para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de 
uma enumeração (frequente em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi 
também uma linda decoração e bebidas caras. 
Travessão ( — )
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e 
com o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-
-lu-ta-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode 
substituir vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma ex-
pressão intercalada e pode indicar a mudança de interlocutor, na 
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas. 
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. 
Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semân-
tico mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer 
maior intimidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a in-
serção do parêntese é assinalada por uma entonação especial. 
Intimamente ligados aos parênteses pela sua função discursiva, 
os colchetes são utilizados quando já se acham empregados os 
parênteses, para introduzirem uma nova inserção.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo 
governador)
Aspas ( “ ” )
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido 
particular (na linguagem falada é em geral proferida com ento-
ação especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto 
ou para apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É 
utilizada, ainda, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Evi-
denciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. 
Antes disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em re-
lação à vírgula: 
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “sen-
timos” o momento certo de fazer uso dela. 
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em 
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgu-
la, o leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. 
Afinal, cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de 
textos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que 
ela é menos importante e que pode ser colocada depois. 
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma 
ordem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Ver-
bo > Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). 
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso 
ocorre por alguns motivos:
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. 
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. 
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do 
verbo e o adjunto. 
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem 
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula 
é necessária: 
Ontem, Maria foi à padaria.
Maria, ontem, foi à padaria.
À padaria, Maria foi ontem.
Além disso, há outros
casos em que o uso de vírgulas é ne-
cessário:
• Separa termos de mesma função sintática, numa enume-
ração.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades 
a serem observadas na redação oficial.
• Separa aposto.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
• Separa termos repetidos.
Aquele aluno era esforçado, esforçado.
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exem-
plificativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizen-
do, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, 
com efeito, digo.
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem cla-
ra, ou seja, de fácil compreensão.
LÍNGUA PORTUGUESA
17
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus comple-
mentos).
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os parti-
culares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
• Separa orações coordenadas assindéticas.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava 
as ideias na cabeça...
• Isola o nome do lugar nas datas.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, 
dessa forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, 
expressões conectivas, como: em primeiro lugar, como supraci-
tado, essas informações comprovam, etc.
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para 
amenizar o problema.
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NU-
MERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO 
E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM 
ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM
CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo 
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou ima-
ginários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações 
e sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
Classificação dos substantivos
SUBSTANTIVO SIMPLES: 
apresentam um só radical em 
sua estrutura. 
Olhos/água/
muro/quintal/caderno/
macaco/João/sabão
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: 
são formados por mais de um 
radical em sua estrutura.
Macacos-prego/
porta-voz/
pé-de-moleque
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: 
são os que dão origem a 
outras palavras, ou seja, ela é 
a primeira.
Casa/
mundo/
população
/formiga
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: 
são formados por outros 
radicais da língua.
Caseiro/mundano/
populacional/formigueiro
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: 
designa determinado ser 
entre outros da mesma 
espécie. São sempre iniciados 
por letra maiúscula.
Rodrigo
/Brasil
/Belo Horizonte/Estátua da 
Liberdade
SUBSTANTIVOS COMUNS: 
referem-se qualquer ser de 
uma mesma espécie.
biscoitos/ruídos/estrelas/
cachorro/prima
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: 
nomeiam seres com existência 
própria. Esses seres podem 
ser animadoso ou inanimados, 
reais ou imaginários.
Leão/corrente
/estrelas/fadas
/lobisomem
/saci-pererê
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: 
nomeiam ações, estados, 
qualidades e sentimentos que 
não tem existência própria, ou 
seja, só existem em função de 
um ser.
Mistério/
bondade/
confiança/
lembrança/
amor/
alegria
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: 
referem-se a um conjunto 
de seres da mesma espécie, 
mesmo quando empregado 
no singular e constituem um 
substantivo comum.
Elenco (de atores)/
acervo (de obras artísticas)/
buquê (de flores)
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS 
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: mascu-
lino e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes 
ou uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta 
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigre-
sa, o presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma 
única forma para o masculino e o feminino. Os uniformes divi-
dem-se em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invari-
áveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, pal-
meira macho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo con-
texto que aparecem que se determina o gênero: a criança (o 
criança), a testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma 
tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a 
agente, o/a estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais 
de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau 
diminutivo.
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
Adjetivo 
É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substan-
tivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expres-
são composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro subs-
tantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função 
que um adjetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da 
tarde (jornal vespertino).
Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femi-
nino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra 
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria 
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
LÍNGUA PORTUGUESA
18
• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namora-
dores, japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.
Artigo 
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.
Numeral 
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade: 
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência: 
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada: 
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo: 
Dois terços dos alunos foram embora.
Pronome 
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso. 
Pessoas do Discurso Pronomes RetosFunção Subjetiva
Pronomes Oblíquos
Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação. 
Pronomes de Tratamento Emprego
Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para
pessoas com alta autoridade 
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
LÍNGUA PORTUGUESA
19
Pronomes de Tratamento Emprego
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.
Pessoa do Discurso Pronome Possessivo
1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no 
tempo ou no espaço.
Pronomes Demonstrativos Singular Plural
Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os prono-
mes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).
Classificação Pronomes Indefinidos
Variáveis
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, 
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, 
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.
Classificação Pronomes Interrogativos
Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser 
variáveis e invariáveis. 
Classificação Pronomes Relativos
Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.
Verbos 
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. 
LÍNGUA PORTUGUESA
20
• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas. 
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é 
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). 
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: 
presente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural. 
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).
• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas 
infinitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO). 
• Voz verbal 
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva. 
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada 
pelo sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz 
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição 
por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Advérbio 
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, 
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez 
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em 
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, 
às ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, 
etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pou-
co, de todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.
Preposição 
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes: 
LÍNGUA PORTUGUESA
21
Conjunção 
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam 
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é 
determinante e o outro é determinado). 
• Conjunções Coordenativas
Tipos Conjunções Coordenativas
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...
• Conjunções Subordinativas
Tipos Conjunções Subordinativas
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.
Interjeição 
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações 
das pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e 
a função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe. 
LÍNGUA PORTUGUESA
22
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os ar-
tigos concordam
em gênero e número com os substantivos aos 
quais se referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amis-
tosa.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: 
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam 
alerta.
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na for-
mação de palavras compostas: 
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-pode-
roso.
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam 
de acordo com o substantivo a que se referem: 
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quan-
do pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis 
quando advérbios: 
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ 
Usou meia dúzia de ovos.
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando 
o substantivo estiver determinado por artigo: 
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: 
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram 
enormes.
Concordância ideológica ou silepse
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gê-
nero gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido 
no contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o 
número gramatical (singular ou plural) que está subentendido 
no contexto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os 
aplausos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a 
pessoa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos 
políticos.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
• Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (subs-
tantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para com-
pletar-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu 
complemento é estabelecida por uma preposição.
• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre 
o verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
Isto pertence a todos.
Regência de algumas palavras
Esta palavra combina com Esta preposição
Acessível a
Apto a, para
Atencioso com, para com
Coerente com
Conforme a, com
Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por
Fácil a, de, para, 
Junto a, de
Pendente de
Preferível a
Próximo a, de
Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre
Ajudar (a fazer algo) a
Aludir (referir-se) a
Aspirar (desejar, pretender) a
Assistir (dar assistência) Não usa preposição
Deparar (encontrar) com
Implicar (consequência) Não usa preposição
Lembrar Não usa preposição
Pagar (pagar a alguém) a
Precisar (necessitar) de
Proceder (realizar) a
Responder a
Visar ( ter como objetivo 
pretender)
a
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS 
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
LÍNGUA PORTUGUESA
23
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia 
da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do 
pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que 
a norma culta prescreve o emprego do pronome no meio – me-
sóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se 
inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lin-
guagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem 
escrita, formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem 
bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que 
estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos 
que prejudique a eufonia da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero 
pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a êncli-
se: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não 
sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plan-
tando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus 
intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do 
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verda-
de!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela 
preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com 
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou prócli-
se: Apressei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou 
no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de 
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução ver-
bal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono 
deverá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar an-
tes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de prócli-
se, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes 
do auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. 
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar 
depois do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade. 
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
CRASE
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a 
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome 
demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
• Devemos usar crase:
– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema.
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado 
nas locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: 
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substan-
tivos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a 
crase. Mas... há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
– Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso 
de crase: 
LÍNGUA PORTUGUESA
24
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, 
à vontade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às 
vezes, às pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à 
esquerda, à direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à 
mão, às escondidas, à medida que, à proporção que.
• NUNCA devemos usar crase:
– Antes de substantivos masculinos:
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a pé.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular
ou 
plural) usado em sentido generalizador: 
Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Não foi FEITA MENÇÃO A MULHER, NEM A CRIANÇA, TAMPOUCO A 
HOMEM.
– ANTES DE ARTIGO INDEFINIDO “UMA”
IREMOS A UMA REUNIÃO MUITO IMPORTANTE NO DOMINGO.
– ANTES DE PRONOMES
OBS.: A CRASE ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS É FACULTATIVA.
FIZEMOS REFERÊNCIA A VOSSA EXCELÊNCIA, NÃO A ELA.
A QUEM VOCÊS SE REPORTARAM NO PLENÁRIO?
ASSISTO A TODA PEÇA DE TEATRO NO RJ, AFINAL, SOU UM CRÍTICO.
– ANTES DE VERBOS NO INFINITIVO
A PARTIR DE HOJE SEREI UM PAI MELHOR, POIS VOLTEI A TRABALHAR.
EXERCÍCIOS
1. (PREFEITURA DE PIRACICABA - SP - PROFESSOR - EDU-
CAÇÃO INFANTIL - VUNESP - 2020)
Escola inclusiva
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros 
concordam que há melhora nas escolas quando se incluem 
alunos com deficiência.
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de 
uma educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas 
para tal perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, 
ela se tornou lei em 2015 e criou raízes no tecido social.
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente 
qualificados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o 
que dizer então de alunos com gama tão variada de dificuldades.
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o 
enfrentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados 
por limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para 
minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, 
discorda de que crianças com deficiência devam aprender só na 
companhia de colegas na mesma condição.
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de con-
tar com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar 
com necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar in-
dica 1,2 milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha 
triplicado o número de professores com alguma formação em 
educação especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 
mil deles no país. Não se concebe que possa haver um especia-
lista em cada sala de aula.
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma 
estrutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, 
ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o 
aluno e sua família para definir atividades e de auxiliar os docen-
tes do período regular nas técnicas pedagógicas.
Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe-
te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele-
cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar 
em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con-
funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição 
do pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parên-
teses, a redação permanece em conformidade com a norma-pa-
drão de colocação dos pronomes.
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com 
deficiência. (incluem-se)
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito 
mais que 100 mil deles no país. (se contam)
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em 
cada sala de aula. (concebe-se)
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de 
receber o aluno... (encarrega-se)
(E) ... que não se confunde com incapacidade, como 
felizmente já vamos aprendendo. (confunde-se)
2. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - AGENTE COMUNI-
TÁRIO DE SAÚDE - FCM - 2019)
Dieta salvadora
A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar 
o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um 
destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brin-
dar os mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-
-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás 
e até carcaças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado 
num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se encami-
nha inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de 
lixo que se formam, da Guanabara ao Pacífico.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itá-
lia, China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gre-
gas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido 
no plástico jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo 
ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das saco-
las, ou duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto 
para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço, o decompo-
nham e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas 
desses micróbios, para que eles ajudem os micróbios nativos a 
devorar o lixo. Haja estômago.
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco 
Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na 
costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em co-
lher pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas 
que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para 
se defenderem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as sala-
mandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, 
aprendem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e 
tomam o mundo.
LÍNGUA PORTUGUESA
25
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem 
se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salaman-
dras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os mi-
cróbios no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. 
Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao ver-
bo, possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise 
(no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblí-
quos nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: 
“E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus 
próprios dejetos.”
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por ver-
bo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, compu-
tadores, sofás e até carcaças de automóveis.”
III – A próclise é sempre empregada quando há locução ver-
bal: “Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo po-
dem se tornar as salamandras de Čapek.”
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser 
humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e 
produzir um ‘Dom Quixote’”.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) III e IV.
3. (PREFEITURA DE BIRIGUI - SP - EDUCADOR DE CRECHE 
- VUNESP - 2019)
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente 
busca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de 
fato é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). 
Alguma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo 
apologético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tem-
pos, culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no en-
tanto, como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontra-
do normas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito 
romano. São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo 
padroeiro das causas ambientais; falava com plantas e animais.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instinti-
va, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é 
o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria 
freudiana, a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, 
dado que resiste a uma pressão contínua, variável na intensida-
de. Assim, numa dimensão qualitativa, e não quantitativa, é que 
se deveria enfrentar a questão, que também é cultural. E que 
culturalmente pode ser abordada.
O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O 
dilema
ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente 
passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse 
sentido que a chamada internalização da externalidade negativa 
exige justificativa para uma atuação contra-fática.
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica 
também rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que 
a proteção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada 
no próprio homem. Os geocêntricos piamente entendem que a 
natureza deva ser protegida por próprios e intrínsecos funda-
mentos e características. Posições se radicalizam.
A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos 
o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Ben-
jamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual 
um tigre mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que 
interessa para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
(Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://
www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)
(*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo co-
nhecido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevi-
vência na natureza. 
Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados 
empregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de re-
gência e colocação. 
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica 
também rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitu-
al poderia marcar o ambientalismo apologético.
(A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
(B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
(C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
(D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
(E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - 
TÉCNICO EM SANEAMENTO - IBFC - 2019)
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá sou amigo do Rei”.
(M.Bandeira)
Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale 
a alternativa correta.
(A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente 
ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado 
posposto ao verbo.
(B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente 
ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado 
posposto ao verbo.
(C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente 
ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado 
posposto ao verbo.
(E) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo afir-
mativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
5. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP - INSPETOR DE ALUNOS 
- VUNESP - 2019)
Pelo fim das fronteiras
Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pu-
ramente racional, ela é a solução para vários problemas globais. 
Mas, como o mundo é um lugar menos racional do que deve-
ria, pessoas que buscam refúgio em outros países costumam ser 
recebidas com desconfiança quando não com violência, o que 
diminui o valor da imigração como remédio multiuso.
No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra 
seria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria 
o PIB mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos 
estejam inflados, só uma fração de 10% já significaria um incre-
mento da ordem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis).
LÍNGUA PORTUGUESA
26
Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do 
que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob 
sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016 
de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra-
balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem 
e transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 
mil.
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se con-
sidera que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que 
enfrentam o problema do envelhecimento populacional.
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser mal-
tratados e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especial-
mente se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até 
no Brasil, que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que 
estão em operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que 
membros de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que 
uma solução.
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigra-
ção, tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangei-
ros dê pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los 
com inteligência, minimizando choques culturais e distribuindo 
as famílias por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É 
tudo o que não estamos fazendo.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.
com.br/colunas/.28.08.2018. Adaptado)
Considere as frases:
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do enve-
lhecimento populacional. (4º parágrafo)
• ... minimizando choques culturais e distribuindo as famí-
lias por regiões e cidades em que podem ser mais
úteis. (6º parágrafo)
A substituição das expressões em destaque por pronomes 
está de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação 
em:
(A) enfrentam-no; distribuindo-lhes.
(B) o enfrentam; lhes distribuindo.
(C) o enfrentam; distribuindo-as.
(D) enfrentam-no; lhes distribuindo.
(E) lhe enfrentam; distribuindo-as.
6. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP – SECRETÁRIO DE ESCO-
LA - VUNESP - 2019)
Considere a frase a seguir. Como as crianças são naturalmen-
te agitadas, cabe aos adultos impor às crianças limites que ga-
rantam às crianças um desenvolvimento saudável. Para eliminar 
as repetições da frase, as expressões destacadas devem ser 
substituídas, em conformidade com a norma-padrão da língua, 
respectivamente, por
(A) impor-nas ... lhes garantam
(B) impor-lhes ... as garantam
(C) impô-las ... lhes garantam
(D) impô-las ... as garantam
(E) impor-lhes ... lhes garantam
7. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - GEO-
GRAFIA – MATUTINO - FURB – 2019)
O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que com-
pleta 169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve outra data 
especial para comemorar: os 200 anos de nascimento do Doutor 
Hermann Blumenau. __________ 15 mil pessoas que estiveram 
na Rua XV de Novembro nesta manhã acompanhando o desfi-
le, de acordo com estimativa da Fundação Cultural, conheceram 
um pouco mais da vida do fundador do município. [...] O desfile 
também apresentou aspectos da colonização alemã no Vale do 
Itajaí. Dessa forma, as bandeiras e moradores das 42 cidades do 
território original de Blumenau, que foi fundado por Hermann, 
também estiveram representadas na Rua XV de Novembro. [...]
Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/desfile-
-em-blumenau-comemora-o-aniversario-da-cidade-e-os-200-a-
nos-do-fundador>.Acesso em: 02 set. 2019.[adaptado]
No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e morado-
res das 42 cidades do território original de Blumenau, que foi 
fundado por Hermann, também estiveram representadas na Rua 
XV de Novembro.”, a palavra destacada pertence à classe grama-
tical:
(A) conjunção
(B) pronome
(C) preposição
(D) advérbio
(E) substantivo
8. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - POR-
TUGUÊS – MATUTINO - FURB – 2019)
Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquieto. 
Muitos são os adjetivos que encontramos nos livros de histó-
ria para definir Hermann Blumenau. Desde os primeiros anos da 
colônia, esteve determinado a construir uma casa melhor para 
viver com sua família, talvez em um terreno que lhe pertencia 
no morro do aipim. Infelizmente, nunca concretizou este sonho, 
porém, nunca deixou de zelar por tudo aquilo que lhe dizia res-
peito.[...]
Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/
fundacao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-comemoraacaao-
-200-anos-dr-blumenau85>. Acesso em: 05 set. 2019. [adapta-
do]
Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos: “...tal-
vez em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.” e “...
zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.”, podemos afirmar 
que ambas as próclises estão corretas, pois o verbo está prece-
dido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. 
Assinale a alternativa que identifica
essas palavras atrativas dos 
excertos:
(A) palavras de sentido negativo
(B) advérbios
(C) conjunções subordinativas
(D) pronomes demonstrativos
(E) pronomes relativos
9. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDE-
RAL – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado cor-
retamente por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(D) Ele gosta de bife à cavalo.
10. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na ora-
ção “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando 
o ataque, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, ob-
LÍNGUA PORTUGUESA
27
serva-se a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-
-alta. Nas locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que 
deve ser marcada com o acento, EXCETO em:
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia 
do eleitorado pelo resultado final.
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sis-
tema.
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema inso-
lúvel.
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o 
sistema.
11. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está 
correta.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Pau-
lo.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 
35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta 
de lixo.
12. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 
2012) Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as 
relações de concordância no texto abaixo.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou 
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior 
lucratividade das empresas foi decisiva para os resultados fis-
cais favoráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores 
reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 
(IPCA), as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), 
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contri-
buição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O 
crescimento da massa de salários fez aumentar a arrecadação 
do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributa-
ção sobre a folha da previdência social. Não menos relevantes 
foram os elevados ganhos de capital, responsáveis pelo aumento 
da arrecadação do IRPF.
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de 
plural em “deflacionados”.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de 
plural em “Elevaram-se”.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar 
as regras de concordância com “economia”.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão 
de singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concor-
dância com “relevantes”.
13. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liber-
dades ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocu-
pa a nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas 
da frase acima, na ordem dada, as expressões:
(A) a que – de que;
(B) de que – com que;
(C) a cujas – de cujos;
(D) à que – em que;
(E) em que – aos quais.
14. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 
2008) Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de 
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil 
fecha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamen-
te a maior taxa registrada na última década.
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que 
serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi 
a conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CE-
PAL).
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num mo-
mento em que atingimos um bom superávit em conta-cor-
rente, em que se revela queda no desemprego e até se 
anuncia a ampliação de nossas reservas monetárias, além 
da descoberta de novas fontes de petróleo.
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continen-
te, percebe-se que nossa performance é inferior a que foi 
atribuída a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com 
participação menor no conjunto dos bens produzidos pela 
América Latina.
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rús-
sia, com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto 
inteiro da América Latina, o organismo internacional está 
atribuindo um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um 
pouco maior do que o do Brasil.
15. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título 
do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” 
é:
(A) pronome;
(B) adjetivo;
(C) advérbio;
(D) substantivo;
(E) preposição.
16. Assinale a alternativa que apresenta a correta classifica-
ção morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
(A) Pronome demonstrativo.
(B) Pronome relativo.
(C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
(E) Pronome indefinido.
17. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, 
na oração “A abordagem social constitui-se em um processo de 
trabalho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos 
sublinhados classificam-se, respectivamente, em
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
18. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode 
ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma 
padrão na seguinte sentença:
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
LÍNGUA PORTUGUESA
28
19. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMA-
GEM DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos 
sinais de pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos con-
vidados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
(B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sor-
rateiramente pela porta?
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-
-se tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem 
muito branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, 
com os irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria 
cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
20. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está intei-
ramente correta a pontuação do seguinte período:
(A) Os personagens principais de uma história, responsáveis 
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de pe-
quenas providências que, tomadas por figurantes aparente-
mente sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis 
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de peque-
nas providências que tomadas por figurantes, aparentemen-
te sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(C) Os personagens principais de uma história, responsáveis 
pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de peque-
nas providências, que, tomadas por figurantes aparente-
mente, sem importância, ditam o rumo de toda a história. 
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis 
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de peque-
nas providências, que tomadas por figurantes aparentemen-
te sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis, 
pelo sentido maior dela,
dependem muitas vezes de peque-
nas providências, que tomadas por figurantes, aparente-
mente, sem importância, ditam o rumo de toda a história.
21. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS 
– 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa or-
dem, o seguinte par de palavras:
(A) estrondo – ruído;
(B) pescador – trabalhador;
(C) pista – aeroporto;
(D) piloto – comissário;
(E) aeronave – jatinho.
22. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma 
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é 
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em desta-
que tem como antônimo:
(A) fortuna;
(B) opulência;
(C) riqueza;
(D) escassez;
(E) abundância.
23. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualida-
de é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que 
NÃO se fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter mor-
rido há muito tempo.”
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se 
mete onde não é chamada.”
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a 
gente mesmo!”
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, 
tudo bem.”
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
Leia o texto abaixo para responder a questão.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou 
um dos principais gargalos da conjuntura política e econômica 
brasileira: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos 
diante de um desastre de repercussão mundial. Confirmada a 
morte do Rio Doce, o governo federal ainda não apresentou um 
plano de recuperação efetivo para a área (apenas uma carta de 
intenções). Tampouco a mineradora Samarco, controlada pela 
brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. A única me-
dida concreta foi a aplicação da multa de R$ 250 milhões – sendo 
que não há garantias de que ela será usada no local. “O leito do 
rio se perdeu e a calha profunda e larga se transformou num 
córrego raso”, diz Malu Ribeiro, coordenadora da rede de águas 
da Fundação SOS Mata Atlântica, sobre o desastre em Mariana, 
Minas Gerais. “O volume de rejeitos se tornou uma bomba reló-
gio na região.” 
 Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris-
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se-
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições 
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar 
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta 
 Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, 
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em 
um tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo 
marco regulatório da mineração, por sua vez, também conce-
de prioridade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento 
dos conflitos judiciais, o que não será interessante para o setor 
empresarial”, diz Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio 
Ambiental (ISA). Com o avanço dessa legislação outros danos ir-
reversíveis podem ocorrer.
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA 
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
24. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um 
fato.
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence 
ao gênero textual editorial. 
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositi-
vas, já que se trata de uma reportagem. 
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, 
já se trata de um editorial. 
Analise as assertivas e responda:
(A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta
(D) A III e IV são corretas. 
LÍNGUA PORTUGUESA
29
25. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que 
ainda suja o Brasil”:
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem proble-
mas no desenvolvimento do assunto. 
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta 
problemas no uso de conjunções e preposições. 
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das clas-
ses de palavras e da ordem sintática. 
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão 
temática e bom uso dos recursos coesivos. 
Analise as assertivas e responda:
(A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
(D) Somente a IV é correta.
Leia o texto abaixo para responder as questões.
UM APÓLOGO
Machado de Assis. 
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enro-
lada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que 
está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre 
que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. 
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual 
tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a 
dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa 
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ig-
nora que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um 
pedaço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, 
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço 
e mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo 
o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baro-
nesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baro-
nesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. 
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou 
da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra 
iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor 
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de 
Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? 
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; 
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando 
abaixo e acima…
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agu-
lha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o 
que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela 
não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo si-
lêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic 
da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para 
o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto 
acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, 
que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, 
para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vesti-
do da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui 
ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar 
da agulha, perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da 
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que 
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para 
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? 
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de 
cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agu-
lha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para 
ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha 
de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me 
disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agu-
lha a muita linha ordinária!
26. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de 
Assis e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as 
personagens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visu-
al, indique a opção em que a fala não é compatível com a asso-
ciação entre os elementos dos textos:
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. 
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou 
adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao 
que eu faço e mando...” (L.14-15)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
co? Não repara que esta distinta costureira só se importa 
comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a 
eles, furando abaixo e acima.” (L.25-26)
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para 
ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixi-
nha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para 
ninguém. Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
LÍNGUA PORTUGUESA
30
27. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar 
outros valores semânticos além da noção de dimensão, como 
afetividade, pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se 
afirmar que os valores semânticos utilizados nas formas diminuti-
vas “unidinha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
(A) dimensão e pejoratividade;
(B) afetividade e intensidade;
(C) afetividade e dimensão;
(D) intensidade e dimensão;
(E) pejoratividade e afetividade.
28. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alter-
nativa cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da ex-
pressividade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de 
nossa ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agu-
lha. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo 
um pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha or-
dinária!” (L.43)
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
co?” (L.25)
29. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de 
modo metafórico, considerando as relações existentes em um 
ambiente de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a 
uma ideia presente no texto:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação 
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação 
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de traba-
lho, cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente co-
letivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes 
do sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, 
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.
GABARITO
1 D
2 A
3 E
4 A
5 C
6 E
7 B
8 E
9 A
10 D
11 E
12 A
13 A
14 D
15 A
16 E
17 B
18 B
19 E
20 A
21 E
22 D
23 E
24 C
25 D
26 E
27 D
28 D
29 D
BIOLOGIA
1. Citologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Diversidade Dos Seres Vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Fisiologia Humana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4. Genética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5. Citogenética E Evolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
BIOLOGIA
1
CITOLOGIA 
Em 1663, Robert Hooke colocou fragmentos de cortiça sob 
a lente de um microscópio e, a partir de suas observações, nas-
cia a biologia celular. Esse ramo da ciência, também conhecido 
como citologia, tem como objeto de estudo as células, abran-
gendo a sua estrutura (morfologia ou anatomia) e seu funcio-
namento (mecanismos internos da célula). A citologia se torna 
importante por, em conjunto com outras ferramentas ou não, 
buscar entender o mecanismo de diversas doenças, auxiliar na 
classificação dos seres e, também, por ser precursora ou co-
nhecimento necessário de diversas áreas da atualidade, como 
a biotecnologia. Por essa razão, diversos conteúdos da biologia 
celular estão intimamente relacionados com os da biologia mo-
lecular, histologia, entre outras.
Esquema de uma célula animal e suas organelas. Ilustração: 
master24 / Shutterstock.com [adaptado]
As células são a unidade fundamental da vida. Isso quer 
dizer que, com a exceção dos vírus, todos os organismos vivos 
são compostos por elas. Nesse sentido, podemos classificar os 
seres vivos pela sua constituição celular ou complexidade estru-
tural, existindo os unicelulares e os pluricelulares. Os organis-
mos unicelulares são todos aqueles que são compostos por uma 
única célula, enquanto os pluricelulares, aqueles formados por 
mais de uma. Com relação a seu tamanho, existem células bem 
pequenas que são visíveis apenas ao microscópio, como bacté-
rias e protozoários, e células gigantes visíveis a olho nu, como 
fibras musculares e algumas algas.
Assim como acontece com o tamanho, as células se apre-
sentam em diversas formas: retangulares, esféricas, estreladas, 
entre outras. Isso ocorre porque a forma é um reflexo da função 
celular exercida, por exemplo, as fibras musculares são afiladas 
e longas, o que é adequado ao caráter contrátil das mesmas. 
Entre os diversos tamanhos e formas celulares, basicamente, 
existem apenas duas classes de células: as procariontes, nas 
quais o material genético não é separado do citoplasma, e as 
eucariontes, cujo núcleo é bem delimitado por um envoltório 
nuclear denominado carioteca. Em resumo, pode-se dizer que 
a diferença entre as classes reside na complexidade das células.
As células procariontes têm poucas membranas, em geral, 
apenas a que delimita o organismo, denominada de membrana 
plasmática. Os seres vivos que possuem esse tipo de célula são 
chamados de procariotas e o grupo representativo dessa classe 
é o das bactérias. Já as células eucariontes são mais complexas e 
ricas em membranas, existindo duas regiões bem individualiza-
das, o núcleo e o citoplasma. Assim, os portadores dessa classe 
de células são denominados eucariotas, existindo diversos re-
presentantes desse grupo, como animais e plantas, por exemplo.
A constituição de cada célula varia bastante de acordo com 
qual sua classe, tipo e função. Isso ficará mais claro a seguir. 
Para fins didáticos, separemos a célula em três partes: mem-
brana plasmática, estruturas externas à membrana e estruturas 
internas à membrana. A membrana plasmática ou celular é o 
envoltório que separa o meio interno e o meio externo das cé-
lulas. Ela está presente em todos os tipos celulares e é formada 
por fosfolipídios e proteínas. Essa membrana possui uma carac-
terística de extrema importância para a manutenção da vida, a 
permeabilidade seletiva. Isso quer dizer que tudo o que entra 
ou sai das células depende diretamente da membrana celular.
A estrutura supracitada
se trata de algo bastante delicado, 
por essa razão surgiram estruturas que conferem maior resis-
tência às células: a parede celular, cápsula e o glicocálix. A pare-
de celular é uma camada permeável e semi-rígida, o que confere 
maior estabilidade quanto a forma da célula. Sua composição é 
variada de acordo com o tipo da célula e sua função é relaciona-
da à proteção mecânica. Nesse sentido, as paredes celulares es-
tão presentes em diversos organismos, como bactérias, plantas, 
fungos e protozoários.
A cápsula, por sua vez, é um envoltório que ocorre em al-
gumas bactérias, em geral patogênicas, externamente à parede 
celular. Sua função também é a defesa, mas, diferentemente da 
parede celular, essa confere proteção contra a desidratação e, 
também, se trata de uma estrutura análoga a um sistema imune. 
