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Agente Comunitário
de Saúde - ACS
SES-DF
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Conhecimentos Básicos:
- Língua Portuguesa;
- Legislação Aplicada ao Servidores do Distrito Federal;
- Sistema Único de Saúde (SUS);
- Raciocínio Lógico e Matemático;
- Plano Distrital de Política Para Mulheres;
- Noções Básicas de Informática;
Conhecimentos Específicos.
DISCIPLINAS:
CURSO ONLINE
Brinde: Curso Online de Redação
Discursiva com a Prof. Marilza de Oliveira
Edição Elaborada conforme o Edital de
Abertura nº 01/2022
NÍVEL MÉDIOM
A
G
EN
TE CO
M
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Título da obra: SES/DF - Cargo : Agente Comunitário de Saúde
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
LÍNGUA
PORTUGUESA
SUMÁRIO:
1. Compreensão e intelecção de textos.............................................................................53
2. Tipologia textual...........................................................................................................56
3. Ortografia........................................................................................................................3
4. Acentuação gráfica.........................................................................................................7
5. Emprego do sinal indicativo de crase...........................................................................49
6. Formação, classe e emprego de palavras...................................................................9/11
7. Sintaxe da oração e do período.....................................................................................30
8. Pontuação......................................................................................................................38
9. Concordância nominal e verbal....................................................................................40
10. Colocação pronominal..................................................................................................25
11. Regência nominal e verbal............................................................................................43
12. Equivalência e transformação de estruturas..................................................................50
13. Paralelismo sintático.....................................................................................................53
14. Relações de sinonímia e antonímia..........................................................................48/50
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
ORTOGRAFIA
É o uso correto das letras, bem como das iniciais
maiúsculas e minúsculas nas palavras.
1ª PARTE: palavras escritas por convenção.
Ex.: monge, jiló, graxa, flecha, sósia, proeza, he-
resia, obcecar, maçarico, variz, extasiar, pretensão,
acessar, discernir, excetuar, exsudar, etc.
PALAVRAS ESCRITAS POR CONVENÇÃO
G
algema algibeira angélico apogeu
auge bugiganga digerir drágea
efígie estrangeiro evangelho falange
faringe frigir geada gêiser
geleia gêmeo gengibre gengiva
gesso gesto gim girafa
gíria higiene ligeiro megera
monge mugir ogiva rígido
rugir sugerir tangente tangerina
tigela vagina
J
berinjela cafajeste canjica hoje
injetar jeca jegue jeito
jejum jenipapo jequitibá jérsei
jesuíta jiboia jiló jirau
jiu-jitsu majestade manjedoura manjericão
objeto projeto rejeitar sujeito
X
abacaxi almoxarife bexiga broxa
bruxa capixaba caxumba coaxar
coxa coxo elixir esdrúxulo
faxina graxa haxixe lagartixa
lixa lixo luxar luxo
maxixe muxoxo orixá oxalá
pexote pixaim praxe puxar
relaxar rixa roxo taxa
vexame vexar xadrez xale
xampu xangô xará xarope
xavante xaxim xepa xeque
xereta xerife xi! xícara
xiita xilofone xingar xis
xô! xodó xucro
CH
arrochar bochecha boliche brecha
brocha broche bucha cachaça
cachimbo cartucho chá chácara
chafariz chalé charco chuchu
chucrute chumaço churrasco cocha
coche cochichar cochilar colcha
concha coqueluche debochar despachar
encher espichar estrebuchar fachada
fantoche fechar ficha flecha
guache inchar linchar machucar
mecha mochila pechincha piche
rachar salsicha tacha tocha
S
abusar aceso acusar adesão
aliás amnésia analisar ananás
anestesiar após artesão ás
asa Ásia asilo asteca
avisar basalto base basílica
besouro bisão bisonho blusa
brasa brasão brisa camisa
casaca casimira caso catalisar
cesária coesão colisão concisão
conclusão cós coser crase
crisálida crisântemo crise decisão
defesa demasia designar desistir
Deus diocese diurese divisa
dose eclesiástico empresa ênclise
escusar esposa esquisito eutanásia
evasão exclusão extasiar fantasia
fase framboesa frase freguês
friso fusão fuselagem fusível
fuso gás gasolina gênese
groselha heresia hesitar improvisar
incisão inclusão intruso invasão
isolar lesar lilás liso
lisonja losango luso manganês
maresia mariposa masoquismo medusa
mesa mesóclise mesquita misantropo
miséria mosaico musa obeso
obséquio obtuso parafuso paraíso
paralisar parmesão peso pesquisar
precisopresente presépio preservar
presídio presidir prosa pus
querosene quesito raposa raso
rasurar reclusão recusar represália
reprisar requisitar rês resenhar
reservar residir resíduo resignar
resina resistir resolver resultar
resumir retesar riso risoto
rosa sinestesia siso sósia
suserano tese tesoura tesouro
tosar transar trás turquesa
usina usar usurar usurpar
vaso vesícula visar
Z
agonizar alazão albatroz alfazema
algazarra algoz amazona amizade
antipatizar apaziguar armazém arroz
assaz atroz avestruz azar
azedo azeitona azêmola azia
azul balizar batizar bazar
bezerro bizarro buzina búzio
cafezal cafuzo capataz capuz
cartaz catequizar cicatriz coalizar
conduzir coriza cozer cozinha
cruz cuscuz czar deduzir
deslizar dizer dizimar economizar
fazer feliz fezes foz
fuzil fuzuê gaze gazela
gazeta giz gozar granizo
guizo hipnotizar horizonte induzir
introduzir jazida juiz lambuzar
lazer luz magazine matiz
matriz mazela meretriz nariz
nazismo noz ojeriza ozônio
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
paz prazer prazo prejuízo
prezar primazia produzir proeza
quartzo raiz rapaz razão
reduzir rezar seduzir simpatizar
sintetizar talvez topázio tornozelo
traduzir trapézio trazer variz
vazio verniz vez voz
zangão zangar zebra ziguezague
Ç
açafrão açaí aço açúcar
açucena açude alça alçapão
almaço almoço ameaçar arregaçar
arruaça babaçu bagaço baço
balança boçal cabaça caçar
caçoar caçula calça camurça
caniço carapaça carapuça carcaça
chouriço chumaço cobiçar coçar
conjunção couraça dançar disfarçar
endereço enguiçar erupção exceção
feitiço hortaliça laço licença
linguiça maçã maçaneta maçar
maçarico maço maçom março
miçanga mordaça mormaço muçulmano
muçurana orçar ouriço paço
paçoca palhaço pança piaçava
pinça poço quiçá rechaçar
roça roçar ruço saçaricar
soçobrar tapeçaria terço terçol
traça trança trapaça troço
viço vidraça
C
acelga acender acento acepção
acervo acessar agradecer alicerce
aparecer aquecer cacete cacimba
cacique carecer carroceria cédula
ceia ceifar cela celeiro
celibato celta cem cemitério
cena cenoura censo censura
centavo centopeia centro cepa
céptico cera cerca cerda
cereal cerebelo cérebro cereja
cerimônia cerne cerrar certo
cerveja cervo cerzir cesariana
Cessar cesta cetim cetona
cetro cevada chacinar chance
cicerone ciciar ciclo ciclone
cicuta cidra cifra cigano
cigarro cilada cílio cima
cimento cinema cínico cinta
cintilar cintura cinza cio
cipó cipreste ciranda circo
circuito circundar cirrose cirurgia
cisco cismar cisne cissiparidade
cisterna citar cítara ciúme
cócegas concertar concílio corcel
decepcionar docente esquecer falecer
focinho incipiente lince lúcido
maciço macio magricela marcial
mencionar morcego obcecar parecer
penicilina percevejo pocilga recender
resplandecer sobrancelha súcia tecer
tecido vacilar vacina você
H
hábil habitar hachurar hálito
handebol hangar hanseníase hantavírus
harém harmonia harpa haste
havana haver haxixe hebreu
hectágono hectare hediondo hégira
helicóptero hélio hem! hemácia
hematita hemisfério hemorragia hepatite
heptaedro hera herdar heresia
hermafrodita hérnia hertz hesitar
hetero heureca hexacampeão hiato
hibernar híbrido hidra hidroavião
hiena hierarquia hieróglifo hífen
higienizar hímen hindu hino
hipérbole hipófise hipopótamo hipoteca
histeria história hoje homem
homofilia homogêneo homologar honesto
honra hóquei hora horda
horizonte hormônio horóscopo horror
horta hortelã hortênsia hosana
hospedar hospital hóstia hostil
hulha humano humilde humilhar
humor húmus
2ª PARTE: palavras derivadas.
Em geral, as palavras derivadas mantêm as mesmas
letras iniciais das suas respectivas palavras primitivas.
Ex.: rabugento (de rabugem);
viajem (de viajar);
almoxarifado (de almoxarife);
pichar (de piche);
catálise (de catalisar);
sintetizado (de sintetizar);
exultante (de exultar);
intercessão (de interceder);
disfarçado (de disfarçar);
ascensão (de ascender);
exsudação (de exsudar);
assessor (de assessorar); etc.
Exceções: angélico e angelical (de anjo);
extensão, extensibilidade, extensidade,
extensível, extensividade, extensivo, ex-
tenso e extensor (de estender).
Obs.1: Viajem (forma verbal do verbo viajar, no
presente do subjuntivo).
Ex.: Espero que eles viajem bem.
Viagem (substantivo: ação de viajar).
Ex.: A viagem foi maravilhosa.
Obs.2: Palavra Primitiva: é aquela que não vem
de nenhuma outra da própria língua.
Ex.: casa, água, pedra, terra, ar, etc.
Obs.3: Palavra derivada: é aquela que vem de ou-
tra da própria língua.
Ex.: caseiro, aquático, pedrada, terreno, aé-
reo, etc.
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3ª PARTE: regras convencionais.
G J X CH Ç C SS S Z H K W Y
5 1 4 0 2 1 1 7 2 2 3 : 28
regras
G
1. Emprega-se g:
a) nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio;
Ex.: adágio, colégio, prodígio, relógio, refúgio, etc.
b) nas terminações –agem, -igem e –ugem;
Ex.: viagem, fuligem, rabugem, garagem, ver-
tigem, ferrugem, etc.
Exceções: lajem, pajem e lambujem.
c) nas terminações –ege e –oge;
Ex.: frege, herege, sege, doge, paragoge, etc.
d) depois de r:
Ex.: alergia, energia, imergir, surgir, etc.
Exceções: alforje, caborje e interjeição.
e) após a inicial de palavra.
Ex.: ágio, agir, ágil, agenda, agitar, etc.
J
2. Emprega-se j:
a) nas terminações -aje e -ajé.
Ex.: laje, traje, acarajé, pajé, etc.
X
3. Emprega-se x:
a) após ditongo;
Ex.: baixo, caixa, faixa, feixe, madeixa, peixe,
frouxo, rouxinol, trouxa, etc.
Exceções: caucho e guache.
b) após en inicial de palavra;
Ex.: enxada, enxertar, enxoval, enxugar, enxame,
enxerido, enxofre, etc.
Exceções: encher e enchova.
c) após me e mé iniciais de palavra;
Ex.: mexer, mexilhão, México, etc.
Exceções: mecha e mechoacão.
d) após e inicial de palavra.
Ex.: exalar, Exército, exílio, êxodo, exumar,
examinar, exercer, exímio, exoterismo, etc.
Exceções: esôfago e esoterismo.
CUIDADO: encharcar (de charco);
enchente (de encher);
enchumaçar (de chumaço);
recauchutar (de caucho).
Ç
4. Grafa-se com ç:
a) os sufixos –aça, -aço, -ção, -iço, -iça, -nça, -uço,
-açu e –oça;
Ex.: barca + aça = barcaça;
rico + aço = ricaço;
navegar + ção = navegação;
sumir + iço = sumiço;
carne + iça = carniça;
cria + nça = criança;
dente + uço = dentuço;
igu + açu = Iguaçu;
carro + oça = carroça.
b) após ditongo.
Ex.: caução, feição, etc.
C
5. Grafa-se com c:
a) após ditongo.
Ex.: coice, foice, etc.
SS
6. Grafa-se com ss:
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver-
bos cujos radicais terminam em: ced, gred, prim, met,
mit e cut.
Ex.:
CED > CESS : suceder - sucessão, sucessivo;
GRED > GRESS : progredir - progresso, progressivo;
PRIM > PRESS :imprimir - impressão, impresso;
MESS
MET > : prometer - promessa, promissor;
MISS
MIT > MISS : permitir - permissão, permissivo;
CUT > CUSS :discutir - discussão.
S
7. Grafa-se com s:
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver-
bos cujos radicais terminam em: nd, rg, rt, pel,corr e
nt;
Ex.:
ND > NS: expandir - expansão, expansivo;
RG > RS: submergir - submersão, submerso;
RT > RS: inverter - inversão, inverso;
PEL > PULS: expelir - expulsão, expulso;
CORR > CURS: discorrer - discurso, discursivo;
NT > NS: sentir - sensação, sensível.
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
b) os adjetivos terminados em –oso e em -osa, deri-
vados de substantivos;
Ex.: dengo + -oso = dengoso;
+ -osa = dengosa.
teima + -oso = teimoso;
+ -osa = teimosa.
gás + -oso = gasoso;
+ -osa = gasosa.
c) os adjetivos pátrios terminados em -ês e em -esa;
Ex.: campo + n + ês = camponês;
+ n + esa = camponesa.
Paquistão + ês = paquistanês;
+ esa = paquistanesa.
Pequim + n + ês = pequinês;
+ n + esa = pequinesa.
d) os títulos de nobreza femininos terminados em
-esa;
Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa.
e) após ditongo;
Ex.: causa, coisa, gêiser, lousa, maisena, náusea,
Cleusa, Neusa, Sousa, etc.
f) as formas verbais de pôr (e dos derivados) e de
querer.
Ex.: pôs, pus, puser, puseram, pusesse; depôs,
depus, depuser, depuseram, depusesse; quis,
quiser, quiseram, quisesse, etc.
g) os sufixos gregos -ase, -ese, -isa, -ise, -isia e
-ose.
Ex.: metástase, prófase, catequese, síntese, papi-
sa, poetisa, pesquisa, análise, catálise, ele-
trólise, paralisia, hipnose, metamorfose, os-
mose, etc.
Z
8. Grafa-se com z:
a) os verbos terminados em -izar, derivados de
substantivos e de adjetivos.
Ex.: colônia + -izar = colonizar;
sinal + -izar = sinalizar;
ágil + -izar = agilizar;
fértil + -izar = fertilizar; etc.
Obs.: Se o verbo for a palavra primitiva, sua termi-
nação –izar (ou –isar) poderá ser escrita com z ou com
s, dependendo do seu tipo.
Ex.: analisar, catalisar, eletrolisar, improvisar,
paralisar, pesquisar, batizar, catequizar,
deslizar, hipnotizar, sintetizar, etc.
b) os substantivos abstratos terminados em -ez e em
-eza, derivados de adjetivos.
Ex.: ácido + -ez = acidez;
pequeno + -ez = pequenez;
delicado + -eza = delicadeza;
rico + -eza = riqueza; etc.
H
9. Grafa-se com h:
a) o final de algumas interjeições;
Ex.: ah!, eh! e oh!
b) os dígrafos ch, lh e nh.
Ex.: chave, palha, unha, chique, alho, banho, etc.
Obs.: Bahia (nome de estado) possui essa grafia
(com h e sem acento agudo) por tradição e por incoerên-
cia dos nossos gramáticos, já que ela é a própria palavra
baía (acidente geográfico), que não possui h e que pos-
sui acento agudo.
K, W e Y
10. Grafa-se com k, com w ou com y:
a) as abreviaturas e os símbolos de termos científi-
cos de uso internacional;
Ex.: km (quilômetro), kg (quilograma), k (potás-
sio), w (watt), W (oeste), yd (jarda), etc.
b) as palavras estrangeiras não aportuguesadas.
Ex.: kart, kibutz, smoking, show, watt, play-
ground, playboy, hobby, etc.
c) os nomes próprios estrangeiros não aportuguesa-
dos (e seus derivados).
Ex.: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Ken-
nedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood,
Washington, Kremlin, Byron, Walt Disney,
kantismo byroniano, shakespeariano,
kartista, parkinsonismo, Disneylândia, etc.
EMPREGO DE PALAVRAS
I. EMPREGO DOS PORQUÊS:
1. PORQUE: é usado em respostas e em explica-
ções.
Ex.: Por que parou? (pergunta)
Porque estou cansado. (resposta)
Raquel não veio à faculdade, porque está
doente. (explicação)
2. PORQUÊ: é o único dos quatro porquês que
exige, diretamente, antes dele, artigo, adjetivo, numeral
ou pronome masculinos.
Ex.: Não sei o porquê disto.
Ela me deu um belo porquê.
Ofereceram três porquês para o problema.
Este porquê não serve.
3. POR QUÊ: é usado no final do período (simples
ou composto), em perguntas e em afirmações.
Ex.: Você fez isso por quê?
Susana agiu assim e não sabe por quê.
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
4. POR QUE:
a) é usado no início do período (simples ou compos-
to) em perguntas e em afirmações.
Ex.: Por que você fez isso?
Por que construí Brasília (título de um dos
livros de JK)
Por que Adriana acha que é melhor, do que
Henrique?
b) é usado no meio do período composto ( = pelo
qual, pela qual, pelos quais e pelas quais).
Ex.: Este é o caminho por que passaram.
Esta é a resposta por que aguardava.
c) idem letra b ( = por que motivo).
Ex.: Não se sabe por que chove tanto, naquela
região do país.
II. Onde/ Aonde:
1. Emprega-se aonde com os verbos de movimento
com a preposição a.
Ex.: Aonde você irá?
Aonde nos leva?
2. Emprega-se onde, naturalmente, com os verbos es-
táticos e com os de movimento sem a preposição a.
Ex.: Onde estão os livros?
Não sei onde te encontro.
Até onde, você irá?
De onde, ele vem?
III. Mau / Mal:
1. Mau é, sempre, um adjetivo (seu antônimo é bom).
Refere-se, pois, a um substantivo.
Ex.: Escolheu um mau momento.
Era um mau aluno.
2. Mal pode ser advérbio de modo (antônimo de bem)
e substantivo.
Ex.: Ele se comportou mal.
Seu argumento está mal-estruturado.
Ela não sabe o mal que me faz.
IV. HÁ / A:
1. Há (verbo haver), para indicar tempo passado ou
para significar existe (m).
Ex.: Há dois meses, ele não aparece.
No mundo, há muitos fãs do futebol.
2. A (preposição), para indicar tempo futuro e dis-
tância.
Ex.: Daqui a dois meses, ele aparecerá.
A Terra fica a milhões de quilômetros do Sol.
V. MAS / MAIS / MÁS:
1. Mas é conjunção adversativa, que indica uma opo-
sição (ou um contraste). Pode ser substituída por
outra conjunção adversativa (porém, contudo, to-
davia, entretanto, etc.).
Ex.: Eu iria ao cinema, mas choveu.
2) Mais pode ser um advérbio de intensidade ou um
pronome indefinido. É antônimo de menos.
Ex.: Sem dúvida, é a garota mais simpática da sa-
la!
Atualmente, tenho mais sabedoria e mais
conhecimento.
3) Más é adjetivo (antônimo de boas).
Ex.: Ela tem atitudes más.
Eles são pessoas más.
*********************************************************
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
1. Monossílabos tônicos:
Acentuam-se os terminados em a(s), e(s) e o(s).
Ex.: pá(s), ê(s) fé(s), ô(s) só(s), etc.
2. Oxítonos:
Acentuam-se os terminados em a(s), e(s), o (s) e em
(ens).
Ex.: sofá(s), você(s), café(s), robô(s), cipó(s),
ninguém, parabéns, etc.
3. Paroxítonos:
Acentuam-se os terminados em ps, um (uns), r,
u(s), x, i(s), en, on(s), l, ã(s), e ditongo [acompanhado
ou não de s: ei (s), ão(s), ea (s), eo (s), ia(s), ie(s), io(s),
oa(s), ua(s), ue(s) e uo(s)].
Ex.: bíceps, fórceps, álbum(uns), médium(uns), açúcar,
éter, meinácu, Vênus, tórax, fênix, júri, lápis, pó-
len, hífen, próton(s), fóton(s), fácil, desagradável,
órfã(s), ímã(s), pônei(s), jóquei(s), órgão(s), só-
tão(s), fêmea(s), orquídea(s), óleo(s), simultâ-
neo(s), ânsia(s), farmácia(s), série(s), cárie(s), sí-
tio(s), lírio(s), mágoa(s), nódoa(s), tábua(s), ré-
gua(s), tênue(s), bilíngue(s), árduo(s), vácuo(s),
etc.
4. Proparoxítonos:
Quase todos são acentuados.
Ex.: lâmpada, fósforo, elétrico, cápsula, médico,
auréola, período, míope, medíocre, etíope,
etc.
Exceções: deficit e habitat.
Obs.: Essas duas palavras não podem ser acentua-
das, por serem latinismos (palavras oriundas do latim),
sabendo-se que essa língua não possuía acento gráfico,
como o inglêse o alemão não o possuem. Entre os dicio-
naristas, há os que as acentuam, e os que não as acentu-
am.
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
5. Ditongos éi, éu e ói:
a) se forem pronunciados (pela norma culta) ei, eu
ou oi, não serão acentuados;
Ex.: colmeia, farei, sei, eufônico, ateu, meu, loi-
ro, boi, doido, etc.
b) se forem pronunciados (pela norma culta) éi, éu
ou ói (desde que estejam na sílaba forte da palavra), se-
rão acentuados, exceto os paroxítonos.
Ex.: ideia, europeia, plateia, hebreia, fiéis, réis
(moeda), chapéu(s), réu(s), troféu(s), herói,
anzóis, mói (moer), joia, boia, jiboia, he-
roico, etc.
CUIDADO: aneizinhos, chapeuzinho, anzoizinhos.
Obs.: São equivocados os conceitos de ditongo
aberto e de ditongo fechado: não existe essa divisão
dos ditongos na NGB, nem na NGP (dentro da Fonética).
Na verdade, as vogais é que podem ser abertas, semi-
abertas, fechadas ou semifechadas, e não os ditongos.
6. Hiatos:
a) AÍ, EÍ, OÍ, UÍ, AÚ, EÚ, IÚ e OÚ:
Sua segunda vogal (i ou u) será acentuada normal-
mente, se estiver sozinha na própria sílaba ou se vier
acompanhada de s.
Ex.: saída, faísca, cafeína, politeísmo, moído,
egoísta, ruído, uísque, saúde, balaústre, re-
úne, ciúme, timboúva, etc.
Obs. 1: Se ela vier acompanhada de l, de m, de n, de
r ou de z ou se ela vier seguida de nh, deixará de ser
acentuada.
Ex.: Raul, paul, ruim, amendoim, ainda, saindo,
fluir, ruir, juiz, raiz, rainha, bainha, tainha,
moinho, fuinha, etc.
Obs. 2: Acompanhar: estar na mesma sílaba.
Seguir: estar na sílaba seguinte.
b) OO (S) final de palavra: não é mais acentuado.
Ex.: coo doo, magoo, perdoo, abençoo, coroo,
abotoo, povoo, enjoo(s), voo(s), zoo(s), etc.
c). EEM final de palavra: não é mais acentuado.
Ex.: creem, deem, leem, veem e derivados (des-
creem, desdeem, releem, preveem, anteve-
em, etc.
Obs.: ee de eem não é hiato, e, sim, vogal forte
mais ditongo decrescente.
7. Grupos gue, gui, que e qui:
O u desses grupos:
a) não mais receberá acento agudo, se ele for pro-
nunciado fortemente (pela norma culta);
Ex.: averiguem, arguis, oblique, etc.
b) não mais receberá trema, se ele for pronunciado
fracamente (pela norma culta);
Ex.: bilíngue, linguiça, cinquenta, tranquilo,
etc.
c) não receberá nada, se ele não for pronunciado
(pela norma culta).
Ex.: aguerrido, enguiço, quente, quilo, etc.
Observação:
O trema foi abolido com o acordo ortográfico de
1/1/2009.
Ex.: equilátero, líquido, sanguíneo, etc.
8. Acento Diferencial:
Ele só permaneceu em algumas palavras do portu-
guês.
Ex.: pôr: verbo e substantivo;
por: preposição.
pôde: pretérito perfeito do indicativo do verbo
poder;
pode: presente do indicativo do mesmo verbo.
tem: 3ª pessoa do singular do verbo ter;
têm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo.
porquê: substantivo;
porque: conjunção.
vem: 3ª pessoa do singular do verbo vir;
vêm: 3ª pessoa do plural do mesmo verbo.
Ex.: Pôr o livro sobre a mesa é fácil. (verbo)
O pôr-do-sol de Brasília é belo. (substantivo)
Fiz isso por ela. (preposição)
Marcos pôde trabalhar ontem.
Marcos pode trabalhar hoje.
Elas têm 20 anos.
Ela tem 20 anos.
Eles vêm da Bahia.
Ele vem da Bahia.
Obs.1.: Em relação a tem/têm e a vem/vêm, o
acento diferencial dessas palavras aplica-se, também, às
formas verbais dos verbos derivados de ter e de vir
(contém/contêm, detém/detêm, mantém/mantêm, re-
tém/retêm, convém/convêm, intervém/intervêm, pro-
vém/provêm, etc.).
Ex.: O edital deste concurso contém estas discipli-
nas.
Os editais destes concursos contêm estas dis-
ciplinas.
O avião provém de Berna.
Os aviões provêm de Berna.
Obs.2.: Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o
acento agudo no i, nem no u tônicos, quando vierem de-
pois de um ditongo.
Ex.: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, etc.
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Obs.3.: Se a palavra for oxítona, desde que o i ou
que o u estejam em posição final (acompanhados ou não
de s), o acento permanecerá.
Ex.: Piauí:
Obs.4: Dêmos (forma verbal no presente do subjun-
tivo do verbo dar, cujo uso do acento circunflexo é fa-
cultativo), para diferenciar-se de demos (forma verbal no
pretérito perfeito do indicativo do mesmo verbo).
Ex.: Raquel espera que nós lhe dêmos (ou demos)
toda a assistência a ela.
Nós demos toda a assistência a Raquel ontem.
Obs.5: Fôrma(s) (= molde), cujo acento circunflexo
é facultativo, para diferenciar-se de forma(s) (= disposi-
ção exterior de algo)
Ex.: Esta fôrma (ou forma) de bolo é moderna.
A forma do bolo é circular.
***********************************************
ANÁLISE MORFOLÓGICA
1. INTRODUÇÃO
Sem saber MORFOLOGIA, distinguir as palavras
por sua estrutura, formação e classes gramaticais, é im-
possível o aprendizado da Análise Sintática.
Esses aspectos da gramática, procuramos mostrá-los
da maneira mais clara e mais objetiva possível, tornando-
os agradáveis e atraentes.
2. ESTRUTURA DAS PALAVRAS
a) As palavras podem ser divididas em formas míni-
mas providas de significados:
Ex.: trabalhávamos = trabalh / á / va / mos
* O 1º elemento mórfico (trabalh) possui o conceito bá-
sico da palavra (significação). Os restantes só possuem
conceito gramatical. Logo,
TRABALH A VA MOS
Radical VT DMT DNP
b) As palavras divisíveis podem ser reduzidas a for-
mas mínimas (radical, ou desinênica de gênero, vogal
temática, e desinência).
Ex.: alun / o / s, fal / a / va / m.
c) As palavras indivisíveis não podem ser reduzidas a
formas mínimas: só apresentam o radical.
Ex.: café (substantivos terminados em vogal tôni-
ca) e mar (substantivos terminados em consoante).
3. ELEMENTOS MÓRFICOS
Radical (R):
É o morfema comum às palavras que pertencem a
uma mesma família de significado. Nele, concentra-se a
significação básica da palavra.
Ex.: samba: samb poder (v.): pod
* Variante ou alomorfe do radical: modificação fo-
nética do radical.
Ex.: poder: pod posso: poss
Obs.: O radical-base é encontrado no infinitivo.
Quando não há variação do radical, nem das desinências,
o verbo é regular. Em caso contrário, irregular.
Vogal Temática (VT)
É o morfema que serve de elemento de ligação entre
o radical e as desinências. Quando se trata de verbo, in-
dica a conjugação.
Exs.: amar: A (1ª conjugação)
vender: E (2ª conjugação)
partir: I (3ª conjugação)
* Variante ou alomorfe da vt: modificação fonética
da VT.
* TEMA (T): é o conjunto radical + vogal temática.
QUADRO DA VOGAL TEMÁTICA
CONJ VT VT (Variante) VT Ø
1ª A
E (1ª p. s. perf. ind.)
O (3ª p. s. perf. ind.)
1. 1ª pes. sing. pres.
do indicativo
2ª E I (imperf. ind. e particípio)
2. Todo o pres. do
subjuntivo
3ª I
E (pres. ind. 2ª, 3ª s. e 3ª p.
pl.; imp. afirm. 2ª pessoa
singular)
3. Todo o imperativo
negativo
Desinência:
São morfemas que indicam as flexões das palavras
variáveis.
As desinências podem ser:
nominais: aquelas que indicam o gênero e o núme-
ro dos nomes.
Ex.: Alun a s.
a = desinência que indica o gênero (feminino)
s = desinência que indica o número (plural)
Cuidado para não confundir a desinência a do
feminino com a vogal temática “a”. Será desinência do
feminino, quando indicar gênero.
DESINÊNCIA DAS FORMAS NOMINAIS
DFN VARIANTE EXEMPLOS
INFINITIVO R FAL/A/R
GERÚNDIO NDO BAT/E/NDO
PARTICÍPIO DO DIVERSAS
AM/A/D/O
FRI/T/OOMI/SS/O
Desinências Verbais – aquelas que indicam tem-
po, modo, número e pessoa dos verbos. Podem ser:
desinências modo-temporais (DMT): indicam o
tempo e o modo da forma verbal.
– variante da DMT: modificação fonética da
DMT.
desinências número-pessoais (DNP): indicam o
número e a pessoa da forma verbal.
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– variante da DNP: modificação fonética da
DNP.
QUADRO DA DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL
TEMPO DMT
VARI-
ANTE
EXEMPLOS
presente do indicativo Ø compr / a / s
perf. ind. Ø compr / a / ste
imperf. ind. (1ª conj.) VA VE
compr / a / va /s
compr /á / ve / is
imperf. ind. (2ª e 3ª conj.) A E
bat / i / a
bat / í / e / is
mais-que-perfeito ind. RA RE
part / i / ra
part / í / re / is
futuro do presente RA RE
am / a / rá /s
am / a / re / i
futuro do pretérito RIA RIE
vend / e / ria
vend / e / ríe / is
pres. do subj. 1ª conj. E cant / e
pres. do subj. (2ª e 3ª conj.) A
vend / a
ouç / a
imperf. do subj. SSE quis / é / sse / mos
futuro do subjuntivo R troux / e / r / es
QUADRO DE DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL
N.º Pessoa DNP (variante) Exemplos
S
IN
G
U
L
A
R
1ª Ø O, I
Vend / a
Vend / o
Vend / e / re / i
2ª S
Am / a / s
Bat / e / r / es
3ª Ø
Cant / e
Part / a
P
L
U
R
A
L
1ª MOS
Vend / e / mos
Cal / a / r / mos
2ª IS Des
Traz / e / is
Ouv / i / r / des
3ª M, EM, ~ O
Fal / a / m
Am / a / r / em
Fa / rã / o
ATENÇÃO: A desinência número-pessoal do pretéri-
to perfeito indicativo é especial e acumulativa. Como o
pretérito perfeito possui DMT Ø, a DNP acumula a fun-
ção de DMT.
PESS e N.º VERBO DNP
1ª sing.
AM / E / I
FIZ
I, Ø
2ª sing.
AM / A / STE
FIZ / E / STE STE
3ª sing.
AM / O / U /
FEZ
U,
1ª pl.
AM / A / MOS,
FIZ / E / MOS MOS
2ª pl.
AM / A / STES,
FIZ / E / STES STES
3ª pl
AM / A / RAM,
FIZ / E / RAM RAM
Afixos:
São elementos mórficos que, acrescentados ao radi-
cal, modificam a sua significação. Quando antepostos ao
radical, recebem o nome de prefixo; quando pospostos,
serão sufixos.
Estudos dos afixos (prefixos e sufixos)
a) afixos – Correspondência de sentido entre pre-
fixos latinos e gregos:
PREFIXO LATINO PREFIXO GREGO SENTIDO
AB, ABS, A APO afastamento
AD, A, JUSTA PARA aproximação
AMBI ANFI duplicidade
ANTE, PRE PRO posição anterior
BENE, BEM, BEN EU, EV excelência, bem
BIS, BI DI duas vezes
CIRCUM, CIRCUN PERI em volta de
CONTRA, OB, O ANTI, PARA oposição
COM, CON, CO SIM, SIN
reunião,
companhia
DE, DES CATA
movimento para
baixo
EX, ES, E EX, EC, EXO
movimento para
fora
EXTRA, ULTRA,
SOBRE, SUPER
HIPER, ARQUI
superioridade exce-
lência
IN, IM, I, EM, EN,
INTRA, INTRO
EM, EN, E, ENDO
movimento para
dentro
IN, IM, I, DES, DIS A, AN negação
MULTI, PLURI POLI multiplicidade
PER, TRANS,
TRAS, TRES
DIA, META através de
RE HIPER intensidade
SEMI HEMI metade
SUB, SOB, SO INFRA HIPO inferioridade
SUPER, SOBRE EPI posição acima
b) sufixos: A maioria dos sufixos, em nossa lígua,
são latinos ou gregos. Podem ser: nominais (formadores
de nomes) e verbais (formadores de verbos).
Só existe um sufixo adverbial: MENTE.
Como o nosso trabalho é uma orientação, apenas, em
vez do estudo dos mesmos, através de exaustivas rela-
ções, optamos por fixá-los com exercícios.
SUFIXOS VERBAIS
SUFIXOS SENTIDO VERBOS
EAR, EJAR V. Freqüentativos (ação repetida)
Voltear,
Apedrejar
ECER, ESCER V. Incoativos (início de ação)
Endurecer,
Florescer
IZAR, ANTAR,
ENTAR
V. Causativos (ação praticada ou da
qualidade)
Realizar,
Afugentar,
Quebrantar
ICAR, ITAR,
ISCAR, INHAR
V. Diminutivos (ação diminutiva e
repetida)
Bebericar,
Saltitar,
chuviscar,
cuspinhar
Algumas palavras trazem, ainda, em seu interior, vo-
gais ou consoantes que não fazem parte dos chamados
elementos mórficos. Esses elementos, cuja finalidade é,
apenas, e tão-somente, facilitar a pronúncia da palavra,
recebem o nome de fonemas de ligação (vogais ou con-
soantes de ligação).
Ex.: pau / l / ada gas / o / duto.
ATENÇÃO:
1. É bom lembrar que todos os elementos mórficos
podem apresentar variantes.
2. O radical, sempre, aparece; os demais podem apa-
recer ou não.
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Ex.: Am / a / re / mos (R, VT, DMT, DNP), apa-
recem todos os elementos mórficos.
Fiz (radical), os outros não aparecem.
Logo, VTØ , DMTØ , DNPØ
4. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALA-
VRAS
As palavras da língua portuguesa formam-se através
dos seguintes processos:
DERIVAÇÃO: criação de uma nova palavra, por
acréscimo de afixos a outra, chamada de primitiva.
Pode ser: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal e pa-
rassintética.
Derivação prefixal: acréscimo de um prefixo
ao radical da palavra primitiva.
Ex.: infeliz, desleal.
Derivação sufixal: acréscimo de um sufixo ao
radical da palavra primitiva.
Ex.: felizmente, lealdade.
Derivação prefixal e sufixal: acréscimo não-
simultâneo de um um prefixo e de um sufixo ao radical
da palavra primitiva.
Ex.: infelizmente, deslealdade.
Derivação parassintética: acréscimo simultâ-
neo de um prefixo e de um sufixo ao radical da palavra
primitiva.
Ex.: anoitecer, abotoar.
COMPOSIÇÃO: consiste em formar uma nova
palavra pela união de duas ou de mais palavras (ou radi-
cais).
Ex.: guarda-roupa; planalto.
Pode ser por justaposição ou por aglutinação.
Por justaposição: os elementos formados são
colocados, lado a lado, mantendo cada um, a sua integri-
dade.
Ex.: beija-flor, girassol, guarda-roupa.
Por aglutinação: quando, pelo menos, um dos
elementos formadores da nova palavra perde a sua inte-
gridade, ficando a palavra formada, subordinada a um
acento tônico.
Ex.: pernilongo, embora.
REGRESSÃO (derivação regressiva): criação de
nova palavra pela redução da palavra, primitiva.
Ex.: abalo (s.), choro (s.)
CONVERSÃO (derivação imprópria): é a mudan-
ça da classe gramatical da palavra.
Ex: o jantar (s. derivado de verbo),
o amanhã, ninguém conhece. (s. derivado de
advérbio).
REDUPLICAÇÃO: criação de nova palavra, pela
repetição de sílaba ou de sílabas.
Ex.: pingue-pongue, titio.
ABREVIAÇÃO: criação de nova palavra, pelo uso
de parte de outra palavra em lugar do todo.
Ex.: moto (motorcicleta), pneu (pneumático).
HIBRIDISMO: palavra formada de elementos ti-
rados de línguas diferentes.
Ex.: automóvel (auto = grego / móvel = latino);
sociologia (socio = latino / logia = grego).
***********************************************
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
Todas as palavras da língua portuguesa têm finali-
dades específicas: umas dão nome aos seres; outras indi-
cam ações e qualidades desses seres; outras apenas esta-
belecem ligações entre termos de uma frase; etc. De
acordo com essas finalidades, as palavras dividem-se em
CLASSES GRAMATICAIS.
Existem na língua portuguesa dez classes gramati-
cais divididas em dois grupos distintos:
* Variáveis: são as palavras que podem mudar de
forma e de classe, conforme seu emprego na frase. São
elas: Substantivo, Adjetivo, Verbo, Pronome, Artigo e
Numeral.
* Invariáveis: São as palavras que não apresentam
mudança em sua forma. São elas: Advérbio, Preposi-
ção, Conjunção e Interjeição.
SUBSTANTIVO
É palavra que dá nome aos seres em geral. Nor-
malmente exerce função sintática diretamente relaciona-
da com o verbo, atuando como núcleodo sujeito, dos
complementos verbais e do agente da passiva. Pode, ain-
da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do
objeto ou como núcleo do vocativo.
Classificação
Os substantivos classificam-se em:
1. Substantivo próprio – dá nome a um ser especí-
fico, individualizando-o entre os outros da mesma espé-
cie.
Ex.: Manuel, Adriana, Jaci, Brasil, São Paulo, Terra
(planeta em que habitamos), Sol (astro que é o centro do
nosso sistema planetário), Lua (satélite da Terra), Deus,
Praça do Buriti, Polícia Militar, Ministério da Marinha,
“Dom Casmurro”, Jornal de Brasília, etc.
Obs.: Não confundir alguns nomes próprios, com
nomes comuns: terra (solo, local, região) sol (astro que é
centro de um sistema planetário), deus (divindade, ído-
lo), medicina (remédio), etc.
2. Substantivo comum – nome que serve para de-
signar os seres de uma mesma espécie.
Ex.: homem, mulher, menino, casa, escola, igreja,
muro, cão, pedra, caneta, rio, etc.
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3. Substantivo concreto – nome do ser que existe
por si (concreto real) ou que se apresenta em nossa ima-
ginação, como se existisse por si (concreto fictício):
Ex.: de concretos reais: homem, casa, José, etc.
de concretos fictícios: saci, bruxa, lobisomem, mu-
la-sem-cabeça, fada, etc.
4. Substantivo abstrato – nome do ser que só tem
existência dependente de outro ser, ou seja, nome de uma
característica, de um estado, de uma ideia, de uma ação:
Ex.: beleza, crueldade, saúde, crença, ciúme, viva-
cidade, esperança, pulo, coroação, pensamento, etc.
Note a importante observação, a seguir, feita por
HILDEBRANDO A. de ANDRÉ, em sua Gramática
Ilustrada:
“A forma dos seres designados pelos substantivos
abstratos não é captada pela imaginação, é entendida
pela inteligência. A forma dos seres designados pelos
substantivos concretos é apreendida pela imaginação,
pois os seres concretos possuem forma física ou apre-
sentam-se com forma física fictícia.
Julgamos que Deus, alma, anjo, demônio devam
ser incluídos entre os substantivos concretos reais, por-
que, quando empregamos tais nomes, no ato da fala, re-
ferimo-nos a seres que existem por si realmente, muito
embora não tenham forma física (suas representações
materiais são meros símbolos convencionais)”.
5. Substantivo simples – nome formado de um só
elemento (radical).
Ex.: espada, pedra, joia, guarda, moleque, pé, etc.
6. Substantivo composto – nome formado de dois
ou mais elementos (radicais).
Ex.: peixe-espada, pedra-pome, guarda-joia, pé de
moleque, passatempo, etc.
7. Substantivo primitivo – nome que não deriva,
em português, de outra palavra:
Ex.: flor, âncora, café, pedra, livro, máquina, etc.
8. Substantivo derivado – nome que deriva de ou-
tra palavra portuguesa:
Ex.: florista, ancoradouro, cafezal, pedreira, denta-
dura, livreiro, maquinaria, etc.
9. Substantivo coletivo – nome que expressa, es-
tando no singular, um grupo de seres da mesma espécie:
Ex.: exército (soldados), rebanho (ovelhas), código
(leis), fornada (pães), cardume (peixes), etc.
FLEXÃO NOMINAL DO SUBSTANTIVO
É o estudo das variações do substantivo quanto ao
gênero, número e grau.
GÊNERO
Os substantivos podem variar em gênero (masculi-
no ou feminino).
* São do gênero masculino os substantivos a que se
podem antepor os artigos o ou os.
o gato, os alunos, o candidato, os garotos, etc.
* São do gênero feminino os substantivos a que se
podem antepor os artigos a ou as.
a gata, as alunas, a candidata, as garotas, etc.
Formação do gênero
Quanto ao gênero, os substantivos dividem-se em
biformes e uniformes.
* Biformes - são os substantivos que apresentam
uma forma para o masculino e outra para o feminino. A
oposição entre essas duas formas pode ser indicada de
várias maneiras. Vejamos:
Regra geral:
Não existe uma regra específica para a formação do
gênero do substantivo. Em geral, substitui-se a termina-
ção “o”, pela terminação “a”, para designar o feminino.
Ex.: menino / menina, gato / gata, aluno / aluna,
candidato / candidata, etc.
Regras especiais:
1. Alguns substantivos terminados em “e” formam
o feminino, substituindo-se esse “e” por “a”.
Ex.: mestre / mestra, infante / infanta, presidente /
presidenta, etc.
2. Outros, quando terminados em consoante, for-
mam o feminino acrescendo-se a desinência a.
Ex.: freguês / freguesa, bacharel / bacharela, pro-
fessor / professora, embaixador / embaixadora, etc.
3. Os substantivos masculinos, terminados em ão,
formam o feminino substituindo-se o ão por ã, oa ou
ona.
Ex.:
– Ã cirurgião - cirurgiã
cidadão - cidadã
anão - anã
– OA leão - leoa
leitão - leitoa
hortelão - horteloa
– ONA folião - foliona
figurão - figurona
castelão - castelona
4. Alguns substantivos formam o feminino pelo
acréscimo de um sufixo feminino.
Ex.:
– ESA/ESSA camponês - camponesa
prior - prioresa
duque - duquesa
abade - abadessa
– ISA papa - papisa
poeta - poetisa
profeta - profetisa
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– TRIZ embaixador - embaixatriz
imperador - imperatriz
ator - atriz
– INA herói - heroína
maestro - maestrina
czar - czarina
– ORA cantor - cantora
pastor - pastora
senhor - senhora
5. Há, ainda, alguns substantivos que distinguem o
masculino do feminino através de um radical distinto pa-
ra cada gênero. São os Heterônimos ou Desconexos,
que apresentam radicais diferentes, não se distinguindo
pela terminação.
Alguns exemplos
bode cabra genro nora
cão cadela veado cerva
boi vaca homem mulher
pai mãe padrinho madrinha
cavalo égua compadre comadre
* Uniforme - são os substantivos que apresentam
uma única forma para o masculino e para o feminino. A
oposição entre as duas formas pode ser indicada pela
classificação dada a eles:
comuns-de-dois gêneros: O gênero é indicado pe-
lo artigo, adjetivo, pronome ou numeral que acompanha
o substantivo.
Ex.: o acrobata - a acrobata
aquele mártir - aquela mártir
belo artista - bela artista
Sobrecomuns: O gênero apresenta a mesma forma
(tanto para o masculino, como para o feminino), não va-
riando nem mesmo as palavras que os acompanham.
Ex.: o cônjuge (tanto pode ser o esposo, como a esposa).
a criança (pode ser o menino ou a menina)
a vítima (pode ser do sexo masculino ou feminino)
Epicenos: São substantivos que designam outros
animais que não o ser humano. Seu gênero é indicado
com o acréscimo dos termos MACHO ou FÊMEA.
Ex.: a girafa macho a girafa fêmea
o tatu macho o tatu fêmea
a cobra macho a cobra fêmea
CUIDADO!!!
1) Há alguns substantivos cuja mudança de gênero
acarreta mudança de significado. Tal sentido varia con-
forme o artigo que o antecede. Essas palavras são ho-
mônimas pois são iguais na forma, porém de origem,
gênero e significado diferente. Observe:
o águia = espertalhão
a águia = ave
o cabeça = chefe
a cabeça = parte do corpo
o capital = conj. de bens
a capital = cidade sede do Estado
o cura = pároco
a cura = restabelecimento
o grama = medida de peso
a grama = vegetal
o moral = coragem
a moral = ética
o praça = soldado raso
a praça = lugar público
2) O gênero é uma classificação gramatical, não
existindo correspondência necessária entre o gênero
(masculino/feminino) e o sexo (macho/fêmea) dos seresa que se referem os substantivos.
Ex.: a mesa é do gênero feminino e não do sexo femini-
no.
o banco é do gênero masculino e não do sexo mas-
culino.
