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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ● Na fêmea, a ação hormonal é maior devido à existência de uma maior quantidade de locais onde os hormônios vão agir. ● Desde o comportamento reprodutivo (varia de intensidade entre as espécies) até a amamentação teremos influência hormonal. ● Oogênese, foliculogênese, ovulação, formação de corpo lúteo, gestação, parto e lactação. - Todos esses fatores controlados por ação hormonal ● Gestação parto e lactação: domínio de diferentes hormônios que pode variar entre espécie e espécie ● Ciclicidade ovariana ● Conhecimento hormonal: domínio fisiológico e reprodutivo - É possível: diminuir ou aumentar a produção de oócitos -> aumentar a produção de embriões; sincronizar ciclos; produção de leite; uso de anticoncepcionais DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 1. Hipotálamo feminino ● Enquanto no macho há a masculinização embrionário do hipotálamo por ação da testosterona/dihidrotestosterona, a fêmea irá sofrer uma feminilização por ação do estrógeno ● O estrógeno determinará a ciclicidade da fêmea, logo, a fêmea tem sua ciclicidade determinada na fase embrionária. 2. Células germinativas primordiais ● Diferente dos machos, as fêmeas não nascem com oogônias (os machos possuem as espermatogônias). Elas nascem com as oogônias já diferenciadas em oócitos (há casos que ocorre após nascimento) ● Essas células já passaram pelo processo de meiose, oócito já na prófase I (primeira divisão meiótica) ● Quantidade pré-determinada de células germinativas ● Até a puberdade, possuem o oócito primário com o folículo primordial ● Não se altera até haver os estímulos hormonais da puberdade ● Ao entrar na puberdade, a divisão meiótica é reiniciada CONTROLE NEUROENDÓCRINO DA PRODUÇÃO 1. Córtex cerebral/ eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano ● GnRH, FSH e LH responsáveis pelo controle, com auxílio de outros, como prolactina, ocitocina (aves), entre outros ● Estímulos: além de fatores hormonais, estímulos psíquicos e físicos - Presença do macho estimula o eixo H-H, podendo ter o cio antecipado, retomada do cio e até mesmo a antecipação da puberdade - Ocorre devido ao estímulo nervoso levar a um pico hormonal Hipotálamo ● Liberação de GnRH: Estimula a hipófise a liberar o FSH e LH ● Também há liberação de hormônio liberador de prolactina e hormônio inibidor de prolactina (também agem nos machos mas de forma menos significativa) Hipófise ● FSH e LH atuam, geralmente, em conjunto, mas como na fêmea há uma ciclicidade, há uma maior ação inicial do FSH para o desenvolvimento folicular - Embora isso, ambos estão sempre circulando ● FSH inicial dá início à foliculogênese (células foliculares ao redor do oócito se desenvolvem por ação intensa do FSH) - Inicialmente esse processo não depende da gonadotropina de forma direta, esta estimula os fatores de crescimento do próprio folículo. Posteriormente, ela agirá para o desenvolvimento folicular ● Após o processo de foliculogênese desencadeada pelo FSH, principalmente, há a ação conjunta (FSH/LH/estrogênio), para que haja o término da foliculogênese ● Retomada da oogênese: ação do LH, assim como a ovulação e formação do corpo lúteo ● Prolactina: auxilia na ação do LH e tem função na lactação (nos machos, a prolactina também auxilia o LH, mas para potencializar o efeito dos receptores na célula de leydig, que produz testosterona) ● Roedores: prolactina tbm auxilia na manutenção do corpo lúteo Ovário ● Produção de estrógeno e progesterona, ativina e outros. . estrógeno: - Principal produzido é o estradiol, produzido no folículo - Placenta: produz estradiol e estrona - Estradiol: auxilia no desenvolvimento folicular (devido ao estrógeno ter efeito mitótico; possui ação de secreção do líquido folicular, que estimula a granulosa a secretar esse líquido, formando o antro), comportamento estral OBS: por isso que já vamos entender por que o estrógeno faz feedback negativo no FSH. por que o FSH, por auxiliar na foliculogênese, estimula o desenvolvimento da granulosa que secreta o estrógeno, se tem pico de estrógeno, esse vai inibir o FSH - Estrógeno também prepara a fêmea para fecundação e possível gravidez: ↑ vascularização do trato reprodutor; ↑ migração de células de defesa devido a possibilidade de contaminantes junto com o sêmen; com isso, há abertura do lúmen do tecido que favorece a passagem dos gametas; ↑ rigidez das fímbrias que facilita a captura do oócito que vai ser liberado - Resumo: o estrógeno faz a preparação do trato reprodutor, estimula a contratilidade (com ajuda da ocitocina) para a condução dos gametas . progesterona: - Produzida especialmente na fase de luteinização - pico de LH no final da fase folicular -> desvio da produção de estrógeno para a de progesterona -> luteinização das células foliculares remanescentes -> progesterona atua na manutenção da gravidez - Em algumas espécies, a progesterona é necessária no processo de ovulação. Após o pico de LH (este inativa a enzima que converte progesterona em estrógeno) -> progesterona auxilia na ovulação ativando enzimas proteolíticas que digerem a parede do folículo para liberar o oócito) - Progesterona participa do estro junto com o estradiol. Cadela: só é receptiva ao macho quando o folículo sofre alteração devido ao aumento de progesterona, por isso a cadela tem um pico de progesterona antes da ovulação (ainda no estro) diferente de outras espécies . estrógeno e progesterona: chamados de esteroides ovarianos - podem fazer feedback positivo quanto negativo (no macho há apenas negativo) - Fase lútea: predomínio da progesterona, faz feedback negativo no hipotálamo e hipófise para LH - Fase folicular: depois que houve luteólise e há alta de estrógeno (lembrar que o estrógeno faz parte do desenvolvimento folicular), faz feedback negativo no FSH, positivo no LH ↑ estrógeno = estímulo pico de LH -> pico de estrógeno procede o pico pré-ovulatório de LH - Nos mamíferos, o pico de LH é sempre precedido por um pico de estrógeno. - A produção de estrógeno não acontece só no ovário (apesar de ser o principal) . placenta - Produz estrógeno e testosterona - Estrógeno principal produzido é a estrona (+ relacionado ao parto), enquanto no ovário é o estradiol (função estral) - Há também a produção de progesterona em algumas espécies, que quando produzida em alta quantidade, são chamadas de espécies de corpo lúteo independente (égua, ovelha e primatas) . inibina e ativina - Sempre que ocorre o estímulo do FSH na célula da granulosa para produzir estrógeno, ocorre estímulo para a produção de inibina, que atua em conjunto com o estrógeno realizando feedback negativo para o FSH (nos machos, a inibina é produzida nas células de sertoli, a qual atua na adenohipófise para inibir o FSH) - Ao mesmo tempo, o estrógeno faz feedback positivo para o LH - A ativina estimula o FSH quando está em baixa OBS: Células da Teca = células de leydig; Células da granulosa = células de sertoli ● A ciclicidade ocorre na vida do animal até que ele geste. O anestro pode interromper o ciclo ovariano pois é uma fase de interrupção reprodutiva: ovário entra em processo de inatividade, sem ondas de crescimento folicular ● A PGF2-alfa interrompe o corpo lúteo (na gestação ele é mantido) - Liberada pelo endométrio por ação do estrógeno e ocitocina, vai para a corrente sanguínea e vai para os ovários causar a luteólise - cães, gatos e humanos: PGF2-alfa é produzida no próprio ovário - morte do corpo lúteo -> interrupção da fase lútea -> início da fase de estrógeno ● No caso de uma gestação, o embrião vai sinalizar a sua presença, fazendo com que a PGF2-alfa e os fatores de luteólise não sejam liberados Permanece o corpo lúteo até o fim da gestação em espécies corpo lúteo dependentes ou até que a quantidade de progesterona esteja adequada em espécies de corpo lúteo independentes CICLO: * hipotálamo sofre maturação sexual no período da puberdade -> ↓ do número de receptores de estrógeno -> ↓ feedback negativo no hipotálamo (por que o hipotálamo, por não ter mais tantos receptores,vai entender que precisa de mais hormônios, o que vai diminuir a inibição pra esse hormônio e aumentar a quantidade) -> aumento da produção de GnRH -> adenohipófise -> liberação de LH e FSH - LH age nas células da teca, convertendo colesterol em testosterona -> teca manda a testosterona para as células da granulosa -> converte testosterona em estrógeno (principal: estradiol) por ação do FSH, que estimula a ação de enzimas conversoras chamadas aromatases - estrógeno e inibina fazem feedback negativo para o FSH, desviam o pulso de secreção de GnRH que estimulava o FSH para um pulso que estimula o LH, por isso que no final da fase do desenvolvimento folicular tem um pico pré-ovulatório de LH que é estimulado pelo aumento da concentração de estrógeno - Ou seja: FSH estimula o pico de estrógeno e o estrógeno