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SÍNTESE TEXTUAL: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA EDUCAÇÃO NO BRASIL NO PERÍODO COLONIAL Sarah Lya do Espírito Santo Silva 1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ CAMPUS TORQUATO NETO CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ARTES-CCECA LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA- BLOCO 02 DOCENTE: ROBSON CARLOS DA SILVA • EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO COLONIAL No Período Colonial, a educação não constituía meta prioritária, já que na colonização, o Brasil era uma colônia de economia agrícola e para que ocorresse o desempenho de funções na agricultura não se exigia formação especial. Foram enviados pelas metrópoles europeias, religiosos para o trabalho missionário e pedagógico com a finalidade principal de converter o gentio e impedir que os colonos se desviassem da fé católica, conforme as orientações da Contrarreforma. Fundamentos que consistiam nós métodos da educação jesuítica, foi implantada pelos missionários em Salvador, uma escola “ de ler e escrever “. Dando início ao processo de criação de escolas elementares, secundária, seminários e missões espalhados pelo Brasil até 1759. A educação que foi desenvolvida no Brasil, durante esse período, era extremamente restrita para catequizar os índios aldeados, educar alguns filhos de colonos, formar seminaristas e a elite intelectual além de controlar a fé e a moral dos novos habitantes dessa nova terra. Foi um processo difícil de se instalar um sistema de educação em terra estranha e de povo tribal. A atuação pedagógica dos jesuítas influenciou o modo de educar os indivíduos na colônia segundo as suas posições sociais. Isso levou a níveis distintos de instrução: para os índios, os rudimentos da língua e os ofícios; para os brancos libertos, os rudimentos da escrita, da leitura e os ofícios; para as classes abastadas, os ensinos superiores que garantiriam a manutenção da estrutura de poder; já para os escravos africanos e alforriados, os ofícios. Diante das críticas e defesas da ação catequética dos jesuítas no Novo Mundo. Acreditavam que o cristianismo representava para os europeus uma vocação humana universal que implica integração e unidade, lançarem-se com o emprenho na incorporação territorial e espiritual dessas etnias na esperança de acentuar as semelhanças e apagar as diferenças. A fase heroica da missão jesuítica vai dos anos de 1549 a 1570. Os padres aprenderam a língua tupi-guarani para catequiza-los. Mas o fato é que o índio se encontrava a mercê dos três interesses: a metrópole que deseja integrá-lo ao processo colonizador, o jesuíta que queria convertê-lo ao cristianismo e valores europeus e o colono que queria usá-lo como escravo para o trabalho. Vejamos o que os missionários se propunham mudar, para europeizar e cristianizar os nativos. Surpreenderam-se de início com o fato de cem a duzentas pessoas viverem na mesma oca, sem divisões que preservassem a intimidade das famílias nem repartição de funções e tarefas, porque ali dentro tudo se fazia. Por isso, os jesuítas deslocaram os nativos para outras áreas, onde criaram as aldeias reunindo várias etnias, designadas por eles, de modo homogêneo, como o “gentio”. Mudaram as práticas nômades, consideradas bárbaras, e estabeleceram um sistema agrícola restrito a áreas determinadas, onde se fazia a divisão de tarefas e observavam-se os “momentos de semear, podar, colher, queimar”. Por considerarem que os nativos viviam a “infância da humanidade”, os jesuítas se achavam no direito de agirem como “pais”, devendo, portanto, corrigir e proteger. Como o uso de sanções violentas era hábito europeu naqueles tempos, esse costume foi trazido para cá. Durante o século XVII, os bandeirantes realizaram diversas expedições de apresamento e destruíram muitas povoações, inclusive as dirigidas por jesuítas espanhóis. Depois da expulsão dos jesuítas (século XVIII), desmoronou-se a estrutura criada pelos padres, e os índios aculturados não conseguiram mais subsistir moral e economicamente. As primeiras escolas reuniam os filhos dos índios e dos colonos, mas a tendência da educação jesuítica que se com- firmou foi separar os “catequizados” e os “instruídos”. A ação sobre os indígenas resumiu-se então em cristianizar e pacificar, tornando-os dóceis para o trabalho nas aldeias. Com os filhos dos colonos, porém, a educação podia se estender além da escola elementar de ler e escrever, o que ocorreu a partir de 1573. Para enfrentar o senhor da casa-grande, os jesuítas conquistavam seus elementos passivos: a mulher e a criança. Educando o menino, conseguiam manter viva a religiosidade da família. Era tradição das famílias portuguesas orientar os filhos para diferentes carreiras. O primogênito herdava o patrimônio do pai e continuava seu trabalho no engenho; o segundo, destinado para as letras, frequentava o colégio, muitas vezes concluindo os estudos na Europa; o terceiro encaminhava-se para a vida religiosa. Como se vê, os jesuítas agiam sobre os dois últimos. Mesmo quando os filhos não eram enviados aos colégios e recebiam educação na própria casa-grande, ficavam aos cuidados dos capelães e tios-padres. No campo da educação propriamente dita, desde o século XVI os jesuítas montaram a estrutura dos três cursos a serem seguidos após a aprendizagem de “ler, escrever e contar” nos colégios: a) letras humanas; b) filosofia e ciência (ou artes); c) teologia e ciências sagradas. No curso de humanidades, de grau médio, ensinavam latim e gramática para os meninos brancos e mamelucos (mestiços de branco e índio). Em alguns colégios eram oferecidos também os outros dois cursos, de artes e de teologia, já de grau superior. Terminado o curso de artes, apresentavam-se ao jovem duas alternativas: estudar teologia, opção que ajudava a manter viva a obrados jesuítas no tempo, formando-se padre ou mestre; preparar-se para as carreiras profanas das profissões liberais, como direito, filosofia e medicina; neste caso, encaminhava-se para uma das diversas faculdades europeias os brasileiros procuravam sobretudo a Universidade de Coimbra, em Portugal. Para esse programa, os jesuítas foram apoiados oficialmente pela Coroa, que também os auxiliou com generosas doações de terras. O governo de Portugal sabia o quanto a educação era importante como meio de domínio político e, portanto, não intervinha nos planos dos jesuítas. Foram implantadas as reformas do Marquês de Pombal, pelo Alvará Régio de 28 de junho de 1759, que mudaram a estrutura de educação em Portugal e em suas possessões além-mar. Com a expulsão dos jesuítas, foram criadas escolas de ensino secundário e primário, o que demandou a contratação de professores laicos e religiosos.Com fortes influências das ideias iluministas, o Marquês de Pombal buscou reformar o currículo das escolas e da faculdade de Coimbra, alinhando Portugal às mudanças promovidas pelas luzes e pelo saber cientifico. Entretanto, em sua essência, o ensino continuou com fortes traços da pedagogia jesuíta. No Brasil, por exemplo, muitos religiosos de outras ordens e os indivíduos letrados que concorreram às Aulas Régias tinham forte influência dos jesuítas em suas práticas educativas, o que pode ser entendido como legado de uma cultura pedagógica que permeou a forma de ensinar durante o período colonial (1500-1808) ate os anos iniciais do período imperial (1808-1889).