3) Como não existe necessariamente uma relação
entre o gênero e o sexo, muitos substantivos apresentam
gênero incerto e oscilante, mesmo na língua culta. Neste
caso, a gramática registra como correto o gênero fixado
pelo uso culto. Assim, são:
MASCULINOS- FEMININOS
o ágape a cal
o apêndice a cataplasma
o champanha a comichão
o eclipse a motocicleta
o guaraná a faringe
o milhar a dinamite
4) Quando o próprio uso culto da língua não fixar o
gênero do substantivo, a gramática aceita ambos os gêne-
ros.
o / a diabete o / a personagem
o / a manequim o / a sabiá
o / a pijama o / a suéter
5) O substantivo quando usado como adjetivo fica
invariável.
Ex.: Uma recepção monstro.
NÚMERO
Quando falamos em número, estamos referindo-nos
ao singular e ao plural.
Seguem regras com exemplos, porém o mais impor-
tante é você fixar estas palavras, não se colocando a de-
corar as regras em si.
Exemplos comuns, com o acréscimo de "S" final:
Substantivos terminados em vogal ou em ditongo
(exceto ão):
cajá – cajás céu – céus
irmã – irmãs boi – bois
paletó – paletós pai – pais
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Substantivos terminados em – ÃO:
a) recebem o "s":
bênção bênçãos grão grãos
cristão cristãos órgão órgãos
b) troca-se o ÃO por ÕES:
balão balões coração corações
caixão caixões folião foliões
canção canções limão limões
c) troca-se o ÃO por ÃES:
cão cães tabelião tabeliães
capitão capitães alemão alemães
escrivão escrivães pão pães
d) há, alguns que admitem duas e até três formas de
plural:
anão = anãos e anões
ancião = anciãos, anciões e anciães
ermitão = ermitãos, ermitões e ermitães
Terminados em AL, EL, OL, UL, trocam o L por
IS:
canal = canais caraco =caracóis
Papel = papéis Paul =pauis
Terminados em IL
– Oxítonos: trocam o "L" por "S":
funil = funispro jétil = projetis
– Paroxítonos: trocam o "IL" por "EIS":
fóssil = fósseis projétil=projéteis
réptil = répteis
Terminados em R ou Z: recebem ES:
cor = cores cocar = cocares
dólar = dólares nariz = narizes
Terminados em S:
* Monossílabos e Oxítonos: recebem ES:
mês = meses gás = gases
adeus = adeuses ás = ases
* Paroxítonos e Proparoxítonos: variam somente
o indicador de número:
o lápis = os lápis o pires =os pires
o ourives = os ourives o ônibus =os ônibus
Terminados em M: trocam o M por NS:
dom = dons armazém = armazéns
item = itens vintém = vinténs
nuvem = nuvens som =sons
Atenção especial para os seguintes substantivos:
abdômen = abdomens ou abdômenes
cânon = Cânones
espécime = espécimens ou especímenes
hífen = hifens ou hífenes
Os substantivos terminados em X ficam invariáveis.
Ex.: as fênix, os tórax, os ônix.
Alguns substantivos são usados somente no plural:
os arredores as férias (tempo de descanso)
as fezes os víveres
PLURAL DOS COMPOSTOS
Como regra geral, pode ser tomado o seguinte:
Flexionam-se os elementos que são substantivos, ar-
tigos, adjetivos, numerais e pronomes; os demais perma-
necem invariáveis.
Observe os princípios:
1. Recebe plural apenas o 1° elemento:
a) substantivo + preposição + substantivo
pés de moleque mãos-de-obra
b) quando o segundo elemento limita ou determina
o primeiro.
canetas-tinteiro guardas-marinha
amigos-urso peixes-boi
2. Recebe plural só o 2° elemento:
a) verbo + substantivo: beija-flores;
b) palavra composta sem hífen: girassóis, pontapés;
c) elemento invariável + palavra variável: ave-
marias, sempre-vivas, alto-falantes;
d) palavras repetidas: ruge-ruges, quero-queros.
3. Recebem plural os dois elementos:
a) substantivo + substantivo = couves-flores, abe-
lhas-mestras.
b) substantivo + adjetivo = obras-primas, amores-
perfeitos, capitães-mores.
c) adjetivo + substantivo = públicas-formas, boas-
vidas.
Exceção: grã-cruzes
4. Casos especiais:
os louva-a-deus os joões-ninguém
os bem-te-vis os diz-que-diz
os bem-me-queres
Obs.:
1. Se o 1º elemento for a palavra GUARDA (ver-
bo), esta ficará invariável. Vejamos como reconhecer is-
to.
Verbo: se o 2º elemento for substantivo:
guarda-roupa =guarda-roupas (subst.)
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guarda-comida = guarda-comidas
Substantivo: se o 2º elemento for adjetivo:
guarda-noturno = guardas-noturnos (adj.)
guarda-florestal = guardas-florestais
2. Alguns substantivos que apresentam ô (fechado)
no singular e ó (aberto) no plural:
caroço = caróços osso = óssos
coro = córos ovo = óvos
destrôço = destróços porco = pórcos
fogo = fógos povo = póvos
Obs.: O acento é ilustrativo, uma vez que serve
apenas para indicar a tonicidade.
Alguns que continuam com o ô (fechado) no plural:
acordo esgoto globo
almoço gosto bolo
estojo rolo ferrolho
soro esboço transtorno
O GRAU DO SUBSTANTIVO
1. Aumentativo: exprime o aumento do ser em re-
lação ao seu tamanho normal.
1.1. Analítico: forma-se por meio de adjetivos.
Exs.: casa grande, pedra enorme, estátua colossal.
1.2. Sintético: forma-se com o auxílio de sufixos,
como: ão, az, alhão, alhona, ázio, ona, etc.
garrafão fatacaz papelão poetastro
barbaça mulherona vagalhão gatázio
copázio mocetona (de moça)
Atenção: Há casos em que o aumentativo expressa
desprezo. Serão chamados, assim, de pejorativo ou de
depreciativo.
2. Diminutivo: Exprime a diminuição do ser em re-
lação ao seu tamanho normal. Também pode ser:
2.1. Analítico: formado com o auxílio dos adjeti-
vos.
Ex.: lápis pequeno , inseto minúsculo.
2.2. Sintético: formado com o auxílio de sufixos,
como: inho, zinho, acho, culo, ejo, ete, icho, ico, ucho,
etc.
filhinho florzinha cãozito fogacho
lugarejo burrico festim espadim
Obs.: Há casos em que o diminutivo expressa pie-
dade, desprezo, antipatia, etc.
irmãozinho mãezinha dedinho (ternura)
livreco padreco papelucho (pejoração)
* Plural dos diminutivos em zinho e zito: colo-
cam-se os dois no plural e corta-se o "S" do substantivo:
animalZINHO = animais + zinhos = animaizinhos
coraçãoZINHO = corações + zinhos = coraçõezinhos
SUBSTANTIVO COLETIVO
Coletivo é o substantivo do tipo comum que, embo-
ra empregado no singular, indica um conjunto de seres
da mesma espécie.
Embora a NGB não dê nenhuma classificação dos
coletivos, a maioria dos gramáticos classificam-nos em:
coletivos específicos: são os que determinam
uma só espécie de seres.
Ex.: Arquipélago = conjunto de ilhas.
Banda = conjunto de músicos.
Colméia = conjunto de abelhas.
coletivos indeterminados: são os que podem de-
terminar mais de uma espécie de seres. Necessita, pois,
de um determinante para sua identificação.
Ex.: Bando = Bando de criança - Bando de aves -
etc.
Junta = Junta de médicos, Junta de bois, de exami-
nadores, etc.
Manada = Manada de bois - Manada de búfalos -
Manada de elefantes, etc.
coletivos numéricos: são os que determinam um
número exato de seres.
Ex.: semana, dezena, dúzia, mês, centena, etc.
***********************************************
ADJETIVO
ADJETIVO é a palavra que expressa qualidade,
propriedade ou estado do ser. Os adjetivos dividem-se
em:
1. Adjetivo explicativo – que diz qualidade essen-
cial do ser.
Ex.: pedra dura, gelo frio,leite branco, etc.
2. Adjetivo restritivo: que expressa qualidade ou
estado acidental do ser.
Ex.: pedra preciosa, gelo útil, leite caro, livro velho,
bela casa, alto muro, etc.
3. Adjetivo pátrio: quando expressa nacionalidade
ou lugar de origem do ser.
Ex.: brasileiro, árabe, japonês, português, etc.
* Locução Adjetiva: expressa o valor de adjetivo,
constituída de preposição + substantivo
Ex.: corpo sem sangue = corpo anêmico
perímetro da cidade = perímetro urbano
agilidade de gato = agilidade felina
FLEXÕES DO ADJETIVO
1. Gênero e Número
O adjetivo concorda em gênero e número com o
substantivo ao qual se refere.
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menino preguiçoso : meninas preguiçosas
mulher má : mulheres más
Formação do gênero:
Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser UNI-
FORMES ou BIFORMES:
Uniformes apresenta uma só forma para indicar os
dois gêneros. Vejamos exemplos:
professor jovem : professora jovem
homem otimista : mulher otimista
Outros: leve, nômade, paulista, contente, ruim, ante-
rior, simples, veloz, amável, etc.
Biformes (duas formas): Apresentam uma forma
para o masculino e outra para o feminino. Alguns exem-
plos:
moço camponês : moça camponesa
embaixador francês : embaixatriz francesa
garoto sofredor : garota sofredora
Formação do plural
Quanto ao número, podem ser:
Adjetivos simples – seguem as mesmas regras dos
substantivos simples.
Adjetivo composto – há uma regra geral, apenas o
último elemento varia em gênero e em número.
blusa azul-amarela
= blusas azul-amarelas
relação franco-americana
= relações franco-americanas
O adjetivo composto ficará INVARIÁVEL quan-
do:
a) um dos elementos for SUBSTANTIVO
olhos verde-mar gravatas rosa-ouro
saias azul-pavão lenços branco-gelo
b) houver no composto a preposição DE:
blusas cor-de-rosa olhos cor-de-anil
Observações:
1. substantivos simples, indicando cor, são invariá-
veis.
meias gelo camisas rosa
gravatas cinza muros laranja
2. São invariáveis:
azul-marinho azul-celeste
3. Variam os dois elementos:
surdo-mudo novo-rico
2. Grau
Quanto ao grau, os adjetivos podem ser:
Comparativo: compara-se a mesma qualidade entre
dois seres.
João é mais estudioso que Paulo .
COMPARATIVO
de igualdade Pedro é tão alto como João
de superioridade Pedro é mais alto do que João
De inferioridade Pedro é menos alto do que João
Note bem: igualdade : tão... como (quanto)
superioridade : mais...que (do que)
inferioridade : menos...que (do que) – o
“do”, na conjunção “do que”, é partícula expletiva.
* Há adjetivos que apresentam formas irregulares
para o comparativo de superioridade; são eles:
GRAU
NORMAL
COMPARATIVO DE
SUPERIORIDADE
BOM Melhor
MAU Pior
PEQUENO Menor
Quando comparamos duas qualidades de um mes-
mo ser, podemos empregar as formas "mais grande",
"mais mau", "mais bom".
Ex.: Esta casa é mais grande do que pequena.
Pedrinho é mais mau do que bom.
Superlativo: apresenta a qualidade em grau mais
elevado; não se fazendo comparação com qualidade de
outroser.
Divide-se em:
a) Absoluto
ANALÍTICO: A estátua é muito bela.
SINTÉTICO: A estátua é belíssima.
b) Relativo
DE SUPERIORIDADE
DE INFERIORIDADE: A estátua é menos
bela de todas.
Analítico: A estátua é a mais bela
de todas.
Sintético: A casa é a maior de
todas.
Para fixar melhor, observe que o ABSOLUTO não
apresenta RELAÇÃO do ser com qualquer outro, en-
quanto que o RELATIVO (de relação) relaciona o SER
(A casa é a mais bela de todas) a outros.
Como segunda observação, notamos que ambos
possuem aspectos: ANALÍTICO e SINTÉTICO. Aqui,
também, torna-se fácil distinguir:
– ANALÍTICO: (lembra análise, decomposição) –
apresenta duas palavras:
muito bela, mais bela
– SINTÉTICO: sempre uma só palavra:
belíssima, maior
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Veja, agora, algumas formas do superlativo absolu-
to sintético = adjetivo + sufixos - íssimo, imo ou rimo:
amargo amaríssimo ágil agílimo
antigo antiguíssimo doce dulcíssimo
bom boníssimo dócil docílimo
Feliz felicíssimo frágil fragílimo
Feroz ferocíssimo humilde humílimo
Frio frigidíssimo semelhante simílimo
Parco parcíssimo acre acérrimo
sagrado sacratíssimo célebre celebérrimo
Sério seriíssimo livre libérrimo
***********************************************************
VERBOS
Verbo é a palavra que exprime ação, fenômeno na-
tural, estado ou mudança de estado, situando tais fatos
no tempo.
CANTAR, IR (AÇÃO);
TROVEJAR, NEVAR (FENÔMENO);
ESTAR, PERMANECER (ESTADO).
Conjugação é o uso sistemático de todas as formas
em que o verbo pode ser conjugado. Os verbos em Por-
tuguês são distribuídos por quatro conjugações, cuja
terminação é formada do -r, desinência do infinitivo im-
pessoal, precedido de uma vogal que caracteriza a conju-
gação, a saber:
* a para a primeira:cantar, estar.
* e para a segunda:ver, crescer.
* i para a terceira: dirigir, seguir, possuir.
* o para a quarta: pôr, repor, propor, supor, etc.
Essas vogais, chamadas vogais temáticas, apare-
cem sistematicamente em várias formas de conjugação,
seja o verbo regular ou não. Para cada uma dessas conju-
gações, há uma forma - o paradigma - que indica as
formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De acordo com a relação estabelecida pelo para-
digma, os verbos podem ser classificados em:
regulares: obedecem precisamente ao paradigma
da respectiva conjugação.
irregulares: o verbo é irregular quando sofre al-
teração no radical ou nas desinências não seguindo o pa-
radigma da respectiva conjugação.
defectivo: são aqueles que não possuem forma
certa. Eufonia ou homofonia são dadas como a causa
principal desse problema. Por isso mesmo não são con-
jugados em determinadas formas.
abundantes: verbo abundante é aquele que pos-
sui mais de uma forma para determinada conjugação ou
dois particípios.
Elementos estruturais do verbo:
01. Radical: encerra a significação básica do verbo.
AM (-AR), FAZ (-ER), PART (-IR)
02. Tema: radical + vogal temática
CANT + A = CANTA (tema)
* São as seguintes as vogais temáticas:
A - vogal temática da 1ª conjugação;
E - vogal temática da 2ª conjugação;
I - vogal temática da 3ª conjugação;
O - vogal temática da 4ª conjugação.
Assim, os verbos CANTAR, VENDER, PARTIR e
PÔR têm como temas:
- CANTA =(cantar)
- VENDE =(vender)
- PARTI =(partir)
- PO =(pôr)
03. Desinências modo-temporais: indicam o tem-
po e o modo. Observe os elementos em destaque, aqui
apresentados, e, facilmente, você identificará em que
tempo e modo o verbo estará sendo usado.
A seguir, os verbos paradigmas das três conjuga-
ções apresentados em todos os seus tempos e modos.
–VA– indica o pretérito imperfeito do indicativo da
primeira conjugação.
canta-VA cantá-VA-mos
canta-VA-s cantá-VE-is (desinência -VE)
canta-VA canta-VA-m
–IA– caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo da segunda e terceira conjugações.
vend-IA part-IA
vend-IA-s part-IA-s
vend-IA part-IA
vend-ÍA-mos part-ÍA-mos
vend-ÍE-is (desin. E) part-ÍE-is (desin. -IE)
vend-IA-m part-IA-m
–RA– identifica o mais-que-perfeito do indicativo
de qualquer conjugação.
canta-RA vende-RA parti-RA
canta-RA-s vende-RA-s parti-RA-s
canta-RA vende-RA parti-RA
cantá-RA-mos vendê-RA-mos partí-RA-mos
cantá-RE-is vendê-RE-ispartí-RE-is
canta-RA-m vende-RA-m parti-RA-m
Obs.: Na segunda pessoa do plural a desinência é -RE-
–RA e –RE– apontam o futuro do presente do indi-
cativo de qualquer conjugação.
canta-RE-i vende-RE-i parti-RE-i
canta-RÁ-s vende-RÁ-s parti-RÁ-s
canta-RÁ vende-RÁ parti-RÁ
canta-RE-mos vende-RE-mos parti-RE-mos
canta-RE-is vende-RE-is parti-RE-is
canta-RÃ-o vende-RÃ-o parti-RÃ-o
–RIA– caracteriza o futuro do pretérito do indicati-
vo de qualquer conjugação.
canta-RIA vende-RIA parti-RIA
canta-RIA-s vende-RIA-s parti-RIA-s
canta-RIA vende-RIA parti-RIA
canta-RÍA-mos vende-RÍA-mos parti-RÍA-mos
canta-RÍE-is vende-RÍE-is parti-RÍE-is
canta-RIA-m vende-RIA-m parti-RIA-m
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Obs.: Na 2ª pessoa do plural, a desinência é -RIE.
–E– indica o presente do subjuntivo da primeira
conjugação.
cant-E cant-E-mos
cant-E-s cant-E-is
cant-E cant-E-m
–A– indica o presente do subjuntivo da segunda e
da terceira conjugação.
vend-A part-A
vend-A-s part-A-s
vend-A part-A
vend-A-mos part-A-mos
vend-A-is part-A-is
vend-A-m part-A-m
–SSE– caracteriza o pretérito imperfeito do subjun-
tivo de qualquer conjugação.
canta-SSE vende-SSE parti-SSE
canta-SSE-s vende-SSE-s parti-SSE-s
canta-SSE vende-SSE parti-SSE
cantá-SSE-mos vendê-SSE-mos
partí-SSE-mos
cantá-SSE-is vende-SSE-m parti-SSE-m
–R– indica o futuro do presente do subjuntivo e
também o infinitivo de qualquer conjugação.
infinitivo
canta-R vende-R parti-R
futuro do subjuntivo
canta-R vende-R parti-R
canta-R-es vende-R-es parti-R-es
canta-R vende-R parti-R
canta-R-mos vende-R-mos parti-R-mos
canta-R-des vende-R-des parti-R-des
canta-R-em vende-R-em parti-R-em
FLEXÃO VERBAL
É o estudo das variações do verbo quanto as suas
flexões que podem variar em: número, pessoa, tempo,
modo e voz.
a) Número e Pessoa
O verbo pode referir-se a um único ser ou a mais de
um. No primeiro caso, dar-se-á no singular; no segundo,
no plural. Essa indicação de número é sempre acompa-
nhada pela indicação da pessoa objeto do verbo.
Quanto à pessoa, o verbo flexiona-se em três pesso-
as:
* primeira - é aquela que fala: eu (no singular) /
nós (no plural);
* segunda - é aquela com quem falamos: tu ou vo-
cê (no singular) / vós ou vocês (no plural);
* terceira - é aquela de quem falamos: ele ou ela
(no singular) / eles ou elas (no plural)
Ex.: A conjugação do verbo pensar no presente do
indicativo é:
singular plural
1ª pessoa: eu penso nós pensamos
2ª pessoa:
tu pensas vós pensais
você pensa vocês pensam
3ª pessoa: ele pensa eles pensam
ela pensa elas pensam
Obs.:
* O pronome informal você e os informais (prono-
mes de tratamento) o senhor, a senhora, Vossa Senho-
ria, etc. por tratar-se da pessoa com quem se fala, são
considerados da 2ª pessoa do singular. Quando no plural,
vocês, os senhores, as senhoras, Vossas Senhorias, etc.
vão para a 2ª pessoa do plural.
Ex.: Você é bonita
Vocês são bonitas
O senhor é o líder.
Os senhores são os líderes
* Quando vós se refere a uma só pessoa, indica sin-
gular apesar de tomar a flexão plural.
Ex.: Senhor, vós que sois todo poderoso, ouvi mi-
nha prece.
* Na linguagem do dia a dia, utiliza-se com fre-
quência a forma a gente como pronome (no lugar de
NÓS), o que não é aceito pela norma culta. Neste caso, o
verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular.
Ex.: A gente apanha mas sempre acredita nos polí-
ticos.
b) Tempos e Modos
Os tempos
Indicam o momento em que ocorre o fato expresso
pelo verbo. São eles:
* presente – expressa um acontecimento que ocor-
re no momento da fala. (estudo, estudas, estuda, etc.)
* pretérito – expressa um fato ocorrido num mo-
mento anterior ao da fala. Subdivide-se em:
pretérito perfeito: denota ação completa, plena-
mente realizada. (Fiz a prova - Trabalhei naquela empresa.)
pretérito imperfeito: denota ação incompleta ou in-
terrompida no momento da fala. (Pensava na Hélia, enquan-
to fazia a prova.)
pretérito mais-que-perfeito: denota ação anterior a
outra ação também passada. (Quando o resultado da prova
saiu, João aprendera a lição.)
* futuro – expressa um fato que está por vir, posterior
ao momento da fala. Subdivide-se em:
futuro do presente: denota uma ação posterior. (Fa-
rei a prova no menor tempo. - Serás um funcionário compe-
tente.)
futuro do pretérito: denota uma ação posterior rela-
cionado a outra já passada. Geralmente a segunda ação é
dependente da primeira e inclui uma condição. (Estaria tra-
balhando se tivesse um padrinho)
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Os modos
* Indicam as diferentes maneiras de um fato reali-
zar-se. São três: indicativo, subjuntivo e imperativo
* Situam a época ou o momento em que se verifica
o fato.
* Estão sempre associados à indicação do tempo, ou
seja, a expressão da atitude da pessoa do verbo está inti-
mamente ligada ao tempo da ocorrência do fato. Veja-
mos:
O MODO INDICATIVO
Exprime um fato certo, positivo:
Chegamos muito tarde.
Tempos do indicativo
01. O presente enuncia um fato como atual.
Sou o galã, as garotas adoram-me.
02. O pretérito imperfeito apresenta o fato como an-
terior ao momento atual, mas ainda não-concluso no
momento passado a que nos referimos.
Eu era o galã, as garotas adoravam-me.
Saía sempre que meus pais permitiam .
03. O pretérito perfeito diz um fato já concluso, em
época passada.
Fui um galã, as garotas adoraram-me.
04. O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato
anterior a outro fato que, também, é passado.
Quando cheguei à estação, o trem já partira.
"cheguei" = fato passado.
"partira" = fato passado, anterior ao pri-
meiro fato.
Fui para ver se ainda salvava alguma coisa, mas
a enchente já arrastara tudo.
05. O futuro do presente diz um fato que deve reali-
zar-se num tempo vindouro, com relação ao momento
presente.
Serei milionário, comprarei um arranha-céu,
viverei folgadamente.
- Viajaremos pelo Brasil.
- Conquistarei o prêmio cobiçado.
06. O futuro do pretérito expressa um fato posterior
com relação a outro fato já passado. Frequentemente, o
outro fato já passado é dependente do primeiro e inclui
uma condição.
Ganharíamos o prêmio se tivéssemos feito um
preparo físico adequado.
"ganharíamos" = fato posterior
"tivéssemos feito" = fato passado, de-
pendente do primeiro e inclui condição.
O MODO SUBJUNTIVO
Exprime fato possível, hipotético ou duvidoso.
Ex.: Talvez, sejas aprovado.
Tempos do subjuntivo
01. O presente traduz uma ação subordinada a ou-
tra, e que se desenvolve no momento atual. Expressa dú-
vida, possibilidade, suposição.
Supões que sejam eles os prisioneiros?
Pode bem ser que o colega te passe a perna.
Deixe de estudar e você verá.
02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada,
mas posterior e dependente de outra ação passada.
O professor receou que eu desistisse.
receou = ação passada
desistisse = ação passada, mas posterior e
dependente da primeira.
Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a
viagem (ação passada, mas posterior e dependente da
primeira).
03. O futuro expressa ação vindoura – condicional,
temporal ou conformativa – dependente de outra ação,
também, futura.
Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos
ao presidente.
Se for preciso, nós te ajudaremos.Faremos como julgarmos melhor.
O MODO IMPERATIVO
O imperativo expressa ordem, conselho, pedido.
Vai para fora.
Não sejam amolantes.
Conduza o carro atentamente.
* Obs.: Deixe de lado a preocupação em decorar
conceitos quanto aos tempos verbais. Procure, antes de
tudo, a prática constante.
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
São o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍ-
PIO, assim denominados porque têm função de nomes:
INFINITIVO = SUBSTANTIVO
GERÚNDIO = ADJETIVO
PARTICÍPIO = ADVÉRBIO
* Infinitivo
No infinito, os verbos podem ser:
01. Infinitivo impessoal: enuncia a significação do
verbo de modo inteiramente vago. É o nome do verbo:
(cantar, vender, partir, etc.).
02. Infinitivo pessoal: é o infinitivo ligado às pes-
soas do discurso. Na primeira e na terceira pessoas do
singular não apresenta flexão ou terminação; nas demais,
diz-se infinitivo flexionado, por apresentar terminação;
número-pessoal: cantar (eu), cantares, cantar (ele), can-
tarmos, cantardes, cantarem.
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* Gerúndio
No gerúndio, o verbo funciona como adjetivo ou
como advérbio.
Vi a menina chorando. (função de adjetivo)
Estudando (função de advérbio), venceremos o
concurso.
* Particípio
No particípio, o verbo é empregado na formação
dos tempos compostos; fora disso, é verdadeiro adjetivo
(chamado "adjetivo verbal"), devendo ser flexionado,
como adjetivo, em gênero, número e grau.
Estudadas as lições, fizemos as provas.
LOCUÇÃO VERBAL
A locução verbal é uma expressão formada por ver-
bo auxiliar + verbo principal.
Observe as locuções verbais nas orações a seguir:
Letícia acabou de chegar.
Buscamos encontrar uma solução.
Não consegui falar direito.
Costuma chegar tarde.
Desejamos examinar a batalha.
Hei de vencer a batalha.
Temos de achar uma solução.
Vínhamos insistindo nisso há muito tempo.
Note que, quando houver desdobramento do infini-
tivo (2º verbo), não haverá locução verbal:
O aluno finge entender o assunto.
- finge entender = finge que entende
Espero achar uma solução.
- Espero achar = Espero que eu ache.
Obs.: O verbo parecer, quando anteposto a infiniti-
vo, formará com ele uma locução verbal, embora seja
possível o desdobramento do infinitivo.
Ex.: Denise e Célia pareciam gostar da brincadeira.
Rosângela parece querer um doce.
c) Vozes verbais
Voz do verbo é a forma que o verbo assume para
indicar que a ação verbal é praticada ou recebida pelo su-
jeito. São três: ativa, passiva e reflexiva.
1. Voz ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
O inimigo sitiou a cidade.
Nós fomos à feira.
Observe que o sujeito (o inimigo e nós) pratica a
ação, é chamado sujeito agente.
2. Voz passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
Joãozinho foi castigado pelo professor.
A ponte fora construída por hábil engenheiro.
Observe que o sujeito (Joãozinho) recebe a ação de
castigar, por isso é chamado sujeito paciente, assim co-
mo A ponte.
a) passiva analítica, com um dos auxiliares ser, es-
tar, ficar, seguidos do particípio do verbo que se quer
apassivar.
O soldado foi morto pelo inimigo.
Eles estão cercados pelos guardas.
A sala ficará ocupada por nós.
b) passiva pronominal, com um verbo transitivo di-
reto acompanhado do pronome apassivador se.
Dá-se terra para plantio.
Alugam-se casas.
3. voz medial: a pessoa do sujeito pratica e, ao
mesmo tempo, sofre a ação verbal. Subdivide-se em:
a) reflexiva: quando só houver um ser envolvido na
ação.
Maria penteou-se.
O menino machucou-se.
b) recíproca: quando houver dois ou mais seres en-
volvido na ação.
Os vizinhos ofendiam-se.
Os lutadores esmurravam-se.
A voz medial é a combinação da voz ativa com o
pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito: eu
me lavo, tu te lavas, ele se lava, nós nos lavamos, vós
vos lavais, eles se lavam. O pronome oblíquo átono fun-
ciona como objeto que "reflete" a pessoa do sujeito.
VERBOS REGULARES E IRREGULARES
– Regulares: conservam o mesmo radical em toda a
conjugação, em relação à fala, não em relação à escrita.
cantar, amar, vender, bater, partir, aplaudir.
– Irregulares: apresentam variações no radical ou
nas flexões ou em ambas simultaneamente (em relação à
fala).
dar, odiar, passear, crer, dizer, perder, querer, valer,
acudir, aderir, agredir, despir, mentir, pedir, etc.
* Vimos há pouco a conjugação completa dos ver-
bos regulares tomados como modelo.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide
no radical; noutras, na terminação. As primeiras cha-
mam-se RIZOTÔNICAS; as últimas, ARRIZOTÔNI-
CAS.
Veja:
VENDO (acento tônico no radical -VEND - rizotô-
nica);
VENDERÁ (acento tônico fora do radical - RÁ -
arrizotônica).
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Examine o Modelo:
cant-o (rizotônica) cant-e (rizotônica)
cant-as (rizotônica) cant-es (rizotônica)
cant-a (rizotônica) cant-e (rizotônica)
cant-amos (arrizotônica) cant-emos (arrizotônica)
cant-ais (arrizotônica) cant-eis (arrizotônica)
cant-am (rizotônica) cant-em (rizotônica)
Irregulares
Verbos em -GUAR- tomado como modelo o verbo
AGUAR.
Observe as duas maneiras de empregá-lo.
PRES. DO
INDICATIVO
IMPERATIVO
AFIRMATIVO
PRES. DO
SUBJ.
IMPERATIVO
NEGATIVO
águo águem
águas água tu águes não águes
água águe você águe não águe
aguais aguai vós agueis não agueis
águam águem vocês águem não águem
* O modelo acima é seguido por desaguar, enxa-
guar e minguar. Não obstante, os verbos "apaziguar" e
"averiguar" têm sempre o "-u-" tônico nas rizotônicas.
Obs.: O pronome “nós”, por representar o falante,
não pode ser incluso nos imperativos.
A maioria das irregularidades dos verbos encontra-
se nas formas rizotônicas. Por exemplo: os verbos em
EAR são irregulares, apenas nas formas rizotônicas, nas
quais recebem um "i" eufônico. (Ex.: passeio - passeias -
passeia - passeiam). Passeamos e passeais são formas ar-
rizotônicas.
O mesmo, no subjuntivo presente e na 2ª pessoa do
imperativo. Os verbos em IAR são regulares com exce-
ção de:
M ediar
A nsiar
R emediar
I ncendiar
O diar
Nesses verbos, a irregularidade consiste num "E"
acrescido ao radical, nas formas rizotônicas.
Mais irregulares, com aspectos que nos interessam:
PEDIR
PRES. DO
INDICATIVO
IMPERATIVO
AFIRMATIVO
PRES. DO
SUBJ.
IMPERATIVO
NEGATIVO
peço peça
pedes pede tu peças não peças tu
pede peça você peça não peça você
Pedis pedi vós peçais não peçais vós
Pedem Peçam vocês peçam não peçam vocês
“Pedir” apresenta variação no radical da primeira
pessoa do singular do presente do indicativo e nas for-
mas derivadas. O mesmo ocorre com os verbos desim-
pedir, expedir, impedir e medir.
Abrimos parênteses para uma observação sobre a
formação do imperativo. Note que o mesmo é formado
do presente do subjuntivo, com exceção apenas das 2as
pessoas (do singular e do plural) do imperativo afirmati-
vo.
Segundas pessoas do imperativo afirmativo - retira-
das do presente do indicativo sem o S.
TU PEDES : PEDE TU
VÓS PEDIS : PEDI VÓS
SAIR
PRES. DO
INDICATIVO
IMPERATIVO
AFIRMATIVO
PRES. DO
SUBJ.
IMPERATIVO
NEGATIVO
saio saia
sais sai tu saias não saias tu
sai saia você saia não saia você
saís saí vós saiais não saiais vós
saem saiam vocês saiam não saiam vocês
Obs.: pelo modelo "sair”, conjugam-se:cair, decair,
descair, recair, sobressair, trair, abstrair, atrair, distrair,
retrair, extrair, subtrair, etc.
O Verbo com Pronomes Oblíquos (O, A, OS,
AS).
Os pronomes O, A ,OS, e AS não são reflexivos.
Quando empregados após a forma verbal, modificam-se
conforme o final do verbo:
Se o verbo terminar por vogal ou ditongo oral, em-
pregamos, sem qualquer alteração: -o, -a, -os, -as.
tenho-o, amo-a, ajudou-as, traga-as, etc.
Se a forma verbal terminar por -R, -S ou -Z, essas
consoantes caem e empregamos as formas -lo, -la, -los, -
las.
Com o final R: amar + o = amá-los; vender + a =
vendê-la;
Com o final S: fazeis + o = fazei-lo; amamos + os =
amamo-los;
Com o final Z: faz + as = fá-las; diz + o = di-lo.
Se a forma verbal terminar por nasal (-AM, -EM, -
ÃO, -ÕE), os pronomes o, a, os e as, devem vir precedi-
dos de um "-N-" eufônico: -no, -na, -nos, -nas.
amam + o = amam-no; dizem + a = dizem-na;
pões + os = põe-nos; dão + as = dão-nas.
Obs.: As formas átonas objetivas indiretas me, te,
lhe, lhes, nos e vos, vistos no caso anterior, podem com-
binar-se com as objetivas diretas o, a, os e as:
me + o = mo; te + o = to;
lhe + o = lho; nos + o = no-lo;
vos + o = vo-lo; lhes + o = lhos.
Ex.: O colega enviou o livro a mim. = O colega
enviou-mo.
O duplo particípio em alguns verbos
Há verbos que apresentam duas ou mais formas de
igual valor e função. São chamados verbos abundantes
(ex.: ele constrói ou ele construi; comprazi ou comprou-
ve, entopes ou entupes, vamos ou imos, etc.).
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Entretanto, é no particípio que mais encontramos
formas duplas e mesmo triplas, uma regular e a outra ou
as outras irregulares.
Ex.:
VERBO
PARTICÍPIO
REGULAR
PARTICÍPIO
IRREGULAR
aceitar aceitado aceito
entregar entregado entregue
expulsar expulsado expulso
pegar pegado pego
salvar salvado salvo
soltar soltado solto
acender acendido aceso
suspender suspendido suspenso
imprimir imprimido impresso
submergir submergido submerso
Observe a regra para o emprego do particípio:
* As formas regulares são empregadas, na voz ati-
va, com os auxiliares (particípio -do) "ter" ou "haver".
– O caçador havia matado o leão.
– O vigário teria benzido a beata.
* As formas irregulares são usadas, na voz passiva,
com os auxiliares “ser”, “estar”, “ficar”, “continuar” e
“permanecer”.
– O leão foi morto pelo caçador.
– A beata estava benta pelo vigário.
Obs.: As formas regulares "ganhado", "gastado" e
"pagado" são evitadas na língua culta. Diga-se: "ganho",
"gasto" e "pago" com qualquer auxiliar.
DEFECTIVO
Defectivo é o verbo cuja conjugação não é comple-
ta. As formas ausentes são rejeitadas por motivos de eu-
fonia.
Vejamos alguns exemplos:
ABOLIR REAVER
PRESENTE DO
INDICATIVO
PRESENTE DO
INDICATIVO
aboles
abole
abolimos reavemos
abolis reaveis
abolem
VERBOS DE DIFÍCIL CONJUGAÇÃO
a) FALIR, ESBAFORIR, FLORIR, ESPAVORIR –
Grupo de verbos da 3ª conjugação que só são conjugados
nas formas onde apareça "-i" depois do radical.
b) COLORIR, ABOLIR, BANIR, RUIR, ESCUL-
PIR, DEMOLIR – Grupo de verbos da 3ª conjugação
que rejeita as formas terminadas em "-o" ou em "-a".
c) PRECAVER – Só é conjugado nas formas arrizo-
tônicas. Não possui, então, as pessoas do singular e a 3ª
pessoa do plural do presente do indicativo; não possui o
presente do subjuntivo. Pretérito Perfeito - precavi, pre-
caveram, precaveu, precavemos, precavestes.
d) REAVER (re + haver) – Só é conjugado nas
formas em que o verbo HAVER apresenta a letra "v".
PRESENTE DO INDICATIVO
HAVER REAVER
hei –
hás –
há –
havemos reavemos
haveis reaveis
hão –
PRETÉRITO PERFEITO
HAVER REAVER
houve reouve
houveste reouveste
houve reouve
houvemos reouvemos
houvestes reouvestes
houveram reouveram
e) PRAZER – Só é conjugado na 3ª pessoa do sin-
gular e na 3ª pessoa do plural: praz/prazem, prazia/
praziam, prouve/prouveram, prazerá/prazerão.
f) APRAZER e COMPRAZER – São verbos irregu-
lares. Variam no radical e nas desinências.
PRES. IND. PRET. PERFEITO
aprazo aprouve
aprazes aprouveste
apraz aprouve
aprazemos aprouvemos
aprazeis aprouveste
aprazem aprouveram
g) PROVER – Conjuga-se como o verbo ver, exce-
to no pretérito perfeito e seus derivados, em que é regu-
lar.
Pretérito Perfeito: provi, proveste, proveu, prove-
mos, provestes, proveram.
h) REQUERER – Verbo irregular. Não se conjuga
como QUERER.
PRES. IND. PRET. PERF.
requeiro requeri
requeres requereste
requer (e) requereu
requeremos requeremos
requereis requerestes
requerem requereram
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i) CRER – Verbo irregular. Varia no radical e nas
desinências.
PRES. IND. PRET. PERF. PRET. IMP. IND.
creio cri cria
crês creste crias
crê creu cria
cremos cremos críamos
credes crestes críeis
crêem creram criam
ANÔMALO
Anômalo é o verbo que apresenta muitos radicais.
São anômalos os verbos SER, IR e PÔR.
SER somos, éramos, fomos...
IR vamos, íamos, fomos...
PÔR pomos, púnhamos, pusemos
*********************************************
PRONOMES
Pronome é a palavra que substitui ou modifica um
nome.
Ela chegou tarde.
Minha avó faleceu aos 90 anos.
Sintaticamente os pronomes podem desempenhar as
mesmas funções desempenhadas pelos substantivos e pe-
los adjetivos. Servem pois:
a) para representar um substantivo. São os pro-
nomes substantivos:
“Invejava os homens e copiava-os”
b) para acompanhar um substantivo, determi-
nando-lhe a extensão do significado – São os pronomes
adjetivos:
“Vi terras de minha terra,
Por outras terras andei,
No meu olhar fatigado
Foram terras que inventei.”
Há sete tipos de Pronomes
pessoais, possessivos, demonstrativos, relati-
vos, interrogativos, indefinidos e exclamativos
PESSOAIS
Os pronomes pessoais caracterizam-se:
1º) por denotarem as três pessoas gramaticais, isto
é, por terem a capacidade de indicar a pessoa no diálogo:
quem fala 1ª pessoa
eu (singular),
nós (plural)
com quem se fala 2ª pessoa
tu (singular),
vós (plural)
de quem se fala 3ª pessoa
ele (singular),
eles (plural)
2º) por poderem representar, quando na 3ª pessoa,
uma forma nominal anteriormente expressa:
“A costureira trabalhava dobradamente, ela mesma
adiantando a compra dos aviamentos, escolhendo os fi-
gurinos.”
3º) por variarem de forma, segundo:
a) a função que desempenham na oração.
b) a acentuação que nela recebem. Quanto à acen-
tuação, distinguem-se, nos pronomes pessoais, as formas
tônicas das átonas.
Veja a seguir a correspondência entre essas formas:
Pronomes Pronomes Pessoais Oblíquos
Núme-
ro
Pessoas Retos Átonos Tônicos
Singular
1ª pessoa
2ª pessoa
3ª pessoa
EU
TU
ELE, ELA
me
te
se, o , a, lhe
mim, comigo
ti, contigo
si, consigo
Plural
1ª pessoa
2ª pessoa
3ª pessoa
NÓS
VÓS
ELES, ELAS
nos
vos
se, os, as, lhes
nos, conosco
vos, convos-
co
si, consigo
Com exceção de o, a, os, as, lhe e lhes, os demais
pronomes oblíquos podem ser reflexivos, isto é, podem
se referir ao sujeito da oração, sendo da mesma pessoa
que este.
Ex.: Carlos só pensa em si.
Eu me machuquei na escada
Tu não te enxergas?
A mãe trouxe as crianças consigo.
EMPREGODOS PRONOMES PESSOAIS
01. Eu e tu são pronomes que só funcionam como
sujeito e como predicativo do sujeito.
02. A correspondência entre os pronomes se, si e
consigo e o sujeito deve ser rigorosa (só podem ser re-
flexivos).
03. Você e vocês são pronomes pessoais de trata-
mento da 2ª pessoa. Levam o verbo para a 2ª pessoa,
como todos os pronomes de tratamento.
04. Quando se faz referência à pessoa, usa-se o pos-
sessivo sua em vez de vossa.
05. Na linguagem coloquial, utiliza-se, com fre-
quência, a forma a gente como pronome (no lugar de
NÓS), o que não é aceito pela norma culta. O verbo deve
permanecer na terceira pessoa do singular. (Ex.: A gente
apanha, mas sempre acredita nos políticos).
Pessoais de Tratamento
Os pronomes pessoais e as locuções pronominais
pessoais de tratamento são usados no trato cortês e ceri-
monioso. Eis alguns deles:
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pronome de
tratamento
abreviatura usado para se dirigir a
Vossa Alteza
Vossa Eminência
Vossa Excelência
Vossa Magnificência
Vossa Majestade
Vossa Santidade
Vossa Senhoria
Senhor / Senhora
Você
Senhorita
Madame
Dona
V. A.
V. Ema.
V. Exa.
V. Maga.
V. M.
V. S.
V. Sa.
Sr. / Sra.
V.
Srta.
Dª.
príncipes, princesas e duques
cardeais
altas autoridades e Of. Generais
reitores de universidades
reis, rainhas e imperadores
papa
tratamento cerimonioso
tratamento de respeito
tratamento familiar ou íntimo
mulher jovem e solteira
mulheres com certa idade
mulheres com certa idade
* Esses pronomes são de 2ª pessoa.
* Quando o interlocutor se referir a uma 3ª pessoa,
usará o possessivo sua: Sua Excelência, Sua Majestade,
etc.
POSSESSIVOS
Os pronomes possessivos são aqueles que substitu-
em as pessoas e, ao mesmo tempo, dão ideia de posse.
Quando digo “meu livro”, estou afirmando que eu
(1ª pessoa) sou dono do livro. Portanto, meu substitui um
nome e indica posse.
Os principais pronomes possessivos são estes:
1ª pessoa
meu (e variações),
nosso (e variações)
2ª pessoa
teu (e variações),
vosso (e variações)
3ª pessoa seu (e variações)
DEMONSTRATIVOS
São aqueles que demonstram, apontam. Quando di-
go “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra
perto de mim, a pessoa que fala. Por outro lado, “esse li-
vro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e
próximo da que ouve. “Aquele livro” indica que o livro
está longe de ambas as pessoas.
Os principais pronomes demonstrativos são estes:
1ª pessoa este (e variações), isto
2ª pessoa esse (e variações), isso
3ª pessoa aquele (e variações), aquilo
mesmo (e variações), próprio (e variações)
tal (e variações), semelhante (e variação)
INDEFINIDOS
Os pronomes indefinidos são aqueles que se refe-
rem à 3ª pessoa, dando sentido vago ou expressando
quantidade indeterminada.
Os principais pronomes indefinidos são estes:
INVARIÁVEIS VARIÁVEIS
algo
algum (e variações)
outros (e variações)
alguém
nenhum (e variações)
quanto (e variações
nada
todo (e variações)
tanto (e variações)
ninguém
muito (e variações)
qual (e variações)
tudo
pouco (e variações)
qualquer (e variações)
cada
diverso (e variações)
um (e variações e quando isolado)
outrem vários (e variação)
que
quem
Existem, também, as locuções pronominais inde-
finidas.
Ex.: cada um, cada qual, todo aquele que, quem
quer que seja, seja qual for, seja quem for, etc.
INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos são os pronomes inde-
finidos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quan-
tos, e quantas usados em frases interrogativas.
Ex.: Que ideia é essa?
Quem fez isso?
“Quanta mentira não há num beijo?
Quanto veneno? Quanta traição!!”
RELATIVOS
São os que representam nomes já mencionados an-
teriormente, isto é, têm relação (RELATIVOS) direta
com os mesmos.
Ex.: Conheço o livro que estás lendo.
Fiz o (aquilo) que me mandou.
Estranhei a maneira como ele procedeu.
Os pronomes relativos e as locuções pronomi-
nais relativas da língua portuguesa são:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
masculino feminino
o qual
cujo
quanto
os quais
cujos
quantos
a qual
cuja
quanta
as quais
cujas
quantas
quem
que
onde
EMPREGO DO PRONOME RELATIVO
* Que é o relativo mais usado, por isso é chamado
de relativo universal. Pode ser usado como referência a
pessoa ou coisa, no singular ou no plural.
Ex.: Eis o velho amigo de que lhe falei.
Há coisas que aprendemos tarde.
* O qual e suas flexões, são exclusivamente pro-
nomes relativos e são usados para substituir o pronome
que principalmente quando regido de preposição.
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Ex.: Eis o magno problema por que (ou pelo qual)
me bato.
Ele participou da reunião realizada na noite an-
terior, a qual deu origem ao novo partido. (o uso de que
neste caso geraria ambiguidade).
* Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual
e de quem. Estabelecem normalmente uma relação de
posse entre o antecedente e o termo que especificam.
Ex.: O cavalo é um animal cujo pêlo é liso. (= o pê-
lo do qual é liso)
Devemos eleger candidatos cujo passado seja
garantia de boas intenções. (= o passado desses candida-
tos deve ser garantia)
* Quem é sempre regido de preposição e refere-se a
pessoas ou a uma coisa personificada.
Ex.: A funcionária por quem fui atendido é uma ga-
ta.
Esse é o livro a quem prezo como companhei-
ro.
* Onde é pronome relativo quando tem o sentido
aproximado de em que. Deve ser usado, portanto, na in-
dicação de lugar.
Ex.: Buscamos uma cidade onde possamos passar
nossas férias.
Quero mostrar-lhe a casa onde morei.
* Quanto e suas flexões são pronomes relativos
quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou
todas.
Ex.: Esqueci tudo quanto foi dito na aula passada.
Vocês podem confiar em todos quantos estão
inscritos no concurso.
Os pronomes relativos são peças fundamentais à
boa articulação de frases e textos. Sua dupla capacidade
de atuar como pronome e conectivo simultaneamente fa-
vorece a síntese e evita a repetição de termos.
