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Técnicas para exposição de fatos, relatórios e descrições, além de exposição de fundamentos

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Apesar das manifestações exigirem cada vez mais uma linguagem menos rebuscada, para facilitar a compreensão
e comunicação dentro do processo, a argumentação jurídica jamais caiu em desuso, mas adaptou-se e adapta-se
ao momento histórico, conservando sua base. Nesta webaula, você conhecerá os fundamentos de peças e
instrumentos jurídicos. 
Fundamentos de Peças e Instrumentos Jurídicos 
É comum ouvir, logo nos primeiros semestres do curso, o brocardo “os juízes conhecem o direito” que deriva do
latim “iura novit curia”. Todavia, no que tange aos requisitos essenciais da petição, conforme a segunda parte do
inciso III do art. 319 do CPC, não é possível se furtar a indicar na petição os fundamentos jurídicos em que se
baseiam os pedidos. 
Em outras palavras, esse tópico não é dispensável e serve para que o autor justi�que, por meio das fontes do
direito, o motivo pelo qual os pedidos realizados na petição devem ser atendidos pelo juízo, ou seja, é a exposição
do direito abstrato inerente aos fatos na petição ou instrumento jurídico. 
Características essenciais 
Os fundamentos jurídicos são articulados de modo que �que evidente ao leitor a existência de norma
regulamentadora para o resultado de uma ação ou omissão produzida na sociedade e suportada por uma ou mais
pessoas que necessitam de amparo e não encontram, nos meios de autocomposição, resolução razoável para o
problema. 
É comum que, ao argumentar juridicamente, os fundamentos sejam apresentados na seguinte ordem de ideias:
premissa maior, premissa menor e linha de convencimento (CAMPESTRINI; FLORENCE, 2019). 
Premissa maior
Na premissa maior, será exposto o direito abstrato, podendo advir de qualquer das fontes do direito, como
lei, entendimentos jurisprudenciais ou de tese sustentada pelo autor da petição. A premissa maior tem o
condão de apresentar ao leitor uma introdução sistematizada dos direitos aplicáveis ao caso concreto, isso
não signi�ca que, por exemplo, o magistrado não saiba das normas inerentes ao caso. 
Em verdade, a indicação da fonte do direito pertinente é, também, indicação de domínio e conhecimento da
norma, o que obriga o leitor, quer seja a parte contrária ou o magistrado, a apreciar os fundamentos ali
postos, sob pena de a decisão ou contestação ser omissa em determinado ponto. 
Premissa menor
A premissa menor, por seu lado, resta consubstanciada na apresentação da relação direta entre os fatos e o
direito apresentado inicialmente. Ressalta-se que não se trata de redigir novamente os fatos, nem mesmo de
apresentar informações que não estão narradas anteriormente, mas de ligá-los ao direito abstrato. 
Caso você identi�que, no momento de redigir os fundamentos jurídicos, que alguma informação relevante
não consta nos fatos, deverá retomar a escrita diretamente no tópico especí�co, por isso é indicado que
sempre se revise todo o material antes de efetuar o envio ou protocolo. 
Teoria da Argumentação Jurídica  
 Técnicas para exposição de fatos, relatórios e descrições, além de exposição de
fundamentos 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 
Linha de convencimento
A linha de convencimento é o momento indicado para a�rmar o direito inerente ao cliente, em decorrência
do resultado de ação ou omissão regulados pela norma brasileira, com a indicação das provas do fato. 
Como redigir os fundamentos utilizando a argumentação jurídica 
É sabido que a legislação defende o consumidor contra vícios e defeitos dos produtos, conforme inteligência dos
art. 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor, que preconizam ser os comerciantes responsáveis por reparar o
dano sofrido pelo consumidor, quando o fabricante não puder ser identi�cado. (Premissa maior) 
Bem como, considerando a redação do art. 186 do Código Civil, que determina a obrigação de ter reparados os
danos sofridos em decorrência de ação ou omissão de outrem, mesmo que estes sejam exclusivamente morais.
(Premissa maior) 
Veri�ca-se, Excelência, no caso concreto, que o Autor teve o seu direito suprimido, pois, ao comprar um produto
novo, com apenas 01 (um) dia de uso, identi�cou defeitos que lhe reduzem as funções e lhe diminuem o valor,
tornando o produto impróprio para o uso em sua totalidade. (Premissa menor) 
Além do dano material, há que se falar em dano moral, tendo em vista que o produto em questão foi comprado
com enorme expectativa, mas tornou-se um verdadeiro transtorno na vida do Autor. (Premissa menor) 
Portanto, considerando a qualidade de consumidor em que se apresenta o Autor (nota �scal de compra anexa),
bem como a proteção legal contra os danos causados pelo Réu e sua respectiva obrigação de repará-los, é que se
pleiteia a indenização por danos materiais e morais na presente ação. (Linha de Convencimento) 
Perceba como é fácil concatenar a argumentação jurídica através desse simples raciocínio. Inicia-se com a
premissa maior (o consumidor que sofre um dano ilícito tem direito à reparação), segue-se para a premissa
menor (o autor é consumidor e sofreu um dano) e �naliza-se na linha de convencimento (portanto, a situação
suportada pelo autor enquadra-se na norma e este tem o direito à reparação do dano sofrido). 
As citações de normas, doutrinas e jurisprudências são
indicadas conforme o caso, mas você deve estar atento
para introduzi-los no contexto da ação, em conexão
direta com o parágrafo imediatamente anterior à
citação, incluindo, de preferência, um parágrafo de
fechamento após a citação para encerrar aquele
raciocínio, caso ainda não tenha exposto a sua
interpretação sobre o dispositivo citado. 
Por �m, não é necessário incluir inúmeras
jurisprudências sobre o caso em questão, sob
pena de tornar a leitura cansativa e prejudicar o
interesse do leitor na avaliação da argumentação
ali disposta. 
Saiba mais
Você sabia que a argumentação passou por grande evolução quando os gregos instituíram a democracia e
precisavam defender-se perante a justiça? A partir de então, manuais de como se portar e se manifestar
foram surgindo para auxiliar a população a promover a sua defesa jurídica. 
Pesquise mais 
A contestação é uma manifestação de suma importância na demanda e tem o condão de posicionar-se
contrariamente à argumentação do autor, para defender os direitos do réu. Que tal conhecer melhor a
argumentação aplicada a esta peça? Leia o capítulo que trata deste tema nas páginas 40 a 43 do livro
Linguagem e Argumentação Jurídica, disponível na Biblioteca Virtual. 
VALVERDE, A. G. M.; FETZNER, N. L. C.; TAVARES JUNIOR, N. C. Linguagem e argumentação jurídica. 6. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2020. 
Nesta webaula você pôde conhecer um pouco mais sobre os fundamentos de peças e instrumentos jurídicos, suas
características e redação, utilizando a argumentação jurídica.

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