vai inibir o FSH e estimular o LH para ocorrer a ovulação - A foliculogênese vai depender do FSH e estrógeno e o LH atua na oogênese, ovulação, e formação do corpo lúteo - A prolactina em grandes quantidades possui efeito antigonadotrópico (fêmeas e machos), fazendo feedback negativo para GnRH, LH e FSH, por isso as fêmeas tendem a não ciclar em fase de amamentação. Também atua facilitando a interação do LH com seus receptores nas células da teca (assim como no macho ela auxilia o LH nas células de Leydig) - A ocitocina auxilia na condução dos gametas, atuando junto com o LH para romper o folículo, assim como a PGF2-alfa - A relaxina atua no processo de parto e manutenção da gestação FOLICULOGÊNESE E OOGÊNESE ● Folículo primordial e ovócito primário: até a puberdade, só existem esses ● Folículo primário, secundário e terciário - o folículo secundário diferencia-se do primário por possuir maior desenvolvimento da granulosa, ainda com ovócito primário, zona pelúcida que é formada pela granulosa por ação de estrógeno e FSH - Folículo secundário começa a secretar fluido folicular devido a ação do estrógeno e forma o antro, passa a ser terciário - Folículo antral = terciário - Folículo antral sofre ação do LH pré-ovulatório -> dissociação da célula do cumulus (granulosa), resta poucas células - por ação do LH ocorre a passagem do ovócito primário para o secundário, com exceção da cadela que ovula o ovócito primário e este se desenvolve depois - Com a dissociação da célula do cumulus e por ação da prostaglandina, PGF2-alfa, LH e progesterona, vai ter a ovulação - Resquício de células do cúmulus ao redor do ovócito: corona radiata - Todo o resto que permaneceu no ovário por ação do LH forma o corpo lúteo - A PGE (prostaglandinas), fatores de crescimento locais e fatores angiogênicos organizam o material remanescente, estimulando sua vascularização para a formação do corpo lúteo que vai produzir progesterona MATURAÇÃO DO EIXO H-H-OVARIANO: PUBERDADE ● A maturação do hipotálamo feminino se dá pela diminuição dos receptores de estrógeno que ocorrem na região ventral do hipotálamo, onde ocorre a produção basal de GnRH, que estimula FSH e LH. Aumenta o número de receptores na porção anterior onde o estrógeno atua de forma excitatória. ● Ciclo reprodutivo começa, podendo ser interrompido por gravidez ou anestro, se não acontece, a ciclicidade continua. ● No ciclo estral e menstrual, existe a fase folicular: desenvolvimento do folículo. fase lútea: corpo lúteo presente se preparando para a gravidez. ● Início da fase folicular: aumento da secreção de FSH -> proliferação da granulosa -> aumento de estrógeno, que é produzido na granulosa -> diminuição de FSH por feedback negativo -> aumento da produção de LH que é o pico pré-ovulatório ● Fase lútea: Com aumento do LH -> aumento de progesterona e diminuição do estrógeno (fase de metaestro, que é a fase inicial do corpo lúteo) -> segue para a fase plena do corpo lúteo que é o diestro (ocorre o reconhecimento materno da gestação) -> se não há gestação, há queda de progesterona com feedback negativo com o LH -> corpo lúteo começa a morrer -> aumento de estrógeno -> aumento da secreção de ocitocina ovariana -> vai para o endométrio estimular o PGF2-alfa -> age no corpo lúteo, exterminando-o. CICLOS OVARIANOS OBS: animais de ciclo estral NÃO menstruam (cadelas, vacas, gatas, mamíferos em geral) quem tem ciclo menstrual são os primatas, pois possuem receptividade sexual o tempo todo. CICLO ESTRAL ● marcado pelos períodos de cio (receptividade sexual - estro). O que marca o ciclo estral é o estro. um ciclo estral de 21 dias significa que entre um estro e outro existe um intervalo de 21 dias. 1. Estro - Ondas pulsáteis de gonadotropinas e estrógeno que ocasionarão o pico de LH que acontece no final do estro. - Período marcado pela aceitação e alterações no comportamento em relação ao macho por ação do estrógeno - Pico de estrógeno e receptividade sexual - Exceção: cadela, que precisa do pico de estrógeno e pico de progesterona para ser receptível - Fim do estro ou rapidamente após ele: ovulação, pelo pico de LH. 2. Metaestro - Fase intermediária que vem depois o estro - Início do aumento da progesterona e luteinização do tecido devido ao pico de LH - Formação do corpo lúteo, estágio inicial - Fase de transição entre o predomínio de estrógeno (estro) e predomínio de progesterona (diestro) 3. Diestro - Corpo lúteo funcional e em plena atividade - platô de produção hormonal - Pico de progesterona e queda máxima do estrógeno - Reconhecimento materno para que a gestação seja mantida - Fim do diestro: lise do corpo lúteo 4. Proestro - Ocorre após a luteólise, quando não há reconhecimento materno - Corpo lúteo dá origem ao corpo albicans - Queda na progesterona -> retomada da ciclicidade com início do desenvolvimento folicular devido a um aumento do FSH - em cadelas, há aumento de estrógeno devido a ação do FSH, esse estrógeno causa a sensibilização dos vasos sanguíneos e aumento da irrigação, porém esses vasos são fragilizados e podem se romper facilmente, ocasionando sangramento vaginal. não tem relação com útero e/ou ovários ● Desenvolvimento folicular: Proestro e estro; Fase lútea: Metaestro e diestro 5. Anestro - em cadelas - entre o proestro e estro - fase de ‘’descanso’’ do ciclo estral ● A gata possui ciclo estral, mas pode não ter ovulação por serem ovuladoras induzidas, sem cópula não há pico de LH. Quando não ocorre ovulação, o período entre um estro e outro é chamado de interestro. A ovulação ocorre no final do estro, com exceção das vacas, que ocorre logo após. Diferenças nas espécies quanto à manifestação do estro 1. Poliéstricos sazonais - Dias longos (períodos de muita luz) - equinos e felinos e dias curtos (períodos de pouca luz) - caprinos e ovinos 2. Poliéstricos não sazonais - Vaca e porca não possuem sazonalidade, ciclo reprodutivo a qualquer momento do ano - outros fatores que interferem: nutrição, estresse, alta temperatura e umidade 3. Monoéstricas - Cadelas, por terem enorme intervalo entre um estro e outro, que é o anestro - Máximo de dois estros por ano Diferenças nas espécies quanto à ovulação 1. Ovuladoras espontâneas - Maioria dos animais - ovelhas, cabras, éguas, vacas e cadelas, também os seres humanos - Ovulação ocorre independente de fatores estimuladores, ocorre a cada ciclo estral/menstrual 2. Ovuladoras induzidas - Felinos, coelhos, camelídeos e furões - Ovulação só ocorre mediante cópula, muitas vezes mais de uma cópula é necessária - O pico de estrogênio não consegue gerar o pico de LH necessário para a ovulação - É necessário um estímulo neuroendócrino - O pênis do macho durante a penetração estimulará terminações nervosas vaginais que irão levar o estímulo até o hipotálamo -> Hipotálamo vai despolarizar e vai haver uma descarga de GnRH e consequentemente, de LH. - Somente esse estímulo neuroendocrino irá ocorrer o pico de LH pré-ovulatório nas ovuladoras induzidas OBS: o pênis do gato possui espículas que arranham a parede vaginal da fêmea para que haja estimulação nervosa, essas espículas são dependentes de hormônios andrógenos, logo, em gatos castrados, as espículassão atrofiadas. Fatores desencadeadores da puberdade e comportamento estral - Animais isolados e criados em baias separadas tendem a ter início de puberdade e ciclo mais tardios - Animais que vivem em grupo e fêmeas que são expostas ao macho a atividade ovariana se inicia e é retomada mais rapidamente - em caprinos e ovinos é comum a exposição ao macho para antecipação desses fatores, sendo um estímulo nervoso - Olfato, tato, visão e feromônios liberados na urina, saliva e suor têm efeito nas fêmeas - Feromônios: metabólitos dos próprios hormônios (no caso dos machos, metabólitos dos andrógenos, altamente voláteis): estimulam o órgão vomeronasal que estimula uma descarga hormonal através do estímulo ao hipotálamo - utilizados para sincronização de cio - Estresse: efeito na reprodução por causar queda do LH, ocasionando involução do corpo lúteo seguido de retomada da ciclicidade CICLO MENSTRUAL ● Constante produção de estrógeno, não há as fases do ciclo estral ● Marcado pela menstruação ● Grande desenvolvimento endometrial por ação do estrógeno ● Queda da progesterona devido à não gravidez -> descamação da parede endometrial, que é a menstruação ● Ocorre em primatas mais desenvolvidos ● Não limitação da receptividade sexual que ocorre no ciclo estral, devido ao corpo lúteo dos primatas se manter produtor de estrógeno, pois ele possui aromatases ● Duas grandes fases: - Folicular: fase proliferativa pelo efeito mitogênico do estrógeno, que também causa um edema que estimula as fímbrias a se tornarem rígidas e móveis e conduzem o ovócito liberado. Estrógeno também estimula a contratilidade nas células ciliadas e abertura da tuba uterina. Preparatório para a fase lútea. - Lútea: fase secretora. Progesterona mantém a gestação