EXCLAMATIVOS
Os pronomes exclamativos são aqueles que excla-
mam algo, ditas em frases que exprimem emoção.
Ex.: Que mulher!
Quanto te arriscas com esse procedimento!
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação pronominal está intimamente ligada à
harmonia da frase.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se,
nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as) atuam basicamente como
complementos verbais e, nessa condição, podem ocupar
três posições em relação ao verbo:
– antes (Próclise)
– no meio (Mesóclise)
– depois (Ênclise)
USO DA PRÓCLISE
* Próclise por atração – é usada, quando o verbo
vem precedido das seguintes palavras atrativas:
1. com as negativas em geral (jamais, nada, não,
nem, nunca, ninguém, nenhum, etc.).
Não o vejo há dias - Nada me preocupa.
2. com os advérbios (já, ainda, sempre, antes, agora,
talvez, acaso, porventura, etc.)
Já te avisaram disso? Ainda não me avisaram nada.
Sempre me lembrei de você. Antes me procurava;
agora me evita.
3. com os pronomes, exceto com os possessivos e
com os pessoais:
Algo te aconteceu?
Aquilo me aborreceu.
Tudo se transforma.
4. com as conjunções subordinativas (integrantes e
adverbiais).
Soube que me dariam a autorização.
Ela não os quis, embora lhe servissem bem.
5. com ossubstantivos em frases optativas (as que
exprimem desejo):
Deus lhe pague! Macacos me mordam!
Deus me livre! Raios o partam!
6. com a preposição expletiva (dispensável) em an-
tes de gerúndio.
Em se tratando de negócios, é melhor não bobear.
Em se ausentando-se, complicou-se.
7. com a palavra denotativa de exclusão só (= so-
mente, apenas).
Só Marta me viu no cinema.
Só ele apareceu, para trabalhar.
MESÓCLISE
A mesóclise ocorre:
1. com o verbo iniciando a oração, estando ele no
futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito
do indicativo.
Vê-la-emos amanhã.
Contar-lhe-ia tudo o que sei.
2. com o substantivo iniciando a oração, sendo ele
seguido de verbo, estando este no futuro do presente do
indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
Gildete manter-se-á atenta para o que der e vier.
Luís irritar-se-ia, se não passasse no vestibular.
ÊNCLISE
Ocorre a ênclise quando a oração se inicia pelo ver-
bo, estando ele no presente do indicativo, no pretérito
perfeito do indicativo, no pretérito imperfeito do indica-
tivo, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, no in-
finitivo, no gerúndio ou no imperativo afirmativo.
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Quero-lhe muito, Teresa!
Deram-te o recado, Alcebíades?
Surdo, era-o demais.
Justo, fora-o pouco.
As moças deixaram o restaurante, queixando-se da
comida.
Telefone-nos amanhã.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL COM AS LO-
CUÇÕES VERBAIS
1. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
cipal (no infinitivo):
Eu lhe queria dizer muita coisa. (próclise ao verbo
auxiliar)
Eu queria-lhe dizer muita coisa. (ênclise ao verbo
auxiliar)
Eu queria dizer-lhe muita coisa. (ênclise ao verbo
principal)
* Se houver palavra “atrativa”, o pronome deverá
ficar assim:
Eu não lhe queria dizer isso. (próclise ao verbo auxi-
liar).
Eu não queria dizer-lhe isso. (ênclise ao verbo prin-
cipal).
* Havendo preposição entre o verbo auxiliar e o
verbo principal (no infinitivo não-flexionado), a próclise
ou a ênclise serão facultativas.
Ex.: As cobras começaram a se movimentar.
As cobras começaram a movimentar-se.
2. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
cipal (no gerúndio):
Eu lhe estava dizendo muita coisa ontem. (próclise
ao verbo auxiliar)
Eu estava-lhe dizendo muita coisa ontem. (ênclise
ao verbo auxiliar)
Eu estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ênclise
ao verbo principal)
Obs.: Note que o gerúndio possui as mesmas 3 pos-
sibilidades de colocação pronominal do infinitivo.
* Se houver palavra "atrativa", a colocação será es-
ta:
Eu não lhe estava dizendo muita coisa ontem. (pró-
clise ao verbo auxiliar).
Eu não estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ên-
clise ao verbo principal).
Obs.: Do mesmo modo, o gerúndio possui as mes-
mas 2 possibilidades de colocação pronominal do infini-
tivo
3. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
cipal (no particípio):
Eu lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise ao
verbo auxiliar)
Eu tinha-lhe dito muita coisa ontem. (ênclise ao
verbo auxiliar)
* Havendo palavra atrativa, a colocação pronominal
será:
Eu não lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise
ao verbo auxiliar)
Obs.: Note que, nos dois casos, o particípio possui
uma possibilidade a menos que o infinitivo e que o ge-
rúndio.
* Condena-se o pronome oblíquo após o particípio.
O aluno foi apresentado-me ontem.
– As formas corretas são:
O aluno me foi apresentado ontem. OU
O aluno foi-me apresentado ontem.
***********************************************
ARTIGO
É a classe gramatical que especifica ou que genera-
liza o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.
Artigos definidos são os que especificam o subs-
tantivo de modo particular e preciso. São eles: o, a, os e
as.
Ex.: Os Estados Unidos são o país mais rico do
mundo.
A Bélgica é um país europeu.
* Antes dos nomes de pessoas, o artigo definido de-
nota familiaridade ou intimidade.
Ex.: A Leila participará da equipe?
Diga à Rosa que papai a procura.
Ela sempre sai com o Márcio?
Artigos indefinidos são os que generalizam o subs-
tantivo. São eles: um, uma, uns e umas.
Ex.: Comprei um apartamento em julho.
Procurou um advogado pela manhã.
* O artigo indefinido denota aproximação, quando
se antepõe ao numeral.
Ex.: - Teria ela uns vinte anos.
- Já a espero aqui há umas duas horas.
* Deve ser evitado o uso do artigo indefinido antes
dos pronomes indefinidos “certo”, “outro” e “qual-
quer”.
Ex.: - A jovem encontrou certo colega, que a cha-
mou... (Incorreto: A jovem encontrou um certo colega,
que a chamou.)
- Falarei disso em outra ocasião. (Incorreto: Falarei
disso em uma outra ocasião.)
- Não deves falar sobre isso em qualquer lugar.
(Incorreto: Não deves falar sobre isso em um qualquer
lugar.)
Omite-se o artigo (definido ou indefinido) nos se-
guintes casos:
– Antes das locuções pronomonais pessoais de tra-
tamento: Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Exce-
lência, Vossa Senhoria, etc.
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Ex.: V. Exa. apoiará nosso plano? (correto)
A V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
Uma V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
– Antes da palavra "casa", no sentido de “lar pró-
prio”.
Ex.: Cheguei a casa cedo. (a = preposição)
Voltamos a casa cansados. (a = preposição)
– Antes das palavras “bordo” e “terra”, quando fo-
rem antônimas.
Ex.: - Estamos a bordo do submarino “Civil”.
- Os marinheiros chegaram a terra sãos e sal-
vos.
***********************************************
NUMERAL
Numeral é a palavra que dá a ideia de número.
Ex.: cinco, dez, quinto, décimo, quíntuplo, terço,
ambos, etc.
Tipos de Numerais
Existem quatro tipos de numerais: os cardinais, os
ordinais, os multiplicativos e os fracionários.
Os numerais cardinais indicam a quantidade exata
de algo: um, dois, três quatro, etc.
Os numerais ordinais indicam a ordem ou a posi-
ção de algo numa sequência: primeiro, segundo, terceiro,
quarto, etc.
Os numerais multiplicativos indicam o aumentati-
vo do cardinal numa determinada ordem: duplo (duas
vezes), cêntuplo (cem vezes), etc.
Os numerais fracionários indicam a divisão de
uma determinada quantidade: meio, terço, quarto, quinto,
doze avos, etc.
Alguns exemplos:
Romanos Arábicos Cardinais Ordinais
I 1 um primeiro
V 5 cinco quinto
IX 9 nove nono
LXXX 80 oitenta octogésimo
CD 400 quatrocentos quadringentésimo
DCC 700 setecentos setingentésimo
M 1000 mil milésimo
Os únicos numerais multiplicativos, existentes em
português, a par dos cardinais correspondentes, são os
constantes da tabela seguinte:
Arábicos Cardinais Multiplicativos
1 um -
2 dois duplo ou dobro
3 três triplo ou tríplice
4 quatro quádruplo
5 cinco quíntuplo
6 seis sêxtuplo
7 sete sétuplo
8 oito óctuplo
9 nove nônuplo
10 dez décuplo
11 onze undécuplo
12 doze duocétuplo
100 cem cêntuplo
Emprego dos Numerais
01. Quando se fala de papas, reis, príncipes, anos e
séculos, empregamos, de 1 a 10, os ordinais.
Ex.: João Paulo I (primeiro); Luiz X (décimo); ano I
(primeiro); século II (segundo).
* De 11 em diante, empregamos os cardinais.
Ex.: Leão XIII (treze); ano XI (onze).
02. Se o numeral aparece em posição proclítica, é
lido como ordinal.
Ex.: XX Salão do Automóvel (vigésimo); IV Bienal
do Livro (quarta).
03. A título de brevidade, usamosconstantemente
os cardinais pelos ordinais.
Ex.: Página número trinta e dois.
Por isso, deve-se dizer ou escrever também: a folha
vinte e um.
* Na linguagem forense, vemos o numeral flexio-
nado: as folhas vinte e uma, as folhas trinta e duas.
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ADVÉRBIO
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adje-
tivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstân-
cia. Dividem-se em:
01. Advérbios de lugar: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí,
além, aquém, algures (em algum lugar), alhures (em ou-
tro lugar), nenhures (em nenhum lugar), atrás, fora, den-
tro, perto, longe, adiante, diante, etc.
02. Advérbios de tempo: hoje, amanhã, depois, an-
tes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, logo, cedo, tar-
de, ora, outrora, então, brevemente, raramente, imedia-
tamente, etc.
03. Advérbios de modo: bem, mal, assim, depres-
sa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente,
tenazmente, etc.
04. Advérbios de intensidade: muito, pouco, assaz,
mais, menos, tão, bastante, demasiadamente, meio, com-
pletamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
mal, etc.
05. Advérbios de afirmação: deveras, certamente,
realmente, efetivamente, etc.
06. Advérbio de negação: não, nunca, jamais, tam-
pouco, etc.
07. Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, provavel-
mente, possivelmente, etc.
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LOCUÇÃO ADVERBIAL
Expressão que tem valor de advérbio.
Vejamos a classificação de algumas locuções:
01. Locuções adverbiais de lugar: à esquerda; à
direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao
lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, por fora, em
frente, por perto.
02. Locuções adverbiais de tempo: em breve, hoje
em dia, de tarde, à tarde, à noite, à noitinha, ao entarde-
cer, de manhã, por ora, por fim, de repente, de vez em
quando, a tempo, às vezes, de quando em quando, de
longe em longe, etc.
03. Locuções adverbiais de modo: à vontade, à
toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de mansinho,
de chofre, de rigor, de preferência, em geral, a cada pas-
so, às avessas, ao invés, às claras, às pressas, de repente,
a olhos vistos, de propósito, de súbito, de soslaio, por um
triz, etc.
04. Locuções adverbiais de meio ou de instru-
mento: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a tinta, a paula-
da, a mão, a pauladas, às pauladas, a facadas, a picareta,
etc.
05. Locuções adverbiais de afirmação: na verda-
de, de fato, de certo, com certeza, etc.
06. Locuções adverbiais de negação: de modo al-
gum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc.
07. Locuções adverbiais de dúvida: por certo,
quem sabe, etc.
Chamam-se advérbios interrogativos as palavras:
onde?, aonde?, donde?, quando?, como?, pelo fato de in-
troduzirem uma oração interrogativa direta ou interroga-
tiva indireta.
Ex.: - Quando voltarás? (interrogativa direta)
- Quero saber quando voltarás. (interrogativa indire-
ta)
NOTA - Os advérbios interrogativos indicam: lugar
(onde?), tempo (quando?), modo (como?).
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PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra invariável que liga dois ter-
mos de naturezas diferentes.
A seguir, algumas relações estabelecidas pelas pre-
posições:
Preposição "de":
casa de Aparecida (posse)
piano de cauda (classificação)
caixa de joia (finalidade)
acontecimentos do Vietnã (lugar)
espera de um mês (tempo)
copo de vidro (matéria)
copo de pinga (conteúdo).
Preposição "a":
ir à cidade (lugar)
ir à noite (tempo)
tocar à missa (finalidade)
vender a cem reais (preço), etc.;
Preposição "até":
caminhar até o mar (limite máximo alcançado)
dormir até dez horas por noite (período de tempo)
Preposição "com":
voltar com o noivo (companhia)
trabalhar com capricho (modo)
lutar com as paixões (oposição), etc.
Preposição "em":
estar em casa (lugar)
viver em paz (modo)
avaliar em mil reais (preço)
chegaremos em duas horas (tempo)
pedir em casamento (finalidade), etc.
Preposição "para":
ir para o Norte (lugar)
estudar para vencer (finalidade)
deixar para o dia seguinte (tempo), etc.
Preposição "por":
andar por um lugar (lugar)
comunicar-se por gesto (meio)
comer gato por lebre (troca)
comprar por duzentos reais (preço)
lutar por alguém (em favor de)
permanecer por muitos anos (tempo)
Preposição "sobre":
colocar um sobre o outro (posição superior)
falar sobre leis (assunto)
LOCUÇÃO PREPOSITIVA
É uma expressão que tem função de preposição.
As mais comuns são: abaixo de, cerca de, acima de,
a fim de, em cima de, antes de, através de, ao lado de, ao
longe de, a par com, à roda de, a respeito de, dentro de,
dentro em, em favor de, à frente de, junto a, até a, detrás
de, para com, de conformidade com, na conta de, de
acordo com, por meio de, diante de, em vez de, etc.
Obs.: As locuções prepositivas sempre terminam
por preposição, distinguindo-se bem das adverbiais.
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CONJUNÇÃO
Conjunção é a palavra invariável que liga duas ora-
ções entre si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois
termos de mesma natureza.
Exemplos:
Ligando orações:
“Vestia uma cueca preta e calçava enormes taman-
cos.”
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“Sua majestade entende que este dia já foi bastante
desgraçado”.
Ligando termos:
Adriana e Lea viajaram.
Quero que você compre um romance ou um livro de
versos.
As conjunções dividem-se em coordenativas e em
subordinativas.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas são as que ligam duas
orações ou dois termos (dentro da mesma oração), sendo
que ambos os elementos ligados permanecem entre si in-
dependentes.
[Maria estuda] e [Pedro trabalha]
[João] e [Pedro] são bons amigos.
As conjunções coordenativas subdividem-se em:
01. Aditivas, que ligam pensamentos similares ou
equivalentes: e, nem.
- “A menina largou disfarçadamente os talheres e
sumiu”.
- “O médico não veio, nem me telefonou”.
02. Adversativas, que ligam pensamentos que con-
trastam entre si: mas, porém, contudo, entretanto, toda-
via, etc.
- “Serve aos opulentos com altivez, mas aos indi-
gentes com carinho”.
- Minha tarefa foi intensa, não me queixo, porém.
03. Alternativas, que ligam pensamentos que se
excluem ou se alternam: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer, etc.
- “A Justiça que corrige ou castiga, deve ser inspi-
rada pela Bondade”.
- "Ora pega na orelha, ora no lado..."
- “Quer você queira, quer não, você fará isto!
04. Conclusivas, ligam duas orações, sendo que a
segunda encerra a dedução ou conclusão de um raciocí-
nio: logo, portanto, pois (após o verbo da oração), etc.
- Bem dizia Descartes: Penso, logo existo.
- Pedro aprendeu as lições, portanto pode fazer os
exames.
05. Explicativas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda se apresenta justificando a anterior: pois,
porque, que, porquanto, etc.
- O exame era difícil, pois nem sequer havíamos es-
tudado.
- Essa desculpa não serve, porque, afinal de contas,
teus negócios vão bem.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
Conjunções subordinativas são as que ligam duas
orações, sendo que uma é parte ou função sintática da
outra.
As conjunções subordinativas são:
I. Conjunções subordinativas integrantes
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda
é sujeito ou complemento da primeira: que, se.
- “O Brasil esperaque cada um cumpra com o seu
dever”. (Tamandaré)
- O examinador verificará se o aluno está preparado.
II. Conjunções subordinativas adverbiais
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda
é adjunto adverbial da primeira, ou seja, a segunda ex-
pressa circunstância de finalidade, modo, comparação,
proporção, tempo, condição, concessão, causa ou conse-
quência.
Subdividem-se em:
01. Conformativas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda expressa circunstância de conformidade
ou acordo: como, segundo, conforme, consoante.
- Tudo se realizou, conforme havia previsto o astró-
logo.
- “Mais baixo estavam os outros deuses todos as-
sentados, como a razão e a ordem concertavam”.
02. Comparativas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda contém o segundo termo de uma compa-
ração: como, (tal)... qual, (tal)... tal (menos)... que,
(mais)... etc.
- “Os sonhos, um por um, céleres voam, como vo-
am as pombas dos pombais”.
- Aquela jovem é mais bela que sua irmã.
03. Temporais, que ligam duas orações, sendo que
a segunda expressa circunstância de tempo: quando, en-
quanto, enquanto apenas, mal, etc.
- Quando a vejo, bate-me o coração mais forte.
- Ela dormia, enquanto brincávamos.
04. Condicionais, que ligam duas orações, sendo
que a segunda expressa uma hipótese ou condição: se e
caso.
- Se o pai consentisse, Manuel continuaria namo-
rando Paula.
- O passeio será realizado, caso sobrevenha um
temporal.
05. Concessivas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda contém um fato que não impede a realiza-
ção da ideia expressa na oração principal, embora seja
contrária àquela ideia: embora e conquanto.
- Embora o pai não consentisse, Manuel continua-
va a fazer a corte a Elisete.
- Não consigo ouvir a voz de Silvana, conquanto
me esforce.
06. Causais, que ligam duas orações, sendo que a
segunda contém a causa; e a primeira, o efeito: porque,
pois, porquanto, como, etc.
- Maneco, o galã, foi reprovado, porque só estuda-
va nas horas vagas.
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- Márcia, como estudou, foi aprovada.
07. Consecutivas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda diz a consequência de uma intensidade
expressa na primeira: (tão)... que, (tal)... que, (tama-
nho)... que, (tanto)... que, etc.
- “Rosilene chorou tanto, que ficou doente dos
olhos”.
- Choveu, choveu, que inundou a várzea.
LOCUÇÔES CONJUNTIVAS
É o conjunto de duas ou de mais palavras com o va-
lor de uma conjunção.
COORDENATIVAS
a) Adversativas: no entanto, não obstante;
b) Explicativas: visto que, já que, uma vez que;
c) Conclusivas: por conseguinte, por isso, de modo
que, em vista disso.
SUBORDINATIVAS
Integrantes: que, se
Adverbiais:
- Causais: pois que, por isso que, já que, uma vez
que, visto que, visto como;
- Comparativas: do que, assim como, bem como,
como se, que nem;
- Concessivas: ainda que, mesmo que, posto que, se
bem que, por mais que, por menos que, apesar de que,
nem que, por menor que, por maior que, por pior que,
por melhor que, por muito que, por pouco que;
- Condicionais: contanto que, salvo se, sem que,
desde que, a menos que, dado que, a não ser que, exceto
se;
- Consecutivas: de forma que, de maneira que, de
modo que, de sorte que;
- Finais: para que, a fim de que;
- Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao
passo que, quanto mais, quanto menos, quanto melhor,
quanto pior;
- Temporais: antes que, depois que, até que, logo
que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes
que, cada vez que.
***********************************************************
INTERJEIÇÃO
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
ção ou estado repentino: ah!, oh!, puxa!, raios!, opa!,
etc.
As interjeições são sempre finalizadas pelo sinal de
exclamação ( ! )
Os principais tipos de interjeição são aqueles que
indicam:
* Advertência: cuidado!, sentido!, atenção!
* Alegria: eta!, ah!, oh!, oba!
* Alívio: arre!, ufa, ah!
* Animação: coragem!, força!, eia!
* Aplauso: apoiado!, viva!, bis!.
* Admiração: ah!, puxa!, céus!, uau!
* Agradecimento: grato!, obrigado!
* Chamamento: ei!, olá, alô, ô!, ó!
* Desejo: tomara!, oxalá!
* Dor: ai!, ui!.
* Espanto: ué!, uai!, caramba!
* Indignação: fora!, morra!, abaixo!
* Pena: coitado!, pobre dele!
* Saudação: salve!, adeus!, viva!
* Terror: ui!, cruzes!, Jesus!
Obs.: A entonação diferente dada a uma mesma in-
terjeição pode levá-la a ter mais de um sentido, isto é,
pode representar mais de um sentimento ou estado.
Oh! que história estranha! (desagrado)
Oh! que feliz coincidência! (alegria)
Locução Interjetiva
É um grupo de palavras com valor de interjeição.
Meu Deus!; Ai Jesus!; Alto lá!; Ó de casa!; Quem
me dera!; etc.
Cuidado!!!
Não se deve confundir a interjeição de apelo ou
chamamento (ó) com a interjeição de alegria, admiração
ou tristeza (oh!). Faz-se uma pausa depois desta e não a
fazemos depois daquela. Vejamos:
“Oh! [pausa] Essa menina é linda!”
“Oh, [pausa] trágicas novelas!”
“Deus, ó Deus! Porque me respondes?
“Ó natureza! Ó mãe piedosa e pura!
*********************************************
ANÁLISE SINTÁTICA
Sintaxe é a parte da gramática que se ocupa em des-
crever a estrutura das orações e dos períodos, em de-
compor um período em orações e cada oração em seus
termos, identificando as funções que determinadas clas-
ses de palavras exercem na frase.
A esse tipo de estudo da sintaxe dá-se o nome de
análise sintática.
Sabemos que Oração é a unidade frasal que tem
como palavra-base o verbo (predicado), podendo, ou
não, apresentar também um sujeito.
Ex.: “O dia está bonito.”
“Eles partiram logo cedo.”
Obs.: Uma oração:
* Sempre apresenta verbo (predicado);
Ex.: A roda de samba acabou.
* O verbo pode estar flexionado nos tempos simples
ou compostos, ou em locuções verbais;
Ex.: A roda de samba havia acabado.
* A mensagem pode apresentar-se com sentido
completo ou incompleto;
Ex.: “... que queria negar sua origens.”
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Na oração as palavras têm entre si um relaciona-
mento íntimo como parte de um conjunto harmônico.
Essas palavras são, então, os termos ou as unidades sin-
táticas da oração, com cada termo ou unidade desempe-
nhando uma função sintática.
Núcleo da oração: o núcleo da oração é a palavra
que constitui a essência da ideia principal do texto, o
que, nesse caso, será sempre o verbo.
Ex.: A mulher revestiu o interior da sala com amor.
Em síntese, os termos que desempenham função
sintática na oração são os seguintes:
simples
composto
oculto
indeterminado
sujeito
predicado verbal
nominal
verbo-nominal
Termos
essenciais
da oração
adjunto adverbial
aposto
adjunto adnominalTermos
acessórios
da oração
complemento nominal
agente da passiva
complemento verbal
objeto direto
objeto indireto
Termos
integrantes
da oração
predicativo do
sujeito
predicativo do
objeto direto
predicativo do
objeto indireto
Termo isolado: Vocativo
Termos Essenciais da Oração
SUJEITO
Sujeito é o termo essencial da oração, do qual se
declara alguma coisa, estabelecendo com o verbo uma
relação de concordância em número e em pessoa. É uma
função substantiva da oração, porque são os substantivos
ou palavras substantivadas que atuam como núcleo do
sujeito.
Ex.:
Os cidadãos
(substantivo)
manifestaramsua insatisfação
Todos
(pronome substantivos)
Ambos
(numeral substantivo)
Os aposentados
(adjetivo substantivo)
Normalmente, o sujeito posiciona-se no início da
oração (ordem direta), mas pode também ficar no meio
ou no final (ordem indireta). Vejamos:
O aluno sentiu-se seguro após o estudo.
sujeito predicado
Após o estudo, o aluno sentiu-se seguro.
predicado sujeito predicado
Após o estudo, sentiu-se seguro o aluno.
predicado sujeito
Acha-se o sujeito de uma oração, fazendo-se ao
verbo a pergunta:
"Quem ...?" para pessoas; ou
"O que ...?" para objetos
A resposta, seja ela qual for, será sempre o sujeito
da oração. O resto, será o predicado
Ex.: Todos saíram.
Quem saiu? (todos)
Isto não me agrada.
O que não me agrada? (isto)
Zé amarrou o bode.
Quem amarrou o bode? (Zé)
Núcleo do sujeito
O núcleo do sujeito é o termo que transmite a ideia
básica, em torno do qual podem aparecer palavras aces-
sórias para acrescentar-lhe algo.
núcleo
Ex.: As pessoas tolas acreditam em tudo.
sujeito predicado
O núcleo do sujeito pode ser representado por:
a) um substantivo: João está doente.
b) por um pronome: Ela chegou.
c) por um verbo no infinitivo: Viver é lutar.
d) um numeral: Um é pouco.
Classificação do sujeito
Sujeito Simples: é aquele que apresenta um núcleo
apenas.
Ex.: O / menino / quebrou a perna.
O / rapaz / digita muito bem.
Sujeito Composto: é aquele que apresenta dois ou
mais núcleos
Um sujeito terá tantos núcleos quantos forem os
substantivos nele contidos, desde que estejam ligados pe-
la conjunção "e" ou mesmo por vírgulas.
Ex.: O livro, a régua, o lápis e a borracha estão
sobre a mesa.
Pão e vinho alimentam.
Sujeito Oculto: é aquele que não aparece escrito,
embora esteja subentendido.
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Ex.: (Nós) Estamos aqui, reunidos, para discutir o
assunto da pauta.
Sujeito Indeterminado: é aquele que existe, mas
não se sabe quem é. O sujeito indeterminado pode ser
expresso por:
a) um verbo na 3ª pessoa do plural.
Ex.: Roubaram minha carteira.
Falaram mal de você.
b) por um verbo não transitivo direto acompanhado
do pronome "se".
Ex.: VTI + SE = Precisa-se de jardineiros.
VTL + SE = Ficou-se contente naquele mo-
mento.
Obs.: Há orações que não possuem sujeito:
a) com o verbo haver, no sentido de “existir”.
Ex.: Há pessoas esquisitas. (há = existem)
b) com os verbos ser, estar e passar indicando
tempo.
Ex.: São cinco horas.
Estava frio naquela noite.
Passava de meia noite.
c) com os verbos que exprimem fenômenos da natu-
reza (no sentido denotativo): chover, nevar, gear, ventar,
trovejar, relampejar, amanhecer, entardecer, anoitecer,
etc.
Ex.: Choveu ontem.
Nevará hoje.
Está geando agora.
Anoiteceu.
d) com os verbos chegar e bastar em expressões do
tipo: “chega de”, “basta de”.
Ex.: Chega de confusões!
Basta de intrigas!
PREDICADO
Em suma, o predicado pode ser:
a) tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito da
oração.
Ex.: Os candidatos mostraram sua disposição.
sujeito predicado
b) uma declaração que não se refere a nenhum su-
jeito (oração sem sujeito).
Ex.: Chove muito no inverno.
predicado
Antes de prosseguirmos com o estudo do predicado,
abriremos um parêntese, para conhecermos a Predicação
Verbal e o Predicativo.
Predicação verbal
Predicação verbal é o estudo dos verbos que consti-
tuem a base do predicado, que podem ter sentido com-
pleto ou virem acompanhados de um complemento para
terem significado.
Assim, quanto à predicação, os verbos podem ser:
intransitivo e transitivo (de ligação, direto, indireto e di-
reto e indireto).
1. Verbo Intransitivo (VI): É aquele que possui
sentido completo sozinho, rejeitando complemento obri-
gatório do lado.
Ex.: O menino morreu.
Cátia desmaiou.
Atenção:
Os verbos intransitivos às vezes podem aparecer
acompanhados de adjuntos adverbiais, mas nunca de
complementos obrigatórios.
Ex.: Natália nasceu em 1968.
* Natália = sujeito
* nasceu em 1968 = predicado
* nasceu = verbo intransitivo
* em 1968 = adj. adv. de tempo (não é complemen-
to obrigatório).
2. Verbo Transitivo: É aquele que não possui sen-
tido completo sozinho, exigindo complemento obrigató-
rio do lado que complete o seu sentido.
Na oração: “O jardineiro cultiva hortaliças”, o ter-
mo “hortaliças” está completando o sentido do verbo
cultivar, já que quem cultiva, cultiva algo.
Os verbos transitivos classificam-se em:
a) de ligação (VTL): é aquele que exige um único
complemento obrigatório do lado, que é um comentário
feito sobre o sujeito (predicativo do sujeito), ligando
aquele a este.
Na oração “Mário está doente.”, o termo doente es-
tá completando o sentido do verbo estar, já que quem
está, está de algum modo (doente, alegre, cansado, etc.).
Principais verbos transitivos de ligação: ser, es-
tar, permanecer, ficar, andar (= estar), parecer, continu-
ar e virar.
Há verbos que, nem sempre, têm valor de ligação
(se houver sentido de ação).
Observe:
Flávia anda depressa
Cláudia está no Paraná ação
Flávia anda alegre
Cláudia está contente ligação
b) direto (VTD): é aquele que exige um único
complemento obrigatório do lado, sem preposição ante-
rior (objeto direto).
Na oração: “Patrícia adora pizza.”, o termo pizza
completa o sentido do verbo adorar, já que quem adora,
adora algo ou alguém.
c) Indireto (VTI): é aquele que exige um único
complemento obrigatório do lado, com preposição ante-
rior (objeto indireto).
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Na oração “Eu gosto de meus pais.”, o termo de
meus pais está completando o sentido do verbo gostar,
já que quem gosta, gosta de algo ou de alguém.
d) direto e indireto (VTDI): é aquele que exige
dois complementos obrigatórios (ao contrário dos três
primeiros), sendo o primeiro deles sem preposição ante-
rior; e o segundo, com preposição anterior.
Na oração:
VTDI OD prep OI
“O professor apresentou o aluno ao diretor.”,
sujeito predicado
os termos o aluno (OD) e ao diretor (OI) estão
completando o sentido do verbo apresentar, já que
quem apresenta, apresenta algo a alguém.
Predicativo
Predicativo é o termo que acrescenta algo ao sujei-
to, ao objeto direto ou ao objeto indireto, funcionando
como núcleo do predicado. Pode ser:
a) predicativo do sujeito (PS) – é o termo do pre-
dicado que se refere ao sujeito, atribuindo-lhe uma qua-
lidade ou estado mediante um verbo transitivo de ligação
expresso ou subentendido.
Ex.:
VTL (expresso)
PS
A cidade É maravilhosa.
sujeito predicado
VTL (subentendido)
VTI PS
O trem chegou (e estava) atrasado.
sujeito predicado
b) predicativo do objeto direto (POD) – é o termo
do predicado que se refere ao objeto direto, dando conti-
nuidade ao sentido do objeto direto.
Ex.:
VTD POD
A torcida elegeu-o craque do time.
sujeito OD predicado
c) predicativo do objeto indireto (POI) – ocorre,
exclusivamente, com o verbo “chamar”, no sentido de
ofender.
Ex.:
VTI OI POI
Os colegas chamaram a Pedro tolo.
sujeito predicado
VTI OI POI
Os colegas chamaram a Pedro de tolo.
sujeito predicado
Núcleo do predicado
O núcleo do predicado é o termo principal que pode
ser um verbo ou um nome. Há casos, também, da exis-
tência de um verbo e de um nome como núcleos ao
mesmo tempo.
Tipos de predicadoDependendo do seu núcleo, em que se concentra a
declaração, o predicado pode ser:
a) Nominal (VTL + Predicativo) – quando o verbo
for, apenas, elo de ligação. Neste caso, o núcleo do pre-
dicado é sempre um nome, que desempenha a função de
predicativo do sujeito.
Ex.: é
ficou
continua
anda
está
parece
núcleo
(PS)
O aluno permanece confiante.
sujeito predicado nominal
b) Verbal: é aquele que apresenta um verbo transi-
tivo (direto, indireto ou direto e indireto) ou um verbo
intransitivo, sem predicativo do lado que é o próprio nú-
cleo do predicado. Pode aparecer em uma das seguintes
estruturas:
1) Predicado verbal com verbo intransitivo – apre-
senta sentido completo, sem precisar de complemento
para formar o predicado.
VI (núcleo)
Ex.: O garoto chorou.
sujeito predicado verbal
2) Predicado verbal com verbo transitivo direto –
apresenta sentido incompleto, por isso precisa de um
complemento (objeto direto) para formar o predicado.
predicado verbal
Ex.: O aluno chamou o professor.
Sujeito VTD (núcleo) OD
3) Predicado verbal com verbo transitivo indireto –
apresenta sentido incompleto, por isso precisa de um
complemento regido de preposição (objeto indireto),
para formar o predicado.
predicado verbal
Ex.: Os jovens gostam de esportes radicais.
Sujeito VTI (núcleo) OI
4) Predicado verbal com verbo transitivo direto e
indireto – apresenta sentido incompleto e necessita de
dois complementos (objeto direto + objeto indireto),
para formar o predicado.
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predicado verbal
Ex.: Mário Covas dedicou sua vida à política.
Sujeito VTDI (núcleo) OD OI
c) Verbo-nominal (VTD + Predicativo): é aquele
que apresenta dois núcleos: um verbo (intransitivo ou
transitivo) e um predicativo (do sujeito ou dos objetos).
POD
Ex.: O tribunal julgou culpado o réu.
Sujeito núcleo
verbal
núcleo
nominal
objeto
direto
predicado verbo-nominal
Na realidade, o predicado verbo-nominal é um pre-
dicado misto, em que predomina a junção de um predi-
cado verbal com um predicado nominal. Nele, o verbo
transitivo de ligação está subentendido. Veja:
Ele chegou da viagem + Ele estava exausto =
= Ele chegou da viagem exausto
O predicado verbo-nominal também pode aparecer
em uma das seguintes estruturas:
a) predicado verbo-nominal com VTD + PS
O aluno terminou a prova confiante. [O aluno ter-
minou a prova e estava confiante]
b) predicado verbo-nominal com VTI + PS
Eu assisti à cena revoltado [Eu assisti a cena e es-
tava revoltado]
c) predicado verbo-nominal com VTD + POD
Eu acho Brasília bonita. (o termo “bonita” refere-
se ao objeto direto “Brasília”: predicativo do objeto dire-
to).
d) predicado verbo-nominal com VTI + POI
Chamavam ao pobre rapaz de ignorante. (o termo
“de ignorante” refere-se ao objeto indireto “ao pobre ra-
paz”: predicativo do objeto indireto).
Resumindo:
se houver predicativo com verbo transitivo de li-
gação, o predicado será nominal.
se não houver predicativo, o predicado será ver-
bal.
se houver predicativo com verbo transitivo ou in-
transitivo, o predicado será verbo-nominal
Concluindo:
Sujeito e predicado são considerados termos essen-
ciais, porque constituem a estrutura básica da oração. O
predicado é o mais importante, pois, sem ele, não há ora-
ção – é a presença de um verbo ou de uma locução ver-
bal que indica a existência de uma oração, e não a exis-
tência de um sujeito ligado a um predicado.
Termos Integrantes da Oração
São aqueles exigidos pela oração, para que ela tenha
sentido completo.
São eles: o objeto direto, o objeto indireto, o predi-
cativo do sujeito, o predicativo do objeto direto, o predi-
cativo do objeto indireto e o agente da passiva (comple-
mentos verbais) e o complemento nominal.
a) Objeto direto
Termo que complementa o verbo transitivo direto
(VTD) e o verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
Para se achar o objeto, a pergunta se faz depois do
verbo.
– João cultiva flor.
Cultiva o quê? a Flor
OD
Objeto Direto
o quê? (para coisas)
quem? (para pessoas)
b) Objeto indireto
Termo que complementa o verbo transitivo indireto
(VTI) ou o verbo transitivo direito e indireto (VTDI).
Objeto Indireto
a quê? a quem? de quê? de quem? em quê? em
quem? etc.
A notícia agradou ao diretor.
Agradou a quem? ao diretor
OI
A Jeyce gosta de uva.
Gosta de quê? de uva
OI
Obs.: Os três predicativos já aparecem na parte dos
predicados.
c) agente da passiva
É o ser que pratica uma ação sobre o sujeito pacien-
te.
Obs.: No estudo do Verbo, já feito, vimos o que sejá
a voz passiva.
Ex.: Bons livros eram comprados pelo rapaz .
sujeito paciente ag. da passiva
-----------------------------------------
predicado
O muro foi construído pelo pedreiro.
suj. paciente ag da passiva
------------------------------------------
predicado
Esquema
As águas arrastaram a casa (voz ativa)
– Sujeito agente = As águas.
– Verbo transitivo direto = arrastaram.
– Objeto direto = a casa.
A casa foi arrastada pelas águas (voz passiva)
– Sujeito paciente = A casa.
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– Verbo na voz passiva = foi arrastada.
– Agente da passiva = pelas águas.
COMPLEMENTO NOMINAL
Termo da oração que completa o significado de um
nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) mediante o au-
xílio obrigatório de uma preposição.
Ex.: Tinha medo da morte.
(subst.) C. N.
Estava cheio de medo.
(adjetivo) C. N.
Corria paralelamente à estrada .
(advérbio) C. N.
Observe o quadro comparativo entre objetos (dire-
tos ou indiretos) e os complementos nominais:
OBJETOS COMPLEMENTOS NOMINAIS
Assaltar o banco. Assalto ao banco .
Crer em dias melhores. Crença em dias melho-
res.
Confiar em Deus. Confiança em Deus .
Resistir ao cerco. Resistência ao cerco.
Obedecer à lei. Obediência à lei.
Termos Acessórios da Oração
Termos acessórios são aqueles que desempenham
na oração uma função secundária, servindo apenas para
informar alguma característica ou circunstância. São
eles: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
1. ADJUNTO ADNOMINAL – Aparece juntamen-
te a nome (substantivo ou pronome), modificando seu
significado.
O adjunto adnominal é representado por:
1. artigo (definido ou indefinido): O menino aguar-
dava.
2. pronome adjetivo: Meu filho, parte de mim.
3. numeral adjetivo: Três homens o aguardam lá
fora.
4. locução adjetiva dispensável: Os raios de sol
entravam pela janela.
5. adjetivo dispensável: Lindas meninas frequenta-
vam aquela escola.
Quando o ADJUNTO ADNOMINAL PREPOSI-
CIONADO vem após o substantivo é, comumente, con-
fundido com o COMPLEMENTO NOMINAL.
DISTINÇÃO:
1. A resposta do professor agradou ao aluno.
do professor = adj. adnominal
(O professor respondeu = agente)
Obs.: A única função sintática que expressa a ideia
de posse é o adjunto adnominal. Neste caso, a resposta
pertence ao professor.
2. A resposta ao professor agradou.
ao professor = complemento nominal (paciente da
ação)
Outros Exemplos:
ADJUNTO ADNOMINAL / COMPLEMENTO NO-
MINAL
A invenção de S. Dumont A invenção do avião
Crítica do artista Crítica ao artista.
A descoberta de Portugal A descoberta do Brasil
2. ADJUNTO ADVERBIAL: complemento verbal
dispensável, que expressa alguma circunstância (25 no
total).Nasceu aqui. (aqui = lugar)
O dia estava bem frio. (bem = intensidade)
O cão morreu de frio. (de frio = causa)
Falavam de novela. (de novela = assunto)
APOSTO: palavra (ou conjunto de palavras) com o
valor de um substantivo dispensável, que se refere a um
substantivo anterior. Divide-se em: especificativo, expli-
cativo, enumerativo e resumitivo (ou recapitulativo).
A cidade de Roma é capital da Itália. (aposto espe-
cificativo)
Pedro II, ex-imperador do Brasil, foi deportado.
(aposto explicativo)
Ele só quer três coisas: um castelo, um harém e
muitas terras. (aposto enumerativo)
Diretora, vice-diretora, coordenador, professores,
alunos, faxineiras, cozinheiras, merendeiro: ninguém
apareceu na escola naquele dia. (aposto resumitivo)
Termo Independente da Oração
Semanticamente, é o ser chamado pelo falante (o
ouvinte). Das treze funções sintáticas, é a única que não
pertence à oração.
Ó minha amada, como te quero.
Meu canto de morte, guerreiros; ouvi!
Deus, ó Deus! Onde estás que não respondes?
SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO
Observe o período abaixo e sua divisão:
Espera-se / que tudo corra bem, / a fim de que vol-
te a alegria.
1ª oração - Espera-se
2ª oração - que tudo corra bem
3ª oração - a fim de que volte a alegria
Note que a divisão foi feita antes da conjunção ou
da locução conjuntiva: que / a fim de que
As orações do período composto dividem-se em:
coordenada, principal e subordinada.
A oração coordenada é a que não é função sintática
(ou parte) de outra, bem como a que não exige uma outra
como uma de suas partes (ou funções sintáticas).
Ex.: Solange estuda / e trabalha.
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1ª oração: oração coordenada assindética.
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva.
A oração principal é a que exige uma outra como
uma de suas partes (ou funções sintáticas).
A oração subordinada é a que é parte (ou função
sintática) de outra.
Ex.: Quero / que você me ajude.
1ª oração: oração principal.
2ª oração: oração subordinada substantiva objetiva
direta.
Você verá outras divisões no estudo da classificação
delas.
ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas poderão ser:
assindéticas: quando não se iniciarem por con-
junção, nem por locução conjuntiva.
Ex.: Era católico, / acreditava na ressurreição.
OCA OCA
sindéticas: quando se iniciarem por conjunção
(ou por locução conjuntiva).
Ex.: Era católico / e acreditava na ressurreição.
OCA OCS aditiva
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS
SINDÉTICAS
ADITIVAS: dão a ideia de adição (ou de soma)
Ex.: Consertou a máquina / e não cobrou nada.
OCA OCS aditiva
ADVERSATIVAS: denotam oposição (ou contras-
te).
Ex.: Estudou, / mas não foi aprovado.
OCA OCS aditiva
ALTERNATIVAS: representam alternância (ou
possibilidade).
Ex.: Ou você toma o remédio / ou não ficará bom.
OCS aditiva OCS aditiva
CONCLUSIVAS: dão a ideia de conclusão.
Ex.: Estudo pelas apostilas APCON, / portanto
OCA
tenho mais chances de aprovação.
OCS conclusiva
EXPLICATIVAS: explicam a oração anterior.
Ex.: Espere um pouco, / porque Tânia chegará.
OCA OCS explicativa
Obs.:
1. OCA (= oração coordenada assindética).
OCS (= oração coordenada sindética).
2. A lista completa das conjunções (e das locuções
conjuntivas) coordenativas e subordinativas encontra-se
na parte das conjunções (dentro do assunto classes de
palavras).
3. A diferença entre a conjunção pois (explicativa)
para a conjunção pois (conclusiva) é que a primeira apa-
rece antes do último verbo do período composto, en-
quanto a segunda aparece depois do último verbo do pe-
ríodo composto.
ORAÇÕES SUBORDINADAS
Há três tipos de orações subordinadas, que são:
Substantivas, Adjetivas ou Adverbiais.
A ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA tem o
valor de substantivo, inicia-se por uma conjunção subor-
dinativa integrante (que ou se) e divide-se em:
a) subjetiva: é a que exerce a função de sujeito da
oração principal.
A maneira prática de encontrar a oração subjetiva é
perguntar, antes do verbo da principal, “o que....?”.
Ex.: Seria bom / que todos estudassem.
OP OSS subjetiva
O que seria bom?
Resposta: que todos estudassem (função de sujeito)
b) predicativa: é a que exerce a função de predica-
tivo do sujeito da oração principal.
A oração predicativa sempre supõe, na principal, o
verbo “ser” acompanhado de sujeito.
Ex.: Os meus votos são / que triunfes.
OP OSS predicativa
c) objetiva direta: é a que exerce a função de obje-
to direto da oração principal.
A maneira prática de encontrar a oração objetiva di-
reta é perguntar, depois do verbo da oração principal, “...
o quê?”. O verbo da oração principal pode ser transitivo
direto (ou transitivo direto e indireto).
Ex.: Disseste-lhe / que precisavas estudar?
OP OSS objetiva direta
d) objetiva indireta: é a que exerce a função de ob-
jeto indireto da oração principal. A preposição que intro-
duz a objetiva indireta é exigida pelo verbo da oração
principal (verbo transitivo indireto ou verbo transitivo
direto e indireto).
Ex.: Insisto / em que partas.
OP OSS objetiva indireta
e) completiva nominal: é a que exerce a função de
complemento nominal do substantivo, do adjetivo ou do
advérbio da oração principal.
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Ex.: Tivemos a impressão / de que a casa cairia.
OP OSS completiva nominal
Estamos aptos / a trabalhar nesta empresa.
OP OSS completiva nominal
Votou favoravelmente / a que o indenizem.
OP OSS completiva nominal
f) apositiva: exerce a função de aposto da oração
principal. Ocorre após dois pontos ou entre vírgulas (nes-
te último, caso ficará no meio da oração principal).
Ex.: Peço-te um favor: / que guardes estas cartas.
OP OSS apostiva
Um sonho, / que o filho volte, / anima a mãe.
OP ... OSS apositiva ... OP
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA tem o valor
de adjetivo, inicia-se por um pronome relativo (que,
quem, cujo, onde e quanto) ou por uma locução pro-
nominal relativa (o qual e variantes) e divide-se em: res-
tritiva e explicativa.
a) restritiva: é a que especifica o susbtantivo da
oração principal.
Ex.: O livro / que comprei / é uma gramática.
OP ... OSA restritiva ... OP
b) explicativa: é a que explica (ou que generaliza) o
substantivo da oração principal.
Ex.: Visitarei a prima Carlota, / que mora ali.
OP OSA explicativa
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL tem o va-
lor de um advérbio, inicia-se por uma conjunção subor-
dinativa adverbial (ou por uma locução subordinativa
adverbial) e divide-se em: causal, comparativa, conces-
siva, condicional, conformativa, consecutiva, final, pro-
porcional e temporal.
a) Causal: é a causa da oração principal.
Ex.: O tambor soa, / porque é oco.
OP OSA causal
b) Comparativa: está numa relação de comparação
com a oração principal.
Ex.: Aquela mulher fala, / como o papagaio. (fala)
OP OSA comparativa
c) Concessiva: está numa relação de oposição (ou
de contraste) com a oração principal.
Ex.: Saímos, / embora estivesse chovendo.
OP OSA concessiva
d) Condicional: é a condição para que a oração
principal ocorra.
Ex.: Se não estudar, / não passará no concurso.
OSA condicional OP
e) Conformativa: está numa relação de acordo (ou
de conformidade) com a oração principal.
Ex.: O homem age, / conforme pensa.
OP OSA conformativa
f) Consecutiva: é a consequência da oração princi-pal.
Ex.: Gritou tanto, / que ficou rouca.
OP OSA consecutiva
g) Final: é a finalidade (ou o objetivo) da oração
principal.
Ex.: Parei-o, / para que me ouvisse.
OP OSA final
h) Proporcional: está numa relação de proporcio-
nalidade com a oração principal.
Ex.: Quanto mais trabalho, / menos ganho.
OSA proporcional OP
i) Temporal: é o tempo da oração principal.
Ex.: Fico feliz, / quando a vejo.
OP OSA temporal
ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS
Há muitas orações subordinadas que podem apare-
cer abreviadas ou simplificadas: sem conectivo (conjun-
ção ou pronome relativo) e com o verbo numa das cha-
madas formas nominais, isto é, no gerúndio, no infinitivo
ou no particípio. Em tal caso, as orações abreviadas se
chamarão REDUZIDAS.
"Aplacada a tempestade" é simplificação de "depois
que se aplacou a tempestade", expressando circunstância
de tempo. O verbo está no particípio (aplacada). Classi-
ficação: subordinada adverbial temporal, reduzida de
particípio.
- “Aplacada a tempestade, cuidou Cabral em reco-
lher a si a armada”.
Alguns exemplos de orações subordinadas adverbi-
ais reduzidas de infinitivo:
a) subjetivas: É possível começarmos no próximo
sábado. / Seria certo ter o trem partido.
b) objetivas diretas: Suponho serem eles os res-
ponsáveis. / O diretor ordenou principiarmos já os exa-
mes.
c) objetivas indiretas: O êxito depende de teres
confiança em ti mesmo / Nada obsta a intervires na ques-
tão.
d) completivas nominais: Dei-lhes ordens de virem
logo. / Tenho esperança de seres eleito.
e) predicativas: O mais certo é desistires desta am-
bição. / Seus desejos eram desiludir-me logo nos primei-
ros dias.
f) apositivas: Uma coisa me assombrava: terem eles
mentido. / Isso vos asseguro eu, ser ele homem de bem.
g) adjetivas restritivas: “O orador ilhavo não era
homem de se dar assim por derrotado.” / "Nossa teoria
fora a primeira a cair por fora da terra."
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h) adverbiais finais: "Para cobrir-me nem um tem-
plo resta no solo abrasador..." / "Levantaram-se a servir
a Deus".
i) adverbiais concessivas: Não iremos hoje, apesar
de já termos as passagens. / Suposto ter ele presenciado
o fato, nem assim merece crédito.
j) adverbiais temporais: "Os animais das tropas
viajeiras arquejam de cansaço, ao vencerem aquele ter-
reno incerto". / "Detém-se em Inglaterra, até tornar à
doce terra".
Exemplos de orações subordinadas reduzidas de ge-
rúndio.
Nota: Não há orações substantivas reduzidas de ge-
rúndio.
a) adjetivas restritivas: "Encontramos os rapazes
vestindo blusões berrantes: fugiam espantados e não lhe
pudemos ver suficientemente a fisionomia". / "Pareceu
ao pobre lenhador sentir, naquele vento, o som de um
choro, e uma voz bradando aflita".
b) adverbiais temporais: Chegando ao escritório,
darei o recado. / "Em tomando do reino da governança,
tomou dos homicidas... a vingança." - "Navegando no
arquipélago proceloso da vida, não devemos perder de
vista o porto do novo destino".
c) adverbiais causais: Não estudando, foi reprova-
do. / "O padre Baco ali não consentia no que Júpiter dis-
se, conhecendo que esquecerão seus feitos no Oriente." /
"Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da fa-
ca."
Nota: Não há consecutivas, comparativas e finais,
reduzidas de gerúndio.
Exemplos de reduzidas de particípio:
a) adverbiais condicionais: Suprimido o prêmio,
não haveria mais estímulo. / "Completadas as tarefas no
tempo estabelecido pelo rei, não serás punido".
b) adverbiais temporais: "Feito isso, voltarás no
tempo estabelecido à minha presença, afim de que possa
lavrar a sentença." / "Aplacada a tempestade , cuidou
Cabral em recolher a si a armada." / "Conclusa a tarefa,
o ancião perguntou-lhe qual dos cântaros estava mais
limpo, mais claro e puro".
*********************************************
SINAIS DE PONTUAÇÃO
VÍRGULA ( , )
Usa-se a vírgula:
01. para separar termos de mesma função sintática,
desde que as conjunções e e ou não apareçam na oração;
Ex.: Casa, mesa, convivas, tudo desapareceu. –
aqui, as vírgulas separam os núcleos do sujeito.
Hás de volver ao corpo que és, órgão por órgão, fi-
bra por fibra, artéria por artéria. – aqui, a vírgula separa
objetos diretos.
Ele que encanta as crianças, as mães, os tristes e os
amantes. – aqui, a vírgula separa objetos diretos.
02. para isolar o aposto explicativo.
Ex.: Jesus, sábio infeliz, mestre dos grandes mestres
e Rei dos grandes reis, Jesus, Mártir sublime, vieste ao
mundo...
03. para separar (ou isolar) o vocativo;
Ex.: Ora, mano, deixe essas coisas...
04. para separar o adjunto adverbial deslocado (de
duas ou de mais palavras) do resto da oração;
Ex.: Na manhã seguinte, Teresa estava jubilosa em
seu mirante.
Obs.: Diz-se que o adjunto adverbial está deslocado,
quando precede o verbo ou os objetos ou ainda o predi-
cado nominal. Se o adjunto é um mero advérbio, a vírgu-
la é, muitas vezes, dispensável.
Ex.: Hoje amanheceu chovendo.
Hoje, amanheceu chovendo.
05. para substituir o verbo subentendido.
Ex.: Fomos à Europa; eles, à Oceania.
06. para isolar orações ou termos intercalados;
Ex.: Não conheço negócios de justiça, pensava ele,
mas parece que não tenho nada com isso.
07. para separar as orações coordenadas assindéti-
cas;
Ex.: O agente falou uma coisa e outra, depois saiu.
08. para separar as orações coordenadas sindéticas
com a conjunção e, quando têm sujeitos diferentes;
Ex.: A vontade popular dividira-se entre nomes con-
tundentes, e o Congresso, de antemão, firmava...
09. para isolar as conjunções adversativas e as con-
clusivas intercaladas na frase;
Ex.: Não se podia negar, porém, que era um pro-
gresso.
10. para separar as orações correlatas aditivas, con-
secutivas e comparativas de igualdade;
Ex.: Tal fora o pai, tal é o filho. (comparativa)
Falou tanto, que ficou rouco. (consecutiva)
11. para separar as orações reduzidas de gerúndio,
de particípio ou de infinitivo.
Ex.: O cachorro pagava as carícias de Rubião, latin-
do, pulando, beijando-lhe as mãos.
12. para separar (ou para isolar) as palavras conclu-
sivas, explicativas, retificativas ou enfáticas da oração
(ou da frase).
Ex.: Passamos, isto é, pulamos uma vala.
Aliás, não lhe pede nada.
Obs.: Não se usa a vírgula, para separar o sujeito do
predicado, nem o verbo de seu complemento.
Ex.: O jogador pediu ao preparador para fazer testes
de capacidade física.
A BR-116, que, em Santa Catarina, atravessa a regi-
ão do chamado Planalto Serrano,...
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PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
O ponto-e-vírgula denota uma pausa mais longa que
a vírgula e emprega-se principalmente:
01. para destacar, separadamente, cada um dos seres
de um período composto.
Ex.: Márcia é enfermeira; Carlos é professor; e Te-
resa é aeromoça.
02. Para separar os considerandos de um decreto,
sentença, petição, etc.
Ex.: É função de todo político:
a) roubar;
b) mentir;
c) ficar à toa;
d) ser mau-caráter.
DOIS-PONTOS ( : )
Emprega-se este sinal de pontuação:
01. para anunciar a fala dos personagens nas histó-
rias de ficção;
Ex.: O baixinho retomou o leme, dizendo: – Olha,
menino, veja a Bahia.
Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz: –
Podemos avisar sua tia, não?
02. antes de uma citação direta;
Ex.: Repetia as palavras do pai:
– O mundo,sem a selva, será triste e mau.
O pessoal do extremo norte tem um slogan:
– Amazônia também é Brasil !!!
03. antes do aposto enumerativo.
Ex.: Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes,
geadas, insetos, daninhos, bichos, etc.
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e
o prestígio.
Existem, na esgrima, três modalidades de ar-
mas: florete, sabre e espada.
04. antes de orações subordinadas substantivas apo-
sitivas;
Ex.: A verdadeira causa das guerras é esta: os ho-
mens se esquecem do Decálogo.
Só ponho uma condição:
– Almoçarás comigo.
É triste dizer:
– O velho, às vezes, embriagava-se.
05. para indicar um esclarecimento, um resultado ou
um resumo do que se disse.
Ex.: Afinal, a casa não caíra do céu por descuido:
fora construída pelo major.
Resultado: no fim de algum tempo, tinha o
que se chama “dinheiro no Banco”.
TRAVESSÃO ( – )
O travessão (–) é um traço maior que o hífen e é
usado:
01. nos diálogos, para indicar mudança de interlocu-
tor, ou, simplesmente, no início da fala de um persona-
gem;
Ex.: – Você é daqui mesmo? Perguntei.
– Sou, sim senhor, respondeu o garoto.
02. para separar expressões ou frases explicativas
ou apositivas;
Ex.: Berço de um mundo novo – o promontório
dorme.
E, logo, me apresentou à mulher – uma estimá-
vel senhora – e à filha.
03. para isolar palavras ou orações para as quais se
deseja chamar a atenção do leitor;
Ex.: Acresce que chovia – peneirava – uma chuvi-
nha miúda, triste e constante...
04. para ligar palavras em cadeia de um itinerário.
Ex.: A via férrea São Paulo – Sorocaba.
A linha aérea Brasil – Estados Unidos.
A estrada Belém – Brasília.
O duplo travessão sempre substitui o duplo parênte-
se e, às vezes, a dupla vírgula.
Ex.: Uma das glórias – e tantas são elas! da ordem
Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.
ASPAS DUPLAS ( “...” )
01. Usam-se antes e depois de uma citação textual
(palavra, expressão, frase ou trecho);
Ex.: Disse Apeles ao sapateiro que o criticara:
“Sapateiro, não passes além da sandália!”
“A bomba não tem endereço certo.”
02. Costuma-se aspear expressões ou conceitos que
se desejam pôr em evidência:
Ex.: Miguel Ângelo, “o homem das três almas” ...
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de
“menino diabo”.
NOTA: Põe-se entre aspas ou, então, grifam-se pa-
lavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras li-
terárias ou artísticas, jornais, revistas; enfim, toda ex-
pressão que deva ser destacada: ... ao som dessa horren-
da música denominada “jazz-band”... (C. L.). Vem cá,
“chiquito”, não sejas assim desconfiado comigo... (M.
A.). Assim contou-me o “tira”... (A. Machado). O “Li-
berdade” nunca foi o que ora se chama uma folha
“amarela” (C. L.)
PONTO ( . )
O ponto é um sinal que marca fim de período. No
princípio, os iniciantes em redação, em geral, procuram
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evitá-lo. É aconselhável que cada assunto represente um
período, o que não quer dizer que todos os períodos de-
vam ser curtos.
O uso adequado do ponto leva à três qualidades do
estilo, que são: a correção, a elegância e a simplicida-
de.
O ponto é usado, ainda, em quase todas as abrevia-
turas:
Ex.: Cia. (Companhia), Sr. (Senhor), Sra. (Senhora),
pág. (página), Exmo. (Excelentíssimo).
Se a palavra abreviada estiver em final de pe-
ríodo, só usaremos um ponto.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
Usa-se:
01. em final de frase exclamativa;
Ex.: Como te pareces com a água, ó alma humana!
Que espetáculo é este quadro!
02. nas interjeições e nas locuções interjetivas;
Ex.: Ah! / Psiu! / Meu Deus!
03. para substituir a vírgula num vocativo enfático;
Ex.: Paula! onde estiveste?
04. costuma-se repetir o ponto de exclamação
quando a intenção é marcar um reforço na duração ou na
intensidade da voz.
Ex.: Quantas mulheres!!! / Viva eu!!!
Obs.: A exemplo do ponto de interrogação, não se
usa inicial maiúscula após o ponto de exclamação que
não indique final de período.
PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
Principais casos de uso:
01. nas orações interrogativas diretas;
Como vai você?
Onde estás?
02. em ordens, pedidos ou instruções;
Você poderia explicar essa estória direito?
Posso contar com sua colaboração?
03. entre parênteses, para indicar incerteza ou dúvi-
da sobre a frase ou o termo antecedente.
Ele saiu à meia-noite (?).
Todos afirmaram que a festa foi ótima (?).
RETICÊNCIAS ( ... )
Usam-se principalmente nos seguintes casos:
01. para indicar suspensão ou interrupção de pen-
samento;
A vida é punição, sonho, mentira...
E eu pensando que...
02. para sugerir certo prolongamento da ideia no
fim de um período gramaticalmente completo;
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu
também...
Como as rosas, são todas as mulheres: quem colher
a rosa também colhe o espinho...
03. para indicar hesitação ou breve interrupção de
pensamento;
Eu não a beijava porque ... porque ... eu tinha ver-
gonha.
04. para realçar uma palavra ou expressão;
Hoje em dia, mulher casa com “pão” e ... passa fo-
me.
05. para indicar pausa maior que aquela sugerida
pela vírgula.
A existência é surgir ... passar ... morrer.
***********************************************
CONCORDÂNCIA
1. NOÇÕES GERAIS
É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua
terminação para se adequarem harmonicamente na frase.
A concordância pode ser feita de três formas:
Lógica ou gramatical – é a mais comum no por-
tuguês e consiste em adequar o determinante (acompa-
nhante) à forma gramatical do determinado (acompanha-
do) a que se refere.
Exemplos:
– A maioria dos professores faltou.
O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito
(maioria)
– Escolheram a hora adequada.
O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram
com o substantivo (hora).
Atrativa – é a adequação do determinante:
a) a apenas um dos vários elementos determinados,
escolhendo-se aquele que está mais próximo:
– Escolheram a hora e o local adequado.
O adjetivo (adequado) está concordando com o
substantivo mais próximo (local)
b) a uma parte do termo determinado que não cons-
titui gramaticalmente seu núcleo:
– A maioria dos professores faltaram.
O verbo (faltaram) concordou com o substantivo
(professores) que não é o núcleo do sujeito.
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c) a outro termo da oração que não é o determinado:
– Tudo são flores.
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujei-
to (flores).
Ideológica ou silepse – consiste em adequar o
vocábulo determinante ao sentido do vocábulo determi-
nado e não à forma como se apresenta:
– O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram.
O verbo (aplaudiram) concorda com a ideia da pa-
lavra povo (plural) e não com sua forma (singular).
2. CLASSIFICAÇÃO
A concordância classifica-se em: nominal e verbal.
a) NOMINAL
1) Quando se refere a um único substantivo, o adje-
tivo concorda com ele em gênero e em número.
– Não deixe as portas abertas.
– O livro está sujo.
2) Quando o adjetivo vem antes dos substantivos:
* O adjetivo concorda em gênero e número com o
substantivo mais próximo.
– Encontramos abandonadas as cidades e os vilare-
jos.
– Encontramos abandonada a cidade e o vilarejo.
– Encontramos abandonado o vilarejo e a cidade.
* Quando os substantivos são nomes de pessoas ou
de parentescos, o adjetivo vai sempre para o plural.– Encontramos os cuidadosos tio e tia.
– Lemos essas afirmações nos talentosos Machado
de Assis e Euclides da Cunha.
3) Quando o adjetivo vem depois dos substantivos:
* Se os substantivos forem de gêneros diferentes e
estiverem no singular, o adjetivo geralmente concorda
com o mais próximo.
Roubaram a camisa e o paletó branco.
* Se os substantivos forem de gêneros diferentes e
estiverem no plural, o adjetivo, geralmente, concorda
com o gênero do substantivo mais próximo e vai para o
plural.
Pesquisei o assunto em livros e em revistas antigas.
* Se os substantivos forem de gêneros e números
diferentes, o adjetivo, geralmente, vai para o masculino
plural.
– Comprei esta revista e estes livros antigos.
– Comprei estas revistas e este livro antigos.
4) Nas expressões formadas pelo verbo SER +
ADJETIVOS .
* O adjetivo ficará no masculino singular, se o subs-
tantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
Limonada é bom para a saúde.
* O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
modificado por um artigo ou por qualquer outro deter-
minante.
Esta limonada é boa para a saúde.
5) O adjetivo concorda em gênero e em número
com os pronomes pessoais a que se refere:
Eu as vi ontem muito aborrecidas.
6) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, próprio, leso e
quite são palavras adjetivas e concordam, normalmen-
te, com os substantivos ou com os pronomes a que se re-
ferem.
– Anexas à carta, irão as listas de preços.
– A menina disse: muito obrigada.
– Ela mesma presidirá a reunião.
Obs.: A palavra Anexo, após a preposição em, não
varia.
Em anexo à carta, irão as listas de preços.
7) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
função adjetiva e concorda, normalmente, com o nome a
que se refere.
– Ela saiu só.
– Elas saíram sós.
* Quando equivale a “somente” ou a “apenas”, tem
função adverbial, ficando, portanto, invariável.
Ele só quer resolver o problema.
Eles só querem resolver o problema
8) A palavra bastante, quando for empregada como
advérbio, não se flexionará.
– Eles falaram bastante durante a reunião.
– Recebi projetos bastante interessantes.
* Quando for empregada como adjetivo, flexionar-
se-á normalmente.
Ex.: Recebemos bastantes projetos nesta semana.
9) As palavras alerta e menos são invariáveis.
– Os guardas estão sempre alerta.
– Desta vez, recebemos menos encomendas do que
vocês.
10) A palavra meio, quando for empregada como
adjetivo, concordará, normalmente, com o nome a que se
refere.
– Ele comeu meia maçã.
– Tomamos meia garrafa de cerveja.
* Quando for empregada como advérbio (modifi-
cando um adjetivo) permanecerá invariável.
Ex.: A moça está meio abatida.
b) VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com o seu sujeito.
Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.
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Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
1) Quando o sujeito é simples:
* Se for constituído por um substantivo coletivo, o
verbo irá para o singular.
Ex.: O batalhão refugiou-se no velho castelo.
* Se o substantivo coletivo for seguido de palavra
que especifique os elementos que os compõem, o verbo
poderá ir para o singular ou para o plural, conforme se
queira realçar a ação do conjunto ou de cada elemento.
Ex.: Um grupo de estudantes invadiu (ou invadi-
ram) o salão.
* Se for constituído por uma expressão que indica
quantidade aproximada, o verbo, geralmente, irá para o
plural.
Ex.: Perto de mil atletas prestaram juramento on-
tem.
* Se for constituído por uma expressão que indique
parte de um todo, o verbo poderá ir ou não para o plural.
A decisão depende, antes, de uma ação estilística.
Ex.: A maior parte dos candidatos desistiu (ou
desistiram) do concurso.
* Se for constituído pela expressão mais de um +
substantivo, o verbo ficará no singular, a não ser que
expresse ideia de reciprocidade.
Ex.: Mais de um aluno foi aprovado no teste.
Mais de um candidato se ofenderam nas
propagandas eleitorais.
2) Quando o sujeito é composto:
* Se vier depois do verbo, este, geralmente, concor-
dará com o núcleo mais próximo.
Ex.: Amedrontou-nos o silêncio e a escuridão do
lugar.
* Se os núcleos do sujeito constituem uma grada-
ção, o verbo, geralmente, fica no singular.
Ex.: A indignação, a raiva, o ódio tomou conta
do seu coração.
* Se os núcleos do sujeito são sinônimos ou têm
sentidos próximos, o verbo fica no singular.
Ex.: Sua calma e tranquilidade sempre nos
transmitia segurança.
* Se os núcleos do sujeito estão resumidos por um
pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, etc.), o verbo
fica no singular.
Ex.: Aflição, dores, tristezas, nada o fazia aban-
donar seu objetivo.
* Se o sujeito é composto por um ou outro ou nem
um nem outro, o verbo geralmente fica no singular.
Ex.: Um ou outro aluno será escolhido.
Nem um nem outro será eliminado.
* Se os núcleos do sujeito estão representados por
pronomes pessoais do caso reto, o verbo faz a seguinte
concordância:
– eu e tu; eu, tu e ele (s); eu e ele (s) = nós
– tu e ele (s) = vós (ou vocês)
Ex.: Eu, Célia e Renata faremos esta viagem.
Tu e teus amigos ireis (ou irão) à fazenda.
3) Verbo Ser:
O verbo SER concorda com o predicativo:
* Quando o sujeito é um dos pronomes isto, isso,
aquilo ou tudo.
Ex.: Tudo eram alegrias naquela casa.
Isto são os ossos do ofício.
* Quando o sujeito é constituído de uma expressão
de sentido coletivo.
Ex.: A maioria dos presentes eram jovens.
* Quando o predicativo é um pronome pessoal.
Ex.: O herdeiro destas terras serás tu.
* Em orações impessoais, indicando distância, tem-
po ou data.
Ex.: São três horas da tarde.
Eram sete de setembro de 1822.
Daqui ao sítio são dois quilômetros.
4) Verbos Bater, Soar e Dar:
* Quando forem empregados com referência às ho-
ras do dia, os verbos bater, soar e dar (ou seus sinôni-
mos) concordarão com o número de horas.
Ex.: Já soaram dez horas no relógio da sala.
Acabaram de dar quatro horas.
* Quando o sujeito desses verbos está explícito, a
concordância é feita normalmente.
Ex.: O relógio da sala bateu dez horas.
5) Haja vista:
A expressão haja vista admite três construções di-
ferentes:
* invariáveis (seguidas ou não de preposição).
Ex.: Haja vista os exemplos dados por ele.
Haja vista aos fatos explicados por essa te-
oria.
* variável (desde que não seja seguida de preposi-
ção), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Ex.: Hajam vista os exemplos de sua dedicação.
Obs.: A construção haja visto é errônea, devendo
ser sempre evitada.
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REGÊNCIA
1. NOÇÕES GERAIS
A sintaxe de regência é o mecanismo gramatical
que cuida das relações de dependência que as palavras
mantêm entre si numa frase, ou seja, numa frase haverá
sempre um termo (que pode ser um verbo, um substanti-
vo um adjetivo ou um advérbio) que exigirá um outro
termo que o complete ou que amplie o seu sentido.
Ex.: Na frase: “A criança tem medo fantasma”, está
faltando uma palavra para que esta fique completa. Nota-
se que o termo ausente é a preposição de. Essa preposi-
ção é exigida pela palavra medo (ter medo de) e estabe-
lece a relação entre medo e fantasma.
Assim, a frase completa é: “A criança tem medo de
fantasma”.
O termo que exige o outro é o regente; o termoexi-
gido é o regido ou o complemento.
2. CLASSIFICAÇÃO
Há duas espécies de regência: a nominal e a verbal.
REGÊNCIA NOMINAL
Ocorre a regência nominal quando o termo regente
for um nome (que pode ser um substantivo, um adjetivo
ou um advérbio).
Em geral, a relação de dependência entre um nome
e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.
O complemento, quando for regido por um nome,
será o complemento nominal.
Ex.: Minha escola fica longe de casa.
* termo regente = longe (advérbio)
* termo de ligação = preposição de
* termo regido = de casa (complemento nominal)
Muitos termos regentes admitem mais de uma re-
gência e, assim como ocorre com certos verbos, o senti-
do de uma frase pode ser modificado com a simples mu-
dança da preposição que acompanha o termo regido. As-
sim, o problema é escolher que preposição atende aos di-
tames da clareza, da eufonia e da regência nominal.
Para orientar você nesse aspecto, apresentamos, a
seguir, uma breve relação de nomes, acompanhadas de
preposições que os completam.
1. acostumado (a, com)
2. acesso (a)
3. afável (a, com, para com)
4. aflito (com, por)
5. alheio (a, de)
6. amor (a, de, para com, por)
7. ansioso (de, para, por)
8. apegado (a)
9. apto (a, para)
10. assíduo (a, em)
11. atenção (a, com, para, para com, sobre)
12. atencioso (a, com, para com)
13. aversão (a, para, por)
14. avesso (a)
15. ávido (de, por)
16. bom (a, com, de, em, para com)
17. capacidade (de, para)
18. capaz (de, para)
19. compaixão (de, para, para com, por)
20. compatível (com)
21. comum (a, entre)
22. contente (com, em, de, por)
23. contrário (a)
24. cruel (com, para, para com)
25. desejoso (de)
26. desprezo (a, de, para, para com, por)
27. devoto (a, de)
28. digno (de)
29. dúvida (acerca de, em, sobre)
30. empenho (de, em, por)
31. estima (a, de, em, para)
32. fácil (a, de, em, para)
33. fanático (de, por)
34. fértil (de, em)
35. fiel (a, em, para com)
36. gosto (a, de, em, para, por)
37. hábil (em)
38. hostil (a, contra, para com)
39. habituado (a, com)
40. idêntico (a, em)
41. imune (a, de)
42. inclinação (a, por, para)
43. ingrato (a, com, para, para com)
44. insensível (a)
45. intransigente (com, em)
46. inveja (a, de)
47. isento (de)
48. longe (de)
49. medo (a, de)
50. nocivo (a)
51. obediência, obediente (a)
52. ódio (a, contra, entre, para com)
53. ojeriza (a, com, contra, por)
54. orgulhoso (com, de, em, por)
55. paixão (de, por)
56. passível (de)
57. perto (de)
58. predileção (por, sobre)
59. preferência (por, sobre)
60. pronto (a, em, para)
61. próprio (a, de, para)
62. próximo (a, de)
63. relacionado (com)
64. respeito (a, de, para com, por)
65. satisfeito (com, de, em, por)
66. simpatia (com, para com, por)
67. surdo (a)
68. suspeito (a, de)
69. último (a, de, em,)
70. único (a, entre)
71. vazio (de)
72. versado (em)
73. zelo (a, de, por)
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REGÊNCIA VERBAL
Ocorrerá a regência verbal quando o termo regente
for um verbo e poderá estabelecer-se:
a) diretamente, sem auxílio de preposição.
Ex.: Vendi um terreno.
Neste caso, o verbo é chamado de transitivo dire-
to; e o termo regido, de objeto direto.
b) e indiretamente, com o auxílio obrigatório de
preposição.
Ex.: Gostamos de sorvete.
Neste caso, o verbo é chamado de transitivo indi-
reto; e o termo regido, de objeto indireto.
Nota: O objeto completa o sentido do verbo, por is-
so é o complemento verbal. Quando o verbo dispensa
esse complemento, chama-se intransitivo.
A seguir, damos a regência de alguns verbos:
Abreviações usadas:
VTD = verbo transitivo direto;
VTI = verbo transitivo indireto;
VTDI = transitivo direto e indireto;
VI = verbo intransitivo;
OD = objeto direto;
OI = objeto indireto.
* ABDICAR (renunciar)
VI - O rei abdicou.
VTD - O rei abdicou o império.
VTI + preposição "DE" - Ele abdicou de seus direi-
tos.
* ABRAÇAR
VTD - Ele abraçou a filha.
Como VTD, também tem o sentido de "seguir" ou
"adotar":
– Ele abraçou a carreira diplomática.
VTI (+ as preposições A, COM, CONTRA, EM):
– Ele abraçou-se ao filho.
– Ele abraçou-se com o filho.
– Ele abraçou-se contra o filho.
* ACEDER
VTI (+ a preposição A):
– Ela acedeu ao pedido do filho.
* ACONSELHAR
VTD - Um pai deve aconselhar os filhos.
VTDI (+ a preposição A):
– Não aconselho ninguém a ver este filme.
* ASPIRAR
VTD (com o sentido de "absorver", "cheirar"):
– Aspire o ar da manhã.
VTI (+ a preposição "A" no sentido de "desejar
muito", "pretender", “almejar”):
– Ele aspira ao sucesso.
Obs.: Nesta última acepção, o verbo aspirar rejeita
o pronome LHE (s) como complemento, devendo-se
usar em substituição as formas a ele (s), a ela (s):
– Aspiras a este cargo?
– Sim, aspiro a ele.
* ASSISTIR
VTI (+ a preposição "A", no sentido de ver ou pre-
senciar):
– Ele assistiu ao jogo.
Obs.: Nesta acepção, o verbo assistir rejeita o pro-
nome LHE (s) como complemento, devendo-se usar em
substituição as formas a ele (s), a ela (s):
VTI (+ a preposição "A", no sentido de caber por
direito):
– Este direito assiste aos deputados.
– Este direito lhes assiste.
VTD ou VTI (no sentido de socorrer, prestar as-
sistência):
– O médico assiste o (ao) ferido.
(com a preposição "EM", no sentido de "morar"):
– Mudou-se de Campinas e, atualmente, as-
siste em São Paulo.
* CHAMAR
VTD (no sentido de "mandar vir", convocar):
– O pai chamou os filhos.
(Obs.: Nesta acepção, pode ser construído também
com a preposição “POR”):
– Ele chamou por mim.
* Com o sentido de "apelidar", "dar nome a", o
verbo chamar admite as seguintes regências:
a) Chamaram o menino de bobo: Chamaram-no de
bobo.
b) Chamaram o menino bobo: Chamaram-no bobo.
c) Chamaram ao menino de bobo: Chamaram-lhe de
bobo.
d) Chamaram ao menino bobo. Chamaram-lhe bo-
bo.
* CHEGAR
VTI (construído com as preposições "A", “ATÉ” e
“DE”:
– Chegamos à cidade.
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* IR
VTI (construído com as preposições "A", “ATÉ” e
“PARA”):
– Fui à feira.
* CUSTAR
VTI (no sentido de ser difícil ou custoso, empre-
gando-se na 3ª pessoa do singular e tendo uma oração in-
finitiva como sujeito):
– Custou muito preparar esta festa. (errado)
– Custou-me muito preparar esta festa. (correto)
– Custa a crer que eles tenham brigado. (errado)
– Custa a ela crer que eles tenham brigado. (correto
)
* ESQUECER
VTD - Esqueci o livro.
VTI (pronominal, com a preposição "DE"):
– Esqueci-me do livro.
Obs.: As mesmas regências são válidas para o verbo
LEMBRAR:
– Lembro a cena. (correto)
Lembra-me a cena. (errado)
– Lembro-me da cena. (correto)
Lembram-me as cenas. (errado)
* IMPLICAR
VTD (no sentido de acarretar e de provocar):
– A desobediência ao regulamento implicará
o cancelamento da matrícula.
VTI (com a preposição "COM", no sentido de "an-
tipatizar", contender):
– O professor sempre implicava com os alu-
nos.
* INFORMAR
VTDI (com a preposição "A"):
– Informou o resultado da votação a ela.
VTDI (com a preposição "DE”):
– Informei os presentes do resultado da vota-
ção.
(Obs.: No sentido de “inteirar-se”, “pôr-se a par”,
o verbo informar é pronominal, sendo construído com a
preposição “DE”):
– Ele se informou do caso ontem, à noite.
* As mesmas regências são válidas para os verbos
CERTIFICAR, NOTIFICAR e PREVENIR.
* OBEDECER
VTI (com apreposição "A"):
– Obedeça ao regulamento.
– Obedeça-lhe atentamente.
Obs.: A mesma regência é válida para o verbo DE-
SOBEDECER.
* PENSAR
VTD (com o sentido de "curar", "tratar"):
– O médico pensou as feridas do soldado.
VTI (com a preposição "EM"):
– Ele está pensando em seus problemas.
Obs.:
a) com o sentido de "meditar", "refletir", o verbo
pensar constrói-se, também, com a preposição "SO-
BRE":
– Ele pensa sobre a morte.
b) com o sentido de "julgar", "fazer conceito de al-
guém", constrói-se com a preposição "DE":
– Ele pensou mal de nós.
* PREFERIR
VTDI (com a preposição "A"):
– Prefiro passear a ver televisão.
Obs.: Preferir significa "querer antes", portanto,
são errôneas as construções do tipo: "Prefiro mais isto do
que aquilo", "Prefiro antes isto ...".
* PRESIDIR
VTD ou VTI (com a preposição "A" e "EM"):
– Ele presidiu os trabalhos.
– Ele presidiu aos trabalhos.
– Ele presidiu nos trabalhos.
* REPARAR
VTD (com o sentido de "consertar")
– Chame alguém para reparar esta máquina.
VTI (com a preposição "EM", no sentido de "pres-
tar atenção"):
– Repare na beleza desta moça.
* RESPONDER
VTDI - Respondi aos amigos que não iria embora.
* VISAR
VTD (no sentido de mirar ou pôr o visto em):
– O caçador visou o animal.
– O funcionário visou o passaporte.
VTI (com a preposição "A", no sentido de "ter em
vista", "desejar"), não admitindo nesse caso o pronome
LHE (s) como complemento, que deve ser substituído
por a ele (s), a ela (s):
– Você visa ao poder?
– Sim, viso a ele.
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SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS
As relações de significado entre palavras atuam
como um dos elementos estruturadores dos textos. Para
investigar como isso ocorre, estudaremos, neste capítulo,
algumas dessas relações.
*Relações de significado entre as palavras
Introdução
Toda Saudade
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim.
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir.
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão
do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gil, Gilberto, In: O eterno Deus Mu Dança. LP WEA
670.8059, 1989. Faixa 5, lado 2.)
O texto “Toda Saudade” consegue transmitir aquilo
que a saudade tem de mais característico: a ideia de
permanência daquilo e daqueles que não permanece-
ram. Para alcançar essa noção tão difícil de definir, a
canção explora principalmente a possibilidade de apro-
ximar e relacionar palavras de sentidos opostos, como
presença/ausência, sim/ não, escuridão/clarão. Contami-
nadas por esse procedimento, outras palavras adquirem
sentidos opostos no texto: vedar/trazer, deixar/guardar,
sol/solidão.
As relações de significado entre as palavras consti-
tuem um poderoso instrumento de organização dos tex-
tos. No caso de “Toda Saudade”, podemos afirmar que o
conjunto do texto se articula a partir da oposição de sen-
tidos entre palavras. Não se deve deixar de perceber que
as relações de significado são muitas vezes exclusivas de
um determinado texto, resultando a organização particu-
lar desse texto.
*Relações de significado e construção de textos
Palavras de significados opostos como “ausência” e
“presença” ou “sim” e “não“ são chamadas antônimos.
A aproximação de antônimos gera efeitos expressivos
capazes de sugerir noções sutis, como o que ocorre em
“Toda Saudade”.
Palavras de mesmo significado são chamadas sinô-
nimos. É o que ocorre, por exemplo, com palavras como
“agradável”, “aprazível”, “deleitável”, “deleitoso”, “de-
licioso”, “ameno”, “grato”, “gostoso”, “saboroso”. Ob-
serve que os sentidos dessas palavras são próximos, mas
não são exatamente equivalentes.
O uso de palavras sinônimas pode ser de grande uti-
lidade nos processos de retomada de elementos que in-
ter-relacionam as partes dos textos. Observe:
“Alguns segundos depois, apareceu um menino.
Era um garoto magro, de pernas compridas e finas. Um
típico moleque.”
Apesar de cada uma dessas palavras terem seus ma-
tizes próprios de significação, são usadas no texto para
designar um mesmo ser. Perceba, assim, que a relação de
sinonímia não depende exclusivamente do significado
das palavras isoladas, mas resulta também do emprego
que têm nos textos.
Uma relação de significado muito importante para a
construção de textos é a que se estabelece entre hiperô-
nimos e hipônimos. Um hiperônimo é uma palavra cujo
significado é mais abrangente do que o seu hipônimo: é
o que acontece, por exemplo, com as palavras “veículo”
e “carro” - “veículo” é hiperônimo de “carro” porque em
seu sentido está contido o significado de “carro”, ao lado
do significado de outras palavras como “carroça”,
“trem”, “caminhão”. “Carro” é um hipônimo de “veícu-
lo”.
A relação entre hipônimos e hiperônimos é muito
útil para a retomada de elementos textuais:
- Há muito tempo planejavam derrubar aquele ipê.
A velha árvore parecia perturbar os administradores
municipais.
- Proteja o lobo-guará. É um animal que corre o ris-
co de extinção.
São hiperônimos muito importantes palavras de
sentido genérico como “fato”, “acontecimento”, “coi-
sa”, “fenômeno”, “pessoa”, “ser”. Essas palavras são
muito frequentes nos mecanismos de retomada de ele-
mentos textuais. Vejamos:
– A ampliação da pobreza compromete a estabili-
dade social do país e é um fato que não pode ser omitido
em qualquer proposta séria de planejamento governa-
mental.
– A troca de insultos sopapos entre os deputados
ganhou destaque nos jornais. O acontecimento foi recri-
minado em vários editoriais.
As palavras de sentido genérico e os hiperônimos
são muito úteis para a retomada de elementos textuais
anteriormente citado. Seu uso deve ser limitado a essa
função, pois essas palavras carecem da precisão caracte-
rística dos hipônimos.
Da relação existente entre a expressão e o seu signi-
ficado, surge a denotação e a conotação.
DENOTAÇÃO – é a propriedade que possui uma pa-
lavra de limitar-se a seu próprio conceito mostrando,
apenas, seu significado original, autêntico e objetivo.
CONOTAÇÃO – é a capacidade de uma palavra po-
der ampliar-se no seu significado, tomando outro senti-
do, em razão do próprio contexto. São comuns, nas obras
literárias, os autores recorrerem aos vocábulos conotati-
vos para criarem uma realidade imaginária.
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Tomemos, por exemplo, a palavra ESTRELA:
Será denotativa quando designar sua real exis-
tência, seu sentido próprio - corpo celeste.
Ex.: - As estrelas brilham em noite de esplendor.
- O Sol é a estrela mais próxima da Terra.
Terá valor conotativo quando deixar de ter sen-
tido próprio para figurar uma celebridade artística ou
uma opinião.
Ex.: - As estrelas do cinema brilham na noite do
Oscar.
- Romário é uma estrela em decadência.
Graficamente, diríamos que as palavras podem ser
vistas sob dois aspectos:
ASPECTO
DENOTATIVO
ASPECTO
CONOTATIVO
objetivo
um significado
racional
próprio
real
subjetivo
vários significados
irracional
figurado
irreal
SENTIDO
Denotação versus Conotação
Denotação é a significação literal ou o sentido evo-
cado da palavra no dicionário.Conotação é um novo plano de conteúdo para um
significante.
Significante versus Significado
Para entender esse par de conceitos, devemos levar
em conta que o signo linguístico é constituído por duas
partes distintas, embora uma não exista separada da ou-
tra. Esse signo divide-se numa parte perceptível, consti-
tuída de sons, que podem ser representados por letras, e
numa parte inteligível, constituída de um conceito.
A parte perceptível do signo denomina-se signifi-
cante ou plano de expressão; a parte inteligível, o con-
ceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo.
Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos
uma combinação de sons (o significante) que associamos
imediatamente a um conceito (o significado).
POLISSEMIA
É a propriedade que os vocábulos têm de assumi-
rem, numa única palavra, vários significados, de acordo
com a frase ou contexto.
Tomemos, como exemplo, o adjetivo FINO:
- O garoto tinha a voz fina. (aguda)
- A faca do açougue tem a lâmina fina. (afiada)
- Campari é uma bebida fina. (excelente)
- Aquele senhor é tão fino, que dá gosto conversar
com ele. (educado)
Outras palavras polissêmicas: linha, ponto, manga,
pé, pena, velar, o verbo dar, e outras.
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL
Acabamos de dizer que é muito comum um único
significante evocar vários significados e que, nesses ca-
sos, ocorre a polissemia. Mas isso não chega a constituir
problema para a clareza e objetividade de comunicação,
porque a polissemia, em geral, fica neutralizada pelo
contexto.
SEMÂNTICA
1. INTRODUÇÃO – CONCEITO
Semântica é a ciência da gramática que estuda a
significação das palavras, procurando definir as rela-
ções das mesmas com os objetos que elas designam.
*Relações de sentido entre itens lexicais
O léxico consiste no repertório de palavras de que
uma dada língua dispõe. Ou melhor, o léxico é sinônimo
de vocabulário.
O vocabulário de uma nação civilizada apresenta
várias modalidades que podem coexistir sem quebra de
sua estrutura comum, de sua unidade.
No português usado hoje no Brasil, podemos perce-
ber influência lexical de várias modalidades, das quais
destacamos:
Neologismo – palavras novas que se incorporam
à língua;
Gíria – vocabulário que surge num determinado
grupo social;
Regionalismo – vocabulário próprio de uma da-
da região;
Jargão – linguagem típica de uma determinada
profissão;
Estrangeirismo – termos estrangeiros incorpora-
dos à nossa língua;
O autor de um texto pode escolher palavras dentro
de uma determinada modalidade lexical, para criar efeito
de sentido. Pode escrever seu texto em gíria, ou utilizar
uma linguagem regionalista ou fazer uso de muitos jar-
gões. Isoladas, essas palavras pouco comunicam. O que
determina o seu significado é o contexto em que ela apa-
rece e o que importa não é apenas identificar a escolha
feita pelo autor, mas verificar qual é a função que elas
têm no sentido do texto. Uma mesma palavra pode pos-
suir significações diferentes, dependendo do contexto em
que está inserida.
2. CLASSIFICAÇÃO
As palavras quanto ao seu significado podem apre-
sentar:
a) SINONÍMIAS (sinônimas) – quando têm o
mesmo significado ou identidades semelhantes.
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Exemplos:
alfabeto = abecedário
brado = grito, berro, clamor, etc.
apagar = extinguir, suprimir, etc.
banal = vulgar
justo = certo, íntegro, imparcial, etc.
Raramente, as palavras apresentam sinonímia per-
feita.
O grego e o latim são responsáveis, positivamente,
pela existência de inúmeros pares de sinônimos em nossa
língua. Vejamos alguns:
adversário = antagonista
moral = ética
colóquio = diálogo
translúcido = diáfano
semicírculo = hemiciclo
contraveneno = antídoto
oposição = antítese
b) ANTONÍMIAS (antônimas) – quando apresen-
tam significados opostos.
Exemplos:
longe = perto
ordem = anarquia
louvar = censurar
amor = ódio
calor = frio
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sen-
tido oposto ou negativo.
Exemplos:
bendizer - maldizer
progresso - regresso
comunista - anticomunista
pré-nupcial - pós-nupcial
esperar - desesperar
c) HOMONÍMIAS (homônimas) – são palavras
que possuem determinadas semelhanças. Subdividem-se
em:
- Homógrafas e Homófonas – também chamadas
de Homônimas Perfeitas, por possuírem sons e grafias
iguais, porém apresentando significados diferentes.
são (sadio) - são (v. ser) - são (santo)
morro (subst.) - morro (verbo)
mato (subst.) - mato (verbo)
somem (somar) - somem (verbo sumir)
- Homônimas homógrafas – também conhecidas
como Homógrafas heterófonas, são palavras iguais na
escrita, porém apresentam sons diferentes.
colher (subst.) - colher (verbo)
vede (v. ver) - vede (v. vedar)
apoio (v. apoiar) - apoio (subst.)
jogo (v. jogar) - jogo (subst.)
- Homônimas homófonas – também conhecidas
como Homônimas heterográficas, por possuírem sons
iguais, porém grafias e significados diferentes.
acender (pôr fogo)
ascender (subir)
apreçar (verificar o preço)
apressar (acelerar)
concerto (espetáculo musical)
conserto (ato de arrumar)
cela (quarto de prisão)
sela (arreio)
sela (verbo selar)
censo (recenseamento)
senso (juízo, raciocínio)
Nota:
A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por is-
so, é considerada uma deficiência dos idiomas.
d) PARONÍMIAS (parônimas) – são as que têm
semelhanças na pronúncia e na grafia, porém, apresen-
tam significados diferentes.
Exemplos:
- Ao sair apressado por causa de um incidente, João
provocou um acidente.
- O número de docentes da FEDF é incompatível
com o discente.
Enriqueça seu vocabulário:
afear............
afiar.............
=
=
tornar feio.
amolar.
acidente.......
incidente......
=
=
desastre.
acontecimento, imprevisto.
arrear..........
arriar...........
=
=
pôr arreio.
abaixar, descer.
bocal............
bucal............
=
=
embocadura.
relativo à boca.
coro..............
couro.............
=
=
coral.
pele.
cesta.............
sesta.............
Sexta.............
=
=
=
utensílio.
repouso.
numeral.
cavalheiro.....
cavaleiro.......
=
=
homem gentil, educado, cortês.
homem que anda a cavalo.
comprimento
cumprimento
=
=
extensão.
saudação.
descrição......
discrição.......
=
=
ato de descrever.
qualidade do que é discreto.
descriminar..
discriminar....
=
=
inocentar
distinguir.
despensa......
dispensa.......
=
=
local para guardar alimentos.
licença, isenção, liberação para não
fazer algo.
docente.........
discente........
=
=
que ensina, relativo a professor.
que aprende, relativo a aluno.
emergir.........
imergir...........
=
=
boiar, aparecer.
afundar, sumir.
emigrar....... = deixar o país para morar em outro.
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imigrar..........
=
entrar num país estranho
migrar - mudar de uma região para
outra.
fuzil...............
fusível...........
=
=
arma de fogo.
dispositivo de proteção contra descar-
ga elétrica.
infli-
gir............
infrin-
gir..........
=
=
castigar.
desobedecer à normas.
meado...........
miado............
=
meio.
voz do gato.
peão..............
pião...............
=
=
trabalhador.
brinquedo.
ouço..............
osso..............
=
=
do verbo ouvircada uma das partes do esqueleto
ratificar..........
retificar..........
=
=
confirmar.
corrigir.
recriar...........
recrear....
=
tornar a criar.
proporcionar recreio.
sede.............
cede.............
=
=
vontade de beber.
do verbo ceder.
sortir.............
surtir.............
=
=
abastecer
produzir
tráfego..........
tráfico............
=
=
trânsito.
comércio ilegal.
xeque...........
cheque..........
=
=
lance do jogo de xadrez.
ordem de pagamento.
e) POLISSÊMICAS (polissemia) – é a propriedade
que os vocábulos têm de assumirem, numa única pala-
vra, vários significados, de acordo com a frase ou con-
texto.
Tomemos, como exemplo, o adjetivo FINO:
- O garoto tinha a voz fina. (aguda)
- A faca do açougue tem a lâmina fina. (afiada)
- Campari é uma bebida fina. (excelente)
- Aquele senhor é tão fino, que dá gosto con-
versar com ele. (educado)
Outras palavras polissêmicas: linha, ponto, manga,
pé, pena, velar, o verbo dar, e outras.
***********************************************************
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
CRASE
A crase significa a fusão da preposição “A” com o
(s) artigo (s) feminino (s) “A(S)” ou com o(s) pronome
(s) demonstrativo (s) “A(S)”. A crase é indicada pelo
acento grave ( ` ).
1. REGRA FUNDAMENTAL
Emprega-se o sinal indicativo de crase, quando a
palavra antecedente exige a preposição “a” e a que segue
é precedida de artigo feminino A.
Para sabermos se há crase, basta provar a existência
da preposição “A” e do artigo feminino (A ou AS). O
que se conclui é que a crase só pode ser usada antes da
palavra feminina.
Também chamamos crase à contração da preposição
“A” com o “A” inicial dos pronomes demonstrativos
“aquele(s), aquela(s), aquilo”.
– Entregue o livro àquele moço.
– Não me refiro àquilo.
– Vamos à praia.
2. NORMAS PRÁTICAS
a) Trocar a palavra feminina por uma masculina. Se
aparecer “AO”, devemos usar crase.
Vou à festa. (Vou ao teatro).
Às grandes causas, grandes juristas. (Aos gran-
des processos, grandes juristas)
b) Com nomes indicando localidades, deve-se trocar
o verbo por outro que peça uma preposição diferente. (Se
aparecer “DA” ou “NA”, devemos usar à).
Vou à Bahia. (Gosto da Bahia/Venho da Bahia)
Vou a Roma. (Venho de Roma).
Vou à alegre Roma. (Estive na alegre Roma).
3. CASOS ESPECIAIS
a) A palavra CASA:
- Sem especificação, não haverá crase:
Cheguei a casa tarde.
- Com especificação, haverá crase:
Retornei à casa paterna.
Nunca mais regressamos à casa de Ourinhos.
b) A palavra DISTÂNCIA:
- Independentemente de ela estar ou não especifica-
da, haverá crase.
Avistei-o à distância de cem metros.
Avistei-o à distância.
c) A palavra TERRA:
- Dispensará o sinal indicativo de crase, se estiver
sendo usada com o sentido oposto a “a bordo” (lingua-
gem náutica).
Os piratas foram a terra.
- Com o sentido de pátria, região ou planeta, haverá
crase:
Regressamos à terra natal.
A espaçonave voltou à Terra.
4, CRASE OBRIGATÓRIA
a) Em grande número de locuções formadas de pa-
lavras femininas: às vezes; à direita; à prova; às ordens,
à vontade; às pressas; às tantas, etc.
b) Em expressões de tempo formadas de palavras
femininas: partirá às três horas; sairá à uma hora; chegou
à noite.
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5. CRASE FACULTATIVA
a) Antes de nomes de mulheres: Leve isto à (a) Jú-
lia. Não havendo intimidade, não se deve usar crase, pois
não se usa artigo: Referiu-se a Cleópatra.
b) Antes de possessivos femininos: Enviei o pre-
sente à (a) minha neta.
c) Após a preposição ATÉ: Fui até à (a) escola.
6. CRASE PROIBIDA
a) Antes de substantivos masculinos: Temor a Deus.
Obs.: Usa-se a crase quando estiver subentendida a
expressão: “moda de”, “maneira de”.
– Escreve à Machado de Assis.
– Usa calças à Pierre Cardin.
b) Antes de verbo:
Começou a gritar de repente.
c) Antes de pronomes em geral.
Solicitarei a ela este favor.
Dirigi-me a Vossa Senhoria.
Obs.: Os pronomes de tratamento dona, senhora,
senhorita e madame exigem artigo definido antes deles,
havendo, então, crase:
– Pedirei à senhorita tudo o que necessitar.
d) Quando, após a preposição “A”, vier uma palavra
no plural.
Nunca vai a festas.
e) Em locuções formadas de palavras repetidas.
Ficaram frente a frente.
A água caía gota a gota.
***********************************************
1. VALOR ESTILÍTICO DAS PALAVRAS –
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÕES DE ES-
TRUTURAS
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS:
A estilística estuda os processos de manipulação das
várias maneiras de exprimir o pensamento.
São processos que concorrem para uma boa expressi-
vidade do estilo:
correção: é a correta aplicação da norma linguís-
tica no uso da língua.
clareza: processo pelo qual quem escreve deve
fazer-se entender com relativa facili-
dade.
precisão: é o emprego oportuno de palavras e de
de expressões que se ajustam às ideias.
harmonia: é o emprego das palavras com sons
variados e com distribuição proporcio-
nal dos acentos tônicos e das pontua-
ções, produzindo um ritmo agradável.
Compare as duas maneiras de construção das frases
abaixo:
– Os homens pararam, o medo no coração.
– Os homens pararam, com o medo no coração.
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e
elegante. Desvia-se da norma, estritamente, gramatical,
para atingir um fim expressivo ou estilístico. Foi com es-
se intuito que, assim, a redigiu Jorge Amado.
1.2. TIPOS DE FIGURAS ESTRUTURAIS DE
CONSTRUÇÃO:
Nem sempre, as frases organizam-se com absoluta
coesão gramatical, levando-nos, com frequência, a des-
vios das normas gerais da linguagem com uso de recur-
sos especiais, para propiciar à expressão mais força, mais
colorido e mais beleza.
A essas construções que se afastam das estruturas re-
gulares (ou comuns), que visam a transmitir à frase mais
concisão, expressividade ou mais elegância, dá-se o no-
me de FIGURAS DE LINGUAGEM.
Compreendem três tipos:
a) Figuras de Palavras:
Ocorrem, quando as palavras sofrem desvios em sua
significação própria, ganhando outros sentidos.
Vejamos:
O sol é a estrela de maior brilho do nosso sistema.
Robinho é a estrela de maior brilho do futebol brasi-
leiro.
No primeiro exemplo, estrela está empregada no sen-
tido próprio, em seu significado normal (corpo celeste).
No segundo, estrela tem um sentido figurado, ocasional,
pela celebridade do jogador.
As mais importantes figuras de palavras são:
1) metáfora: é o uso de uma palavra desviada do seu
sentido normal, com a qual tem alguma semelhança real
ou imaginária, comum aos seres que ela designa.
Ex.: As mulheres são as rosas do jardim da vida.
“Lá fora, a noite é um pulmão ofegante”.
Atenção: Não confunda metáfora com comparação.
Nesta, os termos vêm acompanhados dos conectivos
comparativos (como, tal qual, tal como, etc.). Compare:
Maguila lutava como um touro.
Maguila era um touro.
2) metonímia: consiste em substituir uma palavra
por outra, com a qual se acha relacionada por dependên-
cia de idéia. Esta substituição ocorre de inúmeras manei-
ras:
* o autor pela obra:
Ex.: Gosto de ler Graciliano Ramos. (O que real-
mente leio é a obra do autor.)
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* o efeito pela causa:
Ex.: Os aviões semeavam a morte. (A morte é o
efeito das bombas –causa, jogadas pelos aviões.)
* o continente pelo conteúdo:
Ex.: Tomou uma garrafa de cachaça. (Ele não be-
beu a garrafa e, sim, o conteúdo dela.)
* o conteúdo pelo continente:
Ex.: Passa-me a manteiga. (O que se pede, na rea-
lidade, é o recipiente que contém a manteiga.)
3) perífrase: é uma expressão que designa os seres
através de alguns atributos ou de fatos que os tornam cé-
lebres.
Ex.: O rei do futebol faz jogadas no campo da políti-
ca. (Pelé)
A cidade maravilhosa foi tomada pelos seval-
gens cães do crime. (Rio de Janeiro)
4) catacrese: consiste no desvio do significado de
uma palavra por outra de relacionamento contraditório,
por falta ou por esquecimento da palavra própria.
Ex.: Os Senadores farão a Sabatina na quarta-feira.
(sabatina = sábado)
– Tenho péssima caligrafia. (caligrafia = bela
letra)
– O Presidente embarcou no avião das seis.
(embarcar = tomar barca)
b) Figuras de Construção (ou de sintaxe):
São vocábulos que se afastam das normas gramati-
cais, visando a transmitir maior expressividade à frase.
As mais comuns são:
1) pleonasmo: consiste na repetição de termos des-
necessários, com o objetivo de dar ênfase e vigor à ex-
pressão. Pode ser:
* literário: quando a repetição tem finalidade ex-
pressiva consagrada na tradição da linguagem.
Ex.: Vi com meus próprios olhos.
A mim, ninguém me engana.
Sempre, viveu uma vida folgada.
2) polissíndeto: consiste em repetir, reiteradamente,
conectivos coordenativos (geralmente, a conjunção “e”)
dentro de uma oração, para dar a ideia de ações rápidas e
sucessíveis.
Ex.: Trabalha, e lima, e teima, e sofre, e sua.
(Olavo Bilac)
Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.
(A. de Oliveira)
3) elipse: é a omissão de uma palavra (ou de uma
oração), sem prejudicar a clareza de sentido e de ordem.
É uma espécie de economia de palavras.
As elipses mais comuns são de:
* sujeito:
Ex.: João e Maria amam-se, casaram ontem.
└> eles
* verbo:
Ex.: Quando jovem, Roseane era elegante.
└> era
* substantivo:
Ex.: Em época de carnaval, a Brahma rola solta.
└> cerveja
* conjunção:
Ex.: Se me apoiares e eu for eleito, serás recom-
pensado.
└> se
Pode ocorrer a elipse total ou parcial de uma oração.
Ex.: Perguntei-lhe quando voltaria. Ele disse que não
sabia. (ele disse que não sabia quando voltaria).
4) zeugma: é uma espécie de elipse e ocorre, quando
omitimos um termo já expresso. Será simples, se o termo
omisso for, exatamente, o mesmo já existente. Será
complexa, quando abarca, principalmente, os casos em
que se omite um verbo já expresso, mas dando a ideia de
outra flexão. Vejamos:
Alguns políticos são honestos; outros não. (isto é: ou-
tros não são – zeugma simples).
– Compraram duas laranjas; e eu, uma maçã. (e eu
comprei uma maçã – zeugma complexa).
5) silepse: ocorre, quando efetuamos a concordância
não com os termos expressos, mas com a ideia a eles as-
sociados. Pode ser:
Ex.: Os brasileiros somos otimistas. (quem fala
também participa do processo verbal).
* silepse de número:
Ex.: Deu-me notícia da família. Estão bons. (família
dá a ideia de conjunto de pessoas íntimas).
* silepse de gênero:
Ex.: V. Exa. ficou irritado. (V. Exa. = pessoa do sexo
masculino).
6) hipérbato (ou inversão): consiste na inversão da
ordem normal dos termos da oração ou da oração no pe-
ríodo.
Ex.: Que estudemos é preciso.
Sumiu o livro que comprei.
Está aberta a porta da sala.
O hipérbato compreende:
* a prolepse ou a antecipação: quando deslocamos
um termo de realce (ou de ênfase) para o início da frase.
Ex.: O próprio Presidente dizem que gostou do car-
naval.
A Suíça falam que é bonita.
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* a anástrofe: consiste na anteposição do termo regi-
do de preposição ao termo regente.
Ex.: “Ela, triste mulher, ela tão bela
Dos seus anos na flor.”
(A. de Azevedo)
“– Vingai a pátria oh! valentes
Da pátria tombai no chão!”
(F. Varela)
* a sínquise: consiste na inversão violenta dos termos
da oração, de tal modo, que torna difícil sua interpreta-
ção.
Ex.: Um cãozinho tinha o garoto fofinho e peludinho.
(na realidade, o garoto tinha um cãozinho fofinho e pe-
ludinho).
7) anacoluto: é a falta de nexo sintático entre o início
e o fim da frase provocada por desvio da ideia inicial
proposta.
Ex.: Quem ama o feio, bonito lhe parece.
Morrer, todos haveremos de morrer um dia.
Eu não me importa a desordem da sala.
8) honomatopéia: é o aproveitamento de vocábulos
cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres.
Ex.: “Pedrinho, sem mais palavras, deu rédeas e,
lept! lept! arrancou estrada afora.”
(Monteiro Lobato)
9) repetição: consiste em reiterar determinada letra,
palavra ou oração, para intensificar ou para enfatizar a
ideia sugerida.
Ex.: “Cantei, cantei, é tão cruel cantar assim!”
(Chico B. de Holanda)
Quando o céu está carregado com nuvens pesa-
das, rápido o raio rutila retalha.
A noite foi ficando escura, escura, até que a úl-
tima estrela se escondeu.
c) Figuras de Pensamento:
São as figuras que envolvem, principalmente, as
emoções, os sentimentos e as paixões.
As principais figuras de pensamento são:
1) antítese: é a figura que aproxima palavras de sen-
tido oposto.
Ex.: No interior daquele homem feio, há um mar de
beleza.
Cada um leva consigo uma alma de covarde e
uma alma de herói.
2) hipérbole: é o exagero de uma expressão ou a de-
formação da verdade, com o fim de impressionar.
Ex.: A garota chorou rios de lágrimas, ao perder o
namorado.
A corrupção no Brasil inunda os jornais com no-
tícias.
3) eufemismo: é o abrandamento no uso da palavra,
para a ideia ficar menos grosseira, desagradável ou cho-
cante.
Ex.: Senna foi desta para melhor. (= morreu)
O deputado faltou com a verdade na CPI. (=
mentiu)
No DF, há escolas para crianças excepcionais.
(= retardadas)
4) ironia: consiste em dizermos o contrário do que
pensamos, quase sempre, com intenção sarcástica.
Ex.: Veja que bela administração pública a nossa! a
corrupção anda solta.
O Brasil é uma fábrica de economistas. Conse-
guem viver com um salário mínimo.
5) Personificação (ou prosopopéia): é a atribuição a
seres irracionais (ou abstratos) de ações ou de sentimen-
tos próprios dos homens. Esta figura também é conheci-
da como ANIMIZAÇÃO, porque empresta vida a seres
inanimados.
Ex.: “Chora orvalho a grama que palpita.”
(Castro Alves)
Os rios choram de agonia sufocados a tanta su-
jeira.
1.3. VÍCIOS DE LINGUAGEM
Na contramão das figuras de linguagens, há aquelas
que, erradamente, empregamos contra as normas grama-
ticais, produzindo palavras ou frases que empobrecem o
pensamento e sua forma de expressão. São os vícios de
linguagem.
Vejamos alguns casos:
*Barbarismo: são os erros relativos a palavras, ou
seja, erros prosódicos, ortoépicos, semânticos, gráficos,
etc.
*Ambiguidade: é o duplo sentido provocado pela
má construção da frase.
Ex.: Paulo comeu um bolo e sua irmã também.
*Cacofonia: é qualquer sequência vocabular que
provoque som desagradável, sentido ridículo ou torpe.
Ex.: Mande-me já isso.
Por cada mil habitantes.
A vez passada comemos aqui.
Meu time nunca marca gol.
*Solecismo: são os erros de sintaxe. Podem ser de
concordância, de regência, de colocação, etc.
Ex.: Falta dez dias para o início das aulas.
Os operários revoltar-se-ão, se o pagamento
não for realizado na data previsto.
*Colisão: é a repetição de consoantesou de sílabas
iguais ou parecidas.
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– O doido deu o dado ao doutor.
– Como eu o considero muito, quero que o colega
conte comigo.
*Pleonasmo vicioso: é a colocação desnecessária
de expressão que soa mal ao enunciado.
São as expressões do tipo: subir para cima, entrar
para dentro, ilha fluvial, etc.
PARALELISMO SEMÂNTICO E SINTÁTICO
1. Paralelismo Semântico:
É a correlação de sentido que garante a preservação
do sistema lógico de associações. A sua quebra produz
efeito inusitado.
Exemplos:(a) João é simpático e sapateiro.
(b) Gosto de crianças e de uvas.
Em ambos os casos, há incongruência de sentido.
Ocorre paralelismo sintático, mas as ideias são desco-
nexas. Nesses exemplos, a ruptura do paralelismo se-
mântico é evidente. Menos visível está em um caso co-
mo:
(c) Há uma grande diferença entre os candidatos e
as vagas.
Ora, o que se pretende dizer é que há uma grande
diferença entre o número de candidatos e o número de
vagas. Candidatos e vagas não são elementos compará-
veis. O que se pode comparar são duas quantidades.
É curioso notar, entretanto, que a ruptura do parale-
lismo semântico pode provocar efeitos estéticos.
Veja o seguinte exemplo, extraído da obra Dom
Casmurro, de Machado de Assis:
"...encontrei, no trem da Central, um rapaz, aqui,
do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu".
2. Paralelismo Sintático
É o nome que se dá à estruturação similar de ora-
ções ou de sintagmas dispostos em sequência. É chama-
do, também, de simetria de construção. O paralelismo
é, particularmente, útil, para assegurar a clareza de cons-
truções organizadas, segundo o princípio da coordena-
ção.
Exemplos:(a) Temiam o lançamento de um livro
escandaloso e capaz de revolucionar o cenário das le-
tras no país.
(b) Temiam o lançamento de um livro que provo-
casse escândalo e (que) pudesse revolucionar o cenário
das letras no país.
Os dois exemplos acima ilustram situações em que
se preservou o paralelismo sintático.
Em (a), existe coordenação entre dois adjetivos
("escandaloso" e "capaz"); em (b), existe coordenação
entre duas orações adjetivas ("que provocasse..:' e "que
pudesse..:').
Para compreender melhor a questão, observe um
exemplo de quebra do paralelismo sintático:
(c) Temiam o lançamento de um livro escandaloso e
que pudesse revolucionar o cenário das letras no país.
Em (c), ocorre a coordenação de termos de natureza
diferente (o adjetivo "escandaloso" e a oração adjetiva
"que pudesse..:”). Embora seja uma construção possível,
os textos (a) e (b) são mais coesos e claros.
Verbos como "preferir" e "distinguir", por
exemplo, admitem dois complementos (objeto direto e
objeto indireto) de mesma natureza. Assim, é convenien-
te que se mantenha, entre os objetos, o paralelismo gra-
matical, ainda que não se trate de coordenação. Observe:
Não distinguia os honestos dos corruptos. (Os dois
complementos são antecedidos de artigo.)
Não distinguia honestos de corruptos. (Nenhum dos
dois complementos é antecedido de artigo.)
Preferia passear pela cidade a viajar para outro
país. (os dois complementos são verbos) Preferia pas-
seios rápidos a viagens longas. (Os dos complementos
são substantivos.)
Na maior parte dos casos, os verbos que admitem
dois complementos constroem-se com um complemento
da ação verbal, propriamente, dito (objeto direto) e com
um destinatário da ação (objeto indireto). Nesses casos, a
questão do paralelismo não se coloca, pois os comple-
mentos têm naturezas diferentes.
Assim: Entregou vários documentos (objeto direto)
ao seu chefe (objeto indireto).
***********************************************
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS
Introdução
A interpretação de textos é bastante comum em
provas de concursos e de vestibulares. A grande dificul-
dade vem da falta de treinamento. As pessoas têm pouca
disposição em mergulhar no texto; elas conseguem, ob-
viamente, lê-lo, mas não aprofundam a leitura, não ex-
traem dele aquelas informações que uma leitura superfi-
cial apresenta.
Não há uma “teoria” infalível ou uma “técnica”
precisa para se interpretar um texto, tampouco há “mace-
tes” ou “fórmulas mágicas”. O importante mesmo é a
prática: a leitura atenta, procurando buscar a ideia cen-
tral, os argumentos de apoio, a percepção do encadea-
mento de informações, o domínio vocabular, o conheci-
mento do significado das palavras.
Não tenha medo da interpretação de textos. Como
qualquer outra atividade intelectual, ela pede paciência e
boa vontade. Não tente fazê-la apressadamente, pois isso
prejudicará o seu estudo.
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ENTENDENDO O TEXTO
ANÁLISE: consiste na capacidade de desdobra-
mento do material, percebendo-se as inter-relações e os
modos de organização, compreendendo a percepção da
estrutura do texto, das partes que o compõem (parágrafo,
estrofes), a relação de ideias básicas e os tipos de racio-
cínio, a verificação do tipo de linguagem.
INTERPRETAÇÃO: pressupõe a compreensão
atenta do texto, tendo a noção do conjunto, a compreen-
são das relações entre os textos.
INTELECÇÃO: é a compreensão, o entendimento
do que, realmente, está escrito.
SÍNTESE: é a capacidade de colocar, em ordem, os
pensamentos do autor, de resumir as ideias, de identificar
a ideia central ou os tópicos.
INFERIR E AFIRMAR
INFERÊNCIA: é uma possibilidade que não, neces-
sariamente, se confirma e que depende, para ser válida,
de um indício, de uma pista, de fatos subentendidos. É
uma certeza relativa. Por exemplo, se ouço um latido,
infiro a existência de um cão, mesmo que não o veja.
AFIRMAÇÃO: é uma certeza absoluta que, sempre,
se confirma e que só depende de fatos explícitos ou de
pressupostos. Por exemplo, para afirmar que um latido é
de um cão, é preciso vê-lo, latindo.
Analise o seguinte exemplo:
- Nossa! Como você ficou bonita!
A partir do texto julgue os itens.
a) Podemos afirmar que ela não era bonita.
b) É possível inferir que ela estava feia.
c) Pode-se afirmar que ela estava feia.
d) O texto permite afirmar que ela não estava bonita.
Observe outro exemplo:
Cristovam Buarque é honesto, apesar de ser políti-
co.
A partir da frase, é possível afirmar que:
a) para ser honesto, é preciso ser político.
b) político não é honesto.
c) para ser político, é preciso ser honesto.
d) Cristovam Buarque é honesto, mas não é político.
ERROS CLÁSSICOS
Interpretar um texto significa compreender as ideias
nele contidas, para chegar à mensagem que ele nos pro-
põe. Quando não observamos, atentamente, a proposta
do examinador ou quando não entendemos algumas in-
formações do texto, podemos cometer três tipos de erros
na interpretação: extrapolação, redução e contradição.
EXTRAPOLAÇÃO: dizer mais que o texto, genera-
lizar o que é particular.
Ex.: Suponha que o texto traga a seguinte assertiva:
Os jogadores brasileiros Romário, Ronaldinho e
Ronaldão são grandes craques.
Agora, suponha que uma questão traga a seguinte
afirmativa:
Os jogadores brasileiros são craques.
A afirmativa é falsa, porque o texto diz que aqueles
três jogadores são craques. A questão diz que todos os
jogadores brasileiros são craques. Portanto houve extra-
polação.
REDUÇÃO: particularizar o que é geral, ou seja,
ater-se, apenas, a uma parte, esquecendo outras impor-tantes.
Ex.: No texto, ocorre a seguinte afirmativa:
O esporte dá prazer, por isso deve ser praticado.
Na questão, ocorre a seguinte afirmativa:
Quando se pratica bem, o esporte dá prazer.
A afirmativa de questão é falsa, visto que o texto
diz que o esporte dá prazer e não condicionou isso a um
determinado modo de praticá-lo. Portanto ocorreu redu-
ção.
CONTRADIÇÃO: é o mais comum dos erros, pois
consiste no entendimento oposto às informações do tex-
to, ou seja, chegamos a uma conclusão que se contrapõe
ao texto, associando ideias que não se relacionam entre
si. Contrariando o texto, omitindo passagens importan-
tes, fugindo do sentido original do texto.
Ex.: O texto diz:
O homem ateu, na hora do perigo, lembra-se de
Deus.
A questão diz:
O homem é ateu, porque, na hora do perigo, se
lembra de Deus.
A afirmativa da questão é falsa, uma vez que o texto
diz que o homem, embora ateu, na hora do perigo se
lembra de Deus. A questão diz que o homem é ateu,
porque, se lembra de Deus. Portanto ocorreu contradi-
ção.
COMO LER E ENTENDER O TEXTO
Sugerimos que, ao interpretar um texto, procure fa-
zer dois tipos de leitura.
LEITURA INFORMATIVA: primeira leitura, cor-
rente, sem interpretação, para que se tenha o conheci-
mento do conteúdo do conjunto textual, sem a preocupa-
ção com os pormenores do texto, com a finalidade de
tomar conhecimento do assunto como um todo.
LEITURA INTERPRETATIVA: leitura detalhada,
em que se busca associar ideias, em que se procura reco-
nhecer a capacidade de compreensão, a análise, a síntese
das informações. A leitura interpretativa divide-se em:
a) leitura seletiva: é aquela em que procuramos
identificar, dentro de cada parágrafo, a palavra-chave,
pois é, em torno dela, que o autor, normalmente desen-
volve a ideia principal. A palavra-chave situa-se na sen-
tença-tópico, que, quase sempre, é a primeira frase do
parágrafo.
b) leitura crítica: é um tipo de leitura que exige do
leitor uma visão abrangente em torno do assunto que está
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sendo focalizado. Ler criticamente significa reconhecer a
pertinência dos conteúdos apresentados, tendo, como ba-
se, o ponto de vista do autor e a relação entre este e as
sentenças-tópico. Essa pertinência é que permite estabe-
lecer uma hierarquia entre a ideia mais abrangente e as
que a subsidiam.
CAMPO SEMÂNTICO
O campo semântico é constituído de palavras que
pertencem ao mesmo universo de significação. Pode–se
depreender que o campo semântico está ligado, direta-
mente, à significação das palavras e expressões do texto.
O contexto, em muitas vezes, às ajudará você a
identificar os sinônimos de tais palavras, por isso procu-
re buscar a acepção que melhor se encaixe no contexto.
CAMPO LEXICAL
É o conjunto de vocábulos empregados, para desig-
nar, para qualificar, para caracterizar, para dar significa-
do a uma noção, a uma atividade, a uma técnica, a uma
pessoa.
Observações:
1. No campo semântico: destaque as palavras cujo
significado, inicialmente, seja desconhecido. O contexto,
em muitas vezes, ajudará você na identificação dos sinô-
nimos dos antônimos dessas palavras.
2. No campo lexical: busque, em cada parágrafo, a
palavra-chave, a que traga o núcleo da ideia apresentada
pelo autor.
A COERÊNCIA E A COESÃO
A unidade de sentido que chamamos de texto é
composta por palavras interligadas em uma sequência de
ideias e de relações linguísticas, ou seja, um texto é uma
unidade de sentido resultante de um mecanismo de arti-
culação.
Ao pensar em articulação, devemos perceber o texto
como uma estrutura com diversos segmentos relaciona-
dos, ligados uns aos outros. Essas relações se estabele-
cem em dois planos: o de conteúdo (ideias) e o da amar-
ração (relações linguísticas).
Coesão é a conexão linguística que permite a amar-
ração das ideias. Na organização do texto, as palavras
amontoadas ganham sentido pelas relações de dependên-
cia que estabelecem entre si. Assim, o esqueleto grama-
tical sustenta o texto como um todo significativo.
A coesão faz uso dos conectivos ou dos elementos
de coesão, que permitem a ligação das partes do texto.
Gramaticalmente, esses elementos de coesão são classi-
ficados como pronomes, como preposições, como advér-
bios, como conjunções, etc. Eles ligam palavras, orações,
frases, parágrafos ao longo do texto, estabelecendo dife-
rentes tipos de relações.
A coerência diz respeito ao encadeamento organi-
zado e lógico das ideias do texto. Ela decorre da har-
monia estabelecida entre as significações, evitando, as-
sim, as contradições.
PARÁFRASE
A paráfrase é um texto que procura tornar, mais cla-
ro e objetivo, aquilo que se disse em outro texto. Portan-
to é, sempre, a reescritura de um texto já existente – com
outra ordem, com outro discurso, com outra voz, com
outras palavras. É uma espécie de “tradução” dentro da
própria língua.
Ex.: a) Grande parte de nossas vidas transcorre
em locais de trabalho.
b) Em locais de trabalho, grande parte de
nossas vidas transcorre.
PERÍFRASE
Perífrase consiste no uso de palavras ou de frases
que se empregam em lugar do termo próprio: ou por não
haver esse termo ou por qualquer motivo de convergên-
cia. A perífrase, em síntese, caracteriza-se como um cir-
cunlóquio, ou seja, um rodeio de palavras e de informa-
ções, para dizer ou definir algo.
Ex.: Só estarei entregando o livro a você amanhã,
em vez de Só entregarei..
SIGNO LINGUÍSTICO
O signo linguístico (palavra), além de uma parte so-
nora, deve conter um significado, deve comportar uma
ideia.
Portanto o signo linguístico constitui-se de duas
partes:
a) significante: o lado material do signo, formado
de sons (na língua falada) ou de letras (na língua escrita).
b) significado: o lado imaterial do signo, a ideia
que aqueles fonemas ou letras transmitem.
POLISSEMIA
Dá-se o nome de polissemia à capacidade de a pa-
lavra assumir vários sentidos, ou seja, um significante
remete-nos a vários significados.
Exemplo:
A palavra linha (significante) pode ter vários signi-
ficados:
Fio usado na costura;
Trilho de trem;
Riscos no caderno ou no livro;
Meio de comunicação (linha telefônica);
Trajeto (linha de ônibus).
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
DENOTAÇÃO: consiste em utilizar o signo no seu
sentido próprio e único, que não permite mais de uma in-
terpretação.
CONOTAÇÃO: consiste em atribuir novos signifi-
cados ao valor denotativo do signo.
Ex.: Tiana ganhou do marido uma aliança de ouro.
A palavra ouro está empregada como metal, ou se-
ja, foi usada em sentido próprio, denotativo.
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Ex.: Tiana tem um coração de ouro.
O que se quer dizer é que Tiana tem um bom cora-
ção, é uma pessoa generosa. A palavra ouro está, pois,
empregada em seu sentido conotativo.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Os fatos, os pensamentos, os sentimentos, as paisa-
gens, as pessoas, enfim, tudo pode ser expresso por meio
da escrita, e aquilo que se escreve é uma redação. Porém
o que está escrito encaixa-se, sempre, em, pelo menos,
um dos três tipos de redação: descrição, narração e dis-
sertação. Ao estudo dos tipos de textos dá-se o nome de
Tipologia Textual.
Descrição
A descrição caracteriza-se por ser o “retrato verbal”
de pessoas, de objetos, de cenas ou de ambientes. Traba-
lha com imagens, permitindo uma visualização do que
estásendo descrito. Um recurso comum às descrições é
a comparação (para que o interlocutor tenha mais ele-
mentos, para montar a imagem do ser descrito. Daí, o
emprego constante do conectivo como.
Leia, agora, o seguinte texto:
“ Aristarco todo era um anúncio. Os gestos calmos,
soberanos, eram de um rei [...]; o olhar fulgurante, sob
a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês,
penetrando de luz as almas circunstantes; o queixo, se-
veramente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a
lisura das consciências limpas. A própria estatura, na
imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples esta-
tura dizia dele: aqui está um grande homem...”
Você deve ter observado, nesse texto, que o narra-
dor descreve o personagem a partir de um ponto de vista
pessoal, ou seja, ele procura apresentar-nos a impressão
que tem dele. Trata-se, portanto, de uma descrição sub-
jetiva ou impressionista.
O fato de o narrador apresentar sua visão pessoal do
personagem, emitindo juízos de valor (daí o caráter sub-
jetivo da descrição), não é um defeito, já que a descrição
não deve, apenas, fornecer ao leitor um retrato frio e sem
vida daquilo que é descrito.
Descrição técnica
Um tipo especial de descrição objetiva é a descrição
técnica, que procura transmitir a imagem do objeto atra-
vés de uma linguagem técnica, com vocabulário preciso,
normalmente ligado a uma área da ciência ou da tecno-
logia. É o caso da descrição de peças e de aparelhos, de
experiências e de fenômenos, do funcionamento de me-
canismos, da redação de manuais de instrução e de arti-
gos científicos.
Narração
A narração é um relato centrado num fato ou num
acontecimento. Há personagem(ns) atuando e um narra-
dor que relata a ação. É um tipo de texto marcado pela
temporalidade, ou seja, como seu material é o fato e a
ação que envolve personagens, a progressão temporal é
essencial, para o seu desenrolar: as ações direcionam-se
para um conflito que requer uma solução, o que nos
permite concluir que chegaremos a uma situação nova.
Portanto a sucessão de acontecimentos leva a uma trans-
formação, a uma mudança, e a trama que se constrói com
os elementos do conflito desenvolve-se, necessariamen-
te, numa linha de tempo e num determinado espaço.
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de frases
verbais, indicando um processo de ação.
Relato e narrativa ficcional
Um texto narrativo caracteriza-se pela sucessão de
acontecimentos numa linha temporal. Assim, contar a
alguém como foi o nosso passeio, o que aconteceu co-
nosco e com outras pessoas, como as coisas terminaram,
caracteriza-se como um texto narrativo. Mas distingue-se
da narrativa ficcional, por ser relato de fatos reais. Des-
sa forma, podemos definir relato como a representação
de experiências vividas (relatos de viagens, de aconteci-
mentos históricos, de testemunhos, de reportagens, de
autobiografia, etc.
A narrativa ficcional é fruto da imaginação criado-
ra, sempre mantendo pontos de contato com o real, recria
a realidade, baseando-se nela ou dela se distanciando.
Elementos da narrativa ficcional:
Enredo;
Narrador;
Personagens;
Ambiente;
Tempo.
Enredo: é a estrutura da narrativa, o desenrolar dos
acontecimentos; como o próprio nome indica, enredar
significa “tecer”, “entrelaçar os fatos”.
Narrador: como já vimos, é aquele que narra os
acontecimentos.
Personagens: são os seres que atuam, que vivem os
acontecimentos. O personagem principal é o protagonis-
ta; aquele que se opõe ao protagonista é chamado de an-
tagonista (ou de vilão).
Ambiente: é o espaço, o cenário por onde transitam
os personagens e se desenrolam os acontecimentos.
Tempo: é a época, o momento em que os fatos
acontecem.
Dissertação
Muitos dos textos que produzimos, sejam eles escri-
tos ou falados, são motivados pela nossa necessidade de
expor um ponto de vista, de defender uma ideia ou de
questionar um fato. São os chamados textos dissertati-
vos.
Em geral, para se obter maior clareza na exposição
do ponto de vista, distribui-se a matéria em três partes:
Introdução: em que se apresenta a ideia ou o
ponto de vista que será defendido;
Desenvolvimento ou argumentação: em que se
desenvolve o ponto de vista (para convencer o
leitor, é preciso usar uma sólida argumentação,
citar exemplos, recorrer a opiniões de especialis-
tas, fornecer dados, etc.);
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Conclusão: em que se dá um fecho coerente
com o desenvolvimento, com os argumentos
apresentados.
Parágrafo: o tópico frasal
Na estrutura da dissertação, os parágrafos desempe-
nham papel, extremamente, relevante. Portanto é funda-
mental refletir sobre eles. Veja o que diz Othon M. Gar-
cia.
“O parágrafo é uma unidade de composição, cons-
tituída por um ou mais de um período, em que se desen-
volve determinada ideia central, ou nuclear, a que se
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas
pelo sentido e logicamente decorrentes dela.”
Garcia, Othon M. Comunicação em prosa moder-
na. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978. p. 203.
TIPOS DE DISCURSOS
Discurso direto
Discurso direto é a reprodução fiel de algo que al-
guém disse. É uma citação literal. Para sua introdução,
geralmente, são utilizadas marcas gráficas como as aspas
ou o travessão.
Ex.: “Lembrei-me de que era segunda-feira”, dis-
se-me [a mãe].
“É como o cinema”, dissera-me certa vez
[Santiago].
Entretanto os travessões incorporam falas com mais
vivacidade, falas que parecem recuperar quadros vivos,
diálogos entre personagens, como, por exemplo, a fala da
mãe dirigida ao filho:
- Nem sequer descerá do navio – disse-lhe. – Dará
uma benção de obrigado, como sempre, e voltará pelo
mesmo caminho. Odeia este povoado.
Normalmente, as aspas introduzem citações; e os
travessões, diálogos.
Além das marcas gráficas, as vozes do discurso di-
reto vêm acompanhadas dos verbos de elocução (ou des-
cendi, ou declarativos). Esses verbos identificam a ma-
neira de exprimir a fala. Os mais comuns são: dizer,
afirmar, perguntar, falar, comentar, gritar, retrucar,
ponderar, etc.
Entretanto alguns autores modernos têm dispensado
o emprego de marcas gráficas e de verbos de elocução
como acompanhamento das vozes do discurso direto,
como faz José Saramago neste trecho de O conto da ilha
desconhecida (São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
p. 17-8):
“E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim
aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu
to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste
reino, e os barcos do reino pertencem-me todos [...].”
O escritor português utiliza, apenas, vírgulas na
pontuação do diálogo entre o súdito e o rei. Para diferen-
ciar as falas de um e de outro personagem, indicando a
mudança de voz, ele utiliza as maiúsculas.
O discurso indireto
O discurso indireto é a reprodução da fala de ou-
trem, elaborada pela voz do locutor principal. As falas,
no discurso indireto, dispensam a vivacidade, dando ên-
fase ao pensamento ou à ideia que elas podem transmitir.
Observe:
...a mãe pensou que ele se enganara de dia quando
o viu vestido de branco.
(em discurso direto teríamos: - Ele se enganou de
dia – pensou a mãe.)
O discurso indireto também apresenta marcas gra-
maticais típicas: por um lado, a ausência de aspas ou de
travessões; por outro, o verbo de elocução seguido de
uma oração subordinada substantiva objetiva (essa ora-
ção subordinada é a fala do outro).
O discurso indireto livre
Este estilo associa características dos discursos dire-
to e indireto. É um estilo misto.
Exemplo:
“Volto à moça: o luxo que sedava era tomar um
gole frio de café antes de dormir. Pagava o luxo tendo
azia ao acordar.
Ela era calada (por não ter o que dizer), mas gos-
tava de ruídos. Eram vida. Enquanto o silêncio da noite
assustava: parecia que estava prestes a falar uma pala-
vra fatal. [...]. Vagamente pensava de muito longe e sem
palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser. Os galos
avisavam mais um repetido dia de cansaço. Cantavam o
cansaço. E as galinhas, que faziam elas? Indagava-se a
moça. Os galos, pelo menos, cantavam. Por falar em ga-
linhas, a moça, às vezes, comia, num botequim, um ovo
duro.”
No trecho acima, em dois momentos, temos a re-
produção literal da fala da personagem, mas essa fala
vem inserida na fala do narrador (observe que não temos
a estrutura típica do diálogo), caracterizando o discurso
indireto livre.
ESPAÇO EM BRANCO
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EXERCÍCIOS
Para as questões de 01 a 85, marque uma única alternativa correta conforme pede o seu comando.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Passagem para outro país
Por Martha Medeiros
01. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). Em relação às
informações que a autora menciona relacionadas à Euro-
pa, assinale a alternativa que NÃO encontra respaldo no
texto.
A) Os prédios antigos apresentam uma estrutura sem
garagem.
B) As mulheres não são sentenciadas por avançarem de
idade.
C) É comum ocorrerem manifestações nas ruas.
D) O que mais fascina a autora são as atrações turísti-
cas.
E) A população se desloca a pé, mas também de bici-
cleta, ônibus e metrô.
02. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). A respeito do
uso do verbo “ter”, assinale a alternativa que preenche,
correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das li-
nhas 03, 13 e 27.
A) têm – tem – têm
B) tem – têm – tem
C) têm – têm – têm
D) tem – tem – têm
E) têm – têm – tem
03. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). Os vocábulos
“aceitável” (l. 07), “atitude” (l. 09) e “questões” (l. 16)
podem ser substituídos respectivamente, sem alteração
de sentido ou de outras palavras nos trechos nos quais se
encontram, por:
A) admissível – postura – características
B) admissível – postura – perguntas
C) tolerável – comportamento – perguntas
D) censurável – conduta – interrogações
E) tolerável – comportamento – características
04. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). Observe o tre-
cho a seguir retirado do texto:
“Lá o transporte público é levado a sério, carro não
é símbolo de status”.
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Se a palavra “transporte” fosse flexionada no plural,
quantas outras palavras precisariam ser modificadas para
garantir a correta concordância verbo-nominal?
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
05. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). Assinale V, se
verdadeiras, ou F, se falsas, nas assertivas abaixo relaci-
onadas ao trecho “Nas praias, o topless é considerado
uma atitude naturalista, e até nos parques o pessoal tira a
roupa sem constrangimento, é uma saudação ao sol”.
( ) A expressão “Nas praias” é uma locução adverbial.
( ) O vocábulo “naturalista” é um substantivo.
( ) O termo “e” é um advérbio.
( ) O trecho apresenta duas preposições formadas por
contração e uma preposição formada por combina-
ção.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) V – V – F – F.
B) F – F – V – V.
C) V – F – F – F.
D) F – V – V – F.
E) V – F – F – V.
06. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). Assinale a alter-
nativa que apresenta um adjetivo.
A) “As mulheres não são julgadas pelas rugas e estado
civil” (l. 06).
B) “(...) depende de prezar mais a cultura do que o di-
nheiro, (...)” (l. 28-29).
C) “Não precisamos dar em troca nossa autenticidade,
(...)” (l. 30-31).
D) “(...) a população procura se locomover de bicicleta,
ônibus e metrô, (...)” (l. 04).
E) “Também acho uma beleza a Torre Eiffel, (...)” (l.
01).
07. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). No tocante às
classes gramaticais, assinale a alternativa correta.
A) Em “Lá o transporte público é levado a sério, (...)”
(l. 02-03), o termo em destaque é um artigo defini-
do.
B) Em “Está tudo certo, ninguém agride, ninguém re-
prime” (l. 13), a palavra destacada é um pronome
pessoal.
C) Em “Em muitas delas, os proprietários colocam os
livros sobre uma mesa (...)” (l. 20-21), o vocábulo
destacado é um advérbio de intensidade.
D) Em “(...) mas eliminar a caretice não é tão compli-
cado, (...)” (l. 28), o termo em destaque é uma con-
junção coordenativa aditiva.
E) Em “(...) a população procura se locomover de bici-
cleta, ônibus e metrô (...)” (l. 04), a expressão em
destaque é uma locução adverbial de meio.
08. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). O vocábulo
“mas” (l. 01) pode ser substituído, sem alteração de sen-
tido ou de outras palavras nas frases, por:
A) logo.
B) contudo.
C) por isso.
D) porque.
E) portanto.
09. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). O fragmento
“Também acho uma beleza a Torre Eiffel, o Big Ben e a
Fontana de Trevi, mas o que mais me encanta na Europa
não são as atrações turísticas, (...)” (l. 01-02) apresenta
quantas orações?
A) Uma.
B) Duas.
C) Três.
D) Quatro.
E) Cinco.
10. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias
do Sul - RS - Agente Administrativo). No trecho “Al-
guém que chamasse uma mulher como ‘mal-amada’
(...)”, localizado nas linhas 07-08 do texto, o termo des-
tacado recebeu hífen em sua grafia. Em vista disso, assi-
nale a alternativa que apresenta palavra que também de-
ve ser grafada com hífen conforme o Acordo Ortográfico
vigente.
A) mal-nascido.
B) mal-mandado.
C) mal-habituado.
D) mal-criado.
E) mal-falante.
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Instrução: As questões de números 11 a 30 referem-se ao texto abaixo.
Quantos amigos você tem?
Por Nilson Souza
11. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa cuja
informação encontra respaldo no texto.
A) Apenas Roberto Carlos pode ter um milhão de
amigos.
B) Amizade só se desenvolve pelo esforço de uma das
partes envolvidas.
C) É comum compartilhar com amigos informações
que nem a família sabe.
D) Segundo um estudo norte-americano, uma pessoa
consegue ter apenas cinco amigos íntimos durante a
vida.
E) Dentre as amizades que uma pessoa consegue ter
durante a vida, três a seis podem ser consideradas
melhores amigos.
12. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). No que se refere às
amizades nas redes sociais, assinale a alternativa que
encontra respaldo no texto.
A) É senso comum que as amizadesde redes sociais
correm o risco de se quebrarem facilmente.
B) Os amigos autênticos não estão nas redes sociais.
C) Nas redes sociais, o cancelamento só ocorre entre
amigos.
D) Não existem amizades frágeis no mundo real,
apenas nas redes sociais.
E) Assim como Roberto Carlos, é possível ter um
milhão de amigos nas redes sociais.
13. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa que
preenche, correta e respectivamente, as lacunas
tracejadas da linha 18.
A) tem – porquê
B) têm – porque
C) tem – por que
D) têm – por quê
E) tem – porque
14. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Considerando o emprego
do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que
preenche, correta e respectivamente, as lacunas
pontilhadas das linhas 02, 09, 10 e 14.
A) à – à – a – Às
B) a – a – a – Às
C) a – a – à – As
D) à – à – à – As
E) a – à – a – Às
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15. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Os vocábulos “momento”
(l. 23) e “vitórias” (l. 24) podem ser substituídos,
respectivamente, sem alteração de sentido ou de outras
palavras no trecho no qual se encontram, por:
A) acontecimento – triunfos.
B) período – triunfos.
C) etapa – conquistas.
D) ocasião – oportunidades.
E) período – conquistas.
16. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Analise o trecho a seguir
retirado do texto: “Já a mensagem musical de Milton
Nascimento me parece mais adequada: amigo é coisa pra
se guardar no lado esquerdo do peito”. Se a palavra
“mensagem” fosse flexionada no plural, quantas outras
palavras precisariam ser modificadas para garantir a
correta concordância verbo-nominal?
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
17. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Em relação ao fragmento
“E quem alcança os seis possíveis da pesquisa norte-
americana pode dizer que ganhou na mega-sena da
amizade”, analise as assertivas abaixo:
I. O vocábulo “seis” é um numeral ordinal.
II. O termo “norte-americana” é um adjetivo gentílico.
III. A expressão “pode dizer” representa uma locução
verbal.
IV. A palavra “da” é uma preposição essencial.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas I e II.
C) Apenas II e III.
D) Apenas III e IV.
E) Apenas I, III e IV.
18. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa na
qual a palavra destacada tenha a mesma classe gramati-
cal que o vocábulo “recíproca” no trecho a seguir: “Ami-
zade é uma conquista recíproca de corações e mentes” (l.
27–28).
A) “Não se trata disso” (l. 01).
B) “Dessas, define o cientista, 50 são bons amigos
(...)” (l. 12).
