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B i a n c a N a c i f f – M E D T 1 | 1 
MEDICINA LEGAL 
Tanatologia Forense 2 
A morte conceitua-se, dentro dos padrões 
tradicionais, como a cessação dos fenômenos vitais, 
pela parada das funções cerebral, respiratória e 
circulatória. No entanto, estas funções não cessam 
todas de uma vez, resultando daí uma certa 
dificuldade para se determinar com precisão o exato 
momento da morte. 
Não há um sinal de certeza até surgirem os 
fenômenos transformativos no cadáver, porque, na 
realidade, a morte não é um momento ou um 
instante, mas um processo gradativo que não se sabe 
quando se inicia ou quando termina. Quanto mais 
distante for admitida a morte, é claro, mais fácil é o 
seu diagnóstico. 
Alguns autores consideram que nesta evolução para a 
morte definitiva há algumas fases assim consideradas: 
(a) morte aparente – caracterizada pela suspensão 
aparente de algumas funções vitais; 
(b) morte relativa – assinalada pela abolição efetiva e 
duradoura de algumas funções vitais, sendo possível a 
recuperação de algumas delas; 
(c) morte intermediária – apontada pela suspensão de 
algumas atividades vitais, não sendo possível 
recuperá-las; (d) morte absoluta – caracterizada pela 
suspensão total e definitiva de todas as atividades 
vitais. 
Para se constatar a certeza da morte, é necessária a 
observação cuidadosa dos fenômenos que surgem no 
corpo humano a partir do momento da morte, 
representados por mudanças física, química ou 
estrutural, de origem natural ou artificial. 
 
 
 
 
 CRONOTANATOGNOSE: 
 CLASSIFICAÇÃO: 
 
Fenômenos abióticos 
Os fenômenos abióticos, também chamados de avitais 
ou vitais negativos, se dividem em: imediatos (devidos 
à cessação das funções vitais) e consecutivos (devidos 
à instalação dos fenômenos cadavéricos, de ordem 
química, física e estrutural). 
 Fenômenos abióticos imediatos ou recentes: 
Alguns desses sinais isoladamente não têm valor 
absoluto, tais como os descritos a seguir. 
 Perda da consciência. 
 
 Perda da sensibilidade. 
Com a morte, surge a cessação da sensibilidade geral 
e especial. Estão abolidas as sensações táteis, 
térmicas e dolorosas. Uma das manobras apontadas 
para pesquisar a sensação dolorosa é o pinçamento 
do mamelão, constituindo-se no sinal de Josat. A 
sensibilidade especial poderá ser observada nas 
mucosas com o uso de amoníaco ou excitação da 
mucosa nasal. 
 Abolição da motilidade e do tônus muscular. 
Este fenômeno poderá ser comprovado pelo sinal de 
Rebouillat, que consiste em injetar 1 ml de éter na 
face externa da coxa, e, para melhor apreciação, 
junta-se a esta substância um pouco de ácido pícrico. 
Quando estamos diante de um caso de morte real, o 
éter é expelido pelo orifício produzido pela agulha, e, 
caso contrário, será absorvido pelo tecido. Outra 
finalidade dessa prova é o estímulo doloroso gerado 
pelo éter, produzindo reação no indivíduo 
aparentemente morto. 
TANATOGNOSE: estudo dos fenômenos cadavéricos 
CRONOTANATOGNOSE: tempo compreendido entre a 
morte e o exame cadavérico (através da avaliação dos 
fenômenos cadavéricos) 
B i a n c a N a c i f f – M E D T 1 | 2 
MEDICINA LEGAL 
A ausência da contração muscular indica morte real 
(sinal de Roger e Beis). A face hipocrática é observada 
também pela abolição da motilidade e do tônus 
muscular. Preferimos chamar máscara da morte. 
 Cessação da respiração. 
A abolição da respiração pode ser evidenciada pela 
ausculta pulmonar com ausência dos murmúrios 
vesiculares 
Prova de Winslow: chama da vela 
 Cessação da circulação. 
Na prática, é sinal fácil e de grande valor. A ausculta 
do coração (sinal de Bouchut), a radioscopia do 
coração (sinal de Piga Pascual) e a eletrocardiografia 
com ou sem ativação adrenalínica (prova de Guérin e 
Frache). 
Surgem no globo ocular várias modificações 
determinadas pela parada da circulação, como o 
esvaziamento da artéria central da retina, a 
interrupção da coluna sanguínea das veias retinianas, 
o descoramento da coróide e, finalmente, a 
oftalmoscopia, denunciando a parada da circulação da 
rede superficial da retina. 
 Cessação de atividade cerebral. 
Hoje, devido à aceitação do conceito de morte 
encefálica, o registro da atividade diencefálica tem 
uma certa importância na conclusão do diagnóstico de 
morte. 
 
 Fenômenos abióticos consecutivos ou mediatos: 
 Desidratação cadavérica. 
• Decréscimo de peso: a evaporação da água dos 
tecidos orgânicos após a morte leva 
consequentemente, à diminuição de peso 
• Pergaminhamento da pele: Por efeito da 
evaporação tegumentar, a pele se desseca, 
endurece e torna-se sonora à percussão, 
tomando um aspecto de pergaminho. 
• Dessecamento das mucosas dos lábios. 
• Modificação dos globos oculares: a desidratação 
manifesta nos olhos certos fenômenos que 
devem ser conhecidos, como, por exemplo, a 
formação da tela viscosa, a perda da tensão do 
globo ocular, o enrugamento da córnea, a 
mancha negra da esclerótica e a turvação da 
córnea transparente. A mancha da esclerótica 
ou livor sclerotinae nigrencens, igualmente 
conhecida por sinal de Sommer e Larcher, é 
explicada pela dessecação da esclerótica, 
mostrando, no quadrante externo ou interno do 
olho, uma mancha de cor enegrecida pela 
transparência do pigmento coroidiano. Assume 
forma circular ou oval e, mais raramente, 
triangular com a base voltada para a córnea. A 
córnea, algumas horas depois da morte, perde 
sua transparência e se torna turva. 
 
 
 
 Esfriamento cadavérico (algor mortis). 
Com a morte e a consequente falência do sistema 
termorregulador, a tendência do corpo é equilibrar 
sua temperatura com o meio ambiente. Embora esse 
esfriamento seja progressivo, não se observa sempre 
uma uniformidade rigorosamente precisa. Ele começa 
pelos pés, mãos e face. Os órgãos internos mantêm-se 
aquecidos por 24 h em média. O estudo do 
esfriamento cadavérico é de grande importância na 
determinação do tempo aproximado de morte, 
mesmo não se tendo nele um parâmetro de absoluta 
precisão. 
 Manchas de hipóstase cutâneas (livor mortis). 
Também chamadas de manchas de posição ou livores 
cadavéricos 
Caracterizam-  se pela tonalidade azul púrpura, de 
certa intensidade e percebidas na superfície corporal. 
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MEDICINA LEGAL 
São encontradas, de preferência, na parte de declive 
dos cadáveres e por isso chamadas de manchas de 
hipóstase, variando, logicamente, com a posição do 
corpo. Apresentam-se em forma de placas, embora 
possam surgir as chamadas púrpuras hipostáticas. 
Com a parada da circulação, o sangue, pela lei da 
gravidade, vai-se acumulando paulatinamente nas 
partes mais baixas, deixando de aparecer apenas nas 
superfícies de contato que o cadáver sofre por 
compressão sob o plano resistente. Inicia-se sob a 
forma de pequenas manchas isoladas que vão 
juntando-se para formar as grandes áreas de livores. 
Em geral, começam a aparecer em torno de 2 a 3 h 
após a morte. 
A maneira de se diagnosticar uma mancha de 
hipóstase é pressionar com o dedo a zona do livor, o 
que faz desaparecer a tonalidade própria por alguns 
instantes, isto até sua fixação definitiva. 
 Rigidez cadavérica. 
Nysten considerava a rigidez cadavérica (rigor mortis) 
como o último esforço da vida contra a ação dos 
fenômenos químicos. 
Pela lei de Nysten, a rigidez se manifesta em primeiro 
lugar na face, na mandíbula e no pescoço, seguindo-se 
dos membros superiores, do tronco e, finalmente, dos 
membros inferiores, indo desaparecer pela mesma 
ordem, principalmente nos cadáveres colocados em 
decúbito dorsal. A rigidez cadavérica desaparece 
quando se inicia a putrefação. 
Nossa observação mostra que a rigidez começa entre 
1 e 2 h depois da morte, chegando ao máximo após 8 
h e desaparecendo com o início da putrefação depois 
de 24 h, seguindo a mesma ordem como se propagou, 
pela coagulação das albuminas, pela acidificação que 
se forma depois da morte e, finalmente, pela quebra 
dosistema coloidal. Dessa forma, a rigidez passa por 
três fases: período de instalação, período de 
estabilização e período de dissolução. 
 Espasmo cadavérico. 
Caracteriza-se pela rigidez abrupta, generalizada e 
violenta, sem o relaxamento muscular que precede a 
rigidez comum. É também chamada de rigidez 
cadavérica cataléptica, estatuária ou plástica. Difere 
da rigidez cadavérica comum, pois esta se instala 
progressivamente. 
Fenômenos transformativos 
Os fenômenos transformativos podem ser de duas 
ordens: destrutivos (autólise, putrefação e 
maceração) e conservadores (mumificação, 
saponificação, calcificação, corificação, congelação e 
fossilização). 
 Destrutivos: 
 Autólise 
Chama-se de autólise o processo de destruição 
celular, caracterizado por uma série de fenômenos 
fermentativos anaeróbicos que se verifica na 
intimidade da célula, motivados pelas próprias 
enzimas celulares e que levam à destruição do corpo 
humano logo após a morte. Sem nenhuma 
interferência bacteriana, como se a célula estivesse 
programada para agir desta forma em determinado 
momento e de forma rápida e intensa. É o mais 
precoce dos fenômenos cadavéricos. Este processo 
passa por duas fases: na primeira (fase latente) as 
alterações são apenas no citoplasma da célula; na 
segunda (fase necrótica) há comprometimento do 
núcleo com o seu desaparecimento. 
 Putrefação 
A putrefação cadavérica consiste na decomposição 
fermentativa da matéria orgânica por ação de 
diversos germes e alguns fenômenos daí decorrentes. 
Depois da autólise, começa a se verificar a 
desorganização do corpo provocada por germes 
aeróbios, anaeróbios e facultativos, os quais 
produzem certos fenômenos físicos e bioquímicos que 
vão decompondo o corpo em substâncias mais 
simples. 
O aparecimento dos primeiros sinais de putrefação se 
dá no abdome, correspondendo a mancha verde 
abdominal. 
Início 20 horas após a morte (lembrar da mancha 
verde abdominal). 
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MEDICINA LEGAL 
Marcha da putrefação: embora não haja uma rigorosa 
precisão, a putrefação segue uma determinada 
evolução, passando por quatro períodos: 
1. Período cromático ou de coloração: Inicia-se, em 
geral, pela mancha verde abdominal, localizada, 
 de preferência, na fossa ilíaca direita. Daí, vai se 
difundindo por todo o abdome, pelo tórax, cabeça 
e pelos membros. A tonalidade azul-esverdeada 
vai escurecendo até atingir o verde-enegrecido, 
dando ao cadáver um tom bastante escuro. Nos 
afogados, o período de coloração começa pela 
cabeça e pela parte superior do tórax, devido à 
posição assumida pelo cadáver quando submerso 
e o início da putrefação pelas vias respiratórias. 
 
 
2. Período gasoso ou enfisematoso: Do interior do 
corpo, vão surgindo os gases de putrefação 
(enfisema putrefativo), com bolhas na epiderme, 
de conteúdo líquido hemoglobínico. O cadáver 
toma um aspecto gigantesco, principalmente na 
face, no abdome e nos órgãos genitais 
 masculinos, dando lhe a posição de lutador. 
Nota-se a projeção dos olhos e da língua e a 
distensão do abdome, o qual permite um som 
timpânico pela percussão. Esses gases fazem 
pressão sobre o sangue que foge para a periferia 
e, pelo destacamento da epiderme, esboça na 
derme o desenho vascular conhecido como 
circulação póstuma de Brouardel. Também 
chamada de expansiva (segundo ao oitavo dia). 
 
3. Período coliquativo ou de liquefação: 
Progressivamente o cadáver alcança a fase de 
dissolução pútrida, cujas partes moles vão pouco 
a pouco reduzindo-se de volume pela 
desintegração progressiva dos tecidos. O corpo 
perde sua forma, a epiderme se desprega da 
derme, o esqueleto fica recoberto por uma massa 
de putrilagem, os gases se evolam e surge um 
grande número de larvas de insetos. (2 a 3 meses) 
 
 
4. Período de esqueletização: A atuação do meio 
ambiente e dos elementos que surgem no 
trabalho da desintegração do corpo faz com que o 
cadáver se apresente com os ossos quase livres, 
presos apenas por alguns ligamentos articulares. 
A cabeça se destaca do tronco, a mandíbula se 
desprende dos ossos da face, as costelas se 
desarticulam do esterno e das vértebras, e os 
ossos longos dos membros superiores e inferiores 
se soltam. Este período vai de 3 a 5 anos. 
 
 
 Maceração 
Como característica, observa-se, no cadáver, o 
destacamento de amplos retalhos de tegumentos 
cutâneos que se assemelham a luvas. 
Esse fenômeno é mais bem observado na maceração 
fetal, na qual a epiderme se destaca facilmente e os 
tegumentos apresentam uma tonalidade 
avermelhada, devido ao fenômeno da embebição da 
hemoglobina. O corpo perde a consistência inicial, o 
ventre se achata e os ossos se livram dos tecidos, 
ficando como se estivessem soltos. 
 
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MEDICINA LEGAL 
 Fenômenos transformativos conservadores 
 
 Mumificação 
A mumificação é um processo transformativo 
conservador do cadáver, podendo ser produzido por 
meio natural, artificial, natural e misto. 
Na mumificação por processo natural, são necessárias 
condições ambientais que garantam a desidratação 
rápida, de modo a impedir a ação microbiana 
responsável pela putrefação. O cadáver, ficando 
exposto ao ar, em regiões de clima quente e seco, 
perde água rapidamente, sofrendo acentuado 
dessecamento. Artificial (uso do formol ) 
O cadáver mumificado apresenta-se reduzido em 
peso, pele dura, seca, enrugada e de tonalidade 
enegrecida, cabeça diminuída de volume, a face 
conserva vagamente os traços fisionômicos; os 
músculos, tendões e vísceras destroem-se pela 
pressão leve, transformando-se em pó, e os dentes e 
as unhas permanecem bem conservados. 
 
 Saponificação ou adipocera 
 A saponificação ou adipocera é um processo 
conservador que se caracteriza pela transformação do 
cadáver em substância de consistência untuosa, mole 
e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, dando 
uma aparência de cera ou sabão. 
Esse fenômeno pode surgir espontaneamente, em 
geral após a sexta semana depois da morte, sendo, 
porém, a água e o solo os responsáveis. 
 
 
 Calcificação 
A calcificação é um fenômeno transformativo 
conservador que se caracteriza pela petrificação ou 
calcificação do corpo. Ocorre mais frequentemente 
nos fetos mortos e retidos na cavidade uterina, 
constituindo-se nos chamados litopédios (criança de 
pedra) 
 
 Corificação 
A corificação é um fenômeno transformativo 
conservador muito raro, sendo encontrado em 
cadáveres que foram acolhidos em urnas metálicas 
fechadas hermeticamente, principalmente de zinco. 
Por isso, o corpo é preservado da decomposição, em 
face da inibição dos fatores transformativos (inibição 
de fatores de putrefação). 
O cadáver submetido a tal fenômeno apresenta a pele 
de cor e aspecto do couro curtido recentemente. 
Mostra-se com o abdome achatado e deprimido, a 
musculatura e a tela subcutânea preservadas e os 
órgãos em geral amolecidos e conservados. 
 
 Congelação 
Um cadáver submetido à baixíssima temperatura e 
por tempo prolongado vai se conservar integralmente 
por muito tempo. 
 Fossilização 
A fossilização é um fenômeno transformativo 
conservador extremamente raro e se caracteriza pelo 
fato de o corpo apenas manter sua forma, mas não 
conservar qualquer componente de sua estrutura 
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MEDICINA LEGAL 
orgânica. Este processo exige períodos muito longos 
para sua ocorrência. 
Fauna cadavérica (biotanatologia) 
A entomologia médico-legal, parte da biotanatologia, 
trata do estudo e da aplicação dos conhecimentos dos 
ciclos vitais e a da estrutura das populações dos 
insetos e dos outros artrópodes relacionados com o 
interesse pericial, principalmente no que diz respeito 
ao diagnóstico da estimativa do tempo de morte. 
Essas evidências entomológicas são um dos elementos 
mais importantes na estimativa do intervalo post 
mortem. 
Há certos fatores que influenciam a chegada e 
colonização dos insetos,como clima (temperatura e 
umidade têm importância na composição da fauna); 
comportamento noturno (oviposição noturna das 
moscas); efeitos de drogas e tóxicos (redução na 
sobrevivência larval). Além disso, é de interesse 
forense que se conheçam as fases do 
desenvolvimento destes insetos atentando para o fato 
de que a maioria de suas famílias são de ovíparos, e 
por isso passam da condição de larva I, depois para 
larva II, já com um certo desenvolvimento, e 
finalmente a fase de larva III, quando já apresentam 
movimentos migratórios. Por fim, a fase adulta em 
que cada um deles apresenta suas características 
próprias. 
É muito importante que se conheça cada fase, 
entendendo que os elementos adultos têm um 
significado maior. Considerar ainda que o cálculo é 
feito por intermédio de um modelo de crescimento 
pré-selecionado e assim não se pode ter um resultado 
de caráter absoluto. 
A primeira legião é composta dos dípteros da espécie 
Musca doméstica, Muscina stabulans e Calliphora 
vomitoria, cujo tempo de aparecimento é de 8 a 15 
dias iniciando a marcha dos trabalhos até o 
aparecimento dos ácidos graxos. 
A segunda turma está integrada pela Lucilia coesar, 
Sarcophaga carnaria, Sarcophaga arvensis, 
Sarcophaga latricus e Cynomya mortuorum, que 
permanecem por um período de 15 a 20 dias, de 
acordo com a temperatura ambiental, surgindo tão 
logo o odor cadavérico seja despertado. 
A terceira legião encerra as espécies Dermester 
lardarius, Dermester frischii e Dermester undulatus e 
a Aglossa pinguinalis, desenvolvendo-se em um 
período de 20 a 30 dias, 3 a 6 meses após a morte, 
caracterizando-se por uma excessiva avidez de 
destruição. 
A quarta turma compreende a Pyophila patasionis, 
Pyophila casei, Anthomya vicina e os coleópteros da 
espécie Nocrobia coeruleus e Nocrobia ruficoliis. 
Surgem depois da fermentação butírica das matérias 
graxas. 
Na quinta turma figuram as Tyreophora cynophila, 
furcata e anthropophaga, Lonchea nigrimana, Ophyra 
cadaverina, Phora aterrima, Necrophorus humator, 
Silpha littoralis e obscura, Hister cadaverinus e 
Saprinus rotondatus. Aparecem na fase de liquefação 
enegrecida das substâncias que não foram 
consumidas pelas legiões anteriores. 
A sexta legião encontra-se representada pela Uropoda 
nummularia, Tyroglyfus cadaverinus, Clyciphagus 
cursor e spinipes, Trachynotus siro, Serrator 
necrophagus, coepophagus e achinopus. Absorvem 
todos os humores que ainda restam no cadáver, 
deixando-o completamente dissecado ou mumificado. 
A sétima legião conta com Aglossa cuprealis, Tineola 
biselliela, Tinea pellionela, Attagenus pellio e 
Anthrenus museorum, que destroem os ligamentos e 
os tendões. Seu aparecimento ocorre entre 12 e 24 
meses. 
A oitava legião contém as espécies Tenebrio obscurus, 
Tenebrio molitor e Ptinus bruneus, que consomem 
todos os detritos que os outros insetos deixaram e 
cuja fase se realiza em torno de 3 anos após a morte. 
 
B i a n c a N a c i f f – M E D T 1 | 7 
MEDICINA LEGAL 
 
 
Com os fenômenos cadavéricos estudados, 
poderemos sugerir um calendário da morte: 
• corpo flácido, quente e sem livores: menos de 2 h 
• rigidez da nuca e mandíbula, esboço de livores e 
esvaziamento das papilas oculares no fundo de 
olho: de 2 a 4 h 
• rigidez dos membros superiores, da nuca e da 
mandíbula, livores relativamente acentuados e 
anel isquêmico de 1/2 do diâmetro papilar no 
fundo de olho: de 4 a 6 h 
• rigidez generalizada, manchas de hipóstase, não 
surgimento da mancha verde abdominal e 
desaparecimento das artérias do fundo de olho: 
mais de 8 e menos de 16 h 
• rigidez generalizada, esboço de mancha verde 
abdominal, e reforço da fragmentação venosa e 
desaparecimento das artérias do fundo de olho: 
mais de 16 e menos de 24 h 
• presença de mancha verde abdominal, início de 
flacidez e papilas e máculas não localizáveis no 
fundo de olho: de 24 a 48 h 
• extensão da mancha verde abdominal e fundo de 
olho reconhecível só na periferia: de 48 a 72 h 
• fundo de olho irreconhecível: de 72 a 96 h 
• desaparecimento das partes moles do corpo e 
presença de insetos: de 2 a 3 anos 
• esqueletização completa: mais de 3 anos 
OBS: CALENDÁRIO DA MORTE

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