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Produzido por: Karla Emilia Silva Maciel @estuda.biomedica MICROBIOLOGIAMICROBIOLOGIA RESUMO DERESUMO DE Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Conteúdo ATENÇÃO!!! Este material é de uso exclusivo daquele que o adquiriu. Portanto, fica proibido o compartilhamento e/ou a comercialização do mesmo, visto que se trata de um crime previsto no art.184 do código penal brasileiro, com pena de 3 meses a 4 anos de reclusão ou multa Introdução a Microbiologia...................................................04 Vírus........................................................................................05 Fungos.....................................................................................07 Bactérias................................................................................09 Meios de cultura.....................................................................19 Principais meios de cultura...................................................23 Outros meios de cultura........................................................40 Biossegurança na microbiologia............................................51 Critérios e rejeição de amostra...........................................52 Técnicas de semeadura.........................................................53 Técnicas de coloração..........................................................55 Identificando as bactérias...................................................62 Tipos de cultura.....................................................................69 Noções sobre o antibiograma...............................................79 Referências............................................................................82 Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Sobre a autora Karla Emilia Silva Maciel, é Biomédica, especialista em Análises Clínicas e Gestão Laboratorial, empreendedora digital e idealizadora do perfil @estuda.biomedica no Instagram. Acredita que é possível estudar de forma mais simples e descomplicada, por isso se dedica a desenvolver materiais que facilitam o processo de compreensão de assuntos relacionados as principais disciplinas que envolvem as Análises Clínicas, favorecendo uma melhor assimilação da teoria com a prática, tornando o estudo mais claro e eficiente. Reitero que fica expressamente proibido o compartilhamento de cópias e/ou a comercialização deste material. Todo o conteúdo deste material possui embasamento bibliográfico, você pode conferir as obras, sites e artigos consultados na última página Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Introdução a Microbiologia 4 Afinal, o que estuda a microbiologia? Seres minúsculos que não são vistos a olho nu, que também podem ser chamados de: micróbios e germes. Dentro dessa galera, podemos citar: vírus, bactérias, fungos e protozoários. Neste material vamos falar bem mais sobre as bactérias. Primeiramente, gostaria de relembrar que nem todos esses "bichinhos" fazem mal a nossa saúde, muitos deles, inclusive, tem como habitat natural o nosso organismo, eles são importantes até mesmo na nossa digestão e metabolismo. Produção de fármacos Indústria alimentícia Os micróbios são úteis ainda na: Nomenclatura Formalizado por Carolus Linnaeus, em 1735. O nome do microrganismo se dá pelo gênero + espécie (como se fosse nosso nome e sobrenome). Sendo o gênero iniciado por uma letra maiúscula e o nome da espécie sempre em letra minúscula (escritos em itálico ou sublinhados). É possível ainda abreviar o nome científico quando este já foi mencionado anteriormente. Exemplo: Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus S. aureus Classificação Já a organização das classes dos microrganismos foram desenvolvidas por Carl Woese, em 1978. Dividindo-os em três domínios: Bacteria, Archea e Eukarya (aqui inclui-se: protistas, fungos, plantas e animais). Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Caso você não saiba, vírus só é visualizado através de microscópio eletrônico, fora isso... nada feito! Apesar de serem pequenos, o tamanho é variável, varia de 20 a 1.000nm. Segunda coisa, há uma discussão se vírus é um organismo vivo ou não, já que eles só estão vivos quando se multiplicam dentro de uma célula hospedeira. Os vírus são parasitos intracelulares obrigatórios, se é obrigatório... isso quer dizer que eles NECESSITAM de um hospedeiro, além de tímidos, são dependentes. Coitados, não sabem o que é amor próprio. Outro detalhe é que os vírus podem infectar uma grande variedade de célula hospedeira, não é só ser humano não, nem a bactéria escapa! E os que infectam as bactérias tem um nome: bacteriófagos ou fagos. ESTRUTURA VIRAL 5 Tipos de microrganismos Como já mencionado, vamos nos ater principalmente as bactérias, mas não custa nada antes sabermos um pouquinho sobre os vírus e fungos também, não é mesmo?! Vírus Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 6 ÁCIDO NUCLEICO: CAPSÍDEO: ENVELOPE: Os vírus podem possuir ou DNA, ou RNA, os dois não. Pode ser tanto de fita simples ou dupla. A depender do vírus, o ácido nucleico pode ser linear, circular, ou ainda, segmentado (como o vírus da gripe) Capsídeo é um revestimento proteico que protege o ácido nucleico do vírus Em alguns casos, o capsídeo pode ainda ser envolvido por um envelope, composto de lipídeos, proteínas e carboidratos, podendo ou não apresentar espículas projetadas na superfície do envelope Os vírus que não possuem envelope são chamados de: vírus não envelopado MORFOLOGIAS VIRAIS Com base na estrutura do capsídeo é possível classificar a morfologia dos vírus em: Vírus helicoidais: São parecidos com bastonetes longos, que podem ser flexíveis ou rígidos. O ácido nucleico viral fica no interior de um capsídeo oco e cilíndrico com formato helicoidal (em hélice). Vírus poliédricos: A maioria dos vírus desse tipo tem o capsídeo em forma de icosaedro (poliedro formado por 30 arestas, 12 vértices e 20 faces). Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero. Vírus envelopados: Os vírus deste tipo possuem envelopes envoltos no capsídeo, geralmente se apresentam na forma esférica. Quando os vírus helicoidais e poliédricos tem envelope, eles são chamados de: vírus helicoidais envelopados e vírus poliédricos envelopados. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 7 Vírus complexos: Um exemplo clássico de vírus complexo são os bacteriófagos (vírus bacterianos). O capsídeo é poliédrico e a bainha da cauda é helicoidal. O genoma viral fica no poliédrico. A identificação do vírus geralmente é feita por métodos sorológicos, como o Western blotting, onde o vírus é detectado através da reação com anticorpos FUNGOS Nem todos os fungos são patogênicos (causam doenças), eles possuem seus benefícios e utilidades, são úteis para consumo, na produção de alimentos e fármacos. Todos os fungos são quimioheterotróficos, o que significa que os mesmos utilizam compostos orgânicos como fonte de energia e de carbono, podem ser tanto aeróbios como anaeróbios facultativos, porém poucos anaeróbios são conhecidos. ESTRUTURAS VEGETATIVAS DOS FUNGOS Fungos filamentosos e carnosos: Seu corpo é formado por hifas, longos filamentos de células conectadas. As hifas possuem septos, paredes cruzadas e crescem por alongamentos das extremidades. Quando crescem em condições favoráveis forma- se o micélio (visível a olho nu). Leveduras: Apresentam formato oval ou arredondado, na maioria das vezes, são unicelulares e não possuem filamentos. Encontradas comumente em frutas e folhas em forma de um "pó branco". Se reproduzem tanto de forma assexuada, a partir do brotamento ou sexuada, por esporos endógenos (Ascósporos). Licenciado para - V aldirene M ourão C haves Vasconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 8 Algumas leveduras criam brotos que não se separaram um dos outros, formando uma cadeia de células, chamadas: pseudohifas. Ex: Candida albicans Fungos dimórficos: Como o próprio nome já indica, esses camaradas apresentam dimorfismo, ou seja, distinção na sua forma. Esses fungos podem crescer tanto na forma de fungos filamentosos como de leveduras. Em casos de fungos dimórficos patogênicos são dependentes geralmente da temperatura. Em aproximadamente 37ºC o microrganismo se apresenta na forma de levedura, mas se for em temperaturas mais baixas como a 25ºC ele se apresenta na forma de bolor (em outros casos os fungos são variáveis de acordo com a concentração de CO2). Fungo dimórfico: Histoplasma capsulatum Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 9 BACTÉRIAS São unicelulares e procariotos, por conta do seu material genético não ser envolvido por nenhuma membrana especial. Medem aproximadamente entre 0,2 a 2um de diâmetro e de 2 a 8um de comprimento. A parede celular é composta por peptideoglicano. Normalmente se reproduzem por fissão binária, ou seja, nesse tipo de reprodução assexuada, acontece a divisão do organismo ao meio, originando duas células iguais. Como elas possuem flagelos, grande parte das bactérias conseguem se movimentar, "nadando"'. MORFOLOGIA BACTERIANA As bactérias podem se apresentar de diversas formas. Vai depender das características de cada gênero e espécie. A classificação morfológica das bactérias no geral são divididas em: cocos e bacilos. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Cocos: únicos e simples Diplococos: cocos em dupla Tétrade: cocos em grupos de quatro Sarcinas: grupos de oito cocos que formam um cubo Estreptococos: cocos em cadeia Estafilococos: cocos agrupados como cachos de uva Dicas para diferenciar: 10 Cocos: são arredondados, podendo apresentar arranjos variados, como: isolados, diplococos, tretacocos, sarcinas, estreptococos e estafilococos. Cocos Diplococos Tétrades Sarcinas Estreptococos Estafilococos Bacilos: se apresentam em formato mais alongado, se assemelhando a um bastão ou bastonetes, possuem menor número de agrupamentos, comparado aos cocos. Bacilos Diplobacilos Estreptobacilos Bacilos: únicos e simples Diplobacilos: bacilos em dupla Estreptobacilos: bacilos em cadeia Dicas para diferenciar: *Existe também os cocobacilos: é como se fossem cocos mais alongados Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 11 Ainda existem as bactérias em formato de espirilos, não são retas, apresentam uma ou mais curvaturas. Vibrião Espirilo Espiroquetas Vibrião: são bastões curvos, lembra uma vírgula Espirilo: se assemelham a um saca-rolhas, apresenta corpo rígido. Um apêndice externo permite sua locomoção Espiroquetas: formato helicoidal flexível, se movimentam a partir de filamentos axiais Dicas para diferenciar: Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 12 ESTRUTURA BACTERIANA Cápsula: Revestimento polipeptídico, gelatinoso, que dificulta a fagocitose e permite maior aderência às células do hospedeiro Fímbrias e pilus: São tipo "pelinhos" mais curtos que os flagelos que facilitam a aderência das células às superfícies. Presentes principalmente nas bactérias gram-negativas. Não estão relacionados a motilidade Flagelo: Responsável pela mobilidade da célula, as bactérias que tem um único flagelo são chamadas monotríquias e as com inúmeros flagelos são denominadas peritríquias Parede celular: Envolve a membrana plasmática, apresenta peptideoglicano Membrana plasmática: Reveste o citoplasma, é seletivamente permeável e possui enzimas para reações metabólicas Citoplasma: Componente líquido presente no interior da membrana plasmática, composto principalmente de água Nucleoide: É onde está contido o DNA do cromossomo bacteriano Ribossomos: Pequenos corpos granulares onde ocorre a síntese proteica, formado por rRNA e proteína Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 13 DIFERENÇA DA PAREDE CELULAR DAS Bactérias Gram positivas vs Gram negativas Parede - Bactéria Gram-positiva Parede - Bactéria Gram-negativa Membrana plasmática Peptideoglicano Fosfolipídios Proteínas Ácido lipoteicoico 1. 2. 3. 4. 5. Membrana plasmática Periplasma Membrana externa Fosfolipídios Peptideoglicano Lipoproteína Proteínas Lipopolissacarídeos Porinas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 14 PAREDES CELULARES DE BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS Possuem diversas camadas de peptideoglicano (mureína), de forma que a estrutura apresenta-se rígida e espessa. Fora isso, as bactérias gram-positivas inclui ácidos teicoicos, constituídos principalmente de álcool e fosfato. Por conta dos grupos fosfatos presentes nos ácidos teicoicos que possuem carga negativa é possível ligar e regular o movimento de íons positivos para dentro e para fora da célula. Podem também impedir a fissura extensa da parede e provável lise celular. PAREDES CELULARES DE BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS Diferente das gram-positivas, as camadas de peptideoglicano das bactérias gram-negativas são poucas, até só uma e a membrana externa. O peptideoglicano fica ligado a lipoproteínas na membrana externa, e fica localizado no periplasma (região entre a membrana externa e plasmática). A membrana externa é formada por lipopolissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídios, que possui variadas funções, dentre elas podemos citar: a sua forte carga negativa, que é de grande importância no evasão (escape) da fagocitose, atua como barreira (porém não em todos os ambientes), e parte da permeabilidade da membrana externa é graças as porinas, proteínas na membrana que formam canais específicos por onde as substâncias podem atravessar para o espaço periplasmático e, posteriormente, para o interior da célula. Peptideoglicano Membrana plasmática Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 15 Peptideoglicano Membrana externa Membrana plasmática Espaço periplasmático NUTRIÇÃO bacteriana A nutrição dos procariontes ocorre principalmente por absorção, já que não é possível a realização da fagocitose devido a parede celular espessa. São classificados conforme as fontes de energia e carbono usadas para o seu crescimento. Quanto a fonte de energia, temos: Fototróficos: Utilizam a luz Quimiotróficos: Utilizam compostos químicos Autotróficos: Usam fontes inorgânicas Heterotróficos: Usam fontes orgânicas Quanto a fontes de carbono: Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 16 CRESCIMENTO BACTERIANO Os fatores que favorecem o crescimento microbiano podem ser divididos em: físicos (temperatura, pH, pressão osmótica) e químicos (carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oxigênio). Vale ressaltar que, quando se fala de crescimento na microbiologia estamos nos referindo a um aumento do número de células e não ao aumento das dimensões celulares Podemos destacar: Psicrófilos: amam o frio, crescem em temperaturas baixíssimas Mesófilos: temperaturas moderadas são favoráveis para eles Termófilos: gostam de calor, ou seja, temperaturas altas Hipertermófilos: tem ótimo crescimento acima de 80ºC ou até mais, mas relaxa, esse tipo de microrganismos são da turma das arqueias Temperatura Neste quesito, existem algumas particularidades, apesar de a maioria das bactérias de interesse clínico crescer na faixa aproximada de 37ºC (mesófilos). Por isso são classificados de acordo com a sua temperatura de crescimento: Além das fontes de energia e carbono, assim como nós as bactérias precisam de nutrientes, alguns em pequenas quantidades (micronutrientes)e outros em maiores quantidades (macronutrientes), afinal, equilíbrio é tudo! Principais micronutrientes Principais macronutrientes cobalto, zinco, molibdênio, cobre, manganês, níquel carbono, nitrogênio, hidrogênio, fósforo, enxofre, potássio, magnésio, cálcio, sódio e ferro Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 17 pH Primeiramente, vamos relembrar a escala o pH: Grande parte das bactérias crescem entre 6,5 e 7,5, o que indica um pH neutro, enquanto os fungos e leveduras se dão melhor em um pH menor, entre 5 e 6. Aeróbios obrigatórios: Se é obrigatório, significa que eles sentem a necessidade do oxigênio para viver Anaeróbios facultativos: São aeróbios que desenvolvem e/ou possuem a capacidade de crescer mesmo quando o oxigênio não está disponível, porém, sem o oxigênio ele não produz energia da mesma maneira Anaeróbios obrigatórios: Bactérias que não são capazes de usar o oxigênio para produzir energia, o gênero Clostridium que possui espécies causadoras do tétano e botulismo é um exemplo dessa classe Oxigênio Quanto ao oxigênio, os microrganismos podem ser classificados em: Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 18 CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO Fase Lag: Não revela um crescimento expressivo, porém se prepara para o próximo estágio de divisão Fase Exponencial: Ou ainda, chamada de fase log (prestenção que é lOg e não lAg), é quando ocorre o crescimento exponencial, com alta atividade metabólica Fase Estacionária: É um momento de estabilização do crescimento microbiano, onde o número de mortes é proporcional ao número de células novas Fase de Decaimento: Também chamado de fase de declínio, ou fase de morte celular, pois o número de mortes supera a quantidade de células novas Mas como ocorre o crescimento dos microrganismos no laboratório? Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 19 Meios de cultura Para favorecer o crescimento microbiano nos laboratórios utilizamos os meios de cultura, preparados com os nutrientes necessários para que esse crescimento in vitro ocorra, algumas bactérias crescem em qualquer meio, já outras são um pouco mais exigentes e precisam de meios específicos. Os meios utilizados para observar o crescimento de bactérias geralmente é sólido, um agente solidificante, como o ágar, um polissacarídeo derivado de uma alga marinha, que possui aspecto gelatinoso. Esses meios com ágar são depositados em tubos de ensaio ou em placas de Petri, que são placas rasas com um tampa que cobre até o fundo, com a finalidade de descartar os riscos de contaminação. Nutrientes necessários para o crescimento do microrganismo Água suficiente pH adequado Oxigênio no nível condizente, ou até mesmo ausente Ser completamente ESTÉRIL, ou seja, sem contaminação de qualquer microrganismo intrometido que seja O QUE IMPORTA EM UM MEIO DE CULTURA PARA QUE ELE SEJA UTILIZADO? É importante conhecermos dois conceitos: Inóculo - São os microrganismos inseridos no meio de cultura para que se possa observar o crescimento Cultura - São os microrganismos crescidos no meio, ou seja, que se multiplicaram a partir do inóculo Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 20 Meios de cultura em pó comercializados (antes do preparo) Meios de cultura (durante o preparo) Meios de cultura solidificados na placa de Petri Placa de Petri Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com O meio de cultura escolhido vai ser de acordo com a pesquisa de interesse, lembra que falamos que existem bactérias que crescem em qualquer meio, e outras em meios específicos, pois é, vamos conhecer os principais tipos a seguir. Eles conseguem diferenciar os microrganismos, geralmente até mesmo pela coloração. A presença de alguns elementos no meio possibilita determinadas alterações características de crescimento diferenciados que são empregadas para a identificação ou a diferenciação de microrganismos. 