Sob o aspecto morfológico, sua espessura e composição química 
são variáveis de acordo com a espécie, se tratando de um polí-
mero orgânico. Já o glicocálix se trata de uma camada formada 
por glicídios associados, externamente, à membrana plasmática. 
Embora não confira rigidez à célula, o glicocálix também tem 
uma função de resistência. Fora isso, ele confere capacidade de 
reconhecimento celular, barrar agentes do meio externo e reter 
moléculas de importância para célula, como nutrientes.
Com relação à parte interna da membrana celular, existe 
uma enorme diversidade de estruturas com as mais diferentes 
funções. Para facilitar a compreensão, pode-se dividir em cito-
plasma e material genético, esse que, nos procariotas, está solto 
no citoplasma. O material genético é composto de ácidos nucléi-
cos (DNA e RNA) e sua função é comandar a atividade celular. 
Por ele ser transmitido de célula progenitora para a progênie, 
é a estrutura responsável pela transmissão das informações he-
reditárias. Já o citoplasma corresponde a todo o restante, com-
posto pela matriz citoplasmática ou citosol, depósitos citoplas-
máticos e organelas.
O citosol é composto de água, íons, proteínas e diversas ou-
tras moléculas importantes para a célula. Por ser aquoso, ele é 
responsável por ser o meio em que ocorrem algumas reações 
e a locomoção dentro da célula. Quanto aos depósitos, esses 
são as concentrações de diversas substâncias soltas no citosol. 
A importância dessas estruturas tem relação com a reserva de 
nutrientes ou pigmentos. Por fim, as organelas não possuem 
conceituação bem definida, mas, grosso modo, são todas as es-
truturas internas com funções definidas, como ribossomos, mi-
tocôndrias, complexo de Golgi, retículos endoplasmáticos, entre 
outros. Suas funções variam desde a síntese protéica até a res-
piração celular.
Enfim, a citologia é uma extensa área da biologia que se co-
munica com outras disciplinas para concatenar os conhecimen-
tos a fim de utilizá-los nas ciências aplicadas, como ocorre na 
terapia gênica ou engenharia genética, por exemplo.
BIOLOGIA
2
DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
REINO VEGETAL E REINO ANIMAL
Reino Vegetal
As plantas são seres eucariontes e pluricelulares, assim sen-
do, são semelhantes aos animais. A diferença é que as plantas 
são capazes de realizar fotossíntese, pois são seres autótrofos. 
Isso significa dizer que os vegetais são capazes de converter a 
luz do sol em energia Vamos ver o slide e um vídeo logo abaixo. 
Logo depois e depois continue com o texto.
As plantas: importância ecológica
As plantas são organismos fotossintetizantes e multicelula-
res. Em seu corpo, as células estão organizadas em conjuntos 
com funções específicas, chamados tecidos. As algas e os fungos 
multicelulares, que estudamos nas unidades anteriores, não são 
formados por tecidos.
Por serem fotossintetizantes, as plantas são organismos au-
tótrofos, assumindo o papel de produtores nos ecossistemas, 
como as cianobactérias e as algas.
Os organismos fotossintetizantes possuem células que con-
têm o pigmento verde clorofila. Em algumas plantas podem exis-
tir outros pigmentos, de cores diferentes, que podem dar outra 
coloração a elas que não a verde. Assim, a cor predominante da 
planta pode não ser a verde, mas a clorofila está presente. Isso 
também ocorre com diversas espécies de algas.
Nos eucariontes fotossintetizantes, a clorofila se localiza no 
interior de organelas chamadas cloroplastos. Nas cianobacté-
rias, que são fotossintetizantes, mas procariontes, não há cloro-
plastos. Dizemos que os cloroplastos estão presentes em células 
eucarióticas de algas e plantas.
As células das plantas apresentam, além dos cloroplastos, 
uma parede celular externa à membrana plasmática, feita de 
celulose, que confere resistência à célula. Há também os vacúo-
los de suco celular, que são organelas nas quais a água é arma-
zenada. Dependendo da espécie de planta e do tecido vegetal, 
também podem existir pigmentos no vacúolo, como o pigmento 
avermelhado que dá cor às folhas da planta coração-de-maria.
Além da importância ecológica, as plantas têm, para o ser 
humano, grande valor econômico. Muitas espécies são utiliza-
das em nossa alimentação e, em função disso, cada vez mais 
são desenvolvidas técnicas agrícolas que visam melhorar a qua-
lidade e aumentar a produção. O Brasil, por exemplo, tornou-se 
grande g exportador de café, soja, mi- ! lho, laranja, manga, me-
lão e | várias outras plantas e seus 1 derivados, o que favorece a 
| economia de muitas cidades ° e estados brasileiros.
Há espécies de plantas utilizadas como matéria-prima na 
produção de remédios e outras, ainda, que fornecem madeira, 
utilizada na fabricação de móveis, casas, pontes e dormentes de 
ferrovias, por exemplo.
O Brasil é um país muito rico em relação a biodiversidade de 
plantas. Há especialmente 6 biomas brasileiros que merecem 
ser estudados.
Um fato interessante sobre as plantas é que elas tem capa-
cidade de movimento. Entre eles podemos destacar o tropismo, 
tactismo e nastismo. Esses movimentos são fundamentais para 
as plantas.
A classificação das plantas
Resumidamente podemos classificar assim as plantas.
• Filo Hepatophyta – são as hepáticas
• Filo Bryophyta – os musgos
• Filo Anthocerophyta – antóceros
• Filo Pterophyta – avencas e samambaias
• Filo Sphenophyta – cavalinha
• Filo Lycophyta – os licopódios e selaginelas
• Filo Psilotophyta – psilotáceas
• Filo Coniferophyta – coníferas, pinheiros e ciprestes
• Filo Gnetophyta – gnetáceas
• Filo Cycadophyta – cicas
• Filo Ginkgophyta – gincobilobas
• Filo Magnoliophyta ou Anthophyta – árvores, gramíneas, 
etc.).
A classificação procura refletir a evolução das plantas. As-
sim, o cladograma a seguir representa as relações evolutivas en-
tre os filos que formam o reino das plantas: briófitas, hepatófi-
tas, antocerófitas, pteridófitas, licófitas, shenófitas, psilotófitas, 
gimnospermas e angiospermas. Note que o grupo das plantas, 
tão diversificado, é descendente de um grupo ancestral relacio-
nado com as algas verdes.
Veja na figura abaixo um cladograma resumido do Reino 
Plantae. Observe que está sendo considerado os grupos mais 
abundantes e estudados que são as briófitas, pteridófitas, gim-
nospermas e angiospermas.
Criptógamas e Fanerógamas
Podemos dividir as plantas em dois grandes grupos: as Crip-
tógamas e Fanerógamas. Mas quais é a diferenças entre criptó-
gamas e fanerógamas?
Criptógamas
São as plantas que não possuem flores. Nesse grupo temos 
as briófitas e pteridóftas. São os vegetais mais simples e tam-
bém os mais dependentes de água.
Fanerógamas
São as plantas que realizam a sua reprodução sexuada atra-
vés de flores. Flores nada mais são que os órgãos sexuais das 
plantas. No caso, das gimnospermas e angiospermas.
Briófitas
As briófitas são plantas sem vasos especializados para o 
transporte de seiva. Elas ocorrem geralmente em ambientes 
úmidos e abrigados da luz direta. São exemplos de briófitas os 
musgos e as hepáticas.
Assim como todas as plantas, as briófitas possuem alternân-
cia de gerações em seu ciclo de vida. Em uma geração, há produ-
ção de gametas (geração ga- metofítica) e, em outra geração,
há 
produção de esporos (geração esporofítica).
BIOLOGIA
3
Os gametas são células destinadas à reprodução sexuada. Um gameta masculino une-se a um feminino no processo da fecun-
dação, dando origem ao zigoto, a partir do qual se desenvolve um novo indivíduo.
Os esporos são células reprodutivas especiais e cada um dá origem a um novo indivíduo.
Na geração gametofítica, os indivíduos são chamados gametófitos; na geração esporofítica, os indivíduos são chamados espo-
rófitos.
A figura a seguir ilustra e descreve o ciclo de vida de um musgo, que é uma briófita
Pteridófitas
As pteridófitas sáo plantas que possuem vasos condutores de seiva, porém sua reprodução depende da água para o desloca-
mento dos gametas masculinos, como acontece com as briófitas. São exemplos de pteridófitas as samambaias e as avenças, comuns 
nas matas tropicais e muito usadas como plantas ornamentais.
As folhas jovens das pteridófitas formam os báculos – estruturas semelhantes a cajados, bastões de extremidade recurvada. 
Quando se desenvolvem, as folhas jovens crescem e se desenrolam. Na face inferior, as folhas maduras apresentam estruturas for-
madoras de esporos, os quais ficam reunidos formando os soros.
Os esporos são liberados e, ao germinar, dão origem ao gametófito, que nesse grupo é denominado prótalo. Em um mesmo 
prótalo desenvolvem-se as estruturas produtoras de gametas (gametângios) femininos e masculinos. O deslocamento dos gametas 
masculinos até os femininos, que são imóveis, é feito batimento de flagelo que depende da água, como já comentamos. Depois da 
fecundação do gameta feminino pelo gameta masculino, forma-se o embrião, que dará origem ao esporófito, reiniciando o ciclo de 
vida.
Representação esquemática do ciclo de vida de uma pteridófita. Estruturas representadas em diferentes escalas.
BIOLOGIA
4
Gimnospermas
As gimnospermas sáo plantas vasculares e de grande porte. Ao contrário das briófitas e das pteridófitas, elas apresentam 
independência da água para se reproduzir. Por isso, as gimnospermas são amplamente distribuídas no ambiente terrestre. São 
abundantes principalmente em regiões temperadas, onde formam vegetações como as das florestas boreais (taiga) no Hemisfério 
Norte, nas quais predominam os pinheiros, e a Mata de Araucárias na Região Sul do Brasil. São também exemplos de gimnospermas 
as cicas e as sequoias, entre outras.
Nas gimnospermas, as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada encontram-se reunidas em estróbilos. Nos estróbilos 
masculinos são formados os grãos de pólen que vão originar gametas masculinos. Estes não são flagelados. Nos estróbilos femininos 
são formados os gametas femininos.
O gameta feminino fica no interior do óvulo. Após a fecundação, há formação do embrião e o óvulo transforma-se em semente, 
cuja função é proteger o embrião e fornecer-lhe alimento.
A denominação gimnospermas deriva do fato de as sementes serem nuas, isto é, não abrigadas no interior de frutos {gymnos 
= nu; spermae = semente).
Na gimnosperma mais conhecida do Brasil, o pinheiro-do-paraná, as sementes são os pinhões e o estróbilo feminino que con-
tém as sementes se chama pinha.
Nas gimnospermas, o grão de pólen é transportado pelo vento. Após a polinização, o grão de pólen desenvolve uma estrutu-
ra chamada tubo polímco, que transporta o gameta masculino até o feminino. O tubo polínico é fundamental para a reprodução 
das fanerógamas, ou seja, das angiospermas e das gimnospermas, pois ele leva o gameta masculino (que não é flagelado) até o 
feminino, sem necessidade de meio líquido. O surgimento dessa estrutura foi importante para a evolução das plantas, permitindo 
a conquista de ambientes terrestres mesmo sem umidade elevada. Ocorrendo a fecundação, forma-se o embrião, e o óvulo trans-
forma-se em semente.
Representação esquemática mostrando o ciclo de vida de uma gimnosperma. Estruturas em diferentes escalas.
Angiospermas
Nas angiospermas, as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada encontram-se reunidas nas flores.
As flores completas são formadas pelo pedúnculo e pelo receptáculo, onde se inserem os verticilos, que são:
• cálice: conjunto de sépalas, geralmente verdes;
• corola: conjunto de pétalas, que podem apresentar várias cores;
• androceu: formado pelos estames;
• gineceu: formado por um ou mais pistilos.
BIOLOGIA
5
O estame é composto pelo filete e pela antera, no interior da qual se formam os grãos de pólen.
O pistilo é composto pelo ovário e pelo estilete, cujo ápice é o estigma. No interior do ovário situa-se o óvulo.
Há flores que apresentam apenas o androceu ou o gineceu, sendo, portanto, flores masculinas ou flores femininas, respectiva-
mente. A maioria delas, entretanto, possui androceu e gineceu na mesma flor.
Na maioria das angiospermas, a polinização é realizada por animais, principalmente insetos e aves.
Após a fecundação, com o desenvolvimento do embrião, os tecidos do óvulo tornam- -se desidratados e impermeáveis, e a 
estrutura toda passa a ser denominada semente.
À medida que a semente se forma, a parede do ovário também se desenvolve, dando origem ao fruto, que é formado, portanto, 
pelo desenvolvimento do ovário. As sementes ficam, assim, abrigadas no interior de frutos. Daí provém a denominação angiosper-
mas angio = urna; spermae = semente).
Ao germinar, a semente dá origem à planta jovem (plântula), que se desenvolve, tornando-se uma planta adulta.casos, as flores 
geralmente possuem características que atraem esses animais: podem ser vistosas, coloridas, exalar odor característico, produzir 
substâncias nutritivas. Essas substâncias nutritivas constituem o néctar, que é produzido nos nectários, na maioria das vezes loca-
lizados no interior da flor.
Reino Animal
O Reino Animal é sem dúvida fascinante. Também é conhecido como Reino Animalia ou Reino Metazoa. Possui imensa diver-
sidade e complexidade de organismos. Contar a história deste Reino é contar uma boa parte da história natural de nosso planeta. 
Vamos ver primeiro uma vídeo-aula e um slide e depois falamos um pouco mais no texto abaixo.
BIOLOGIA
6
Os animais são seres eucariontes, ou seja, possuem em suas células um núcleo individualizado, que tem a finalidade de prote-
ger o DNA. São heterotróficos, isto quer dizer que não são capazes de produzir o próprio alimento.
No Reino Animal podemos encontrar desde seres microscópicos, como um ácaro, pequenos crustáceos e nematódeos e até um 
gigante pesando várias toneladas como é o caso da baleia azul ou um elefante. Em relação ao comportamento, seu nicho ecológico, 
habitats são tão diversos que parece em algumas vezes que determinados seres não podem estar no mesmo reino. Um exemplo 
disso são os poríferos, representados pelas esponjas do mar, que possuem uma estrutura orgânica extremamente simples, não 
possuem nem órgãos, nem tecidos bem definidos e sequer podem se locomover por conta própria. Quando comparamos com um 
leão, que possui um organismo altamente complexo com vários tipos celulares, estes dois animais parecem serem de reinos com-
pletamente distintos. Por isso o Reino Animal é dividido em dois sub reinos, invertebrados e vertebrados e em diversos filos.
Características gerais do reino animal.
De forma resumida, podemos dizer que os representantes do Reino Animal são eucariontes, pluricelulares, heterótrofos ae-
róbios. Isso é o mesmo que dizer que possuem várias células com seu DNA protegida pelo núcleo, precisam procurar alimentos e 
necessitam de oxigênio para realizar suas atividades.
Um erro muito comum na caracterização do Reino Animas é fazer uma oposição ao Reino Plantae, em que , se os vegetais não 
se locomovem por conta própria os animais se locomovem. Esse é um erro, pois há animais que são sésseis, ou seja, não se loco-
movem, como é o caso dos poríferos.
Logo abaixo veja alguns tópicos das características gerais do animais.
• Animais são Eucariontes –> no interior das células há um núcleo que tem como uma das funções a proteção do DNA.
• São Pluricelulares –> ou seja,
são organismo formados por várias células.
• São Heterótrofos: isso significa dizer que os seres do reino animal necessitam ingerir outros seres vivos, justamente porque 
são incapazes de produzir seu próprio alimento.
• Animais são Aeróbicos –> isso quer dizer que utilizam oxigênio retirado ou da água ou do ar. Fazem isso pra realizar a respi-
ração celular.
• Reprodução Sexuada –> é aquela em que existe o encontro do gameta feminino com o gameta masculino. Nos animais o 
gameta masculino se chama espermatozoide e o feminino se chama óvulo. em alguns animais hermafrodita pode acontecer a auto-
fecundação. Alguns invertebrados também podem se reproduzir de maneira assexuada.
• Ausência de Clorofila –> por serem exclusivamente heterótrofos você nunca irá encontrar um animal com clorofila.
Sub reinos do Reino Animal
O mundo da zoologia pode ser dividido em dois sub reinos, sendo eles os invertebrados e os vertebrados
Invertebrados
Os invertebrados,como o próprio nome diz, são aqueles que não possuem vértebras. a maioria dos animais são invertebrados. 
Os insetos, moluscos, águas vivas, minhocas, corais, aranhas, estrelas do mar, vermes. Todos eles fazem parte deste sub Reino. Para 
ser mais específico vejamos quais os filo que compões os invertebrados.
• Poríferos
• Cnidários ou celenterados
• Platelmintos
• Nematódeos
• Anelídeos
• Moluscos
• Artrópodes
• Equinodermos
BIOLOGIA
7
Vertebrados
São todos os seres do Reino Animal que possuem uma coluna vertebral, como nós, seres humanos. são exemplos de vertebra-
dos os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Há exemplares aquáticos e terrestres e se distribuem por quase todo o globo 
terrestres.
Evolução do Reino Animal
Os fósseis animais mais antigos já encontrados datam do período pré-cambriano, entre 640 a 550 milhões de anos atrás. Esses 
fósseis mostram animais muito simples que não possuem sequer um esqueleto duro para sua sustentação. Tão simples que nem 
mesmo possuem órgãos ou tecidos bem definidos.
Fósseis de animais com esqueleto duro são datado do período Cambriano onde ocorre um grande aumento na diversidade de 
fósseis. Nesse período podemos encontrar fósseis de vários filos animais que encontramos hoje em dia. Veja abaixo uma imagem 
com uma árvore filogenética contando um pouco da história da evolução dos animais.
Principais Filos do Reino Animal
Vamos começar dos seres com estruturas mais simples para os mais complexos. Seguindo a lógica evolutiva os animais mais 
simples foram os primeiros a surgirem no planeta Terra.
Poríferos
BIOLOGIA
8
Os poríferos são os animais mais antigos que conhecemos. Sua 
estrutura é muito simples, pois não possem órgão e nem tecidos 
definidos. São sesseis e em seu organismos estão presentes poros 
que realizam a filtragem da água pra obtenção de alimentos. Devi-
do a presença de poros por todo o seu corpo são chamado de porí-
feros. Também podemos encontrar o nome Animais Espongiários.
A saída de água recebe o nome de ósculo e também pode-
mos citar as células coanócitos e pinacócitos nesses animais.
Cnidários ou celenterados
Os cnidários são também criaturas bem simples. São ani-
mais importantíssimos para a ecologia marinha, pois os corais 
fazem parte deste filo. Os mais conhecidos são as águas vivas, as 
anêmonas do mar e a hidra, que é a única representante de água 
doce. Os cnidários também são conhecidos como celenterados.
Os celenterados (cnidários também podem ser chamados 
de celenterados) possuem um sistema digestório incompleto, 
ou seja, o alimento entra cavidade oral e os detritos do processo 
digestivos e saem pelo mesmo lugar.
Estes animais possuem um tipo celular chamado cnidócito 
que é utilizado para armazenar e injetar veneno em presas ou 
em predadores. Um dos animais mais venenosos do mundo, a 
vespa do mar ou jellyfish, é um exemplo de cnidário.
Platelmintos
Os platelmintos é o filo dos vermes achatados e alguns de 
seus representantes podem causar algumas doenças em seres 
humanos. Possuem um par de olhos muito simples, vivem em 
ambientes aquáticos ou muito úmidos. O principal representan-
te desse filo são as planárias, as tênias e o esquistossomo.
Suas verminoses estão geralmente associadas ao baixo sa-
neamento básico e aparecem em regiões onde não há o devido 
tratamento de água. Doenças como esquitossomose, teníase e 
cisticercose estão entre algumas verminoses causados por ani-
mais desse filo.
São os primeiros animais a apresentarem sistema nervoso 
ganglionar, ou seja, há o aparecimento de gânglios nervosos na 
região da cabeça.
Nematoides
As lombrigas, o ancilostoma, são os representantes mais 
conhecidos. Podem causar doenças tanto em humanos e em 
outros animais. Outras doenças causadas por nematoides são a 
ancilostomose e a filariose mais conhecida popularmente como 
elefantíase. Verminoses como o bicho geográfico erroneamente 
chamado de micose também é causada por estes animais.
Possuem aproximadamente 90 mil espécies já catalogadas e 
podem ser de vida livre ou parasitas
São os primeiros animais a apresentarem sistema digestório 
completo, com boca e ânus bem definidos.
Anelídeo
As minhocas são os representantes mais conhecidos. San-
guessugas e poliquetas são os outros representantes. Uma ca-
racterística marcante nesses animais é a presença de anéis por 
todo o corpo daí vem o nome do filo.
O Filo dos anelídeos é o primeiro do Reino animal em que 
a circulação aparece vários corações rudimentares bombeiam o 
sangue que possui hemoglobina pelo corpo do animal. Seu siste-
ma digestório é completo pois possui boca e ânus.
As minhocas desempenham um papel ecológico muito im-
portante na saúde do solo. Como diz o ditado, “solo bom é solo 
com minhoca” vem do fato desses animais digerirem os resto de 
matéria orgânica e transformar em húmus, além de fazer túneis 
no solo que possibilita a circulação do ar.
BIOLOGIA
9
Moluscos
Os Moluscos são animais que podem ser encontrados tanto 
em ambientes aquáticos quanto terrestres. São animais de cor-
po mole. Entre alguns de seus representantes marinhos estão o 
polvo, a lula, ostras e mexilhões . As lesmas caracóis são terres-
tres porém precisam de um ambiente úmido, pois sua respira-
ção se dá pela pele.
Os moluscos possuem um sistema nervoso bastante desen-
volvido, seu sistema digestório é completo e também possuem 
um sistema circular fechado.
Possuem uma grande importância econômica, pois podem 
ser utilizados como alimentos e como ornamentos. há os que 
causam prejuízo e doenças também.
Os moluscos podem ser divididos em três classes principais: 
os cefalópodes, gastrópodes e bivalves
Artrópodes
Os artrópodes são o maior grupo dentre todos os animais. 
São os mais abundantes e podem ser considerados como um 
verdadeiro sucesso evolutivo devido a sua distribuição em todos 
os cantos do globo terrestre. O nome artrópode vem do fatos 
que esses animais possuem pés articulados. Há 3 classes princi-
pais, sendo elas a dos Insetos, aracnídeos e crustáceos.
Esses possuem como características um forte exoesqueleto, 
a presença de apêndices motores articulados, que alias, por essa 
característica, dá nome ao filo. Outra característica marcante é 
fenômeno da muda ou ecdise, que consiste na troca do exoes-
queleto de tempos em tempos para permitir que o animal con-
tinue crescendo.
Em relação a sua fisiologia e anatomia, possuem sistema di-
gestório completo e a presença dos sistemas circulatório, respi-
ratório excretor e nervoso.
Equinodermos
Equinodermo são os animais de pele dura e seus repre-
sentantes mais conhecidos são as estrelas do mar, as bolachas 
do mar e o ouriços. Possuem sistema digestivo completo e sua 
respiração se dá por meio de branquias. São animais exclusiva-
mente marinhos e bentônicos. Possuem um sistema único no 
Reino Animal, é o sistema ambulacral, que permite a locomoção 
e alimentação do animal. Possuem um endoesqueleto calcário 
revestido por uma membrana epidérmica muito fina.
O filo dos equinodermos está dividido em cinco classes.
Pepinos 
do mar, lírio do mar e ofiuro são exemplares de animais deste filo.
Cordados
Os cordados são os representantes vertebrados do Reino 
Animal. São os que possuem maior complexidade orgânica do 
reino. Alguns de seus representantes possuem sangue frio e ou-
tros podem regular a própria temperatura. Nos seres humanos 
fazemos parte do filo dos cordados, cuja característica comum a 
todos e possuir notocorda em alguma fase do desenvolvimento 
da vida. São 5 as classes desse filo sendo ela os peixes, anfíbios, 
répteis, aves e mamíferos.
Na pré-história o homem vivia em pequenas tribos, nô-
mades, coletoras e caçadoras. Para garantir sua sobrevivência, 
desde as mais antigas civilizações, o homem tem se preocupado 
em compreender o ambiente onde vive. Procurou entender as 
forças da natureza, as relações dos animais, o ciclo das plantas.
Assim, por exemplo, ele relacionou as variações climáticas 
com as alterações na vegetação e nos hábitos dos animais, o que 
conduziu ao aparecimento da agricultura.
A evolução das sociedades humanas na Terra está intima-
mente ligada à busca de fontes energéticas pelo homem. A 
primeira fonte utilizada foi a energia solar (radiante). Com o 
domínio do fogo, uma nova fonte energética, o homem apri-
morou a cerâmica. Passou também a trabalhar com metais e 
com eles fabricar ferramentas mais eficientes, ampliando o seu 
domínio sobre a natureza de um modo geral.
BIOLOGIA
10
Com o crescimento populacional e o desenvolvimento da 
agricultura, o homem passou a viver em sociedades maiores. As 
cidades foram criadas, a divisão de trabalho aumentou, os trans-
portes terrestres e marítimos se desenvolveram. A necessidade 
de organizar a produção se fez sentir de modo cada vez mais 
forte.... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/discipli-
nas/ciencias/ecologia-1-o-que-e-ecologia-e-o-que-ela-estuda.
htm?cmpid=copiaecola
No século 18 foi inventada a máquina a vapor e iniciou-se a 
Revolução Industrial, o que acelerou muito o processo de pro-
dução.
Fontes de energia 
A necessidade do uso de lenha como fonte energética lev-
ou a sua escassez em algumas regiões. Novas fontes de energia 
passaram a ser buscadas e utilizadas. A partir do século 16, com 
a urbanização acelerada, a extração de carvão mineral se expan-
diu.
No século 19, o homem conheceu e aprendeu a lidar com 
a eletricidade. Criou a lâmpada, a usina hidroelétrica, o motor 
elétrico e o trem elétrico. Apareceram também os motores à 
combustão e com isso os primeiros automóveis.
Desde o início do século 20, a humanidade tem transforma-
do o nosso planeta de forma drástica. O crescimento industrial, 
agrícola, as inovações tecnológicas, o consumo de bens e recur-
sos têm interferido profundamente no meio ambiente. Surgiram 
então os grandes problemas ambientais.
Problemas ambientais 
Em função de problemas como a poluição, o efeito estufa 
e as mudanças climáticas, faz-se necessário conhecer melhor o 
meio em que vivemos para podermos continuar sobrevivendo 
na Terra. O estudo da ecologia tornou-se, na atualidade, uma 
questão de sobrevivência. 
Alguns setores da sociedade tomaram consciência do prob-
lema e passaram a promover discussões na busca de um desen-
volvimento que proteja e preserve os recursos naturais e a qual-
idade de vida da população. Porém, as melhorias nesse sentido 
ainda são insuficientes.
Desde então, a palavra ecologia passou a ser amplamente 
utilizada nos meios de comunicação, em vários sentidos. Fala-se 
muito em atividades ou produtos ecológicos - turismo ecológico, 
detergente ecológico, etc. A palavra ecologia entrou na moda.
Não confunda ecologia com meio ambiente 
É correto falar preserve o meio ambiente. No entanto, por 
vezes, nos deparamos com a expressão: «Preserve a ecologia». 
Como é possível preservar o estudo das relações dos seres 
viventes entre si e com os demais componentes do ambiente 
vivos e não vivos? Podemos valorizar esse estudo, divulgá-lo, de-
senvolvê-lo, mas o que se quer preservar é o meio, o ambiente e 
não a ecologia propriamente dita.
Fala-se também de produtos ecológicos: sabão ecológico, 
roupa ecológica, aquecedor ecológico, passeio ecológico.
Ecologia é assunto de interesse público 
A ecologia é também foco de interesse público. Para se 
tomar certas decisões político-administrativas muitas vezes 
recorre-se à ecologia. Regiões de terras próximas a nascentes 
de rios ou a encostas marítimas são ou não liberadas para ocu-
pação humana após uma avaliação do impacto ambiental que 
isso poderá gerar.
Como ciência pura, a ecologia procura entender os desequilíbri-
os, o equilíbrio e as modificações da matéria e da energia na na-
tureza. Como ciência aplicada a ecologia procura descobrir como as 
condições essenciais para a vida podem ser mantidas atualmente.
Níveis de organização
Ao estudar ecologia é importante saber que ela se divide em 
níveis de organização, que se dividem em população, comunida-
de, ecossistemas e biosfera.
População
A população representa o conjunto de organismos da mes-
ma espécie que vivem juntos e apresentam maiores chances de 
reprodução entre si.
Inicialmente, essa organização era utilizada apenas para 
grupos humanos, depois foi ampliado para qualquer grupo de 
organismos.
As espécies, por sua vez, são os organismos com caracterís-
ticas genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indiví-
duos da mesma espécie gera descendentes férteis. Exemplos: 
caranguejos, ursos, pau-brasil, etc;
Comunidade
A comunidade representa o conjunto das populações que 
vivem numa mesma região, no qual vivem em determinado lo-
cal, com condições ambientais específicas e interagindo entre 
si. Também chamado de comunidade biológica, biocenose ou 
biótopo.
Como exemplo de comunidades pode ser citado as aves, in-
setos e plantas de uma região.
Ecossistemas
O ecossistema é o conjunto de comunidades que interagem 
entre si e com o ambiente. Ele é formado pela interação de bio-
cenoses e biótopos.
A reunião de diferentes ecossistemas é conhecido como bio-
ma e nele estão reunidas características próprias de diversidade 
biológica e condições ambientais.
Alguns exemplos de biomas brasileiros são: a Mata Atlânti-
ca, o Cerrado e a Amazônia.
Biosfera
A biosfera é o nível mais amplo, pois ele corresponde ao 
conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do 
planeta, ou seja, o local onde estão todos os seres vivos. É a 
reunião de toda a biodiversidade existente na Terra.
A biodiversidade, por sua vez, significa a variedade de vida 
existente, englobando toda a riqueza das espécies.
Conceitos básicos da ecologia
Para melhor compreensão do mundo vivo, além dos níveis 
de organização, a ecologia moderna abrange diversos conceitos 
que são fundamentais.
Conheça a seguir o seguir as definições dos principais con-
ceitos que a ecologia estuda.
Habitat
O habitat é o ambiente físico em que vivem determinadas 
espécies. As condições do ambiente dependem de fatores abió-
ticos que afetam diretamente os seres vivos presentes.
Alguns exemplos são: o habitat do leão, as savanas e, o ha-
bitat do tatu, as florestas.
BIOLOGIA
11
Nicho ecológico
O Nicho Ecológico representa os hábitos e o modo de vida dos animais que representam seu nicho.
Por exemplo: no grupo dos leões são as leoas que caçam e cuidam dos filhotes, enquanto os machos defendem de invasores.
Fatores bióticos e abióticos
Os fatores bióticos e abióticos são os seres vivos e não vivos de um ecossistema e são interdependentes.
Os seres vivos representam os componentes bióticos, como as plantas, animais e bactérias. Já o conjunto de componentes físi-
cos e químicos do meio, tais como umidade, temperatura e luminosidade são os componentes abióticos.
Relações ecológicas
As relações ecológicas são as interações que ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecossistemas.
Elas podem ser entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica) ou entre espécies diferentes (interespecíficas). E também 
podem ser benéficas (positivas) ou prejudiciais
(negativas) para as partes envolvidas.
Cadeia alimentar
A cadeia alimentar representa as relações alimentares entre os organismos da biota.
É através dos níveis tróficos da cadeia alimentar que é realizado o fluxo contínuo de energia e matéria.
Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos representam o processo realizado entre energia e a matéria, que por sua vez se movimentam pelo 
ambiente de forma cíclica, fazendo assim a ciclagem dos nutrientes essenciais à manutenção da vida.
Alguns exemplos dos ciclos biogeoquímicos são: ciclo do carbono, do nitrogênio, do oxigênio e da água.
Cadeias, teias e níveis tróficos
Na cadeia alimentar, organismos estabelecem relação de alimentação em um ecossistema. A cadeia é composta por produtores, 
consumidores e decompositores. No meio ambiente, os seres vivos interagem entre si, transferindo matéria e energia por meio de 
nutrição. Essa sequência de seres vivos em que um serve de alimento para o outro pode ser chamada tanto de cadeia alimentar 
quanto de teia alimentar, sendo essa última denominação no caso de cadeias alimentares interligadas.
Cada etapa da cadeia alimentar é chamada de nível trófico. Em um ecossistema, o primeiro nível trófico é representado pelos 
produtores, que nos ecossistemas terrestres são seres autotróficos fotossintetizantes ou quimiossintetizantes, as plantas e as 
bactérias do solo, respectivamente. Eles produzem sua própria matéria orgânica, que será utilizada pelo segundo nível trófico, os 
consumidores primários, cujos representantes principais são os herbívoros, como as capivaras, que dependem diretamente dos 
vegetais para sua nutrição. Os consumidores primários servem de alimento, ou melhor, são a presa para o terceiro nível trófico, os 
consumidores secundários, que são carnívoros e predadores como a onça, por exemplo.
Os onívoros podem participar tanto como consumidores primários, quanto como secundários, uma vez que se alimentam de 
vegetais e animais (caso do homem, por exemplo). A seguir, todos os próximos consumidores serão carnívoros e se alimentarão do 
nível trófico anterior. Ao final da cadeia alimentar, ocupando o último nível trófico, encontram-se os decompositores, que são os 
seres sapróbios ou saprófagos, principalmente os fungos e bactérias que vivem no solo e na água e são responsáveis por reciclar a 
matéria orgânica, que inclui dejetos dos seres detritívoros (como a minhoca e urubus) e cadáveres. 
Com a molécula de glicose (C6H12O6) ocorre a respiração celular (C6H12O6+6O2→6CO2+6H2O), que libera substâncias mine-
rais (gás carbônico e água) utilizadas pelos produtores (plantas) na fotossíntese.
Exemplo de cadeia alimentar (Foto: Colégio Qi)
Nos ecossistemas aquáticos, os principais produtores são as algas microscópicas, que formam o fitoplâncton e servem de ali-
mento para o zooplâncton, que são os consumidores primários representados pelos protozoários, pequenos invertebrados, dentre 
outros. Os peixes são considerados os consumidores secundários. Como consumidores terciários, encontram-se peixes maiores e 
até mesmo o homem. Assim como no ecossistema terrestre, no ambiente aquático os decompositores são os fungos e as bactérias.
Ao longo da cadeia alimentar, algumas substâncias tóxicas e não biodegradáveis se acumulam nos seres vivos, como metais 
pesados, por exemplo, mercúrio e chumbo. Conforme os níveis tróficos vão aumentando, há uma elevada concentração dessas 
substâncias no organismo dos seres vivos, tal processo é denominado bioacumulação ou magnificação trófica. Nos seres humanos, 
o efeito dessas substâncias tóxicas provocam diversas doenças como câncer, esterilidade e danos aos sistemas nervoso e muscular.
BIOLOGIA
12
Um exemplo de teia alimentar pode ser visto na imagem abaixo, que apresenta cadeias alimentares conectadas. 
Exemplo de teia alimentar, ligando várias cadeias. (Foto: Colégio Qi)
Relações ecológicas
Colméia: relação ecológica intraespecífica harmônica.
Seres vivos de uma mesma comunidade relacionam entre si e com o meio. Tal interação ocorre não só entre indivíduos da mes-
ma espécie (relações intraespecíficas), mas também de outras populações (relações interespecíficas); podendo consistir em laços 
benéficos, ou não. 
Relações ecológicas podem ser harmônicas ou desarmônicas. O primeiro caso ocorre quando ambos os indivíduos são benefi-
ciados; ou apenas um, mas sem causar dano ao outro. Já o segundo, quando isto não ocorre. 
Como relações intraespecíficas harmônicas, temos: 
- Sociedade: Representantes da mesma espécie cooperam entre si, por meio da divisão de trabalho. Ex: abelhas e cupins. 
- Colônia: Associação anatomicamente entre indivíduos, unidos entre si, e que podem desempenhar funções específicas. Ex: 
corais. 
BIOLOGIA
13
E as desarmônicas: 
- Canibalismo: Um indivíduo se alimenta de outro de sua espécie sendo este, geralmente, menos capaz. 
- Competição intraespecífica: Competição por território, parceiros reprodutivos, alimentos, dentre outros. 
Como relações interespecíficas harmônicas, temos: 
- Mutualismo: Ambas as espécies, associadas entre si, se beneficiam, sendo tal relação imprescindível à sobrevivência destas. 
Ex: liquens (fungos + algas). 
- Protocooperação: Ambas as espécies se beneficiam, mas sem estar dependentemente, e tampouco obrigatoriamente, unidas. 
Ex: Caranguejo-eremita e anêmonas-do-mar. 
- Inquilinismo: Uma espécie fornece proteção ou moradia à outra, sem se prejudicar. Ex: orquídeas epífitas. 
- Comensalismo: Um organismo se alimenta de restos da alimentação de outro. É uma relação que fornece benefícios apenas a 
uma espécie, enquanto a outra permanece indiferente. 
E as desarmônicas: 
- Amensalismo: O desenvolvimento ou próprio nascimento de indivíduos de uma espécie sendo prejudicado graças à secreção 
de substâncias tóxicas, produzidas por outra. Ex: secreção antibiótica dos Penicillium. 
- Herbivoria: Herbívoros se alimentam de partes ou mesmo de plantas inteiras. Ex: boi - capim. 
- Predatismo: Consiste na captura, morte e alimentação de suas presas. Ex: plantas carnívoras, aranhas e leões. 
- Parasitismo: Um parasita se alimenta de seu hospedeiro sem, necessariamente, levá-lo a óbito. Ex: carrapato (ectoparasita) e 
lombrigas (endoparasita). 
- Competição interespecífica: Disputa por recursos, entre espécies diferentes, geralmente de nichos ecológicos semelhantes. 
FISIOLOGIA HUMANA
O corpo humano é formado por vários órgãos e sistemas, que trabalham de maneira conjunta para garantir o funcionamento 
perfeito do organismo. Se observamos a nível microscópico, podemos perceber a presença de milhares e milhares de células, que 
formam os tecidos, os órgãos e os sistemas, característica essa que nos permite afirmar que os seres humanos são organismos 
pluricelulares.
Níveis de organização do corpo humano
O corpo humano pode ser analisado em diferentes níveis de organização. Podemos estudar as células, os tecidos, os órgãos ou 
ainda os vários sistemas. Considerando as células como o primeiro nível hierárquico de organização, temos:
As células são consideradas as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos. No nosso corpo, encontramos milhares de 
células e, por isso, somos classificados como organismos pluricelulares. As células encontradas no nosso corpo são eucariontes, ou 
seja, apresentam um núcleo definido e organelas membranosas.
Nos seres vivos pluricelulares, um grupo de células semelhantes e que desempenham a mesma função recebe o nome de teci-
do. Temos quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Os tecidos podem estar organizados em órgãos, que são definidos como agrupamentos de tecidos que desempenham algumas 
funções específicas. Os órgãos, por sua vez, podem estar interligados formando sistemas, que desempenham funções ainda mais 
complexas.
BIOLOGIA
14
O corpo humano apresenta vários órgãos, os quais apresentam funções
específicas para garantir o funcionamento do corpo como um todo.
Para entender melhor esses níveis, imaginemos,
por exemplo, os osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Essas células são 
do tecido ósseo, o qual é responsável por formar os ossos, órgãos que compõem o sistema esquelético. O sistema esquelético, 
juntamente a outros sistemas, tais como o digestório, muscular, cardiovascular e nervoso, formam o corpo humano.
→ Células do corpo humano
O corpo humano apresenta diversos tipos celulares, os quais desempenham as mais variadas funções. Veja a seguir alguns tipos 
celulares encontrados em nosso corpo e sua função.
•	 Adipócitos: células que armazenam gorduras.
•	 Célula de Schwann: produzem a bainha de mielina dos neurônios.
•	 Células beta: células do pâncreas responsáveis por produzir insulina.
•	 Condroblastos: células jovens do tecido cartilaginoso que formam a matriz da cartilagem.
•	 Condrócitos: células do tecido cartilaginoso, derivadas dos condroblastos, que ocupam lacunas na matriz da cartilagem.
•	 Espermatozoides: gametas masculinos.
•	 Hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos: células sanguíneas que garantem o transporte de oxigênio pelo corpo.
•	 Hepatócitos: células do fígado que sintetizam proteínas e a bile, além de garantir a detoxificação de várias substâncias.
•	 Leucócitos ou glóbulos brancos: células sanguíneas que atuam na defesa do organismo. Os tipos de leucócitos existentes 
são neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.
BIOLOGIA
15
No corpo humano, é possível observar diferentes tipos ce-
lulares.
•	 Neurônios: células responsáveis pela transmissão dos 
impulsos nervosos.
•	 Osteoblastos: células do tecido ósseo responsáveis por 
produzir a parte orgânica da matriz óssea.
•	 Osteócitos: células maduras do tecido ósseo que derivam 
de osteoblastos e são encontradas em lacunas na matriz óssea.
•	 Osteoclastos: células do tecido ósseo que atuam na 
reabsorção desse tecido.
•	 Ovócito: gameta feminino.
→ Tecidos do corpo humano
•	 Tecido epitelial: apresenta como característica mais 
importante a presença de células justapostas com pouca matriz 
extracelular. Pode ser classificado em dois tipos básicos: tecido 
epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular.
O tecido epitelial caracteriza-se pela presença de células 
próximas umas das outras.
•	 Tecido conjuntivo: apresenta como característica 
principal a presença de grande quantidade de matriz extracelular, 
característica essa que o diferencia do tecido epitelial. Existem 
vários tipos de tecidos conjuntivos, a saber: tecido conjuntivo 
propriamente dito, tecido adiposo, tecido sanguíneo, tecido car-
tilaginoso e tecido ósseo.
•	 Tecido muscular: destaca-se pela presença de células 
com capacidade de contração. Podemos classificar o tecido 
muscular em três tipos: muscular não estriado ou liso, muscular 
estriado esquelético e muscular estriado cardíaco.
O tecido muscular apresenta capacidade de contração e 
pode ser classificado em três tipos diferentes.
•	 Tecido nervoso: apresenta células capazes de captar, 
interpretar e transmitir os chamados impulsos nervosos.
Órgãos do corpo humano
Um órgão humano pode apresentar vários tecidos, como é 
possível perceber no esquema a seguir:
BIOLOGIA
16
Todos os órgãos do nosso corpo apresentam importância, 
mas alguns são vitais e outros não. Veja alguns exemplos a se-
guir.
•	 Bexiga: local de armazenamento da urina após a forma-
ção desse produto pelos rins.
•	 Coração: órgão responsável por impulsionar o sangue 
para o corpo. Graças a esse bombeamento, as células conseguem 
adquirir oxigênio e outros nutrientes necessários
•	 Esôfago: tubo muscular que garante que o alimento 
seja levado da boca para o estômago.
•	 Estômago: órgão do sistema digestório em que parte 
da digestão acontece. Ele é responsável por produzir o suco 
gástrico e transformar o bolo alimentar em quimo.
•	 Intestino delgado: onde acontece o fim do processo de 
digestão e a absorção de grande parte dos nutrientes retirados 
dos alimentos.
•	 Intestino grosso: onde acontece a absorção da água e 
a formação das fezes.
•	 Laringe: esse órgão do sistema respiratório une a farin-
ge à traqueia. É na laringe que se encontram as pregas vocais.
•	 Ovários: órgãos exclusivos das mulheres onde são 
produzidos gametas femininos e hormônios sexuais femininos.
•	 Pâncreas: glândula mista responsável por produzir suco 
pancreático e dois importantes hormônios (insulina e glucagon), 
que atuam na regulação da taxa de glicose no sangue.
•	 Pulmões: órgãos esponjosos do sistema respiratório 
ricos em alvéolos, que são os locais onde ocorrem as trocas 
gasosas.
 CARO(A) CANDIDATO(A) SEGUEM BAIXO ALGUNS DOS 
PRINCIPAIS SISTEMAS DO CORPO HUMANO, PORÉM OS DEMAIS 
SISTEMAS E INFORMAÇÕES PERTINENTES AO ASSUNTO DE 
CORPO E SAÚDE SE ENCONTRAM NO ITEM SOBRE FISIOLOGIA 
ANIMAL PARA COMPLEMENTAR SEUS ESTUDOS
Sistema Endócrino
O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsá-
veis pela produção dos hormônios que são lançados no sangue 
e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais 
atuam. Junto com o sistema nervoso, o sistema endócrino coor-
dena todas as funções do nosso corpo. O hipotálamo grupo de 
células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integra-
ção entre esses dois sistemas.
Controle hormonal
Hormônios são substâncias produzidas por glândulas 
especiais, chamadas endócrinas. Eles são liberados dessas 
glândulas diretamente nos líquidos corporais-sangue e linfa- 
e atuam em células-alvo geralmente distantes do seu local 
de produção. Uma vez recebidos pelo alvo, os hormônios 
desencadeiam uma série de reações químicas, exercendo ação 
de controle do metabolismo das células; seu efeito pode ser 
imediato ou levar vários dias para aparecer, persistindo por 
meses ou até anos, dependendo do hormônio.
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas exócri-
nas não produzem hormônios e liberam suas secreções por du-
tos ou canais, como é o caso das glândulas lacrimais, sudoríparas 
e salivares. Existe glândula mista, representada pelo pâncreas, 
que apresenta uma porção endócrinas que secreta hormônios e 
uma porção exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno 
através do duto pancreático.
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que também 
secretam hormônios, como é o caso do coração, do estômago, 
do intestino delgado e dos rins. Os hormônios secretados por 
esses órgãos geralmente apresentam efeitos locais. 
O controle hormonal é realizado pelo sistema endócrino, 
composto por glândulas e por outras estruturas com função en-
dócrina do nosso organismo.
A ação conjunta dos diversos hormônios e do sistema ner-
voso garante a coordenação e a harmonia das funções do nosso 
organismo.
Glândulas do Sistema Endócrino
As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes 
partes do corpo: hipófise, tireoide e paratireoides, suprarrenais, 
pâncreas e as glândulas sexuais.
Hipófise
A hipófise também denominada glândula pituitária, é uma 
pequena glândula com cerca de 1 cm de diâmetro. Aloja-se na 
sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cé-
rebro. Está localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao 
quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela haste pedún-
culo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura – máter. 
A hipófise é considerada uma glândula mestra, pois secreta hor-
mônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, 
sendo grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
A hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em 
duas partes (anterior e posterior). Cada parte será responsável 
por funções fisiológicas diferenciadas. Sendo assim, reconhece 
-se na hipófise:
-Adeno-hipófise (hipófise anterior):Secreta os hormônios 
que controlam o funcionamento de outras glândulas endócrinas, 
quando estimuladas a fazer isso pelo hormônios do hipotálamo.
-TSH (hormônio tireotrófico): hormônio que estimula e re-
gula a atividade da tireoide na produção dos hormônios T3 e T4;
-ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): que controla a ativi-
dade do córtex da
glândula suprarrenal;
-LH (hormônio luteinizante): hormônio que regula as ativi-
dades das gônadas masculinas e femininas, como a produção de 
testosterona nos testículos, indução da ovulação e formação do 
corpo lúteo.
-FSH (hormônio folículo-estimulante): hormônio que atua na 
produção dos folículos, nos ovários; e dos espermatozoides, nos 
testículos.
Somatotrofina, hormônio do crescimento ou GH: hormô-
nio que promove a captação de aminoácidos para a formação 
de proteínas. Com isso, esse hormônio atua no crescimento de 
todo o organismo, incluindo tecidos, ossos e cartilagens, pro-
movendo o aumento na estatura principalmente dos jovens na 
puberdade. Após a puberdade, a produção desse hormônio cai 
consideravelmente. Há casos em que, em virtude de uma dis-
função na hipófise, a pessoa continua a produzir esse hormônio 
mesmo após a puberdade. Quando isso ocorre, não há aumento 
da estatura, mas os ossos do crânio, da face, das mãos e dos pés 
aumentam, causando uma doença que chamamos de acrome-
galia.
O excesso do hormônio do crescimento provoca o aumento 
exagerado no tamanho do corpo, o que chamamos de gigantis-
mo; já a sua deficiência (que geralmente é causada por fatores 
genéticos), provoca o nanismo. Algumas crianças que têm de-
BIOLOGIA
17
ficiência na produção do hormônio do crescimento podem ser 
tratadas com injeções desse hormônio para promover o seu 
crescimento.
Prolactina: esse hormônio atua promovendo a produção de 
progesterona nos ovários femininos e também na produção de 
leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamen-
tação.
-Neuro- Hipófise (hipófise posterior): Só armazena 
hormônios produzido pelo hipotálamo.
O lado posterior é conectado à parte do cérebro chamada 
de hipotálamo através do infundíbulo. Os hormônios são feitos 
nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, e 
estes hormônios são então transportados pelos axônios das cé-
lulas nervosas em direção à hipófise posterior.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são:
-Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do útero du-
rante o parto, estimulando a expulsão do bebê. Em alguns casos, 
os médicos aplicam esse soro contendo ocitocina na mãe para 
estimular o parto. Esse hormônio também promove a liberação 
de leite durante a amamentação.
-ADH (hormônio antidiurético): esse hormônio atua no con-
trole da eliminação de água pelos rins, portanto tem efeito an-
tidiurético, ou seja, é liberado quando a quantidade de água no 
sangue diminui, provocando uma maior absorção de água no 
túbulo renal e diminuindo a urina. Quando o nível desse hor-
mônio está acima do normal, ocorre a contração das arteríolas, 
provocando um aumento da pressão arterial, por isso o nome 
vasopressina. Há casos em que a quantidade de ADH no organis-
mo da pessoa é deficiente, provocando excesso de urina e muita 
sede. A esse quadro damos o nome de diabetes insípida
Tireoide
A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta 
(com dois lobos- esquerdo e direito), que fica localizada na parte 
anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo 
de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas 
do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas 
(no adulto).
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, 
cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e de-
senvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ci-
clos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concen-
tração; no humor; e no controle emocional. É fundamental estar 
em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio 
e a harmonia do organismo.
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios vitais, 
sendo que os principais são a tiroxina (T4) e a triiodotironina 
(T3). Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo 
basal, ou seja, é ele que estimula as células a trabalharem e ga-
rante que tudo funcione corretamente no corpo.
A função dessa glândula é regulada por um mecanismo de 
auto controle que envolve o cérebro. Quando os níveis de hor-
mônios da tiroide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz 
um hormônio conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), 
que faz com que a glândula pituitária (adenoipóifise) libere o 
hormônio estimulador da tireoide (TSH) (figura 01).
Figura 01. Liberação dos hormônios tiroxina (T4) e triofoti-
ronina (T4) regulada pela hipófise.
Problemas relacionados a tireoide
Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândula 
para de funcionar corretamente, podendo produzir mais ou me-
nos hormônios do que o normal. Uma vez que a glândula tireoi-
de é controlada pela glândula pituitária no e pelo hipotálamo, 
distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a fun-
ção da tireoide.
-Hipertireoidismo
O hipertiroidismo, também conhecido como hiperfunciona-
mento da tiroide, é uma doença metabólica caracterizada pela 
produção excessiva de hormônios tireoidianos (chamados T3 e 
T4). Esses hormônios desempenham um papel fundamental da 
regulação do metabolismo, incluindo funções vitais como as fre-
quências cardíaca e respiratória. Se os hormônios T3 e T4 são 
produzidos em excesso, geram uma variedade de sintomas.
Os sintomas do hipertireoidismo, que se manifestam em vá-
rias semanas, podem ser os seguintes:
– nervosismo, tremores nas mãos
– Perda de peso;
– Transpiração excessiva: pele úmida, quente;
– Problemas psíquicos: ansiedade, distúrbios do sono;
– Palpitações e/ou um ritmo cardíaco mais acelerado;
– Distúrbios menstruais nas mulheres;
– Diarréia;
– Bócio (aumento do volume da glândula tireóide);
– olhos saltados (exoftalmia), nas pessoas atingidas pela 
doença de Basedow;
BIOLOGIA
18
– fadiga (falta de energia) e fraqueza– osteoporose– cabelos 
quebradiços e oleosos– dor muscular– unhas quebradiças.
-Hipotireoidismo
Assim como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo também 
causa um aumento de volume da tireóide. Contudo, esse au-
mento não é acompanhado de mais produção dos hormônios 
tireoidianos, mas sim pela queda na produção dos hormônios T3 
(triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Como outros males da tireóide, o hipotireoidismo é mais 
comum em mulheres, mas pode ocorrer em qualquer indivíduo 
independente de gênero ou idade. Os endocrinologistas orien-
tam mulheres, especialmente acima de 40 anos, a fazerem o au-
to-exame da tireóide regularmente. 
Entre os sintomas do hipotireoidismo estão:
Depressão
Desaceleração dos batimentos cardíacos
Intestino preso
Menstruação irregular
Diminuição da memória
Cansaço excessivo
Dores musculares
Sonolência excessiva
Pele seca
Queda de cabelo
Ganho de peso
Aumento do colesterol no sangue
Paratireoide
As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se lo-
calizam atrás da glândula da tireoide, na região do pescoço. Es-
sas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio 
(PTH) e são responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção 
da massa óssea.
O paratormônio é uma proteína com massa molecular de 
8.500 Da. Ele se liga a receptores em osteoblastos, sendo este 
um sinal para estas células produzirem um fator estimulante de 
osteoclastos que aumenta o número e atividade dessas células, 
promovendo assim a reabsorção da matriz óssea calcificada e 
a liberação de Ca2+ no sangue. Por outro lado, o aumento da 
concentração de Ca2+ suprime a produção de hormônio da pa-
ratireóide. A calcitonina produzida na glândula tireóide também 
influencia os osteoclastos, inibindo tanto sua ação de reabsor-
ção de osso como a liberação de Ca2+, diminuindo a concentra-
ção deste íon no plasma e estimulando a osteogênese, tendo, 
portanto, ação oposta a do paratormônio.
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmático, o 
hormônio da paratireóide reduz a concentração de fosfato san-
guíneo. Este efeito resulta da atividade do paratormônio em cé-
lulas dos túbulos renais, diminuindo a reabsorção de fosfato e 
aumentando sua excreção na urina. O paratormônio aumenta 
indiretamente a absorção de Ca2+ no trato digestivo, estimulan-
do a síntese de vitamina D, que é necessária para esta absorção. 
A secreção das células paratireóides é regulada pelos níveis san-
guíneos de Ca2+.
Hipoparatireoidismo
É a doença resultante da falta de produção de paratormônio 
pelas glândulas paratireóides. A falta desse hormônio causa a 
redução do cálcio no sangue.
Os sintomas são decorrentes da falta de cálcio: fraqueza, 
cãibras, sensação de formigamento no corpo e dormência nas 
mãos, espasmos involuntários dos músculos da face, e, mais ra-
ramente, malformações dos dentes e das unhas.
A causa mais frequente da doença é consequência da reti-
rada das paratireóides durante cirurgias, sejam elas para a re-
tirada de tumores de paratireóide ou em cirurgias de tireoide. 
A segunda causa mais frequente são doenças auto-imunes das 
paratireóides. As outras causas incluem doenças genéticas, ex-
posição à radiação, doenças infiltrativas e falta de magnésio.
Hiperparatireoidismo
É a doença resultante do excesso de produção de 
paratormonio pelas glândulas paratireóides. O excesso deste 
hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No en-
tanto, uma pequena parcela pode apresentar fraqueza, falta de 
apetite, náuseas, vômitos, intestino preso, confusão mental, de-
pressão, muita sede e muita vontade de urinar (poliúria). Além 
disso, os portadores de hiperparatireoidismo podem ter cálculos 
renais e osteoporose.
A causa mais frequente é o adenoma (tumor benigno) de 
uma das quatro glândulas paratireóides. A segunda causa mais 
frequente é um aumento das quatro glândulas da paratireóide, 
conhecido como “hiperplasia primária das paratireóides”. Rara-
mente o aumento de PTH é decorrente de um câncer maligno 
(carcinoma) de paratireóide.
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula anfícrena que pertence aos sis-
temas digestivo e endócrino, com cerca de 12,5 cm de compri-
mento, em forma de folha, situada atrás do estômago, entre a 
porção superior do intestino e o baço.
O pâncreas é composto por três regiões principais: cabeça, 
que é a parte que se encaixa no duodeno, o corpo e a cauda, que 
é a parte final.
BIOLOGIA
19
O pâncreas pode ser classificado de acordo com seu funcionamento:
-Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir em pedaços menores as proteí-
nas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar para o intestino, auxiliando na digestão dos alimentos e metabolismo dos 
nutrientes;
-Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na produção de hormônios, como a insulina e glucagon, os quais regulam a 
forma como o organismo utiliza os açúcares.
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino e endócrino são formados por células diferentes, por exemplo, o pâncreas 
endócrino é formado por conglomerados de células chamadas ácinos que irão produzir o suco pancreático. Misturados com os 
ácinos, encontram-se os Ilhotas de Langerhans, que são grupos isolados de células que produzem os hormônios que fazem o con-
trole dos níveis de açúcar no sangue.
Insulina
A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, que promove a entrada de glicose nas células e também desempenha papel 
importante no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existem algumas patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: 
diabetes, resistência à insulina e hiperinsulinemia. Conheça agora um pouco mais sobre a importância deste hormônio para nossa 
saúde.
Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos através dos alimentos (pão, massas, açúcares, cereais) são mais rapida-
mente convertidos em glicose quando precisamos de energia. Para a glicose penetrar em cada célula do corpo é necessário que haja 
insulina circulante, que faz com que o hormônio chegue aos receptores de insulina nas células (Figura 01).
BIOLOGIA
20
Figura 01. Mecanismo de penetração de glicose na célula
Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina também aumenta para que 
o excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células.
Diabetes
O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina 
exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas 
não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este 
hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao permitir 
que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se 
houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, 
o diabetes.
Diabetes tipo I
As células do pâncreas são incapazes de produzir insulina e se não há insulina circulante a absorção de glicose fica prejudicada 
e ocorre o aumento de glicose no sangue. Neste caso é necessário injetar insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo 
sangue.
Diabetes tipo II
As células musculares e adiposas são incapazes de utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, a glicose no sangue é 
pouco aproveitada por essas células.
Hiperinsulinemia
Algumas das causas da hiperinsulinemia são: obesidade, sedentarismo e consumo elevado de carboidratos refinados, que pro-
voca aumento de glicose no sangue e conseqüentemente aumento na produção de insulina.
Resistência à insulina
Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas células e dessa forma é produzido mais insulina, já que este é o seu papel, levar 
glicose à célula, só que devido a essa dificuldade este hormônio não atua de forma ideal, não desempenha sua função por completo. 
Esse excesso de insulina pode gerar um estado de pré-diabetes ou diabetes mesmo.
BIOLOGIA
21
Suprarrenais
As glândulas supra-renais têm este nome devido ao fato de 
se situarem sobre os rins, apesar de terem pouca relação com 
estes em termos de função. As supra-renais são glândulas vitais 
para o ser humano, já que possuem funções muito importantes, 
como regular o metabolismo do sódio, do potássio e da água, 
regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do 
corpo humano ao stress.
Hormônios produzidos pelas suprarrenais:
- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a retenção 
de sódio. Onde há sódio, estão associados íons e água. Portan-
to, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, 
afetando o volume intracelular e extracelular dos mesmos. Glân-
dulas salivares e sudoríparas também são influenciadas pela al-
dosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de 
sódio como reação à aldosterona.
- Adrenalina e a Noradrenalina: Tais hormônios são secre-
tados em resposta à estimulação simpática e são considerados 
como hormônios gerais. Liberados em grandes quantidades de-
pois de fortes reações emocionais como, por exemplo, susto ou 
medo, estes hormônios são transportados pelo sangue para to-
das as partes do corpo, onde provocam reações diversas, prin-
cipalmente constrição dos vasos, elevação da pressão arterial, 
aumento dos batimentos cardíacos, etc.
Tais reações resultam no aumento do suprimento de oxi-
gênio às células. Além disso, a adrenalina, que aumenta a gli-
cogenólise hepática e muscular e a liberação de glicose para o 
sangue, eleva o metabolismo celular. A combinação dessas rea-
ções possibilita, por exemplo, reações rápidas de fuga ou de luta 
frente a diferentes situações ameaçadoras. 
- Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a contro-
lar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funciona-
mento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue 
constantes, assim como a pressão arterial.
Glândulas sexuais
O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-hipófise a 
liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão sobre as gônadas, esti-
mulando
a produção de testosterona, estrógeno e progesterona.
-Mulher
Na mulher o aumento de LH e FSH é o estímulo para a ma-
turação folicular. O folículo, em processo de amadurecimento, 
passa a secretar estrógeno, o qual prepara o útero para receber 
o embrião, provocando espessamento da parede do endomé-
trio, aumento da irrigação sanguínea e da produção de muco. 
Quando o folículo rompe, o nível de estrógeno cai e, como ele 
tem efeito inibitório sobre a secreção de LH e FSH, esses hor-
mônios têm um pico, provocando a liberação do óvulo de 16 a 
24 horas depois. Forma-se, então, o corpo lúteo, que começa a 
secretar progesterona. 
Caso haja a fecundação, os níveis de estrógeno e de proges-
terona seguem aumentando, inibindo o eixo hipotálamo-hipófi-
se ao longo da gestação. Assim, nesse período, o LH e o FSH se 
mantêm baixos, e a mulher se torna anovulatória. Se não houver 
a fecundação, o óvulo entra em involução em até 72 horas. A 
progesterona e o estrógeno começam a cair e o estímulo para 
manutenção da parede do endométrio cessa, provocando sua 
descamação, caracterizando a menstruação. Então, o LH e o FSH, 
que estavam baixos, começam a subir novamente, iniciando um 
novo ciclo, conforme o gráfico abaixo.
