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DIARREIA AGUDA E DESIDRATAÇÃO 
DANIELA FRANCO 
DIARREIA AGUDA 
Diarreia é 3 ou mais evacuações amolecidas em 24 
horas. Mudança do padrão habitual. 
CLASSIFICAÇÃO 
➔ Aguda: até 14 dias (infecciosa) 
➔ Persistente: 14 – 30 dias (pensar em infecciosa, 
pós infecciosa (pós enterite) 
➔ Crônica: > 30 dias (pensar em sd. Disarbsortiva, 
doença intestinal inflamatória) 
 
MECANISMOS 
Para diarreia infecciosa pensamos principalmente em 3 
tipos de mecanismos: 
OSMÓTICA: solutos não absorvidos (não foi digerido) e 
causa retenção de água. Melhora com jejum do 
paciente. 
SECRETÓRIA: aumenta secreção de eletrólitos e água. 
Enterotoxinas agem nos enterócitos fazendo liberar 
mais eletrólitos e água. Independente do alimento. 
INVASIVO: É uma diarreia colonica (baixa), não tem 
muita água pois grande parte já foi absorvida. Tem uma 
invasão do epitélio intestinal, causa lesão epitelial e 
inflamação. Menos frequente. 
FORMAS CLÍNICAS 
AQUOSA: Fezes mole. Mais comum. Por mecanismos 
osmóticos ou secretor. 
DISENTERIA: tem invasão epitelial e tem sangue nas 
fezes, pode ter pus ou muco. 
ETIOLOGIA 
AQUOSA 
1. Vírus: 
Rotavírus é o mais frequente, causa lesão no topo da 
vilosidade do enterócito (achatamento das vilosidades), 
onde tem a lactase. Logo sem a enzima tem acúmulo de 
lactose, que é um soluto e puxa água, tendo a diarreia 
osmótica. Além disso, o rotavírus libera uma endotoxina 
NSP4 que ativa o mecanismos secretor e acumula água. 
Rotavírus é o principal causador de diarreia grave em < 
2 anos (primeiro episodio tende a ser mais grave). 
Possui vacina para rotavírus que diminui as formas 
graves (seria uma simulação da primo-infecção, para 
que na contaminação seja mais leve). 1ª dose da vacina 
com 2 meses e a 2ª com 4 meses. 
Na clínica além da diarreia tem vômitos, precedem a 
diarreia. Por isso é chamada de GEA (gastroenterite 
aguda) 
Norovírus: principais agentes dos surtos epidêmicos. 
Outros: adenovírus, astrovírus. 
 
2. Bactérias 
E. coli enterotoxigênica (ETEC): principal causa de 
diarreia bacteriana. Tem a secreção de enterotoxinas 
(mecanismo secretório). Diarreia do viajante. 
E. coli enteropatogência (EPEC): diarreia persistente 
(>14 dias). Mais risco de desidratação e desnutrição. 
Vibrio Cholerae: assintomáticos / diarreia grave 
(desidratação fulminante). Tem surtos. Fezes em “água 
de arroz”. 
 
3. Protozoários 
Giardia Lamblia: resiste a temperaturas e cloro de água. 
O EPF (exame de fezes) não é indicado em diarreia 
aguda. 
DESINTERIA 
4. Bactérias 
Shigella: Principal causa de disenteria. Disenteria com 
tenesmo e cólica abdominal. Pode ter febre e queda do 
estado geral. Tem manifestações extra intestinais, 
sendo a principal os quadros neurológicos (convulsão). 
Pode ter sd. Hemolítica urêmica. 
Salmonella: risco de bacteremia (< 3 meses, 
imunossuprimidos, doença falciforme). 
E. coli enteroinvasiva : processo inflamatório 
E. coli entero-hemorrágica: ausência de febre, principal 
causa de SHU. 
OBS: só escreve antibiótico se estiver com 
acometimento do estado geral. Por que se a criança 
tiver entero-hemorragica pode complicar, causando sd. 
hemolítica urêmica. 
Sd hemolítica urêmica: principal causa é a E.coli 
enterohemorragica. Produz a toxina de SHGA que é 
capaz de invadir mucosa e causa lesão no endotélio 
renal, deflaga coagulação e forma trombo no glomeruo, 
tem diminuição da TFG (oliguria, aumento de escoria). 
Tem consumo de plaquetas que leva a trombocitopenia. 
As hemácias passam pelo glomérulo semi-ocluido, 
sofrem hemólise e leva a anemia hemolítica 
microangiopatica. 
Campylobacter: pode ter manifestação extraintestinais. 
Pode ter associação com a sd de guillain-barré, 
(anticorpos reagem com as estruturas da bainha de 
mielina, que leva a neuropatia flácida ascendente, lesão 
de 2 neurônio motor). 
Pode ter artrite reativa 
 
5. Protozoários 
Entamoeba Histolytica: Pode ter abcesso hepático e 
colite. 
 
DESIDRATAÇÃO NA CRIANÇA 
Avaliação da hidratação: 
 
TRATAMENTO 
Soluções orais: solução glicosalina, pode ser soro 
caseiro (prevenção) e soro de reidratação oral. 
O soro de reidratação oral pode ser padrão (90 mEq) e 
osmolaridade reduzida (essa é mais eficaz). 
Solução cristaloide EV: soro fisiológico 0,9% (etapa 
inicial) ou ringer lactato. 
PLANOS 
PLANO A: paciente sem desidratação. 
1. Oferecer líquidos adicionais durante o dia e após 
cada evacuação ( 
6. < 1 ano: 50 – 100 ml; > 1 ano: 100-200ml). 
2. Manter alimentação saudável 
3. Alerta para sinais de perigo (deve retornar sempre 
que tiver sangue nas fezes) 
4. Suplementação de zinco: benéfico principalmente 
para crianças < 5 anos, diminui a chance de 
recorrência. Por 10 dias. NÃO TEM NO SUS 
 
PLANO B: Desidratado 
1. Terapia de reidratação oral na unidade de saúde. 
2. Solução de reidratação oral: volume conforme 
idade ou 75 ml/kg (4 horas) 
3. Durante a TRO manter somente aleitamento 
materno 
4. Usar ondasentrona (Vonau) em caso de vômitos. 
NÃO TEM NO SUS 
5. Após hidratação: alta com plano A (não pode fazer 
soro caseiro) 
6. Avaliar peso da criança, serve para avaliar a 
hidratação. 
 
PLANO C: Desidratação Grave 
1. Hidratação venosa com solução cristaloide: SF 0,9% 
100 ml/kg 
➔ < 1 ano: 30 ml/kg em 1 h + 70 ml/kg em 5h 
(total 6 horas) 
➔ > 1 ano: 30 ml /kg em 30 min + 70 ml/kg em 
2h30m (total 3 horas) 
2. Após melhora inicial: INICIAR TRO 
 
OBSERVAÇÕES 
• Antibióticos: indicados na Shigelose (ceftriaxona, 
ciprofloxacina). 
• Antieméticos: (bromoprida) não devem ser usados, 
pode tornar criança torporosa. 
• Loperamida/ caolinpectina: agem na peristalse 
fecal, não devem ser utilizados. 
• Probióticos: não consensual 
• Racecadotrila: considerado pela SBP (reduz 
duração) 
• Alimentação: pode ser alterada se diarreia 
persistente, pode ter pós enterite. Reduz lactose.

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