21 Tipos de Meios de cultivo MEIOS SELETIVOS Como o próprio nome já nos indica, esse meio seleciona os seus microrganismos preferidos e dá o block em outros, o que isso quer dizer? Não é em qualquer microrganismo que ele dá o match. Digamos que em uma rede social, ele teria o seu perfil privado, e aceitaria apenas as solicitações de amigos mais próximos. Esse tipo impede o crescimento de algumas bactérias e favorece o crescimento de outras. MEIOS DIFERENCIAIS MEIOS ENRIQUECIDOS São ricos em nutrientes. Proporcionam até mesmo o crescimento de microrganismos fastidiosos, que ser isso? Microrganismos que não crescem em qualquer ambiente. Geralmente são meios líquidos, mas também podem ser sólidos. MEIOS DE TRANSPORTE São isentos de nutrientes e úteis na triagem (pós coleta). Este tipo impede a desidratação durante o transporte e impede a oxidação e/ou autodestruição enzimática dos patógenos presentes no material. Ou seja, ele é um uber delivery, não é o destino, apenas o meio que leva a outro meio. MEIOS DE INDICADORES Analisa as propriedades bioquímicas dos microrganismos, a partir de fermentação e degradação de determinadas substâncias. A modificação de cor do meio indica a positividade da reação. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 22 Principais Meios de Cultura Ágar sangue Meio não seletivo Finalidade: Crescimento da maioria dos microrganismos gram- positivos e gram-negativos Permite a análise da atividade hemolítica de determinados microrganismos Composição: Meio base - ágar tríptico de soja (TSA) ou ágar Columbia Sangue de carneiro Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar até 50ºC após retirar da autoclave Acrescentar 50ml de sangue de carneiro para cada litro do meio base Homogeneizar e fazer distribuição em placas de 90mm com aproximadamente 20 a 25ml Deixar esfriar até que fique em temperatura ambiente Cor do meio: vermelha Inoculação e incubação: Semear a amostra por esgotamento Incubar por 24h a mais ou menos 37ºC em estufa de CO2 Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 23 Leitura e Interpretação As colônias crescem no meio depois de 24h de incubação S. aureus apresenta hemólise total S. pneumoniae hemólise parcial, ao redor das colônias observa- se uma coloração esverdeada Bacilos gram-negativos e E. faecalis não apresentam alteração no meio Exemplos: Tipos de Hemólise no Ágar Sangue Alfa hemólise: É chamada assim quando ocorre a hemólise parcial do meio, e forma-se uma área esverdeada ao redor da colônia Beta hemólise: É quando ocorre a hemólise total, o meio acaba apresentando uma transparência ao redor das colônias Gama hemólise: Não ocorre formação de hemólise Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 24 Ágar CHOCOLATE Finalidade: Crescimento da grande parte dos microrganismos Útil no isolamento de Haemophilus spp. e Neisseria spp Composição: Meio base - ágar tríptico de soja (TSA) ou ágar GC ou Mueller-Hinton Sangue de carneiro Suplemento VX (comercial) Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar até 50ºC após retirar da autoclave Acrescentar 50ml de sangue de carneiro para cada litro do meio base Homogeneizar em fogo baixo até que o meio fique achocolatado Resfriar o meio até 50ºC e adicionar os suplementos VX Deixar esfriar até que fique em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a amostra por esgotamento Incubar por 24h a mais ou menos 37ºC em estufa de CO2 Cor do meio: marrom chocolate Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com25 Leitura e Interpretação Varia conforme as características de cada microrganismo Ágar cled Finalidade: Isolamento e quantificação de microrganismos presentes em amostras de urina Composição: Meio Cled Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar até 50ºC após retirar da autoclave Distribuir em placas de Petri estéreis de 90mm aproximadamente 20 a 25ml Deixar esfriar até que fique em temperatura ambiente Brolacin ou Cystina-Lactose Electrolytes- Deficient Agar A falta de eletrólitos impede o véu de cepas de Proteus spp. Cor do meio: esverdeado Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 26 Inoculação e incubação: Semear a amostra pelo método quantitativo, utilizando alça calibrada Incubar por 24h a mais ou menos 37ºC Leitura e Interpretação Fermentadores de lactose mudam o meio para amarelo As que não fermentam apresentam colônias incolores Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 27 Ágar emb Finalidade: Isolamento de enteropatógenos baseados na fermentação de lactose, ou seja, classifica/diferencia os microrganismos entre lactose positiva e lactose negativa Composição: Meio de EMB Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar até 50ºC após retirar da autoclave Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 20 a 25ml Deixar esfriar até que fique em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a amostra direto no meio, ou após o crescimento do microrganismo a partir de um meio de enriquecimento Incubar por 24h a mais ou menos 37ºC em estufa Cor do meio: vinho Eosin Azul de Metileno Meio diferencial Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 28 Leitura e Interpretação Fermentadores de lactose se apresentam num verde metálico, como a Escherichia coli, ou roxo escuro Os que não fermentam lactose aparecem transparentes ou roxo claras, como a Salmonella spp. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 29 Ágar macconkey Finalidade: Isolamento de bacilos gram-negativos Averigua a fermentação ou não de lactose Composição: Meio de ágar MacConkey Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar após retirar da autoclave Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 25ml Deixar esfriar até que fique em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a amostra direto no meio Incubar a 37ºC entre 18 a 20 horas Cor do meio: rosa claro Impede o crescimento de cocos gram + Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 30 Leitura e Interpretação E. coli aparece com colônias na coloração rosa, por fermentar lactose Os não fermentadores de lactose como P. mirabilis apresenta colônias incolores Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 31 Ágar manitol salt Finalidade: Isolamento de estafilococos Composição: Meio de ágar manitol Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar após retirar da autoclave Distribuir em placas de Petri estéreis cerca de 25ml Deixar esfriar e solidificar até que fique em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a amostra ou a cepa direto no meio Incubar a 37ºC entre 18 a 20 horas Cor do meio: vermelho Meio seletivo e diferencial Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 32 Leitura e Interpretação Staphylococcus aureus modificam o meio ao redor da colônia para amarelo, enquanto as demais espécies mantém a coloração avermelhada do ágar Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 33 Ágar mueller-hinton Finalidade: Antibiograma, pelo método de difusão do disco Composição: Meio de Mueller-Hinton Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante Ajustar o pH entre 7,2 a 7,4 Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Resfriar após retirar da autoclave Distribuir cerca de 50 a 60ml em cada placa de 150mm Deixar esfriar e solidificar até que fique em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a cepa seguindo as normas determinadas para testes de sensibilidade Incubar a 37ºC durante 24 horas Cor do meio: palha Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Ágar sabouraud dextrose 34 Finalidade: Isolamento de fungos patogênicos Composição: Ágar Sabouraud Cloranfenicol (0,05g) Etanol 95% (10ml) Preparo: Dissolver em água destilada Aquecer para dissolver em fervura Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Retirar da autoclave Colocar 10ml em cada tubo Fechar corretamente os tubos e deixar inclinado 45º Deixar esfriar em temperatura ambiente Inoculação e incubação: Semear a amostra direto no meio Incubar a mais ou menos 32ºC por até 12 dias Cor do meio: amarelo claro Com ou sem cloranfenicol Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 35 Leitura e Interpretação Observar o crescimento de colônias fúngicas semanalmente Ágar salmonella-shigella (ss) Finalidade: Isolamento de Salmonella-Shigella Diferencia lactose positiva de lactose negativa Identifica a produção de sulfeto de hidrogênio (H2S) Composição: Ágar SS Preparo: Pesar e hidratar o meio de acordo com as instruções do fabricante O meio deve ser aquecido para dissolver Não deve ser autoclavado Resfriar até 50ºC e dividir cerca de 20 a 25ml nas placas de Petri estéreis Deixar esfriar em temperatura ambiente Meio seletivo e diferencial Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 36 Inoculação e incubação: Semear a amostra direto no meio, ou após o crescimento do microrganismo a partir de um meio de enriquecimento Incubar por 24h a mais ou menos 37ºC em estufa Cor do meio: vermelho