-Homem
Os hormônios do sistema genital masculino são pro-
duzidos nas gônadas masculinas, muito conhecidas como 
testículos. São os hormônios que determinam as ca-
racterísticas sexuais secundárias, induzem a formação 
dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual. 
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 14 
anos, que começam a ocorrer as mudanças psicológicas e 
também fisiológicas no corpo dos meninos. Nessa fase da 
vida, dois hormônios produzidos pela adeno-hipófise agem 
sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona. 
Esses hormônios são o hormônio folículo-estimulante (FSH) 
e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de 
gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas.
No homem, o hormônio luteinizante também pode ser cha-
mado de hormônio estimulador das células intersticiais (ICSH), 
porque age estimulando as células intersticiais, ou de Leydig, a 
produzirem testosterona. A testosterona e os hormônios gona-
dotróficos FSH e LH atuam juntos na ativação da espermatogê-
nese (produção de espermatozoides).
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela de-
termina o desenvolvimento dos órgãos genitais, a descida dos 
testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das caracte-
rísticas sexuais secundárias masculinas, como a distribuição de 
pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos 
músculos e dos ossos, entre outras. Também é a testosterona 
que induz o amadurecimento dos órgãos genitais, além de pro-
mover o impulso sexual.
BIOLOGIA
22
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase em-
brionária e é a presença dela que determina o desenvolvimento 
dos órgãos sexuais masculinos. Se houver ausência desse hor-
mônio, ou a falta de receptores compatíveis a ele nas células do 
embrião, o sexo que se desenvolverá será o feminino.
O sistema imunológico
O sistema imunológico ou sistema imune é de grande efi-
ciência no combate a microorganismos invasores. Mas não é só 
isso; ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, 
ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determi-
nadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica. 
Também é ativo contra células alteradas, que diariamente sur-
gem no nosso corpo, como resultado de mitoses anormais. Essas 
células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.
Sistema Imunitário humano
O sistema imunológico é a defesa do organismo contra orga-
nismos infecciosos e outros invasores. Através de uma série de 
passos, o sistema imunitário ataca organismos e substâncias que 
invadem o corpo e causam a doença.
O sistema imunológico é composto de uma rede de células, 
tecidos e órgãos que trabalham juntos para proteger o corpo. 
As células envolvidas são os glóbulos brancos ou leucócitos, que 
vêm em dois tipos básicos que se combinam para procurar e 
destruir organismos causadores de doenças ou substâncias.
Os leucócitos são produzidos ou armazenados em vários lo-
cais do corpo, incluindo o timo, baço e medula óssea. Por esta 
razão, eles são chamados de órgãos linfóides. Há também gru-
pos de tecido linfóide pelo corpo, principalmente em gânglios 
linfáticos, que abrigam os leucócitos.
Os leucócitos circulam através do corpo entre os órgãos e gân-
glios via vasos linfáticos e vasos sanguíneos. Desta forma, o siste-
ma imunitário funciona de forma coordenada para acompanhar o 
corpo para germes ou substâncias que possam causar problemas.
Células do sistema imune
Linfócitos
Os linfócitos são responsáveis pelo reconhecimento do in-
vasor e produção da resposta imune. São produzidos na medu-
la óssea e timo, que são órgãos linfóides primários ou centrais 
e migram para o baço, linfonodo e amídalas, que são tecidos 
linfóides secundários. Os linfócitos B são produzidos na medula 
óssea e os linfócitos T são produzidos no timo.
-Linfócitos B: os linfócitos B reconhecem o receptor de su-
perfície do antígeno e transformam-se em plasmócitos, que pro-
duzem e secretam anticorpos que se ligam especificamente com 
o antígeno. Os linfócitos B ficam concentrados os gânglios linfá-
ticos, prontos para uma reação.
-Linfócitos T: os linfócitos T são bastante variados e possuem 
um número grande de funções. Eles interagem com os linfócitos 
B. As células T auxiliares (TH) auxiliam os linfócitos B na produ-
ção de anticorpos, divisão e diferenciação celular. Os linfócitos T 
citotóxicos destroem células infectadas do hospedeiro, utilizan-
do um receptor especifico para antígenos das células T (TCR). Os 
efeitos dos linfócitos T estão relacionados com a liberação de 
citocinas, que são emissores químicos de sinais para as células.
Fagócitos 
Os fagócitos têm a função de neutralizar, englobar e des-
truir as partículas estranhas e microorganismos invasores. São 
produzidos na medula óssea e sua diferenciação é provocada 
por citocinas. Quando estas células estão no sangue circulante 
são chamadas de monócitos, quando estão nos tecidos são cha-
madas de macrófagos.
O monócito é uma célula grande, maior que o linfócito e 
possui um núcleo com muitos grânulos em forma de ferradura.
Neutrófilos: Os neutrófilos são células fagocíticas e são mui-
to numerosos, compreendendo cerca de 90% dos granulócitos 
que circulam na corrente sanguínea. É a primeira célula a chegar 
ao local de defesa e tem vida curta.
Eosinófilos: São células com função de apreender e danificar 
os invasores, principalmente os parasitas extracelulares grandes. 
Quando estimulados, eles liberam seus grânulos, liberando 
toxinas, histaminas e arilsulfatase. Os eosinófilos combatem 
principalmente os vermes, pois não podem ser fagocitados. As 
substâncias produzidas também ajudam a diminuir a resposta 
inflamatória.
Basófilos e mastócitos: Estas células estão em quantidades 
muito pequenas no sangue. Possuem grânulos no citoplasma 
que produzem inflamação no tecido circundante. Estão associa-
dos com as reações alérgicas.
Como funciona o sistema imunológico humano
Quando os antígenos são detectados, vários tipos de células 
trabalham em conjunto para reconhecê-los e responder. Estas 
células acionam os linfócitos B a produzir anticorpos, proteínas 
especializadas que travam os antígenos. Uma vez produzidos, 
estes anticorpos continuam a existir no corpo de uma pessoa, 
de modo que se o mesmo é apresentado para o sistema imuno-
lógico mais uma vez, os anticorpos já estão lá para fazer o seu 
trabalho. Assim, se alguém fica doente com uma determinada 
doença, a pessoa geralmente não fica doente de novo.
Esta é também a forma como as imunizações previnem cer-
tas doenças. Uma imunização introduz no corpo um antígeno 
numa maneira que não faz mal a ninguém, mas não permite que 
o organismo produza anticorpos que irá proteger a pessoa de fu-
turos ataques com a bactéria ou substância que
produz a doença 
em questão.
Embora os anticorpos possam reconhecer um antígeno e 
bloqueá-lo, eles não são capazes de destruí-lo sem ajuda. Essa é 
a função das células T, que são parte do sistema que destrói os 
antígenos que foram marcados por anticorpos ou células que fo-
ram infectadas ou de alguma forma alteradas. (Algumas células 
T são realmente chamadas células “assassinas”).
Os anticorpos também podem neutralizar as toxinas (subs-
tâncias tóxicas ou nocivas), produzida por diferentes orga-
nismos. Por último, os anticorpos podem ativar um grupo de 
proteínas chamado complemento que também fazem parte do 
sistema imunológico. O complemento ajuda a matar as bacté-
rias, vírus ou as células infectadas.
Todas essas células especializadas fazem parte do sistema 
imunológico do corpo de proteção contra a doença. Esta prote-
ção é chamado de imunidade.
BIOLOGIA
23
O sistema imunológico e a diapedese
O processo de diapedese consiste na passagem dos leucócitos através da parede dos capilares sanguíneos, vénulas e até arte-
ríolas, penetrando através das junções entre as células endoteliais. Este processo é possível graças à capacidade que os leucócitos 
apresentam de alterar a sua forma, deslocando-se por movimentos ameboides. 
A lesão por microrganismos, dá início a uma reação inflamatória. Este processo caracteriza-se por alterações da microcircula-
ção, gerando um maior aporte sanguíneo ao local, vasodilatação, edema e aumento da permeabilidade vascular, permitindo a saída 
de e plasma para os tecidos afetados.
No local afetado ocorre a emissão de moléculas com propriedades quimiotáxicas, que vão atuar sobre os leucócitos, estimulan-
do-os a sair dos vasos em direção ao local lesionado, através do processo de diapedese. 
O processo de diapedese implica três fases consecutivas: marginação, pavimentação e migração. 
-Marginação: Em resultado da inflamação, ocorrem alterações na corrente sanguínea, diminuindo a velocidade de circulação. 
Esta alteração faz com que os leucócitos, que normalmente circulam na zona central do fluido, se aproximem da parede do vaso, 
num processo denominado de marginação. 
-Pavimentação: Na fase de pavimentação, os leucócitos achatam-se contra a parede do vaso, aderindo ao endotélio. 
-Migração: Nessa fase ocorre com a passagem do leucócito, por movimentos ameboides, através dos espaços entre as células 
que formam a estrutura do vaso sanguíneo, movimentando-se através do tecido conjuntivo até atingiram o foco da infeção. A pas-
sagem não afeta as células endoteliais nem as ligações entre elas. 
Órgãos linfóides
Órgãos linfóides primários: São os locais onde os linfócitos são produzidos. Compreendem o timo e a medula óssea.
Órgãos linfóides secundários: Após serem produzidos nos órgãos linfóides primários, migram para os secundários, onde se en-
contram e interagem. Compreendem o baço, linfonodos e tecidos linfóides associados a mucosas.
Sistema linfático
O sistema linfático está presente nos vertebrados tem a mesma função em todos eles. No homem, o sistema linfático está re-
presentado por um sistema de vasos revestidos por endotélio, que recolhe o liquido intercelular e o devolve ao sangue. O líquido, 
assim colhido e transportado, recebe o nome de linfa e, ao contrário do sangue, circula em apenas um sentido, isto é, da periferia 
em direção ao coração. 
A linfa equivale ao plasma filtrado através da parede capilar e desempenha papel importante na distribuição de material entre 
as células.
De acordo com o calibre, os canais do sistema são chamados capilares (menor calibre), vasos e ductos linfáticos (maior calibre).
O duto ou canal torácico desemboca na veia subclávia esquerda, e a grande veia linfática ou duto linfático direto desemboca 
na veia subclávica direita. A parede dos dutos linfáticos tem estrutura semelhante à das veias.
No trajeto dos vasos linfáticos, encontram-se dilatações denominadas gânglios linfáticos ou linfonodos. Tais gânglios são cons-
tituídos de tecido conjuntivo hematopoiético linfoide. Por sua riqueza em macrófagos os linfonodos representam filtros para a linfa, 
fagocitando elementos estranhos. Neles, formam-se glóbulos brancos do tipo monócitos e, principalmente, linfócitos. Além disso, 
por sua riqueza em plasmócitos, representam locais de formação de anticorpos.
O líquidos intersticial ou líquidos intercelular é semelhante ao plasma sanguíneo, embora contenha bem menos proteínas. A 
pressão sanguínea faz com que o plasma sanguíneo atravesse a parede dos capilares, com exceção das proteínas de grande peso 
molecular, e passe para os espaços intercelulares. Esse plasma filtrado pelos capilares recebe o nome de liquido intercelulares ou 
intersticial e será utilizado como suprimento de substâncias as células.
O liquido intercelular (intersticial) é mantido normalmente em equilíbrio entre o sangue e o fluido dos tecidos, uma vez que ele 
é continuamente reconduzido à corrente sanguínea pelo sistema de vasos linfáticos. O fluido, agora dentro dos vasos passa a ser 
chamado de linfa.
BIOLOGIA
24
Hipótese de Starling
As proteínas plasmáticas desempenham um papel importante na transferência de liquido através da parede do capilar. O líqui-
do pode sair da corrente sanguínea para o liquido intercelular e também pode passar dos espaços intercelulares para a corrente 
sanguínea. O sentido da passagens desses líquidos é determinado pela pressão sanguínea dos capilares e pela pressão osmótica das 
proteínas do plasma.
Pressão sanguínea: em razão da sístole ventricular, o sangue é bombeado pelo sistema arterial sob alta pressão. Essa pressão 
decresce à medida que o sangue se distancia do coração, de tal modo que, ao passar das arteríolas para os capilares, atinge valores 
de 35 mmHg. Na saída dos capilares, o valor da pressão sanguínea é de apenas 15mmHg, em média. Desse modo, a pressão sanguí-
nea média nos capilares é da ordem de 25 mmHg. Esta pressão é suficiente para fazer o líquido extravasar o plasma sanguíneo (sem 
a maior parte das proteínas) e chegar aos espaços intercelulares (interstício). 
Em virtude da maior concentração do plasma sanguíneo (apresenta proteínas) em relação ao liquido intercelular, há uma maior 
pressão osmótica no interior do vaso. Em consequência dessa diferença, tem-se movimento do liquido dos espaços intercelulares 
para o interior da parede capilar (semipermeável). A pressão osmótica das proteínas plasmática é da ordem de 25mmHg. Desse 
modo, observa-se um equilíbrio dinâmico do movimento do liquido entre o sangue dos capilares e do liquido intercelular dos tecido.
A pressão sanguínea força o fluido para fora do capilar, de maneira decrescente, da terminação arterial para a terminação ve-
nosa. A pressão osmótica das proteínas força o fluido dos espaços intercelulares para o interior do capilar. Na terminação arterial 
sai mais fluido do que entra e, na terminação venosa, verifica-se o contrário. 
BIOLOGIA
25
GENÉTICA
A Genética é uma área da biologia que estuda os mecanismos da hereditariedade ou herança biológica.
Para estudar as formas de transmissão das informações genéticas nos indivíduos e populações, existem várias áreas de conheci-
mento que se relacionam com a genética clássica como a biologia molecular, a ecologia, a evolução e mais recentemente se destaca 
a genômica, em que se utiliza a bioinformática para o tratamento de dados.
Conceitos Básicos
Conheça os principais conceitos genéticos e entenda sobre cada um deles:
Células Haploides e Diploides
Célula diploide e haploide
As células haploides (n) possuem apenas um conjunto de cromossomos. Assim, nos animais, as células sexuais ou gametas são 
haploides. Essas células possuem metade do número de cromossomos da espécie.
As células diploides (2n) são aquelas que possuem dois conjuntos de cromossomos, como é o caso do zigoto, que possui um conjunto de cro-
mossomos originários da mãe e um conjunto originário do pai. São células diploides, os neurônios, células da epiderme, dos ossos, entre outras.
Cromossomos
Os cromossomos são encontrados no núcleo da célula
Os cromossomos são sequencias da molécula de DNA, em forma de espiral, que apresentam genes e nucleotídeos.
O número de cromossomos varia de uma espécie para outra, é representado por n.
Por exemplo, a mosca Drosophila possui 8 cromossomos nas células do corpo e 4 nos gametas. A espécie humana possui um 
número total de 46 cromossomos nas células diploides e 23 nos gametas.
BIOLOGIA
26
Cromossomos Homólogos
Cada cromossomo presente no espermatozoide encontrará 
correspondência nos cromossomos do óvulo.
Em outras palavras, os cromossomos de cada gameta são 
homólogos, uma vez que possuem genes que determinam cer-
ta característica, organizados na mesma sequência em cada um 
deles.
Representação de cromossomos homólogos e a localiza-
ção (ou locus gênico) de alguns genes alelos, que determinam 
características específicas.
Genes
Genes são fragmentos de DNA encontrados no núcleo da célula
Os genes são esses fragmentos sequenciais do DNA, respon-
sáveis por codificar informações que irão determinar a produção 
de proteínas que atuarão no desenvolvimento das característi-
cas de cada ser vivo.
Eles são considerados a unidade funcional da hereditarie-
dade.
Os genes alelos são aqueles que ocupam o mesmo lócus em 
cromossomos homólogos e estão envolvidos na determinação 
de um mesmo caráter.
Eles são responsáveis pela determinação de certa caracte-
rística, por exemplo, cor do pelo nos coelhos, possuem varia-
ções, determinando características diferentes, por exemplo pelo 
marrom ou branco. Além disso, ocorrem aos pares, sendo um de 
origem materna e outro de origem paterna.
Alelos e Alelos Múltiplos
Exemplos de genes alelos
Um alelo é cada uma das várias formas alternativas do 
mesmo gene que ocupa um locus no cromossomos e atuam na 
determinação do mesmo caráter. Os alelos múltiplos ocorrem 
quando os genes apresentam mais de duas formas alélicas.
Nesse caso, mais de dois alelos estão presentes na determi-
nação de um caráter.
Homozigotos e Heterozigotos
Exemplos de homozigotos e heterozigotos
Os seres homozigotos são aqueles que apresentam pares de 
genes alelos idênticos (AA/aa), ou seja, possuem genes alelos 
idênticos.
Enquanto isso, os heterozigotos caracterizam os indivíduos 
que possuem dois genes alelos distintos (Aa).
Genes Dominantes e Recessivos
Quando um indivíduo heterozigótico possui um gene alelo 
dominante ele se expressa determinando uma certa característi-
ca. Os genes dominantes são representados por letras maiúscu-
las (AA, BB, VV) e expressos fenotipicamente em heterozigose.
Quando o gene alelo não se expressa nesse indivíduo, ele é 
um gene recessivo. Os genes recessivos são representados por 
letras minúsculas (aa, bb, vv) donde os fenótipos são expressos 
somente em homozigose.
BIOLOGIA
27
Fenótipo e Genótipo
Fenótipo e Genótipo
O genótipo é o conjunto das informações contidas nos ge-
nes, desse modo, irmãos gêmeos têm o mesmo genótipo pois 
possuem os mesmo genes. Ele representa a constituição gené-
tica do indivíduo.
Já o fenótipo é a expressão dos genes, ou seja, é o conjunto 
das características que vemos nos seres vivos, por exemplo, a 
cor dos olhos, o tipo sanguíneo, a cor das flores de uma planta, 
a cor do pelo de um gato, entre outras.
Herança Ligada ao Sexo
Os cromossomos sexuais são aqueles que determinam o 
sexo dos indivíduos.
As mulheres possuem 2 cromossomos X, enquanto os ho-
mens possuem um cromossomo X e um Y. Desse modo, é o ga-
meta masculino que determina o sexo dos filhos.
Como os cromossomos X tem muito mais genes o que o Y, alguns 
dos genes do X não têm alelo correspondente no Y, desse modo de-
terminam a herança ligada ao cromossomo sexual ou ligada ao sexo.
Representação da transmissão hereditária da hemofilia, 
cujos genes se localizam no cromossomo X
O daltonismo e a hemofilia são exemplos de doenças 
determinadas por genes presentes no cromossomo X. O 
daltonismo, que é um tipo de cegueira para cores, é uma condi-
ção produzida por um alelo mutante responsável pela produção 
de um dos pigmentos visuais.
CITOGENÉTICA E EVOLUÇÃO
1A origem “das coisas” sempre foi uma preocupação central 
da humanidade; a origem das pedras, dos animais, das plantas, 
dos planetas, das estrelas e de nós mesmos. Mas a origem mais 
fundamental de todas parece ser a origem do universo como um 
todo – tudo o que existe. Sem esse, nenhum dos seres e objetos 
citados nem nós mesmos poderíamos existir.
Talvez por essa razão, a existência do universo como um 
todo, sua natureza e origem foram assuntos de explicação em 
quase todas as civilizações e culturas. De fato, cada civilização 
conhecida da antropologia teve uma cosmogonia – uma histó-
ria de como o mundo começou e continua, de como os homens 
surgiram e do que os deuses esperam de nós. O entendimento 
do universo foi, para essas civilizações, algo muito distinto do 
que nos é ensinado hoje pela ciência. Mas a ausência de uma 
cosmologia para essas sociedades, uma explicação do mundo 
em que vivemos, seria tão inconcebível quanto a ausência da 
própria linguagem. Essas explicações, por falta de outras formas 
de entendimento da questão, sempre tiveram fundamentos re-
ligiosos, mitológicos ou filosóficos. Só recentemente a ciência 
pôde oferecer sua versão para os fatos. A razão principal para 
isso é que a própria ciência é recente. Como método científico 
experimental, podemos nos referir a Galileu Galilei (1564-1642, 
astrônomo, físico e matemático italiano) como um marco impor-
tante. Não obstante, já os gregos haviam desenvolvido métodos 
geométricos sofisticados e precisos para determinar órbitas e 
tamanhos de corpos celestes, bem como para previsão de even-
tos astronômicos. Não podemos nos esquecer de que egípcios 
e chineses, assim como incas, maias e astecas também sabiam 
interpretar os movimentos dos astros.
É surpreendente que possamos entender o universo físico 
de forma racional e que ele possa ser pesquisado pelos métodos 
da física e da astronomia desenvolvidos nos nossos laboratórios 
e observatórios. A percepção dessa dimensão e da capacidade 
científica nos foi revelada de forma mais plena nas décadas 
de 10, 20 e 30 do século XX. Mas a história da cosmologia (a 
estrutura do universo) e da cosmogonia (a origem do universo) 
não começou, nem parou aí.
2Cosmologias da Terra plana
Como era a cosmovisão, a forma do universo imaginada 
pelos antigos egípcios, gregos, chineses, árabes, incas, maias e 
tupi-guaranis, que não tinham acesso às informações da moder-
na astronomia? Para quase todas as civilizações, sempre foi ne-
cessário acomodar não só a face visível da Terra e do céu, mas 
também incluir, possivelmente no espaço, o mundo dos mortos, 
tanto os abençoados como os condenados, além dos reinos dos 
deuses e dos demônios. A experiência do cotidiano sugere que o 
mundo em que vivemos é plano; além disso, muitas cosmologias 
eram interpretações associadas ao ambiente físico ou cultural 
da civilização em questão. Por exemplo, para os egípcios, o uni-
verso era uma ilha plana cortada por um rio, sobre a qual estava 
suspensa uma abóbada sustentada por quatro colunas. Na Índia 
antiga, as várias cosmologias dos hindus, brâmanes, budistas 
etc. tinham em comum o pressuposto da doutrina da reencar-
nação e as configurações físicas deveriam acomodá-la, incluindo 
1 Steiner., J. E. 2006. A origem do universo e do homem. Estudos avançados, 
v.20, n. 58.
2 Damineli, A. Hubble: a expansão do universo. São Paulo: Odysseus, 2003.
BIOLOGIA
28
os diversos níveis de céus e infernos por ela demandada. Para os 
hindus – por exemplo – o universo era um ovo redondo coberto 
por sete cascas concêntricas feitas com distintos elementos. Já 
os babilônios imaginavam um universo em duas camadas conec-
tadas por uma escada cósmica. A civilização maia era fortemen-
te dependente do milho e das chuvas, muitas vezes escassas, 
que vinham do céu. Para eles, no começo havia apenas o céu, o 
mar e o criador; esse, após várias
tentativas fracassadas, conse-
guiu construir pessoas a partir de milho e água.
No antigo testamento judaico-cristão, a Terra era relatada 
em conexão ao misterioso firmamento, às águas acima do fir-
mamento, às fontes do abismo, ao limbo e à casa dos ventos. O 
livro do Gênesis narra, também, que o universo teve um come-
ço: “No princípio Deus criou os céus e a Terra. A Terra, porém, 
estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito 
de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz’. E a 
luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das tre-
vas. Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Houve uma tarde 
e uma manhã: foi o primeiro dia”.
Modelos geocêntricos
Há cerca de 2.400 anos, os gregos já haviam desenvolvido 
sofisticados métodos geométricos e o pensamento filosófico. 
Não foi, pois, por acaso que eles propuseram uma cosmologia 
mais sofisticada do que a idéia do universo plano. Um univer-
so esférico, a Terra, circundado por objetos celestes que des-
creviam órbitas geométricas e previsíveis e também pelas es-
trelas fixas. Uma versão do modelo geocêntrico parece ter sido 
proposta inicialmente por Eudoxus de Cnidus (c.400-c.350 a.C., 
matemático e astrônomo grego, nascido na atual Turquia) e so-
freu diversos aperfeiçoamentos. Um deles foi proposto por Aris-
tóteles (384-322 a.C.), que demonstrou que a Terra é esférica; 
ele chegou a essa conclusão a partir da observação da sombra 
projetada durante um eclipse lunar. Ele calculou, também, o 
seu tamanho – cerca de 50% maior do que o valor correto. O 
modelo geocêntrico de Aristóteles era composto por 49 esferas 
concêntricas que procuravam explicar os movimentos de todos 
os corpos celestes. A esfera mais externa era a das estrelas fixas 
e que controlava todas as esferas internas. Essa, por sua vez, era 
controlada por uma agência (entidade) sobrenatural.
Esse modelo geocêntrico grego teve outros aperfeiçoamen-
tos. Erastóstenes (c.276-c.194 a.C., escritor grego, nascido na 
atual Líbia) mediu a circunferência da Terra por método expe-
rimental, obtendo um valor cerca de 15% maior do que o valor 
real. Já Ptolomeu (Claudius Ptolomeus, segundo século a.C., as-
trônomo e geógrafo egípcio) modificou o modelo de Aristóteles, 
introduzindo os epiciclos, isto é, um modelo no qual os planetas 
descrevem movimentos de pequenos círculos que se movem so-
bre círculos maiores, esses centrados na Terra.
A teoria heliocêntrica
A ideia de que o Sol está no centro do universo e de que a 
Terra gira em torno dele, conhecida como a teoria heliocêntrica, 
já havia sido proposta por Aristarco de Samos (c.320 – c.250 a.C., 
matemático e astrônomo grego); ele propôs essa teoria com base 
nas estimativas dos tamanhos e distâncias do Sol e da Lua. Con-
cluiu que a Terra gira em torno do Sol e que as estrelas formariam 
uma esfera fixa, muito distante. Essa teoria atraiu pouca atenção, 
principalmente porque contradizia a teoria geocêntrica de Aris-
tóteles, então com muito prestígio e, também, porque a idéia de 
que a Terra está em movimento não era muito atraente.
Cerca de dois mil anos mais tarde, Copérnico (Nicolaus 
Copernicus, 1473-1543, astrônomo polonês) descreveu o seu 
modelo heliocêntrico, em 1510, na obra Commentariolus, que 
circulou anonimamente; Copérnico parece ter previsto o im-
pacto que sua teoria provocaria, tanto assim que só permitiu 
que a obra fosse publicada após a sua morte. A teoria foi publi-
cada abertamente em 1543 no livro De Revolutionibus Orbium 
Coelesti e dedicada ao papa Paulo III.
O modelo heliocêntrico provocou uma revolução não so-
mente na astronomia, mas também um impacto cultural com 
reflexos filosóficos e religiosos. O modelo aristotélico havia sido 
incorporado de tal forma no pensamento, que tirar o homem do 
centro do universo acabou se revelando uma experiência trau-
mática.
Por fim, o modelo heliocêntrico de Copérnico afirmou-se 
como o correto. Mas por que o modelo de Aristarco de Samos 
não sobreviveu, cerca de 2.000 anos antes, se afinal também 
estava certo? Basicamente porque, para fins práticos, não fazia 
muita diferença quando comparado com o modelo geocêntrico. 
As medidas não eram muito precisas e tanto uma teoria quan-
to a outra davam respostas satisfatórias. Nesse caso, o modelo 
geocêntrico parecia mais de acordo com a prática do dia-a-dia; 
além disso, era um modelo homocêntrico, o que estava em acor-
do com o demandado por escolas filosóficas e teológicas.
Após a publicação da teoria de Copérnico, no entanto, al-
guns avanços técnicos e científicos fizeram que ela se tornas-
se claramente superior ao sistema de Ptolomeu. Tycho Brahe 
(1546-1601, astrônomo dinamarquês) teve um papel importan-
te ao avançar as técnicas de fazer medidas precisas com instru-
mentos a olho nu, pois lunetas e telescópios ainda não haviam 
sido inventados. Essas medidas eram cerca de dez vezes mais 
precisas do que as medidas anteriores. Em 1597 ele se mudou 
para Praga, onde contratou, em 1600, Johannes Kepler (1571-
1630, matemático e astrônomo alemão) como seu assistente. 
Mais tarde, Kepler usou as medidas de Tycho para estabelecer 
suas leis de movimento dos planetas. Essas leis mostravam que 
as órbitas que os planetas descrevem são elipses, tendo o Sol em 
um dos focos. Com isso, cálculos teóricos e medidas passaram a 
ter uma concordância muito maior do que no sistema antigo. Se 
não por outro motivo, essa precisão e a economia que ela pro-
piciava seriam tão importantes para as grandes navegações que 
ela se imporia por razões práticas.
Galileu, ao desenvolver a luneta, criou um instrumento vital 
para a pesquisa astronômica, pois amplia, de forma extraordiná-
ria, a capacidade do olho humano. Apontando para o Sol, des-
cobriu as manchas solares; apontando para Júpiter, descobriu as 
quatro primeiras luas; e ao olhar para a Via-Láctea, mostrou que 
ela é composta por miríades de estrelas.
A descoberta da galáxia
Foi exatamente com o desenvolvimento de técnicas ópticas, 
mecânicas e fotográficas que se passou a determinar a distância 
das estrelas mais próximas, e com isso a idéia de esfera das es-
trelas fixas foi superada. Com a medida das distâncias das estre-
las – extraordinariamente grandes –, estabeleceu-se a interpre-
tação de que o Sol e as estrelas são objetos da mesma natureza. 
Portanto, cada estrela poderia ter, em princípio, o “direito” de 
hospedar um sistema planetário.
Uma das primeiras concepções consistentes sobre a natu-
reza da galáxia – e surpreendentemente correta – foi feita por 
Kant (Immanuel Kant, 1724-1804, filósofo alemão) que, aos 26 
BIOLOGIA
29
anos e muito antes de se tornar a grande referência em filosofia, 
tomou contato com os pensamentos de Newton e desenvolveu 
a idéia de que o sistema solar teria se originado a partir da con-
densação de um disco de gás. Concebeu, também, a idéia de 
que o sistema solar faz parte de uma estrutura achatada, maior, 
à qual hoje chamamos de galáxia, e de que muitas das nebulo-
sas então observadas como manchas difusas são sistemas seme-
lhantes, às quais ele denominou universos-ilhas.
Os avanços observacionais mais importantes que levaram à 
compreensão detalhada da distribuição das estrelas no céu fo-
ram feitos por Wilheilm Herschel (1738-1822, astrônomo e mú-
sico inglês, nascido na Alemanha), primeiro construtor de gran-
des telescópios com os quais podia detalhar os objetos fracos 
com maior precisão.
Estrelas se distribuem no espaço tanto de forma dispersa 
quanto, também, em grupos, chamados de aglomerados de es-
trelas. No estudo de tais aglomerados, percebeu-se que eles não 
se distribuem ao acaso no espaço, mas definem uma configura-
ção à qual chamamos de galáxia, visível a olho nu, como a Via-
-Láctea.
