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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA BACTERIOLOGIA CLÍNICA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE ENTEROBACTÉRIAS Aluna: Anna Julia Lopes Mendes 2018089702 1. INTRODUÇÃO As enterobactérias são bacilos Gram negativos da família Enterobacteriaceae. A sua patogenicidade ocorre de forma estrita ou oportunista e geralmente estão relacionados à microbiota intestinal. As infecções podem ocorrer por contato entre pessoas infectadas ou através da contaminação de alimentos e água (principalmente de origem fecal). O trato respiratório e as vias urinárias são os locais mais comuns de serem acometidos por infecções por esse grupo. É importante que para o diagnóstico os teste utilizados sejam aqueles cujo resultado apresente probabilidade próxima a 80% de identificação bacteriana. Sendo assim, é de extrema importância o controle de qualidade do laboratório para assegurar a confiabilidade dos resultados que forem obtidos por eles. 2. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS Para caracterizar bioquimicamente a espécie selecionada e diferenciar os membros da família Enterobacteriaceae, serão executados os seguintes procedimentos: 2.1 COLORAÇÃO DE GRAM O preparo individual da lâmina se inicia pela identificação. O esfregaço deve ser fino e homogêneo para boa visualização. Pingar 2 gotas de salina 0,9% na lâmina e transferir a amostra com o auxílio da alça calibrada. Secar a lâmina próxima ao bico de Bunsen, garantindo esterilidade durante a confecção. Coloração pelo método de Gram: cobrir o esfregaço com cristal violeta durante 1 minuto. A adição de solução de bicarbonato de sódio após a aplicação do corante é opcional neste passo. Lavar a lâmina com água corrente para retirada do excesso de corante. Cobrir o esfregaço com lugol durante 1 minuto e lavar novamente a lâmina com água. Descorar rapidamente o esfregaço com éter-acetona e lavar com água corrente em seguida. Cobrir o esfregaço com a safranina durante 1 minuto e lavar a lâmina com água. Retirar o excesso de água da superfície com uma folha de papel e secar ao calor. Por fim, a lâmina pode ser examinada ao microscópio óptico. Antes de utilizar a objetiva de 100x, deve ser aplicado o óleo de imersão sobre o foco a analisar na lâmina. 2.2 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO – ÁGAR EMB E MACCONKEY Semear nas placas de ágar EMB e MacConkey usando a técnica de estria por esgotamento para obter colônias isoladas. O ágar EMB – eosina azul de metileno - é um meio seletivo que inibe o crescimento de bactérias Gram positivas; possuem lactose como única fonte de carbono - bactérias fermentadoras de lactose apresentam coloração metálica. Já o ágar MacConkey é um meio indicativo de fermentação de lactose que gera alteração do pH, e as colônias lactose positivas apresentam coloração amarelada (quando este está abaixo de 6,8). 2.3 CITRATO - PROVAS BIOQUÍMICAS Com a alça bacteriológica, realizar a estria da região inclinada do ágar. Este deve ser o primeiro teste a ser realizado, para evitar resultados falso positivos pelo carreamento de fontes de carboidrato provenientes de outros meios. Se a bactéria for capaz de metabolizar o citrato, há produção de amônia e alteração de pH e da coloração do meio - de verde para azul. 2.4 MALONATO - PROVAS BIOQUÍMICAS Colônias coletadas com o uso da alça bacteriológica e dissolvidas no caldo. Em caso de positividade, a coloração do meio altera para azul. 2.5 LISINA - PROVAS BIOQUÍMICAS No meio ágar lisina-ferro, inserir a agulha bacteriológica até o fundo do tubo e estriar a superfície da região inclinada ao retornar. Alterações na base avaliam a capacidade da bactéria em descarboxilar a lisina. No ápice, avaliam a desaminação desta. Os positivos apresentaram coloração roxa e vermelha, respectivamente. Se houver produção de H2S, haverá formação de precipitado negro por reação com o tiossulfato. Porém, esse não é o meio mais indicado para confirmação de produção de H2S. 2.6 SIM – PRODUÇÃO DE H 2 S, INDOL E MOTILIDADE - PROVAS BIOQUÍMICAS No meio ágar SIM, utilizando a agulha bacteriológica: perfurar o ágar semi-sólido (0,5% ágar) até 2/3 de profundidade. A síntese de H2S é evidenciada pela formação de precipitado negro. A produção de indol, sintetizado a partir da degradação do triptofano, é avaliada com o gotejamento do reagente de Kovacs: se positivo, o meio fica avermelhado. A motilidade é avaliada pela “picada” - se a bactéria é imóvel, seu crescimento é restrito à região da picada; caso contrário, todo o meio turva. 2.7 TSI – TRIPLE SUGAR IRON - PROVAS BIOQUÍMICAS No meio ágar TSI, inserir a agulha bacteriológica até o fundo do tubo e estriar a superfície da região inclinada ao retornar. O meio contém citrato férrico, pequena quantidade de glicose; sacarose e lactose estão em concentração cerca de 10x maior. A produção citrato férrico é evidenciada pela formação de precipitado negro. A fermentação restrita de glicose gera fundo amarelo e região inclinada avermelhada; fermentação de glicose + sacarose e/ou lactose deixam o meio todo amarelo. A formação de gás é evidenciada por bolhas no fundo do tubo, podendo haver deslocamento do meio. 2.8 UREASE – ÁGAR UREIA - PROVAS BIOQUÍMICAS No meio ágar uréia, utilizando a agulha bacteriológica, perfurar o ágar sólido até 2/3 de profundidade. Bactérias que apresentam a enzima urease degradam a ureia presente no meio. São geradas duas moléculas de amônia que basidificam o meio, virando o indicador para a coloração rosa. Em caso de alteração discreta da coloração, recomenda-se segunda incubação por mais 24 horas nas mesmas condições. 2.9 MEIO DE RUGAI - PROVAS BIOQUÍMICAS No meio de RUGAI, inserir a agulha bacteriológica até o fundo do tubo e estriar a superfície da região inclinada ao retornar. O meio possibilita a realização de diversas provas bioquímicas em um único tubo: indol, fenilalanina desaminase, ureia, síntese de gás, fermentação de glicose, descarboxilação da lisina, produção de H2S e motilidade. 3. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Após a leitura do gram, correlacionar com os crescimentos das culturas e os resultados das provas bioquímicas, a probabilidade bioquímica deve ser calculada usando as tabelas em anexo. 4. COMO REPORTAR OS RESULTADOS Especificar o tipo de amostra, descrever os achados no gram, características das colônias que cresceram (ou não) nos meios semeados e reportar os cálculos e probabilidade bioquímica da espécie em questão. Amostra: Resultado gram: Crescimento em ágar EMB: Crescimento em ágar macconkey: Probabilidade bioquímica: 5. REFERÊNCIAS Enterobactérias - Capítulo 3, Módulo 6: Detecção e identificação de bactérias de importância médica. Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária.