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Antibiótico para o Internato Autores: Flavia Shwenck Fagundes Vladmir do Nascimento Aragão Letícia De Paula Santos Ana Karoline Mendes Lima Giuliana Fulco Pedro Henrique Pascoal Gabriel Alverca Lanna Do Carmo Carvalho Revisores: Gabriel Nascimento Silva Vinicius Cogo Destefani Editor chefe: Vinicius Cogo Destefani SUMÁRIO Dia a Dia da ATB Microbiologia clínica Conceitos gerais em Antibioticoterapia Mecanismo de ação dos principais ATBs e Resistência Bacteriana Grande classe e utilização na prática clínica (Betalactâmicos) Grande classe e utilização na prática clínica: Cefalosporinas Grande classe e utilização na prática clínica: Aminoglicosídeos Grande classe e utilização na prática clínica: Macrolídeos 01 06 11 14 19 26 31 33 1. Dia a Dia da ATB Autora: Flavia Shwenck Fagundes dos problemas relacionados ao uso desses medicamentos. Assim, torna-se necessário desenvolver novos métodos de diagnóstico das doenças infecciosas, bem como educar médicos e leigos sobre o uso criterioso dessa classe. Cuidados ao prescrever um ATB Estude antibioticoterapia por Guias Nacionais Os guias têm como principal finalidade orientar os profissionais dos serviços de saúde (hospitais e atenção básica) com informações necessárias sobre a antibioticoterapia e o perfil bacteriológico de forma didática e sistematizada, servindo como fonte de consulta para novos e experientes profissionais. Lembrando que, os medicamentos antimicrobia- nos devem ser prescritos e dispensados de acordo com a RDC n° 20 de 5 de maio de 2011 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Conheça a resistência local aos ATB O conhecimento da microbiota local é decisivo para a qualificação do exercício profissional com reflexo na segurança dos pacientes. O perfil bacteriológico demonstra quais são os agentes patógenos mais frequentes no meio, sendo possível realizar ações corretas quanto a padronização de antimicrobianos, políticas de prevenção e controle de infecções. Isso é importante para atender as demandas da instituição, evitar o agrupamento de diversas drogas similares de uma mesma classe e possibilitar a opção pelos mais baratos. Lembrando que, a padronização deverá ser revista em intervalos regulares de tempo, isso Os antibióticos são substâncias capazes de eliminar ou impedir o crescimento de um agente infec- cioso sem danos ao hospedeiro. Portanto, eles têm como finalidade a cura de uma doença infecciosa (cura clínica) ou o combate de um agente infeccioso situado em um determinado foco (cura microbi- ológica). A alta prevalência das infecções e o consequente consumo dos antimi- crobianos para tratá-las no dia a dia acarretam muitos erros de pre- scrição. Essas falhas se relacionam às incertezas diagnósticas e ao desconhecimento farmacológico, podendo promover um aumento 01 por causa do dinamismo das bactérias. Além das possíveis alterações do perfil assistencial, custo dos medicamentos e surgimento de novos fármacos. Discuta casos de Infecção Hospitalar com CCIH A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deverá estar presente em todos os hospitais do país, com o objetivo de reduzir os riscos de infecções relacionadas à assistên- cia à saúde (IRAS). Cada caso de IH deverá ser discutido com a CCIH para averiguar quais condutas deverão ser tomadas. O responsável por escolher a terapia antimicrobiana do paciente sob seus cuidados é o médico assistente. No entanto, o CCIH tem o dever e o interesse em colaborar para otimi- zar as prescrições, visando o controle das infecções hospitalares. O controle de bactérias multirresistentes depende não somente do uso adequado dos antibióticos, mas do con- trole da transmissão cruzada. Portanto, torna-se importante também a adesão às medidas de precaução e a higienização das mãos pelos profissionais de saúde. Evite prolongar o tempo de uso sem necessidade O uso prolongado desses fármacos de maneira inadequada acelera o processo natural de resistência das bactérias contra os antibióticos. Além disso, o aumento no tempo de utilização gera também uma adição nos custos do tratamento e efeitos colaterais indese- jáveis. Evitar isso torna-se imprescindível, já que é cada vez mais frequente o protagonis- mo de germes multirresistentes, ao mesmo tempo em que se esgotam as possibilidades de desenvolvimento de novos antimicrobianos. Antibioticoterapia e Sepse A elevada mortalidade causada pela sepse grave e o choque séptico se relaciona a inade- quação da abordagem do agente infeccioso. A conduta terapêutica – incluindo a antibio- ticoterapia, vai diferir, substancialmente, de acordo com o local da infecção primária. Assim, o controle do foco infeccioso identificando a localização e os principais agentes para cada sítio é pré-requisito para que as defesas do hospedeiro, bem como, a antibioti- coterapia, tenham sucesso na eliminação do agressor. A prescrição de antibióticos requer diagnóstico clínico apropriado, fundamentado em exames clínicos e laboratoriais. A história clínica deverá ser feita buscando achados que sugiram a presença de infecção. Para isso é importante investigar quadros de febre, realizar um bom exame físico. Além de avaliar sinais de sepse, isso porque, o tratamento efetivo dessa condição está relacionado a precocidade do uso da antibioticoterapia. No laboratório a procalcitonina (PCT), é um biomarcador que apresenta elevada sensibili- dade e especificidade para distinguir a SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmi- ca) de sepse, auxiliando na redução do uso de antibióticos inclusive nas unidades de tera- pia intensiva. 02 Isolamento do agente etiológico O diagnóstico de doenças bacterianas pode ser realizado por diversos procedimentos. O diagnóstico definitivo é realizado pelo isolamento e identificação do agente bacteriano a partir de materiais clínicos colhidos adequadamente do sítio de infecção, conhecido nor- malmente como exame bacteriológico ou cultura. O isolamento deve sempre ser feito, já que as possibilidades etiológicas são múltiplas e os perfis de sensibilidade aos antimicrobianos são variáveis. Portanto, torna-se recomendável o isolamento de rotina em: 1. Todas as Infecções Hospitalares 2. Infecções Comunitárias Graves Situações Especiais Não são todas as infecções que necessitam de antibioticoterapia, é preciso avaliar individ- ualmente cada paciente. Nesse cenário, não se deve tratar com antibiótico: Bacteriúria assintomática São raras as situações em que o rastreio e tratamento de bacteriúria assintomática são capazes de trazer benefícios, ao mesmo tempo em que o uso indiscriminado de antibióti- cos aumenta o risco de eventos adversos e de seleção de microrganismos resistentes. Com a exceção de gestantes e pré-procedimentos urológicos, que devem ser rastreados e tratados com antibioticoterapia correta. Diarreias Infecciosas Essas são situações autolimitadas em sua maioria, portanto, os princípios fundamentais para o tratamento da diarreia aguda são a terapia de reidratação e a manutenção de alimentação que atenda às necessidades nutricionais do paciente. Os antibióticos são recomendados apenas para pacientes com disenteria, considerando a possibilidade de Shigella. Flebites não purulentas Não há indicação de antibioticoterapia nos casos não complicados, somente se presença de sinais de infecção (febre alta, drenagem purulenta). Febre relacionada a Cateter Venoso Profundo de curta duração Em casos de pacientes com quadro febril associado a presença de cateter venoso profun- do de curta duração, sem sepse, que em geral, se resolve com a retirada do dispositivo. Úlceras cutâneas crônicas Além da terapia compressiva, o tratamento local inclui limpeza, técnicas de desbridamen- 03 to e curativos que minimizam a infecção/colonização e facilitam a cicatrização. Os antibióticos sistêmicos só devem ser utilizados em casos com evidência clínica de infecção local. Abcessos de paredes (drenar) Considerações Finais Os erros na prescrição de medicamentos comprometem a segurança do paciente e a qualidade do cuidado assistencial. Para minimizar esses entraves, é essencial conscientizar os profissionais de que uma resposta terapêutica adequada e sem danos ao paciente é responsabilidade de toda a equipe de saúde. A abordagem dos erros de medicação de forma sistêmica é essencial na implantação e melhoria das práticas assistenciais visando maior segurança no cuidado em saúde. Referências: 1. AZEVEDO, José Raimundo Araujo de et al. Procalcitonina como biomarcador de prog- nóstico da sepse grave e choque séptico. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões [on- line]. 2012, v. 39, n. 6 [Acessado 13 Agosto 2021] , pp. 456-461. Disponível em: <https://- doi.org/10.1590/S0100-69912012000600003>. 2. MORAES, Rafael Barberena et al. Descalonamento, adequação antimicrobiana e posi- tividade de culturas em pacientes sépticos: estudo observacional. Revista Brasileira de Ter- apia Intensiva [online]. 2016, v. 28, n. 03 [Acessado 13 Agosto 2021], pp. 315-322. Disponível em: <https://doi.org/10.5935/0103-507X.20160044>. 3. NICOLINI, Paola et al. Fatores relacionados à prescrição médica de antibióticos em farmácia pública da região Oeste da cidade de São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva [on- line]. 2008, v. 13, n. suppl [Acessado 13 Agosto 2021], pp. 689-696. Disponível em: <https://- doi.org/10.1590/S1413-81232008000700018>. 4. PEREIRA, Rose Elisabeth Peres et al. Principais métodos diagnósticos bacterianos – revisão de literatura. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquiv- os_destaque/u94lwYWgePGj05L_2013-6-26-11-11-29.pdf 5. SALOMÃO, Reinaldo et al. Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque séptico: abordagem do agente infeccioso - controle do foco infeccioso e tratamento antimicrobia- no. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. 2011, v. 23, n. 2 [Acessado 13 Agosto 2021], pp. 145-157. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-507X2011000200006>. 6. SILVA, Waldiney Henrique. Perfil bacteriológico da Unidade de Terapia Intensiva de adultos do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio – Minas Gerais. Disponível e m : h t t p s : // o s w a l d o c r u z . b r / r e v i s t a _ a c a d e m i c a / c o n t e n t / p d f / E d i - cao_23_WALDINEY_HENRIQUE_DA_SILVA.pdf. 04 Questão Comentada (2017) Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: a) Agem contra estafilococos resistentes a oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. b) São muito ativas contra cocos gram-positivos e tem atividade moderada contra E. coli. c) São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes a oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. d) Não devem ser usadas durante a gestação. Resposta: B Alternativa A: INCORRETA. As cefalosporinas de 1ª geração não agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaer- óbios. Alternativa B: CORRETA. Essa classe de antibiótico é muito ativa contra cocos gram- posi- tivos e tem atividade moderada contra E.coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comunidade. Alternativa C: INCORRETA. As cefalosporinas de primeira geração não têm atividade contra H. Influenzae, e não agem contra esses microrganismos como foi justificado na alternativa A. Alternativa D: INCORRETA. Essa classe pode ser utilizada durante a gestação da mulher. 05 2. Microbiologia clínica Autor: Vladmir do Nascimento Aragão dida em 2 categorias, ocorre devido à composição morfológica da bactéria, ou seja, as bac- térias Gram-positivas possuem parede espessa de peptideoglicano e uma ampla quanti- dade de ácido teocóico. Enquanto que as Gram-negativas possuem parede celular consti- tuída de uma camada fina de peptideoglicano. Sabe-se que o estudo da Microbio- logia Clínica é fundamental na área médica, uma vez que é ela é pre- mente para um bom diagnóstico clínico, com o objetivo de tornar um tratamento mais eficaz possível. Diante disso, convém ressaltar alguns conceitos fundamentais da Microbiologia, como as classifi- cações, principalmente a Gram, e algumas bactérias de relevância na Medicina. Nesse contexto, reitera-se a especi- ficidade da classificação Gram, a qual ganhou o nome devido a uma homenagem ao médico dinamar- quês Hans Cristian Joaquim Gram em 1884. A classificação Gram, divi- A classificação Macroscópica (colônia ou modo de crescimento) ou estrutura microscópica (tamanho, forma, arranjo das células, flagelos ou cápsulas) ocorre quando há difer- enciação bioquímica. Isso acontece laboratorialmente, por meio de cul- turas, da morfologia, da Coloração de Gram ou Coloração para álcool-ácido resistente. Ademais, há outros métodos para identificação, por exemplo, métodos moleculares – PCR – antígenos e outras colorações mais específicas, como Zihel Neelsen para micobacterias, campo escuro para treponema, KOH e tinta da China para fungos. 06 Um dos conceitos relevantes para a Microbiologia é a definição de infecção, de coloni- zação e de contaminação. Diante disso, entende-se que infecção é um fenômeno causado por um microorganismo nos tecidos de um hospedeiro, o qual tem uma reação imunológi- ca, provocando ou não uma doença. Enquanto que colonização é a presença de microor- ganismos em multiplicação em um hospedeiro sem manifestações clínicas ou resposta imunológica. Em contrapartida, o termo contaminação refere-se à presença de microor- ganismos em uma cultura, sem que eles representem colonização ou infecção, podendo ocorrer em objetos inanimados. Convém lembrar a definição de MIC, que é a menor concentração do antibiótico para inibir um crescimento bacteriano visível, sendo determinada através de soluções do agente em concentrações crescentes, as quais serão incubadas com bactérias cultivadas. A medição desses resultados e determinação dos C.I.M (Concentração Inibitória Mínima) é efetuada por diluição em ágar ou micro-diluição, seguindo as diretrizes de organizações, como CLSI, BSAC ou EUCAST. É impreterível relatar sobre algumas bactérias de relevância médica. Com isso, sabe-se que as principais classificações são: - Cocos gram-positivos aeróbios: Staphylococcus, Streptococus e Enterococos - Bacilos gram-positivos aeróbios: Listeria sp e Nocardia sp - Cocos gram-negativos aeróbios: Meningoccoe Gonococo - Bacilos gram-negativos aeróbios: Enterobactérias - Anaeróbios: Peptococcus, Peptostreptococcus, Clostridium, Bacteroides fragillis - Bacilos gram-negativos aeróbios : Fermentadores E.coli. Kleibsiella, Citrobacter, Serratia, Proteus, Salmonella - Bacilos gram-negativos aeróbios: Não-fermentadores: Acinetobacter, Pseudomonas, Burkholde- ria cepacea 07 Estreptos Estáfilos Enterococos Gram + Cocos Bacilos Anaeróbio Klebisiella Escherichia Salmonella Shigella Gram - Neisserias Maraxellas Listeria Ciostridium Neisserias Maraxellas Microbiota que você precisa saber Micobacterium Chlamydia Mycoplasma Treponema Outros Sabe-se que os estafilococos são cocos esféricos organizados em cachos de uvas irregu- lares e todos eles produzem a enzima catalase; os mais importantes são: S.aureus, S.epi- dermidis e S.saprophyticus. Entre esses, o mais nocivo para o homem é o S.aureus, enquanto os outros dois são estafilococos coagulase- negativos, isto é, tem potencial para causar infecções. Os estreptococos são cocos esféricos, normalmente, organizados em cadeias ou pares e todos os estreptococos são catalase-negativos, ou seja, no teste de catalase, os estreptococos não formam bolhas de ar. As principais espécies de importância médica são: S. pyogenes, S. agalactiae, Enterococcus faecalis, E. faecium, S. bovis, S. pneumoniae e o Grupo viridans (S. mitis, S. sanguis e S. Mutans). Além disso, ressalta-se que o S. pneumoniae é o responsável por infecções de vias aéreas superiores em substancial parte das vezes. O S. agalactiae coloniza o trato genital de algumas mul- heres e pode ser a causa da meningite bacteriana em recém-nascidos. Os Enterococos (E. faecalis e E. faecium) e S. bovis podem causar hemólise do tipo α. 08 Questões Comentadas 1. (2013) Os bacilos gram-negativos produtores de beta lactamases de amplo espectro (ESBL) geralmente acometem pacientes com internação prolongada em UTI, portadores de sonda vesical de demora e tratados com cefalosporinas de amplo espectro. Entre as bactérias mais associadas a esse tipo de resistência, estão: Salmonela sp. e Proteus mirabilis. Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii. Stenotrophomonas maltophilia e Serratia sp. Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Resposta: D. As bactérias Gram-negativas são produtoras de ESBL, como as enterobac- térias, incluindo a Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. 2. (2017) Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: Agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicili- na, En terococcus spp. e anaeróbios. São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli. São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes à oxacili- na, pneumococos resistentes à penicilina, Entero coccus spp. e anaeróbios. Não devem ser usadas durante a gestação. Resposta: B. O espectro de ação das cefalosporinas de primeira geração são bactérias Gram-positivas, como Streptococcus e Staphylococcus, enquanto que a ação e a potência contra Gram-negativas ampliam com a evolução das gerações. 3. (2016) Quando indicamos tratamento antimicrobiano para paciente com pneumonia comunitária grave, frequentemente recorremos ao uso das ditas quinolonas respiratórias, NÃO podendo ser afirmado a respeito delas que: Possuem flúor em sua composição. Atuam lesando o DNA. Atuam na parede celular. Apresentam cobertura para etiologias ditas atípicas. Resposta: C. As quinolonas atuam impedindo a síntese do DNA, algumas possuem flúor, como a ciprofloxacina, mas sem atuar na parede celular. 4. (2015) O tratamento da colite pseudomembranosa geralmente implica administração de: Enemas de corticosteróide. Budesonida oral. Clindamicina ou ciprofloxacino oral ou EV. Sulfassalazina enema ou oral. Vancomicina ou metronidazol oral. 09 A) B) C) D) A) B) C) D) E) A) B) C) D) A) B) C) D) Resposta: E. A administração de metronidazol, via oral, é a primeira escolha nos casos de colite pseudomembranosa, enquanto que a vancomicina é considerada de segunda opção. 