e parte do processo também tem a secreção de leite uterino pelas células endometriais que foram estimuladas pelo estrógeno. Esse leite nutre o embrião enquanto não há placenta. A progesterona também reduz a contratilidade uterina para não ter a expulsão do embrião: fechamento da cérvix - Se não há gestação, nesse caso, também ocorre a luteólise mas não tem a comunicação útero-ovariana, não tendo a produção de prostaglandina uterina. Por isso, a luteólise é promovida por fatores ovarianos, acreditando-se ser por um outro tipo de PGF2-alfa RETOMADA FOLICULOGÊNESE E OOGÊNESE 1. Crescimento pré-natal: até a puberdade há manutenção dos oócitos primordiais, envolvidos por folículos primordiais. folículo primordial formado por uma única camada de células 2. Puberdade amadurecimento do eixo H-H, desenvolvimento das células foliculares e na fase de folículo secundário, ação do FSH e LH até que haja ovulação e luteinização desenvolvimento folicular em ondas 3. Crescimento pós-natal 3.1 Oócitos primários retomam a meiose a cada ciclo - ciclicamente grupos de oocitos vão se desenvolver - na vaca, tem em média três ondas foliculares em um ciclo, por só conseguir o pico de LH na terceira onda - sobreposição das fases lútea e folicular nas vacas: há desenvolvimento de ondas foliculares na fase lútea 3.2 Folículos primordiais se desenvolvem em primários - Possível visualizar o ovócito primário, granulosa, teca e membrana basal 3.3 Folículo primário se diferencia em secundário - Passa a ser dependente das gonadotropinas devido ao desenvolvimento dos folículos - Teca, membrana basal, granulosa, zona pelúcida - aumento de receptores de FSH na granulosa - aparecimento de receptores de estrógeno na granulosa e aumento da síntese de estrógeno nessas células 3.4 Folículo secundário se diferencia em terciário/de graaf/antral - estrógeno estimula a produção do líquido folicular: antro - dissociação das células da granulosa - pedúnculo das células da granulosa: forma o cumulus oophorus, rodeiam o oocito 3.5 Formação de receptores de LH na granulosa - ↑ estrógeno -> ↑ receptores de LH -> ↑ produção de LH = células da granulosa ficam mais sensíveis ao LH - essa proliferação de LH é dependente de FSH pois este atua na modificação dos próprios receptores transformando eles em receptores de LH 3.6 Onda de LH - Com ação da onda de LH estimulada pelo estrógeno e aumento dos receptores na granulosa, o folículo está mais sensibilizado ao LH, tendo a diferenciação de parte da síntese de LH em progesterona - Devido isso, há uma pequena quantidade de progesterona antes da formação do corpo lúteo, especialmente na cadela que como já foi falado, precisa de progesterona para a aceitabilidade do macho ONDAS FOLICULARES ● São o recrutamento inicial de grupos de folículos (3 a 6) - depende da espécie - bovinos: 3 ondas; humanos: 1 onda ● É um grupo de folículos que irão se desenvolver juntos, mas nos humanos só ovulam geralmente um que foi o mais dominante ● Nos bovinos, são formados vários oócitos que crescem e há um período de seleção, onde o grupo vai reduzir. E o período de dominância, onde um deles vai se desenvolver e vai ser ovulado. - Se não houver pico suficiente de LH essa onda regride, porém o início da produção de LH da primeira onda vai auxiliar a produção de LH da próxima ● Em equinos e bovinos essa onda costuma ser pré-luteólise, fazendo com que nessas ondas não ocorra ovulação - quando há progesterona não há pico de LH = formação de ondas só é possível devido a uma quantidade de FSH circulante no corpo, porém não tem ovulação por que não tem pico de LH - passou a luteólise e ocorre o pico de LH, há ovulação - Isso é importante devido a espécies com fase lútea de longo período, podendo retirar o corpo lúteo com o uso de prostaglandinas para que haja a queda da progesterona Folículo dominante ● Espécies de feto único: ocorre devido ao processo de dominância folicular - Um dos folículos do grupo se desenvolve mais que outros - Esse ovócito mais desenvolvido vai possuir maior granulosa, logo: ↑ estrógeno, ↑ estímulo para a formação de receptores de FSH que também será estimulado pelo FSH - com o ↑ estrógeno, há também ↑ inibina, que vão inibir o FSH, com isso vai ocorrer inibição de alguns folículos, culminando em sua atresia. ● Espécies de vários filhotes: como as porcas, há efeito acumulativo, um folículo só não é suficiente para que haja inibição dos outros - Um grupo de folículos precisa produzir inibina e estrógeno para que haja a inibição dos demais - Quando aplica-se ECG nessa fase não ocorre dominância, pois o ECG tem função principalmente de FSH, sendo assim ocorre o desenvolvimento dos folículos que entrariam em atresia, ocorrendo a superovulação ● Na vaca, após a formação dos folículos na fase lútea, a progesterona vai inibir a formação de novos folículos. Isso ajuda a evitar que ocorra uma segunda gestação (é raro mas pode acontecer), denominado superfetação OVULAÇÃO ● Em espécies que mantém as ondas foliculares de LH durante todo o ciclo reprodutivo, como as vacas, para que haja a ovulação é necessária a luteólise, que vai causar a queda da progesterona e aumento do estrógeno ● na vaca, como o FSH vem agindo na fase lútea, o folículo já tá em desenvolvimento, bastando ocorrer a baixa de progesterona e ↑ estrógeno, com isso há pico de LH e a ovulação ● Em porcas e humanas, como não há onda de FSH na fase lútea, o processo ocorre no passo a passo: ↓progesterona, ↑FSH, forma folículo, ↑ estrógeno, ↑ LH, ovulação OBS: antes da ovulação, o LH retoma a meiose o ovócito primário que posteriormente se torna um ovócito secundário, exceto na cadela que o ovócito se torna secundário dias após ovulação ● Na ovulação, o estímulo do LH culmina na liberação de progesterona, que estimula enzimas colagenases para a degradação da parede do ovócito, e o LH estimula a ação de PGE e PGF2-alfa - A PGF2-alfa age na teca estimulando fibroblastos e enzimas proteolíticas que degradam a parede do folículo ● Na cadela, a luteinização é mais precoce devido ao aumento de progesterona antes da maioria das espécies ● Nas ovuladoras induzidas o pico de LH só ocorre mediante estímulo neuroendócrino culminado pela cópula (lembrar que o estímulo da cópulaé conduzido via medula espinhal até o hipotálamo onde ocorre a despolarização deste, pico de GnRH, pico de LH e ovulação). Quando não há cópula, há atresia folicular, sem ovulação. Com o ovócito em atresia, o ciclo é retomado após 16 dias, mas se houver ovulação mediante estímulo, porém não ocorrer gestação, há permanência do corpo lúteo, não havendo ciclo rapidamente. CORPO LÚTEO ● Órgão endócrino temporário formado por ação do LH no processo de luteinização ● O corpo lúteo primeiro se torna corpo hemorrágico para se tornar corpo lúteo ● Produtor de progesterona, possui vida temporária curta nas espécies cíclicas, restrita ao metaestro e diestro ● Ciclo estral: fase lútea 70-75% ● Ciclo menstrual: fase lútea 50% ● Se acontece uma falha na liberação de progesterona ocorre aborto ou reabsorção embrionária - A progesterona é importante pois secreta o leite uterino, que será a fonte de nutrientes do embrião, além de que a progesterona diminui a contratilidade uterina, fecha a cérvix, favorecendo a fixação do embrião, também há a estimulação da glândula mamária - Na égua, não há inibição da contratilidade uterina por que a movimentação embrionária é o que acarreta ao reconhecimento materno da gestação - se não há reconhecimento, com o aumento da progesterona, há inibição do GnRH e LH na hipófise e com a queda do LH há desfavorecimento da permanência do corpo lúteo. Com isso, na fase do diestro é importante que haja o reconhecimento materno Relação útero ovariana ● Nas grandes espécies a luteólise ocorre por comunicação ovariana-uterina ● ocorre estimulação pela ocitocina para a secreção de PGF2-alfa endometrial ● Quando não há embrião e não há reconhecimento materno, com a alta produção de progesterona, ela irá inibir o LH que é responsável por manter a luteinização -> Sem LH ou com sua baixa, vai ter o aumento do estrógeno e diminuição de progesterona. Esse desvio faz com que haja a liberação de ocitocina pelo corpo lúteo, que vai chegar ao endométrio e favorecer a secreção de PGF2-alfa endometrial, que alcança o ovário via corrente sanguínea -> realizará a luteólise através da vasoconstrição, deterioração dos vasos e dará início ao processo de apoptose do corpo lúteo Espécies sem relação útero ovariana ● na cadela, vaca e primatas o processo acima não acontece ● Em primatas, ocorre a liberação de fatores luteolíticos pelo próprio ovário ● Na cadela e na gata, o corpo lúteo se degenera a longo prazo ● Na cadela, o corpo lúteo permanece por 60 dias, o que explica o longo anestro ● Na gata, permanece por 36 dias: uma gata que ovula porém não gesta, só ocorre uma nova ovulação após no mínimo 36 dias FATORES QUE INFLUENCIAM A INCIDÊNCIA DOS CICLOS OVARIANOS 1. Luz: espécies sazonais 2. Fatores sociais e causadores de estresse: fator social pode acelerar a puberdade e manifestação do estro, processo chamado Efeito Macho 3. Senescência reprodutiva: menopausa. - Ovário para de responder aos estímulos da gonadotropina, ocorre devido à diminuição dos receptores de FSH e LH e aumento excessivo desses hormônios, o que ocasiona as características da menopausa, como o frio e calor excessivos - Não ocorre em animais não primatas TRANSPORTE E FERTILIZAÇÃO DE GAMETAS ● Quando ocorre a ovulação, o ovócito é capturado pela tuba uterina e segue para a ampola ● A tuba uterina é ciliada e, por ação do estrógeno, há o estímulo para contração das fímbrias que vão conduzir esse ovócito ● Ação do estrógeno com prostaglandinas para auxiliar na condução do ovócito e dos espermatozóides da vagina para o útero ● Há o fluido da tuba uterina que auxilia na capacidade espermática: Hiperativação EVENTOS EMBRIONÁRIOS INICIAIS Reconhecimento materno da prenhez ● Após o reconhecimento, há o processo de nidação em que o embrião, uma vez reconhecido, se fixa no útero e começa o processo de clivagem ● Nos bovinos e ovinos: Embriões secretam proteínas trofoblásticas que inibem a secreção de PGF2-alfa endometrial ● Nos suínos, o trofoblasto secreta estradiol, que altera a secreção de PGF2-alfa de endócrina para exócrina, sequestrando pgf2-alfa dentro do útero e impedindo sua liberação para o sangue ● No equino, o embrião se move de um corno uterino para outro múltiplas vezes ao dia, inibindo a secreção uterina de PGF2-alfa ● Nos primatas, as células trofoblásticas secretam hCG, hormônio dotado de propriedades luteotrópicas ● Em caninos e felinos, a duração do CL é prolongada, não necessitando do reconhecimento materno da gravidez pelo menos durante tal porção inicial da gestação OBS: a fonte de progesterona do CL é necessária em todas as espécies nas fases iniciais da gestação, mas não é necessária para as éguas e ovelhas depois de 100 e 60 dias, respectivamente e a progesterona também é produzida pela placenta - A regressão do CL das éguas ocorre no meio da gestação e a placenta é a única fonte de progesterona - apesar disso, em torno do 35° dia de gestação, os cálices endometriais se formam e secretam o eCG, que ajuda a formar novos folículos, que ovulam e fornecem corpos lúteis adicionais, assegurando suprimento de progesterona lútea até que o fornecimento endometrial do hormônio fique suficiente GESTAÇÃO Endocrinologia da gestação ● A implantação ocorre após o reconhecimento materno ● A placenta é um órgão endócrino ativo, que além de nutrir, fazer trocas gasosas e trocas de dejetos, há a produção de vários hormônios, inclusive a progesterona 1. Progesterona - Produzida em grandes quantidades por espécies de corpo lúteo independentes 2. Estrógeno - O principal estrógeno na placenta é o estrona, a qual, na maioria das espécies, auxilia no processo de parto - Em equinos e primatas, a produção da estrona ocorre pela aromatização da testosterona produzida na glândula fetal 3. Lactogênio placentário - Produzido por roedores, ovinos, bovinos e humanos - Desenvolvimento da glândula mamária junto com a progesterona e prolactina - Desenvolvimento fetal, auxilia na retirada de glicose materna para o feto 4. Prolactina - Hormônio da adenohipófise, mas ajuda no desenvolvimento da glândula mamária próximo do fim da gestação, quando há queda na progesterona e início da luteólise - Produção de leite - Em cadelas, há aumento de prolactina antes do parto 5. Relaxina - Produzida no folículo, auxiliando no processo de ovulação, no corpo lúteo e placenta - Na placenta, é produzida na gata, cadela e égua - Secretada durante a gestação, auxiliando no relaxamento do útero e facilitando seu aumento de tamanho - Como na fase inicial da gestação há aumento de progesterona, a relaxina não causará abertura da cérvix - Nas espécies que secretam relaxina pelo corpo lúteo, tal secreção depende da queda de progesterona. O marco da secreção é perto do parto, auxiliando na dilatação do canal do parto - Nos grandes animais, a relaxina auxilia na dilatação do canal do parto com a prostaglandina (PGF2-alfa) e estrógeno Particularidades 1. Égua: É preciso lembrar do eCG, produzido nos cálices endometriais da placenta, ele possui atividade de FSH e LH, mantendo a gestação e evitando a luteólise - Sua ação semelhante ao FSH permite a formação de outros corpos lúteos acessórios durante a gestação - até os primeiros 35 dias só há o corpo lúteo principal, o eCG estimula esse CL a produzir mais progesterona e com 40-45 dias são formados os CL adicionais 2. Primatas: Há o hCG, produzido pelo sinciciotrofoblasto, no caso dele, não forma corpos lúteos acessórios mas mantém o CL principal até o fim da gestação PARTO ● Em espécies que realizam gestação completa. Não ocorre em marsupiais Alterações pré-parto 1. Alterações bioquímicas: ● Quem dá o sinal de início ao parto é o feto através de uma alta de cortisol (estresse fetal) - Ocorre devido à nutrição que não é mais adequada, placenta já suficiente e sofre ação hormonal presente no meio, inclusive de prostaglandinas, que estimulam a vasoconstrição, diminuindo nutrição e oxigenação do feto ● As prostaglandinas atuam no eixo H-H-Adrenal, ativandoesse eixo e o amadurecendo antes do parto, possibilitando o parto ● 7-30 dias antes: esforço/estresse fetal, com o estímulo H-H-Adrenal: ↑ CRH -> adenohipófise -> ↑ ACTH -> córtex adrenal -> ↑Glicocorticóides (especialmente cortisol) ● Cortisol ativa enzimas que convertem progesterona em estrógeno ● Cortisol possui dupla função: ação endócrina que desencadeia o parto e ação do amadurecimento final do feto ● É o cortisol que amadurece os pulmões do feto, facilitando sua dilatação e aumenta as reservas de glicogênio no fígado do feto ● O estrógeno produzido é principalmente a estrona -> ↑direto e indireto da produção de PGF2-alfa (através da ativação da enzima responsável pelo aumento de PGF2-alfa através do ácido araquidônico) ● Estrógeno e PGF2-alfa -> ↑Contratilidade (estrógeno aumenta as proteínas de contratilidade e receptores de ocitocina no útero) e ↑complacência cervical (aumento da dilatação) - a prostaglandina aumenta o influxo de cálcio, importante na contração muscular ● PGF2-alfa também: luteólise de quem ainda tem corpo lúteo -> ↓Progesterona -> ↑Relaxina (vaca, porca, mulher) -> ↑Complacência cervical, ↑ elasticidade e dilatação - o estrógeno e a prostaglandina também aumentam mais com a queda da progesterona ● Relação aumento estrógeno/queda progesterona = ↑ocitocina, que pode ser produzida no ovário -> maximizar a produção de PGF2-alfa ● Por fim, com a passagem do feto, tem o estímulo neuroendócrino par ao pico de ocitocina da neurohipófise, para que hajam as contrações mais vigorosas no período pré-parto (a ocitocina participa do desencadeamento do parto) ● Na égua, não há aumento de estrógeno, há diminuição desse hormônios 2 meses antes do parto e depois fica constante ● Na cadela também não há aumento de estrógeno, decai no fim da gestação, mas ocorre o mesmo das éguas, a queda da progesterona é tão grande que a quantidade de estrógeno se mantém maior que a de progesterona, conseguindo a liberação da prostaglandina e liberação de ocitocina. O cortisol tbm consegue estimular o PGF2-alfa ● Nas porcas, apesar de ter a alta de estrógeno, não é ele que estimula a PGF2-alfa por que o estrógeno nesse caso é o que faz o reconhecimento materno, não fazendo sentido ser o mesmo mecanismo. a ativação depende do cortisol Alterações comportamentais e eventos mecânicos ● O parto é dividido em três estágios: contração e dilatação da cérvix, expulsão do feto e expulsão da placenta 1. Estágio 1 - Contração e dilatação da cérvix: início da preparação do parto e início das contrações uterinas, fase pouco visível - Animal se isola ou faz ninho - Mudança comportamental - Relacionada a ação do cortisol, estrógeno - Início da dilatação do canal do parto e contrações mais leves do canal. Inicialmente vai ser o estrógeno, das prostaglandinas e da relaxina. 2. Estágio 2 - Expulsão do feto: ação de vários hormônios, o estrógeno, prostaglandina, ocitocina, queda de progesterona - Início da dilatação ativa, o feto vai estimular a dilatação mecânica do canal do parto, ocasionando o estímulo neuroendócrino para a produção de ocitocina - Vagina e útero se tornam um canal único - Devido intensa ação da PGF2-alfa, há a vasoconstrição da placenta, entra em processo de necrose e perda de função -> expulsão 3. Estágio 3 - Expulsão da placenta: continuação da contração vigorosa para a expulsão - Manutenção da contratilidade até a expulsão da placenta - em feto único, a placenta vem após nascimento. em ninhadas, não tem ordem PERÍODO PUERPERAL ● Repouso reprodutivo ● atividade ovariana estacionada ● involução uterina ● influenciado pela amamentação, tipo placentário, dieta, manejo, outros