C) “esses últimos chegam mais perto do nosso coração
(...)” (l. 14).
D) “Talvez sejam aqueles 15 do segundo círculo de
Dunbar” (l. 21).
E) “Na verdade, não se trata de loteria” (l. 27).
19. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa na
qual haja a ocorrência de advérbio.
A) “Esse/Essa é realmente especial, talvez único” (l.
24).
B) “Xô, redes sociais!” (l. 01).
C) “Amigos verdadeiros são raros (...)” (l. 07).
D) “(...) a pergunta do título desta crônica (...)” (l. 28–
29).
E) “Dessas, define o cientista, 50 são bons amigos
(...)” (l. 12).
20. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa na
qual haja preposição formada por contração.
A) “Amigo de rede social (...)” (l. 01).
B) “Frágil demais para se contar como verdadeira ami-
zade (...)” (l. 02).
C) “(...) Robin Dunbar que estabelece em 150 o núme-
ro de amizades (...)” (l. 11).
D) “(...) amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo
do peito” (l. 05–06).
E) “(...) 15 podem ser chamados de melhores amigos
(...)” (l. 12–13).
21. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Em relação ao fragmento
“Claro que há momentos em que a turma toda te ouve e
te consola, mas aí já é outro departamento” (l. 20–21),
analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras,
ou F, se falsas.
( ) O termo “te”, nas duas ocorrências em que aparece,
é classificado como um pronome pessoal reto.
( ) O vocábulo “há” é um verbo.
( ) A palavra “outro” é um pronome relativo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) F – V – V.
B) V – V – F.
C) F – F – V.
D) F – V – F.
E) V – F – V.
22. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). No trecho “(...) que alar-
deia a possibilidade de alguém ter um milhão de ami-
gos”, o vocábulo em destaque é:
A) Artigo indefinido.
B) Artigo definido.
C) Pronome pessoal reto.
D) Pronome pessoal oblíquo.
E) Preposição essencial.
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23. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Analise o excerto a seguir:
“Também não me venham com a canção de Roberto Car-
los, que alardeia a possibilidade de alguém ter um mi-
lhão de amigos”. Quantas orações o compõem?
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
24. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). A respeito da seguinte fra-
se retirada do texto: “Amigos verdadeiros são raros, acho
que é consenso isso”, analise as assertivas abaixo, assi-
nalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O verbo “são” apresenta um sujeito composto.
( ) O predicado da oração com o verbo “são” é classifi-
cado como nominal.
( ) “Raros” é classificado como predicativo do sujeito.
( ) A oração com o verbo “acho” apresenta um sujeito
indeterminado.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) V – V – F – V.
B) F – V – V – F.
C) V – F – V – F.
D) F – F – F – V.
E) V – V – V – F.
25. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). O vocábulo “Então” (l.
15) pode ser substituído, sem alteração de sentido ou de
outras palavras na frase, por:
A) Porém.
B) No entanto.
C) Visto que.
D) Uma vez que.
E) Logo.
26. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Na linha 22, temos o em-
prego da conjunção “mas”, que poderia ser substituída
por _____________, que também expressa a ideia de
_____________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e res-
pectivamente, as lacunas do trecho acima.
A) logo – adição
B) pois – explicação
C) contudo – oposição
D) apesar de que – conclusão
E) no entanto – complementariedade
27. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Na frase “Esse/Essa é re-
almente especial”, o verbo destacado é um verbo:
A) Intransitivo.
B) Transitivo direto.
C) Transitivo indireto.
D) Transitivo direto e indireto.
E) De ligação.
28. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa que
a apresenta uma palavra com a mesma regra de acentua-
ção gráfica que o vocábulo “últimos” na linha 14.
A) dívida.
B) dominó.
C) lápis.
D) café.
E) viúva.
29. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Assinale a alternativa em
que a palavra destacada seja uma paroxítona.
A) “(...) teoria do antropólogo Robin Dunbar (...)” (l.10–11).
B) “indica que o número ideal de amigos (...)” (l. 08).
C) “(...) talvez único” (l. 24).
D) “como verdadeira amizade (...)” (l. 02).
E) “(...) para uma pessoa sentir-se acolhida e feliz (...)”
(l. 08).
30. (FUNDATEC - 2022 - AGERGS - Auxiliar
Técnico em Administração). Em relação ao fragmento
“(...) e apenas cinco são realmente íntimos”, é correto
afirmar que:
A) O núcleo do predicado é o termo “íntimos”.
B) O sujeito da oração é composto.
C) A oração não apresenta adjunto adverbial.
D) O núcleo do sujeito é a palavra “apenas”.
E) O termo “realmente” é complemento verbal.
ESPAÇO EM BRANCO
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(FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em Administração).
Instrução: As questões de números 31 a 40 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão
citados nas questões.
Duas vezes que parti sem dizer adeus
Por Jeferson Tenório
31. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Considerando o exposto pelo texto,
analise as assertivas a seguir:
I. O autor tem como assunto principal a distância do
filho, mas mescla trechos de reflexão sobre sua es-
crita ao texto.
II. O autor decide escrever sobre o tema escolhido por
considerar que todos os acontecimentos simples de
nossas vidas merecem ser contados.
III. Percebe-se no texto o quanto o autor se julga inferi-
or em sua capacidade de escrever.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
32. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa que apresenta o
correto julgamento do autor sobre o ato de escrever.
A) Professores de literatura não precisam saber se es-
crevem bem.
B) Profissionais das letras devem criticar o texto de ou-
tros autores.
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C) Dostoievski é considerado um bom escritor.
D) O autor busca ser escritor profissional de sucesso.
E) Bons autores devem imitar grandes escritores.
33. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Considerando o emprego do acento in-
dicativo de crase, assinale a alternativa que preenche,
correta e respectivamente, as lacunas das linhas 15, 27 e
40.
A) as – à – Às
B) as – a – Às
C) as – à – As
D) às – a – As
E) às – à – Às
34. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa que poderia
substituir corretamente a palavra “chancela” (l. 10) sem
causar alterações significativas ao texto.
A) Aprovação.
B) Descarte.
C) Compra.
D) Condenação.
E) Venda.
35. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa na qual NÃO ha-
ja o emprego de linguagem figurada.
A) “construí uma fortaleza no estômago”.
B) “ainda não domei os aviões”.
C) “Não vivo de escrever”.
D) “já tive de voltar a Porto Alegre em silêncio”.
E) “com um pranto amarrado nos olhos”.
36. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa na qual a reescri-
ta do trecho “O João lendo, é o suficiente” (l. 25-26),
com a inserção de uma conjunção, manteve a mesma re-
lação de sentido do trecho original.
A) “Se o João ler, é o suficiente”.
B) “Embora o João leia, é o suficiente”.
C) “Ainda que o João leia, é o suficiente”.
D) “A fim de que o João leia, é o suficiente”.
E) “Mesmo que o João leia, é o suficiente”.
37. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa na qual a palavra
“se” (em destaque) tenha sido utilizada como pronome
reflexivo com sentido de reciprocidade.
A) Linha 07.
B) Linha 11.
C) Linha 24.
D) Linha 26.
E) Linha 34.
38. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa que indica o sig-
nificado estabelecido pela conjunção “no entanto” na li-
nha 07.
A) Comparação.
B) Conformidade.
C) Causa.
D) Consequência.
E) Oposição.
39. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Assinale a alternativa que indica o nú-
mero correto de pronomes presentes no trecho a seguir:
“Mas, por vezes, a máquina falha e passo a ter menos-
prezo por algumas palavras que saem da minha cabeça e
é isso que me dói”.
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
40. (FUNDATEC - 2022 - IF-RS - Assistente em
Administração). Analise as assertivas a seguir conside-
rando a palavra “menosprezo” (l. 19):
I. Esse substantivo pertence à mesma família de pala-
vras do verbo “menosprezar”.
II. Adjetivos relacionados a esse substantivo são “me-
nosprezável” e “menosprezível”.
III. O substantivo pode ser classificado como próprio e
abstrato.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
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Instrução: As questões de números 41 a 60 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão ci-
tados nas questões.
Vacina contra a dengue desenvolvida pelo Butantan entra na reta final de estudos clínicos
41. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Analise as afirmações
a seguir sobre o texto:
I. Em uma iniciativa individual, o instituto Butantan
vem trabalhando na elaboração de uma vacina con-
tra o vírus da dengue.
II. O texto veicula a mensagem de que será importante
dar continuidade aos cuidados de prevenção à
transmissão da dengue e ao combate ao mosquito,
mesmo que a vacina venha a ser um elemento fun-
damental no combate à doença.
III. A dengue, por ser uma doença que se apresenta em
quatro tipos, demanda mais tempo em relação à
produção de imunizantes.
Quais estão corretas?
A) Apenas II.
B) Apenas III.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) I, II e III.
42. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
que apresenta os sinais de pontuação que substituem cor-
retamente as figuras da linha 3.
A) Vírgula - vírgula.
B) Ponto final – vírgula.
C) Dois-pontos – vírgula.
D) Vírgula – ponto e vírgula.
E) Vírgula – dois-pontos.
43. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
que apresenta as opções corretas de preenchimento das
lacunas nas linhas 01, 05 e 06.
A) ao – a – a
B) ao – à – a
C) a – à – à
D) a – a – a
E) ao – a – à
44. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Considerando a correta
ortografia das palavras em Língua Portuguesa, assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as
lacunas pontilhadas das linhas 23, 25 e 26.
A) s – ç – z
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B) s – ss – z
C) s – ç – s
D) z – ss – z
E) z – ç – s
45. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Analise as assertivas a
seguir,a respeito da palavra “Trabalhando” (linha 02),
retirada do texto, e assinale V, se verdadeiras, ou F, se
falsas.
( ) É um verbo conjugado no pretérito.
( ) Apresenta prefixo.
( ) Apresenta dígrafo.
( ) É um verbo na forma nominal gerúndio.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) V – F – V – F.
B) F – F – V – V.
C) F – V – V – F.
D) V – F – F – F.
E) F – V – F – V.
46. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Sobre as seguintes pa-
lavras retiradas do texto, analise as seguintes assertivas:
I. “vírus” (l. 6) e “clínicos” (l. 06) são classificadas
como paroxítonas.
II. A palavra “células” (l. 17) é acentuada por ser pro-
paroxítona.
III. A palavra “pó” (l. 20) é acentuada por ser um mo-
nossílabo tônico terminado em “o”.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
47. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Considerando o trecho
“Os vírus atenuados foram cultivados em células Vero
do macaco verde africano, uma técnica já estabelecida e
usada em diversas vacinas”, assinale a alternativa que
poderia substituir “estabelecida” sem prejudicar o senti-
do do texto.
A) simulada.
B) repensada.
C) primitiva.
D) substituída.
E) definida.
48. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Sobre as seguintes pa-
lavras retiradas do texto, considere as seguintes afirma-
ções:
I. A palavra “antiofídico” apresenta o prefixo “anti-“.
II. Em “geralmente”, há sufixo adverbial.
III. Na palavra “importante”, há o prefixo “im-“.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
49. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). A palavra “graves” (l.
03), no contexto, tem função de:
A) Adjetivo.
B) Objeto direto.
C) Objeto indireto.
D) Advérbio.
E) Substantivo.
50. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). No trecho “Os ensaios
clínicos de fase três da vacina já estão em andamento”,
retirado do texto, há um sujeito:
A) Indeterminado.
B) Inexistente (oração sem sujeito).
C) Oculto.
D) Simples.
E) Composto.
51. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Considere as afirma-
ções abaixo, sobre o trecho “Esse imunizante usa a téc-
nica de vírus atenuado contra a dengue, utilizando vírus
enfraquecidos que induzem a produção de anticorpos
sem causar a doença e com poucas reações adversas” e
assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) “Esse” é pronome demonstrativo.
( ) “contra” é preposição.
( ) “doença” é substantivo comum.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) V – F – F.
B) F – V – V.
C) V – V – V.
D) V – V – F.
E) F – F – F.
52. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Sobre a palavra “en-
fraquecidos”, é correto afirmar que:
A) Possui 11 fonemas.
B) Possui 12 fonemas.
C) Possui 13 fonemas.
D) Possui 14 fonemas.
E) Possui 1 dígrafo.
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53. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). No trecho “Sempre
que se planeja fazer uma nova vacina o ideal, quando
possível, é utilizar um vírus atenuado, pois geralmente
gera uma resposta mais eficiente e duradoura”, observa-
se o uso da conjunção “pois”, iniciando uma:
A) Oração coordenada sindética aditiva.
B) Oração coordenada sindética adversativa.
C) Oração coordenada sindética alternativa.
D) Oração coordenada sindética explicativa.
E) Oração coordenada sindética conclusiva.
54. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
em que ambas as palavras sejam paroxítonas.
A) Processo, industrial.
B) Vacina, aumento.
C) Prevenção, combater.
D) Fase, final.
E) Eficiente, técnica.
55. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). No trecho “todas as
outras formas de ajudar a combater o mosquito e, portan-
to, a transmissão da dengue”, a expressão sublinhada tem
função de:
A) Agente da passiva.
B) Adjunto adverbial.
C) Complemento nominal.
D) Objeto indireto.
E) Objeto direto.
56. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). A palavra “matéria-
prima” é palavra composta por justaposição sem elemen-
tos de ligação, formando uma unidade de significado
próprio. Assinale a alternativa em que ocorra o mesmo
caso.
A) Contra-ataque.
B) Anti-inflamatório.
C) Guarda-chuva.
D) Pós-graduação.
E) Vice-presidente.
57. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
que indica o número correto de preposições presentes no
trecho a seguir, retirado do texto: “Os ensaios clínicos de
fase três da vacina já estão em andamento. Atualmente,
está sendo feito o acompanhamento dos últimos voluntá-
rios incluídos nos testes”.
A) 5.
B) 6.
C) 7.
D) 8.
E) 9.
58. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
que apresenta o trecho “A atenuação do vírus foi realiza-
da pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecci-
osas dos Estados Unidos (NIAID), um dos parceiros do
Butantan na iniciativa” transcrito corretamente na voz
ativa, sem alterações de sentido.
A) A atenuação do vírus foi realizada pelo Butantan,
um dos parceiros do Instituto Nacional de Alergia e
Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID)
na iniciativa.
B) O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeccio-
sas dos Estados Unidos (NIAID), um dos parceiros
do Butantan na iniciativa, foi realizado a atenuação
do vírus.
C) O Butantan realizou a atenuação do vírus em parce-
ria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID).
D) O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeccio-
sas dos Estados Unidos (NIAID), um dos parceiros
do Butantan na iniciativa, realizou a atenuação do
vírus.
E) O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeccio-
sas dos Estados Unidos (NIAID), onde foi realizada
a atenuação do vírus, é parceiro do Butantan na ini-
ciativa.
59. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). Assinale a alternativa
que indica quantas outras alterações deveriam, obrigato-
riamente, ser realizadas caso substituíssemos a palavra
“ensaios” por sua forma singular, no trecho “Os ensaios
clínicos de fase três da vacina já estão em andamento”.
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.
60. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Viamão -
RS - Técnico em Enfermagem). A conjunção “portan-
to” (l. 26) poderia ser substituída, sem alterar o sentido
da frase em que está inserida, por:
A) quanto mais.
B) por conseguinte.
C) visto que.
D) posto que.
E) desde que.
ESPAÇO LIVRE
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Instrução: As questões de números 61 a 80 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão ci-
tados nas questões.
Como seriam as coisas se a humanidade tratasse a mudança climática como uma emergência real
Por Jason Hickel
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61. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Assinale a alternativa cujos vocábulos
completam, correta e adequadamente, as lacunas traceja-
das das linhas 02, 14 e 22.
A) enchurrada – rupturas – reduzí
B) enchurrada – rupituras – reduzi
C) enxurrada – rupturas – reduzi
D) enchurrada – rupturas – reduzi
E) enxurrada – rupituras – reduzí
62. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Quanto ao emprego da crase, assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as
lacunas pontilhadas das linhas 09, 20, 29, 30 e 41.
A) a – a – às – à – a
B) à – a – as – a – à
C) a – à – às – a – a
D) à – à – as – a – à
E) a – à – às – à – a
63. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Sobre as ocorrências da palavra ‘que’,
devidamente salientadas no texto, avalie as seguintes as-
sertivas:
I. Nas linhas 01 e 12, a palavra ‘que’ é conjunção in-
tegrante.
II. Nas linhas 03 e 21, a palavra ‘que’ funciona como
pronome relativo.
III. Nas ocorrências das linhas 43 e 49, a palavra ‘que’
poderia ser substituída, respectivamente, por ‘os
quais’ e ‘a qual’, sem provocar erro aos períodos
em que estão inseridas.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
64. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Considere as seguintes propostas de in-
serção e supressão de vocábulos no texto:
I. Supressão de ‘enorme’ (l. 06).
II. Supressão de ‘Grande’ (l. 15).
III. Inserção de ‘nós’ na linha 19, imediatamente após
‘se’.
IV. Inserção de ‘cujo os quais são’ na linha 33, após
‘países’.
Quais mantêm a correção e o sentido dos períodos
em que estão inseridas?
A) Apenas I.
B) Apenas III.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e IV.
E) Apenas I, II e III.
65. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Assinale a alternativa cuja conversão da
frase ‘As colheitas das culturas agrícolas básicas enfren-
tarão um grande declínio’ (l. 13-14) para a voz passiva
está correta.
A) As culturas agrícolas básicas deverão enfrentar um
grande declínio nas colheitas.
B) Será enfrentado um grande declínio pelas colheitas
das culturas agrícolas básicas.
C) As colheitas deverão enfrentar um grande declínio
nas culturas agrícolas.
D) O enfrentamento de um grande declínio das colhei-
tas basear-se-á em culturas agrícolas.
E) Culturas agrícolas e colheitas básicas serão enfren-
tadas pelo grande declínio.
66. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Avalie as seguintes propostas de altera-
ções em formas verbais do texto:
I. Troca de ‘aproximaram’ (l. 03) por ‘tornaram pró-
ximos’.
II. Troca de ‘origem’ (l. 13) por ‘originais’.
III. Uso de ‘é incompatível’ em lugar de ‘não é compa-
tível’ (l. 16).
IV. Uso de ‘dar limites’ em lugar de ‘limitar’ (l. 22).
Quais provocam alteração na estrutura dos respecti-
vos contextos de ocorrência?
A) Apenas I e III.
B) Apenas II e IV.
C) Apenas I, II e III.
D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
67. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Assinale a alternativa cujos conectores
substituem, correta e adequadamente, ‘À medida que’ (l.
11) e ‘mas’ (l. 50), mantendo o sentido que têm no texto.
A) Quanto mais – por isso
B) Como – logo
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C) À proporção que – entretanto
D) Conquanto – então
E) Mesmo que – de sorte que
68. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Em relação ao fato de 73% das promes-
sas net zero existentes serem fracas e inadequadas, o au-
tor acrescenta o comentário: são ‘gasto de saliva ao invés
de ação climática’. Através desse comentário, pode-se
dizer que:
I. É uma crítica à ineficácia da maioria das promessas
net zero.
II. O uso da linguagem coloquial atribui ao fragmento
condição de verdade cotidiana.
III. É tão-somente uma explicação do que foi dito ante-
riormente.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) Apenas II e III.
69. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Após ter completado a lacuna da linha
tracejada da linha 22, na frase ‘limitar o uso de combus-
tíveis fósseis e ______-lo a um cronograma anual vincu-
lante’, afirma-se que o pronome ‘lo’:
I. Refere-se ao ‘uso de combustíveis fósseis’.
II. Funciona como objeto direto, completando o senti-
do da forma verbal com a qual se relaciona.
III. Poderia ser substituído por ‘ele’ sem causar incorre-
ção ao contexto ou à estrutura da frase.
Quais estão INCORRETAS?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) Apenas II e III.
70. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Se ‘Os países ricos’ (l. 26) fosse passado
para o singular, quantas outras alterações deveriam ser
feitas entre as linhas 26 e 31 visando à concordância cor-
reta dos períodos?
A) Uma.
B) Duas.
C) Três.
D) Quatro.
E) Cinco.
71. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Dentre as palavras abaixo, retiradas do
texto, qual delas, ao ser retirado o acento gráfico, NÃO
continuaria a fazer parte da Língua Portuguesa?
A) Acontecerá.
B) Tornará.
C) Climática.
D) Até.
E) Líderes.
72. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Em relação ao uso do pronome ‘Esta’
em ‘Esta abordagem pode ser entendida’ (l. 35), pode-se
afirmar que:
I. O pronome demonstrativo ‘Esta’ funciona como de-
terminante da palavra ‘abordagem’.
II. O pronome demonstrativo ‘Esta’ pode referir-se ao
espaço, ao tempo ou ao discurso. No fragmento, faz
menção ao que acabou de ser dito no texto.
III. Na frase em que se insere, exerce a função de ad-
junto adnominal.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
73. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Sobre o uso de sinais de pontuação no
texto, avalie as afirmações que seguem:
I. Os dois-pontos utilizados na linha 19 tem a função
de anunciar um esclarecimento, um resultado do
que foi dito.
II. Os pontos de interrogação das linhas 20 e 21 foram
usados no fim de orações enunciadas com entona-
ção retórica.
III. As duas vírgulas da linha 35 separam um adjunto
adverbial deslocado.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
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D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
74. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Sobre o vocábulo ‘simultaneamente’ (l.
35), pode-se dizer que:
A) Tem mais letras que fonemas.
B) É formado por acréscimo de prefixo ao radical.
C) Possui desinências nominais.
D) Há em sua estrutura dois encontros consonantais.
E) É uma palavra primitiva.
75. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Em relação à frase: “Os governos podem
se comprometer o quanto quiserem”, avalie as afirma-
ções que seguem, assinalando C, se corretas, ou E, se er-
radas.
( ) O uso da forma verbal ‘podem’atribui à frase a
ideia de possibilidade.
( ) Em lugar de ‘podem’ poderíamos utilizar ‘devem’
sem que houvesse qualquer alteração semântica no
período.
( ) A forma verbal ‘podem’ atribui ao sujeito da frase a
ideia de obrigação quanto a se comprometerem.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) C – C – C.
B) C – E – E.
C) E – C – E.
D) E – E – C.
E) C – E – C.
76. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Sem que houvesse alteração no signifi-
cado que tem no texto ou necessidade de ajuste na estru-
tura, qual dos vocábulos abaixo melhor substituiria
“en__urrada” (l. 02)?
A) Número.
B) Aluviões.
C) Abundância.
D) Exuberante.
E) Porção.
77. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). No período: ‘Uma abordagem justa e
equitativa exigiria que os países ricos eliminassem a
maioria do uso de combustíveis fósseis até 2030’ (l. 31-
33), a oração introduzida pelo conector ‘que’ classifica-
se como:
A) Subordinada substantiva completiva nominal.
B) Subordinada substantiva objetiva indireta.
C) Subordinada adverbial causal.
D) Subordinada adverbial condicional.
E) Subordinada substantiva objetiva direta.
78. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Relativamente às afirmações a respeito
das ocorrências da palavra ‘a’ no texto, avalie as afirma-
ções que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se
falsas.
( ) Na linha 01, a palavra ‘a’ é um artigo definido; caso
fosse substituída por ‘uma’ não implicaria em qual-
quer erro à frase.
( ) Na linha 24, a primeira ocorrência é artigo; já, a se-
gunda, é uma preposição.
( ) Na linha 50, a palavra ‘a’ é uma preposição.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) V – V – F.
D) F – V – F.
E) F – F – V.
79. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). Qual das expressões a seguir NÃO tem
relação direta com o assunto discutido no texto?
A) Meio ambiente.
B) Políticas Públicas.
C) Combustíveis fósseis.
D) Energia eólica.
E) Mudanças econômicas.
80. (FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS - Agente
Penitenciário). O título do texto prepara o leitor para:
I. Uma leitura reflexiva acerca das reais dificuldades
que o planeta enfrenta no que tange às reais condi-
ções climáticas.
II. A discussão acerca do posicionamento de empresas
que não enxergam as mudanças climáticas como um
problema iminente.
III. Se municiar de ideias, que serão apresentadas no
texto, para discutir cotidianamente o assunto.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
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Instrução: As questões de números 81 a 95 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão
citados nas questões.
O avesso da pele, de Jeferson Tenório
Por Alen das Neves Silva
81. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Considerando
o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:
I. O protagonista encontra na religião o amparo de
que precisa para lidar com seus fantasmas do passa-
do.
II. O sentimento de abandono afligiu Pedro na infância
e, na vida adulta, o que o aflige é a morte do pai.
III. Segundo o autor, o livro de Tenório traz uma refle-
xão sobre a condição da população negra na socie-
dade escravocrata.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
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82. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Analise a
charge a seguir e assinale a alternativa que melhor ex-
pressa sua relação com o texto anterior.
A) A charge e o texto abordam o mesmo tema: o iso-
lamento social.
B) A charge e o texto abordam o isolamento, mas com
sentidos diferentes.
C) A charge aborda um assunto que é desenvolvido pe-
lo texto.
D) A charge complementa o assunto desenvolvido pelo
texto: o isolamento.
E) A charge exemplifica o tipo de isolamento abordado
pelo texto.
83. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Considerando
o emprego do acento indicativo de crase, assinale a al-
ternativa que completa, correta e respectivamente, as la-
cunas das linhas 09, 27 e 40.
A) à – a – à
B) à – à – a
C) à – à – à
D) a – à – à
E) a – à – a
84. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Considerando
a correta ortografia dos vocábulos em Língua Portugue-
sa, assinale a alternativa que completa, correta e respec-
tivamente, os espaços pontilhados das linhas 9 (primeira
e segunda ocorrências, respectivamente) e 14.
A) g – ss – x
B) g – ç – s
C) g – ss – s
D) j – ss – s
E) j – ç – x
85. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que apresenta o significado correto do verbo
“cerzir”, utilizado na linha 17.
A) Desmembrar.
B) Separar.
C) Fragmentar.
D) Segregar.
E) Costurar.
86. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa na qual NÃO haja o emprego de linguagem fi-
gurada.
A) “ganhou corpo (e força) em Estela sem Deus
(2018)” (l. 03-04).
B) “O terceiro é um sujeito que se recolhe em suas
lembranças” (l. 07).
C) “Pedro tem seu pai, Henrique, assassinado em uma
operação policial” (l. 09-10).
D) “o narrador necessitará desabrochar para essa co-
munidade” (l. 12-13).
E) “assim conseguirá digerir todos os acontecimentos
envolvidos na perda do pai” (l. 15).
87. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que indica palavra que seja flexionada no plural
com a mesma terminação da palavra “população”.
A) Mão.
B) Órgão.
C) Irmão.
D) Cordão.
E) Benção.
88. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que indica o número correto de orações presen-
tes no período a seguir: “No candomblé, ou na umbanda,
este período de recolhimento proporciona ao abiã conhe-
cer e aprender os dogmas, os ritos, as cerimônias, entre
outras atividades necessárias para que possa caminhar
nas práticas religiosas”.
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
89. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que indica o número de artigos definidos pre-
sentes no trecho a seguir: “Pedro tem seu pai, Henrique,
assassinado em uma operação policial, tal fato o leva pa-
ra o recolher-se e assim poder nascer para o novo mo-
mento que irá viver”.
A) 0.
B) 1.
C) 2.
D) 3.
E) 4.
90. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Analise as as-
sertivas a seguir a respeito da palavra “memorialística”:
I. A palavra possui o mesmo número de fonemas e le-
tras.
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)
II. Trata-se de palavraparoxítona terminada em “a”,
daí o acento gráfico.
III. Trata-se de adjetivo uniforme.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
91. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que indica o sentido correto da palavra “como”
no trecho a seguir: “para a motivação de atos truculentos
como os do policial” (l. 30).
A) Causa.
B) Comparação.
C) Conformidade.
D) Consequência.
E) Condição.
92. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa que indica o número correspondente ao termo
que tem a função sintática de adjunto adnominal no tre-
cho a seguir. Atenção: os termos estão sublinhados e os
números correspondentes a eles estão colocados imedia-
tamente após esses termos. “A ameaça(1) real é sim-
plesmente(2) a existência(3) de pessoas negras(4) nas ru-
as(5).”
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.
93. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Considerando
o emprego das vírgulas hachuradas ao longo do texto,
analise as assertivas a seguir:
I. Na linha 10, a dupla vírgula isola um aposto cujo
referente é a palavra “pai”, na mesma linha.
II. Na linha 12, o emprego da vírgula deve-se à separa-
ção de orações coordenadas.
III. Na linha 21, a vírgula separa uma expressão expli-
cativa, no caso, uma oração apositiva.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
94. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Com relação
ao emprego de recursos coesivos no texto, analise as as-
sertivas a seguir:
I. Na linha 17, a expressão “esse filho adulto” refere-
se ao filho do protagonista Pedro.
II. Na linha 22, a expressão “em que” poderia ser subs-
tituída por “no qual” sem prejuízo da correção gra-
matical ou da relação de referência estabelecida.
III. Na linha 32, o referente da palavra “delas” é a pala-
vra “suposições” (l. 30), que é depois desdobrada
em exemplos.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
95. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio -
RS - Guarda Municipal - Edital nº 03). Assinale a al-
ternativa na qual a palavra “que” NÃO esteja sendo em-
pregada como pronome relativo.
A) “que se recolhe em suas lembranças” (l. 07).
B) “que ouviu de e sobre seus pais” (l. 08).
C) “que consiste em submeter o sujeito” (l. 21).
D) “que estrutura a essência da sociedade” (l. 41-42).
E) “que essa ação” (l. 41).
GABARITO OFICIAL
01-D
02-A
03-B
04-C
05-E
06-A
07-E
08-B
09-C
10-C
11-C
12-A
13-E
14-B
15-E
16-C
17-C
18-B
19-A
20-D
21-D
22-B
23-B
24-B
25-E
26-C
27-E
28-A
29-D
30-A
31-D
32-C
33-B
34-A
35-D
36-A
37-E
38-E
39-D
40-C
41-A
42-A
43-E
44-B
45-B
46-D
47-E
48-C
49-A
50-D
51-D
52-A
53-D
54-B
55-E
56-C
57-A
58-D
59-C
60-B
61-C
62-A
63-E
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LEGISLAÇÃO
APLICADA AOS
SERVIDORES DO
DISTRITO FEDERAL.
SUMÁRIO:
1. Conhecimentos sobre a realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e
econômica do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito
Federal e Entorno – RIDE ........................................................................................... 03
2. Lei Orgânica do Distrito Federal e alterações posteriores ........................................... 23
3. Lei Complementar nº 840/2011 ................................................................................... 86
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1. CONHECIMENTOS SOBRE A REALIDADE
ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA,
CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO
DISTRITO FEDERAL E DA REGIÃO INTEGRA-
DA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FE-
DERAL E ENTORNO – RIDE
I – ASPECTO HISTÓRICO
1. A CONSTRUÇÃO
A história da construção de Brasília, que levou,
apenas, 41 meses, tem origens na época do Brasil Impé-
rio (meados do século XVIII), quando surgiram os pri-
meiros movimentos pela mudança da capital do país para
o interior e teve a seguinte evolução:
– A cidade de Salvador foi a primeira capital do
Brasil, quando, em 1763, foi transferida para o Rio de
Janeiro, onde permaneceu por 197 anos.
Várias pessoas defenderam a mudança da capital do
litoral para o interior, apontando os seguintes aspectos:
necessidade de maior espaço geográfico;
segurança (menos exposição, principalmente,
com relação a ataques marítimos);
interiorização (necessidade de desenvolvimento
do interior do país).
Em 1765, o Marquês de Pombal sugere a transfe-
rência da capital para o interior do Reino, alegando, in-
clusive, lucro para o Imperador; o que foi negado.
Em 1789, os inconfidentes mineiros, liderados por
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, sugerem a
mudança da Capital do Brasil do Rio de Janeiro para a
Vila de São João Del Rei, em Minas Gerais, objetivando
fortalecer os ideais de independência.
Em 1808, Hipólito José da Costa fundou, em Lon-
dres, o Correio Braziliense. Nesse jornal, ele defendia a
ideia da transferência da capital, achando perigosa sua
permanência no litoral e de difícil comunicação com os
diversos pontos do país. Em 1813, publicou um artigo
com o seguinte teor: “O Rio de Janeiro não possui ne-
nhuma das qualidades que se requerem na cidade que se
destina a ser a Capital do Império do Brasil, e se os cor-
tesãos que, para ali, foram de Lisboa tivessem assaz pa-
triotismo e agradecimento pelo país que os recolheu, nos
tempos de seus trabalhos fariam um generoso sacrifício
das comodidades, e tal qual luxo, que podiam gozar no
Rio de Janeiro, e se estabeleceriam em um país do inte-
rior, central e imediato às cabeceiras dos grandes rios,
edificariam, ali, uma cidade nova, começariam, por
abrir estradas, que se dirigisse a todos os portos do mar,
removeriam obstáculos naturais que têm os diferentes
rios navegáveis e lançariam, assim, os fundamentos do
mais externo, ligado, bem-defendido e poderoso Impé-
rio, que é possível que exista na superfície do globo no
estado atual das nações que o povoam...” (Trecho extra-
ído do artigo de Hipólito).
Em 1821, José Bonifácio de Andrade e Silva faz
uma Proposta à carta de Lisboa, para que a capital fosse
transferida para o interior, justificando que a capital do
país teria que estar no interior, para ficar livre de ataques
e para centralizar o poder,mas foi rejeitada.
Proclamada a Independência do Brasil, é instalada,
no dia 3 de maio de 1823, a Assembleia Geral Consti-
tuinte e Legislativa do Império do Brasil Já, no dia 9 do
mês seguinte, José Bonifácio de Andrada e Silva, sendo
o presidente da sessão, entregou ao Deputado França, pa-
ra ser lida, uma “Memória sobre a necessidade e sobre os
meios de edificar, no interior do Brasil, uma nova Capi-
tal”, sugerindo os nomes PETRÓPOLE ou BRASÍLIA.
Novamente, a proposta foi rejeitada.
Em 1877, o historiador Francisco Adolfo de Va-
nhagen, o Visconde de Porto Seguro, faz um estudo e
passa a desenvolver uma campanha para a interiorização
da capital, chegando a indicar a Vila de Formosa da Im-
peratriz, atual cidade de Formosa – GO, como sendo o
local ideal.
Em 1883, em 30 de agosto, São João Bosco, tem o
sonho-visão, que virou símbolo da epopeia para a cons-
trução de Brasília.
“De repente, estava no meio de uma multidão, em
uma estação ferroviária”.
Então, surgiram, aos olhos de Dom Bosco, as selvas
amazônicas, os rios caudalosos e extensos.
No sonho, Dom Bosco via as montanhas por dentro
e o fundo das planícies, viu minas de metais preciosos,
depósitos de petróleo e mais:
“Entre os paralelos 15 e 20 graus, havia uma ense-
ada bastante extensa e bastante larga, partindo de um
ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente,
uma voz assim falou: Quando se vierem a escavar as
minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá
aqui a terra prometida, de onde correrá leite e mel. Se-
rá uma riqueza inconcebível.”
(Profecia do padre italiano Dom Bosco)
Em 1891, a primeira constituição da República es-
tabelece, em seu art. 3º: "Fica pertencendo à União, no
Planalto Central da República, uma área de 14.400 km2,
que será, oportunamente, demarcada, para nela, estabe-
lecer-se a futura capital federal". A partir daí, a ideia da
transferência passou a ter respaldo legal.
Em 1892, o Presidente Floriano Peixoto, fazendo
valer a Constituição, constituiu uma Comissão Explora-
dora do Planalto Central, sob a chefia do cientista Luiz
Cruls. Esta Comissão, chamada Missão Cruls, estudou,
demarcou e elaborou o primeiro mapa da área do futuro
Distrito Federal.
No ano de 1922, em comemoração à independência
do Brasil, em 7 de setembro, foi lançada a Pedra Funda-
mental da nova capital do país, no morro do centenário, a
nove quilômetros da cidade de Planaltina.
A ideia da transferência da capital crescia lentamen-
te, até que Juscelino Kubitschek, aspirando às eleições
presidenciais de 1956, tomou para si essas aspirações,
que já constavam das constituições de 1891, de 1934 e
de 1946.
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Foi a indagação do funcionário Antônio Soares Ne-
to, da Companhia de Seguros, em um comício do interior
de Goiás, ao, então, candidato à Presidência da Repúbli-
ca, que levou J.K a pensar na tarefa que, de início, pare-
cia impossível. Era abril de 1955.
Em 1955, o, então, candidato à Presidência da Re-
pública, Juscelino Kubitschek, durante a campanha na
cidade goiana de Jataí, falava sobre o Propósito de se
construir uma nova capital do país: "Cumprirei, em toda
sua profundidade, a Constituição, e as Leis. A Consti-
tuição consagra a transferência. É necessário que al-
guém ouse iniciar o empreendimento, e eu o farei".
Em 1955, o Presidente Café Filho aprovou o sítio,
conhecido como "Sítio Castanho", entre o Riacho Fun-
do e o ribeirão Bananal, situado entre os rios Preto e
Descoberto e os paralelos de 15°30'00'' e 16°03'06'',
abrangendo as terras de Planaltina, de Formosa e de Lu-
ziânia.
Em 18 de abril de 1956, Juscelino, já presidente,
encaminhou ao Congresso Nacional a “Mensagem de
Anápolis”, propondo a criação da NOVACAP (Compa-
nhia Urbanizadora da Nova Capital) e o nome de Brasí-
lia para a nova cidade. O nome Brasília foi em homena-
gem a José Bonifácio pela luta que travou em prol da
construção da nova capital.
Em setembro do mesmo ano, o Congresso Nacional
aprovou a “Mensagem de Anápolis”, propondo a transfe-
rência da Capital do país para o planalto goiano, o Presi-
dente Juscelino Kubitschek, em visita às obras da Barra-
gem de Três Marias, disse aos jornalistas sobre a notícia
da aprovação da mudança da capital: “foi recebida com
entusiasmo, sobretudo no interior do país”. E, como
chefe do Governo, “cumpre-me executar a nova lei, o
que farei com o maior prazer”. Não desejando repercus-
são para o fato, o Presidente da República sancionou, em
19 de setembro de 1956, a lei que dispunha sobre a mu-
dança da capital para o Planalto Central e criou a Com-
panhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil para a
execução das obras. A lei sancionada foi a de número
2.874. O engenheiro Israel Pinheiro foi indicado e aceito
como o 1º Presidente da NOVACAP (Companhia Urba-
nizadora da Nova Capital); e o Arquiteto Oscar Nieme-
yer, nomeado como chefe do Departamento de Urbani-
zação e de Arquitetura.
No dia 17 de outubro de 1956, no Juca’s Bar, do
Ambassador Hotel, no Rio de Janeiro, um grupo de ami-
gos de Juscelino decidiu construir o catetinho. Coube,
então, a Oscar Niemeyer fazer o projeto de uma casa de
madeira sobre pilotis, com sala, com quatro quartos e
com banheiros no primeiro piso e com sala de jantar e
com cozinha no térreo. Realizou-se um empréstimo no
valor de Quinhentos Contos no Banco de Minas Gerais,
assinado por Niemeyer, garantindo as despesas de tal
construção. É interessante ressaltar que Juscelino já ha-
via visitado a Fazenda do Gama, a primeira a ser desa-
propriada, e encantou-se com as nascentes do lugar, que
foi escolhido, para abrigar, provisoriamente, o palácio
presidencial, recebendo o nome de CATETINHO em
homenagem a sede do governo no Rio de Janeiro, cha-
mado de Palácio do Catete.
O Catetinho foi construído em 10 dias, sendo sua
obra conclusa no dia 31/10/1956, e a inauguração foi
realizada no dia 10/11/1956. No dia da inauguração, dis-
se Juscelino: “Se meus amigos fizeram esse palácio de
madeira em 10 dias, porque outros construtores que têm
máquinas e conforto, não farão Brasília?”
Em 19 de setembro do mesmo ano, foi lançado o
edital para o concurso do projeto urbanístico de Brasília.
Aos candidatos, era dado um prazo de 120, dias para que
apresentassem seus projetos. Foram 63 inscritos, no en-
tanto apenas 26 apresentaram projetos.
Em 1957 em 16 de março, um Júri Internacional es-
colheu o projeto do urbanista Lúcio Costa, entre os tra-
balhos apresentados.
Em 1957, em 3 de maio, foi celebrada por Dom Carlos
Carmelo, Cardeal de São Paulo, a Primeira Missa da Cida-
de, no local onde, atualmente, fica a Praça do Cruzeiro no
eixo monumental oeste.
Em 1957, em outubro, o Presidente Juscelino Kubits-
chek sancionou a lei que definiu o dia 21 de abril de 1960
para a transferência da capital da união para o novo Distrito
Federal.
Em 1960, em 21 de abril, em homenagem a Tiraden-
tes, foi transferida, oficialmente, a Capital Federal para Bra-
sília. Juscelino Kubitschek concretizou o sonho de todos
aqueles que sonharam com esse feito, inaugurando a nova
capital no interior do país.
Ao se dirigir a todos os brasileiros, em seu discurso de
inauguração da nova capital, o presidente Juscelino Kubits-
chek concluiu:
“Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento
a vossos lares e dirijo-vos a minha saudação. Explicai a
vossos filhos o que está sendo feito agora. É, sobretudo,
para eles que se ergue esta cidade-síntese, prenúncio de
uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos
hão de julgar amanhã. ”
Brasília, que, segundo o urbanista Lúcio Costa, nasceu“do gesto primário de quem assinalou um lugar onde dele
tomou posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou
seja, o próprio sinal da cruz", concebida pela "curva livre e
sensual, a curva que encontro nas montanhas, na mulher
preferida, nas nuvens do céu e nas ondas do mar", de acor-
do com o arquiteto Oscar Niemeyer.
A capital que Lúcio Costa desenhou é setorizada. De
um lado e de outro lado do Eixo Rodoviário, à direita e à
esquerda do Eixo Monumental, dispõem-se as quadras resi-
dências – a Asa Norte e a Asa Sul.
As cidades que contornam o Plano Piloto já foram
chamadas cidades-satélites e comunicam-se por largas
vias de acesso. O Plano, como região administrativa, é
quem leva, oficialmente, o nome de “BRASÍLIA”.
Brasília é considerada a obra mais importante das
que foram influenciadas pelo arquiteto suíço, naturaliza-
do francês, LE CORBUSIER, um dos arquitetos mais
expressivos do século XX. “A casa é uma máquina de
morar” é uma de suas frases mais conhecidas.
No dia 7 de dezembro de 1987, Brasília foi declara-
da, pela UNESCO, uma organização da ONU, com o tí-
tulo de Patrimônio Cultural da Humanidade. Na época,
com 27 anos, Brasília passou a figurar ao lado de cidades
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milenares, como Cairo e Jerusalém. O tombamento asse-
gurou que premissas urbanísticas do Plano Piloto não
fossem mudadas. O “Status” de patrimônio da humani-
dade possibilitou ao governador José Aparecido de Oli-
veira pleitear verbas no Fundo do Patrimônio Mundial da
UNESCO, para preservar a cidade.
2. PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS
Com a vinda da Capital Federal para Brasília, não
só a Região Centro-Oeste, mas toda a área afastada da
faixa litorânea, ganhou desenvolvimento e progresso
graças, principalmente, às inúmeras vias de comunica-
ções construídas em função de a nova capital ligar esta
às principais cidades do país e o consequente povoamen-
to da região.
II. – ASPECTO POLÍTICO-ADMINISTRA-
TIVO
Brasília é a sede do governo federal e o centro polí-
tico e administrativo do país, possui os três Poderes
EXECUTIVO, LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO, em-
bora este último pertença à União.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO DISTRITO
FEDERAL
O Distrito Federal, que ganhou autonomia político-
administrativa concebida pela Constituição Federal de
1988, passou a possuir governo próprio, por ter sido elei-
to pelo povo através do sufrágio universal e pela repre-
sentação legislativa no Congresso Nacional.
Ao contrário dos estados-membros da Federação,
que são dotados dos três Poderes: Legislativo, Executivo
e Judiciários – independentes e harmônicos entre si, o
Distrito Federal não possui, na sua organização política,
o Poder Judiciário. Este, apesar de existir no Distrito Fe-
deral, é organizado e mantido pela União (art. 21, XIII,
da CF/88).
O Poder Executivo é exercido pelo governador, au-
xiliado pelos secretários de estados.
Diferentemente dos estados-membros, ao Distrito
Federal é vedado sua divisão em municípios, sendo,
pois, para descentralizar a administração, com vistas à
utilização racional de recursos para o desenvolvimento
socioeconômico e à melhoria da qualidade de vida dos
seus habitantes, sendo organizado em regiões adminis-
trativas, nos termos do art. 10 da Lei Orgânica do Distri-
to Federal.
Os administradores regionais, na sua função local,
assessoram o governador nos assuntos pertinentes à regi-
ão.
O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legis-
lativa, composta de deputados distritais, representantes
do povo, eleitos e investidos na forma da legislação fede-
ral.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal é compos-
ta de 24 Deputados Distritais, eleitos pelo sistema pro-
porcional, para mandato de 4 (quatro) anos.
O Poder Judiciário, apesar de não compor a organi-
zação política do Distrito federal, é exercido pelo Tribu-
nal de Justiça do Distrito Federal.
O governo local, para sua melhor administração,
compõe-se de órgãos de administração direta, autárquica
e fundacional, com atividades centralizadas e voltadas
para as áreas de interesse do Poder Público.
EVOLUÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
DO DISTRITO FEDERAL
Até o ano de 1967, o Distrito Federal era adminis-
trado por um prefeito; e o seu primeiro prefeito foi o en-
genheiro Israel Pinheiro da Silva. A partir de 1969, pas-
sou a ser administrado por um governador, sendo ele o
engenheiro Hélio Prates da Silveira. Em 1985, atendendo
a uma aspiração do povo brasiliense, o Congresso Naci-
onal aprovou uma lei que possibilitava as eleições na
Capital Federal, em duas etapas, sendo:
a) a eleição de deputados federais e de senadores da
república, para representarem os interesses do DF no
Congresso Nacional. Atualmente, a representação do DF
no Congresso Nacional é de oito deputados federais e de
três senadores.
O Congresso Nacional teve seus primeiros repre-
sentantes de Brasília no ano de 1986, sendo eleitos:
senadores da República – Maurício Corrêa, Mei-
ra Filho e Pompeu de Souza;
deputados federais – Maria de Lourdes Abadia,
Márcia Kubitschek, Valmir Campelo, Augusto de Carva-
lho, Geraldo de Campos, Jofran Frejat, Sigmaringa Sei-
xas e Francisco Carneiro.
b) eleição do governador do DF, que acabou sendo
inclusa na Constituição de 1988 e que também determi-
nou a eleição do vice-governador e de deputados distri-
tais, o que aconteceu, pela primeira vez, nas eleições rea-
lizadas em 1990.