O Sol, a estrela mais próxima de nós, está a 159 milhões 
de quilômetros. É mais fácil dizer que ele está a oito minutos-
-luz. Afinal, a luz leva oito minutos para chegar do Astro-rei até a 
Terra. O mapa feito com os aglomerados globulares de estrelas 
mostrou que a galáxia
tem um diâmetro de aproximadamente 
90 mil anos-luz e é composta de 100 bilhões de estrelas, todas 
girando em torno de um núcleo comum, que dista cerca de 25 
mil anos-luz do Sol. Logo se percebeu que existe um grande nú-
mero de formações semelhantes no universo. São as Nebulae, 
que hoje chamamos, genericamente, de galáxias.
Quando observamos a estrela mais próxima do sistema so-
lar, Alfa de Centauro, estamos enxergando o passado. Ela se en-
contra a 4,3 anos-luz de distância. Quer dizer que a luz que agora 
observamos foi emitida 4,3 anos atrás e viajou todo esse tempo 
para chegar até aqui. Estamos, de fato, observando o passado. 
Quando olhamos para a nossa vizinha galáxia de Andrômeda, 
vemos como ela era 2,4 milhões de anos atrás. Muitas estrelas 
que estamos vendo hoje já deixaram de existir há muito tempo.
A teoria do Big Bang
Na década de 1920, o astrônomo americano Edwin Hubble 
procurou es-tabelecer uma relação entre a distância de uma ga-
láxia e a velocidade com que ela se aproxima e se afasta de nós. 
A velocidade da galáxia se mede com relativa facilidade, mas a 
distância requer uma série de trabalhos encadeados e, por isso, 
é trabalhoso e relativamente impreciso. Após muito trabalho, 
ele descobriu uma correlação entre a distância e a velocidade 
das galáxias que ele estava estudando. Quanto maior a distân-
cia, com mais velocidade ela se afasta de nós. É a chamada Lei de 
Hubble. Portanto, as galáxias próximas se afastam lentamente 
e as galáxias distantes se afastam rapidamente? Como explicar 
essa lei?
Num primeiro momento, poderíamos pensar que, afinal, es-
tamos no centro do universo, um lugar privilegiado. Todas as 
galáxias sabem que estamos aqui e por alguma razão fogem de 
nós. Essa explicação parece pouco copernicana. A essa altura 
dos acontecimentos, ninguém mais acreditava na centralidade 
cósmica do homem. Precisamos achar, então, outra explicação.
A outra explicação pode ser facilmente entendida se fizermos 
uma analogia bidimensional do universo. Costumamos dizer que vi-
vemos num universo de três dimensões espaciais: podemos andar 
para a frente, para os lados e pular para cima. Além disso, existe a 
dimensão do tempo. Essas quatro dimensões compõem o espaço-
-tempo do universo em que vivemos. Poderíamos imaginar outros 
universos. Do ponto de vista matemático, podemos imaginar, por 
exemplo, universos bidimensionais. A superfície de uma bola é uma 
entidade de duas dimensões, assim como o é a superfície de uma 
mesa. Poderíamos, agora, imaginar a superfície de uma bexiga de 
aniversário como um universo bidimensional. Sobre a sua super-
fície poderíamos desenhar galáxias bidimensionais, povoadas por 
formigas também de duas dimensões. Algumas dessas formigas po-
deriam ser astrônomas cuja tarefa seria observar outras galáxias, 
medir suas distâncias e velocidades.
Imaginemos, agora, que alguém sopre na bexiga de tal forma 
que ela se expanda. O que a formiga-astrônoma vai observar? Que 
as galáxias próximas se afastam lentamente ao passo que as ga-
láxias distantes se afastam rapidamente do observador. Isto é, a 
formiga descobriu a Lei de Hubble. Se, por hipótese, em vez de uma 
bexiga em expansão, ela estivesse se esvaziando, em contração, 
a formiga verificaria que todas as galáxias se aproximam uma das 
outras; um efeito contrário ao da Lei de Hubble. Portanto, essa lei 
mostra que nosso universo está em expansão! Isto é, no futuro ele 
será maior e no passado foi menor do que ele é hoje. Quanto mais 
no passado, menor. Até que poderíamos imaginar a bexiga tão pe-
quena que se reduziria a um ponto. A esse ponto inicial, a idéia de 
que o universo surgiu de uma explosão no passado, chamamos de 
Big Bang. Desde então, ele está se expandindo, até hoje, e a lei de 
Hubble é a confirmação disso. Há quanto tempo teria acontecido 
isso? As indicações mais recentes são de que o Big Bang ocorreu há 
13,7 (± 0,2) bilhões de anos.
De fato, trabalhos teóricos do abade belga Georges Lemai-
tre, de 1927, mostraram que a Teoria da Relatividade Geral de 
Albert Einstein é compatível com a recessão das Nebulae (como 
eram então chamadas as galáxias) e ele foi o primeiro a propor 
que o universo teria surgido de uma explosão, de um “átomo 
primordial”.
Uma pergunta imediata que poderia nos ocorrer é: para que 
direção do espaço devemos olhar para enxergarmos onde essa 
explosão ocorreu? Se o universo está se expandindo, dentro de 
onde? Ora, no modelo de bexiga – universo de duas dimensões 
– o Big Bang ocorreu no centro da bexiga, não na sua superfície. 
O espaço é a superfície. O interior é o passado, e o exterior, o 
futuro. O centro, a origem do tempo. Portanto, a explosão não 
ocorreu no espaço, mas no início do tempo, e o próprio espa-
ço surgiu nessa singularidade temporal. Esse exemplo simples 
nos mostra como o modelo bidimensional pode nos ilustrar, de 
forma intuitiva, porém confiável, questões fundamentais de cos-
mologia; agregar uma terceira dimensão é apenas uma questão 
de habilidade matemática!
Podemos, agora, voltar à reflexão de que olhar para longe é 
ver o passado. Seria possível observar o universo evoluir? Essa 
ideia parece interessante; quanto mais longe olhamos, mais ve-
mos um universo mais jovem. Poderíamos, então, observar a 
época em que as galáxias nasceram? Sim, basta que tenhamos 
tecnologia para isso. Basta que tenhamos instrumentos que nos 
permitam observar o universo a 12 bilhões de anos-luz de dis-
tância. Essa tecnologia já é disponível com os novos e grandes 
telescópios. Com isso é possível observar quando, como e por 
que as galáxias nasceram – essa é uma das áreas mais palpitan-
tes da ciência contemporânea.
BIOLOGIA
30
Outra pergunta que naturalmente se faz é: o que foi o ins-
tante zero e o que havia antes? A teoria da relatividade prevê 
que no instante zero a densidade teria sido infinita. Para tratar 
essa situação, é necessária uma teoria de gravitação quântica, 
que ainda não existe, e, portanto, essa questão não é passível de 
tratamento científico até este momento. Entender essa fase da 
história do universo é um dos maiores problemas não-resolvidos 
da física contemporânea.
Teoria de evolução
3Uma ideia bastante antiga, do tempo de Aristóteles, é a 
de que os seres vivos podem surgir por geração espontânea 
(abiogênese). Apesar de conhecer a importância da reprodução, 
admitia-se que certos organismos vivos pudesse surgir esponta-
neamente da matéria bruta. Observações do cotidiano mostra-
vam, por exemplo, que larvas de moscas apareciam no meio do 
lixo e poças de lama podiam exibir pequenos animais. A conclu-
são a que se chegava era a de que o lixo e a lama haviam gerado 
diretamente os organismos. 
Entretanto, reconhecia-se que nem toda matéria bruta po-
dia gerar vida. Assim, de um pedaço de ferro ou pedra não surgia 
vida; mais de um pedaço de carne, uma porção de lama ou uma 
poça d´agua eram capazes de gerar vida. Explicava-se esta capa-
cidade de gerar ou não vida entre os distintos materiais brutos 
alegando-se a necessidade de um “princípio ativo” que não es-
teja presente em qualquer matéria bruta. O princípio ativo não 
era considerado algo concreto, mas uma capacidade ou poten-
cialidade de gerar vida. 
Aos ideias a respeito da geração espontânea perduraram 
por muito tempo, apesar da sua forma original ter evoluído aos 
poucos; ainda nos meados do século passado, havia numerosos 
partidários dessa teoria, definitivamente destruída pelos traba-
lhos de Pasteur.
Vamos descrever a partir de agora, alguns marcos na evolu-
ção das ideias sobre geração espontânea.
Redi, Needhan e Spallanzani
Em meados do século XVII, Francesco Redi realizou uma 
experiência que representou a primeira tentativa experimental 
com finalidade de derrubar geração espontânea. Redi coloca pe-
daços de carne em dois grupos de frascos; um dos grupos per-
manece aberto, enquanto o outro é recoberto por um pedaço de 
gaze. Sobre a carne dos frascos abertos, após alguns dias, sur-
gem larvas de moscas; nos frascos cobertos
não aparecem lar-
vas. Redi concluiu que a carne não gera as larvas; moscas adultas 
devem ter sido atraídas pelo cheiro de material em decomposi-
ção e desovaram sobre a carne. As larvas nasceram, portanto, 
dos ovos postos pelas moscas. Essa ideia é ainda reforçada pela 
observação dos frascos cobertos: sobre a gaze, do lado externo 
do frasco, algumas larvas apareceram. À ideia de que os seres 
vivos se originam sempre de seres vivos chamamos biogênese.
3 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 1991. Biologia p.118
Apesar da repercussão das experiências de Redi, a ideia de 
geração espontânea ainda não havia sido derrubada. Ironica-
mente, foram o uso crescente do microscópio e a descoberta 
dos micro-organismos os fatores que reforçaram a teoria da 
abiogênese: tais seres pequeninos, argumentava-se, eram tão 
simples, que não era concebível terem a capacidade de reprodu-
ção; como conclusão óbvia, só podiam ser formados por geração 
espontânea.
Em 1745, um estudioso chamado John Needham realizou 
experimento cujos resultados pareciam comprovar as ideias da 
abiogênese. Nestes, vários caldos nutritivos, como sucos de fru-
tas e extrato de galinha, foram colocados em tubos de ensaio, 
aquecidos durante um certo tempo e em seguida lacrados. A 
intenção de Needham, ao aquecer o caldo foi a de provocar a 
morte de organismos possivelmente existentes nestes; o fecha-
mento dos frascos destinava-se a impedir a contaminação por 
micróbios externos. Apesar disso, os tubos de ensaio, passados 
alguns dias, estavam turvos e cheios de micro-organismos, o que 
parecia demonstrar a verdade da geração espontânea.
Cerca de 25 anos depois, o italiano Lazaro Spallanzani re-
petiu as experiências de Needham. A diferença no seu proce-
dimento foi a de ferver os líquidos durante uma hora, não se 
limitando a aquecê-los; em seguida os tubos foram fechados 
hermeticamente. Líquidos assim tratados mantiveram-se esté-
reis, isto é, sem vida, indefinidamente. Desta forma, Spallanzani 
demonstrava que os resultados de Needham não comprovavam 
a geração espontânea: pelo fato de aquecer por pouco tempo, 
Needham não havia destruído todos os micróbios existentes, 
dando-lhes a oportunidade de proliferar novamente.
BIOLOGIA
31
Needham, porém, responde às críticas de Spallanzani com 
argumentos aparentemente muito fortes:
“…Spallanzani… selou hermeticamente dezenove frascos 
que continham diversas substâncias vegetais e ferveu-os, fecha-
dos, por uma hora. Mas, pelo método de tratamento pelo qual 
ele torturou suas dezenove infusões vegetais, fica claro que en-
fraqueceu muito ou até destruiu a força vegetativa das substân-
cias em infusão…”
 O aquecimento excessivo, segundo Needham, havia des-
truído o princípio ativo; sem princípio ativo, nada de geração 
espontânea! É interessante notar que o próprio Spallanzani não 
soube refutar esses argumentos, ficando as ideias da abiogêne-
se consolidadas.
Os experimentos de Pasteur
 Por volta de 1860, O cientista francês Louis Pasteur con-
seguiu derrubar definitivamente as ideias sobre geração espon-
tânea da vida. Seus experimentos foram bem semelhantes aos 
de Spallanzani, porém com alguns aperfeiçoamentos. Vejamos 
como Pasteur descreve suas experiências.
“Coloquei em frascos de vidro os seguintes líquidos, todos 
facilmente alteráveis, em contato com o ar comum: suspensão 
de lêvedo de cerveja em água, suspensão de lêvedo de cerveja 
em água e açúcar, urina, suco de beterraba, água de pimenta. 
Aqueci e puxei o gargalo do frasco de maneira a dar-lhe cur-
vatura; deixei o líquido ferver durante vários minutos até que 
os vapores saíssem livremente pela estreita abertura superior 
do gargalo, sem tomar nenhuma outra precaução. Em seguida, 
deixei o frasco esfriar. É uma coisa notável, capaz de assombrar 
qualquer pessoa acostumada com a delicadeza das experiências 
relacionadas à assim chamada geração espontânea, o fato de 
o líquido em tal frasco permanecer imutável indefinidamente… 
Parecia que o ar comum, entrando com força durante os pri-
meiros momentos (do resfriamento), deveria penetrar no frasco 
num estado de completa impureza. Isto é verdade, mas ele en-
contra um líquido numa temperatura ainda próxima do ponto 
de ebulição.
A entrada do ar ocorre, então, mais vagarosamente e, quan-
do o líquido se resfriou suficientemente, a ponto de não mais 
ser capaz de tirar a vitalidade dos germes, a entrada do ar será 
suficientemente lenta, de maneira a deixar nas curvas úmidas 
do pescoço toda a poeira (e germes) capaz de agir nas infusões…
Depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do 
frasco foi removido por golpe dado de tal modo que nada, a não 
ser as ferramentas, o tocasse, e depois de 24, 36 ou 48 horas, 
bolores se tornavam visíveis, exatamente como no frasco aberto 
ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do ar.”
Com esta experiência engenhosa, Pasteur também demons-
trava que o líquido não havia perdido pela fervura suas proprie-
dades de abrigar vida, como argumentaram alguns de seus oposi-
tores. Além disso, não se podia alegar a ausência do ar, uma vez 
que este entrava e saía livremente (apenas estava sendo filtrado).
A Evolução das Substâncias Químicas
Três teorias sobre a origem da vida
Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A 
primeira relaciona-se aos mitos da “criação”, ideia criacionista, 
que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser 
superior; essa hipótese, evidentemente, foge ao campo de ação 
do raciocínio científico, não podendo ser testada e nem refutada 
pelos métodos usados pela ciência.
A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do 
Gênesis, onde Deus origina o homem. (Foto: Michelangelo/Re-
produção)
Uma segunda posição, a panspermia, se refere à possibili-
dade de a vida ter se originado fora do planeta Terra e ter sido 
“semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam 
trazido “esporos” ou outras formas de vida alienígena. Esses te-
riam evoluído nas condições favoráveis da Terra, até originar a 
diversidade de seres vivos que conhecemos.
Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície 
da Terra, ao redor de mil toneladas de meteoritos. Em algumas 
dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como 
aminoácidos e bases nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir 
da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais frequente 
no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente 
astrônomo inglês, sir Fred Hoyle, defende a ideia de que mate-
rial biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle 
chega a aceitar que isso aconteceria ainda hoje e que de alguma 
forma esse material “genético” novo poderia ser incorporado 
aos organismos existentes, modificando assim sua evolução!
BIOLOGIA
32
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consi-
deradas pela maioria dos cientistas; para começo de conversa, 
o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera 
terrestre seria de tal ordem, que destruiria qualquer forma de 
vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, acei-
tar que a vida apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o 
problema para diante, já que não esclareceria como a vida teria 
surgido fora daqui.
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida 
pode ter surgido espontaneamente sobre o planeta Terra, atra-
vés da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil 
ou seguro verificar eventos que ocorreram há bilhões de anos, 
quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no en-
tanto, os cientistas conseguiram reproduzir algumas das condi-
ções originais em laboratório e descobriram muitas evidências 
geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. 
Essa terceira posição foi defendida pela primeira vez pelo cien-
tista russo Oparin, em 1936, como veremos nos itens a seguir.
Algumas pistas sobre o problema
Nos últimos 120 anos, várias ideias sobre a origem da Terra, 
sua idade, as condições primitivas da atmosfera foram
surgin-
do. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que 
predominam nos organismos vivos (carbono, hidrogênio, oxigê-
nio e nitrogênio) também existem fora deles; nos organismos 
vivos estes elementos estão combinados de maneira a formar 
moléculas complexas, como proteínas, polissacarídeos, lipídios 
e ácidos nucleicos. A diferença básica, então, entre matéria viva 
e matéria bruta estaria sobretudo ao nível da organização des-
ses elementos. O químico Wöhler, em 1828, já havia fornecido 
a seguinte pista: substâncias “orgânicas” ou complexas, como a 
ureia, podem ser formadas em condições de laboratório a partir 
de substâncias simples, “inorgânicas”. Se as condições adequa-
das surgiram da Terra, no passado, então a vida poderia ter apa-
recido do inorgânico.
Uma simples análise das características que os seres vivos 
exibem hoje mostra, independentemente de sua forma ou ta-
manho, a presença dos mesmos “tijolos” básicos em todos eles: 
açúcares simples, os 20 tipos de aminoácidos, os 4 nucleotídeos 
de DNA e os 4 de RNA, e os lipídios. Ora, depois da pista dada 
por Wöhler, a que nos referimos, os químicos descobriram que 
esses compostos podem ser feitos em laboratório, se houver 
uma fonte de carbono, de nitrogênio, e uma certa quantidade 
de energia disponível. Assim sendo, se as condições adequadas 
tivessem estado presentes, no passado da Terra, essas substân-
cias poderiam ter se formado sem grandes dificuldades.
Várias dessas ideias foram organizadas e apresentadas de 
forma clara e coerente pelo bioquímico russo Aleksandr I. Opa-
rin, em 1936, no seu livro “A origem da vida.
As ideias de Oparin
4Aleksandr Oparin (1894-1980) foi um bioquímico russo que 
retomou e aprofundou os estudos sobre a origem da vida, por 
volta de 1920, segundo a Teoria da evolução química, juntamen-
te com o biólogo inglês John Burdon S. Haldane (1892-1964). 
Essa teoria foi proposta inicialmente por Thomas Huxley (1825-
1895).
4 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna
Nessa teoria, a vida teve origem a partir da evolução de 
compostos químicos inorgânicos, que se combinaram formando 
diversos tipos de moléculas orgânicas simples, como aminoáci-
dos, carboidratos, bases nitrogenadas, etc., que por sua vez se 
combinaram formando moléculas mais complexas como lipídios, 
ácidos nucléicos, proteínas, que se agruparam formando estru-
turas complexas, dando origem aos seres vivos.
Segundo Oparin, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos 
e no início sua temperatura era muito elevada. O resfriamento 
e a solidificação da crosta ocorreram mais tarde, por volta de 
2,5 bilhões de anos. As temperaturas do planeta iam diminuindo 
gradativamente, e com isso, a água que evaporava se condensa-
va na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que 
evaporavam novamente, pois as temperaturas ainda eram mui-
to elevadas. Nessa época aconteceram tempestades torrenciais 
todos os dias, durante milhões de anos.
Alguns cientistas acreditam que cerca de 1018 toneladas de 
matéria foram agregadas ao planeta Terra através de colisões 
com asteróides. Essas colisões provocavam um aumento na tem-
peratura.
A atmosfera primitiva era composta por átomos de carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que se ligaram formando os 
compostos amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor 
de água (H2O). Nessa época ainda não havia gás oxigênio (O2), 
nem nitrogênio (N2).
Com o ciclo de chuvas e tempestades havia muitas descar-
gas elétricas. Essas descargas atuavam sobre as moléculas, pro-
movendo ligações químicas e formando moléculas mais comple-
xas, como os aminoácidos.
Com o resfriamento da Terra, começou a formação de áreas 
alagadas e exposição das rochas. Essas imensas áreas alagadas 
deram origem aos oceanos. A água da chuva arrastava os com-
postos para as rochas. O calor das rochas promoveu ligações 
químicas entre as moléculas presentes, originando proteinóides, 
cadeias de aminoácidos, etc.
Essa moléculas, conforme a temperatura da terra ia dimi-
nuindo, iam se tornando mais complexas e fazendo cada vez 
mais ligações, transformando a água dos oceanos em grandes 
sopas orgânicas. As proteínas formadas foram se aglomerando, 
até formar os coacervados.
Em algum momento dessa evolução, os coacervados evo-
luíram e adquiriram a capacidade de se alimentar e reproduzir, 
dando origem a um ser vivo primitivo muito simples.
A comprovação experimental
O bioquímico Miller tentou reproduzir em laboratório algu-
mas das condições previstas por Oparin. Construiu um aparelho, 
que era um sistema fechado, no qual fez circular durante 7 dias 
uma mistura de gases: metano, hidrogênio, amônia e vapor de 
água estavam presentes. Um reservatório de água aquecido à 
temperatura de ebulição permitia a formação de mais vapor de 
água, que circulava arrastando os outros gases.
BIOLOGIA
33
Num certo lugar do aparelho, a mistura era submetida a des-
cargas elétricas constantes, simulando os “raios” das tempesta-
des que se acredita terem existido na época. Um pouco adiante, 
a mistura era esfriada e, ocorrendo condensação, tornava-se 
novamente líquida. Ao fim da semana, a água do reservatório, 
analisada pelo método da cromatografia, mostrou a presença de 
muitas moléculas orgânicas, entre as quais alguns aminoácidos.
Miller, com esta experiência, não provava que aminoácidos 
realmente se formaram na atmosfera primitiva; apenas demons-
trava que, caso as condições de Oparin tivessem se verificado, a 
síntese de aminoácidos teria sido perfeitamente possível.
Fox, em 1957, realiza a seguinte experiência: aquece uma 
mistura seca de aminoácidos e verifica que entre muitos deles 
acontecem ligações peptídicas, formando-se moléculas seme-
lhantes a proteínas (lembre-se de que na ligação peptídica ocor-
re perda de água ou desidratação). Os resultados de Fox refor-
çam a seguinte ideia: se, de fato, aminoácidos caíram sobre as 
rochas quentes, trazidos pela água da chuva, eles poderiam ter 
sofrido combinações formando moléculas maiores, os proteinoi-
des, que acabariam sendo carregadas aos mares em formação. 
Percebe-se que Fox tenta testar parte das ideias de Oparin, e seu 
ponto de partida foi, sem dúvida, a experiência de Miller.
A química dos coloides explica e prevê a reunião de gran-
des moléculas em certas condições, formando os agregados que 
chamamos coacervados.
É evidente, porém, que a última etapa da hipótese de Oparin 
nunca poderá ser testada em laboratório; em outros termos, 
para conseguirmos que um entre trilhões de coacervados 
se transformasse, por acaso, em um ser vivo muito simples, 
teríamos de dispor de um laboratório tão grande quanto 
os mares primitivos, que contivesse, portanto, um número 
infinitamente grande de coacervados; além disso, teríamos de 
dispor de um tempo infinitamente grande, que possibilitasse 
inúmeras colisões e reações químicas que foram necessárias 
para se obter pelo menos um sucesso.
Será que, devido à impossibilidade de teste experimental, 
devemos repelir “a priori” esta fase? Podemos pelo menos pen-
sar nela em termos estatísticos. Vamos dar a palavra a um cé-
lebre biólogo, George Wald, que examinou minuciosamente o 
assunto. 
5Ideias recentes sobre a origem da vida
Acredita-se hoje que, provavelmente, a composição da at-
mosfera primitiva foi diferente do que acreditava Oparin; ela 
teria contido CO, CO2, H2, N2 e vapor de água (não haveria, por-
tanto, metano nem amônia; as fontes de carbono seriam o CO 
e o CO2, enquanto a de nitrogênio seria o N2). Vapor de água e 
de gás carbônico teriam sido produzidos pela intensa atividade 
vulcânica. Mesmo assim, isso não invalida experimentos do tipo 
“Miller”. Na realidade, foram feitas desde então muitas varian-
tes dessa experiência, modificando-se os gases utilizados e colo-
cando-se algumas substâncias minerais; os cientistas chegaram 
a obter mais de 100 tipos de “tijolos” orgânicos simples, incluin-
do nucleotídeos e ATP.
O poder da argila
Algumas teorias recentes dão conta de que os
longos polí-
meros, como proteinoides e fitas de ácidos nucleicos, podem ter 
se formado, como alternativa às rochas quentes da crosta, em 
“moldes” de argila. De fato, para ocorrer polimerização, deve 
haver uma alta concentração das unidades constituintes; na ar-
gila, essa concentração pode ter sido alta. Além disso, a argila 
pode ter agido como “catalisadora” e promovido o aparecimen-
to de ligações simples, como as peptídicas, com perda de água. 
Alguns biólogos acreditam ainda que a argila foi o meio em que 
se formaram moléculas RNA, a partir de nucleotídeos simples. 
A energia para essa polimerização poderia ter sido proveniente 
do calor da crosta; ou do calor do sol, ou ainda da radiação ul-
travioleta.
Coacervados ou microesferas?
Há mais de um modelo, além da ideia de coacervados, para 
explicar como moléculas grandes, tipo proteinoides, teriam se 
agregado na água, formando estruturas maiores. O pesquisador 
Fox, colocando proteinoides em água, obteve a formação de pe-
queninas esferas.
Bilhões de microesferas podem ser obtidas a partir da mis-
tura de um grama de aminoácidos aquecidos, algumas delas for-
mando cadeias, de forma muito semelhante a algumas bactérias 
atuais. Cada microesfera tem uma camada externa de moléculas 
de água e proteínas e um meio interno aquoso, que mostra al-
gum movimento, semelhante à ciclose. Essas microesferas po-
dem absorver e concentrar outras moléculas existentes na solu-
ção ao seu redor. Podem também se fundir entre si, formando 
estruturas maiores; em algumas condições, aparecem na super-
fície “brotos” minúsculos que podem se destacar e crescer.
Como apareceu o gene?
Uma coisa que é importante entender: na hipótese original 
de Oparin, não há referência aos ácidos nucleicos; não se sabia 
na época que eles constituem os genes. Muita gente então acre-
ditava que os genes fossem de natureza proteica; afinal, havia 
sido demonstrada a enorme importância das proteínas como en-
zimas, material construtor e anticorpos. Dá para entender, por 
isso, a ênfase que Oparin dá ao aparecimento da proteína. No 
entanto a hipótese original foi readaptada quando ficou patente 
a identidade entre genes e ácidos nucleicos.
5 Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson 
fonte: Biologia; introdução à Biologia pp. 97-105. (Livro 1). São Paulo: Gráfica e 
1991.
BIOLOGIA
34
Acredita-se hoje que a primeira molécula informacional tenha sido o RNA, e não o DNA. Foi feita a interessantíssima desco-
berta de que certos “pedaços” de RNA têm uma atividade catalítica: eles permitem a produção, a partir de um molde de RNA e de 
nucleotídeos, de outras fitas de RNA idênticas ao molde! A esses pedaços de RNA com atividade “enzimática”, os biólogos chamam 
de ribozimas. Isso permite explicar o eventual surgimento e duplicação dos ácidos nucleicos, mesmo na ausência das sofisticadas 
polimerases que atuam hoje.
O DNA deve ter sido um estágio mais avançado na confecção de um material genético estável; evidentemente, os primeiros 
DNA teriam sido feitos a partir de um molde de RNA original. Isso lembra bastante, você vai concordar, o modo de atuação do re-
trovírus, como o da AIDS!
De qualquer forma, esses “genes nus”, isto é, envolvidos por nada, mas livres na argila ou na água, podem ter num período 
posterior “fixado residência” numa estrutura maior, como um coacervado ou uma microesfera…
Um dos problemas ainda mais perturbadores nessa história toda, relaciona-se ao surgimento do CÓDIGO GENÉTICO. Em outras 
palavras, o aparecimento de proteínas ou de moléculas de ácidos nucleicos com a capacidade de duplicação, nas condições pos-
tuladas, pode ser imaginado sem muita dificuldade, mas permanece extremamente misterioso o método pelo qual as moléculas 
de ácidos nucleicos teriam tomado conta do controle da produção de proteínas específicas, que tivessem um valor biológico e de 
sobrevivência. Quem sabe o tempo se encarregará de nos fornecer novas evidências…
A evolução do metabolismo
Analisamos até agora o surgimento das primeiras formas vivas, e você deve ter notado que já mencionamos, para essas formas, 
algumas características importantes para conceituar um ser vivo. Esses primeiros organismos possuem compostos orgânicos na 
constituição de seus corpos, são celulares (unicelulares, no caso) e têm capacidade de reprodução.
Não discutimos ainda uma outra característica dos seres vivos: o metabolismo. Vamos, então, analisar como deve ter sido a 
provável evolução das vias metabólicas nos seres vivos.
Todo o ser vivo precisa de alimentos, que são degradados nos processos metabólicos para a liberação de energia e realização 
das funções. Esses alimentos degradados também podem ser utilizados como matéria-prima na síntese de outras substâncias orgâ-
nicas, possibilitando o crescimento e a reposição de perdas.
Vamos analisar, então, como esses primeiros seres conseguiam obter e degradar o alimento para a sua sobrevivência. Duas 
hipóteses têm sido discutidas pelos cientistas: a hipótese heterotrófica e a autotrófica.
Para entender claramente esta discussão, é útil recordar as equações de três processos biológicos básicos, fermentação, respi-
ração e fotossíntese, que reproduzimos a seguir.
Existem duas hipóteses sobre a origem da vida: a hipótese autotrófica, que propõe que o primeiro ser vivo foi capaz de sin-
tetizar seu próprio alimento orgânico, possivelmente por fotossíntese, e a hipótese heterotrófica, que prevê que os primeiros 
organismos se nutriam de material orgânico já pronto, que retiravam de seu meio. A maioria dos biólogos atuais acha a hipótese 
autotrófica pouco aceitável devido a um fato simples: para a realização da fotossíntese, uma célula deve dispor de um equipamento 
bioquímico mais sofisticado do que o equipamento de um heterótrofo. Como admitir que o primeiro ser vivo, produzido através 
de reações químicas casuais, já possuísse esse grau de sofisticação? É claro que o primeiro ser vivo poderia ter surgido complexo; 
porém é muito menos provável que isso tenha acontecido.
Por outro lado, se o primeiro organismo era heterótrofo, o que ele comeria? Hoje os heterótrofos dependem, para sua nutri-
ção, direta ou indiretamente, dos autótrofos autossintetizantes. No entanto não se esqueça de que, de acordo com a hipótese de 
Oparin, o primeiro organismo surgiu num mar repleto de coacervados orgânicos, que não haviam chegado ao nível de complexidade 
adequada. Esses coacervados representam então uma fonte abundante de alimento para nosso primeiro organismo, que passaria a 
comer seus “irmãos” menos bem sucedidos.