5. (2018) A resistência bacteriana constitui enorme problema na atualidade. As enzimas geradoras de resistência no caso das bactérias denominadas KPC são: Metalolactamases Carbapenemases Betalactamases de espectro ampliado Bombas de efluxo Resposta: B. KPC significa Klebsiella pneumoniae produtora Carbapenemase, que é uma enzima de resistência. Referências http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/index.php?option=com_con- tent&view=article&id=47&Itemid=57&lang=br Curso Básico de Antimicrobianos: Divisão de MI – CM – FMRP-USP – Cefalosporina – Cinara Silva Feliciano https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cur- sos/rm_controle/opas_web/modulo1/quinilonas.htm# http://rmmg.org/artigo/detalhes/565 https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/re- giao-centro-oeste/hujm-ufmt/saude/centro-de-informacoes-sobre-medicamentos-hujm /2015/nota-tecnica-kpc.pdf 10 A) B) C) D) 3. Conceitos gerais em Antibioticoterapia Autora: Letícia De Paula Santos Entretanto, para que um antimicrobiano realize a sua atividade, é preciso que, primeira- mente, ele atinja a concentração ideal no local da infecção, seja capaz de atravessar, de forma passiva ou ativa, a parede celular, apresente afinidade pelo sítio de ligação no interi- or da bactéria e permaneça tempo suficiente para exercer seu efeito inibitório (Figura 1). Pelos conhecimentos da farmacocinética e das características dos organismos frente ao antimicrobiano, é possível adequar a posologia, a via de administração e o intervalo entre as doses. É imprescindível a racionalização dos antimicrobianos, tanto no ambiente intra-hospitalar quanto nas infecções comunitárias, pois o uso excessivo destes fármacos está associado à emergência e a seleção de cepas de bactérias resistentes, elevação dos custos, efeitos adversos e mortalidade. Para o melhor entendimento deste assunto, torna-se necessário a com- preensão dos diferentes efeitos de um antimicrobiano. Ele pode ter um efeito bacteriostático ou bactericida, sendo que o bacteriostático corresponde a supressão da multiplicação bacteriana, e bactericida corresponde a capaci- dade de destruição dos microrganis- mos. Figura 1. Escolha do ATB por princípios de farmacocinética. Fonte: ANVISA 11 Concentração sérica Um antimicrobiano é administrado na dose padronizada, então a sua concentração plasmática aumenta até atingir a concentração plasmática máxima e, na medida que é dis- tribuído pelos tecidos ou é metabolizado/eliminado, a concentração plasmática diminui até tornar-se nula. Antes da administração da próxima dose (respeitando-se o intervalo padronizado), a con- centração do antimicrobiano corresponde à concentração sérica mínima. Já o tempo de meia-vida de um antimicrobiano corresponde ao tempo necessário para que a concen- tração sérica máxima, alcançada com a administração de uma dose padrão, se reduza à metade. Este índice é independente do pico da concentração sérica e é determinado pelo grau de excreção/metabolização e pela rapidez de difusão tecidual (Figura 2). Antimicrobianos tempo-dependentes Os antimicrobianos tempo-dependentes, como os beta-lactâmicos e a vancomicina, pos- suem sua ação regida pelo tempo de exposição dos microrganismos às suas concen- trações séricas e teciduais, ou seja, não depende dos níveis séricos que atingem, mas sim do tempo que permanecem acima da concentração inibitória mínima para o microrganis- mo em questão. Antimicrobianos concentração ou dose-dependentes Já os antimicrobianos concentração ou dose-dependentes, como os aminoglicosídeos e fluoroquinolonas, possuem ação de destruição de bactéria em razão de sua concentração plasmática, ou seja, quanto maior a concentração, mais rápida é a erradicação do patóge- no. 12 A sensibilidade dos microrganismos aos antimicrobianos é representada pela concentração inibitória mínima de cada microrganismo para cada antimi- crobiano, que corresponde à menor concentração do antimicrobiano capaz de inibir o desenvolvimento visível do microrganismo. Figura 2. Farmacocinética dos antibióticos. Fonte: ANVISA Questões Comentadas 1. (2016) Quando indicamos tratamento antimicrobiano para paciente com pneumonia comunitária grave, frequentemente recorremos ao uso das ditas quinolonas respiratórias, NÃO podendo ser afirmado a respeito delas que: Possuem flúor em sua composição. Atuam lesando o DNA. Atuam na parede celular. Apresentam cobertura para etiologias ditas atípicas. RESPOSTA: LETRA C. COMENTÁRIO: O mecanismo de ação das quinolonas ou fluoroquinolonas envolve a inibição da duplicação do DNA e não a lesão a parede celular da bactéria. Um exemplo de antimicrobiano que atua na parede celular das bactérias são os beta-lactâmicos, que são classificados como antimicrobianos tempo-dependentes; já as quinolonas são classi- ficadas como antimicrobianos concentração ou dose-dependentes. 13 A) B) C) D) 4. Mecanismo de ação dos principais ATBs e Resistência Bacteriana Autora: Ana Karoline Mendes Lima irá agir em uma fase da vida da bactéria, na tentativa de inibir sua proliferação (são os chamados bacteriostáticos) ou causando a morte imediata (são os chamados bacterici- das). 2. Inibição de síntese proteica: aminoglicosídeos, tetraciclinas, cloranfenicol, macrolideos, licosamida e oxazolinidonas. Os ribossomos das bactérias têm em sua constituição duas importantes subunidades: 30s e 50s, são nelas que ocorrem as sínteses proteicas, sendo assim, sera onde os fármacos irão atuar. O medicamento faz um tipo de ligação irreversível nessas subunidades impedindo a formação das proteínas essenciais para a bactéria. O que são antimicrobianos Os antimicrobianos são substâncias naturais ou sintéticas que agem sobre microrganismos inibindo seu crescimen- to ou causando sua destruição. Antibacterianos No caso das bactérias o medicamento será um antibacteriano, que é dividido em: Antibiótico – produzido de forma natural Quimioterápico – produzido de forma sintética ou semissintética Cada bactéria tem uma característica específica e por isso cada antibacteriano 1. Inibição da síntese de parede celular: β-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). Esses fárma- cos atuam a nível de parede celular impedindo sua estru- turação. O medicamento inibe as enzimas que produzem os peptidoglicanos. Glicopeptid- eos, como a vancomicina, age ligando-se a porção terminal do peptídeo D-Ala-D-Ala, desesta- bilizando a parede celular. 14 > As bactérias se reproduzem rapidamente e com isso é muito comum que ocorra mutações, podendo ser benéfica ou não para elas, se a nova característi- ca que surgir não for favorável logo ela sera descartada, porém se for uma melhora essa carac- terística irá ser passada. Pode ser que o resultado de uma dessas mutações seja a resistência ao fármaco. Se a resistência vem através de mutações durante a 3. Inibição da síntese do material genético: quinolonas (ciprofloxacina, norfloxacina, ofloxa- cina). Essa classe medicamentosa atua inibindo duas enzimas: girasse e topoisomease IV que são essenciais no processo de replicação do DNA bacteriano. Se essas enzimas são inativadas não ocorre síntese no mRNA e, consequentemente, a síntese proteína fica prej- udicada. 4. Desorganização da membrana celular: polimixinas. Os medicamentos dessa classe são compostos por moléculas anfipáticas tensoativas que agem nos polissacarídeos da mem- brana externa da bactéria. Eles causam uma desordem que traz como consequência alter- ação da permeabilidade resultando num vazamento do conteúdo intracelular. 5. Interferência no metabolismo celular: sulfonamidas e o trimetropim. O folato é um cofa- tor extremamente importante para que ocorra síntese de DNA e RNA, nesse caso ocorre um bloqueio em diferentes etapas de síntese desde cofator. Resistência bacteriana Existem dois tipos de resistência a antimicrobianos: intrínseca ou adquirida. replicação é uma resistência intrínseca. > Agentes exógenos também podem acabar influenciando nas mutações genéticas das bactérias, material genético de outros microrganismos que já tem resistência pode ser passador para as bactérias através da conjugação transformação e transdução. Se a resistência for por intermédio de outros agentes ela será adquirida. Os tipos de resistência descritos são: 1. Inativação enzimática do antibiótico: essa forma de resistência provoca uma inativação do fármaco. A bactéria consegue produzir enzimas que irão degradar ou inativar a ação do medicamento. a) O exemplo mais fácil de entender é a produção de enzima β-lactamase que hidrolisa o anel β-lactâmico das penicilinas e cefalosporinas. Diversas bactérias Gram positivas e 15 Gram negativas tem a capacidade de produção de β-lactamases de espectro estendido, isso gera resistência a todas as penicilinas e cefalosporinas ate 3ªgeraçao, apenas cefamici- nas e carbapenêmicos conseguem combate-las. b) Existe também as bactérias que produzem carbapenemases que degradam o anel das carbapenemicos. Elas são chamadas de KPC e as polimixinas ou aminoglicosídeos são usadas na tentativa de combate. 2. Modificação do alvo do antibiótico: cada antimicrobiano age em uma região especifica da bactéria com uma afinidade muito alta, e essa ligação impede o processo fisiológico da bactéria. Dessa forma, uma outra forma de resistência é a alteração da estrutura que o fármaco se ligaria, sem alterar sua função. a) Proteínas ligadoras de penicilinas (PBP) ligam o acido N-acetilmurâmico e N-acetilglu- cosamina que são precursores do peptideoglicano que forma a parede celular. Quando sofrem mutações produzem PBPs estruturalmente modoficadas, as PBPa2, que acaba impedindo a lise celular, já que, a droga não consegue realizar sua interação. Esse é o me- canismo de resistência Staphylococcus aureus, chamados de OXA R. 3. Modificações dos amoniacidos D-alanina: D-alanina fica na extremidade terminal do peptideoglicano é alterada para forma de D-alanina-D-lactato ou D-alanina-D-serina. Essa alteração reduz de maneira considerável a atração entre fármaco e sitio de ligação. a) Bomba de efluxo: são proteínas de membranas que exportam o antimicrobiano para o meio extracelular deixando o intra da bactéria com baixa concentração. Esse é o tipo de resistência que acaba afetando todas as classes de medicamentos , principalmente: mac- rolitos, tetraciclinas e fluoroquinolonas. 4. Alteração de permeabilidade de membrana: a penetração farmacológica na bactéria pode acontecer de algumas formas: a) Difusão simples pela bicamada fosfolipídica b) Por difusão facilitada que é mediada pelas porinas, proteínas de membranas. Essa forma é bastante comum principalmente em Gram negativos Conclusão A resistência das bactérias aos antimicrobianos é um problema que vem preocupando cada vez mais os profissionais da área da saúde. É de suma importância que ocorra a con- scientização não apenas dos profissionais da área mas também da população em geral para que o uso dos medicamentos seja feito corretamente e até mesmo para que o des- carte desse tipo de medicamento seja feito de maneira correta. É preocupante pensar que existem microrganismos que não são combatidos com medicamentos já existentes, e que toda a população está sujeita a sofrer com as consequências se esse momento chegar a acontecer. 16 Questões Comentadas 1. Os bacilos gram-negativos produtores de beta-lactamases de amplo espectro (ESBL) geralmente acometem pacientes com internação prolongada em UTI, portadores de sonda vesical de demora e tratados com cefalosporinas de amplo espectro. Entre as bac- térias mais associadas a esse tipo de resistência, estão: Salmonela sp. e Proteus mirabilis. Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii. Stenotrophomonas maltophilia e Serratia sp Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae Resposta: D 2. Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: Agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli. São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes à oxacili- na, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios Não devem ser usadas durante a gestação Resposta: B 3. Quanto aos mecanismos de ação dos antibióticos, CORRELACIONE: 1. betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). 2. aminoglicosídios (gentamicina). 3. rifampicina. 4. quinolonas (ciprofloxacino). 5. sulfonamidas e trimetoprima. A. Inibição das ligações cruzadas. B. Inibe competitivamente as enzimas envolvidas nos dois passos da biossíntese do ácido fólico. C. Liga-se a subunidade 30S do ribossomo. D. Inibe a RNA polimerase dependente de DNA. E. Inibe a DNA girase (subunidade A) e a topoisomerase IV. 1B, 2D, 3C, 4A, 5E 1D, 2E, 3A, 4B, 5C 1A, 2C, 3D, 4E, 5B 1C, 2B, 3E, 4D, 5ª 1C, 2A, 3B, 4C, 5D Resposta: C 17 A) B) C) D) A) B) C) D) A) B) C) D) E) Questões Comentadas Paciente, 18 anos, é admitida em Unidade Coronariana de hospital público devido a infarto agudo do miocárdio. No terceiro dia de internação, aprensenta temperatura axilar de 38°C e leucometria de 16.000/mm3 com 10% de bastões. Ao exame físico, é detectada área de hiperemia, calor e dor em trajeto de veia periférica relacionada à inserção de cateter vascu- lar. Para investigação diagnóstica, são enviadas duas amostras de sangue para hemocultu- ras. Estas detectaram crescimento de Staphylococcus aureus sensível à oxacilina e vanco- micina. Dentre os antimicrobianos citados abaixo, a principal opção terapêutica para trata- mento da infecção causada por esse micro-organismo é: Teicoplanina. Oxacilina Vancomicina. Sulfametoxazol/trimetropim Linezolida. Resposta: D Qual dos antimicrobianos abaixo relacionados é o recomendado para o tratamento de um jovem, com relato de alergia a sulfas, apresentando celulite no membro inferior causada por Staphylococcus aureus resistente a meticilina? Oxacilina. Cefuroxima Vancomicina. Ampicilina com sulbactam Imipenem. Resposta: B Quando indicamos tratamento antimicrobiano para paciente com pneumonia comunitária grave, frequentemente recorremos ao uso das ditas quinolonas respiratórias, NÃO poden- do ser afirmado a respeito delas que: Possuem flúor em sua composição. Atuam lesando o DNA. Atuam na parede celular. Apresentam cobertura para etiologias ditas atípicas. Resposta: C Homem, 56 anos de idade, hipertenso, chega ao pronto socorro com quadro de tosse com expectoração amarelada, dispneia e febre há três dias. Nas últimas três horas vem se apre- sentando sonolento. Sinais vitais: PA = 80/30mmHg, FC = 130 bpm, TEC=4 seg, saturação O?= 90%, FR =30 ipm, Glasgow = 13, temperatura axilar = 38°C, peso corporal=80 Kg. Qual a antibioticoterapia de escolha, sabendo que o paciente não tem história de internação hospitalar? Meropenen + vancomicina Piperaciclina + tazobactan Ceftriaxone + claritromicina Cefepima + vancomicina Ciprofloxacin + oxacilina Resposta: B 18 A) B) C) A) B) C) D) E) D) E) D) E) A) B) C) A) B) C) D) 5. Grande classe e utilização na prática clínica (Betalactâmicos) Autora: Giuliana Fulco Tipos de penicilinas Penicilinas naturais ou benzil penicilinas (Penicilinas G e P. V) A Penicilina G Benzina (Benzetacil) é aplicada via intramuscular, atuando contra gram-posi- tivos. Sempre lembrar de três doenças: sífilis, impetigo estreptocócico e faringoamidalite bacteriana, sendo assim a profilaxia da febre reumática. É droga de depósito, cujo efeito persiste até 21 dias. Já a penicilina G cristalina é aplicada IV quando há sinais de gravidade, em leptospirose, pneumonia grave em crianças ou endocardite bacteriana por Neisseria meningiditis (gram-negativo). A Penicilina G procaína (IM), tem ação semelhante a benzatina, meia-vida curta, mas pouco utilizada. Penicilinas resistentes às penicilases (isozazolil penicilinas) Cloxacilina, dicloxacilina, meticilina, nafcilina e oxacilina, a representante prevalente no Brasil. Essa classe é utilizada para tratar Staphyloccocus aureus (casos de erisipela, celu- lite...) sensíveis (MSSA) à meticilina. MSSA deve ser tratada com oxacilina, enquanto a MRSA (resistente), por vancomicina, da classe dos glicopeptídeos. Aminopenicilinas Cobre gram-positivos (menos que penicilinas), negativos, cocos e bacilos mais preva- lentes. Amoxicilina para faringoamigdalite bacteriana, pneumonia adquirida na comuni- dade, rinossinusite bacteriana e infecção por H. pylori. Ampicilina (IV) utilizada para gastro- enterite aguda bacteriana (cobertura Shigella), pneumonia em crianças, Endocardite infec- Peniciliinas O que são As penicilinas são antibióticos que atuam inibindo a síntese da parede celu- lar bacteriana, atuando na transpep- tidação (ligação cruzada do peptideogli- cano); funcionam em Gram +/-. Mecanismo de ação Se ligam a Penicilin-Binding Protein (PBP) na membrana plasmática e impedem a transpeptidação para formar o peptideoglicano bacteriano, o que gera repercussões na morfologia celular bacteriana e sua sobrevivência. 19 ciosa, PAC, Infecção por Streptococcus do grupo B , Corioamnionite, etc. Apresentação de 500 ou 1000mg, dose 2g 4h/4h. Carboxipenicilinas e ureidopenicilinas Respectivamente, representadas por Carbenicilina, Ticarcilina e por Mezlocilina, Piperacili- na e Azlocilina. Na prática se utiliza a associação de Piperacilina com inibidor betalact- amase (Piperacilina-Tazobactam/Tazocin), agindo muito bem contra gram-negativos (en- terobactérias resistentes a penicilina). Usado em infecções hospitalares e risco de infecção por pseudomonas. Inibidores da betalactamase São associados a penicilinas, ampliando o espectro de ação quando enfrentando uma espécie produtora de betalactamase (estreptococo resistente). Exemplos são o supracita- do Tazocin, mas outras associações bastante conhecidas, como Amoxicilina-Clavulanato ou Ampicilina-Sulbactam. Carbapenêmicos Atuam no amplo espectro com larga potência; utilização principalmente em infecções hospitalares. Representados por Meropenem, Imipinem e Ertapenem. Todos cobrem anaeróbios, mas o Ertapenem não atua contra pseudomonas. São as drogas escolhidas quando em caso de bactérias produtoras de betalactamase de espectro estendido (ESBL). A bactéria com resistência aos carbapanêmicos é a Klebsiella Produtora de Carbapene- mase (KPC), utilizando então de polimixinas para seu tratamento. O Imipinem é associado a Cilastina (que impede a ação da deidropeptidase renal e aumen- ta a biodisponibilidade da droga). Tem boa distribuição em tecidos, além de ultrapassar as barreiras hematoencefálica e fetoencefálica (ou seja, utilização possível em meningoence- falites). Tem amplo espectro, sendo eficaz contra cocos e bacilos gram-negativos, positi- vos e anaeróbios. Estreptococos, pneumococos, estafilococos oxacilina-sensíveis, hemófi- los, gonococos, meningococos, E. coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella, Pseudomonas aeruginosa. Inibe a multiplicação por 2-4h das bactérias sobreviventes. Uso em infecções hospitalares, infecções com risco de pseudomonas, infecções abdominais e droga de escolha para pancreatite aguda necrotizante. Já o Meropenem é muito utilizado em UTI, com um espectro maior para bacilos gram-neg- ativo (Pseudomona aeruginosa) anaeróbios e bacilos gram-positivos (Listeria monocyto- genes). Também atravessa BHE. Muito eficaz contra estreptococos, pneumococos, hemó- filos, estafilococos oxacilina-sensíveis, gonococos, meningococos, E. coli (e outras entero- bactérias), Pseudomonas aeruginosa. Sua utilização é semelhante a do Imipinem. Cefalosporinas Também são incluídas na classe dos betalactâmicos e serão discutidas em outros textos. 20 Questões Comentadas 1. 2013) Os bacilos gram-negativos produtores de betalactamases de amplo espectro (ESBL) geralmente acometem pacientes com internação prolongada em UTI, portadores de sonda vesical de demora e tratados com cefalosporinas de amplo espectro. Entre as bactérias mais associadas a esse tipo de resistência, estão: Salmonela sp. e Proteus mirabilis. Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii. Stenotrophomonas maltophilia e Serratia sp. Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Dificuldade: ** Resposta: D Comentário: Questão simples, apenas reconhecer o assunto sem muita análise necessária. A E. Coli e Klebsiella pneumonia são os exemplos mais clássicos de ESBLs. Klebsiella oxyto- ca é outro citado logo atrás, seguido por Acinetobacter, Burkholderia, Citrobacter, Entero- bacter, Morganella, Proteus (especialmente o mirabilis), Pseudomonas, Salmonella, Serra- tia, e Shigella spp. Pseudomonas aeruginosa sempre deve ser lembrada ao se tratar de infecção hospitalar. 2. (2017) Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: Agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Não devem ser usadas durante a gestação. Dificuldade: ** Resposta: B Comentário: Vamos realizar por partes. A - Incorreta. São ativas contra a maior parte dos cocos gram-positivos (incluindo estafilococos produtores de penicilinase), mas não eram clinicamente ativas contra a maior parte dos enterococos, listeria, estafilococo resistente a meticilina ou pneumococo resistente a penicilina. C - Incorreta. H.influenzae e estafiloco- cos resistentes à oxacilina, são resistentes à cefalotina ou cefazolina (drogas protótipo das cefalosporinas de primeira); D- Incorreta. Não há evidências que indiquem efeitos adver- sos ao binômio mãe-feto durante a gestação, no entanto só deve ser utilizada caso a necessidade seja constatada. B - Correta. É ativa contra cocos gram-positivos e já foi ativa contra boa parte das cepas de E. coli. 21 A) B) C) D) A) B) C) D) Questões Comentadas 3. (2010) Quanto aos mecanismos de ação dos antibióticos, CORRELACIONE: 1. betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). 2. aminoglicosídios (gentamicina). 3. rifampicina. 4. quinolonas (ciprofloxacino). 5. sulfonamidas e trimetoprima. A. Inibição das ligações cruzadas. B. Inibe competitivamente as enzimas envolvidas nos dois passos da biossíntese do ácido fólico. C. Liga-se a subunidade 30S do ribossomo. D. Inibe a RNA polimerase dependente de DNA. E. Inibe a DNA girase (subunidade A) e a topoisomerase IV. 1B, 2D, 3C, 4A, 5E 1D, 2E, 3A, 4B, 5C 1A, 2C, 3D, 4E, 5B 1C, 2B, 3E, 4D, 5A 1C, 2A, 3B, 4C, 5D Dificuldade: *** Resposta: C Comentário: Os betalactâmicos atuam inibindo (por meio da inibição enzimática) a trans- peptidação, que são as ligações cruzadas do peptideoglicano. A única alternativa que supre essa condição é a letra C, na qual o número 1 está associado a A. 4. (2016) Paciente, 18 anos, é admitida em Unidade Coronariana de hospital público devido a infarto agudo do miocárdio. No terceiro dia de internação, apresenta temperatura axilar de 38°C e leucometria de 16.000/mm3 com 10% de bastões. Ao exame físico, é detectada área de hiperemia, calor e dor em trajeto de veia periférica relacionada à inserção de cateter vascular. Para investigação diagnóstica, são enviadas duas amostras de sangue para hemoculturas. Estas detectaram crescimento de Staphylococcus aureus sensível à oxacilina e vancomicina. Dentre os antimicrobianos citados abaixo, a principal opção terapêutica para tratamento da infecção causada por esse micro-organismo é: Teicoplanina. Vancomicina. Linezolida. Oxacilina. Sulfametoxazol/trimetoprim. Dificuldade: *** Resposta: D 22 A) B) C) D) E) A) B) C) D) E) Questões Comentadas Comentário: O principal uso da oxacilina é para MSSA, ou seja, Staphylococcus aureus sensível a meticilina ou oxacilina. A vancomicina deve ser utilizada somente se for um caso de resistência a isozazolil penicilinas, MRSA. Alternativa correta: Letra D. 5. (2012) Qual dos antimicrobianos abaixo relacionados é o recomendado para o tratamen- to de um jovem, com relato de alergia a sulfas, apresentando celulite no membro inferior causada por Staphylococcus aureus resistente a meticilina? Oxacilina. Vancomicina. Imipenem. Cefuroxima. Ampicilina com sulbactam. Dificuldade: *** Resposta: B Comentário: Em caso de Staphylococcus aureus resistente a meticilina ou oxacilina, deve-se utilizar a vancomicina como droga de escolha. 6. (2016) Quando indicamos tratamento antimicrobiano para paciente com pneumonia comunitária grave, frequentemente recorremos ao uso das ditas quinolonas respiratórias, NÃO podendo ser afirmado a respeito delas que: Possuem flúor em sua composição. Atuam lesando o DNA. Atuam na parede celular. Apresentam cobertura para etiologias ditas atípicas. Dificuldade: *** Resposta: C Comentário: A questão pede a alternativa incorreta. A - Correta. Um nome alternativo para as quinolonas é FLUORoquinolonas, em referência ao flúor em sua composição. B - Corre- ta. As quinolonas tanto inibem as enzimas que atuam na produção do DNA, como também causam dano em suas ligações, o que leva à morte celular bacteriana. D - Correta. As quinolonas respiratórias possuem cobertura para etiologias ditas atípicas, como Legio- nella spp, Mycoplasma spp, Chlamydia pneumoniae e micobactérias não tuberculosas (M. fortuitum, M. kansasii e M. chelonae). C. Incorreta. Atuam na quebra e inibição da produção do DNA. Quem atua na parede são os betalactâmicos. 23 A) B) C) D) E) A) B) C) D) Questões Comentadas 7. (2018) Homem, 56 anos de idade, hipertenso, chega ao pronto socorro com quadro de tosse com expectoração amarelada, dispneia e febre há três dias. Nas últimas três horas vem se apresentando sonolento. Sinais vitais: PA = 80/30mmHg, FC = 130 bpm, TEC=4 seg, saturação O2= 90%, FR =30 ipm, Glasgow = 13, temperatura axilar = 38°C, peso corporal=80 Kg. Qual a antibioticoterapia de escolha, sabendo que o paciente não tem história de inter- nação hospitalar? Meropenen + vancomicina Piperaciclina + tazobactan Ceftriaxone + claritromicina Cefepima + vancomicina Ciprofloxacin + oxacilina Dificuldade: *** Resposta: B Comentário: Já que não existe história prévia de internação hospitalar, o risco de pseudo- monas diminui consideravelmente (P. aeruginosa), eliminamos a letra C. Paciente apresen- ta quadro infeccioso respiratório com risco de sepse, evidenciado pela sonolência, então até conhecermos a etiologia por hemocultura, devemos começar em até 60 minutos do internamento um tratamento de amplo espectro para os microrganismos considerados. Por não sabermos ainda e provavelmente não se tratar de MRSA, a vancomicina não deve ser empregada, eliminando letras A e D. Oxacilina não é considerada de amplo espectro, e sim para infecções de estafilococos sensíveis. A resposta mais adequada é a letra B. 8. (2017) Homem, 66 anos, apresenta, há 2 dias, tosse com escarro purulento, febre e dispneia. Ao exame, encontra-se confuso, febril (38,4°C), com estertores crepitantes em base direita à ausculta pulmonar. O radiograma de tórax evidencia infiltrado em base pul- monar direita. O paciente é internado e recebe prontamente antibioticoterapia. Qual é o regime de antibiótico mais indicado? Ampicilina. Azitromicina. Levofloxacino. Piperacilina + tazobactam. Claritromicina. Dificuldade: *** Resposta: B Comentário: Não há suspeita de pseudomonas, por não haver internamento prévio, então letra E está eliminada de cara. Temos um quadro infeccioso respiratório inespecífico com alteração de ausculta e infiltrado em Rx, podendo enquadrar pneumonia comunitária, ou até mesmo uma tuberculose, e em um paciente idoso o risco de sepse é eminente. Levo- floxacino, entre essas drogas, possui ampla atividade contra os patógenos respiratórios usuais e é recomendada para tratamento empírico de infecções respiratórias. B é a alterna- tiva correta. Claritromicina (letra C) poderia ser considerada caso estivesse associada à cef- triaxona ou cefatoxima (cefalosporina de terceira geração), já que se trata de um paciente de risco, e seria levemente mais apropriada que azitromicina, pois possui cobertura para S. pneumoniae além de cobertura semelhante a da azitromicina para M. pneumoniae, C. pneumoniae e Legionella pneumophilia. 24 A) B) C) A) B) D) E) C) D) E) Questões Comentadas 9. (2015) O tratamento da colite pseudomembranosa geralmente implica administração de: Enemas de corticosteroide. Budesonida oral. Clindamicina ou ciprofloxacino oral ou EV. Sulfassalazina enema ou oral. Vancomicina ou metronidazol oral. Dificuldade: *** Resposta: E Comentário: Colite pseudomembranosa indica infecção por Clostridium difficile, o que demonstra tratamento antibiótico prévio, resistência bacteriana e implica em uso de van- comicina para tratamento, e metronidazol em casos menos severos ou iniciais, podendo ou não ser associado à vancomicina (guideline da Infectious Diseases Society of America, IDSA, UpToDate). Alternativa correta: letra E. 10. (2018) A resistência bacteriana constitui enorme problema na atualidade. As enzimas geradoras de resistência no caso das bactérias denominadas KPC são: Metalolactamases Carbapenemases Betalactamases de espectro ampliado Bombas de efluxo Dificuldade: *** Resposta: B Comentário: Questão bem simples. KPC é uma sigla que significa “Klebsiella Produtora de Carbapenemase”. São bactérias resistentes a carbapenêmicos. Alternativa correta: Letra B 25 A) B) C) D) E) A) B) C) D) 5. Grande classe e utilização na prática clínica: As Cefalosporinas Autor: Pedro Henrique Pascoal Cefalosporinas de 1° Geração: O espectro de ação das cefalosporinas de 1ª geração é gram-positivos (exceto entecoccos e estafiloco coagulase negativo) e poucos gram-negativos (como E. coli, Proteus spp e Klebsiela pneumoniae). Dos gram-positivos apresenta cobertura contra o MSSA (Staphy- lococcus aureus meticilina sensível). Indicações para infecção de trato urinário inferior não complicadas, principalmente em crianças e gestantes; Infecções de pele em tratamento ambulatorial ou hospitalar; Pro- filaxia de infecção de ferida cirúrgica. - Cefalexina: admistradação por via oral por comprimidos revestidos de 500mg ou 1g ou suspensão oral de 100 mg/mL ou 250 mg/5 mL; dose usual de 250-500 mg de 6 em 6 horas. - Cefadroxila: administrado por via oral em cápsulas de 500 mg ou suspensão oral de 50 mg/mL; dose usual 500 mg 1-2 g de 12 em 12 horas. - Cefalotina: intravenosa com apresentação de 1 g; dose usual 500mg a 1 g a cada 4 ou 6 horas. - Cefazolina: intravenosa com apresentação de 1 g; dose usual de 0,5 a 1g a cada 8 ou 12 - horas. Cefalosporinas de 2° Geração: Maior cobertura contra cocos gram-negativos e cocos gram-positivos. Apresentam cobertura contra H. influenzae, M. catarrhalis e enterobactérias. No geral são indicados para infecções abdominais e profilaxia de cirurgias abdominais e pélvicas Divididas em 5 gerações, as cefalospori- nas possuem ação bactericida por inibição das enzimas transpeptidases responsáveis pela integridade da parede celular bacteriana. São antibióticos tam- po-dependentes e a maioria têm boa ação contra cocos Gram positivos. As cefalosporinas de 1ª e 2ª geração são eficazes contra as os cocos gram positivos que habitam a pele e o trato respiratório superior. A atividade contra gram negati- vos torna-se mais expressiva a partir da 2ª geração, que têm atividade contra entero- bactérias. São, no geral, drogas com bom perfil de segurança e baixa toxicidade, sendo o efeito adverso mais comum as reações de hipersensibilidade. 