GOVERNANTES DO DISTRITO FEDERAL
PREFEITURA DO DISTRITO FEDERAL
Gestão de Israel Pinheiro da Silva e
Bayard Lucas de Lima (interino)
Israel Pinheiro, que era presidente da NOVACAP,
foi o primeiro gestor do Distrito Federal. Como prefeito,
governou no período de 7 de abril de 1960 a 31 de janei-
ro de 1961, sendo responsável pela estruturação inicial
da administração da nova capital e também pela sua pri-
meira modificação.
Criou, em 17/6/1960, a Fundação Educacional do
Distrito Federal (Dec. n.º 48.297) e a Fundação Hospita-
lar do Distrito Federal (Dec. n.º 48.298).
No final de seu governo, instituiu mais três órgãos:
a Fundação Zoobotânica, através da escritura pública de
7 de janeiro de 1961, e o Conselho Técnico de Supervi-
são e de Controle da Arquitetura, da Arte e do Urbanis-
mo de Brasília, pelo Dec. n.º 20, da mesma data.
Como não chegou ao fim de seu governo, foi substi-
tuído pelo Secretário-Geral Bayard Lucas de Lima, que
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
governou, interinamente, no período de 8/1/1961 a
6/2/1961.
Gestão de Paulo de Tarso Santos
A gestão de Paulo de Tarso Santos correspondeu ao
período de 6 de fevereiro a 25 de setembro de 1961.
Nesse período, foram criadas mais duas fundações:
a Fundação do Serviço Social e a Fundação Cultural do
Distrito Federal – consideradas órgãos colaboradores da
administração e vinculadas, respectivamente, à Secreta-
ria Geral de Assistência e à Superintendência Geral de
Educação e de Cultura. Instituiu-se na Superintendência
Geral de Segurança e de Interior, o Departamento das
Subprefeituras (Planaltina, Taguatinga, Gama, Paranoá,
Brazlândia e Núcleo Bandeirante), que, posteriormente,
deu origem às atuais Administrações Regionais.
Não chegou ao fim de seu governo, sendo substituí-
do, interinamente, pelo seu Secretário-Geral Diogo Lor-
dello de Mello, que governou no período de 25/8 a
12/10/1961. Nesse período, Lordello de Mellocriou o
Parque Municipal do Gama, a Guarda Florestal, e o De-
partamento de Parques e de Jardins foi substituído pelo
Departamento Florestal.
Diogo Lordelo de Mello também não concluiu seu
governo, sendo substituído, interinamente, pelo seu Se-
cretário-Geral Ângelo Dário Rizzi.
Ângelo Dário Rizzi foi prefeito interino no período
de 13 de outubro a 6 de novembro de 1961. Não realizou
nenhuma reforma substancial na estrutura administrativa.
Gestão de José Sette Câmara Filho
Foi Prefeito do Distrito Federal no período de 6 de
novembro de 1961 a 22 de agosto de 1962.
Seu governo baseou-se na estrutura administrativa
do prefeito anterior, acrescido de pequenas modificações
realizadas por ele: basicamente, alterações de nomes e
atribuições de alguns órgãos.
Foi substituído, interinamente, pelo seu Secretário-
Geral Luís Carlos Victor Pujot, que não realizou ne-
nhuma reforma substancial.
Gestão de Ivo de Magalhães e
Luís Carlos Victor Pujol (interino)
Foi gestor do DF no período de 23 de agosto de
1962 a 31 de março de 1964.
Praticamente, manteve inalterada a estrutura admi-
nistrativa da prefeitura anterior, fazendo pequenas modi-
ficações. Foi exonerado do cargo, possivelmente, em de-
corrência do movimento político, daquele ano. Em seu
lugar, assumiu, interinamente, Luís Carlos Victor Pujol
por dois dias: em 3 e 4 de abril de 1964.
Gestão de Ivan de Sousa Mendes
Sua gestão, embora curta – 6 de abril a 18 de maio
de 1964, foi marcada pelas sucessivas intervenções da
prefeitura em órgãos da Administração, como a NOVA-
CAP e a FHDF (Dec. n.º 259, de 20 de abril de 1964).
Gestão de Plínio Reis de Cantanheide Almeida
Sua gestão compreendeu o período de 18 de maio
de 1964 a 15 de março de 1967.
Seu governo foi marcado pelas profundas modifica-
ções realizadas na Administração. As soluções adotadas,
condensadas na Lei n.º 4.545, sancionada em 10 de de-
zembro de 1964, reestruturou, completamente, a admi-
nistração do DF, partindo dos seguintes pontos princi-
pais: reestruturação do meio físico, introdução de admi-
nistração no Plano Piloto e nas Cidades Satélites e pres-
tação de serviços públicos, integração humana na estru-
tura física e social e prosseguimento das grandes obras
indispensáveis à consolidação da Nova Capital.
A Lei n.º 4.545 (ou Lei da Reforma Administrativa)
objetivou ajustar a estrutura organizacional do Distrito
Federal às novas necessidades.
A descentralização administrativa, principal carac-
terística da Lei nº 4.545, deveria ser efetivada com a im-
plantação e/ou com a consolidação dos seguintes órgãos:
- introdução das Administrações Regionais (Tagua-
tinga, Planaltina, Sobradinho, Brazlândia, Gama, Jardins,
Paranoá e Brasília;
- criação de Autarquias, tais como o Departamento
de Estradas de Rodagens;
- criação de Empresas Públicas tais como a Empre-
sa de Eletricidade de Brasília, a Companhia Telefônica
de Brasília e o Banco Regional de Brasília;
- criação de Fundações, tais como a Fundação Zoo-
botânica do DF, a Fundação Cultural do DF e a Funda-
ção do Serviço Social do DF;
- criação de Órgãos relativamente autônomos tais
como o Serviço Autônomo de Água e de esgoto, o Ser-
viço de Limpeza Urbana, a Loteria de Brasília, o Institu-
to de Educação do Excepcional, a Biblioteca Pública de
Brasília.
Gestão de Wadjô da Costa Gomide
A gestão de Wadjô da Costa Gomide correspondeu
ao período entre 31 de março de 1967 a 30 de outubro de
1969.
Nesse período, foi promulgada a Emenda Constitu-
cional n.º 1, de 17 de outubro de 1969. Essa Emenda al-
terou a denominação da Prefeitura do DF para Governo
do Distrito Federal, dirigido por um governador nomea-
do pelo Presidente da República, após ouvido pelo Sena-
do Federal atribuiu a ele a competência privativa, para
legislar para o Distrito Federal.
GOVERNADORES NOMEADOS
Gestão de Hélio Prates da Silveira
Hélio Prates da Silveira foi o primeiro governador
do Distrito Federal, o qual governou de 12 de novembro
de 1969 a 2 de abril de 1974.
Uma das questões enfrentadas pela Administração
Hélio Prates foi o problema das migrações e, consequen-
temente, a formação de favelas.
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A preocupação com a orientação dos fluxos migra-
tórios, para evitar o surgimento de favelas, levou à cria-
ção da Comissão, para empreender a política de incorpo-
ração das migrações ao processo regional do Distrito Fe-
deral, como demonstrou o Dec. n.º 1.368, de 15 de junho
de 1970.
Também em seu governo, foi criada a Comissão de
Erradicação de Núcleos Habitacionais Provisórios, liga-
dos à Secretaria de Serviços Sociais através do Decreto
n.º 1.991, de 15 de maio de 1972.
Gestão de Elmo Serejo Farias
Elmo Serejo governou o DF no período de 2 de
abril de 1974 a 28 de março de 1979.
Sua Administração caracterizou-se, sobretudo, pela
regulamentação dos órgãos já criados em gestões anteri-
ores e executou as obras da Estrutural e das chamadas te-
sourinhas do Plano Piloto.
Gestão de Aimé Alcebíades Silveira Lamaison
Lamaison governou de 29 de março de 1979 a 2 de
julho de 1982.
Em seu governo, através do Dec. 4.763, de 1 de
agosto do mesmo ano, criou o Informativo GDF.
Possivelmente, atendendo às instrução do Governo
Federal, o governador Lamaison implantou no DF o pro-
grama de desburocratização através do Dec. n.º 4.908, de
16 de novembro de 1979. Esse programa era subordina-
do, diretamente, ao governador, assistido pelo Secretário
de Administração.
Gestão de José Ornelas de Souza Filho e
Ronaldo Costa Couta (interino)
José Ornelas governou o DF de 2 de julho de 1982 a
3 de abril de 1985.
Em seu governo, manteve a estrutura básica do go-
verno anterior, introduzindo poucas modificações. Foi
destaque em seu governo a criação do Arquivo Público
do DF, através do Dec. n.º 8.530.
A exemplo de gestões anteriores, o governo de Or-
nelas caracterizou-se pela regulamentação de órgãos já
criados anteriormente.
Não chegou ao final de seu governo, sendo substitu-
ído por RONALDO COSTA COUTO, no período de
3/4/1985 a 9/5/1985, governando, interinamente, man-
tendo inalterada a estrutura administrativa do DF, acu-
mulando os cargos de Governador e de Ministro de Es-
tado do Interior.
Gestão de José Aparecido de Oliveira
Foi nomeado governador do DF no dia 8 de maio de
1985. Tendo sido convidado pelo Presidente José Sar-
ney, para reassumir o Ministério da Cultura, deixou o
governo no dia 20 de setembro de 1988, quando transmi-
tiu o cargo a Joaquim Domingos Roriz.
Em seu governo, criou a Fundação do Amparo ao
Trabalhador Preso do DF, através da Lei n.º 7.533, de 2
de setembro de 1986, subordinada à Secretaria de Segu-
rança, cujo estatuto foi aprovado em 19 de fevereiro de
1987.
Gestão de Joaquim Domingos Roriz
Joaquim Roriz assumiu o governo em 20 de setem-
bro de 1988 e o deixou em 9 de março de 1990, quando
transmitiu o cargo ao vice-governador Wanderlei Vallim
da Silva.
No governo de Roriz, foi criado o cargo de Vice-
Governador e funcionaram 15 Secretarias de estado.
Durante sua gestão o Distrito Federal foi dividido
em 12 Regiões Administrativas, tendo sido criadas as re-
giões administrativas de Brasília – RA I; do Paranoá –
RA VII e de Samambaia – RA XII.
Foi convidado pelo Presidente Fernando Collor, pa-
ra assumir o Cargo de Ministro da Agricultura, mas pre-
feriu concorrer ao cargo de Governador nas eleições, pa-
ra tentar eleger-se.
Gestão de Wanderlei Vallim da Silva
Wanderley Vallim da Silva, Vice-Governador, go-
vernou de 9/3/1990 até 1/1/1991. Foi o primeiro Vice-
Governador de Brasília, cargo criadopela Constituição
de 1988. Conservou a gestão com pequenas alterações, a
mesma estrutura do Governo Roriz.
GOVERNADORES ELEITOS
Segunda gestão de Joaquim Domingos Roriz
Joaquim Roriz transmitiu o cargo a seu vice, Wan-
derlei Vallim, devido ao convite feito pelo, então, Presi-
dente da República Fernando Collor, para que assumisse
a pasta da Agricultura.
Antes, porém, de assumir o cargo, optou pela cam-
panha política, para tentar a reeleição (desta vez, pelo
voto direto) ao governo do Distrito Federal.
Tendo obtido êxito, logo no primeiro turno nas elei-
ções de novembro de 1990, tornou-se o primeiro gover-
nador eleito para o Distrito Federal.
Empossado em 15 de março de 1991, governou a
capital do país até 1 de Janeiro de 1995. Tinha, como Vi-
ce-Governadora Márcia Kubitschek.
Em seu governo eleito, criou vários assentamentos
sem infraestrutura, o que provocou uma corrida migrató-
ria para o DF e o surgimento de várias favelas. Construiu
o viaduto Airton Senna e iniciou as obras do metrô.
Gestão de Cristovam Buarque
Concorrendo pelo PT numa disputa acirrada com o,
então, candidato de Joaquim Roriz, o senador Valmir
Campello, levou o pleito para o 2º turno, quando, numa
virada memorável, saiu vencedor para o governo do Dis-
trito Federal, nas eleições realizadas em dezembro de
1994.
Tomou posse em 1 de janeiro de 1995, recebendo-a
de Joaquim Domingos Roriz. Teve, como Vice-
Governadora, Arlete Sampaio.
Em seu governo, foi destaque a criação dos progra-
mas Bolsa-Escola, Saúde em Casa e a conclusão de al-
guns trechos do metrô.
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Levou saneamento básico a vários assentamentos e
extinguiu os ranchos da PMDF e do CBMDF, incorpo-
rando-os aos vencimentos.
Durante o governo de Cristovam Buarque ocorreu
um fato inusitado na história da PMDF: a troca de quatro
comandantes-gerais durante uma gestão governamental.
Terceira gestão de Joaquim Domingos Roriz
Depois de uma vitória surpreendente, nas eleições
de 1998, quando derrotou o, então, governador Cristo-
vam Buarque – que tinha, como certa, sua reeleição – re-
tornou ao Buriti, para comandar, pela 3ª vez, a política
do Distrito Federal.
Tomou posse em 1º de janeiro de 1999, tendo, co-
mo vice-governador, Benedito Domingos.
Teve, como principal promessa de campanha, o
programa tolerância zero, que visou a diminuir a cres-
cente criminalidade que invadia a cidade.
Durante sua gestão, transformou o Distrito Federal
num verdadeiro canteiro de obras com a construção de
vários viadutos e com o alargamento de vias, com o in-
tuito de melhorar o trânsito da cidade. Instituiu o gover-
no itinerante e deu continuidade às obras do metrô (inici-
ando a fase de teste para a sua implementação), extin-
guiu a Fundação Educacional do Distrito Federal e a
Fundação Hospitalar do Distrito Federal.
Seu mandato terminou em 31 de dezembro de 2002.
Quarta gestão de Joaquim Domingos Roriz
O candidato Geraldo Magella do PT – que tinha,
como certa, sua vitória nas eleições de 2002, foi derrota-
do de forma surpreendente, por Joaquim Roriz, que con-
tinuou no Buriti, para comandar, pela 4ª vez, a política
do Distrito Federal, tornando-se o primeiro governador a
ser reeleito no Distrito Federal.
Gestão de José Roberto Arruda
Em 2006, lançou-se pré-candidato ao governo do
Distrito Federal pelo PFL. Nesse período, travou duas
duras batalhas: uma com a base política do ex-
governador Joaquim Roriz, que pretendia lançar, como
candidata à releição, a, então, governadora Maria de
Lourdes Abadia, que havia assumido após a renúncia de
Roriz, para se candidatar ao senado; e outra, com o,
então, senador Paulo Octávio, para decidir que nome
seria indicado pelo PFL em uma eventual disputa.
Através de uma manobra política articulada pelo, então,
presidente do PFL, Jorge Bornhausen, manobra esta
considerada "de mestre" pelos analistas políticos, o
partido decidiu romper com a base do ex-governador
Joaquim Roriz e lançar uma chapa independente, em que
Arruda era o candidato ao governo e Paulo Octávio a
vice. Essa manobra gerou muita especulação da
imprensa, inclusive sobre acordos escusos entre Arruda e
Paulo Octávio. Apesar das pressões, a aliança
permaneceu até o fim da campanha.
Em outubro de 2006, Arruda foi eleito, em primeiro
turno, governador do Distrito Federal, com pouco mais
de 50% dos votos válidos, derrotando, em primeiro
turno, as candidatas Maria de Lourdes Abadia, do PSDB,
Arlete Sampaio, do PT, e outros candidatos.
Governador do Distrito Federal
No Governo do Distrito Federal, divulgou medidas,
para diminuir o gasto público e para restabelecer a
legalidade. Nos primeiros dias de governo, reduziu as
secretarias de 38 para 16, mudou a sede administrativa
do governo para Taguatinga, implantou o gabinete de
gestão integrada do governo, onde os funcionários do
primeiro escalão trabalham na mesma sala, facilitando a
transparência e a comunicação e demitiu cerca de 16.000
funcionários comissionados do governo, com a
perspectiva de contratar a metade no futuro, permitindo,
dessa forma, uma economia de milhões de reais em
recursos públicos, os quais foram utilizados para a
realização de obras. O primeiro ano do governo Arruda
foi marcado por decisões políticas bastante impactantes,
como a proibição da circulação das vans, a derrubada de
placas de propaganda não permitidas, a demolição de
prédios em situação irregular e o início do processo de
legalização dos condomínios
Escândalo de corrupção
No dia 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal
executou a Operação Caixa de Pandora, com o
cumprimento de mandados de busca e de apreensão na
residência oficial do governador José Roberto Arruda,
em secretarias do governo e em gabinetes de deputados
na Câmara Legislativa. Foram apreendidos
computadores, arquivos de mídia e documentos, além de
30 mil dólares, cinco mil euros e 700 mil reais. No
mesmo dia, o governador exonerou os envolvidos nas
investigações, além de ter especulado que o desvio de
recursos e a corrupção possam ter existido desde o
governo anterior de Joaquim Roriz. A OAB cogitou
pedir o “impeachment” de Arruda. Dez pedidos de
“impeachment” foram protocolados por deputados na
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Segundo reportagens, Arruda comandava a rede de
pagamentos a parlamentares do Distrito Federal, com
dinheiro oriundo de empresas que faziam negócios com
o governo. Quatro empresas foram suspeitas de efetuar
repasses: Info Educacional, Vertax, Adler e Linknet.
Além disso, ele teria conhecimento de pagamentos a
colaboradores próximos, como o secretário de Relações
Institucionais, Durval Barbosa, da Educação, José Luís
Valente, o chefe de gabinete, Fábio Simão, o assessor de
imprensa, Omézio Pontes, e o chefe da Casa Civil do
governo, José Geraldo Maciel. Outro participante do
esquema foi o secretário Domingos Lamoglia. Lamoglia
saiu do governo, indicado para o Tribunal de Contas do
DF, sendo investigado, também, por corrupção no
governo de Joaquim Roriz. Durval Barbosa, que foi
secretário de Roriz e que confirmou que a rede de
corrupção foi montada no governo anterior, colaborou
com as investigações policiais e poderá ser beneficiado
por delação premiada e pelo programa brasileiro de
proteção às testemunhas.
Os deputados suspeitos de serem beneficiários do
esquema foram Leonardo Prudente, Rogério Ulysses,
Eurides Brito, Pedro do Ovo, Rôney Nemer e o presidente
do PP no DF, Benedito Domingos. Arruda teria sido
também, beneficiado pessoalmente, com pagamentos
quinzenais de 50 mil reais, além de conseguir empregosO conteúdo deste livro eletrônico é licenciado, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia,
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para parentes e para amigos, como o seu filho, nas empresas
do esquema, e de ter o apoio da empresa pública Codeplan
com contribuições eleitorais e na construção de uma casa
luxuosa em Brasília para si e para políticos aliados, entre os
quais o vice-governador, Paulo Octávio. Um vídeo foi
divulgado, no qual Arruda aparece recebendo maços de
dinheiro, quando ainda era candidato em 2006. Arruda
defendeu-se, asseverando que os 50 mil reais em espécie
que embolsou no referido vídeo tiveram, como destino, a
compra de panetones para os pobres de Brasília. Em
entrevista a vários jornais, ele atribuiu as denúncias a
maquinações de políticos rivais, como Joaquim Roriz.
Nas investigações da Operação Castelo de Areia,
apurou-se, também, que Arruda teria recebido 637,6 mil
dólares ilegalmente, para a sua campanha, em 1998. Ele,
contudo, informou que não se lembrava de doações da
Camargo Correa para a sua campanha em 1998. Nas
eleições de 2002, teria sido novamente beneficiado, desta
vez, por uma empresa coligada à Camargo Correa.
Saída do DEM
No dia 10 de dezembro de 2009, Arruda anunciou a
sua desfiliação do DEM e também que não seria mais
candidato à reeleição e que não disputaria mais nenhuma
eleição. Tecnicamente, não haveria tempo hábil de
disputar cargo algum em 2010, já que os prazos para a
filiação a outro partido se haviam esgotado.
Paralisação das investigações
A partir do dia 15 de dezembro de 2009, começou a
haver sinais na Câmara Legislativa do Distrito Federal
de que a investigação do escândalo poderia estagnar-se, a
começar pela bem-sucedida manobra de Arruda de obter
maioria nas comissões da Câmara e pela aprovação do
orçamento do DF, que contemplava quantias
consideráveis para empresas lançadas em suspeita pelo
escândalo .
Ironia com escândalos de corrupção
Numa reunião do secretariado de seu governo, Arruda
permitiu imagens da reunião para o público, mas proibiu
perguntas. Desta forma, à vontade, não tocou no assunto
dos escândalos de corrupção em que se encontrava
envolvido, com exceção de um único comentário, feito no
fim da reunião, em que disse que os varredores de rua
achavam que ele, Arruda, havia ganho na Mega-Sena,
concluindo, em suas palavras e em tom de piada, que "hoje
em dia, eu sou culpado até da Mega-Sena". Os secretários
recém-nomeados por ele, que o cercavam no momento,
riram em coro. Ainda em 7 de janeiro de 2010, o
governador Arruda, em uma cerimônia, disse que "perdova
os que o insultavam", que entenderia as indignações pela
força das imagens e que sabia que "já perdoou, porque, só
assim, poderia, também, pedir perdão pelos seus pecados".
No dia 12 de janeiro de 2010, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal
do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda
(sem partido, ex-Dem e outros sete investigados no
inquérito da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
Oito empresas e instituições citadas na investigação
também tiveram os sigilos liberados pelo STJ.
Ainda, segundo reportagem da revista Época, os
documentos apreendidos em novembro de 2009 detalharam
o suposto esquema do Mensalão do Democratas de Brasília.
Prisão e afastamento do cargo
No dia 11 de fevereiro de 2010, numa decisão do
Superior Tribunal de Justiça, o governador José Roberto
Arruda teve decretada sua prisão preventiva, juntamente
a mais cinco pessoas, com o objetivo da preservação da
ordem pública e da instrução criminal. O motivo da
prisão preventiva foi a suposta participação na tentativa
de suborno do jornalista Edson Sombra, testemunha do
caso.
Foi o primeiro caso, na história do Brasil, em que
um governador teve sua prisão decretada, ainda que
preventiva.
No dia 12 de fevereiro de 2010, o ministro Marco
Aurélio de Mello, do STF, negou o pedido de “habeas
corpus” feito pelos advogados de Arruda após a prisão
dele, mas, no dia 12 de abril de 2010, o STF - por oito
votos a cinco - mandou soltá-lo juntamente com mais
cinco aliados.
No dia 23 de fevereiro, o interino, Paulo Octávio,
renunciou ao cargo por falta de apoio político. Dois dias
depois, o advogado de Arruda, Nélio Machado, anunciou
que seu cliente não voltaria mais ao governo do Distrito
Federal, se fosse libertado. Contudo ele não cogitava
uma renúncia e, sim, o afastamento do cargo até o final
das investigações, uma estratégia da defesa, para
conseguir um “habeas corpus”.
Abertura de processo de “impeachment”
No dia 4 de março de 2010, a Câmara Legislativa
do Distrito Federal aprovou o parecer da Comissão
Especial que pediu a abertura do processo de
“impeachment” do governador afastado, José Roberto
Arruda.
Cassação
Em 16 de março de 2010, José Roberto Arruda teve o
seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Distrito Federal por desfiliação partidária.
O resultado foi de 4 votos contra 3, tendo votado a
favor da cassação Mário Machado Vieira Netto (relator),
Raul Saboia, Egmont Lopes e o Presidente, Lecir da Luz,
enquanto que votaram contra Evandro Pertence, Cândido
Ribeiro e Antoninho Lopes.
Em agosto de 2010 a Polícia Federal concluiu o
relatório final da Operação Caixa de Pandora, que apontou
o ex-governador José Roberto Arruda como chefe de uma
organização criminosa, para desviar recursos públicos por
meio de empresas contradas por seu governo.
No dia 25 de agosto de 2010, a Comissão
Parlamentar de Inquérito, CPI, que investigou o suposto
esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal
aprovou o relatório que pediu o indiciamento dos ex-
governadores Joaquim Roriz (PSC) e José Roberto
Arruda (sem partido), além de outras 20 pessoas.
Governador interino
Ainda, na esteira da crise, com a prisão preventiva
do titular do governo, José Roberto Arruda, que,
formalmente, se licenciou do cargo, assumindo o vice,
Paulo Octávio, mas que permanceu, apenas, 12 dias no
cargo, renunciando em 23 de fevereiro de 2010. Como
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
determinava o artigo 93 da Lei Orgânica local, Wilson
Lima assumiu, interinamente, o governo do Distrito
Federal, com o mandato entre 23 de fevereiro de 2010 e
19 de abril de 2010.
Eleições Indiretas
Com 13 votos, o suplente de deputado federal, Ro-
gério Rosso (PMDB), foi eleito governador do Distrito
Federal no primeiro turno da eleição indireta, na Câmara
Legislativa.
Rosso exerceria um mandato tampão até 31 de de-
zembro, quando passaria o governo para o candidato a
ser eleito pela população na disputa de outubro. Sua vice
era a ex-deputada Ivelise Longhi (PMDB), arquiteta e
secretária de Habitação na gestão de Joaquim Roriz.
Gestão de Agnelo Queiroz (2010 a 2014)
Agnelo dos Santos Queiroz Filho (Itapetinga, 9 de
novembro de 1958) é um médico e político brasileiro.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Vida pessoal
Seu pai era funcionário público municipal, e sua
mãe ajudava na renda familiar com um salão de beleza
semidoméstico. Após concluir o segundo grau, Agnelo
mudou-se para Salvador, onde se formou em Medicina
pela Universidade Federal da Bahia. No curso, conheceu
Ilza Maria, com quem se casou e teve dois filhos.
Em meados dos anos 80 ele se transferiu para
Brasília, para fazer a residência médica, iniciando sua
atuação sindical como presidente da Associação
Nacional dos Médicos Residentes.Fez pós-graduação em Cirurgia Geral e Torácica e,
em 1989, foi nomeado chefe de cirurgia do Hospital
Regional do Gama, cidade-satélite de Brasília.
Carreira política
Eleito deputado distrital na primeira eleição para a
Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 1990, pelo
PCdoB. Sua atividade parlamentar credenciou-o para
uma vaga de deputado federal em 1994, reelegendo-se
em 1998 e, novamente, em 2002. Foi coautor,
juntamente com o senador paulista Pedro Piva, da Lei nº
10.264, de 16 de julho de 2001, mais conhecida como
Lei Agnelo/Piva, que estabelece o repasse de 2% da
arrecadação bruta de todas as loterias ao Comitê
Olímpico Brasileiro.
Foi ministro do Esporte no Governo Lula, de 2003 a
2006, quando se licenciou, para candidatar-se nas
eleições daquele ano a uma das cadeiras do senado pelo
Distrito Federal. Mesmo derrotado por Joaquim Roriz,
obteve a expressiva votação de 544.313 votos, 42,93%
dos votos válidos.
Exerceu o cargo de Diretor da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária em 24 de outubro de 2007.
Desfiliou-se do PCdoB e, logo em seguida, em 9 de
julho de 2008, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.
Eleições 2010
No dia 31 de outubro de 2010, foi eleito, pelo PT,
governador do Distrito Federal, tendo, como vice, Tadeu
Filippelli, do PMDB. O petista recebeu 66,1% dos votos,
contra 33,9% de Weslian Roriz (PSC), esposa do ex-
governador Joaquim Roriz (PSC). Agnelo foi eleito,
apresentando propostas como: criar o bilhete único no
transporte coletivo, criar 400 equipes de Saúde da
Família e uma Unidade de Pronto Atendimento em cada
uma das 30 regiões administrativas do DF, reduzir pela
metade o número de cargos comissionados, nomear
servidores concursados, além de construir, pelo menos,
100 mil unidades habitacionais.
Denúncias de Corrupção
Ministério dos Esportes
Segundo reportagem publicada no jornal O Globo,
Agnelo Queiroz usou a estrutura do Ministério do
Esporte, para organizar a própria festa de aniversário de
45 anos. O gabinete despachou os convites, e os
funcionários da assessoria parlamentar do Ministério
distribuíram-nos aos deputados na Câmara.
Em 2008, foi acusado de ter recebido R$150.000,00
de uma ONG ligada ao Ministério do Esporte, acusada
de desviar 3,4 milhões de reais na gestão do, então,
ministro.
Invasão de área pública
Em 2006, foi acusado de invadir área pública em sua
casa no Lago Sul-DF, para a construção de uma quadra de
tênis, de um campo de futebol e de um pequeno lago.
Também foi acusado de ter aumentado o patrimônio acima
da média, teria gasto valores não condizentes com a sua
renda na compra e na reforma da referida casa. A escritura
da casa, de 2007, refere-se a um valor total do imóvel de R$
400 mil, porém Agnelo informou à Justiça Eleitoral, em
2006, que dispunha de, apenas, R$ 45 mil em contas, em
quatro bancos e um apartamento no valor de R$ 78 mil.
Operação Shaolim
Em 2010, foi acusado pela Polícia Civil do DF na
operação batizada de Operação Shaolim. Segundo a
PCDF, Agnelo recebeu R$ 256 mil, desviados de
programa do Ministério do Esporte através de duas
associações de kung fu de Brasília: uma delas, de
propriedade de João Dias, policial militar e ex-
companheiro de Agnelo no PCdoB do DF à época. O
inquérito foi encaminhado ao Ministério Público
Federal.
Mensalão no DF
Em janeiro de 2010, Agnelo Queiroz confirmou ter
visto as gravações, em vídeo, de Durval Barbosa que
mostravam integrantes do Governo do Distrito Federal,
incluindo o, então, governador José Roberto Arruda,
recebendo dinheiro do esquema de corrupção no DF. De
acordo com o próprio Agnelo Queiroz, ele esteve com
Durval Barbosa em junho de 2009, mas resolveu não
compartilhar essa informação com a Polícia Federal ou
com seu partido (PT), uma vez que o próprio Durval já
se comprometera a fazê-lo e, também, por não possuir as
provas em seu poder. As investigações da Polícia
Federal começaram em setembro de 2009.
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A gestão de Agnelo no DF termina com déficit e
crise administrativa.
Após ser derrotado ainda no 1º turno das eleições, o
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT),
viveu dias difíceis na reta final do seu mandato. Desde
meados de outubro (2014), a capital do País passa por
um grave problema administrativo, que acabou por am-
pliar a rejeição do petista até mesmo dentro da sigla e
deixou ainda mais incerto seu futuro político.
Nos últimos meses de mandato, Agnelo suspendeu
pagamentos de contratos e salários, o que deflagrou uma
onda de protesto, greves e interrupção de vários serviços
públicos básicos no Distrito Federal.
A constatação é que o governo gastou mais do que
podia.
Números preliminares apresentados dão conta de
uma dívida de mais de R$ 3,5 bilhões deixada pelo ex-
governador Agnelo Queiroz, do PT.
Uma pesquisa realizada pelo Ibope a pedido do
grupo Bandeirantes de Comunicação, revela que o go-
vernador Agnelo Queiroz (PT) alcançou o pior desempe-
nho da história do Distrito Federal.
Fonte: Estadão com adaptações
Referências
http://www.bovap.com.br/Site/Painel/Ipos.aspx?categoria=78
http://veja.abril.com.br/230408/p_054.shtml
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI126808-15223,00-
UM+CANDIDATO+ENROLADO.html
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143927-15223,00-
GOLPES+ONGS+E+A+MALA+DE+DINHEIRO.html
Correio Braziliense
Gestão de Rodrigo Rollemberg
Biografia
Chegou a Brasília em 1960. Um dos quatorze filhos
do ex-juiz e ex-deputado federal sergipano Armando
Leite Rollemberg e Teresa Sobral Rollemberg. Graduou-
se em 1983 em História na Universidade de Brasília.
É funcionário público (Analista Legislativo do Se-
nado Federal). Casado com Márcia Helena Gonçalves
Rollemberg, tem três filhos.
É filiado desde 1985 ao PSB.
Cargos eletivos
Em 1990 disputou sua primeira eleição para depu-
tado distrital, mas não se elegeu. Disputou novamente o
mesmo cargo em 1994 e alcançou a primeira suplência,
assumindo o mandato eventualmente pelas licenças do
titular Wasny de Roure.
Destacou-se no combate a grilagem de terras públi-
cas e pela em defesa do turismo local. Assumiu a Secre-
taria de Turismo durante o governo de Cristovam Buar-
que. Iniciou o Projeto Orla, de desenvolvimento do lazer
e turismo na orla do Lago Paranoá, e implementou o tu-
rismo cívico.
Eleito efetivamente em 1998 a deputado distrital,
com 15.942 votos, dedicou seu mandato ao combate à
grilagem de terras públicas.
Lançou-se candidato a Governador do Distrito Fe-
deral em 2002, obtendo o 3º lugar.
Em 2003 Rollemberg assumiu a Secretaria Nacional
de Inclusão Social, do Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia.
Em 2006, foi eleito deputado federal com 55.917
votos.
Em 2010 elege-se Senador, juntamente com Cristo-
vam Buarque, com 738.575 votos (33,03% dos votos vá-
lidos).
Em 2014, lançou-se novamente candidato a gover-
nador do Distrito Federal, foi para o segundo turno das
eleições em primeiro lugar obtendo 45,23% dos votos
validos (692 855 votos), vencendo também o pleito em
segundo turno com 55,56% dos votos válidos (812 036
votos). Em 2018, candidatou-se à reeleição, tendo como
vice Eduardo Brandão, do Partido Verde (PV). Classifi-
cou-se para o segundo turno em segundo lugar, obtendo
210 510 votos, o que corresponde a 13,93% dos votos
válidos. Foi derrotado por Ibaneis Rocha.
Sua Gestão
Depois de herdar uma dívida pública de R$ 6,5 bi-
lhões da gestão anterior, a gestão Rollemberg reduziu pa-
ra R$ 1,5 bilhão. O Distrito Federal deixa o limite pru-
dencial da Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF). Com a
saída do limite, o GDF deixou de ter restrições legais pa-
ra gerir os recursos, mas a situação ainda não é confortá-
vel para o Executivo.
Durante sua gestão, o GDF desobstrui 671 mil me-
tros quadrados na orla do Lago Paranoá. O governo rea-
briu ainda os parques Península e Asa Delta. Fechou Li-
xão da Estrutural. Na Saúde criou o Instituto Hospital de
Base.
Em meio à grave crise hídrica que castigou o Distri-
to Federal durante meses, o GDF entregou a obra de cap-
tação de água do Lago Paranoá e do Sistema Bananal.
Manteve durante sua gestão, uma atuação firme no
que diz respeito a política de combate às invasões de
terras públicas, com a Agência de Fiscalização do Dis-
trito Federal (Agefis) muitas vezes criticado por grande
parte da população do DF.
Para equilibrar as contas do GDF, aumentou vários
impostos como IPVA, Taxa de Limpeza Pública (TLP),
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), além
da mudança nos cálculos do IPTU, em muitos, casos até
triplicando o valor do imposto em relação ao ano anteri-
or. Tudo isso, causou uma grande insatisfação e rejeição
ao seu governo.
Polêmicas
Ao longo dos seus 4 anos de mandato, Rollemberg
teve de lidar com dezenas de paralisações de servidores
públicos e termina sua gestão brigado com os principais
sindicatos. Seu posicionamento dividiu opiniões: grande
parcela do funcionalismo se sentiu desprestigiada diante
da postura considerada intransigente do chefe do Execu-
tivo local. Por outro lado, o socialista cresceu no concei-
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to de diversos brasilienses que concordaram com as me-
didas e defenderam uma atitude mais firme dos gover-
nantes em relação aos sindicalistas.
Eleições 2018
O advogado Ibaneis Rocha (MDB) foi eleito o novo
governador do Distrito Federal. Ele venceu a disputa do
segundo turno com 69,79% dos votos válidos contra o
candidato Rodrigo Rollemberg (PSB), que tentou a ree-
leição, que ficou com 30,21% dos votos válidos.
Novato na política, Ibaneis virou uma das maiores
surpresas na disputa eleitoral. O advogado de 47 anos e
ex-presidente regional da Ordem dos Advogados do Bra-
sil (OAB) saltou de 2% das intenções de votos, no início
da campanha em agosto, para liderar a preferência do
eleitorado com folga no segundo turno. Ele desbancou,
no primeiro turno, adversários conhecidos do eleitorado
do DF. Entre eles, Eliana Pedrosa (Pros), eleita três ve-
zes deputada distrital (2002, 2006 e 2010) e que liderava
as pesquisas no início da campanha, e também o deputa-
do federal e líder na Câmara da chamada Bancada da Ba-
la, Alberto Fraga (DEM).
O aparente anseio da sociedade por uma renovação
na política, como foi registrado nas urnas no início de
outubro, pode ter motivado a ascensão meteórica de Iba-
neis. “Um governo impopular, o sentimento de rejeição,
além de alguém com poder econômico podem explicar
esta subida”, afirma o cientista político Leonardo Barre-
to.
O mandato dele começa em 2019 e termina em
2022.
Eleições 2022, o atual Governador Ibaneis Rocha
(MDB), conseguiu se reeleger por mais 4 anos de man-
dato, começando em 2023 a 2026.
***********************************************
III – ASPECTO FÍSICO-GEOGRÁFICO
1. LOCALIZAÇÃO
A localização geográfica é determinada pela latitu-
de e longitude. O Distrito Federal está localizado entre
os paralelos de 15°30´ e 16°03´de latitude sul e os meri-
dianos de 47°25´e 48°12´de longitude oeste, na Região
Centro-Oeste, ocupando o centro do Brasil e o centro
leste do Estado de Goiás. Com uma área de 5.783 km2,
representa 0,06% da área do território nacional. Limita-
se a leste com o município de Cabeceira Grande, perten-
cente ao Estado de Minas Gerais e com os seguintes mu-
nicípios do Estado de Goiás:
Ao norte: Planaltina de Goiás, Padre Bernardo
e Formosa;
Ao sul: Luziânia, Cristalina, Santo Antônio do
Descoberto, Cidade Ocidental, Valparaíso e
Novo Gama;
A leste: Formosa;
A oeste: Santo Antônio do Descoberto, Padre
Bernardo e Águas Lindas.
O Distrito Federal é o menor território autônomo do
Brasil que, por determinação constitucional, não pode ser
dividido em municípios. É formado pela Capital Federal
Brasília e suas Regiões Administrativas. Em 21 de abril
de 1960, Brasília tornou-se Capital Federal da República
Federativa do Brasil que até então era na cidade do Rio
de Janeiro.
Codeplan 2017
O Distrito Federal, como vemos, limita-se, somente,
com os estados de Goiás e de Minas Gerais. Tem, como
limites naturais, a leste, o Rio Preto e o Ribeirão Santa
Rita; a oeste, o Rio Descoberto. Esses rios facilitaram o
trabalho de delimitação. Onde não há rios, a divisa é fei-
ta por linhas imaginárias (nos mapas, linhas tracejadas),
delimitadas pelos paralelos que definem o quadrilátero
correspondente à área do DF.
posição astronômica:
Como vimos, o Distrito Federal, em sua forma re-
tangular, possui dois paralelos, ao norte e ao sul, como
pontos extremos do seu território, assim definidos:
– Latitude: 15°30’00’’ ao norte e 16°03’06’’ ao sul.
– Longitude: 47°17’08’’ a leste e 48º12’ a oeste.
Fuso Horário:
O Distrito Federal pertence ao segundo fuso horário
brasileiro, isto é, está a 3 horas em relação a Greenwich.
A hora de Brasília é a hora oficial do Brasil, de acordo
com a lei n.º 2.784 de 18 de junho de 1913.
2. CARACTERIZAÇÃO TERRITORIAL
2.1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E AMBI-
ENTAIS
2.1.1. GEOMORFOLOGIA
A evolução das formas de relevo do DF possui ca-
racterísticas típicas da região do Planalto Central - áreas
elevadas do Centro-Oeste à qual está inserido. Predomi-
nam as chapadas associadas a unidades geológicas mais
antigas. A topografia apresenta altitudes que variam en-
tre 950m a 1400m aproximadamente, predominando
formas de relevo evoluídas por processo de erosão, ca-
racterizadas pelas chapadas e chapadões. Estão presentes
outras formas de relevo como vales, colinas, na área da
bacia dos rios São Bartolomeu, Preto e Descoberto e ser-
ras presentes na área da bacia do rio Maranhão.
2.1.2. GEOLOGIA
Os terrenos são compostos de rochas metassedi-
mentares dos grupos Canastra Paranoá, Araxá e Bambuí
(segundo Freitas - Silva; Campos,1999). Esses grupos
estão associados à idade geológica mais antiga - Pré-
cambriano que se subdivide em mesoproterozoico e neo-
proterozoico. Estes apresentam rochas como xistos,
quartzito, biotita, ardósias, filitos, metacalcários, metas-
siltitos e outras. Existem áreas que passaram por proces-
sos de evolução estrutural, onde estão presentes falhas
como ocorrem a noroeste do Distrito Federal
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
2.2. RELEVO
O Distrito Federal está localizado em uma das áreas
mais elevadas da Região Centro-Oeste, o Planalto Cen-
tral Goiano, que, pela nova classificação dada pelo pro-
fessor Jurandyr Luciano Sanches Ross, elaborada a par-
tir da análise de dados colhidos de radar, obtidos no pe-
ríodo de 1970 a 1985, pelo projeto Radambrasil, recebeu
a denominação de Planaltos e de Serras de Goiás-
Minas. Portanto sua forma de relevo é o planalto. Seu
terreno é formado por rochas cristalinas, com serras
constituídas de resíduos de antigos dobramentos, que fo-
ram bastante trabalhados pela erosão, principalmente em
seus pontos mais elevados. Devido à intensa erosão, às
vezes as formas de relevoapresentam extensos topos
planos que lembram uma chapada. É o caso da chapada
dos Veadeiros e da de Brasília, situadas a nordeste do
Distrito Federal. Suas altitudes variam entre 1.000 me-
tros e 1.200 metros, podendo atingir 1.400 metros, como
é o caso de alguns locais ao norte do Distrito Federal.
A forma de relevo mais frequente no Distrito Fede-
ral, como vimos, são as grandes extensões planas e ele-
vadas – as chapadas – interrompidas, ocasionalmente,
por ladeiras e por colinas arredondadas. Ao norte, o rele-
vo é mais acidentado, apresentando vales profundos. Ao
sul, são mais frequentes os vales abertos e as encostas
pouco íngremes.
No geral, o Distrito Federal apresenta topografia
suave, com altitude média de 1.100 m acima do nível do
mar, alcançando seu ponto mais alto na colina do Rode-
ador, que atinge 1.344 m. O Rodeador fica na Chapada
da Vendinha, na região administrativa de Brazlândia. Já
a parte mais baixa fica na região Administrativa de Pla-
naltina – 845 m.
O aproveitamento do solo é feito de acordo com o
relevo. Há regiões que são próprias para a construção de
cidades; outras, para a construção de barragens; e algu-
mas, mais adequadas para a agricultura.
A cidade de Brasília situa-se numa área de relevo
suave, que vai perdendo altitude, à medida que se apro-
xima do Lago Paranoá. Seu ponto mais alto é o marco do
Cruzeiro, com 1.173 metros de altitude.
2.3. HIDROGRAFIA
Hidrografia é o conjunto de rios, de riachos e de la-
gos de uma região. Os rios e os lagos são recursos natu-
rais de grande importância para a nossa sobrevivência.
57% do território do Distrito Federal é constituído
de terras altas, de onde nascem e drenam as três maiores
bacias hidrográficas brasileiras:
Bacia Tocantins/Araguaia: rio Maranhão;
Bacia Platina (ou Prata): rios São Bartolo-
meu e Descoberto;
Bacia do São Francisco: rio Preto.
Os rios Maranhão e São Bartolomeu formam um
dos raros fenômenos hidrográficos do mundo. Esses dois
rios possuem uma só nascente: a vereda grande. Esse
fenômeno é conhecido como águas emendadas, locali-
zado na cidade de Planaltina.
Entre as bacias secundárias, destaca-se a Bacia do
Rio Paraná, tributária do rio São Bartolomeu, onde está
situado o lago artificial do Paranoá, criado, juntamente,
com a cidade de Brasília.
Por essa razão, os rios da região são, tipicamente,
de planalto, isto é, são rios com trechos onde as águas
correm rapidamente, devido à inclinação do terreno, com
cachoeiras e com quedas d’água (rápidos).
Os principais rios do Distrito Federal são:
Rio São Bartolomeu;
Rio Preto;
Rio Descoberto;
Rio Maranhão.
Esses rios deram nomes às quatro grandes bacias
que servem o Distrito Federal:
Bacia do Rio São Bartolomeu/Alagado;
Bacia do Rio Preto;
Bacia do Rio Descoberto; e
Bacia do Rio Maranhão.
Principais lagos formados pelo represamento das
águas de pequenos rios, córregos e ribeirões:
Paranoá: rio Paranoá; ribeirões Torto, Bana-
nal, Gama e Riacho Fundo; córregos do Ipê, Cabeça de
Veado, Vicente Pires, Acampamento e outros;
Santa Maria: Córregos Santa Maria e Milho
Cozido;
Descoberto: rios Descoberto e Melchior; ribei-
rões das Pedras e Rodeador; córregos Samambaia, Vere-
dinha, Barracão e outros.
Há, ainda, as lagoas do Jaburu, da Lagoa Bonita ou
do Mestre D’Armas, da Lagoinha dos Carás e outros
rios, córregos e ribeirões que cortam a região do Distrito
Federal.
2.4. CLIMA
O clima no Distrito Federal, segundo a classificação
de Köppen, enquadra-se entre os tipos “tropical de sava-
na” e “temperado chuvoso de inverno seco”, distinguin-
do-se, claramente, duas estações climáticas bem-
definidas:
uma estação seca, que vai de maio a setem-
bro; e
uma estação chuvosa, que se prolonga de
outubro a abril.
Nos meses de novembro, de dezembro e de janeiro,
chove muito; já nos meses de junho, de julho e de agos-
to, praticamente não chove. Entre janeiro e março, a
temperatura aumenta-se; em junho e em julho, ela cai.
A média pluviométrica de 30 anos (1963/1990) va-
ria de 248.6 milímetros, em dezembro, para 8.8 milíme-
tros, em junho.
Nos meses de agosto e de setembro, a cidade fica
com a umidade típica de deserto, 12%.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomen-
da que, em casos de umidade abaixo de 20%, se deve in-
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
terromper as atividades que exijam esforço físico. Abai-
xo de 12%, a OMS considera estado de calamidade pú-
blica.
O Instituto de Meteorologia do Distrito Federal re-
gistrou dois dias de umidade abaixo de 12%: 15 de se-
tembro de 1994 e 3 de outubro de 1994.
O clima predominante no DF é o tropical de altitu-
de, sendo que, próximo dos rios, o clima é o tropical.
Durante a maior parte do ano, o tempo apresenta-se as-
sim:
dias ensolarados com céu azul e com nuvens
brancas.
noites mais frias do que o dia.
A temperatura média, durante todo o ano, vai de
19ºC a 22,5º C. A umidade relativa do ar cai de 70%, no
início da seca, para menos de 20%, no fim da seca. Veri-
ficando-se, então, que:
julho é o mês mais frio, com temperaturas mé-
dias variando entre 16º e 18º.
setembro é o mês mais quente.
agosto é o mês mais seco.
dezembro é o mês mais chuvoso.
Nos períodos de seca, não é raro a cidade ficar mais
de 50 dias sem chuva, mas o recorde é de 163 dias de se-
ca ininterrupta, registrado em 1963.
Conforme dados disponíveis, nos últimos dez anos
até 2016, a temperatura apresentou poucas variações,
mas tende a aumentar, enquanto a precipitação e umida-
de têm apresentado uma maior variação nesses anos,
tendendo a diminuir.
2.5. VEGETAÇÃO
Quanto à vegetação, o Distrito Federal situa-se no
centro da região do cerrado, o qual ocupa 1/4 da superfí-
cie do território brasileiro. Alcança, no DF, expressão
ainda maior, pois cobre cerca de 90% de sua área.
Ocorrem no bioma Cerrado, diferentes tipos de ve-
getação, entretanto encontramos três tipos básicos de ve-
getação: cerrado, campo e pequenas matas (ou mata de
galeria).
O cerrado é a vegetação predominante em todo
o Distrito Federal. Constitui-se de pequenas árvores de
casca grossa e de galhos tortuosos como a lixeira, o pau-
terra, o pequizeiro, a mangabeira e muitas outras. São
árvores espaçadas, e o solo é coberto de ervas e de gra-
míneas (capim). O cerrado está sendo aproveitado para a
criação de gado e para a agricultura.
Campo é a vegetação rasteira composta de ervas
e de gramíneas com raros arbustos. Essas vegetações são
próprias para a criação de gado.
Pequenas matas são as vegetações que apare-
cem, principalmente, nas margens dos rios e dos riachos.
É formada de árvores de porte médio e próximas umas
das outras. Onde há matas, o terreno é fértil e úmido,
próprio para as plantações.
No Distrito Federal, são encontradas, ainda, diver-
sas áreas de reflorestamento, onde são plantados pelo
homem pinheiros ou eucaliptos, modificando a paisagem
natural da região.
2.6. SOLOS
Predominam os Latossolos, seguidos dos Cambisso-
los. Conforme dados da Embrapa, os primeiros são solos
porosos, permeáveis e bem drenados associados à vege-
tação de cerrado e cerradão. Os cambissolos são pouco
desenvolvidos, associados à vegetação de campo limpo e
ocorrem em vertentes das bacias dos rios Maranhão,
Descoberto e São Bartolomeu e encostas com de-
clividade mais acentuada como na depressão do Paranoá
e bacia do rio Preto.
2.6. A FLORA E A FAUNA
A flora e a fauna do Distrito Federal são ricas e va-
riadas. Levantamentos botânicos registram a ocorrência
de cerca de 2.000 espécies de plantas superiores(flor e
semente), distribuídas em 600 gêneros pertencentes a
150 famílias. A maior parte dessas espécies (cerca de
800) é natural dos campos, dos cerrados e de outros am-
bientes diferentes de mata, onde ocorrem cerca de 1.200
espécies.
Muitas das espécies são fartamente extraídas, desi-
dratadas e coloridas, para compor arranjos vendidos,
principalmente, como souvenirs na torre de TV e em
frente à Catedral de Brasília. É uma tradição nascida an-
tes, mesmo, da construção da cidade.
A fauna local, por sua vez, é comparável às existen-
tes na Amazônia e na Mata Atlântica, consideradas as
mais ricas do Brasil. Tal riqueza se deve tanto à localiza-
ção singular do DF, no ponto de encontro das três gran-
des bacias hidrográficas brasileiras. Quanto à diversidade
de seus habitats, estima-se em, aproximadamente, 60.000
o número de espécies de animais que habitam a região.
Foram encontrados na Estação Ecológica de Águas
Emendadas:
anfíbios: rã, perereca, sapo;
répteis: jacaré, cascavel, jararaca, calango, teiu, la-
gartos;
aves: coruja buraqueira, gavião carcará, codorna,
ema, tucanuçu, papagaio curau, papagaio verdadeiro,
pássaro preto, sabiá laranjeira, sabiá do barraco, anu-
preto, anu-branco, rolinha calda-de-feijão, rolinha casca-
vel, pomba galega, pombo doméstico, pombinha-das-
almas, seriema, biguá, garça branca grande, garça branca
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pequena, pica-pau, pica-pau-do-campo, perdiz, saracura,
urubu, beija-flor, bem-te-vi.
mamíferos: anta, sagui, macaco-prego, lobo-guará,
bugio, tamanduá-mirim, tamanduá-bandeira, tatu-
canastra, coati, jaguatirica, gato maracajá, veado mateiro,
veado campeiro, suçuarana, capivara, porco-do-mato, co-
tia, paca.
Com a finalidade de preservar a fauna e a flora da
região, o governo criou Áreas Especiais chamadas Uni-
dades de Conservação (UC’s).
Essas UC’s se apresentam como instrumento disci-
plinador da ocupação humana, dentro de uma ótica de
desenvolvimento sustentável. Representam cerca de 42%
do território. No entanto apenas 9% do território do DF
correspondem a UC’s de uso indireto, isto é, unidades
onde o ecossistema deve ser protegido de forma integral,
sendo a interferência humana a menor possível. O pró-
prio entorno dessas unidades, num raio de 10 Km, deve
ter sua ocupação disciplinada.
Pertencem a essa categoria as UC’s que formam um
primeiro grupo listado a seguir:
Estação Ecológica de Águas Emendadas, localizada
na RA VI – Planaltina;
Parque Nacional de Brasília, localizado na RA I –
Brasília;
Reserva Ecológica do IBGE, localizada na RA XVI –
Lago Sul;
Reserva Ecológica do Jardim Botânico, localizada
na RA XVI – Lago Sul;
Reserva Ecológica do Guará, localizada na RA X –
Guará;
Parque e Reserva Ecológica do Gama, localizado na
RA II – Gama;
Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE de
Capetinga e de Taquara, localizada na RA XVI – Lago
Sul;
ARIE do Riacho Fundo, localizada na RA XVI – La-
go Sul;
ARIE do Lago Paranoá, localizada na RA VII – Pa-
ranoá;
ARIE do Cerradão, localizada na RA XVI – Lago
Sul;
Parque Boca da Mata, localizado nas RA’s III – Ta-
guatinga e XII – Samambaia.
Um segundo grupo é o das unidades de conservação
com alguma flexibilidade para uso. Esse grupo é objeto
de especial atenção, uma vez que é nele que estão locali-
zados muitos dos conflitos do quadro de ocupação terri-
torial do DF. Este grupo também comporta unidades que
são de extremo interesse para o desenvolvimento urbano,
no que tange à articulação da cidade com o ambiente na-
tural e com áreas para o lazer, como é o caso dos parques
urbanos. Fazem parte do segundo grupo:
Área de Proteção Ambiental – APA da Bacia do
São Bartolomeu, abrange as RA’s V – Sobradinho, VI –
Planaltina, VII – Paranoá e XIV – São Sebastião;
APA do Descoberto, abrange as RA’s III – Tagua-
tinga, IV – Brazlândia e IX – Ceilândia;
APA do Cafuringa, abrange as RA’s IV –
Brazlândia e V – Sobradinho;
APA do Paranoá, abrange as RA’s I – Brasília,
XVI – Lago Sul, XVIII – Lago Norte e VII – Paranoá;
APA do Gama e Cabeça do Veado, abrange as
RA’s VIII – Núcleo Bandeirante, XVI – Lago Sul e XIX
– Candangolândia;
ARIE Taguatinga e Cortado, localizada na RA III –
Taguatinga;
Parque Areal, localizado na RA III – Taguatinga;
Parque Três Meninas, localizado na RA XII – Sa-
mambaia;
Parque Olho D’Água, localizado na RA I – Brasília;
Parque Ecológico Norte, localizado na RA I – Brasí-
lia;
Parque do Guará, localizado na RA X – Guará;
Parque São Sebastião, localizado na RA XIV – São
Sebastião;
Parque do Paranoá, localizado na RA VII – Paranoá;
Parque dos Jequitibás, localizado na RA V – Sobra-
dinho;
Parque Veredinha, localizado na RA IV – Brazlân-
dia;
Parque do Rio Descoberto, localizado na RA IX –
Ceilândia.
As unidades de conservação estão sob a responsabi-
lidade da SEMATEC – Secretaria do Meio, da Ciência e
da Tecnologia, com exceção do Parque Nacional de Bra-
sília, que é uma unidade de conservação federal que está
sob a responsabilidade do IBAMA – Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renová-
veis.
3. POPULAÇÃO
O Distrito Federal, segundo estimativa do IBGE
2021, apresenta uma população de 3.094.325.
O Distrito Federal "ganhou" 39.176 moradores em
um ano, entre 2020 e 2021. Ao todo, a população da ca-
pital chega a 3.094.325 moradores, com crescimento
de 1,27% com relação ao ano anterior. Os dados fo-
ram estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e são referentes a 1º de julho de 2021.
O levantamento, no entanto, não considera os im-
pactos da pandemia. Segundo o instituto, a crise causada
pela Covid-19 ainda está em curso e não há novos dados
a respeito da migração. Por isso, o órgão afirma que
os efeitos do coronavírus nos índices populacionais só
serão analisados no censo demográfico de 2022.
O estudo indica que Brasília é a terceira capital
mais populosa do país, atrás de São Paulo (SP) e Rio de
Janeiro (RJ). Quando somada à população do Entorno, a
região chega a 4.758.469 moradores. É a quarta região
metropolitana mais populosa do país, atrás também da de
Belo Horizonte.
A taxa de crescimento da população no DF foi bem
acima da nacional, que ficou em 0,74%. Segundo o IB-
GE, neste ano, a população do país chegou a 213,3 mi-
lhões de pessoas.
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4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS URBA-
NAS DO DF
a) O DF é polinucleado: há vários núcleos habita-
cionais e um central (Brasília) e vários periféricos (cida-
des-satélites) distantes entre si, onde habita, atualmente,
a maior parte da população do DF.
b) Segregação e periferização sócio-espacial: a
fim de preservar o plano urbanístico de Brasília ao longo
da história, a população de baixa renda vem sendo dire-
cionada para as áreas periféricas. Essa população está
afastada do Plano Piloto (Brasília) não só pela distância
espacial, mas também pela distância social, pois a perife-
ria (cidades-satélites) enfrenta sérios problemas sociais:
desemprego, sistema educacional e de saúde precários,
violência, etc. – e infraestruturas. Portanto, ao contrário
do que pretendia Lúcio Costa com o seu projeto, o DF
mantém a clássica estruturação espacial das grandes ci-
dades brasileiras: a relação centro-periferia e apresentaos mesmos problemas dos grandes centros urbanos.
c) “Política de Empurrão” e Monopólio das Ter-
ras: como em qualquer parte, a população, em regra,
mora de acordo com seu poder aquisitivo. Percebe-se, no
DF, uma tendência de empurrar as populações mais ca-
rentes para as áreas mais periféricas. Essa “política de
empurrão” se efetiva pela ação da especulação imobiliá-
ria, em que o principal agente é o próprio estado (GDF)
que monopoliza as terras.
A TERRACAP, empresa pública local, controla as
terras urbanas e vende, por meio de licitação, esses espa-
ços de acordo com a política governamental.
Essa política acaba sendo responsável, também, pe-
lo crescimento desordenado da chamada “periferia de
Brasília”: as cidades do Entorno. Portanto o crescimento
exagerado e desordenado dos municípios goianos próxi-
mos a Brasília deve-se ao fato de essa região funcionar
como “válvula de escape” das pressões demográficas e
da especulação imobiliária do DF.
d) Expansão Desordenada: nos últimos anos, tem
sido frequente, no DF, o surgimento de inúmeros “con-
domínios irregulares”, fruto do processo de grilagem de
terras com a conivência frequente das autoridades (GDF,
TERRACAP E FUNDAÇÃO ZOOBOTANICA). A
maior parte dos condomínios surgiu em áreas rurais ar-
rendadas, que foram desmembradas em lotes menores
para a ocupação urbana. A consequência imediata dessa
expansão desordenada tem sido o comprometimento dos
mananciais responsáveis pelo abastecimento de água da
população do DF.
5. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Da mesma forma que o Brasil foi dividido em esta-
dos e em regiões, para facilitar o trabalho do governo, o
Distrito Federal também é dividido em regiões, para que
o governo possa melhor administrar a unidade da federa-
ção.
O Distrito Federal, embora seja vedado a ele sua di-
visão em municípios pela Constituição Federal (art. 32),
dentro de sua nova concepção política de unidade fede-
rada autônoma, organiza-se em regiões administrativas,
com vistas à descentralização administrativa, à utilização
racional de recursos para o desenvolvimento socioeco-
nômico e à melhoria da qualidade de vida. (vide art. 10,
Lei Orgânica do DF).
Cada região administrativa possui um administrador
regional, atuando como se fosse um "Prefeito", indicado
pelo governo do Distrito Federal, que é o responsável pe-
la promoção e pela execução dos serviços públicos da
sua região respectiva.
O administrador terá uma remuneração fixada, em
lei, nunca superior à fixada para os Secretários de Go-
verno do Distrito Federal. Atualmente, o Distrito Federal
encontra-se dividido em 33 (trinta e três) regiões admi-
nistrativas, denominadas "RAs", assim distribuídas:
RA I - Região Adm. de Brasília;
RA II - Região Adm. do Gama;
RA III - Região Adm. de Taguatinga;
RA IV - Região Adm. de Brazlândia;
RA V - Região Adm. de Sobradinho;
RA VI - Região Adm. de Planaltina;
RA VII - Região Adm. do Paranoá;
RA VIII - Região Adm. do Núcleo Bandei-
rante;
RA IX - Região Adm. de Ceilândia;
RA X - Região Adm. do Guará;
RA XI - Região Adm. do Cruzeiro;
RA XII - Região Adm. de Samambaia;
RA XIII - Região Adm. de Santa Maria;
RA XIV - Região Adm. de São Sebastião;
RA XV - Região Adm. Recanto das Emas;
RA XVI - Região Adm. do Lago Sul;
RA XVII - Região Adm. do Riacho Fundo;
RA XVIII - Região Adm. do Lago Norte;
RA XIX - Região Adm. de Candangolândia;
RA XX - Região Adm. de Águas Claras;
RA. XXI - Região Adm. do Riacho Fundo
II;
RA XXII - Região Adm. do Sudoes-
te/Octogonal;
RA XXIII - Região Adm. da Vila Varjão;
RA XXIV - Park Way;
RA XXV - SCIA - Setor Complementar de
Indústria e Abastecimento (Ci-
dades Estrutural e Cidade do Au-
tomóvel);
RA XXVI - Sobradinho II;
RA XXVII - Jardim Botânico;
RA XXVIII- Itapuã;
RA XXIX - SIA (Setor de Indústria e Abaste-
cimento);
RA XXX - Vicente Pires;
RA XXXI - Fercal.
RAXXXII - Sol Nascente/Pôr do Sol
RAXXXIII - Arniqueira
O Distrito Federal tem, ainda, seu território dividido
em "macrozoneamento" para fins de implementação do Pla-
no Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal,
previsto na Constituição Federal (art. 182, § 1º):
ZUR: Zonas Urbanas;
ZEU: Zonas de Expansão Urbana;
ZRU: Zonas Rurais;
ZIA: Zonas de Interesse Ambiental.
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
Zonas Urbanas: são aquelas já parceladas regular-
mente ou que ainda o serão nos termos da legislação per-
tinente, desde que contidas em perímetro urbano, deven-
do respeitar as Áreas de Proteção Ambiental, onde elas
se inserem.
Zonas de Expansão Urbana: são as Zonas Rurais em
fase de desenvolvimento populacional, com característi-
cas urbanas, que somente serão confirmadas após a con-
cordância da alteração do zoneamento pelas entidades
supervisoras das respectivas Áreas de Proteção Ambien-
tal, onde elas se inserem e serão delimitadas por poligo-
nais topográficas.
Zonas Rurais: são aquelas destinadas às atividades
agrícola, pecuária, extrativa vegetal e mineral ou outros
usos complementares compatíveis com essas atividades,
sendo a elas vedado o parcelamento do solo para fins ur-
banos, nos termos de que dispõe a legislação pertinente,
sendo permitidas as atividades agroindustriais e industri-
ais.
Zonas de Interesse Ambiental: são aquelas que, de-
vido às características físico-ambientais, à sua fauna, à
sua flora ou aos demais atributos especiais, mereçam tra-
tamento específico, visando à sua preservação, à sua
conservação ou à sua recuperação. As principais áreas de
interesse ambiental são: o Parque Nacional de Brasília; o
Jardim Botânico de Brasília, a Reserva Ecológica do
Roncador, o Campo Experimental da UnB, a Reserva
Ecológica do Gama, a Reserva Ecológica de Taguatinga,
a Estação Ecológica de Águas Emendadas e a Reserva
Ecológica do Guará. BRASÍLIA.
Brasília, que compreende à área de abrangência da
RA I – Brasília, por ser a capital da República – onde se
concentra o Poder Administrativo da Nação, é a cidade
mais importante do Distrito Federal.
Seu território está dividido em oito zonas, agrupan-
do funções compatíveis a cada uma, a saber:
ZCA – Zona Cívico-Administrativa;
ZC – Zona Central;
ZR – Zona Residencial;
ZIN – Zona Industrial;
ZV – Zona verde;
ZE – Zona Especial;
ZI – Zona Institucional;
ZFA – Zona Funcional Administrativa.
Cada zona compreende “setores” ou "áreas" especí-
ficas.
***********************************************
IV - ASPECTOS ECONÔMICOS
O Distrito Federal possui o oitavo maior Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil, que soma cerca de R$
254,81 bilhões. Sendo a sede administrativa do país, a
maior parcela do valor adicionado à economia brasilien-
se é derivada do setor terciário, que agrega tanto o co-
mércio e os serviços quanto a administração pública e as
atividades correlatas.
De acordo com dados de 2022 da Codeplan e o IB-
GE, a composição da economia do DF é pautada essen-
cialmente pela dinâmica do setor de Serviços (95,7%),
cujas atividades veem obtendo melhores desempenhos.
Os setores industriais (3,9%) e agropecuário (0,4%) pos-
suem pouca representatividade.
1. SERVIÇOS
O setor de Serviços é o maior responsável pelo de-
sempenho da atividade econômica do Distrito Federal,
representando 95,7% da economia. De janeiro a março
de 2022, o setor cresceu 2,3%, em relação a igual perío-
do de 2021. No desempenho nacional, o IBGE computou
acréscimo de 3,7% para o setor. Em quatro trimestres,
até março de 2022, o setor acumulou alta de 4,1% no
Distrito Federal e de 5,8% no Brasil, em relação aos qua-
tro trimestres imediatamente anteriores.A atividade Administração, defesa, saúde e educa-
ção públicas e seguridade social cresceu 1,6% nos três
primeiros meses de 2022, na comparação com os mes-
mos meses de 2021. O indicador nacional apontou varia-
ção positiva de 2,9%. A atividade pública responde por
44,1% da estrutura produtiva do Distrito Federal e por
46,1% do setor de Serviços.
As Atividades financeiras apresentaram recuo nos
negócios, retraíram 0,6% na comparação dos primeiros
trimestres de 2022 e 2021. O índice nacional contraiu
1,6%. A taxa básica de juros da economia, a Selic1, co-
laborou para o desempenho da atividade, ao encerrar o
primeiro trimestre de 2022 em 11,75% ao ano, um dos
níveis mais altos desde 2017. A atividade representa
16,6% da economia do DF, a segunda maior.
Segundo o Idecon-DF, a atividade comercial enco-
lheu 1,3% de janeiro a março de 2022, frente aos mes-
mos meses do ano anterior. O índice nacional registrou
queda de 1,5%, de acordo com o IBGE.
Embora a Pesquisa Mensal do Comércio
(PMC/IBGE) tenha indicado, no primeiro trimestre de
2022, variação positiva de 4,0% no volume de vendas do
comércio varejista no Distrito Federal, o varejista ampli-
ado2 apresentou variação negativa (-2,6%). Os destaques
negativos foram para os segmentos de Livros, jornais,
revistas e papelaria (-21,6%); Móveis e eletrodomésticos
(-14,9%); Veículos, motocicletas, partes e peças (-
14,5%); Hipermercados, supermercados, produtos ali-
mentícios, bebidas e fumo (-6,4%); e Material de cons-
trução (-6,7%).
As variações positivas foram registradas nos seg-
mentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico
(41,1%); Tecidos, vestuário e calçados (23,9%); Equi-
pamentos e materiais para escritório, informática e co-
municação (20,4%); Artigos farmacêuticos, médicos, or-
topédicos, de perfumaria e cosméticos (9,5%); e Com-
bustíveis e lubrificantes (7,5%).
O grupo Outros Serviços3 cresceu 6,0% no primei-
ro trimestre de 2022, reflexo, principalmente, das altas
em Transporte, armazenagem e correio; Atividades pro-
fissionais, científicas e técnicas, administrativas e servi-
ços complementares; Artes, cultura, esporte e recreação e
outros serviços; e Informação e comunicação.
Fonte: Codeplan com adaptações
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2. INDÚSTRIA
A Indústria, com peso de 3,9% na economia do DF,
registrou elevação de 0,5% nos três primeiros meses de
2022, em relação aos mesmos meses de 2021. No país,
os dados do IBGE revelaram movimento inverso, o setor
contraiu 1,5%, na mesma base de comparação. Em qua-
tro trimestres, o setor industrial cresceu 5,0% no Distrito
Federal e 3,3% no Brasil.
A Construção, responsável por 2,0% da atividade
econômica local e 51,8% do setor industrial, subiu 0,6%
no confronto dos primeiros trimestres de 2022 e 2021.
Houve aumento do nível de ocupados na atividade no
DF. No país, a atividade evoluiu 9,0%.
As Indústrias de transformação, que representam
0,9% na estrutura econômica do DF, cresceram 0,3% de
janeiro e março de 2022. O indicador nacional registrou
queda de 4,7%.
O grupo Outros da Indústria evoluiu 0,8% no pri-
meiro trimestre do ano. O desempenho foi influenciado,
em parte, pelos consumos de água e energia elétrica, que
pouco aumentaram em relação a igual período de 2021.
O grupo agrega as atividades das Indústrias Extrativas e
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de
resíduos e descontaminação.
3. AGROPECUÁRIA
O setor Agropecuário no Distrito Federal exerce
pequeno impacto no desempenho global, respondendo
por 0,4% da estrutura produtiva. No primeiro trimestre
de 2022, o setor expandiu 9,2%, ante igual trimestre de
2021. O IBGE registrou queda de 8,0% no contexto na-
cional. Em quatro trimestres o desempenho do setor
agropecuário foi negativo no DF (-0,2%) e no Brasil (-
4,8%).
O resultado do Distrito Federal pode ser explicado,
principalmente, pelo desempenho da safra de alguns
produtos no primeiro trimestre. De acordo com informa-
ções do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
(LSPA/IBGE), em abril de 2022, a previsão é de que a
produção anual de feijão aumente em 56,8%, com a área
plantada crescendo 57,3% e o rendimento médio osci-
lando em -0,3%, em relação a 2021. A estimativa para o
milho é de crescimento anual de 30,7% na produção e na
produtividade, com estabilidade na área plantada. A pro-
dução da soja deve crescer em 5,2%, sem ganho no ren-
dimento médio, já que a área plantada também deve
avançar em 5,2%.
É importante ressaltar que a agricultura local é de-
senvolvida em pequenas áreas, dada a dimensão territo-
rial do Distrito Federal, e qualquer fator que atinja as
áreas de cultivo, como efeito climático, infestação de
pragas ou aplicação de novas tecnologias interferirá for-
temente na produção das lavouras, com grande impacto
no índice do setor Agropecuário.
Fonte: Codeplan com adaptações
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V - TURISMO
1. PRINCIPAIS PAISAGENS TURÍSTICAS DO
DF
A região do Planalto Central, onde se localiza o DF,
apresenta grande variedade de paisagens naturais que
propiciam a contemplação, prática de esportes e lazer,
além das obras e monumentos urbanos que estimulam o
interesse turístico.
1.1 PAISAGENS TURÍSTICAS E CULTURAIS
Catedral de Brasília
Palácio da Alvorada
Palácio do Itamaraty
Congresso Nacional
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Igreja Nossa Senhora de Fátima (Igrejinha)
Torre de TV
Teatro Nacional
Ermida Dom Bosco
Catetinho
Museu Histórico e Artístico de Planaltina
Pedra Fundamental – Planaltina-DF
BIBLIOGRAFIA
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Documentos 122
Julho/2004 - EMBRAPA - Geomorfologia - Evolução Geomorfológica do DF.
Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação - SEGETH - Sis-
tema de Informações Territoriais e Urbanas do DF - SITURB/2015.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - FIBGE. (1) Cen-
so Demográfico - Distrito Federal - 1970. Vol. 1. Tomo XXIV, Rio de Janeiro,
FIBGE, 1973; (2) FIBGE. Censo Demográfico - Distrito Federal - 1980. Vol. 1.
Tomo 6 - Nº 26. Rio de Janeiro, FIBGE, 1993; (3) FIBGE. Censo Demográfico -
1991. Nº 28 - Distrito Federal. Rio de Janeiro, FIBGE, 1991; (4) FIBGE. Censo
Demográfico - 2000. Resultados do Universo. Rio de Janeiro, FIBGE; (5) FIB-
GE. Censo Demográfico - 2010. Resultados do Universo. Rio de Janeiro, FIBGE,
2010.
Companhia de Planejamento do Distrito Federal - Codeplan - Anuário Es-
tatístico do DF; e Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD
2015/2016.
IBGE - Censo de 2010 e Estimativa para 2015.
Codeplan - Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal -
PED/DF - 2015/2016.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Secretaria de Defe-
sa Agropecuária - SDA - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal - DIPOA - Acompanhamento, Cadastro e Avaliação - DCA - e Subsecre-
taria de Defesa e Vigilância Agropecuária, Diretoria de Inspeção de Produtos de
Origem Vegetal e Animal - DIPOVA - Gerência Operacional de Inspeção - Nú-
cleo de Inspeção de Produtos de Origem Animal.
Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural - SEAGRI/DF.
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VI - RIDE
A Região Integrada de Desenvolvimentodo Distrito
Federal e Entono (Ride-DF) foi criada pela Lei Com-
plementar n° 94/1998, regulamentada pelo Decreto n°
7.469/2011 e ampliada pela Lei Complementar n°
163/2018. A Ride-DF é composta pelo Distrito Federal,
4 municípios do estado de Minas Gerais e 29 municípios
do estado de Goiás. Uma Ride é constituída a partir do
agrupamento de dois ou mais municípios, envolvendo
duas ou mais unidades da Federação instituídas por lei
complementar federal, com o objetivo de articular e
harmonizar as ações administrativas da União, dos esta-
dos e dos municípios.
Abrangência
É constituída pelo Distrito Federal, pelos Municí-
pios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de
Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do
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Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade Oci-
dental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Crista-
lina, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia,
Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Gama, Padre Ber-
nardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Desco-
berto, São João d’Aliança, Simolândia, Valparaíso de
Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e
de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado
de Minas Gerais.
Ocupa uma área de 94.570,39 quilômetros quadra-
dos, sendo pouco maior que a Hungria e sua população é
de mais 4,5 milhões de habitantes, um pouco menos que
a Nova Zelândia.
No centro do território está a área mais densa, com-
posta pelo Distrito Federal, detentor de 66% da popula-
ção da RIDE do Distrito Federal e Entorno. Há uma
grande área conurbada na direção sul BR-040, incluindo-
se nessa região os municípios de Valparaíso de Goiás,
Cidade Ocidental, Novo Gama e Luziânia que represen-
tam 11,7% da população da RIDE. Outros municípios
bastante populosos são Águas Lindas de Goiás (as mar-
gens da BR-070), Formosa (as margens da BR-020),
Planaltina (BR-010) e Santo Antônio do Descoberto
(BR-060). Esses municípios com o Distrito Federal so-
mam uma população de aproximadamente 4 milhões de
pessoas.
Objetivos da RIDE-DF
Entre os principais objetivos da RIDE, podemos
destacar a necessidade da realização de políticas pú-
blicas em conjunto nas cidades integrantes da região.
Essas políticas estão relacionadas com a geração de
emprego, renda, serviços públicos e infraestrutura; o de-
senvolvimento social, saneamento básico, uso e ocupa-
ção do solo, transportes e sistema viário, proteção ao
meio ambiente e controle da poluição ambiental; e tam-
bém dizem respeito à saúde e assistência social, à educa-
ção e cultura, ao combate às causas de pobreza e aos fa-
tores de marginalização e segurança pública.
Cabe ao Executivo criar ações que estimulem a
prosperidade dos municípios da RIDE, o que pode ser
feito em nível municipal, estadual e/ou federal, podendo
haver um convênio entre as três esferas governamentais.
Mapa da RIDE-DF
Em 2018, com base em outra lei complementar san-
cionada pelo então presidente Michel Temer, foram
acrescentados na RIDE mais alguns municípios, confor-
me o mapa e a legenda a seguir.
Observe no mapa, de azul, os municípios incorpo-
rados a partir de 2018.
Normas legislativas sobre a RIDE:
LEI COMPLEMENTAR Nº 94, DE 19 DE FE-
VEREIRO DE 1998
Autoriza o Poder Executivo a criar a Regi-
ão Integrada de Desenvolvimento do Distri-
to Federal e Entorno - RIDE e instituir o
Programa Especial de Desenvolvimento do
Entorno do Distrito Federal, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei Complementar:
Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar, para
efeitos de articulação da ação administrativa da União,
dos Estados de Goiás e Minas Gerais e do Distrito Fede-
ral, conforme previsto nos arts. 21, inciso IX, 43 e 48,
inciso IV, da Constituição Federal, a Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE.
§ 1º A Região Administrativa de que trata este arti-
go é constituída pelo Distrito Federal, pelos Municípios
de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de
Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do
Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade Oci-
dental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Crista-
lina, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia,
Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Gama, Padre Ber-
nardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Desco-
berto, São João d’Aliança, Simolândia, Valparaíso de
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e
de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado
de Minas Gerais. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 163, de 2018)
§ 2º Os Municípios que vierem a ser constituídos a
partir de desmembramento de território de Município ci-
tado no § 1º deste artigo passarão a compor, automati-
camente, a Região Integrada de Desenvolvimento do
Distrito Federal e Entorno.
Art. 2º É o Poder Executivo autorizado a criar um
Conselho Administrativo para coordenar as atividades a
serem desenvolvidas na Região Integrada de Desenvol-
vimento do Distrito Federal e Entorno.
Parágrafo único. As atribuições e a composição do
Conselho de que trata este artigo serão definidas em re-
gulamento, dele participando representantes dos Estados
e Municípios abrangidos pela RIDE.
Art. 3º Consideram-se de interesse da RIDE os ser-
viços públicos comuns ao Distrito Federal e aos Municí-
pios que a integram, especialmente aqueles relacionados
às áreas de infraestrutura e de geração de empregos.
Art. 4º É o Poder Executivo autorizado a instituir o
Programa Especial de Desenvolvimento do Entorno do
Distrito Federal.
Parágrafo único. O Programa Especial de Desen-
volvimento do Entorno do Distrito Federal, ouvidos os
órgãos competentes, estabelecerá, mediante convênio,
normas e critérios para unificação de procedimentos rela-
tivos aos serviços públicos, abrangidos tanto os federais
e aqueles de responsabilidade de entes federais, como
aqueles de responsabilidade dos entes federados referi-
dos no art. 1º, especialmente em relação a:
I - tarifas, fretes e seguros, ouvido o Ministério da Fa-
zenda;
II - linhas de crédito especiais para atividades prioritá-
rias;
III - isenções e incentivos fiscais, em caráter temporá-
rio, de fomento a atividades produtivas em programas de
geração de empregos e fixação de mão-de-obra.
Art. 5º Os programas e projetos prioritários para a re-
gião, com especial ênfase para os relativos à infraestrutura
básica e geração de empregos, serão financiados com recur-
sos:
I - de natureza orçamentária, que lhe forem destinados
pela União, na forma da lei;
II - de natureza orçamentária que lhe forem destinados
pelo Distrito Federal, pelos Estados de Goiás e de Minas
Gerais, e pelos Municípios abrangidos pela Região Integra-
da de que trata esta Lei Complementar;
III - de operações de crédito externas e internas.
Art. 6º A União poderá firmar convênios com o Distri-
to Federal, os Estados de Goiás e de Minas Gerais, e os
Municípios referidos no § 1º do art. 1º, com a finalidade de
atender o disposto nesta Lei Complementar.
Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177 da Indepen-
dência e 110 da República.
FERNANDOHENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
DECRETO Nº 7.469, DE 4 DE MAIO DE 2011.
Regulamenta a Lei Complementar no 94, de
19 de fevereiro de 1998, que autoriza o Po-
der Executivo a criar a Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e En-
torno - RIDE e instituir o Programa Espe-
cial de Desenvolvimento do Entorno do Dis-
trito Federal.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alí-
nea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na
Lei Complementar no 94, de 19 de fevereiro de 1998, e
na Lei Complementar no 129, de 8 de janeiro de 2009,
DECRETA:
Art. 1o A Região Integrada de Desenvolvimento do
Distrito Federal e Entorno - RIDE destina-se à articula-
ção da ação administrativa da União, dos Estados de
Goiás e de Minas Gerais e do Distrito Federal.
§ 1o A RIDE é constituída pelo Distrito Federal, pe-
los Municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas
Lindas, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocal-
zinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa,
Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernar-
do, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descober-
to, Valparaíso e Vila Boa, no Estado de Goiás, e de Unaí
e Buritis, no Estado de Minas Gerais.
§ 2o Integram-se automaticamente à RIDE os Muni-
cípios que vierem a ser constituídos em virtude de des-
membramento de Município mencionado no § 1o.
Art. 2º O Conselho Administrativo da Região Inte-
grada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno
- COARIDE, vinculado ao Ministério do Desenvolvi-
mento Regional, tem a finalidade de coordenar as ativi-
dades a serem desenvolvidas na RIDE. (Redação dada
Decreto nº 11.057, de 2022) Vigência
Art. 3o Compete ao COARIDE:
I - coordenar as ações dos entes federados que com-
põem a RIDE, visando ao desenvolvimento e à redução
das desigualdades regionais;
II - aprovar e supervisionar planos, programas e
projetos para o desenvolvimento integrado da RIDE;
III - programar a integração e a unificação dos ser-
viços públicos que lhes são comuns;
IV - indicar providências para compatibilizar as
ações desenvolvidas na RIDE com as demais ações e ins-
tituições de desenvolvimento regional;
V - harmonizar os programas e projetos de interesse
da RIDE com os planos regionais de desenvolvimento;
VI - coordenar a execução de programas e projetos
de interesse da RIDE; e
VII - aprovar seu regimento interno.
Parágrafo único. Consideram-se de interesse da RI-
DE os serviços públicos comuns ao Distrito Federal, aos
Estados de Goiás e de Minas Gerais e aos Municípios
que a integram, relacionados com as seguintes áreas:
I - infraestrutura;
II - geração de empregos e capacitação profissional;
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III - saneamento básico, em especial o abastecimen-
to de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço
de limpeza pública;
IV - uso, parcelamento e ocupação do solo;
V - transportes e sistema viário;
VI - proteção ao meio ambiente e controle da polui-
ção ambiental;
VII - aproveitamento de recursos hídricos e mine-
rais;
VIII - saúde e assistência social;
IX - educação e cultura;
X - produção agropecuária e abastecimento alimen-
tar;
XI - habitação popular;
XII - serviços de telecomunicação;
XIII - turismo; e
XIV - segurança pública.
Art. 4º O COARIDE é composto por: (Redação da-
da pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
I - Secretário-Executivo do Ministério do Desen-
volvimento Regional, que o presidirá; (Redação dada
pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
II - Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidên-
cia da República; (Redação dada pelo Decreto nº 9.913,
de 2019)
III - Secretário-Executivo do Ministério da Justiça e
Segurança Pública; (Redação dada pelo Decreto nº
9.913, de 2019)
IV - Secretário-Executivo do Ministério da Infraes-
trutura; (Redação dada pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
V - Secretário-Executivo do Ministério da Educa-
ção; (Redação dada pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
VI - Secretário-Executivo do Ministério da Cidada-
nia; (Redação dada pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
VII - Secretário-Executivo do Ministério da Saúde;
(Redação dada pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
VIII - Secretário-Executivo da Secretaria de Gover-
no da Presidência da República; (Redação dada pelo
Decreto nº 9.913, de 2019)
IX - Diretor-Superintendente da Superintendência
do Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO; (In-
cluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
X - três representantes do Distrito Federal, um do
Estado de Goiás e um do Estado de Minas Gerais, indi-
cados pelos respectivos Governadores; (Incluído pelo
Decreto nº 9.913, de 2019)
XI - dois representantes dos Municípios do Estado
de Goiás que integram a RIDE, indicados, em comum
acordo, pelos Prefeitos dos Municípios que integram a
RIDE; e (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
XII - dois representantes dos Municípios do Estado
de Minas Gerais que integram a RIDE, indicados, em
comum acordo, pelos Prefeitos dos Municípios que inte-
gram a RIDE. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 1º Os membros de que tratam os incisos I a IX do
caput serão substituídos, em suas ausências e seus im-
pedimentos, por seus substitutos. (Redação dada pelo
Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 2º Cada membro de que tratam os incisos X a XII
do caput terá um suplente, que o substituirá em suas au-
sências e seus impedimentos. (Redação dada pelo De-
creto nº 9.913, de 2019)
§ 3º Os membros de que tratam os incisos X a XII
do caput terão mandato de dois anos, permitida a recon-
dução. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 4º Os membros do COARIDE de que tratam os
incisos X a XII do caput, e respectivos suplentes, serão
designados pelo Secretário-Executivo do Ministério do
Desenvolvimento Regional. (Incluído pelo Decreto nº
9.913, de 2019)
Art. 4º-A O COARIDE se reunirá em caráter ordi-
nário trimestralmente e em caráter extraordinário: (Inclu-
ído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
I - sempre que convocado por seu Presidente; (In-
cluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
II - por solicitação de um terço dos membros; ou
(Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
III - no prazo de até trinta dias após a reunião em
que tenha havido concessão de vista de matéria constante
da pauta. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 1º O quórum de reunião do COARIDE é de maio-
ria absoluta e o quórum de aprovação é de maioria sim-
ples. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 2º Além do voto ordinário, o Presidente do COA-
RIDE terá o voto de qualidade em caso de empate. (In-
cluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
§ 3º Os membros do COARIDE que se encontrarem
no Distrito Federal e na RIDE se reunirão presencial-
mente e os membros que se encontrem em outros entes
federativos participarão da reunião por meio de video-
conferência. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 4º-B O COARIDE poderá instituir subcolegia-
dos para matérias específicas. (Incluído pelo Decreto nº
9.913, de 2019)
Parágrafo único. Os subcolegiados do COARIDE:
(Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
I - serão instituídos em atendimento ao disposto em
suas Resoluções; (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de
2019)
II - não poderão ter mais de cinco membros; (Inclu-
ído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
III - terão caráter temporário e duração não superior
a um ano; e (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
IV - estão limitados a três operando simultaneamen-
te. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 4º-C A Secretaria-Executiva do COARIDE se-
rá exercida pela Diretoria de Planejamento e Avaliação
da SUDECO.(Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 4º-D A participação no COARIDE será consi-
derada prestação de serviço público relevante, não remu-
nerada. (Incluído pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 5º (Revogado pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 6º (Revogado pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 7º (Revogado pelo Decreto nº 9.913, de 2019)
Art. 5o As atividades de Secretaria-Executiva do
COARIDE serão exercidas pela Diretoria de Implemen-
tação de Programas e de Gestão de Fundos da SUDECO.
Art. 6o As decisões do COARIDE serão tomadas
por maioria simples de seus membros, cabendo ao seu
Presidente o voto de qualidade.
Art. 7o A participação no COARIDE não será re-
munerada, sendo considerada serviço público relevante.
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
Art. 8o O Programa Especial de Desenvolvimento
do Entorno do Distrito Federal, ouvidos os órgãos com-
petentes, estabelecerá, mediante convênio, normas e cri-
térios para a unificação de procedimentos relativos aos
serviços públicos de responsabilidade Distrital, Estadual
e Municipal de entes que integram a RIDE, especialmen-
te em relação a:
I - tarifas, fretes e seguro, ouvido o Ministério da
Fazenda;
II - linhas de crédito especiais para atividades prio-
ritárias;
III - isenções e incentivos fiscais, em caráter tempo-
rário, de fomento a atividades produtivas em programas
de geração de empregos e de fixação de mão de obra.
Art. 9o Os programas e projetos prioritários para a
RIDE, principalmente no que se refere e à infraestrutura
básica e geração de empregos, serão financiados com re-
cursos:
I - do orçamento da União;
II - dos orçamentos do Distrito Federal, dos Estados
de Goiás e de Minas Gerais e dos Municípios abrangidos
pela RIDE; e
III - de operações de crédito externas e internas.
Art. 10. A União estabelecerá convênios com o Dis-
trito Federal, com os Estados de Goiás e de Minas Gerais
e com os Municípios referidos no § 1o do art. 1o, com a
finalidade de atender ao disposto neste Decreto.
Art. 11. Este Decreto entra em vigor no dia 16 de
maio de 2011.
Art. 12. Ficam revogados:
I – o Decreto no 2.710, de 4 de agosto de 1998;
II – o Decreto no 3.445, de 4 de maio de 2000; e
III – o Decreto no 4.700, de 20 de maio de 2003.
Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência
e 123o da República.
DILMA ROUSSEFF
Guido Mantega
***********************************************
2. LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL
PREÂMBULO
Sob a proteção de Deus, nós, Deputados Distritais,
legítimos representantes do povo do Distrito Federal, in-
vestidos de Poder Constituinte, respeitando os preceitos
da Constituição da República Federativa do Brasil, pro-
mulgamos a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei
Fundamental do Distrito Federal, com o objetivo de or-
ganizar o exercício do poder, fortalecer as instituições
democráticas e os direitos da pessoa humana.
TÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS
PODERES E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 1° O Distrito Federal, no pleno exercício de sua
autonomia política, administrativa e financeira, observa-
dos os princípios constitucionais, reger-se-á por esta Lei
Orgânica.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
mente, nos termos da Constituição Federal e desta Lei
Orgânica.
Art. 2° O Distrito Federal integra a união indissolú-
vel da República Federativa do Brasil e tem como valo-
res fundamentais:
I - a preservação de sua autonomia como unidade
federativa;
II - a plena cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
tiva;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou
prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, raça,
cor, sexo, características genéticas, estado civil, trabalho
rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosó-
ficas, orientação sexual, deficiência física, imunológica,
sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por
qualquer particularidade ou condição, observada a Cons-
tituição Federal. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Emenda
à Lei Orgânica 65 de 30/08/2013)
Art. 3° São objetivos prioritários do Distrito Fede-
ral:
I - garantir e promover os direitos humanos assegu-
rados na Constituição Federal e na Declaração Universal
dos Direitos Humanos;
II - assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de
iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da le-
galidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da
eficácia dos serviços públicos;
III - preservar os interesses gerais e coletivos;
IV - promover o bem de todos;
V - proporcionar aos seus habitantes condições de
vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça so-
cial e o bem comum;
VI - dar prioridade ao atendimento das demandas da
sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho, trans-
porte, segurança pública, moradia, saneamento básico,
lazer e assistência social;
VII - garantir a prestação de assistência jurídica in-
tegral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
VIII - preservar sua identidade, adequando as exi-
gências do desenvolvimento à preservação de sua memó-
ria, tradição e peculiaridades;
IX - valorizar e desenvolver a cultura local, de mo-
do a contribuir para a cultura brasileira.
X - assegurar, por parte do poder público, a prote-
ção individualizada à vida e à integridade física e psico-
lógica das vítimas e das testemunhas de infrações penais
e de seus respectivos familiares. (Inciso acrescido(a) pe-
lo(a) Emenda à Lei Orgânica 6 de 14/10/1996)
XI - zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília,
tombado sob a inscrição n° 532 do Livro do Tombo His-
tórico, respeitadas as definições e critérios constantes do
Decreto n° 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Porta-
ria n° 314, de 8 de outubro de 1992, do então Instituto
Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC, hoje Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 12
de 12/12/1996)
XII – promover, proteger e defender os direitos da
criança, do adolescente e do jovem. (Inciso acrescido(a)
pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 73 de 23/04/2014)
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Legislação Aplicada aos Servidores do Distrito Federal
XIII - valorizar a vida e adotar políticas públicas de
saúde, de assistência e de educação preventivas do suicí-
dio. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica
103 de 06/12/2017)
XIV - promover a inclusão digital, o direito de
acesso à Internet, o exercício da cidadania em meios di-
gitais e a prestação de serviços públicos por múltiplos
canais de acesso. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Emenda à
Lei Orgânica 115 de 08/10/2019)
Art. 4° É assegurado o exercício do direito de peti-
ção ou representação, independentemente de pagamento
de taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância.
Art. 5° A soberania popular será exercida pelo su-
frágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos e, nos termos da lei, mediante: (Artigo
regulamentado(a) pelo(a) Lei 5608 de 07/01/2016)
I - plebiscito; (Inciso regulamentado(a) pelo(a) Lei
1642 de 17/09/1997)
II - referendo; (Inciso regulamentado(a) pelo(a) Lei
1642 de 17/09/1997)
III - iniciativa popular.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRITO
FEDERAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 6° Brasília, Capital