Admitamos um primeiro organismo heterótrofo, para o qual alimento não era problema. Pode-se obter energia do alimento 
através de dois processos: a respiração que depende de O2 molecular, inexistente na época, e a fermentação, processo mais sim-
ples, cuja realização dispensa a presença de oxigênio.
Estabeleçamos, a título de hipótese mais provável, que o primeiro organismo deva ter sido um heterótrofo fermentador. A 
abundância inicial de alimento permite que os primeiros organismos se reproduzam com rapidez; não se esqueça também de que 
todos os mecanismos da evolução biológica, como a mutação e seleção natural, estão atuando, adaptando os organismos e permi-
tindo o aparecimento de características divergentes.
Surge a fotossíntese
A velocidade de consumo do alimento, no entanto, cresce continuamente, já que o número de organismos aumenta; a repo-
sição desse alimento orgânico através das reações químicas que descrevemos é obviamente muito mais lenta que o seu consumo. 
Perceba que, se não surgissem por evolução os autótrofos, a vida poderia ter chegado num beco sem saída por falta de alimento.
Em algum momento anterior ao esgotamento total do alimento nos mares, devem ter aparecido os primeiros organismos 
capazes de realizar fotossíntese; possivelmente usaram como matéria prima o CO2 residual dos processos de fermentação. Sua 
capacidade de produzir alimento fechava o ciclo produtor/consumidor e permitia o prosseguimento
da vida.
BIOLOGIA
35
Surge a respiração
Um resíduo do processo fotossintético é o oxigênio molecular; por evolução devem ter surgido mais tarde os organismos capa-
zes de respirar aerobicamente, que utilizaram o O2 acumulado durante milhões de anos pelos primeiros autótrofos.
A respiração, não se esqueça, permite extrair do alimento maior quantidade de energia do que a fermentação. Seguramente o 
modo de vida “respirador” representa, na maioria dos casos, uma grande vantagem sobre o método “fermentador”; não devemos 
estranhar que a maioria dos organismos atuais respire, apesar de ter conservado a capacidade de fermentar.
Lembre-se, ainda, de que a presença de oxigênio molecular na atmosfera acaba permitindo o aparecimento na atmosfera da 
camada de ozônio, que permite a filtração de grande parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol. Essa radiação é fortemente 
mutagênica; porém os organismos aquáticos estariam parcialmente protegidos, já que a água funciona como um filtro para ela. De 
qualquer maneira, o aparecimento do ozônio prepara o terreno para uma futura conquista do ambiente seco, caso alguns organis-
mo um dia se aventurem a fazer experiência.
Vida multicelular
Como surgiram os seres multicelulares? Evidências obtidas de estudos geológicos sugerem que os primeiros multicelulares 
simples surgiram na Terra há cerca de 750 milhões de anos! Antes disso houve o predomínio de vida unicelular, como formas euca-
rióticas simples. A partir dessa data, surgem os primeiros multicelulares, originados dos unicelulares eucariotos existentes.
Aparece a membrana celular
É muito provável que os primeiros organismos tenham sido mais complexos do que os vírus atuais, porém mais simples do que 
as células mais simples que se conhecem.
Um citologista chamado Robertson acredita que, por evolução, os organismos iniciais devam ter “experimentado” vários tipos 
de membranas. A vantagem de uma membrana envolvente é clara: ela fornece proteção contra choques mecânicos e, portanto, 
maior estabilidade à estrutura; porém ela representa uma barreira entre o organismo e o alimento a seu redor, o que é uma des-
vantagem.
Assim, a membrana ideal deveria ser resistente, com um certo grau de elasticidade, sem deixar de ser suficientemente per-
meável. Num certo estágio da evolução dos seres vivos, apareceu a membrana lipoproteica, que reúne todos esses atributos e 
certamente foi um sucesso total, já que todos os seres vivos atuais de estrutura celular a possuem.
Nesse estágio, pode-se falar em organismos procariontes, muito semelhantes às mais simples bactérias atuais.
Procariontes originam eucariontes
Uma membrana traz, entretanto, alguns problemas adicionais: ela se constitui, de certa forma, num obstáculo para o cresci-
mento da estrutura viva. Vamos explicar: à medida que a célula cresce, seu volume aumenta, assim como a superfície de sua mem-
brana; porém a superfície cresce MENOS proporcionalmente, do que o volume. Desse modo, a célula MAIOR se alimenta PIOR. A 
única forma de restabelecer a relação favorável entre superfície e volume é a divisão da célula, que, assim, nunca pode passar de 
um certo tamanho.
Portanto o volume dos primeiros organismos é limitado, já que a partir de um certo tamanho tem de acontecer divisão celular. 
Robertson propõe que, por evolução biológica, alguns organismos devem ter adquirido a capacidade genética de dobrar sua mem-
brana para fora (evaginação). Dessa forma, sem mudanças apreciáveis de volume, aumentaria a superfície em contado como meio. 
Perceba que na proposta de Robertson fica implícita a ideia de que todos os orgânulos celulares membranosos tiveram a mesma ori-
gem; membranas nucleares, do retículo, do Golgi e plasmática nada mais seriam do que dobramentos de uma primitiva membrana.
Na célula atual, de fato, verificam-se dois fatos que apoiam fortemente as ideias de Robertson:
Há comunicação entre todas as membranas celulares, que se apresentam formando um sistema membranoso único.
Todas as membranas celulares têm a mesma composição e são lipoproteicas.
Assim teriam aparecido, muito provavelmente, as primeiras células eucarióticas, que, em alguns casos, levaram vantagem 
quando competiam com os procariontes. Apesar disso, os procariontes continuaram existindo: são, como sabemos, as inúmeras 
espécies de bactérias e as cianofíceas atuais.
BIOLOGIA
36
A origem de algumas organelas celulares
Uma teoria muito em voga atualmente a respeito da origem das organelas celulares é a endossimbiose. Trata-se da seguinte 
ideia: alguns organismos procariontes teriam sido “engolidos” por células maiores de eucariontes, ficando no interior da célula, 
mas com capacidade de reprodução independente e realizando determinadas funções. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos 
possam ter se originado dessa forma. As mitocôndrias podem ter sido um dia bactérias independentes; os cloroplastos, talvez cia-
nofíceas ou baterias fotossintetizantes.
Os argumentos a favor dessa ideia são muito fortes: cloroplastos e mitocôndrias possuem material genético próprio, semelhan-
te ao DNA de bactéria. Esse DNA tem capacidade de duplicação, de transcrição; ribossomos existentes no interior desses orgânulos 
produzem também proteínas próprias. Por fim, ambos os orgânulos têm a capacidade de se reproduzir no interior da célula “hos-
pedeira”.
Uma “troca de favores” poderia ter se estabelecido entre a célula maior e a menor. No caso da mitocôndria, que teria obtido 
proteção e alimento, sua presença teria permitido que a célula maior aprendesse a RESPIRAR oxigênio, com todas as vantagens 
inerentes. A simbiose com um procarionte fotossintetizante faria que os eucariontes hospedeiros tivessem síntese de alimento “em 
domicílio”, obviamente um processo muito vantajoso.
A evolução biológica
Atualmente os seres vivos estão adaptados ao meio em que vivem, isto é, entre os seres vivos e o ambiente há um ajuste com 
papel fundamental para a sua sobrevivência. O flamingo rosa se alimenta de cabeça para baixo, adaptando-se à procura de alimen-
to no lodo em que vive; os cactos suportam o meio desértico seco graças às adaptações nele existentes; os beija-flores, com seus 
longos bicos, estão adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. Esses e numerosos outros exemplos são 
reveladores da perfeita sintonia que existe entre os seres e os seus ambientes de vida.
BIOLOGIA
37
Antigamente, a ideia de que as espécies seriam fixas e imu-
táveis foi defendida pelos filósofos gregos chamados de fixistas. 
Estes propunham que as espécies vivas já existiam desde a ori-
gem do planeta e a extinção de muitas delas deveu-se a eventos 
especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam extermi-
nado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóte-
les, grande estudioso da natureza, não admitia a ocorrência de 
transformação das espécies, pois acreditava que os organismos 
eram distribuídos segundo uma escala de complexidade, em que 
cada ser vivo tinha seu lugar definido.
Visão aristotélica de que as espécies eram fixas e imutáveis
Entretanto, partir do século XIX, uma série de pensadores 
passou a admitir a ideia da substituição gradual de espécies por 
outras através de adaptações a ambientes em contínuo proces-
so de mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, 
explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário 
do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adapta-
ção das espécies é alcançada a medida que muda o meio. Nessa 
concepção, os serres mais adaptados ao ambiente em mudança 
sobrevivem, já os menos adaptados são eliminados. Essa ideia 
deu origem ao evolucionismo. 
Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios con-
tinuamente em mudança. Entretanto, essa mudança das espé-
cies nem sempre implica aperfeiçoamento ou melhora, poden-
do acarretar, em alguns casos a uma simplificação. É o caso das 
tênias, vermes achatados parasitas: embora nelas não exista 
tubo digestivo, estão perfeitamente adaptadas
ao parasitismo 
no tubo digestivo do homem e de muitos outros vertebrados.
Adaptação: a espécie em mudança
Dentre os exemplos que ilustram a adaptação das espécies 
às mudanças do meio, três se destacam por seu caráter clássico: 
a) a resistência de bactérias aos antibióticos; 
b) a coloração protetora das mariposas da espécie Biston 
betularia. 
a) A resistência de bactérias aos antibióticos
O problema da resistência bacteriana a antibióticos carac-
teriza um caso de adaptação de um grupo de organismos frente 
a mudanças ambientais. À medida que antibióticos são inade-
quadamente utilizados no combate a infecções causadas por 
bactérias, o que na realidade se está fazendo é uma seleção de 
indivíduos resistentes a determinado antibiótico. Sendo favo-
recidos, os indivíduos resistentes, pouco abundantes de início, 
proliferam, aumentando novamente a população de micro-or-
ganismos.
b) A coloração protetora das mariposas
Em meados do século passado, a população de certo tipo 
de mariposa nos arredores de Londres era constituída predomi-
nantemente por indivíduos de asas claras, embora entre elas se 
encontrassem algumas de asas escuras. A explicação para esse 
BIOLOGIA
38
fato fica lógica se lembrarmos que nessa época os troncos das 
árvores eram recobertos por certo tipo de vegetais, os líque-
nes, que conferiam-lhes uma cor acinzentada. Na medida em 
que a industrialização provocou aumento de resíduos poluentes 
gasosos, os troncos das árvores passaram a ficar escurecidos, 
como consequência da morte dos líquenes e do excesso de fuli-
gem. Nessa região, passou a haver predominância de mariposas 
de asas escuras, o que denota outro caso de adaptação de um 
grupo de indivíduos frente a uma mudança ambiental. Procure 
entender a semelhança existente entre esses dois exemplos de 
adaptação e o exemplo da resistência de insetos a inseticidas.
As evidências da evolução
Durante a fase polêmica da discussão evolucionista, muitos 
argumentos foram utilizados. Uma das evidências mais impor-
tantes da ocorrência de Evolução biológica é dada pelos fósseis, 
que podem ser conceituados como “restos ou vestígios de seres 
vivos de épocas remotas”. Por meio deles, verifica-se que havia 
organismos completamente diferentes dos atuais, argumento 
poderoso para os defensores do transformismo. Outras evidên-
cias evolutivas podem ser citadas: a semelhança embriológica 
e anatômica existente entre os componentes de alguns grupos 
animais, notadamente os vertebrados; a existência de estrutu-
ras vestigiais, como, por exemplo, o apêndice vermiforme hu-
mano, desprovido de função quando comparado aos apêndices 
funcionais de outros vertebrados. 
A evidência molecular, nos mostra a semelhança na estru-
tura molecular de diversos organismos sendo que, quanto maior 
as semelhanças entre as sequências das bases nitrogenadas dos 
ácidos nucleicos ou quanto maior a semelhança entre as proteí-
nas destas espécies, maior o parentesco e, portanto, a proximi-
dade evolutiva entre as espécies.
Lamarck x Darwin
A partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de ex-
plicação para a Evolução biológica. Jean Baptiste Lamarck, fran-
cês, e Charles Darwin, inglês, foram os que mais coerentemente 
elaboraram teorias sobre o mecanismo evolutivo. Foi Darwin, 
no entanto, o autor do monumental trabalho científico que re-
volucionou a Biologia e que até hoje persiste como a Teoria da 
Seleção Natural das espécies.
Darwin
A história do Darwinismo
Em meados de 1930, Charles Darwin visitou diferentes lo-
cais da América do Sul (inclusive o Brasil) e da Austrália, além 
de vários arquipélagos tropicais abordo do navio inglês H. S. S. 
Beagle. Durante essa viagem, Darwin percebeu que na Argen-
tina havia fósseis de espécies gigantes que eram semelhantes 
às espécies existentes naquele período e que também notava 
algumas diferenças destacadas de acordo com a região em que 
eram encontrados, originando a dúvida entre as semelhanças 
das espécies antigas fossilizadas e de espécies atuais.
No Equador, mais precisamente no arquipélago de Galápa-
gos, havia inúmeras espécies de uma mesma ave localizadas em 
diferentes regiões, o que levou Darwin a pensar que tais dife-
renças partiram de um mesmo ancestral que após migrar para 
diferentes regiões com diferenciações climáticas e ecológicas 
precisou se adaptar a estas, originando novas espécies.
Após recolher muitas informações e materiais no decorrer 
de sua viagem, Darwin começou a organizar suas hipóteses so-
bre a origem das espécies. Assim, escreveu alguns ensaios ini-
ciais, mas manteve as questões mais revolucionárias em segredo 
e só as comentou com alguns amigos. Até que, em 1858, rece-
beu uma carta que o fez mudar de ideia.
O remetente da carta era Wallace, que também usou as ob-
servações de viagem para formular sua teoria da evolução por 
meio da seleção natural. Quando leu a correspondência, Darwin 
tomou um susto: as ideias eram praticamente iguais às dele!
Diante disso, Darwin contou o acontecido a amigos cientis-
tas, que sugeriram organizar uma sessão na qual os dois natura-
listas pudessem apresentar sua teoria. Ela aconteceu no dia 1 de 
julho de 1858, na Sociedade Lineana da Londres, na Inglaterra. 
Foram lidos manuscritos de Darwin e a carta de Wallace, sem a 
presença dos autores.
No ano seguinte, Darwin publicou seu livro A Origem das 
Espécies, que gerou burburinho e lhe rendeu muito mais fama 
do que Wallace jamais teve. Os dois, no entanto, tornaram-se 
amigos por toda a vida – unidos pela teoria que formularam ao 
mesmo tempo e que até hoje esclarece a sociedade sobre o sur-
gimento dos seres vivos no planeta.
A teoria de Darwin 
A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambien-
tes, fica fácil entender as propostas de Charles Darwin (1809-
1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-
-se dois ratos, um cinzento e outro albino, é provável que em 
BIOLOGIA
39
muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o 
albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente 
em questão favorece a sobrevivência de indivíduos cinzentos ao 
permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as fo-
lhagens de uma mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais 
atacados por predadores. Com o tempo, a população de ratos 
cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, 
o que denota seu sucesso. É como se o ambiente tivesse esco-
lhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de mais recursos 
para enfrentar os problemas oferecidos pelo meio. A esse pro-
cesso de escolha, Darwin chamou Seleção Natural. Note que a 
escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre orga-
nismos da mesma espécie. Darwin reconhecia a existência dessa 
variabilidade. Sabia também que na natureza, a quantidade de 
indivíduos de certa espécie que nascem é maior que aquela que 
o ambiente pode suportar. Além disso, era conhecido o fato de 
que o número de indivíduos da população fica sempre em torno 
de uma certa quantidade ótima, estável, devido, principalmen-
te, a altas taxas de mortalidade.
É óbvio que a mortalidade seria maior entre indivíduos 
menos adaptados a seu meio, pelo processo de escolha ou 
“seleção natural”. Perceba, então, que a ideia de Darwin parte 
do princípio importante de que existe variabilidade entre os 
indivíduos de uma mesma espécie e que essa variabilidade pode 
permitir que indivíduos se adaptem ao ambiente.
Assim, para Darwin, a adaptação é resultado de um proces-
so de escolha dos que já possuem a adaptação. Essa escolha, 
efetuada pelo meio, é a Seleção Natural e pressupõe a existên-
cia prévia de uma diversidade específica. Então, muda o meio. 
Havendo o que escolher (variabilidade), a seleção natural entra 
em ação e promove a adaptação da espécie ao meio. Quem não 
se adapta, desaparece.
O Darwinismo, a conhecida teoria da “Evolução Biológica 
por adaptação das espécies aos meios em mudança através da 
Seleção Natural”, pode ser assim esquematizado:
É claro que, em ambientes
diferentes, variações distintas 
serão valorizadas. Isso explica por que duas populações da 
mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante 
diversificadas em ambientes diferentes.
A teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo
O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também 
suscitou críticas. A principal era relativa à origem da variabilida-
de existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não 
teve recursos para entender por que os seres vivos apresentam 
diferenças individuais. Não chegou sequer a ter conhecimento 
dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cru-
zando plantas de ervilha. O problema só foi resolvido a partir do 
início do século XX, com o advento da ideia de gene. E só então 
ficou fácil entender que mutações e recombinação gênica são 
as duas importantes fontes de variabilidade entre as espécies. 
Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os 
evolucionistas modernos conhecem como Neodarwinismo ou 
Teoria Sintética da Evolução e que se apoia nas ideias básicas 
de Darwin.
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bac-
teriana aos antibióticos usados para o seu combate. Partindo 
do princípio da existência prévia de variabilidade, uma popula-
ção bacteriana deve ser formada por dois tipos de indivíduos: os 
sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico 
deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resisten-
tes, que são selecionadas. As bactérias resistentes proliferam 
e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. 
Qualquer outro problema de adaptação das espécies a ambien-
tes em modificação pode ser explicado utilizando-se o raciocínio 
neodarwinista.
A ideia de Lamarck 
Um dos primeiros adeptos do transformismo foi o biólogo fran-
cês Lamarck, que, como você verá, elaborou uma teoria da Evolução, 
embora totalmente desprovida de fundamento científico.
No mesmo ano em que nascia Darwin, Jean Baptiste Lamarck 
(1744-1829) propunha uma ideia elaborada e lógica. Segundo ele, 
uma grande mudança no ambiente provocaria numa espécie a ne-
cessidade de se modificar, o que a levaria a mudanças de hábitos.
Se o vento e as águas podem esculpir uma rocha, modifican-
do consideravelmente sua forma, será que os seres vivos não po-
deriam ser também moldados pelo ambiente? Teria o ambiente 
o poder de provocar modificações adaptativas nos seres vivos?
Lamarck acreditava que sim. Considerava, por exemplo, que 
mudanças das circunstâncias do ambiente de um animal provo-
cariam modificações suas necessidades, fazendo que ele passas-
BIOLOGIA
40
se a adotar novos hábitos de vida para satisfazê-las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas partes do 
corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras partes não seriam solicitadas, ficando mais reduzidas, até se atrofia-
rem. Assim, o ambiente seria o responsável direto pelas modificações nos seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus 
descendentes, produzindo um aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações.
Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei do Uso e Desuso, afirmava que, se para viver em deter-
minado ambiente fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie tenderiam a valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com 
maior frequência, o que o levaria a hipertrofiar. Ao contrário, o não uso de determinado órgão levaria à sua atrofia e desapareci-
mento completo ao longo de algum tempo.
A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. Através dela postulou que qualquer aquisição 
benéfica durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às 
gerações seguintes, até que ocorresse sua estabilização.
A partir dessas suas leis, Lamarck formulou sua teoria da evolução, apoiado apenas em alguns exemplos que observara na na-
tureza. Por exemplo, as membranas existentes entre os dedos dos pés das aves nadadoras, ele as explicava como decorrentes da 
necessidade que elas tinham de nadar. Cornos e chifres teriam surgindo como consequência das cabeçadas que os animais davam 
em suas brigas. A forma do corpo de uma planta de deserto seria explicada pela necessidade de economizar água.
Por que não podemos aceitar as teses de Lamarck?
Na verdade não podemos simplesmente achar erradas as ideias de Lamarck sem dizer exatamente o porquê do erro. É preciso 
saber criticá-las com argumentos que evidenciam o erro nelas contido. Assim, pode-se dizer que a lei do uso e desuso só será válida 
se a alteração que ela propõe estiver relacionada a alterações em órgãos de natureza muscular e, ainda, alterações que não envol-
vam mudanças no material genético do indivíduo. A cauda de um macaco sul-americano não cresceu porque o animal manifestou 
o desejo de se prender os galhos de uma árvore. Tal mudança deveria envolver antes uma alteração nos genes encarregados da 
confecção da cauda.
Com relação à lei da transmissão das características adquiridas, é preciso deixar bem claro que eventos que ocorrem durante a 
vida de um organismo, alterando alguma sua característica, não podem ser transmissíveis à geração seguinte. O que uma geração 
transmite à outra são genes. E os genes transmissíveis já existem em um indivíduo desde o momento em que ele foi um zigoto. E, 
fatos que ocorram durante sua vida não influenciarão exatamente aqueles genes que ele deseja que sejam alterados.
Lamarck e Darwin frente a frente: o tamanho do pescoço das girafas: 
BIOLOGIA
41
A Especiação
Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie ancestral. De modo geral, 
para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se separem e deixem de se cruzar. Essa separação constitui o 
isolamento geográfico e pode ocorrer por migração de grupos de organismos para locais diferentes e distantes, ou pelo surgimen-
to súbito de barreiras naturais intransponíveis, como rios, vales, montanhas, etc., que impeçam o encontro dos componentes da 
espécie original. O isolamento geográfico, então, é a separação física de organismos da mesma espécie por barreiras geográficas 
intransponíveis e que impedem o seu encontro e cruzamento.
A mudança de ambiente favorece a ação da seleção natural, o que pode levar a uma mudança inicial de composição dos grupos. 
A ocorrência de mutações casuais do material genético ao longo do tempo leva a um aumento da variabilidade e permite a continui-
dade da atuação da seleção natural. Se após certo tempo de isolamento geográfico os descendentes dos grupos originais voltarem a 
se encontrar, pode não haver mais a possibilidade de reprodução entre eles. Nesse caso, eles constituem novas espécies. Isso pode 
ser evidenciado através da observação de diferenças no comportamento reprodutor, da incompatibilidade na estrutura e tamanho 
dos órgãos reprodutores, da inexistência de descendentes ou, ainda, da esterilidade dos descendentes, no caso de eles existirem. 
Acontecendo alguma dessas possibilidades, as novas espécies assim formadas estarão em isolamento reprodutivo, confirmando, 
desse modo, o sucesso do processo de especiação.
Podemos dividir a especiação em três tipos, que serão explicados a seguir:
1. Especiação alopátrica;
2. Especiação simpátrica;
3. Especiação parapátrica.
1. Especiação alopátrica
A especiação alopátrica ocorre quando duas espécies são separadas por um isolamento geográfico. O isolamento pode ocorrer 
devido à grande distância ou uma barreira física, como um deserto, rio ou montanha. A especiação bem-sucedida é vista na figura 
abaixo. Os tentilhões observados por Darwin é um exemplo dessa especiação na qual ele observou que, nas ilhas Galápagos, eles se 
diferenciavam pelo tipo de bico. Além disso, seria uma forma de adaptação à dieta alimentar de cada uma das 14 espécies.
Exemplo de especiação alopátrica (Foto: USP)
2. Especiação simpátrica
A especiação simpátrica diferencia-se da alopátrica pela ausência
da separação geográfica. Nessa especiação, duas populações 
de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento entre as mesmas, resultando em diferenças que levarão à 
especiação, ou seja, a uma nova espécie. Isso pode ocorrer pelo fato dos indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbí-
voros que experimentam uma nova planta hospedeira.
Moscas que vivem no mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP)
BIOLOGIA
42
3. Especiação parapátrica 
A especiação parapátrica ocorre em duas populações da 
mesma espécie que também não possuem nenhuma barreira fí-
sica, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) 
entre as espécies. É uma população contínua, mas que não se 
cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o resulta-
do são descendentes híbridos. Um exemplo dessa especiação 
é o caso das gramíneas Anthoxanthum, que se diferenciou por 
certas espécies estarem fixadas em um substrato contaminado 
com metais pesados. 
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, 
que foram se adaptando para genótipos tolerantes a esses me-
tais pesados. Ao longo prazo, essas espécies foram adquirindo 
características diferentes, como a mudança de floração impos-
sibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico entre 
esses grupos. 
Espécie de gramínea à esquerda em um solo não contami-
nado e à direita, contaminada por metais pesados (Foto: USP)
Irradiação adaptativa
Há muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos 
de seres vivos foi possível a partir de um grupo ancestral cujos 
componentes, através do processo de especiação, possibilita-
ram o surgimento de espécies relacionadas. Assim, a partir de 
uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de 
novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou 
a sobrevivência nesses meios. Desse modo teriam surgido no-
vas espécies que em muitas características apresentavam seme-
lhanças com espécies relacionadas e com a ancestral. Esse fenô-
meno evolutivo é conhecido como Irradiação Adaptativa, e um 
dos melhores exemplos corresponde aos pássaros fringilídeos 
de Galápagos estudados por Darwin. Originários do continente 
sul-americano, irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago, 
cada grupo adaptando-se às condições peculiares de cada ilha 
e, consequentemente, originando as diferentes espécies hoje lá 
existentes.
Para que a irradiação possa ocorrer, é necessário em primei-
ro lugar que os organismos já possuam em seu equipamento ge-
nético as condições necessárias para a ocupação do novo meio. 
Este, por sua vez, constitui-se num segundo fator importante, já 
que a seleção natural adaptará a composição do grupo ao meio 
de vida.
Convergência adaptativa
Processo que é resultante da adaptação de grupos de orga-
nismos de espécies diferentes a um mesmo hábitat. Por estarem 
adaptados ao mesmo hábitat, possuem semelhanças em relação 
à organização de corpo sem necessariamente possuírem grau de 
parentesco.
Estes organismos, por viverem num mesmo tipo de ambien-
te e estarem adaptados ao mesmo, possuem estruturas que 
apresentam a mesma função que são chamadas órgãos análo-
gos, como, por exemplo as asas de um morcego e as patas de 
um leão.
São semelhantes pela função e não por terem uma mesma 
origem embrionária ou pelos organismos possuírem ancestral 
comum.
Homologia e analogia
Agora que sabemos o que é irradiação adaptativa e conver-
gência adaptativa, fica fácil entender o significado dos termos 
homologia e analogia. Ambos utilizados para comparar órgãos 
ou estruturas existentes nos seres vivos. Por homologia enten-
de-se semelhança entre estruturas de diferentes organismos, 
unicamente a uma mesma origem embriológica. As estruturas 
homológicas podem exercer ou não a mesma função.
BIOLOGIA
43
O braço do homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e 
a nadadeira da baleia são estruturas homológicas entre si, pois 
todas têm a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há 
similaridade funcional.
Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e a asa da ave, 
verifica-se que ambas têm a mesma origem embriológica e estão 
ainda associadas a mesma função.
A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estru-
turas, em função de adaptação à execução da mesma função.
As asas dos insetos e das aves são estruturas diferentes 
quanto à origem embriológica, mas ambas estão adaptadas à 
execução de uma mesma função: o voo. São estruturas análoga
6Evolução humana
De acordo com diversas pesquisas cientificas, o aparecimen-
to dos primeiros ancestrais do homem surgiu a cerca de 3,5 – 4 
milhões de anos atrás. Os primeiros hominídeos pertenciam ao 
gênero Australopithecus e se diferenciavam dos demais prima-
tas por conta de sua postura ereta, locomoção bípede e uma 
arcada mais próxima da atual espécie humana. Apesar de ser 
considerado o primeiro ancestral humano, não existe um estudo 
conclusivo sobre a escala evolutiva.
Segundo alguns estudos, os sucessores do Australopithecus 
foram os Homo habilis (2,4 milhões de anos) e o Homo erectus, 
o qual haveria surgido há aproximadamente 1,8 milhões de anos 
atrás. O seu maxilar apresentaria uma consistência maior e seus 
dentes seriam mais largos. Além disso, tinha uma caixa craniana 
de maior porte e uma postura mais ereta. Segundo consta, este 
teria habitado regiões diversas da África e da Ásia como o Java, 
China, Etiópia e Tanzânia.
A partir do processo evolutivo sofrido por esse último espé-
cime, haveria surgido o chamado Homo sapiens, uma espécie da 
qual descenderia o Homo neanderthalensis. Este integrante do 
processo evolutivo humano teria vivido entre 230 e 30 mil anos 
atrás. De acordo com os estudos a seu respeito, o neandertha-
lensis produzia armas e utensílios com maior sofisticação e rea-
lizavam rituais funerários simples. Durante algum tempo, teria 
vivido juntamente como o Homo sapiens moderno.
Este último corresponde a nossa espécie e teria surgido no 
planeta há cerca de 150 mil anos atrás. De acordo com os estu-
dos sobre esse último estágio da escala evolutiva, o Homo sa-
piens moderno teve a incrível capacidade de se espalhar em ou-
tras regiões do mundo em um relativo curto espaço de tempo. 
Aproveitando das conquistas consolidadas por seus ancestrais, 
teve a capacidade de desenvolver a linguagem, dominar o fogo 
e construir instrumentos diversos.
6 http://www.mundoeducacao.com/
Com a interrupção desse processo, dava-se início a outros 
processos que empreenderiam a formação de manifestações e 
organizações sociais mais completas. Depois disso, ocorreriam 
as transformações que encerrariam o extenso Período Paleo-
lítico, que termina em 8000 a.C. Logo em seguida, ocorreria o 
desenvolvimento do Período Neolítico (8000 a.C. – 5000 a.C.) 
e a Idade dos Metais, que vai de 5000 a.C. até o surgimento da 
escrita, que encerra a Pré-história.
7Genética de Populações
A ocorrência das mutações gênicas soma novos alelos ao 
conjunto gênico de todas as populações. Graças à ocorrência 
das permutações, esses novos alelos se misturam aos pré-exis-
tentes, determinando a enorme variabilidade verificada dentro 
dos grupos de seres vivos. Sobre essa mistura de características, 
atua a seleção natural. Os organismos dotados das característi-
cas mais adaptativas tendem a sobreviver e gerar descendentes 
em maior número do que aqueles desprovidos dessas caracte-
rísticas. Como dissemos no capítulo anterior, a seleção natural 
estabelece uma “taxa diferencial de reprodução”.
Pela atuação desses fatores (mutações e seleção natural, 
principalmente), o equipamento genético das populações tende 
a se alterar, com o passar do tempo. Portanto, as populações 
não são imutáveis. Em 1950, o biólogo Theodosius Dobzhansky 
postulou um conceito genético para as populações. Segundo ele, 
uma população é um conjunto de indivíduos que se reproduzem 
sexuadamente, compartilhando um conjunto de informações 
genéticas e mantendo um patrimônio gênico comum. Em cima 
do conceito genético de
população, muitos postulados foram 
lançados, todos partindo de uma “população ideal”. Essa popu-
lação ideal foi chamada de população mendeliana, e apresenta 
as seguintes características:
- deve ser uma população muito grande.