alaranjado Leitura e Interpretação Suspeita-se de Salmonella e/ou Shigella spp. quando as colônias se apresentam incolores ou pretas Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 37 Ágar thayer martin Finalidade: Isolamento de Neisseria gonorrhoeae e N. meningitidis Composição: Ágar GC Sangue de carneiro Suplemento VX Solução de antibióticos VCNT (Vancomicina, Colistina, Nistatina e Trimetoprima) Preparo: Pesar seguindo as instruções do fabricante e hidratar com 930ml de água destilada Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos Resfriar até 50ºC e acrescentar 50ml de sangue de carneiro por litro de meio base e homogeneizar devagar Aquecer em 80ºC até achocolatar Resfriar, adicionar o suplemento e VCNT Partilhar o meio nas placas de 90mm estéreis em mostras de microbiota mista Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Leitura e Interpretação N. gonorrhoeae apresentam colônias bem pequenas e opacas, após as 48h são um pouquinho convexas com brilho 38 Inoculação e incubação: Semear a amostra direto no meio Incubar entre 24h a 48h em aproximadamente 37ºC em estufa com 5% de CO2 Cor do meio: marrom achocolatado Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Pesar e hidratar seguindo as instruções do fabricante Aquecer em constante agitação para dissolver Partilhar 3ml em tubos com tampa Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos Remover da autoclave e inclinar em ângulo de 45º 39 Ágar tsa Finalidade: Composição: Meio TSA Preparo: Manutenção de cepas bacterianas Se acrescentar sangue de carneiro,teremos o ágar sangue Cor do meio: palha Inoculação e incubação: Semear a bactéria e incubar por 24h a 37ºC Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 40 Ágar batata Finalidade: Útil para realizar microcultivo para identificação do aspecto micromorfológico dos fungos Composição: Glicose (5g) Ágar (7,5g) Batatas (100g) Água destilada (500ml) Preparo: Ferver as batatas previamente descascadas em 500ml de água Filtrar a infusão Adicionar o ágar e ferver até que esteja dissolvido Incluir a glicose e completar com água até 500ml Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Fazer a distribuição de 18ml em placas de 90mm Outros meios de cultura Cor do meio: palha Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 41 caldo bhi Finalidade: Útil no cultivo de bactérias e fungos de grande variedade Composição: Meio de BHI Preparo: Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Distribuir 1,5 ml em tubos de 12 x 120mm Vedar os tubos com algodão ou tampa de rosca Autoclavar a 121ºC por 15 minutos Deixar esfriar em temperatura ambiente Cor do meio: amarelo claro Brain Heart Infusion Meio líquido Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 42 cary-blair Finalidade: Transporte e preservação de amostras de fezes para cultura Composição: Tioglioclato de sódio (1,5g) Fosfato dissódico (1,1g) NaCl (5g) Ágar (2g) Água destilada (991ml) Solução de cloreto de cálcio a 1% Solução de vermelho de fenol a 2% NaOH 1N Preparo: Em um Becker adicionar o ágar, tioglioclato, fosfato dissódico, NaCl e dissolver em água destilada Transferir para um balão de fundo chato Aquecer até dissolver todo o ágar Deixar esfriar até aproximadamente 50ºC Adicionar 9ml da solução de cloreto, quatro gotas da solução de vermelho e 1ml de NaOH 1N Esterilizar em vapor fluente por 15 minutos Remover da autoclave e deixar esfriar Partilhar em recipientes de boca larga com tampa Cor do meio: rosa claro Swab estéril comercializado com meio Cary Blair Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Esterilizar os materiais 4 horas antes do uso Pesar seguindo as instruções do fabricante e hidratar em água morna Colocar em um balão de fundo chato Acrescentar 12ml de glicerol Autoclavar a 121ºC durante 15 minutos Resfriar em temperatura ambiente Lavar os ovos e submergi-los em álcool a 70% por cerca de 15 minutos Colocá-los sobre o papel alumínio para que ocorra a evaporação do álcool Quebrar os ovos Resfriar, adicionar o suplemento e VCNT Partilhar o meio nas placas de 90mm estéreis Quebrar os ovos no Becker e misturar bem com bastão de vidro Após a mistura, filtrar e adicionar o filtrado no balão Partilhar 5ml em cada tubo Inclinar os tubos com a tampa semiaberta no coagulador Deixar a 85ºC por 2 horas ou até coagular 43 ÁGAR lowenstein jensen Finalidade: Útil para isolamento e identificação de micobactérias Composição: 20 a 24 ovos de galinha Meio de Lowenstein Jensen Álcool a 70% Glicerol Preparo: Cor do meio: verde claro Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 44 Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 45 ÁGAR CROMOGÊNICO Finalidade: Útil para favorecer a identificação provável de microrganismos causadores de infecção no trato urinário Composição: Ágar cromogênico Preparo: Cor do meio: amarelo bege Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Levar a autoclave por 15 minutos a 121ºC Resfriar e distribuir em placas de petri Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 46 caldo gn Finalidade: Útil para enriquecimento de amostras de fezes para isolamento de Salmonella spp. e Shigella spp. Composição: Meio de Caldo GN Preparo: Cor do meio: amarelo claro Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Partilhar 7ml em tubos estéreis de 15x150mm com tampa Levar a autoclave por 15 minutos a 121ºC Resfriar e fechar os tubos com tampa de rosca Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 47 caldo selenito Finalidade: Útil para enriquecimento de amostras de fezes para isolamento de Salmonella spp. e Shigella spp. Composição: Meio de Caldo Selenito Novobiocina Preparo: Cor do meio: âmbar com leve precipitado Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Aquecer com fervura. Não deve ser levado a autoclave Resfriar e acrescentar 0,04g de novobiocina por litro de meio Partilhar 7ml em tubos estéreis com tampa Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 48 caldo tetrationato Finalidade: Útil para enriquecimento para Salmonella spp. Composição: Meio de Caldo Tetrationato Preparo: Cor do meio: incolor Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Aquecer até levantar fervura Partilhar 10ml em tubos estéreis com tampa Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 49 caldo todd-hewitt Finalidade: Útil para enriquecimento pra isolamento de estreptococo beta- hemolítico em amostras clínicas Composição: Meio de Caldo Todd-Hewitt Solução estoque de antibióticos (colistina e ácido nalidíxico) Preparo: Cor do meio: âmbar Pesar e hidratar de acordo com as instruções do fabricante Acrescentar 1ml de solução estoque de antibióticos para 500ml Partilhar 2 a 3 ml em tubos de 11 x 100mm Autoclavar por 15 minutos a 121ºC Remover da autoclave, apertar as tampas e deixar esfriar em temperatura ambiente Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 50 Meios de identificação bioquímica Avalia as bactérias capazes de hidrolisar a esculina na presença de sais biliares, modificando o meio para preto. É útil na diferenciação de Streptococcus spp. (Enterococcus spp são bile esculina +). A hidrólise de esculina sozinha (sem bile) auxilia na identificação de bacilos gram-negativos não fermentadores e fermentadores de glicose. Bile esculina Analisa se a bactéria utiliza o citrato de sódio como única fonte de carbono. Possui a cor verde, mas alcalinizado modifica-se para azul, o que indica sua positividade. É útil na identificação de bacilos gram-negativos. Citrato de Simons Constiuído por triptona, cloreto de sódio e DNA molecular. Permite verificar a despolimerização do DNA quando é possível observar um halo transparente na área de crescimento. Este é bastante utilizado na identificação de Staphylococcus. São DNase positiva: Staphyloccus aureus, Serratia spp, Proteus spp. e outros. DNase Permite avaliar se a bactéria possui a capacidade de produzir ácido fenilpirúvico a partir da fenilalanina. Útil na diferenciação de gêneros e espécies de enterobactérias. Fenilalanina Composto por glicose, lactose e sacarose. Verifica a fermentação de glicose, quando a mesma ocorre a coloração muda de vermelho para amarelo. É utilizado para diferenciar bacilos gram-negativos TSI (Triple sugar iron) Verifica se o microrganismo possui a habilidade de degradar a ureia. Quando a reação é positiva o meio é alcalinizado e modifica sua coloração para rosa. Urease Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com É proibido comer, beber, fumar, guardar alimentos e aplicar cosméticos na área de análise técnica Deve-se sempre estar de cabelos presos, quando longos Não é permitido o uso de adornos, como jóias Não se deve usar crachás de cordão É proibido o uso de sapatos abertos, como sandálias Em todo e qualquer procedimento deve ser usado EPI's É proibido pipetar com a boca Antes e depois de realizar as atividades, todas as bancadas do laboratório devem serdescontaminadas Não é permitido reencapar agulhas após uso Materiais perfurocortantes devem ser descartados no local adequado Manter organizado todas as áreas de serviço do laboratório Não utilizar jaleco fora do ambiente de trabalho Antes dos descartes dos materiais utilizados para análises microbiológicas o material contaminado deve ser previamente autoclavado Lavar as mãos e a pele sempre que tiver contato com amostras biológicas, depois de retirar as luvas Manusear amostras com todo o cuidado para prevenir e evitar acidentes Calçar luvas sempre que necessário! 51 Biossegurança na microbiologia Boas práticas que você deve aderir: Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Todo o procedimento realizado que houver respingos e formação de aerossóis deverá ser manuseado dentro de uma cabine de segurança biológica Não armazenar grandes quantidades de itens contaminados, como placas com crescimento microbiano Não reutilizar luvas TODA AMOSTRA BIOLÓGICA DEVE SER CONSIDERADA POTENCIALMENTE CONTAMINADA 52 Outras recomendações Critérios e Rejeição de amostras Amostras com desconformidade com a solicitação e identificação Amostras sem identificação Amostras enviadas com fixador ou conservante Urina de 24 horas para urocultura Quantidade insuficiente de material Amostra inadequada quanto ao que foi solicitado Swab seco, sem meio de transporte, data e hora da coleta Urina contaminada com fezes Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com semeadura quantitativa Flambar a alça de platina (ou de plástico) em bico de Bunsen na vertical e esperar esfriar Pegar a amostra a ser semeada e realizar uma estria simples central no meio do cultivo Realizar estrias em forma de zigue-zague (o mais próximo possível, sem muito espaçamento entre as estrias) 53 Técnicas de Semeadura em placa de Petri Permite a quantificação de colônias Alças bacteriológicas calibradas Bico de Bunsen Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com semeadura por esgotamento Flambar a alça de platina (ou de plástico) em bico de Bunsen na vertical e esperar esfriar Pegar a amostra a ser semeada e realizar a primeira estria até mais ou menos metade da placa Dar um giro de 90º e realizar uma segunda estria (puxar pegando uma pequena parte da primeira estria) Girar mais 90º e realizar a terceira estria, podendo ser mais espaçosa (puxar a terceira pegando uma partezinha da segunda). A 4ª estria é opcional. 54 Permite a semiquantificação Como reportar a semiquantificação? Crescimento escasso Observa-se crescimento microbiano apenas na primeira área estriada. Reportar como: raras colônias ou 1+ (lê-se: uma cruz) Crescimento moderado Observa-se crescimento microbiano na primeira e segunda área estriada. Reportar como: algumas colônias ou 2+ (lê-se: duas cruzes) Crescimento intenso/abundante Observa-se crescimento microbiano em todas as áreas estriadas. Reportar como: numerosas colônias ou 3+ (lê-se: três cruzes) Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Swab sem meio de transporte: Swab com meio de transporte: REALIZAÇÃO DO ESFREGAÇO: Amostras em Swab duplos - Em uma lâmina limpa rolar devagar o swab sobre a superfície - Agitar fortemente (com vórtex) para que todo o material clínico contido no swab seja liberado no meio líquido - Delimitar uma lâmina e colocar uma alíquota do líquido no centro - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando 55 Técnicas de Coloração Coloração de gram Amostras de aspirado, exsudatos, escarro e fezes - Caso seja enviada em seringa, deve-se transferir a amostra para um tubo estéril, homogeneizar e realizar o esfregaço. (Se for uma amostra densa, pode-se diluir com uma pequena quantidade de soro fisiológico) - Quando recebidas em recipientes estéreis, escolher a área mais purulenta e fazer o esfregaço, espalhando a amostra até que se forme um esfregaço fino - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando Para relembrar a diferença das bactérias gram-positivas das gram-negativas volte a página 13 Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Jato médio Primeiro jato Amostras de urina - Homogeneizar a amostra - Colocar 10ul em uma lâmina (sem espalhar) - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando - Centrifugar por 5 minutos a 1500rpm - Desprezar o sobrenadante - Em uma lâmina limpa colocar uma gota do sedimento (sem espalhar) - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando 56 NÃO CENTRIFUGA Biópsias e tecidos - Colocar a amostra em placa estéril e fragmentá-la com auxílio de um bisturi - Recolher um fragmento da amostra e carimbar (comprimir várias vezes) sobre a lâmina - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando Esfregaço de colônias - Em uma lâmina limpa adicionar uma pequena porção de solução fisiológica - Com o auxílio de uma alça, selecionar uma colônia isolada e colocá-la sobre a lâmina - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando Em caldo Hemocultura Esfregaços advindos de meios de cultura líquidos - Em uma lâmina limpa adicionar uma amostra com alça bacteriológica - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando - Homogeneizar bem o frasco de hemocultura e espalhar uma gota da amostra (previamente aspirado) em uma lâmina limpa - Deixar a lâmina secar e fixar no calor brando Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Gram-positivo Gram-negativo Visualização no microscópio: 57 PASSO A PASSO DA COLORAÇÃO DE GRAM: - Cobrir a lâmina com o esfregaço com cristal violeta por 1 minuto - Lavar a lâmina com um fio de água corrente - Cobrir o esfregaço com lugol por 1 minuto - Lavar a lâmina com um fio de água corrente - Adicionar álcool-cetona para fazer a descoloração - Lavar novamente em um fio de água - Cobrir o esfregaço com safranina (ou fucsina) por 30 segundos - Lavar em água corrente e aguardar secar em uma estante ou suporte - Observar ao microscópio adicionando um gota de óleo de imersão O álcool só abala as negativas, as positivas se mantém intactas já que possuem a parede celular mais espessa Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Como reportar o resultado de Gram? 58 Descrevendo a morfologia e agrupamento dos microrganismos visualizados (quando presentes, é claro!) Laudo simplificado Laudo diferenciado Cocos gram-positivos Cocos gram-positivos em cachos ou agrupados sugestivos de Staphylococcus spp. Diplococos gram-negativos Diplococos gram-negativos sugestivos de Neisseria spp. Exemplo de Laudo: RESULTADO POSITIVO Material: urina Método: microscopia pela coloração de Gram Resultado: poucos bacilos gram-negativos RESULTADO NEGATIVO Material: urina Método: microscopia pela coloração de Gram Resultado: não foram observados microrganismos coráveis pelo método de Gram Sugestão quanto a quantificação: Nº de bactérias observadas com objetiva de 100x Classificação 0 Ausentes < 10 em todos os campos observados Raros (+) De 10 a 25/campo observados Poucos/Moderados (++) > 25/campo observados Frequentes (+++) Observar 20 a 40 campos Utilizar a objetiva de 100x (1000x) com óleo de imersão Relatar ausência ou presença Quantificar e classificar Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Coloração de ziehl-neelsen 59 Coloração para bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) Possuem parede composta de ácidos micólicos Método rápido para identificar micobactérias Útil no diagnóstico inicial e acompanhamento do tratamento de indivíduos com tuberculose pulmonar Também chamado de coloração de BAAR, baciloscopia e pesquisa de BK REALIZAÇÃO DO ESFREGAÇO: Amostras de escarro - Escolher a parte mais purulenta da amostra e com movimentos de "vai e vem" realizaro esfregaço em lâminas novas - Deixar secando dentro da cabine de segurança - Antes de corar fixar no calor brando SEMPRE UTILIZAR LÂMINAS NOVAS NA CONFECÇÃO DE ESFREGAÇOS PARA PESQUISA DE MICOBACTÉRIAS Amostras de líquidos orgânicos, lavado brônquico e gástrico - Centrifugar a amostra em centrífuga refrigerada por 15 minutos a 5.000rpm - Eliminar o sobrenadante, homogeneizar e depositar uma gota do sedimento com auxílio da alça bacteriológica na lâmina - Confeccionar o esfregaço de forma que ele fique oval - Deixar secando dentro da cabine de segurança - Antes de corar fixar no calor brando Biópsias e tecidos - Em uma cabine de segurança colocar a amostra em um gral com pestilo e amassar, se necessário pode-se acrescentar uma pequena porção de soro fisiológico - Confeccionar o esfregaço utilizando uma amostra do macerado, espalhando o material em 3/4 da lâmina - Deixar secando dentro da cabine de segurança - Antes de corar fixar no calor brando Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com PASSO A PASSO DA COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN: - Após a fixação na chama, cobrir o esfregaço com a fucsina - Aquecer a porção inferior da lâmina por 5 minutos até perceber a emissão de vapores (não pode ferver) - Lavar a lâmina em fio de água corrente - Descorar com o álcool-ácido por 1 minuto - Lavar novamente em água corrente (observar se o esfregaço está de fato descorado, não pode se apresentar na cor avermelhada) - Deixar o azul de metileno agir no esfregaço por 30 segundos - Lavar em um fio de água e deixar secar - Proceder leitura no microscópio na objetiva de 100x Amostras de urina - Centrifugar a amostra por 15 minutos a 5.000rpm em centrífuga refrigerada - Desprezar o sobrenadante, homogeneizar e depositar uma gota do sedimento com auxílio da alça bacteriológica na lâmina - Deixar a lâmina secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor brando antes de realizar a coloração 60 Amostras de fezes - Adicionar uma gota de soro fisiológico em uma lâmina e realizar emulsão com uma pequena porção de fezes sobre a gota de soro - Deixar a lâmina secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor brando antes de realizar a coloração Como ler e interpretar? Realizar a leitura em no mínimo 100 campos e de forma horizontal, não em zigue-zague, de forma que observe todo o tamanho do esfregaço ID pa cie nt e Com amostras negativas ou com menos de 1 bacilo por campo recomenda-se avaliar 300 campos Quando observados entre 1 a 10 bacilos por campo deve-se avaliar 50 campos do microscópio Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 61 Se for observado mais de 10 bacilos por campo pode-se analisar apenas 20 campos Quando a amostra é positiva podemos observar bacilos corados em rosa/vermelho contra um fundo azul Como reportar o resultado de Ziehl-Neelsen? em amostras de escarro Bacilos por campo Resultado 0 Não foram encontrados bacilos álcool- ácido resistentes em 100 campos observados 1 a 9/100 campos Foram encontrados X bacilos álcool-ácido resistentes em X campos observados 10 a 99/100 campos Positivo (+) 1 a 10/50 campos Positivo (++) >10/20 campos Positivo (+++) SEMPRE LIMPAR AS OBJETIVAS APÓS A UTILIZAÇÃO DO MICROSCÓPIO PARA BACILOSCOPIA DE AMOSTRAS POSITIVAS Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 62 Identificando as bactérias Cada microrganismo tem suas características, assim como eu e você. Temos olhos, pele, cabelo e gostos diferentes. Dito isto, você precisa entender que as bactérias se apresentam e se comportam de forma que nos possibilita diferencia-las uma das outras dependendo do meio o qual foram cultivadas. Para identificá-las precisamos avaliar características no meio de cultura que vão nos ajudar a fazer esse cara crachá que denominamos identificação primária (quando há crescimento, é claro! Não vamos identificar quem não está presente). Pigmentação Algumas bactérias possuem um pigmento característico, podendo essa coloração ser observada na colônia ou no meio. Ex: Serratia spp. possui pigmentação vermelhada Morfologia das colônias Outra forma de diferenciar essas nossas amiguinhas é a partir do formato e tamanho das colônias, podendo neste quesito sofrer variações conforme o tipo de meio e tempo de incubação. Circular Irregular Puntiforme Ondulada Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 63 Atividade hemolítica Útil no isolamento de cocos gram-positivos, onde o meio usado é o ágar sangue. A hemólise pode ser ausente, parcial ou total (Para relembrar cada uma delas volte a página 23). Produção de odor Isso mesmo! Algumas bactérias exalam perfume característico que podem ser comparados ao cheiro de determinados alimentos e produtos, mas calma! Não precisa enfiar o nariz no meio de cultivo, com placa aberta e a distância do braço estendido já é possível sentir o odor. Exemplos de microrganismos e odores comparativos: Pseudomonas aeruginosa - uva Shigella spp. - água sanitária Klebsiella pneumoniae - fermento de pão Escherichia coli - vinagre Staphylococcus aureus - queijo Características bioquímicas Aqui já vai depender dos substratos que o microrganismo utiliza, enzimas produzidas e produto de metabolismo pelas bactérias. Para analisar essas características realizamos algumas provas bioquímicas que veremos a seguir, conforme cada grupo de bactérias. Cocos gram-positivos Prova de catalase: Dos que possuem importância clínica temos os estafilococos e estreptococos. A diferenciação inicial é dada a partir da prova de catalase, pois no geral os estafilococos são catalase positiva e os estreptococos catalase negativa. Já para diferenciar as espécies de estafilococos realiza-se a prova de coagulase. - Adicionar uma gota de água oxigenada (peróxido de hidrogênio a 3%) sobre uma lâmina e com o auxílio de uma alça bacteriológica, colocar a colônia do microrganismos a ser analisado sobre a gota. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 64 Prova de coagulase (coagulase livre - em tubo): - O teste será positivo se houver produção de bolhas/efervescência. - Previamente deve-se adicionar o microrganismo de interesse em caldo BHI e incubar à 37ºC até que turve. - Em um tubo de ensaio estéril, colocar 0,5 ml de plasma e 0,5 ml do caldo BHI com crescimento bacteriano recém turvado e levar a estufa por 4 horas à aproximadamente 36º e observar se houve a formação de coágulo; Se não houver, deixar o tubo em temperatura ambiente e analisar com 18 e 24 horas. - O teste será positivo se houver formação de coágulo em qualquer grau. Já a identificação inicial dos estreptococos começa a partir da produção de hemólise no ágar sangue. Existem várias espécies do tipo alfa-hemolíticos, sendo o Streptococcus pneumoniae o de maior importância. Apresenta colônia mucoide. Além das observações das características do meio e da colônia, as provas utilizadas para esta identificação são: bile-solubilidade e optoquina (>14mm). Quanto as demais espécies alfa-hemolíticos são do grupo Viridans, fazem parte da microbiota normal, as mais importantes são: Streptococcus anginosus, Streptococcus mitis, Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius e Streptococcus bovis. Dos pertencentes ao grupo dos beta-hemolíticos as espécies mais relevantes são: S. pyogenes e S. agalactiae. Para realização da identificação deste grupo utiliza-se o teste CAMP, que é fundamentado na interação da beta-hemólise produzida pelo Staphylococcus aureus com o microrganismo a ser testado. O resultado é positivo quando há um aumento na região de hemólise, o aparecimento de uma flecha ou meia lua no encontro do crescimento das duas bactérias em questão. As espécies deste grupo nem sempre apresentam hemólise, muitas vezes são apenas identificadas como "Streptococcus do Grupo Viridans" mas, se necessário, pode-seutilizar o método MALDI-TOF para identificação mais acertiva Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com http://migre.me/4kWas 65 __________ ____ St ap hy lo co cc us a ur eu s (+) (-) Bacilos gram-negativos Provas bioquímicas manuais individuais: corresponde a tubos individuais com variados substratos bioquímicos, como: Indol, Citrato, H2S, Uréia, Lisina, Arginina, Ortinina, Motilidade, Sacarose e Malonato, a interpretação é dada a partir da modificação da coloração do meio. Segue abaixo algumas interpretações de acordo com a mudança de cor: Este grupo é dividido entre os fermentadores de glicose e os não fermentadores de glicose. Aos fermentadores denominamos: enterobactérias. Com exceção de Plesiomonas shigelloides e Aeromonas spp, todas as enterobactérias são fermentadores de glicose, convertem nitrato em nitrito e oxidase negativa. Para realizar a identificação deste grupo fermentador de glicose (enterobactérias) realizamos as seguintes provas bioquímicas: H2S positivo = Meio enegrecido H2S negativo = Cor permanece inalterada Indol positivo = Cor púrpura Indol negativo = Cor do reagente Urease positivo = Cor vermelha Urease negativo = Mantém cor do meio (amarelo) Citrato positivo = Azul e/ou crescimento no meio Citrato negativo = Cor permanece inalterado (verde) Fenilanina positivo = Cor verde escuro na superfície Fenilanina negativo = Mantém a cor do meio inalterada Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 66 Provas bioquímicas manuais associadas: O meio (IAL - Rugai modificado) é composto por nove provas bioquímicas. A interpretação é feita através de um guia e posteriormente identificação da enterobactéria. Quanto a inoculação e período de incubação, com o auxílio de um fio bacteriológico, repica-se uma colônia e a insere até quase o final do tubo, quando retornar, estriar a superfície do meio que apresenta-se inclinado. Incubar durante 18 a 24 horas em aproximadamente 37ºC. Também há como realizar essas provas de forma semiautomatizada e/ou automatizada, a partir de sistemas miniaturizados e com software para analisar os resultados através de parâmetros preestabelecidos. os meios automatizados fazem desde a incubação a leitura. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 67 Quanto a identificação dos não fermentadores é necessário incubação do meio em temperatura ambiente (20 - 25ºC) e realizar a leitura em até 7 dias. Dentre as formas para realizar a identificação deste grupo é através da determinação da motilidade e oxidase. - OF-Glicose: O teste consiste em observar se o microganismo produz ácido a partir de glicose por via oxidativa ou fermentativa. Para isto, utiliza-se dois tubos, um aberto e outro fechado com vaselina líquida ou óleo mineral estéril. Os fermentativos produzem ácido em ambos os tubos, se apresentam em amarelo, tanto no tubo aberto, como no fechado, já os oxidativos apenas no tubo aberto. - Motilidade: Em um tubo com caldo TSB semear uma colônia isolada e deixar em temperatura ambiente por 24 horas. Adicionar uma gota do caldo em uma lâmina, colocar uma lamínula e observar ao microscópio se os microrganismos se deslocam em diferentes direções na objetiva de 40x. Cocobacilos gram-negativos Crescem melhor em estufas com CO2 e no ágar chocolate, onde surgem brilhantes e cinza. Sua maior característica é não crescer no ágar sangue. A espécie de maior relevância é o Haemophilus influenzae. - Prova de Satelitismo: No ágar sangue semeia-se a colônia do microrganismo de interesse e a cepa de Staphylococcus aureus na mesma placa e após o período de incubação entre 18 a 24 horas em estufa de CO2 observa-se se houve o desenvolvimento de colônias dentro/ao redor da hemólise produzida pelo S. aureus. - Teste dos fatores de crescimento X e V: Útil na diferenciação das espécies de Haemophillus. É necessário realizar uma suspenção da bactéria de estudo em soro fisiológico, utilizando a escala 0,5 de McFarland. Com o auxílio de um swab semear em uma placa de Mueller-Hinton em três diferentes direções. Sobre a semeadura coloca-se discos com os fatores X e V, para verificar em qual a bactéria se utiliza para se desenvolver. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 68 ESCALA DE MACFARLAND: É considerado o padrão de turvação e o mais frequentemente utilizado em microbiologia nas questões de preparo de suspensão de microrganismos em meios de cultivo líquidos. Bacilos gram-positivos São de identificação mais complexa, uma das metodologias utilizadas é o sistema API Coryne strip, mas atualmente também é possível identificar este grupo com MALDI-TOF. Diplococos gram-negativos Se apresentam aos pares ou em cadeias curtas, podendo lembrar um grão de café ou feijão. São aeróbios imóveis que se desenvolvem com estímulo de CO2 e em temperatura entre 35 a 37ºC. Com exceção da N. elongata, todas os microrganismos deste grupo são oxidase positiva e catalase positiva, dentre as de maior importância temos o gênero Neisseria. A turvação de 0,5 da escala corresponde a 1,5x10⁸ unidades formadoras de colônia (UFC/mL) Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 69 Tipos de cultura cultura de urina Coleta: De preferência coletar a primeira urina da manhã ou reter a urina na bexiga antes da coleta entre pelo menos duas a três horas. Colher em recipiente estéril, com tampa de rosca e larga Realizar a coleta antes da administração de antimicrobianos Coletar a amostra na unidade de atendimento para evitar atrasos quanto ao seguimento do exame Não deixar a amostra em temperatura ambiente mais que trinta minutos, se necessário refrigerar entre 2 a 8º Realizar microscopia pela coloração de Gram Semear por metodologia quantitativa em placa ou semiquantitativa pelo sistema de lâminocultivo Semeadura quantitativa em placa - Realizar a semeadura em placa de ágar CLED, MacConkey ou meio cromogênico - Incubar durante 18 a 24 horas a aproximadamente 37ºC - Se neste período o resultado for negativo, deve-se incubar novamente por igual período - Sempre fazer correlação com o resultado do Gram Laminocultivo - Homogeneizar a amostra - Adicionar cerca de 1ml de urina sobre uma lâmina de laminocultivo e posteriormente fazer com que todo o conteúdo adicionado entre em contato com toda a superfície da lâmina - Incubar durante 18 a 24 horas a aproximadamente 37ºC - Se neste período o resultado for negativo, deve-se incubar novamente por igual período Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Dar em folheto as intruções ao paciente de como coletar quando entregar o recipiente com meio conservante É preferível coletar no início dos episódios de diarreia A amostra considerada ideal é em torno de uma a duas gramas de fezes, que é o equivalente a 5ml de fezes líquidas Deve ser realizada antes da administração da antibioticoterapia Não usar papel higiênico para realização da coleta Coletar em frasco limpo e seco Transferir a amostra para recipiente com conservante e homogeneizar A quantidade de amostra não deve ser excedida para não contribuir em uma conservação inadequada, pois deve ser respeitada a diluição da amostra no conservante Usar o swab que acompanha o meio de transporte (Cary-Blair ou Solução salina glicerinada tamponada) e imergir nas fezes recém-colhidas Inserir o swab no meio de transporte e transportar até o laboratório em temperatura ambiente (em torno de 20 a 25ºC) 70 Laminocultivos comercializados cultura de fezes Coleta: As amostras de fezes sólidas/moldadas não são o ideal para investigar gastroenterite, exceto para pesquisa de Salmonella spp. ou coprocultura Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 71 O método de gram em amostrasde fezes é pouco solicitado e por isso não é realizado rotineiramente Meios diferenciais utilizados: MacConkey e EMB Meio seletivos utilizados: Salmonella-Shigella (SS), Hektoen Enteric (HE) e xilose-lisina-desoxicolato (XLD) Caldo de enriquecimento: Para realizar a identificação normalmente demora de dois a cinco dias.Dentre os meios de cultivo que podem ser utilizados, temos: os diferenciais, seletivos, cromogênicos e caldos enriquecedores. - Diferencia bactérias fermentadoras e não fermentadoras de lactose - Inibe as demais enterobactérias permitindo apenas o crescimento de Shigella spp. e Salmonella spp. - Permite o desenvolvimento de patógenos entéricos, inibindo ou reduzindo a quantidade de microrganismos da microbiota intestinal habitual. cultura de líquidos Líquido peritoneal/ascítico: A coleta é realizada por paracentese, ou seja, por meio de punção. A incisão é feita 2cm abaixo do umbigo. O material deve ser posto em tubo ou recipiente estéril e encaminhado em temperatura ambiente ao laboratório. Se o volume do material ultrapassar 1ml, a amostra pode ser inoculada em frascos de hemocultura, respeitando a quantidade máxima permitida do recipiente COLHIDO EM TUBO ESTÉRIL? CENTRIFUGAR/15MIN 3000 a 5000rpm REALIZAR ESFREGAÇO DO SEDIMENTO E GRAM SEMEAR EM ÁGAR SANGUE, CHOC E MACCONKEY INCUBAR A +/- 37ºC POR 24 HORAS Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 72 SERÁ INCOCULADO EM FRASCO DE HEMOCULTURA? CONFECCIONAR LÂMINA PARA GRAM ANTES DA INOCULAÇÃO REALIZAR O INÓCULO CONFORME INSTRUÇÕES DO FABRICANTE Líquido pleural: Localizado entre o pulmão e a pleura, a coleta é realizada por procedimento invasivo e deve ser disposto em tubo ou recipiente estéril e encaminhado em temperatura ambiente ao laboratório em até duas horas. Se o volume do material ultrapassar 1ml, a amostra pode ser inoculada em frascos de hemocultura e encaminhado em até 12h para o laboratório em temperatura ambiente COLHIDO EM TUBO ESTÉRIL? CENTRIFUGAR/15MIN 3000 a 5000rpm REALIZAR ESFREGAÇO DO SEDIMENTO E GRAM SEMEAR EM ÁGAR SANGUE, CHOC E TIOGLICOLATO INCUBAR A +/- 37ºC POR 24 HORAS SERÁ INCOCULADO EM FRASCO DE HEMOCULTURA? CONFECCIONAR LÂMINA PARA GRAM ANTES DA INOCULAÇÃO REALIZAR O INÓCULO CONFORME INSTRUÇÕES DO FABRICANTE Líquido sinovial: A amostra é obtida após punção da articulação, pode ser encaminhada em seringa heparinizada ou no frasco de hemocultura (para pacientes em uso de antibióticos). A seringa deve possuir a ponta bloqueada e ser enviada o mais rápido possível ao laboratório. COLHIDO EM TUBO OU SERINGA? CENTRIFUGAR/15MIN 3000 a 5000rpm REALIZAR ESFREGAÇO DO SEDIMENTO E GRAM SEMEAR EM ÁGAR SANGUE, CHOC E TIOGLICOLATO INCUBAR A +/- 37ºC POR 24 HORAS Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 73 SERÁ INCOCULADO EM FRASCO DE HEMOCULTURA? CONFECCIONAR LÂMINA PARA GRAM ANTES DA INOCULAÇÃO REALIZAR O INÓCULO CONFORME INSTRUÇÕES DO FABRICANTE Líquido amniótico: A coleta é realizada por punção do saco embrionário, podendo ser posto em recipiente estéril ou diretamente no frasco de hemocultura. Deve ser encaminhado em temperatura ambiente ao laboratório em até duas horas ou em até doze horas, se estiver no frasco para hemocultura Quando se trata deste material é mais comum observar a presença de microrganismos anaeróbios, por isto, é sugerido que a amostra seja inoculada em frasco de hemocultura anaeróbio COLHIDO EM TUBO ESTÉRIL? CENTRIFUGAR/15MIN 3000 a 5000rpm REALIZAR ESFREGAÇO DO SEDIMENTO E GRAM SEMEAR EM ÁGAR SANGUE, CHOC E TIOGLICOLATO OU ÁGAR SANGUE ANAERÓBIO INCUBAR A +/- 37ºC POR 24 HORAS SERÁ INCOCULADO EM FRASCO DE HEMOCULTURA? CONFECCIONAR LÂMINA PARA GRAM ANTES DA INOCULAÇÃO REALIZAR O INÓCULO CONFORME INSTRUÇÕES DO FABRICANTE Medula óssea: O ideal é que o material aspirado seja disposto diretamente nos frascos de hemocultura específicos para equipamentos automatizados. Ao obter a amostra (com volume entre 1 a 5 ml), deve-se transportá-la em temperatura ambiente (entre 20 - 25ºC) ao laboratório em até 12 horas. CONFECCIONAR LÂMINA PARA GRAM ANTES DA INOCULAÇÃO NO FRASCO DE HEMOCULTURA REALIZAR O INÓCULO CONFORME INSTRUÇÕES DO FABRICANTE Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com O 1º tubo para análises bioquímicas, o 2º e/ou 3º para microbiologia e o último para o setor de hematologia. Isso evita que o setor de microbiologia utilize amostras contaminadas com microrganismos habituais da pele. Se apenas um tubo aparecer vermelho é possível que tenha ocorrido trauma de punção. É importante observar o volume e o aspecto do material de cada tubo e reportar no laudo. O volume recomendado para isolamento de bactérias é de 2 a 3ml, já para fungos e micobactérias o ideal é entre 3 a 5ml. 74 cultura de líquido cefalorraquidiano (líquor/lcr) Coleta: Pode ser coletado por punção lombar ou obtido a partir de derivações ventriculares. Deve ser feito em tubos estéreis depois de realizar antissepsia rigorosa do local da punção e encaminhada ao laboratório o mais rápido possível, pois o atraso de mais de 1 hora no envio pode ser prejudicial ao exame, a depender do microrganismo. É RECOMENDADO COLHER EM TRÊS OU QUATRO TUBOS TODO O PROCEDIMENTO PÓS COLETA DEVE SER REALIZADO DENTRO DA CABINE BIOLÓGICA Observar se o aspecto está límpido, turvo, purulento, hemorrágico, xantocrômico e com presença de coágulo Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 75 Realizar microscopia pela coloração de Gram Semear por esgotamento em placas de ágar sangue e chocolate. Flambar a alça entre as semeaduras ou trocar (se for de plástico) Centrifugar (amostras com volume > que 1ml) a 3000xg/15min Incubar em estufa com 5% de CO2 a +/- 37ºC Realizar a primeira leitura entre 18 e 24 horas. Se não houver crescimento neste período, incubar por 5 dias e realizar leitura diária hemocultura Coleta: É imprescindível realizar a antissepsia corretamente. Caso o paciente faça uso de antimicrobianos, realizar a coleta por punção venosa antes da administração do medicamento. Punções arteriais e veias em locais onde está fluindo alguma solução intravenosa devem ser evitadas. Recomendações: Identificar os frascos com etiqueta, nome do paciente, data e hora da coleta Enumerar os frascos conforme a ordem de punção (1ª, 2ª ou 3ª) Tirar o lacre dos frascos e limpar com álcool a 70%, esperar secar completamente Realizar a limpeza no local da punção com algodão ou gaze esterilizada para retirar a sujidade da pele, repetir se necessário Em seguida, realizar a a antissepsia com solução de clorexidina alcóolica a 0,5 a 2% com movimentos circulares (em forma de caracol) de dentro para fora e deixar secar totalemente Não apalpar ou tocar no local da punção, caso necessário, repetir o processo de antissepsia Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 76 Fazer a coleta com seringa e agulha descartáveis e transferir para o frasco apropriado SEM TROCAR A AGULHA Se optar pelo sistema fechado (scalp e adaptador) deixar sempre os frascos na posição vertical Homogeneizar os recipientes por inversão Selecionar outra área para a punção seguinte e colher com novos materiais Método manual: Não é o recomendado pois há mais riscos de contaminação. Quando opta-se por esse método é indicado incubação de no mínimo 7 dias a aproximadamente 35ºC. Dentro desse período deve-se observar a presença de colônias, hemólise, turbidez, produção de gás, bolhas e grumos que são indicativos de positividade. Quando coletado em seringa e agulha deve-se inocular a amostra primeiro em frasco anaeróbio e depois no aeróbio. Quando em sistema fechado é o contrário. Método automatizado: É considerado o método mais eficiente, dentre as vantagens temos: agilidade na liberação dos resultados, menos trabalho técnico e menorrisco de contaminação. A maioria dos resultados positivos acontece dentro de 24 horas, porém é recomendado cinco dias de incubação. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 77 cultura de amostras do trato respiratório superior Secreção de orofaringe: Com o auxílio de um abaixador de língua, pedir ao paciente que diga "AAAAA", comprimir e rolar o swab sobre as tonsilas e faringe posterior. Colocar o swab com o material colhido no meio de transporte indicado (Stuart ou Amies) e em seguida encaminhar ao laboratório em até 12 horas em temperatura ambiente. Evitar contato na língua, bochechas e úvula. Amostra nasal: Introduzir o swab pelo menos 1cm das narinas e fazer movimentos rotatórios entre 10 a 15 segundos. Encaminhar ao laboratório em meio de transporte indicado (Stuart ou Amies) em até 2 horas em temperatura ambiente. Amostra da nasofaringe: Após retirar o excesso de secreção e exsudato nasal, introduzir suavemente um swab fino com haste flexível através do nariz até a nasofaringe e fazer movimento rotatórios entre 10 a 15 segundos. Encaminhar a amostra ao laboratório em meio de transporte indicado (Stuart ou Amies) em até 12 horas em temperatura ambiente. Realizar teste rápido para detecção direta de antígenos de estreptococo do grupo A (S.pyogenes) Avaliar se houve contaminação da microbiota e presença de leucócitos por microscopia Realizar a primeira leitura após 18 a 24 horas de incubação Semear em placas de ágar sangue e chocolate e incubar em estufa com 5 a 10% de CO2 a +/- 35ºC Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 78 cultura de amostras do trato respiratório inferior Escarro expectodaro: Preferencialmente, colher a primeira amostra da manhã por ser um material mais concentrado. O paciente deve enxaguar a boca com água repetidas vezes para remover microrganismos da microbiota superficial e colher o material em recipiente de boca larga e tampa de rosca após tosse profunda. O frasco deve ser devidamente fechado e encaminhado com os dados do paciente, hora e data de coleta. Escarro induzido: É recomendado quando há suspeita de infecção por M. tuberculosis ou em indivíduos HIV positivos com suspeita de infecção por P. jirovecii. O laboratório deve ser informado quando esta for a metodologia de colheita realizada, pois é necessário seguir determinadas recomendações: - É recomendado que o paciente escove os dentes com água destilada ou soro fisiológico estéreis para evitar contaminações da água da torneira - Não deve ser utilizado pasta de dente - Realizar nebulização de 20 a 30ml de solução NaCl a 3% - Colher o material em recipiente de boca larga e tampa de rosca. O frasco deve ser devidamente fechado e encaminhado com os dados do paciente, hora e data de coleta. Aspirado traqueal: O material é obtido a partir de sonda de aspiração de pacientes intubados e em uso de aparelhos de respiração mecânica. Colher a amostra em recipiente de boca larga e tampa de rosca. O frasco deve ser devidamente fechado e encaminhado com os dados do paciente, hora e data de coleta. Lavado brônquico: Neste caso se trata de uma coleta invasiva. Onde deve-se injetar 20 a 30ml de NaCl a 0,85% estéril em adultos e 5ml em crianças e gentilmente aspirar de volta o líquido que foi injetado. Coletar em recipiente estéril. Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com Também chamado de Teste de Suscetibilidade a Antimicrobianos (TSA). Auxilia o médico quanto ao tratamento medicamentoso que de fato seja eficaz contra a infecção presente no paciente. Quando o fármaco é sensível ele é considerado útil, ou seja, há grandes chances de um tratamento bom e eficaz, porém quando ele é resistente, significa que provavelmente ele não terá eficácia no tratamento. O antibiograma é realizado geralmente no ágar Mueller-Hinton, sendo o teste por disco-difusão a técnica mais utilizada, onde é posto na superfície do meio discos de papel impregnados com uma concentração padronizada de antimicrobianos. A medida do diâmetro do halo formado deve ser aferido em milímetros para conferir a sensibilidade, de acordo com as tabelas de padronização CLSI ou EUCAST/BrCAST. 79 Realizar microscopia pela coloração de Gram A parte mais purulenta do escarro e aspirado deve ser semeado em ágar sangue, chocolate e McConkey por esgotamento em três diferentes direções Culturas em ágar sangue e chocolate devem ser incubadas em estufa de CO2 a +/-35ºC e MacConkey em estufa aeróbia entre 24 a 48 horas Noções sobre o antibiograma Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 80 Colher uma porção da cultura com o microrganimo de interesse em meio não seletivo, recém crescido e transferir para um tubo com soro fisiológico Com o swab umedecido com o inóculo obedecendo a escala de McFarland espalhar cobrindo todo a placa com ágar Mueller-Hinton Com uma pinça estéril pegar os discos e inserir na placa mantendo sempre distância de um disco para o outro Incubar por 24 horas a 37ºC e reportar a sensibilidade apresentada conforme as padronizações estabelecidas Como quantificar as colônias após semeadura em alça calibrada? Alça Diluição Colônias contadas Resultado 1ul 10ul 1:1000 1:100 80 50 80.000UFC/ml 5.000UFC/ml alça de 1ul = 1000 alça de 10ul = 100 Ou seja, após contar as colônias você vai verificar qual o calibre da alça utilizada no semeio e multiplicar o nº de colônias contadas pelo fator de diluição Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 81 Tabela de identificação inicial de bactérias frequentes na rotina Microrganismo Características Escherichia coli Bacilo gram - Oxidase - Indol + Klebsiella pneumoniae Bacilo gram - Oxidase - Indol - Cheiro de fermento de pão Pseudomonas aeruginosa Bacilo gram - Oxidase + Indol - Colônias irregulares no ágar MacConkey Cheiro de uva Proteus mirabilis Colônia com véu no ágar sangue Indol - Streptococcus pneumoniae Cocos gram + aos pares Catalase - Colônias umbilicadas com alfa- hemólise ou colônias mucoides Bile-solubilidade + Staphylococcus aureus Cocos gram + em grupos Catalase + Coagulase + Beta-hemolítico Enterococcus spp. Cocos gram + aos pares/cadeia Catalase - Não hemolítico Streptococcus agalactiae Cocos gram + aos pares/cadeia Catalase - Beta-hemólise CAMP teste + Streptococcus pyogenes Cocos gram + aos pares/cadeia Catalase - Hemólise maior que a colônia Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com 82 Referências Livros consultados: Barcelos, Luiz Fernando. Aquino, Jerolino Lopes. Tratado de análises clínicas. 1ed. Rio de Janeiro: Atheneu. 2018 Oplustil, Carmen Paz. et al. Procedimentos básicos em microbiologia clínica. 4ed. São Paulo: Sarvier. 2020 Tortora, Gerard J. Microbiologia. 12ed. Porto Alegre: Artmed. 2017 Links consultados: BR Cast: Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing. Disponível em: http://brcast.org.br/documentos/ Guia: Meios de cultura para bactérias. Disponível em: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/11/guia- meios-de-cultura-para-bacterias.html Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Disponível em: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://bvs ms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_co mpleto.pdf Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page Licenciado para - V aldirene M ourão C haves V asconcelos - 83120378372 - P rotegido por E duzz.com https://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page