26 - Cefuroxima: intravenoso com apresentação de 750 mg; dose usual de 750-15500 mg de 8 em 8 horas - Cefoxitina: intravenosa com apresentação de 1 g; dose usual 1 a 2g de 6/6 horas - Cefaclor: via oral em cápsulas de 500 mg; dose usual de 250 mg a cada 8 horas Cefalosporinas de 3° Geração: Uma das classes mais utilizadas na prática médica. Seu poder de ação se amplia para os gram negativos. Penetra barreira hemato-encefálica, por isso são usadas em meningites (exceto se por Listeria monocytogenes). - Ceftriaxona: intravenosa ou intramuscular, apresentação de 500 mg ou 1 g; dose usual de 1g a cada 8 a 12 horas - Cefotaxima: intravenosa, apresentação de 500 mg ou 1 g; dose usual de 1g a cada 8 a 12 horas - Ceftazidma: intravenosa, apresentação de 1 ou 2 g; dose usual de 1g a cada 8 a 12 horas A Ceftadzima é a única com boa ação contra Pseudomonas. Seu uso se dá em pneumo- nias bacterianas em tratamento hospitalar, tratamento empírico de meningite e tratamen- to hospitalar de ITU complicada, além de infecções intestinais Cefalosporinas de 4° Geração: Classe de amplo espectro, com ótima cobertura de gram-negativo e positivo, atuam bem contra estafilococo sensível a meticilina (MSSA) e boa ação contra Pseudomonas. Porém não tem boa cobertura contra enterococos. A principal droga é o Cefepima. Apresenta bom uso em pacientes hospitalizados com ITU, meningite e pneumonia e é droga de escolha em Neutropenia Febril. - Cefepime: intravenosa, com apresentação de 1 ou 2 g; dose usual de 1g a cada 12 horas Cefalosporinas de 5° Geração: Inclui em seu espectro 2 agentes que não são sensíveis às demais cefalosporinas: Staphy- lococcus aureus meticilinorresistentes e Enterococcus faecalis sensíveis à ampicilina, além de apresentarem atividade antipneumocócica aumentada. Contudo com relação aos gram negativos possuem espectro semelhante às cefalosporinas de 3ª geração. - Ceftarolina: endovenoso, apresentação 600mg dose usual de 600mg de 12 em 12 horas 27 Questões Comentadas 1. (2017) Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: Agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicili- na, Enterococcus spp. e anaeróbios. São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli. São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes à oxacili- na, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Não devem ser usadas durante a gestação. A maioria das drogas do grupo das cefalosporinas possuem boa atividade contra Gram-positivos. As de 1ª e 2ª geração são bem ativas contra os cocos gram-positivos e a atividade contra os cocos gram-negativos passa a ser mais expressiva a partir da 3ª ger- ação, que possuem maior atividade contra enterobactérias. Praticamente todas as cefalo- sporinas têm ação contra Escherichia coli, mesmo as de 1ª geração, podendo ser usadas em infecções não complicadas do trato urinário baixo. Assertiva a: incorreta. As cefalosporinas de 1ª geração não apresentam atividade contra os estafilococos resistentes a oxacilina, aos pneumococos resistentes a penicilina, enteroco- cos e anaeróbios. Assertiva b: vide comentário acima. Assertiva c: apresentam inatividade contra o Haemophilus influenzae e Moraxella catarha- lis, sendo contraindicado o uso dessas drogas nessas infecções, assim preferencialmente as aminopenicilinas são as mais indicadas Assertiva d: as cefalosporinas de 1ª geração podem ser usadas durante a gestação, sendo improvável a teratogenicidade, além de serem usadas com segurança durante o aleita- mento, sem que ocorram efeitos adversos no lactente. 28 A) B) C) D) Questões Comentadas 2. (2010) Quanto aos mecanismos de ação dos antibióticos, CORRELACIONE: 1. betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). 2. aminoglicosídios (gentamicina). 3. rifampicina. 4. quinolonas (ciprofloxacino). 5. sulfonamidas e trimetoprima. A. Inibição das ligações cruzadas. B. Inibe competitivamente as enzimas envolvidas nos dois passos da biossíntese do ácido fólico. C. Liga-se a subunidade 30S do ribossomo. D. Inibe a RNA polimerase dependente de DNA. E. Inibe a DNA girase (subunidade A) e a topoisomerase IV. 1B, 2D, 3C, 4A, 5E 1D, 2E, 3A, 4B, 5C 1A, 2C, 3D, 4E, 5B 1C, 2B, 3E, 4D, 5A 1C, 2A, 3B, 4C, 5D BETALACTÂMICOS: os betalactâmicos bloqueiam a fase de transpepitidação do pep- tideoglicano e impedem a ligações entre os aminoácidos que conferem o arranjo molecu- lar final, causando prejuízo na integridade da estrutura da parede celular bacteriana, o que determina a lise da célula. AMINOGLICOSÍDEOS: Ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas e não funcionais. RIFAMPICINA: inibe a ação da RNA polimerase dependente de DNA e a síntese proteica da micobactéria. QUINOLONAS (CIPROFLOXACINO): o sítio de ação das quinolonas são as enzimas relacio- nadas à síntese de DNA: DNA girase e a topoisomerases tipo IV, interferindo no processo de expressão gênica e de divisão celular, além de levarem o material genético à instabili- dade. SULFONAMIDAS E TRIMETOPRIMA: as sulfonamidas inibem de forma competitiva a enzima bacteriana diidropteroato-sinterase, que é responsável pela incorporação do PABA ácido fólico, dessa forma, bloqueia a síntese desse ácido o que prejudica a síntese bacteri- ana de ácidos nucleicos Resposta: C 29 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 3.(2018) Homem, 56 anos de idade, hipertenso, chega ao pronto socorro com quadro de tosse com expectoração amarelada, dispneia e febre há três dias. Nas últimas três horas vem se apresentando sonolento. Sinais vitais: PA = 80/30mmHg, FC = 130 bpm, TEC=4 seg, saturação O2= 90%, FR =30 ipm, Glasgow = 13, temperatura axilar = 38°C, peso corporal=80 Kg. Qual a antibioticoterapia de escolha, sabendo que o paciente não tem história de inter- nação hospitalar? Meropenen + vancomicina Ceftriaxone + claritromicina Piperaciclina + tazobactan Cefepima + vancomicina Ciprofloxacin + oxacilina Paciente apresenta provável sepse de foco pulmonar (3 pontos no q-SOFA: alteração do nível de consciência, pressão arterial sistólica abaixo de 100mmHg e frequência respi- ratória maior que 22). Ao se pensar no agente etiológico das pneumonias adquiridas na comunidade, uma vez que não apresenta histórico de internação, temos o mais prevalente o streptococos pneumoniae, além dos agentes Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis e Pseudomonas aeruginosa. Com relação ao tratamento. Para este paciente recomenda-se o uso de cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina). Resposta: B 30 A) B) C) D) E) 7. Grande classe e utilização na prática clínica: Aminoglicosídeos Autor: Gabriel Alverca Os representantes dessa classe mais usados são a estreptomicina, amicacina e gentamici- na, todos eles usados para tratamento de infecções por enterobactérias e bacilos Gram-negativos, mas também podem ser sinérgicos com outros antimicrobianos para tratar infecção por cocos Gram-positivos. A via de administração da estreptomicina é intra- muscular, da amicacina é intramuscular e endovenosa, e da gentamicina é mais variada, podendo ser intramuscular, endovenosa, ocular, tópica e sob nebulização ou instilação traqueal. Possibilidades de uso são variadas, dentre elas: infecção articular e óssea (osteomielite), endocardite, peritonite, infecção do trato respiratório, infecção de pele e partes moles, sepse, entre outros. Cefuroxima: intravenoso com apresentação de 750 mg; dose usual de 750-15500 mg de 8 em 8 horas Cefoxitina: intravenosa com apresentação de 1 g; dose usual 1 a 2g de 6/6 horas Cefaclor: via oral em cápsulas de 500 mg; dose usual de 250 mg a cada 8 horas Os aminoglicosídeos são antibióticos usados no combate de infecções graves causadas por bactérias Gram-negativas aeróbias, principalmente, mas sem eficácia contra bactérias estritamente anaeróbias. Possuem ação bactericida, sendo inibi- dores da síntese de proteínas ao se ligarem à subunidade 30S do ribossomo bacteria- no. É válido ressaltar que a via de adminis- tração oral apresenta baixa absorção e a classe não penetra a barreira hemato- encefálica. A excreção é renal, sendo a nefrotoxicidade um dos efeitos colaterais mais importantes, juntamente com a oto- toxicidade, por isso é preferível utilizar anti- microbianos menos tóxicos caso a bactéria em questão não seja resistente. No que tange a gravidez, deve ser pesado o risco-benefício, sob o risco de ototoxici- dade fetal. 31 Questões Comentadas 1. (2010) Quanto aos mecanismos de ação dos antibióticos, correlacione: 1. betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). 2. aminoglicosídios (gentamicina). 3. rifampicina. 4. quinolonas (ciprofloxacino). 5. sulfonamidas e trimetoprima. A. Inibição das ligações cruzadas. B. Inibe competitivamente as enzimas envolvidas nos dois passos da biossíntese do ácido fólico. C. Liga-se a subunidade 30S do ribossomo. D. Inibe a RNA polimerase dependente de DNA. E. Inibe a DNA girase (subunidade A) e a topoisomerase IV. 1B, 2D, 3C, 4A, 5E 1D, 2E, 3A, 4B, 5C 1A, 2C, 3D, 4E, 5B 1C, 2B, 3E, 4D, 5A 1C, 2A, 3B, 4C, 5D Dificuldade: ** Resposta: C O mecanismo de ação dos betalactâmicos é bactericida por inibição da síntese de parede celular bacteriana, sendo essa uma estrutura fundamental para a sobrevivência da maioria das bactérias (1A). Os aminoglicosídeos têm ação bactericida ao se ligarem à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, atuando na inibição de síntese proteica (2C). A rifampicina, muito utilizada no tratamento de tuberculose e hanseníase, inibe a RNA polimerase dependente de DNA, ou seja, inibe a síntese de RNA e, portanto, de proteínas, sendo também bactericida (3D). As quinolonas são bactericidas por inibirem a síntese de DNA da bactéria, sendo os princi- pais alvos a enzima DNA girase (topoisomerase II) e a topoisomerase IV (4E). Já as sulfonamidas e trimetoprima são bacteriostáticas e inibem biossíntese de ácido fólico, sendo necessário para a bactéria pois permite sua replicação, enquanto células humanas conseguem aproveitar o ácido fólico exógeno (5B). 32 A) B) C) D) E) 8. Grande classe e utilização na prática clínica: Macrolídeos Autora: Lanna Do Carmo Carvalho a) Ceftriaxona Administração: IV ou IM Apresentação: 500 mg ou 1g b) Cefatoxima Administração: IV Apresentação:500 mg ou 1g c) Ceftazidma Administração IV Apresentação: 1 ou 2g Cefalosporina de 4° geração - Amplo aspectro - Potentes contra estafilococo sensível a metilcilina (MSSA) e Pseudomonas - Não muito eficaz contra enterococos - A Cefepima de administração IV e apresentação de 1 a 2g é a principal droga, seguida da Cefpiroma - Eficaz em internações, meningite, pneumonia, UTI e fármaco de escolha contra Neutro- penia Febril. Antibioticoterapia Atua contra diversos germes. Compõe essa classe: Ceftriaxona, Cef- tazidma e Cefotaxima. A Ceftzadina é a mais potencial contra a Pseudomonas. Eficaz em: - Pneumonia bacteriana hospitalar - Terapia empírica meningica - Tratamento hospitalar de UTI grave -Infecções intestinais. Exemplos são: peritonite bacteriana espontânea e abdome agudo inflamatório 33 Aminoglicosídeos a) Estreptomicina é a primeira representante da classe. A gentamicina e a tobramicina são exemplos de sintetizados. A amicacina, semi sintética laboratorialmente. Atua através da ligação à subunidade 30S ribossomal, alterações na parede celular e efeito bactericida direto Pouca absorção oral, parênquima pulmonar e vias urinárias, concentração superior à sérica. Sem permeabilidade no SNC. Via renal exclusiva, acompanhada de nefro e otoxici- dade como efeitos adversos. b) Indicadas em quadros de enterobactérias e bacilos gram negativos e terapêutica com- binada para tratar endocardites e infecções graves por cocos gram-positivos Amicacina Indicadas em gravidades por enterobactérias, bacilos gram negativos (sensíveis), terapia adjuvante (efeito sinérgico) para tratar endocardites por cocos gram positivos. Gentamicina Fórmulas tópica, IM e IV. Possui as mesmas indicações da Amicacina. Macrolídeos Atuam pela inibição protéica, por meio da ligação reversível com a sub-unidade 50S ribossomal, impedindo o RNA(t) de se fixar ao ribossomo e bloqueia o estoque de AA. Pode ser bactericidas ou bacteriostáticos a depender da espécie, dosagem e farmaco- cinética. Clarotromicina Semi sintético derivado da eritromicina, com o mesmo espectro de ação. Mas, com relação ao combate contra estreptococos até 4 vezes mais potente. Também atua contra a Haemophilus influenzae e ducreyi, Mycobacterium avium-intracel- lulare e Toxoplasma gondi. As principais indicações são faringites, amugdalites, otites e sinusites purulentas. As pneumonias bacterianas típicas, como a Chlamydia pneumoniae, Legionella pneu- mophila e Mycoplasma pneumoniae têm boa resposta clínica. Quadros de infecção por Mycobacterium avium intracellulare devem ser combinadas com Claritromicina. Azitromicina Semissintético derivado da eritromicina. Maior combate contra gram negativas, mas menos eficaz contra cocos e bacilos gram positivos. Bacilos gram negativos como Klebsi- ella, Proteus, Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Pseudomonas não resistentes naturais da azitromicina. A simples posologia e alívio gastrointestinal de adversidades compõe a formulação impor- 34 tante desta. Indicações para infecções respiratórias agudas, uretrites e cervicites oriundas da Chlamydia trachomatis, cancro mole (H.ducrey) e doença de Lyme (Borrelia burdfoferi). Quinolonas Compõe a 1° quinolona o Ácido Nalidixíco a partir da 7-cloroquinolina. A síntese dos demais fluorados norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, levofloxacina e gatifloxacina. Atua por meio da inibição da síntese do DNA cromossômica através da subunidade A da DNA girase, determinando ação bactericida dependente da dose. 1° geração: Bactericidas contra bactérias gram negativas, porém inativas contra Pseudo- monas aeruginosa; Altos níveis na via urinária e pouca ação tissular; Indicações incluem infecções urinárias baixas por enterobactérias do trato urinário. 2° geração: Maior ação contra bacilos gram negativos; Administração únicamente por via oral, baixa taxa de absorção e nível sérico insuficiente para infecções sistêmicas. Altos con- centrações nas vias urinárias, razão de ser útil em infecções urinárias baixas. O espectro abrange os bacilos gram negativos entéricos (Escherechia coli, Klebsiella, Salmonella,Mor- ganella, Citrobacter, Haemophilis, Neisseria e Pseudomonas. Indicações abordam infecções urinárias baixas, profilaxia de reicidiva de infecções urinárias, prostatites nas quais o agente etiológico seja a Escherechia Coli e uretrite/cervic- ite por Neisseria gonorrhea. 3° geração: Ciprofloxacina representante principal do grupo, ação sistêmica e ampliação do espectro de ação para estafilococos. Há boa distribuição da droga, destacando-se o nível terapêutico em parênquima pulmo- nar, seios maxilares, amígdalas linfonodos, pele, tecido subcutâneo, fígado, vias biliares, próstata e aparelho genito urinário. Eficazes em tratar infecções por enterobactérias, esta- filococos, neisseria e pseudomonas aeruginosa. Indicações incluem infecções urinárias altas e baixas, salmoneloses, shigueloses, osteomielite, infecções das vias biliares e respi- ratórias. Ineficaz contra estreptococos, em especial o Streptococcus pneumoniae. Quinolonas Respiratórias Levofloxacina; Alta disponibilidade oral; A meia vida da droga entre 6 e 8 horas. Apresentação é oral e endovenosa, com eliminação exclusivamente renal. O espectro de ação inclui patógenos gram positivos, os streptococcus (pneumoniae, pyo- genes e aureus) e enterococos. Os gram negativos. (Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Escherechia coli, Salmonella e Shigella), agentes como Legionella pneumophi- la, Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia. Indicada em infecções respiratórias (alta e baixa), pelo nível tecidual nas 24 horas iniciais é satisfatória e sensível aos patógenos. E também no trato gastrointestinal e partes moles. 35 Questões Comentadas 1. (2013) Os bacilos gram-negativos produtores de betalactamases de amplo espectro (ESBL) geralmente acometem pacientes com internação prolongada em UTI, portadores de sonda vesical de demora e tratados com cefalosporinas de amplo espectro. Entre as bactérias mais associadas a esse tipo de resistência, estão: Salmonela sp. e Proteus mirabilis. Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii. Stenotrophomonas maltophilia e Serratia sp. Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Resposta: D Comentário da questão: O uso de cateter vesical de demora é o principal fator que predispõe às infecções, uma vez que é um dispositivo invasivo e precisa de manutenção constante, além de ser muito utilizado dentro da UTI. Os beta-lactâmicos foram, e ainda são, muito usados na clínica médica, e o grande uso levou à produção de cepas produtoras de beta-lactamases de amplo espectro. Essas cepas conferem resistência às penicilinas e cefalosporinas de 3ª e 4ª gerações. A produção de beta-lactamases de espectro estendido é um importante meio de resistência adquirido pelas bactérias. Essas enzimas têm a aptidão de hidrolisar todas as penicilinas, cefalospori- nas e monobactâmicos. Dessa forma, as opções terapêuticas são limitadas, dificultando o tratamento dos pacientes que adquiriram uma infecção por bactérias produtoras de enzimas que codificam a multirresistência. A produção dessa enzima é mediada por plasmídeos que são transferidos de uma bactéria a outra, principalmente por bactérias da ordem Enterobacterales. A escherichia coli é a bactéria mais prevalente e que vem demonstrando resistência a quase todos os beta-lactâmicos. A bactéria Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) é um microrganismo gram nega- tivo que faz parte do grupo das enterobactérias (bactérias que habitam o intestino), cuja principal característica é ser resistente aos antibióticos denominados carbapenêmico. 36 A) B) C) D) Questões Comentadas 2. (2017) Quanto às Cefalosporinas de primeira geração podemos afirmar que: Agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicili- na, Enterococcus spp. e anaeróbios. São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli. São muito ativas contra H. influenzae e agem contra estafilococos resistentes à oxacili- na, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Não devem ser usadas durante a gestação. Resposta: B Comentário da questão: Cefalosporinas de primeira geração: São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comu- nidade. Não têm atividade contra H. influenzae e não agem contra estafilococos resis- tentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Podem ser usadas durante a gestação. 37 A) B) C) D) Questões Comentadas 3. (2010) Quanto aos mecanismos de ação dos antibióticos, CORRELACIONE: 1. Beta lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). 2. aminoglicosídeos (gentamicina). 3. rifampicina. 4. quinolonas (ciprofloxacino). 5. sulfonamidas e trimetoprima. A. Inibição das ligações cruzadas. B. Inibe competitivamente as enzimas envolvidas nos dois passos da biossíntese do ácido fólico. C. Liga-se a subunidade 30S do ribossomo. D. Inibe a RNA polimerase dependente de DNA. E. Inibe a DNA girase (subunidade A) e a topoisomerase IV. 1B, 2D, 3C, 4A, 5E 1D, 2E, 3A, 4B, 5C 1A, 2C, 3D, 4E, 5B 1C, 2B, 3E, 4D, 5ª 1C, 2A, 3B, 4C, 5D Resposta: C Comentário da questão: Os beta lactâmicos atuam inibindo a síntese da parede celular das bactérias, impedindo a ligação cruzada dos peptídeoglicano, substância que confere proteção ao microrganismo. Os aminoglicosídeos se ligam irreversivelmente ao ribossomo 30S e paraliza o complexo de iniciação 30S (30S-mRNA-tRNA), de forma que uma iniciação posterior não ocorrerá. Os aminoglicosídeos também refreiam a síntese protéica iniciada e induz erro de leitura do RNAm. A rifampicina bloqueia a transcrição, inibindo a síntese de RNA. Inibe especificamente a RNA-polimerase-DNA-dependente (DDRP) da bactéria sensível, cessando a síntese de proteína da célula bacteriana. As quinolonas inibem a síntese do DNA bacteriano, ocorrendo assim, a morte da bactéria. Os principais alvos na ação dessas drogas são a inibição de atividades das enzimas DNA girase (Topoisomerase II) e da topoisomerase IV. As sulfonamidas são inibidoras competitivas da enzima bacteriana sintetase de dihidrop- eroato (são análogos do seu substrato o ácido paraaminobenzóico — PABA). A enzima catalisa uma reação necessária à síntese de ácido fólico, necessário para a síntese de pre- cursores de DNA e RNA) nas bactérias as quinolonas inibem a síntese do DNA bacteriano, ocorrendo assim, a morte da bactéria. Os principais alvos na ação dessas drogas são a inibição de atividades das enzimas DNA girase (Topoisomerase II) e da topoisomerase IV. 38 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 4. (2016) Paciente, 18 anos, é admitida em Unidade Coronariana de hospital público devido a infarto agudo do miocárdio. No terceiro dia de internação, apresenta temperatura axilar de 38°C e leucometria de 16.000/mm3 com 10% de bastões. Ao exame físico, é detectada área de hiperemia, calor e dor em trajeto de veia periférica relacionada à inserção de cateter vascular. Para investigação diagnóstica, são enviadas duas amostras de sangue para hemoculturas. Estas detectaram crescimento de Staphylococcus aureus sensível à oxacilina e vancomicina. Dentre os antimicrobianos citados abaixo, a principal opção terapêutica para tratamento da infecção causada por esse micro-organismo é: Teicoplanina. Vancomicina. Linezolida. Oxacilina. Sulfametoxazol/trimetoprim. Resposta: D Comentário da questão: A droga de escolha é a oxacilina associada ao uso de aminoglicosídeo por um curto perío- do de tempo (3 a 7 dias). A vancomicina deve ser reservada para as cepas resistentes à oxa- cilina, pois no caso de cepas de estafilococos sensíveis à oxacilina, os glicopeptídeos têm ação antimicrobiana inferior à oxacilina. 39 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 5. (2012) Qual dos antimicrobianos abaixo relacionados é o recomendado para o tratamen- to de um jovem, com relato de alergia a sulfas, apresentando celulite no membro inferior causada por Staphylococcus aureus resistente a meticilina? Oxacilina. Vancomicina. Imipenem. Cefuroxima. Ampicilina com sulbactam. Resposta: B Comentário da questão: Nas infecções causadas por cepa de estafilococo sensível à oxacilina, a vancomicina deve ser a droga de escolha pela maior potência e menor toxicidade quando comparada com os glicopeptídeos. 40 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 6. (2016) Quando indicamos tratamento antimicrobiano para paciente com pneumonia comunitária grave, frequentemente recorremos ao uso das ditas quinolonas respiratórias, NÃO podendo ser afirmado a respeito delas que: Possuem flúor em sua composição. Atuam lesando o DNA. Atuam na parede celular. Apresentam cobertura para etiologias ditas atípicas. Resposta: C Comentário da questão: São inibidores da enzima bacteriana DNA topoisomerase II (girase de DNA) e da DNA topoisomerase IV. Para muitas bactérias Gram-positivo (S. aureus), a DNA topoisomerase IV é a principal inibida pelas quinolonas. Em contraste, para muitas bactérias Gram-negati- vo (E. coli), o principal alvo das quinolonas é a DNA-girase. As fluoroquinolonas apresen- tam um átomo de flúor não observado nas quinolonas. Ambas formam o grupo de antibióticos mais tóxico atualmente em uso com mais de 40% dos usuários sofrendo de efeitos colaterais. Mais de metade dos fármacos encontradas dentro desta classe já foram removidas do uso clínico devido a reações adversas que podem causar dano permanente. Processos em massa estão sendo litigados devido a esta classe causar rompimento de tendões espontâneo e a FDA passou a apresentar os fármacos em Black Box, uma espécie de tarja preta desde 2008. 41 A) B) C) D) Questões Comentadas 7. (2018) Homem, 56 anos de idade, hipertenso, chega ao pronto socorro com quadro de tosse com expectoração amarelada, dispneia e febre há três dias. Nas últimas três horas vem se apresentando sonolento. Sinais vitais: PA = 80/30mmHg, FC = 130 bpm, TEC=4 seg, saturação O?= 90%, FR =30 ipm, Glasgow = 13, temperatura axilar = 38°C, peso corporal=80 Kg. Qual a antibioticoterapia de escolha, sabendo que o paciente não tem história de inter- nação hospitalar? Meropenem + vancomicina Ceftriaxone + claritromicina Piperaciclina + tazobactan Cefepima + vancomicina Ciprofloxacin + oxacilina Resposta: B Comentário da questão: Os antimicrobianos recomendados para o paciente que necessita de internação, mas em uma enfermaria clínica é a ceftriaxona intravenosa associada a uma claritromicina, pois são as mais indicadas em casos de pneumonia atipíca. 42 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 8. (2017) Homem, 66 anos, apresenta, há 2 dias, tosse com escarro purulento, febre e dispneia. Ao exame, encontra-se confuso, febril (38,4°C), com estertores crepitantes em base direita à ausculta pulmonar. O radiograma de tórax evidencia infiltrado em base pul- monar direita. O paciente é internado e recebe prontamente antibioticoterapia. Qual é o regime de antibiótico mais indicado? Ampicilina. Levofloxacino. Claritromicina. Azitromicina. Piperacilina + tazobactam Resposta: B Comentário da questão: O levofloxacino é um antibiótico de 3° geração. Este atua por meio da redução da síntese de DNA bacteriano. Este é eficaz contra uma série de bactérias gram negativas, devido ao seu amplo espectro de ação, sendo prescrito para várias infecções onde o agente causal é desconhecido. As principais indicações são para as infecções do trato respiratório superior, sinusite, bronquite bacteriana, exacerbações agudas de bronquite crônica e pneumonia e Legionelose 43 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 9. (2015) O tratamento da colite pseudomembranosa geralmente implica administração de: Enemas de corticosteroide. Budesonida oral. Clindamicina ou ciprofloxacino oral ou EV. Sulfassalazina enema ou oral. Vancomicina ou metronidazol oral. Resposta: E Comentário da questão: A colite pseudomembranosa é uma doença do intestino delgado que causa diarréia. Ori- unda por exposição a antibióticos de largo espectro cursando com alterações da flora colônica normal, colonização do clostridium defficile toxigênico e crescimento bacteriano com inflamações e danos da mucosa intestinal. A administração de metronidazol, via oral, é o tratamento de 1° escolha nos casos de colite pseudomembranosa, em casos leves a moderados. A vancomicina é uma droga de 2° opção, em especial em casos mais graves.Os corticóides são eficazes para episódios agudos de várias formas de doença inflamatória intestinal, quando outras formas são inadequadas, mas não são apropriados para a terapia de manutenção. O ácido aminossalicílico bloqueia a síntese de prostaglandinas e leucotrienos e outros eventos benéficos na cascata inflamatória. É ativo intraluminarmente é de rápida absorção pelo intestino delgado proximal. Exemplos são a sulfassalazina. 44 A) B) C) D) E) Questões Comentadas 10. (2018) A resistência bacteriana constitui enorme problema na atualidade. As enzimas geradoras de resistência no caso das bactérias denominadas KPC são: Metalolactamases Carbapenemases Betalactamases de espectro ampliado Bombas de efluxo Resposta: B Comentário da questão: A Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase, conhecida como KPC, é uma bac- téria limitada a ambiente hospitalar, cuja característica é a produção de uma betalact- amase denominada carbapenemase, que tem a propriedade de inibir a ação dos antibióti- cos carbapenêmicos. Essa bactéria pode causar infecção hospitalar que costuma acome- ter pacientes imunodeprimidos, especialmente os que se encontram nas unidades de terapia intensiva. É importante enfatizar que os pacientes de UTI também apresentam várias portas de entrada para infecções, tais como, sonda vesical de demora, cateter venoso central, tubo orotraqueal, cânula de traqueostomia, e às vezes feridas de decúbito, facilitando muito a infecção por bactérias multirresistentes. Vários são os mecanismos de resistência que podem impedir a ação dos carbapenêmicos, e a resistência surge, oca- sionalmente, da combinação de impermeabilidade da membrana com betalactamases cromossômicas (AmpC) ou de amplo espectro (ESBL). A multirresistência está frequente- mente relacionada ao uso indiscriminado de antibióticos, tais como as cefalosporinas de terceira geração, por exemplo, a ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima, associado a trans- missão horizontal entre os pacientes. 45 A) B) C) D)