- todos os cruzamentos podem ocorrer com igual probabi-
lidade, casualmente, permitindo uma perfeita distribuição dos 
seus genes entre todos os seus indivíduos. Uma população assim 
é conhecida como população panmítica (do grego pan, total, e 
miscere, mistura).
- não deve estar sofrendo a ação da seleção natural, poden-
do manter com igual chance qualquer gene do seu conjunto, 
sem que nenhum tenha a tendência de ser eliminado.
- não há a ocorrência de mutações, que acrescenta novos 
genes ao patrimônio gênico da espécie.
- não há fluxo migratório entrando ou saindo dessa popula-
ção, pois eles acrescentam ou removem genes do grupo original.
7 http://www.biomania.com.br/
BIOLOGIA
44
Uma população humana pode até ser grande, mas as outras 
condições não são obedecidas. Os cruzamentos não são casuais, 
e estão na dependência de fatores afetivos, sociais, étnicos, re-
ligiosos, etc. Todas as populações humanas sofrem a ação da se-
leção natural e, nelas, ocorrem mutações. Os fluxos migratórios 
são intensos. Entretanto, vamos considerar que os postulados 
da genética populacional sejam válidos e aplicáveis desde que 
as populações sejam grandes.
O conceito de população mendeliana e as frequência gê-
nicas
A base do estudo da genética de populações é o conceito 
de “pool gênico”, conjunto total de genes presentes em todos 
os indivíduos de uma população. Tomemos como exemplo um 
certo locus gênico que pode ser ocupado alternativamente pelos 
alelos A e a. Em uma população de 100 000 pessoas, encontra-
mos 49 000 homozigotos AA,42000 heterozigotos Aa e 9000 ho-
mozigotos aa. Vamos chamar de pool gênico ao total de genes 
da população.
49 000 homozigotos AA______________ 98000 genes A
42000heterozigotos Aa_______________42000 genes A e 
42 000 genes a
9 000 homozigotos aa ________________ 18000 genes a
TOTAL______________________________140000 genes A 
e 60000 genes a
Nessa população, há um total de 200 000 genes para esse lo-
cus. Desses, 140 000 são o alelo dominante A e 60 000 são o ale-
lo recessivo a. Portanto, as frequências gênicas correspondem a: 
Frequência do alelo dominante
A = f(A) = 140 000/200 000 = 0,70 (ou 70%)
Frequência do alelo recessivo
a = f(a) = 60 000/200 000 = 0,30 (ou 30%)
Como não há outra forma alternativa de ocupação desse lo-
cus, a soma das frequências gênicas é igual a 1,0 (ou 100%)
f(A) + f(a) = 1,0 (ou 100%)
Habitualmente, a frequência do alelo dominante, no caso a 
frequência do gene A, é expressa por p, e a frequência do alelo 
recessivo, por q. Portanto:
f(A) + f(a) = p + q = 1,0 (ou 100%)
O princípio de Hardy-Weiberg
No início do século XX, o alemão Weimberg e o britânico 
Hardy lançaram um postulado segundo o qual, caso uma po-
pulação mendeliana não esteja sofrendo influência de nenhum 
fator evolutivo (mutações, seleção natural, migrações, etc.), as 
frequências gênicas de todos os seus alelos deveria permanecer 
constante, ao longo das gerações. Esse postulado é conhecido 
como princípio de Hardy-Weimberg, ou princípio do equilíbrio 
gênico.
Fatores que alteram o equilíbrio gênico
Os principais fatores que afetam o equilíbrio gênico são a 
mutação, a migração, a seleção e a deriva gênica.
Mutação e frequências gênicas
A mutação, processo pelo qual um alelo se transforma em 
outro, pode alterar a frequência gênica de uma população. Se a 
taxa de mutação de um gene A para seu alelo a for maior do que 
a taxa de mutação inversa (aa A), ocorrerá aumento na frequên-
cia do alelo a e a diminuição na frequência de A. 
Migração e frequências gênicas
As diferentes populações de uma mesma espécie nem sem-
pre são isoladas. Indivíduos podem migrar, incorporando-se a 
uma população (imigração) ou saindo dela (emigração). As mi-
grações podem alterar a constituição gênica de uma população. 
Por exemplo, se uma população constituída apenas por pessoas 
de olhos azuis migrar para uma região onde a maioria das pes-
soas tenham olhos castanhos, haverá aumento da frequência do 
alelo que condiciona olhos azuis e diminuição correspondente 
na frequência do alelo que condiciona olhos castanhos
Seleção e frequências gênicas
Dependendo de sua constituição gênica, um indivíduo pode 
apresentar maior ou menor chance de sobreviver e se repro-
duzir. Um exemplo disso é o melanismo industrial. Mariposas 
portadoras de genótipo para a cor escura são mais intensamen-
te caçadas pelos pássaros do que as mariposas claras, em áreas 
não-poluídas. Por isso, a frequência do gene que condiciona cor 
escura permanece baixa. Nas áreas poluídas ocorre o contrário: 
as mariposas mais intensamente caçadas pelos pássaros são as 
de cor clara. Com isso, aumenta a frequência de mariposas es-
curas e a frequência do alelo que condiciona esta característica.
Deriva gênica
A deriva genética corresponde a uma drástica alteração ca-
sual de ordem natural, que atinge as frequências genéticas numa 
população pequena, de geração em geração. Pode surgir quando 
um pequeno número de indivíduos pioneiros, com algumas ca-
racterísticas genéticas específicas, coloniza novos ambientes, for-
mando uma nova população diferente da original. Também, por 
deriva genética, um gene pode ser eliminado de uma população.
Representação esquemática da deriva genética
BIOLOGIA
45
Princípio do fundador
Um caso extremo de deriva gênica é o chamado princípio 
do fundador. O princípio do fundador ocorre quando uma nova 
população é iniciada por alguns poucos membros da população 
original. Essa população de tamanho pequeno significa que essa 
colônia pode ter:
-Variação genética reduzida da população original.
-Uma amostra não aleatória dos genes na população origi-
nal.
Exemplo do princípio fundador no homem
Um exemplo do princípio do fundador na espécie humana 
foi verificado em comunidades religiosas, originárias da Alema-
nha, que se estabeleceram nos Estados Unidos. Devido a seus 
costumes e religião, os membros dessas comunidades, chama-
das Dunker, mantiveram-se isolados da população norte-ameri-
cana. A análise da frequência de alguns genes nos membros da 
comunidade Dunker mostrou diferenças significativas tanto em 
relação à população norte-americana quanto em relação à po-
pulação alemã. As diferenças de frequência gênica na população 
Dunker não posem ser atribuídas a fatores seletivos ambientais, 
pois esses também teriam agido sobre a população norte-ame-
ricana.
A explicação mais plausível é que os Dunker norte-america-
nos, oriundos da Alemanha, não eram amostra representativa 
da população alemã, no tocante às frequências dos genes anali-
sados. Nos Estados Unidos, como eles se mantiveram isolados, 
suas frequências gênicas se mantiveram diferenciadas da popu-
lação norte americana.
ECOLOGIA
Ecologia é a parte da Biologia responsável pelo estudo das 
relações entre indivíduos de uma mesma espécie, de espécies 
distintas e entre eles e o meio abiótico. É por esse motivo que as 
atividades humanas responsáveis por causar impactos negativos 
no meio ambiente são estudadas nessa matéria. 
A Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si 
e com o meio ambiente. 
A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos”, que signi-
fica casa, e “logos”, estudo. Logo, por extensão seria o estudo 
da casa, ou de forma mais genérica, do lugar onde se vive. Foi 
o cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869, quem primeiro usou 
este termo para designar o estudo das relações entre os seres 
vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e abun-
dância dos seres vivos no planeta. 
A Ecologia divide-se em várias partes, tais como a Autoeco-
logia, a Demoecologia e a Sinecologia. 
Para os ecólogos, o meio ambiente inclui não só os fatores 
abióticos como o clima e a geologia, mas também os seres vivos, 
as comunidades que habitam um determinado
biótopo e os res-
petivos fatores bióticos. 
Para que possamos delimitar o campo de estudo em ecolo-
gia devemos, em primeiro lugar, compreender os níveis de or-
ganização entre os seres vivos. Portanto, podemos dizer, que 
o nível mais simples é o do protoplasma, que é definido como 
substância viva. O protoplasma é o constituinte da célula, por-
tanto, a célula é a unidade básica e fundamental dos seres vivos. 
Quando um conjunto de células, com as mesmas funções estão 
reunidas, temos um tecido. Vários tecidos formam um órgão e 
um conjunto de órgãos formam um sistema. Todos os sistemas 
reunidos dão origem a um organismo. Quando vários organis-
mos da mesma espécie estão reunidos numa mesma região, 
temos uma população. Várias populações num mesmo local 
formam uma comunidade. Tudo isto reunido e trabalhando em 
harmonia forma um ecossistema. Todos os ecossistemas reuni-
dos num mesmo sistema como aqui no Planeta Terra temos a 
biosfera. 
O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço ne-
cessário à sua sobrevivência e reprodução -- levando, por vezes, 
ao territorialismo -- mas também às suas funções vitais, incluin-
do o seu comportamento (estudado pela etologia, que também 
analisa a evolução dos comportamentos), através do metabolis-
mo. Por essa razão, o meio ambiente -- a sua qualidade -- deter-
mina o número de indivíduos e de espécies que podem viver no 
mesmo habitat. 
Por outro lado, os seres vivos também alteram permanente-
mente o meio ambiente em que vivem. O exemplo mais dramá-
tico é a construção dos recifes de coral por minúsculos inverte-
brados, os pólipos coralinos. 
As relações entre os diversos seres vivos existentes num 
ecossistema incluem a competição pelo espaço, pelo alimento 
ou por parceiros para a reprodução, a predação de organismos 
por outros, a simbiose entre diferentes espécies que cooperam 
para a sua mútua sobrevivência, o comensalismo, o parasitismo 
e outras (ver a página Relações Ecológicas). 
Da evolução destes conceitos e da verificação das altera-
ções de vários ecossistemas -- principalmente a sua degradação 
-- pelo homem, levou ao conceito da Ecologia Humana que es-
tuda as relações entre o Homem e a Biosfera, principalmente do 
ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, mas 
também social. 
Por outro lado, apareceram também os conceitos de Con-
servação e do Conservacionismo que se impuseram na actuação 
dos governos, quer através das acções de regulamentação do 
uso do ambiente natural e das suas espécies, quer através de 
várias organizações ambientalistas que promovem a dissemina-
ção do conhecimento sobre estas interações entre o Homem e 
a Biosfera. 
A ecologia está ligada a muitas áreas do conhecimento, den-
tre elas a economia. Nosso modelo de desenvolvimento econô-
mico baseia-se no capitalismo, que promove a produção de bens 
de consumo cada vez mais caros e sofisticados e isso esbarra na 
ecologia, pois não pode haver uma produção ilimitada desses 
bens de consumo na biosfera finita e limitada.
Para estudar Ecologia, conhecer alguns conceitos é funda-
mental: 
- Biosfera: região do ambiente terrestre onde são encontra-
dos os seres vivos. 
- Hábitat: local onde determinada espécie é encontrada. 
- Nicho ecológico: relações que determinada espécie de-
sempenha com outras e com o ambiente físico; modo de vida 
da espécie. 
- Cadeia alimentar: relação alimentar entre indivíduos de 
um ecossistema. 
- Produtores: organismos autotróficos de uma cadeia ali-
mentar. 
- Consumidores primários: animais herbívoros de uma ca-
deia alimentar. 
BIOLOGIA
46
- Consumidores secundários: animais que se alimentam de 
animais herbívoros. 
- Consumidores terciários, quaternários, e assim por dian-
te: animais que se alimentam de animais carnívoros. 
- Decompositores: organismos que se alimentam de excre-
tas e restos mortais dos seres vivos. 
- Nível trófico: cada etapa da cadeia alimentar - produtores, 
consumidores (...) decompositores. 
- Ciclos biogeoquímicos: processo contínuo de retirada e 
devolução de elementos químicos à natureza. 
- População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. 
- Relações intraespecíficas: relações entre indivíduos da 
mesma espécie. 
- Relações interespecíficas: relações entre indivíduos de es-
pécies diferentes. 
- Relações harmônicas: relações entre indivíduos em que 
pelo menos um é beneficiado, sem causar prejuízo ao outro. 
- Relações desarmônicas: relações entre indivíduos em que 
pelo menos um é prejudicado. 
- Bioma: conjunto de ecossistemas com vegetação caracte-
rística e fisionomia típica, onde predomina certo tipo de clima. 
- Poluição: modificação indesejável do ambiente, causada 
pela espécie humana. 
Fonte :
www.biologiatotal.com.br/www.noticias.universia.com.br/
www.10emtudo.com.br/www.comoaprenderestudar.com.br/
www.extra.globo.com/www.educacao.uol.com.br/www.vesti-
bular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/www.exercicios.brasiles-
cola.uol.com.br/www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/www.
blogdoenem.com.br/www.sobiologia.com.br/www.todamate-
ria.com.br/www.portaleducacao.com.br/Por Juliana Santos/
Maria Vanessa dos Santos/Vanessa Sardinha dos Santos/Por 
Mariana Araguaia 
EXERCÍCIOS
1. As células são estruturas conhecidas como unidades es-
truturais e funcionais dos organismos vivos. Elas são formadas 
basicamente por substâncias orgânicas e inorgânicas. São consi-
deradas substâncias inorgânicas:
(A) lipídios e proteínas.
(B) proteínas e água.
(C) sais minerais e vitaminas.
(D) água e sais minerais
(E) lipídios e carboidratos.
2. Muitas pessoas pensam que os lipídios trazem apenas 
malefícios à saúde e que podem ser facilmente excluídos da nos-
sa alimentação. Entretanto, essa substância orgânica é essencial 
para o organismo. Nas células, os lipídios:
(A) fazem parte da composição das membranas celulares.
(B) são a única fonte de energia.
(C) estão relacionados principalmente com a função estrutural.
(D) atuam na formação da parede celular.
(E) são as moléculas formadoras de grande parte das enzimas.
3. Os carboidratos são substâncias orgânicas que atuam, prin-
cipalmente, fornecendo energia para a célula. O amido, por exem-
plo, é um carboidrato de origem vegetal amplamente disponível 
na natureza e também bastante consumido. Estima-se que cerca 
de 80% das calorias que consumimos sejam oriundas desse car-
boidrato. A respeito do amido, marque a alternativa que indica 
corretamente sua classificação dentro do grupo dos carboidratos.
(A) Monossacarídeos.
(B) Dissacarídeos.
(C) Oligossacarídeos.
(D) Polissacarídeos.
(E) Trissacarídeos.
4. (UEMS) O corpo humano é constituído basicamente de 
água, sais minerais e macromoléculas como carboidratos, pro-
teínas e lipídios. Entre as afirmativas abaixo, assinale a que não 
está relacionada com as propriedades das proteínas:
(A) Colágeno, queratina e actina são exemplos de proteínas 
com função de constituição e estruturação da matéria viva.
(B) São constituídas por vários aminoácidos unidos por ligações 
peptídicas.
(C) Quando submetidas a elevadas temperaturas, sofrem o pro-
cesso de desnaturação.
(D) Fornecem energia para as células e constituem os hormô-
nios esteroides.
(E) São catalisadores de reações químicas e participam do pro-
cesso de defesa como anticorpos contra antígenos específicos.
5. (UECE) A farinha de mandioca, muito usada no cardápio 
do sertanejo nordestino, é um alimento rico em energia. Entre-
tanto, é pobre em componentes plásticos da alimentação. Quan-
do nos referimos ao componente energético, estamos falando 
daquela substância que é a reserva energética nos vegetais. 
Quanto aos componentes plásticos, lembramo-nos das substân-
cias químicas que participam da construção do corpo. Tais com-
ponentes, energéticos e plásticos, são, respectivamente:
(A) glicogênio e proteína
(B) vitamina e amido
(C) amido e proteína
(D) vitamina e glicogênio
6. Muitas pessoas não sabem diferenciar corretamente o 
que é um ser vivo de um ser não vivo, entretanto, os organismos 
vivos apresentam
características marcantes que permitem essa 
diferenciação. Uma dessas características é a capacidade de res-
ponder a estímulos, uma capacidade denominada de:
(A) irritabilidade.
(B) flexibilidade.
(C) complexidade.
(D) reação.
(E) metabolismo.
7. É comum dizer que todos os organismos são formados 
por células, estruturas conhecidas como a unidade funcional e 
estrutural dos seres vivos. Alguns organismos, no entanto, são 
acelulares e, por isso, alguns autores não os consideram vivos. 
Entre os seres listados abaixo, qual é o único que não possui 
células em sua constituição?
(A) bactérias.
(B) fungos.
(C) protozoários.
(D) vírus.
(E) animais.
BIOLOGIA
47
8. Para um organismo ser considerado vivo, algumas carac-
terísticas devem estar presentes. Analise as alternativas a seguir 
e marque o único atributo que não é encontrado em todos os 
seres vivos.
(A) Hereditariedade.
(B) Capacidade de responder a estímulos.
(C)Corpo formado por várias células.
(D) Capacidade de evoluir.
(E) Metabolismo.
9. Todos os organismos vivos estão sujeitos a processos 
evolutivos. Algumas características, por exemplo, surgem e são 
passadas para os descendentes e outras são eliminadas da po-
pulação por meio de um processo denominado de:
(A) recombinação gênica.
(B) seleção natural.
(C) mimetismo.
(D) mutação.
(E) migração.
10. (FaZU) Na divisão dos seres vivos em cinco reinos, qual 
deles é o mais inferior por conter organismos dotados de orga-
nização mais simples?
(A) Monera
(B) Protista
(C) Fungi
(D) Metaphyta
(E) Metazoa
GABARITO
1 D
2 A
3 D
4 D
5 C
6 A
7 D
8 C
9 B
10 A
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
BIOLOGIA
48
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
FÍSICA
1. Sistema Internacional de Unidades, grandezas físicas escalares e vetoriais, medições das grandezas físicas e algarismos significati-
vos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Termologia e Termodinâmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4. Ondulatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5. Óptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
6. Eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
FÍSICA
1
SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES, GRANDE-
ZAS FÍSICAS ESCALARES E VETORIAIS, MEDIÇÕES DAS 
GRANDEZAS FÍSICAS E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Na física, para descrever os
fenômenos, muitas vezes uma ex-
plicação basta. Há alguns casos envolvendo quantidades que de-
vem ser medidas, comparadas.
As grandezas físicas são responsáveis por esta descrição quan-
titativa dos fenômenos, pois quando alguém pergunta: qual a dis-
tância de São Paulo ao Rio de Janeiro? Não basta dizer se é longe, 
perto, ou logo ali, é necessário um número que represente esta 
distância (quantidade), em uma unidade de medida que seja mais 
próxima da realidade do fenômeno (quilômetros, por exemplo). 
Imagina medir a distância de São Paulo ao Rio de Janeiro em mi-
límetros? Além de estar fora de um contexto mais intuitivo, ficaria 
muito difícil de medir.
Este número com a unidade de medida (5 km, por exemplo) é a 
chamada Grandeza Física.
Grandeza física também é definida como tudo que pode ser 
medido. O amor de um pai para com um filho pode ser medido? 
Não! Logo não é uma grandeza física. A quantidade de refrigerante 
que será necessária para uma festa pode ser medida? Sim, em li-
tros! Logo é uma grandeza física!
As grandezas físicas podem ser classificadas em diretas (funda-
mentais) ou indiretas (derivadas), e ainda como escalares ou veto-
riais. Veja a seguir as definições de cada uma delas:
•	 Diretas (ou fundamentais): são aquelas que apenas com 
uma medida já se obtém o resultado, não precisando envolver ou-
tra grandeza física na medição. Um exemplo seria ao medir a altura 
de uma mesa, basta usar uma trena e já se obtém a medida. Ou me-
dir o tempo para ir ao mercado, bastando apenas usar um relógio e 
já se tem a medida desejada.
•	 Indiretas (ou derivas): são aquelas que envolvem mais de 
uma grandeza a ser medida e, por possuir duas grandezas físicas ou 
mais, são chamadas também de derivadas, pois serão compostas 
de grandezas diretas (ou fundamentais). A velocidade é um exem-
plo. Definida como a distância dividida pelo tempo, precisa-se cal-
cular duas grandezas físicas, espaço e tempo, para depois dividi-las, 
obtendo um novo resultado, uma nova grandeza física, derivada de 
duas grandezas fundamentais.
•	 Escalares: são aquelas em que basta o número e a unida-
de de medida para defini-la. Exemplos podem ser a medida de uma 
febre de 40ºC, o tempo de caminhada de 30 minutos, 3 litros de 
água, 5 kg de arroz, entre outros.
•	 Vetoriais: são aquelas em que só o número e a unidade de 
medida não são suficientes, é necessário saber também a direção 
(horizontal, vertical, diagonal, etc.) e o sentido (direita, esquerda, 
para cima, para baixo, a noroeste, horário, anti-horário, etc.). Nas 
grandezas físicas vetoriais a direção e o sentido faz toda a diferença, 
e, por isso, sempre haverá uma pergunta para fazer além da medida 
a ser feita, por exemplo: Junior caminhou 6 m, mas para onde? Será 
necessário responder a pergunta. No caso, suponha-se que Junior 
caminhou 6m da porta da casa até a beira do mar. Contudo se é dito 
que João tem 60 kg, já está claro, não há perguntas a se fazer, por 
isso que massa é uma grandeza escalar e não vetorial.
Como já dito anteriormente, uma grandeza física terá uma 
quantidade (número) e uma unidade de medida (metros, segundos, 
horas, por exemplo).
Para as unidades de medidas foi criado um padrão, não só para 
facilitar a comparação em diferentes regiões de um país ou entre 
países, mas também para facilitar as relações comerciais, pois 5 kg 
(quilogramas) de batatas em Brasília tem que ter a mesma quanti-
dade de massa que 5 kg de batatas em São Paulo, ou seja, 1 kg é 
a mesma quantidade de massa nos dois lugares, não importando 
por qual número é multiplicado. Para um certo comprimento de 
uma barra, foi denominado 1 metro. Desta forma não importa por 
qual valor é multiplicado, o valor unitário do metro é o mesmo em 
qualquer lugar.
Por ser padronizado um valor unitário (apenas 1 unidade) de 
medida para cada grandeza, este padrão estabelecido chama-se 
unidade de medida.
Unidades de medida
Devido às características de cada povo, as grandezas eram me-
didas em diversas unidades. No caso do comprimento, podemos 
citar algumas unidades de medida como jardas, polegadas, pés bra-
ças, metro, centímetro etc.
Com o desenvolvimento e maior integração das sociedades, 
surgiu a necessidade de padronizar as medidas das grandezas. No 
início do século XIV, podia-se notar que a padronização tornara-se 
específica para cada tipo de atividade econômica, motivados, so-
bretudo, por razões fiscais da autoridade política de cada região, 
cuja uniformização dificilmente ultrapassava os limites das cidades 
ou do país em que estava sendo utilizada. Estabeleceu-se um sem-
-número de sistema de medidas.
Ao se observar a larga utilização do chamado Sistema Interna-
cional de Unidades (SI) no cotidiano das pessoas, como reflexo das 
relações econômicas, dos processos industriais de fabricação de 
produtos etc., pode não parecer mas a ideia de um sistema univer-
sal e coerente de unidades, baseado em grandezas físicas constan-
tes, é relativamente recente.
Em 1791, na França, foi criado um sistema padrão para ser usa-
do no mundo todo, que é o chamado sistema métrico.
Para medida de comprimento, inicialmente, definiu-se 1 metro 
como sendo a distância entre o Polo Norte e o Equador terrestre, 
dividido por 107.
Hoje, existe uma barra de platina guardada no Museu de Pe-
sos e Medidas, em Paris, cujo comprimento é de um metro e serve 
como referência para o metro padrão. Cada país utiliza-se de uma 
cópia dessa barra para se fazerem, por exemplo, as réguas e as tre-
nas.
FÍSICA
2
Sistema Internacional de Unidades
O sistema de unidades de medida mais utilizado nos dias atuais 
é o SI (Sistema Internacional de Unidades), que antigamente era 
chamado de MKS (metro, quilograma e segundo).
Utilizamos, também, múltiplos e submúltiplos das grandezas 
físicas. Observe a tabela abaixo.
Principais grandezas
COMPRIMENTO
Metro (m): É o comprimento da trajetória percorrida pela luz 
no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de se-
gundo (Unidade de Base ratificada pela 17ª CGPM – 1983). A velo-
cidade da luz no vácuo é c = 299.792,458 km/s.
Unidades de comprimento tradicionais:
•	 Quilômetro (km): 1.000 m,
•	 palmo: 22 cm;
•	 braça: 2,2m;
•	 légua: 6 km;
•	 légua brasileira: 6,6 km.
Unidades de comprimento inglesas:
•	 Polegada (in): 2,54 cm ou 0,0254 m;
•	 pé (ft): 30,48 cm ou 0,3048 m;
•	 jarda (yd): 91,44 cm ou 0,9144 m;
•	 milha (mi): 1.609 m;
•	 milha náutica: 1.852 m.
Distâncias astronômicas:
•	 Ano-luz: distância percorrida pela luz no vácuo em 1 ano, 
igual a 9,46 trilhões de quilômetros ou 946 × 1010 km;
•	 parsec: 3,258 anos-luz ou 30,82 trilhões de quilômetros 
ou 3. 082 × 10¹o km;
•	 unidade astronômica (uA): distância média entre a Terra e 
o Sol igual a 150 milhões de quilômetros ou 150 × 106 km.
ÁREA
Metro quadrado (m²): área de um quadrado com lado igual a 
um metro.
Unidades de área tradicionais:
•	 quilômetro quadrado (km²): 1.000.000 m²;
•	 hectare (ha): 10.000 m²;
•	 alqueire mineiro: 48.400 m²;
•	 alqueire paulista: 24.200 m².
Unidades de área inglesas:
•	 polegada quadrada: 6,4516 cm² ou 0,00064516 m²;
•	 pé quadrado: 929,03 cm² ou 0,092903 m².
VOLUME
Metro cúbico (m³): cubo com arestas iguais a um metro.
Unidade de volume tradicional:
•	 Litro (l): 0,001 m³.
Unidades de volume inglesas:
•	 Galão inglês: 4,546 l ou 0,004546 m³;
•	 Galão norte-americano: 3,785 l ou 0,003785 m³.
ÂNGULO PLANO
Radiano (rad ou rd): ângulo plano entre dois raios de um círculo 
que forma um arco de circunferência com o comprimento igual ao 
do raio.
Unidades de ângulo plano tradicionais –
•	 grau (º): /180 rad;
•	 minuto (‘): /10. 800;
•	 segundo (“): /648. 000 rad;
•	 número : 3,1416.
ÂNGULO SÓLIDO
Esterradiano (sr): ângulo sólido que, tendo o vértice no centro 
de uma esfera, leva a um corte em sua superfície com área igual a 
de um quadrado com lados iguais ao raio da esfera.
MASSA
Quilograma (kg): massa do protótipo internacional do quilogra-
ma, um padrão construído com uma liga de platina e irídio.
Unidades de massa
tradicionais:
•	 quilate: 0,2 g ou 0,002 kg;
•	 tonelada métrica (t): 1.000 kg.
Unidades de massa inglesas:
•	 libra ou pound (lb): 453,59 g ou 0,453 kg;
•	 tonelada inglesa: 1.016 kg; tonelada norte-americana: 
907 kg;
•	 onça (oz): 28,35 g ou 0,028 kg;
•	 onça troy: 31,10 g ou 0,031 kg.
FÍSICA
3
TEMPO
Segundo (s): tempo correspondente a 9.192. 631.770 ciclos de 
radiações emitidas entre dois níveis de energia do átomo de césio 
133.
Unidades de tempo tradicionais:
•	 minuto (min): 60s;
•	 hora (h): 60min ou 3.600s;
•	 dia (d): 24h ou 1.440min ou 86. 400s;
•	 ano sideral: 365d 6h 9min 9,5s;
•	 ano trópico: 365d 5h 48min 45,8s.
VELOCIDADE
Metro por segundo (m/s): distância percorrida em um segun-
do.
Unidades de velocidade tradicionais:
•	 quilômetro por hora (km/h): 1/3,6 m/s ou 0,27777 m/s.
Unidades de velocidade inglesas:
•	 milha por hora (mi/h): 1,609 km/h ou 0,4469 m/s;
•	 nó (milha náutica por hora): 1,852 km/h ou 0,5144 m/s.
Velocidade da luz: 299. 792. 458 m/s.
VELOCIDADE ANGULAR
Radiano por segundo (rad/s): velocidade de rotação de um cor-
po.
Unidade de velocidade angular tradicional:
•	 Rotação por minuto (rpm): p/30 rad/s
ACELERAÇÃO
•	 Metro por segundo ao quadrado (m/s²): constante de va-
riação de velocidade.
•	 Radiano por segundo ao quadrado (rad/s²): constante de 
variação de velocidade angular.
FREQUÊNCIA
•	 Hertz (Hz): número de ciclos completos por segundo (Hz 
s-¹)
FORÇA
Newton (N): força que imprime uma aceleração de 1 m/s² a 
uma massa de 1 kg (kgm/s²), na direção da força.
Unidade de força tradicional:
•	 Quilograma-força (kgf): 9,8N.
ENERGIA
Joule (J): energia necessária para uma força de 1N produzir um 
deslocamento de 1m (J N/m).
Unidades de energia tradicionais:
•	 Watt-hora (Wh): 3. 600 J;
•	 quilowatt-hora (kWh): 3.600.000 J ou 3.600 kJ,
•	 eletrovolt (eV): 1,6021 × 10 J;
•	 caloria (cal): 4,1 J;
•	 quilocaloria (kcal): 4. 184 J.
POTÊNCIA
Watt (W): potência necessária para exercer uma energia de 1 
J durante um segundo (W J/s). O fluxo de energia (elétrica, sonora, 
térmica ou luminosa) também é medido em watt.
Unidade de potência tradicional:
•	 Horse-power (HP) ou cavalo-vapor (cv): 735,5 W.
INTENSIDADE ENERGÉTICA
Watt por esterradiano (W/sr): intensidade do fluxo de energia 
no interior de um ângulo sólido igual a 1sr.
PRESSÃO
Pascal (Pa): força constante de 1N sobre uma superfície plana 
de 1m² (Pa N/m²).
Unidades de pressão tradicionais:
•	 Milímetro de mercúrio (mmHg): 133,32 Pa;
•	 atmosfera (atm): 101. 325 Pa.
CORRENTE ELÉTRICA
Ampère (A): corrente elétrica constante capaz de produzir uma 
força igual a 2 × 10 N entre dois condutores de comprimento infini-
to e seção transversal desprezível, situados no vácuo e com 1 m de 
distância entre si.
CARGA ELÉTRICA
Coulomb (C): quantidade de eletricidade com intensidade 
constante de 1A que atravessa a seção de um condutor durante 1s 
(C sA).
Unidade de carga elétrica tradicional:
•	 Ampère-hora (Ah): 3.600 C.
DIFERENÇA DE POTENCIAL
Volt (V): tensão elétrica existente entre duas seções transver-
sais de um condutor percorrido por uma corrente constante de 1A, 
quando a frequência dissipada entre as duas seções é igual a 1W 
(V W/A).
RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Ohm (Ω): resistência de um elemento de um circuito que, sub-
metido a uma diferença de potencial de 1V entre seus terminais, faz 
circular uma corrente constante de 1A ( V/A).
CAPACITÂNCIA ELÉTRICA
Farad (F): capacitância de um elemento de um circuito que, ao 
ser carregado com uma quantidade de eletricidade constante igual 
a 1C, apresenta uma tensão constante igual a 1V (F C/V).
INDUTÂNCIA ELÉTRICA
Henry (H): indutância de um elemento passivo de um circuito 
em cujos terminais se induz uma tensão constante de 1V quando 
percorrido por uma corrente que varia na razão de 1A por segundo 
(H Vs/A ou Ws).
TEMPERATURA
Kelvin (K): fração de 1/273,16 da temperatura termodinâmica 
do ponto tríplice da água, que corresponde às condições de tempe-
ratura e pressão em que a água em estado líquido, o vapor de água 
e o gelo estão em perfeito equilíbrio. O ponto zero da escala (0°K) é 
igual ao zero absoluto (-273,15°C).
Unidades de temperatura tradicionais –
•	 Escala Celsius (°C): 0°C = 273°K e 1°C = 274°K;
•	 Escala Fahrenheit (F): 0°F = 255,33°K ou -17,77°C, 1°F = 
255,78°K ou -17,22°C.
QUANTIDADE DE MATÉRIA
Mol (símbolo mol): quantidade de matéria de um sistema que 
reúne tantas entidades elementares (partículas que devem ser es-
pecificadas) quanto o número de átomos contidos em 0,012 kg de 
carbono.
FÍSICA
4
INTENSIDADE LUMINOSA
Candela (cd): intensidade luminosa emitida em uma determinada direção por uma fonte de radiação monocromática com frequência 
igual a 540 × 10¹² Hz e com uma intensidade energética de 1/683 watt por esterradiano.
FLUXO LUMINOSO
Lúmem (lm): fluxo luminoso com intensidade de 1cd emitido no interior de um ângulo sólido igual a 1sr (lm cd/sr).
ILUMINAMENTO
Lux (lx): iluminamento de uma superfície plana de 1 m² que recebe um fluxo luminoso perpendicular de 1lm (lx lm/m²).
INFORMÁTICA
•	 Bit: menor unidade de armazenamento de informações em computadores e sistemas informatizados.
•	 Byte: é a unidade básica de memória de computadores, igual a 8 bits contíguos.
•	 Kilobit (kbit): 1.024 bits de informação. Kilobyte (kbyte): 1.024 bytes. Megabytes: 1.048.576 bytes.
Múltiplos e submúltiplos 
Na página do Inmetro podemos ver a tabela apresentada a seguir. Os múltiplos quilo, k, (mil, igual a 103 ), mega, M, (milhão, igual a 
106 ) e giga, G, (bilhão, igual a 109 ) são bem comuns. Há outros comuns em física, mas menos empregados no nosso dia a dia. O cresci-
mento vertiginoso da capacidade de memória dos computadores, por exemplo, está tornando popular o próximo múltiplo dessa sequên-
cia, o tera, T, (1012), com a palavra “terabytes”.
Múltiplos:
Submúltiplos:
Para formar o múltiplo ou submúltiplo de uma unidade, basta colocar o nome do prefixo desejado na frente do nome desta unidade. 
O mesmo se dá com o símbolo.
Relações e múltiplos importantes
FÍSICA
5
A unidade da esquerda é sempre 10 vezes maior que sua vizi-
nha da direita.
Os múltiplos do metro mais importantes são o centímetro e o 
quilômetro.
1 km = 1000 m = 103 m
1 cm = 0,01 m = 10-2 m
Em relação, principalmente, ao volume, existem unidades fora 
do SI que são importantes como o litro (L).
1L = 1 dm3 = 10-3 m3
Massa
O múltiplo mais importante do grama é o quilograma (kg).
1 kg = 1000 g = 103 g
A unidade da esquerda é sempre 10 vezes maior que sua vizi-
nha da direita.
Transformando-se uma medida de uma unidade maior para 
outra menor, deve-se dividir por 10 elevado ao número de níveis 
percorridos, do contrário, deve-se multiplicar por 10 elevado ao nú-
mero de níveis percorridos.
n → número de casas percorridas
Tempo
Em nossa sociedade dividimos o tempo de várias formas: se-
gundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, séculos, mi-
lênios e etc. Sendo assim, no estudo da mecânica é essencial que 
saibamos converter essas diversas formas.
No SI, a unidade de tempo é o segundo (s).
1 min = 60 s
1 h = 60 min = 3600 s
Ordem de grandeza
Dizer a ordem de grandeza de um número significa indicar a 
potência de 10 (dez) mais adequada para representá-lo. Assim, a or-
dem de grandeza do número 90 será 102, pois a potência de 10 mais 
perto de 90 é o número 100 (102). Porém, a ideia de “mais próximo” 
não deve ser levada ao pé da letra, porque a ordem de grandeza 
do número 40, por exemplo, é 102 apesar de 40 ser mais próximo 
de 10. A seguir, veremos como calcular corretamente a ordem de 
grandeza de um número.
Notação Científica
Escrever uma medida na notação científica é escrevê-la com 
apenas um algarismo, diferente de ZERO, antes da vírgula e fazer o 
ajuste com potências de 10.
Exemplo: Colocar em notação científica os seguintes números:
120 = 1,20 . 102
1523 = 1,523 . 103
103,45 = 1,0345 . 102
Algarismos Significativos
Os Algarismos Significativos de uma medida são os algarismos 
corretos mais o algarismo duvidoso,
que será sempre o último.
Vejamos um exemplo com uma fita métrica:
Você pode dizer que a medida do segmento acima é 3,7m. O 
algarismo 3 é um algarismo correto, fornecido pelo aparelho com o 
qual você está fazendo a medida.
O algarismo 7 decorreu de uma avaliação, por isso ele é o alga-
rismo duvidoso. Esta medida possui dois algarismos significativos.
Transformações de unidades: 
Para transformar uma unidade em outra, basta muitas vezes 
consultar uma tabela, ou usar um “fator”, como o 3,6 no caso de 
conversão de m/s em km/h. No entanto agora queremos que você 
aprenda como essas tabelas são construídas, ou como esses fato-
res são calculados. É isso que vamos cobrar em provinhas e pro-
vas! Acostume-se a não usar a “regra de três”. Essa regra só pode 
ser usada quando as grandezas são diretamente proporcionais – o 
que nem sempre ocorre com transformações de unidades, princi-
palmente se não temos um “fator de conversão”, mas informação 
sobre a relação entre as unidades uma a uma. 
Transformar unidades é muito fácil: basta colocar, no lugar da 
unidade, o seu valor na nova unidade desejada. Depois basta fazer 
as contas. O resultado dessas contas é o tal “fator” de conversão, 
presente nas inúmeras tabelas disponíveis.
Sistema Internacional de unidades, SI 
O SI é definido a partir de 7 grandezas - e unidades - funda-
mentais: 
1. distância, medida em metros, com símbolo m; 
2. massa, medida em quilogramas, com símbolo kg; 
3. tempo, medido em segundos, com símbolo s; 
4. corrente elétrica, mediada em Ampères, símbolo A; 
5. temperatura termodinâmica, medida em kelvins, com sím-
bolo K; 
6. Quantidade de matéria, medida em mols, símbolo mol 1 ; 
7. Intensidade luminosa, medida em candelas, símbolo cd. 
FÍSICA
6
Em mecânica vamos lidar mais com as unidades de distância, 
massa e tempo. Há várias unidades derivadas destas sete funda-
mentais, como a unidade de velocidade (m/s), força (N) ou área (m2 
). Algumas dessas unidades derivadas têm nomes especiais, como 
a unidade de força, chamada de newton, mas que no fundo corres-
ponde a kg.m/s2 , a unidade de energia, o joule (J), que correspon-
de a kg.m2 /s2 ou ainda a unidade de carga elétrica, o Coulomb, 
que equivale a A.s (a carga que passa por um fio condutor , em um 
segundo, quando a corrente nesse fio é um ampère). 
Há várias unidades muito usadas no dia a dia (e como conse-
quência em problemas de física e engenharia), mas que não fazem 
parte do SI, como calorias (unidade de energia), litro (unidade de 
volume), tonelada (unidade de massa), quilômetros por hora (uni-
dade de velocidade) ou o byte (unidade de memória de computa-
dor). Também, há outros sistemas de unidades, como o CGS, que 
adota para unidades fundamentais de distância, massa e tempo o 
centímetro, a grama e o segundo, e tem como unidade de força o 
dina.
Relações entre as Grandezas Físicas
Normalmente a variação de uma grandeza acarreta a variação 
de outras grandezas com ela relacionadas. Esta interdependência 
pode ser descrita e analisada por meio de equações e gráficos.
Grandezas diretamente proporcionais
São aquelas grandezas onde a variação de uma provoca a va-
riação da outra numa mesma razão. Se uma dobra a outra dobra, se 
uma triplica a outra triplica, se uma é divida em duas partes iguais a 
outra também é divida à metade.
Grandezas inversamente proporcionais
Uma grandeza é inversamente proporcional quando operações 
inversas são utilizadas nas grandezas. Por exemplo, se dobramos 
uma das grandezas temos que dividir a outra por dois, se triplica-
mos uma delas devemos dividir a outra por três e assim sucessi-
vamente. A velocidade e o tempo são considerados grandezas in-
versas, pois aumentarmos a velocidade, o tempo é reduzido, e se 
diminuímos a velocidade, o tempo aumenta.
Análise dimensional
A Análise dimensional é útil na previsão, verificação e resolução 
de equações que relacionam as diversas grandezas físicas. Este pro-
cedimento auxilia também a minimizar a necessidade de memori-
zação das equações e fórmulas. Quando fazemos análise dimensio-
nal, estamos preocupados com as dimensões das grandezas físicas, 
e nos baseamos no fato de que os dois lados de uma expressão 
algébrica que representa uma lei física devem sempre ter a mesma 
dimensão (ou seja, devem ser medidos nas mesmas unidades).
MECÂNICA
A Mecânica é o ramo da Física responsável pelo estudo dos 
movimentos dos corpos, bem como suas evoluções temporais e 
as equações matemáticas que os determinam. É um estudo de ex-
trema importância, com inúmeras aplicações cotidianas, como na 
Geologia, com o estudo dos movimentos das placas tectônicas; na 
Medicina, com o estudo do mapeamento do fluxo de sangue; na 
Astronomi,a com as análises dos movimentos dos planetas etc.
As bases para o que chamamos de Mecânica Clássica foram 
lançadas por Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton. Já 
no século XX Albert Einstein desenvolveu os estudos da chamada 
Mecânica Relativística, teoria que engloba a Mecânica Clássica e 
analisa movimentos em velocidades próximas ou iguais à da luz. 
A chamada Mecânica Quântica é o estudo do mundo subatômico, 
moléculas, átomos, elétrons etc.
→ Mecânica Clássica
A Mecânica Clássica é dividida em Cinemática e Dinâmica.
A Cinemática é o estudo matemático dos movimentos. As cau-
sas que os originam não são analisadas, somente suas classificações 
e comparações são feitas. O movimento uniforme, movimento uni-
formemente variado e movimento circular são temas de Cinemá-
tica.
A Dinâmica é o estudo das forças, agente responsável pelo mo-
vimento. As leis de Newton são a base de estudo da Dinâmica.
→ Mecânica Relativística
A Mecânica Relativística mostra que o espaço e o tempo em ve-
locidades próximas ou iguais à da luz não são conceitos absolutos, 
mas, sim, relativos. Segundo essa teoria, observadores diferentes, 
um parado e outro em alta velocidade, apresentam percepções di-
ferentes das medidas de espaço e tempo.
A Teoria da Relatividade é obra do físico alemão Albert Einstein 
e foi publicada em 1905, o chamado ano milagroso da Física, pois 
foi o ano da publicação de preciosos artigos científicos de Einstein.
→ Mecânica Quântica
A Mecânica Clássica é um caso-limite da Mecânica Quântica, 
mas a linguagem estabelecida pela Mecânica Quântica possui de-
pendência da Mecânica Clássica. Em Quântica, o conceito básico de 
trajetória (caminho feito por um móvel) não existe, e as medidas 
são feitas com base nas interações de elétrons com objetos deno-
minados de aparelhos.
Os conceitos estudados em Mecânica Quântica mexem profun-
damente com nosso senso comum e propõem fenômenos que po-
dem nos parecer estranhos. Como exemplo, podemos citar o caso 
da posição e da velocidade de um elétron. Na Mecânica Clássica, 
as posições e as velocidades de um móvel são extremamente bem 
definidas, mas, em Quântica, se as coordenadas de um elétron são 
conhecidas, a determinação de sua velocidade é impossível. Caso a 
velocidade seja conhecida, torna-se impossível a determinação da 
posição do elétron.
CINEMÁTICA 
A cinemática estuda os movimentos dos corpos, sendo princi-
palmente os movimentos lineares e circulares os objetos do nos-
so estudo que costumar estar divididos em Movimento Retilíneo 
Uniforme (M.R.U) e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado 
(M.R.U.V)
Para qualquer um dos problemas de cinemática, devemos estar 
a par das seguintes variáveis:
-Deslocamento (ΔS) 
-Velocidade ( V ) 
-Tempo (Δt) 
-Aceleração ( a ) 
FÍSICA
7
Movimento Uniformemente Variado (MUV)
Os exercícios que cobram MUV são geralmente associados a 
enunciados de queda livre ou lançamentos verticais, horizontais ou 
oblíquos. 
É importante conhecer os gráficos do MUV e as fórmulas, como 
a Equação de Torricelli (v²=v0²+2aΔS). O professor reforça ainda 
que os problemas elencados pelo Enem são contextualizados. “São 
questões de movimento uniformemente variado, mas associadas a 
situações cotidianas. 
Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U) 
No M.R.U. o movimento
não sofre variações, nem de direção, 
nem de velocidade. Portanto, podemos relacionar as nossas gran-
dezas da seguinte forma: 
ΔS= V.Δt 
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V) 
No M.R.U.V é introduzida a aceleração e quanto mais acele-
rarmos (ou seja, aumentarmos ou diminuirmos a velocidade an-
daremos mais, ou menos. Portanto, relacionamos as grandezas da 
seguinte forma: 
ΔS= V₀.t + ½.a.t² 
No M.R.U.V. o deslocamento aumenta ou diminui conforme al-
teramos as variáveis. 
Pode existir uma outra relação entre essas variáveis, que é 
dada pela formula: 
V²= V₀² + 2.a.ΔS 
Nessa equação, conhecida como Equação de Torricelli, não te-
mos a variável do tempo, o que pode nos ajudar em algumas ques-
tões, quando o tempo não é uma informação dada, por exemplo. 
Impulso e quantidade de movimento
O impulso e a quantidade de movimento aparecem em ques-
tões que tratam de colisões e pelo Teorema do impulso (I = ΔQ). 
Uma dos modos em que a temática foi cobrada pelo exame foi em 
um problema que enunciava uma colisão entre carrinhos num trilho 
de ar, em um experimento feito em laboratório, conta o professor.
Choques ou colisões mecânicas 
No estudo das colisões entre dois corpos, a preocupação está 
relacionada com o que acontece com a energia cinética e a quanti-
dade de movimento (momento linear) imediatamente antes e após 
a colisão. As possíveis variações dessas grandezas classificam os ti-
pos de colisões.
Definição de sistema
Um sistema é o conjunto de corpos que são objetos de estudo, 
de modo que qualquer outro corpo que não esteja sendo estudado 
é considerado como agente externo ao sistema. As forças exercidas 
entre os corpos que compõem o sistema são denominadas de for-
ças internas, e aquelas exercidas sobre os corpos do sistema por 
um agente externo são denominadas de forças externas.
Quantidade de movimento e as colisões
As forças externas são capazes de gerar variação da quantida-
de de movimento do sistema por completo. Já as forças internas 
podem apenas gerar mudanças na quantidade de movimento in-
dividual dos corpos que compõem o sistema. Uma colisão leva em 
consideração apenas as forças internas existentes entre os objetos 
que constituem o sistema, portanto, a quantidade de movimento 
sempre será a mesma para qualquer tipo de colisão.
Energia cinética e as colisões
Durante uma colisão, a energia cinética de cada corpo partici-
pante pode ser totalmente conservada, parcialmente conservada 
ou totalmente dissipada. As colisões são classificadas a partir do 
que ocorre com a energia cinética de cada corpo. As características 
dos materiais e as condições de ocorrência determinam o tipo de 
colisão que ocorrerá.
Coeficiente de restituição
O coeficiente de restituição (e) é definido como a razão entre 
as velocidades imediatamente antes e depois da colisão. Elas são 
denominadas de velocidades relativas de aproximação e de afasta-
mento dos corpos.
Tipos de colisão
•	 Colisão perfeitamente elástica
Nesse tipo de colisão, a energia cinética dos corpos participan-
tes é totalmente conservada. Sendo assim, a velocidade relativa de 
aproximação e de afastamento dos corpos será a mesma, o que fará 
com que o coeficiente de restituição seja igual a 1, indicando que 
toda a energia foi conservada. A colisão perfeitamente elástica é 
uma situação idealizada, sendo impossível a sua ocorrência no co-
tidiano, pois sempre haverá perca de energia.
•	 Colisão parcialmente elástica
Quando ocorre perda parcial de energia cinética do sistema, 
a colisão é classificada como parcialmente elástica. Desse modo, a 
velocidade relativa de afastamento será ligeiramente menor que a 
velocidade relativa de aproximação, fazendo com que o coeficiente 
de restituição assuma valores compreendidos entre 0 e 1.
•	 Colisão inelástica
Quando há perda máxima da energia cinética do sistema, a 
colisão é classificada como inelástica. Após a ocorrência desse tipo 
de colisão, os objetos participantes permanecem grudados e exe-
cutam o movimento como um único corpo. Como após a colisão 
não haverá afastamento entre os objetos, a velocidade relativa de 
afastamento será nula, fazendo com que o coeficiente de restitui-
ção seja zero.
FÍSICA
8
A tabela a seguir pode ajudar na memorização das relações en-
tre os diferentes tipos de colisões:
Gráficos na cinemática
Na cinemática, a variável independente é o tempo, por isso es-
colhemos sempre o eixo das abscissas para representar o tempo. O 
espaço percorrido, a velocidade e a aceleração são variáveis depen-
dentes do tempo e são representadas no eixo das ordenadas.
Para construir um gráfico devemos estar de posse de uma ta-
bela. A cada par de valores correspondentes dessa tabela existe um 
ponto no plano definido pelas variáveis independente e dependen-
te.
Vamos mostrar exemplos de tabelas e gráficos típicos de vários 
tipos de movimento: movimento retilíneo e uniforme, movimento 
retilíneo uniformemente variado. 
Exemplo 1 
MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME
Seja o caso de um automóvel em movimento retilíneo e uni-
forme, que tenha partido do ponto cujo espaço é 5km e trafega 
a partir desse ponto em movimento progressivo e uniforme com 
velocidade de 10km/h.
 
Considerando a equação horária do MRU s = so + vot, a equação 
dos espaços é, para esse exemplo, 
s = 5 + 10t 
A velocidade podemos identificar como sendo: 
v = 10km/h 
E o espaço inicial: 
so = 5km 
Para construirmos a tabela, tomamos intervalos de tempo, por 
exemplo, de 1 hora, usamos a equação s(t) acima e anotamos os 
valores dos espaços correspondentes: 
t(h) s(km) 
0 5 
1 15 
2 25 
3 35 
4 45 
5 55 
6 65 
 
Tabela 3 - MRU
Agora fazemos o gráfico s x t. 
O gráfico da velocidade é muito simples, pois a velocidade é 
constante, uma vez que para qualquer t, a velocidade se mantém 
a mesma. 
Note que: 
•	 As abscissas e as ordenadas estão indicadas com espaça-
mentos iguais.
•	 As grandezas representadas nos eixos estão indicadas com 
as respectivas unidades.
•	 Os pontos são claramente mostrados.
•	 A reta representa o comportamento médio. 
•	 As escalas são escolhidas para facilitar o uso; não é neces-
sário usar “todo o papel”
•	 com uma escala de difícil subdivisão. 
Exemplo 2 
MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO 
Considerando-se o movimento uniformemente variado, pode-
mos analisar os gráficos desse movimento dividindo-os em duas ca-
tegorias, as quais se distinguem pelo sinal da aceleração.
FÍSICA
9
MOVIMENTO COM ACELERAÇÃO POSITIVA 
Neste caso, como a aceleração é positiva, os gráficos típicos do 
movimento acelerado são
 
MOVIMENTO COM ACELERAÇÃO NEGATIVA 
Sendo a aceleração negativa (a < 0), os gráficos típicos são 
A curva que resulta do gráfico s x t tem o nome de parábola. 
A título de exemplo, consideremos o movimento uniforme-
mente variado associado à equação horária s = so + vot +at
2/2, onde 
o espaço é dado em metros e o tempo, em segundos, e obteremos: 
s(t) = 2 + 3t - 2t2. 
A velocidade inicial é, portanto: 
vo = 3m/s 
A aceleração: 
ao = -4m/s
2 (a < 0) 
e o espaço inicial: 
so = 2km 
Para desenharmos o gráfico s x t da equação acima, construí-
mos a tabela de s x t (atribuindo valores a t).
s(m) t(s) 
2,0 0 
3,0 0,5 
3,125 0,75 
3,0 1 
2,0 1,5 
0 2,0 
-3,0 2,5 
-7,0 3 
A partir da tabela obtemos o gráfico s x t: 
Para o caso da velocidade, temos a equação v = vo + at. Assim, 
para o movimento observado temos: 
v = 3 - 4t 
obtendo assim a tabela abaixo: 
v(m/s) t(s) 
3 0 
-1 0,5 
5 0,75 
Obtendo o gráfico v x t: 
FÍSICA
10
Exemplo 3 
Como exemplo de gráfico representando dados experimentais vamos usar os dados da tabela: 
Tabela
Dados de um indivíduo andando Gráfico referente à tabela 
t(min) s(m) 
0 0 
1 62 
2 158 
3 220 
4 283 
5 335 
 
Note: 
•	 Até o instante t = 4min pode-se dizer que os pontos podem ser representados por
•	 uma reta.
•	 Entre t = 4 e t = 5 houve uma alteração de comportamento.
•	 Não ligue os pontos em ziguezague utilizando segmentos de reta. Trace curvas
•	 médias lisas ou retas que representam comportamentos médios. 
Observação: A reta traçada deixa dois pontos para baixo e dois para cima. A origem é um ponto experimental.
DINÂMICA 
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em exercícios que pedem ele-
mentos como atrito e componentes da resultante, com a força centrípeta e a aceleração centrípeta. 
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a aceleração confortável para os passageiros de um trem com dimensões 
curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente ligado à aceleração centrípeta.
As leis de Newton
A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo sobre movimento, sem, necessariamente se preocupar com as suas causas.
Quando partimos para o estudo das causas de um movimento, aí sim, falamos sobre a dinâmica. Da dinâmica, temos três leis em que 
todo o estudo do movimento pode ser resumido. São as chamadas leis de Newton:
Primeira lei de Newton – a lei da inércia, que descreve o que ocorre com corpos que estão em equilíbrio.
Segunda lei de Newton – o princípio fundamental da dinâmica, que descreve o que ocorrer com corpos que não estão em equilíbrio.
Terceira lei de Newton – a lei da ação e reação, que explica o comportamento de dois corpos interagindo entre si. 
Força Resultante 
A determinação de uma força resultante é definida pela intensidade, direção e sentido que atuam sobre o objeto. Veja diferentes 
cálculos da força resultante: 
Caso 1 – Forças com mesma direção e sentido. 
FÍSICA
11
Caso 2 – Forças perpendiculares.
Caso 3 – Forças com mesma direção e sentidos opostos
Caso 4 – Caso Geral – Com base na lei dos Cossenos
A Segunda lei de Newton
Quando há uma força resultante, caímos na segunda lei de 
Newton que diz que, nestas situações, o corpo irá sofrer uma ace-
leração. Força resultante e aceleração são duas grandezas físicas 
intimamente ligadas e diretamente proporcionais, ou seja, se au-
mentarmos a força, aumentamos a aceleração na mesma propor-
ção. Essa constante é a massa do corpo em que é aplicada a força 
resultante. Por isso, a segunda lei de Newton é representada mate-
maticamente pela fórmula:
A segunda lei de Newton também nos ensina que força resul-
tante e aceleração serão vetores sempre com a mesma direção e 
sentido. 
Unidades de força e massa no Sistema Internacional: 
Força – newton (N). 
Massa – quilograma (kg). 
A terceira Lei de Newton 
A terceira lei, também conhecida como lei da ação e reação 
diz que, se um corpo faz uma força em outro, imediatamente ele 
receberá desse outro corpo uma força de igual intensidade, igual 
direção e sentido oposto à força aplicada, como é mostrado na fi-
gura a seguir. 
ESTÁTICA
A Estática é o capítulo da Mecânica que estuda corpos que não 
se movem, estáticos. A ausência de movimento é um caso especial 
de aceleração nula, ou seja, pelas Leis de Newton, uma situação em 
que todas as forças que atuam sobre um corpo se equilibram. Por-
tanto, a soma vetorial de todas as forças que agem sobre o corpo 
deve ser nula. 
Por exemplo, um edifício de apartamentos ou de escritórios 
está sujeito à força peso de sua massa e dos móveis e utensílios 
em seu interior, além da força peso da massa de todos os seus ocu-
pantes. Existem também outras forças: a carga do vento, da chuva 
e eventualmente, em países frios, a carga da neve acumulada em 
seu teto. Todas essas forças devem ser absorvidas pelo solo e pelas 
fundações do prédio, que exercem reações sobre ele de modo a 
sustentá-lo, mantê-lo de pé e parado. A soma vetorial de todas es-
sas forças deverá ser nula.
1. Equilíbrio do Ponto Material
Define-se como ponto material todo corpo cujas dimensões, 
para o estudo em questão, não são importantes, não interferem 
no resultado final. Por exemplo, o estudo da trajetória de um atleta 
de saltos ornamentais na piscina a partir de uma plataforma de 10 
m. Se o estudo está focalizado na trajetória do atleta da plataforma 
até a piscina, e não nos seus movimentos em torno de si mesmo, 
pode-se adotar o centro de massa do atleta, ignorar seu tamanho 
e desenvolver o estudo. (Caso outros estudos, dos movimentos do 
atleta em torno do seu centro de massa, sejam necessários, eles 
poderão ser realizados posteriormente.)
Na Estática consideramos o ponto material como um corpo su-
ficientemente pequeno para podermos admitir que todas as forças 
que agem sobre o corpo se cruzem num mesmo. Para que este pon-
to material esteja em equilíbrio a somatória vetorial das forças que 
nele atuam tem necessariamente de ser nula.
Ou:
FÍSICA
12
No caso do estudo se restringir ao plano, podemos adotar dois 
eixos (x e y) como referência e estudar as componentes das forças:
2. Equilíbrio dos Corpos Rígidos
Quando as dimensões dos corpos não podem ser ignoradas 
(não podemos considerar as forças todas se cruzando num mesmo 
ponto), o estudo passa a considerar movimentos de rotação. Por 
exemplo, na figura:
Sendo as forças de mesmo módulo, a resultante seria nula, mas 
isto seria insuficiente para o equilíbrio, pois existe uma tendência 
de giro que pode ser representado por:
A essa tendência de giro dá-se o nome de momento da força, e 
é igual à força multiplicada pela distancia ao centro de giro. No caso 
acima, supondo que o comprimento da barra seja x, o momento de 
cada força seria:
O momento total seria o dobro
O sinal será definido pelo sistema de referência adotado: no 
nosso caso, adotando um sistema em que os momentos sejam po-
sitivos no sentido horário, o momento total seria negativo, pois o 
corpo tende a girar no sentido anti-horário:
A unidade do momento de uma força é o newton∙metro ou 
N∙m.
Então, para o corpo permanecer estático, além das duas equa-
ções do ponto:
Uma terceira condição deve ser imposta: a somatória dos mo-
mentos deve ser nula:
Nota: considera-se que todas as forças e momentos pertençam 
ao mesmo plano. 
3. Alavancas
Ao se utilizar o princípio da estática e da somatória dos mo-
mentos nulos pode-se analisar uma das primeiras máquinas sim-
ples inventada pelo homem: a alavanca.
Veja o esquema abaixo onde a barra está equilibrada:
Nesse exemplo, ao se imaginar uma gangorra apoiada na dis-
tância de 8 m nota-se que uma força de 50N provoca uma ação na 
outra ponta de 200 N ampliando em 4 vezes a ação inicial. Para isto, 
basta comparar os momentos das duas forças nas extremidades em 
relação ao apoio, e constatar que eles se equilibram, pois têm o 
mesmo valor e sinais opostos (a força à esquerda tende a fazer a 
barra girar no sentido anti-horário e a da extremidade direita no 
sentido horário). Assim:
50 N x 8 m= 200 N x 2 m 
Com isso pode-se amplificar ações de forças com a utilização 
dessa máquina simples, provavelmente pré-histórica.
Hidrostática
A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto 
líquidos como os gasosos) em repouso, ou seja, que não estejam 
em escoamento (movimento).
Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estuda-
das as forças que esses fluídos exercem sobre corpos neles imersos, 
seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como 
os totalmente submersos.
FÍSICA
13
1. Massa Específica; Densidade
Ao se afirmar que a massa específica da água é de 1000 kg/m³ 
estamos informando que 1 m³ de água possui uma massa de 1000 
kg. Isto nos permite deduzir a definição de massa específica, que é a 
relação entre a massa e o volume ocupado por essa massa:
A massa específica é definida para corpos homogêneos. Já para 
os corpos não homogêneos essa relação é denominada densidade:
2. Pressão
A pressão é definida como a aplicação de uma força distribuída 
sobre uma área:
A unidade de medida da pressão é newton por metro quadrado 
(N/m²). A pressão pode também ser exercida entre dois sólidos. No 
caso dos fluídos o newton por metro quadrado é também denomi-
nado pascal (Pa).
3. Princípio de Stevin
O princípio de Stevin nos permite calcular a pressão em um 
líquido em repouso, estando

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina