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Indaial – 2021
SiStemaS de 
informaçõeS, inovação 
e tecnologia na Saúde
Profª. Joana Rita Galvão e Leandro Tiago Sperotto
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Joana Rita Galvão e Leandro Tiago Sperotto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
G182s
Galvão, Joana Rita
 Sistemas de informações, inovação e tecnologia na saúde. / Joana 
Rita Galvão; Leandro Tiago Sperotto. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 194 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-255-1
 ISBN Digital 978-65-5663-256-8
 1. Sistema de informação em saúde. - Brasil. I. Sperotto, Leandro 
Tiago. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
apreSentação
Neste estudo, abordaremos o Contexto Histórico do Sistema de 
Informação em Saúde, desde o período Colonial até os dias atuais. Nesse 
processo histórico serão abordadas as estratégias de saúde adotadas em cada 
período, bem como os tipos de controle e coleta de informações utilizados 
frente às diferentes epidemias vivenciadas. Posteriormente, inicia-se a 
discussão acerca dos SIS adotados pelo Ministério da Saúde atualmente, 
como formas de ampliar os conhecimentos pertinentes às bases de dados 
existentes, quais informações alimentam os sistemas e qual a contribuição de 
cada um deles para o processo de tomada de decisões estratégicas no Sistema 
de Saúde brasileiro. Da mesma forma, discorre-se sobre a forma como essas 
informações são divulgadas e como esses sistemas de informação têm sido 
substituídos ou adaptados para as tecnologias remotas, a partir da criação 
de aplicativos (app) informacionais da saúde. Apresenta-se ainda o sistema 
de informação criado como fonte informativa para difundir as questões 
relacionadas à pandemia do novo Coronavirus (COVID-19), tanto em nível 
nacional quanto internacional. Para finalizar, será feita a sistematização 
dos passos fundamentais para a organização de um SIS, bem como a forma 
pela qual são processados os registros eletrônicos em saúde (prontuários 
eletrônicos). Ao final de cada tópico são propostas atividades de revisão, 
como também, sugestões de leituras, resumos e as referências bibliográficas 
utilizadas.
Na Unidade 2, estudaremos o desenvolvimento e adoção da 
Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e todo processo que envolve 
o desenvolvimento dos sistemas, associando-o com as estratégicas 
tecnológicas. Abordaremos questões relacionadas à avaliação da eficácia e 
efetividade, das orientações e perspectivas da avaliação saúde pública, da 
ética, da pertinência da informação para a indústria farmacêutica. Também 
discutiremos sobre as principais tecnologias adotadas na área da saúde, bem 
como seu ciclo de vida e as etapas da avaliação tecnológica em saúde. Ainda, 
estudaremos os desafios enfrentados na área tecnológica, especificamente 
quanto aos recursos limitados, a diversidade no padrão de morbidade, a 
diversidade cultural, o sistema político, estrutura do sistema de saúde, a 
informação e os dados disponíveis, e, por fim, a capacidade tecnológica e 
a importância das tecnologias sociais como instrumentos para a tomada da 
decisão.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a Inovação nos Serviços 
de Saúde, e o que se espera desse processo, a partir da contextualização da 
Política Nacional de Gestão de Tecnologia em Saúde e as novas tendências em 
saúde. Nessa unidade serão apresentadas as novas tendências em saúde, que 
em alguns lugares já estão sendo utilizadas como alternativas aos métodos 
convencionais, como forma de otimizar, agilizar e garantir o atendimento 
aos usuários. Da mesma forma, são apresentados os estudos em andamento, 
bem como a fase de testes para implementação de novas tecnologias 
voltadas para 3D, 4D e 5G. Entre as tecnologias abordadas, discorre-se sobre 
a realização de exames, agendamento de consultas, a robótica, a Inovação em 
Medicina Social , redes alternativas contra a falsificação de medicamentos, a 
Inovação em Genética – um banco de dados para doenças de crânio e face, 
a Inovação em Prevenção – Coração resguardado na quimioterapia, o uso 
de nuvem no setor da saúde, o E-Saúde, a Telessaúde, a Telemedicina e o 
OncoSus – aplicativo facilita acesso documentos sobre câncer. 
Para finalizar, no decorrer de cada unidade, apresentam-se as leituras 
complementares sugeridas em cada tópico, proporcionando a construção 
dos conhecimentos de maneira mais prática acerca do conteúdo trabalhado. 
É preciso lembrar ainda que, ao final de cada tópico, realizaremos uma breve 
revisão de cada temática abordada, assim como realizaremos atividades 
objetivas e descritivas.
 
Bons estudos!
Prof. Leandro Tiago Sperotto 
Profª. Joana Rita Galvão
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) ............................................ 1
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE ................... 
 INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)............................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS): HISTÓRICO E UTILIZAÇÃO ......... 3 
2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA ......................................................................................................... 5
2.1.1 Período colonial ..................................................................................................................... 5
2.1.2 Século XIX ............................................................................................................................... 7
2.1.3 Século XX ................................................................................................................................9
2.1.4 O Século XXI ......................................................................................................................... 16
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS EM SAÚDE E OS DADOS
 EPIDEMIOLÓGICOS ................................................................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ...................................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE ................................................... 25
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ATUAIS .......................................................... 25 
2.1.1 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) ....................................... 28
2.1.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) .......................................................... 29
2.1.3 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) ............................................. 30
2.1.4 Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) ............................................................ 31
2.1.5 Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) ........................................... 35
2.1.6 Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB)........................................................... 37
2.1.7 Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) ................. 38
2.1.8 Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) ................... 42
2.1.9 Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo 
Humano (SISÁGUA) ........................................................................................................... 43
2.1.10 Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) .................. 44
2.1.11 Sistema de Informações do Câncer de Colo do Útero e Sistema de Informação do 
Câncer de Mama (SISCOLO/SISMAMA) ....................................................................... 45
2.1.12 Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos 
(SISHIPERDIA) ................................................................................................................... 46
2.1.13 Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL) ..................................... 47
2.2 DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ..................................................................................... 49
2.3 APP CORONAVÍRUS-SUS .......................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 56
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE .......... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 PASSOS FUNDAMENTAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DE UM SIS .................................... 61
3 REGISTRO ELETRÔNICO EM SAÚDE (PRONTUÁRIO ELETRÔNICO)........................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 68
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 71
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............................................... 73
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE
 TECNOLOGIAS EM SAÚDE .................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 75
2 PLANEJAMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............. 75
3 DIMENSÕES E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE .......... 84
4 ORIENTAÇÕES DA AVALIAÇÃO ................................................................................................ 88
5 PERSPECTIVAS DA AVALIAÇÃO ................................................................................................ 89
5.1 SAÚDE PÚBLICA ......................................................................................................................... 90
5.2 ÉTICA ............................................................................................................................................. 91
5.3 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................................................................................................. 92
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE .................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97
2 CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS ...................................................................................... 97
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ............................................... 101
4 CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS CANDIDATAS E 
ESTABELECER AS PRIORITÁRIAS ........................................................................................... 105
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 110
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ....................... 113
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 113
2 REALIDADE DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ...................................... 113
2.1 RECURSOS LIMITADOS ........................................................................................................... 115
2.2 DIVERSIDADE NO PADRÃO DE MORBIDADE ................................................................. 118
2.3 DIVERSIDADE CULTURAL ..................................................................................................... 118
2.4 SISTEMA POLÍTICO .................................................................................................................. 119
3 ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE ................................................................................... 119
3.1 INFORMAÇÃO E DADOS DISPONÍVEIS ............................................................................. 120
3.2 CAPACIDADE TECNOLÓGICA ............................................................................................. 120
4 TECNOLOGIAS SOCIAIS ............................................................................................................120
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 130
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ...................................................... 133
TÓPICO 1 — O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE? ...................................... 135
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 135
2 O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE? ............................................................. 135
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 143
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 145
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE ......... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 CONHECENDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM 
 SAÚDE .............................................................................................................................................. 147 
3 POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE ............................. 156
4 ANALISANDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
 EM SAÚDE E O SUS ....................................................................................................................... 158
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE ..................................................................... 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS EM SAÚDE ........................................................................ 165
2.1 PROJETOS DE INOVAÇÃO – RESULTADOS ....................................................................... 167
3 TELEMEDICINA ............................................................................................................................ 168
4 REALIZAÇÃO DE EXAMES ......................................................................................................... 171
5 MONITORAMENTO REMOTO .................................................................................................. 172
6 AGENDAMENTO DE CONSULTAS .......................................................................................... 172
7 ROBÓTICA SALVANDO VIDAS ................................................................................................ 173
8 INOVAÇÃO EM MEDICINA SOCIAL – UMA REDE CONTRA A FALSIFICAÇÃO
 DE MEDICAMENTOS ................................................................................................................... 174
9 INOVAÇÃO EM GENÉTICA – UM BANCO DE DADOS PARA DOENÇAS DE
 CRÂNIO E FACE .............................................................................................................................. 175
10 INOVAÇÃO EM PREVENÇÃO – CORAÇÃO RESGUARDADO NA
 QUIMIOTERAPIA ........................................................................................................................ 175
11 O USO DE NUVEM NO SETOR DA SAÚDE ......................................................................... 176
12 E-SAÚDE, TELESSAÚDE E TELEMEDICINA ........................................................................ 177
13 ONCOSUS – APLICATIVO FACILITA ACESSO DOCUMENTOS SOBRE CÂNCER ......... 179
14 TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA PANDEMIA ................................ 180
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 191
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 193
1
UNIDADE 1 — 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM 
SAÚDE (SIS)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os conceitos relacionados a um SIS, tais como: sistema, dado, 
informação, situação de saúde, indicador e Sistema de Informação em 
Saúde (SIS);
• discutir o modelo atual de SIS, sua funcionalidade para o processo de 
gestão do Sistema de Saúde e identificar seus principais usuários;
• identificar quais são as informações que devem conter um SIS, eviden-
ciando sua importância para os indicadores de saúde a partir de sua 
produção e disponibilidade;
• conhecer o passo a passo para a implantação e aperfeiçoamento de um 
SIS.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS 
 DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
TÓPICO 2 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
TÓPICO 3 – ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM 
 SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico! Neste tópico será trabalhado o contexto histórico da utilização 
dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) no decorrer do tempo. Para tanto, 
inicialmente, torna-se necessário que você problematize os conhecimentos que 
tem acerca do tema trabalhado, especialmente quanto: o que é um Sistema de 
Informação em Saúde? A partir de quando você acha que esse instrumento 
de informação e gestão passou a ser utilizado? Como eram organizadas as 
informações relacionadas à saúde (epidemiologia, mortalidades, epidemias, 
vacinação) antes da criação e adoção dos SIS?
Partindo dessas questões, este tópico apresenta uma contextualização 
histórica da saúde pública no Brasil, e, consequentemente como se organizavam 
os dados atualizados de diferentes regiões acerca dos aspectos relacionados à 
saúde da população. Para isso, inicialmente abordam-se as características sociais 
e sanitárias do Brasil desde o período Colonial, tendo como foco as ações em 
saúde e seus registros, e, posteriormente, finaliza-se com o cenário atual.
Neste tópico, ainda serão disponibilizados materiais extras, como vídeos, 
leituras complementares, charges e, principalmente, o passo a passo de como 
funcionam os Sistemas de Informação em Saúde (SIS).
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS): HISTÓRICO 
E UTILIZAÇÃO 
 
Qual é a importância e o que é um Sistema de Informação em Saúde? 
Desde quando se passou a utilizar os Sistemas de Informação m Saúde? Como 
funcionava antes a implementação dos SIS?
Antes de entrar na história, é necessário entender que a informação em 
saúde é a base para melhor gestão dos serviços, na medida em que orientaa 
implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde (AS), 
como também, das ações de prevenção e controle de doenças. 
São também de interesse dados/informações produzidos extrassetorial-
mente, cabendo aos gestores do Sistema a articulação com os diversos órgãos que 
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
4
os produzem, de modo a complementar e estabelecer um fluxo regular de infor-
mação em cada nível do setor saúde.
A figura a seguir apresenta as principais características que um Sistema 
de Informação eficiente deve apresentar:
FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EFICIENTE
FONTE: Os autores (2020)
Essas características variam de acordo com o tipo de sistema. O Sistema 
de Informação em Saúde (SIS) deve ter a sensibilidade na captação precoce, que 
pode ocorrer no perfil epidemiológico e de morbimortalidade da população dos 
territórios de saúde. 
Onde podemos visualizar essas características atualmente? – Na 
atualização diária dos casos de COVID-19 por municípios, regiões de saúde, 
estados e no país de modo geral. Essas atualizações são realizadas por cada gestor 
municipal e sua equipe de saúde ou vigilância em saúde. A partir desses dados, é 
possível que a população fique atualizada quanto à abrangência epidemiológica 
do vírus, permitindo também que os gestores consigam adotar estratégias de 
forma rápida para o enfrentamento da pandemia.
Mas.... Nem sempre foi assim! Vamos conhecer um pouco da história dos 
Sistemas de Informação em Saúde?
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
5
2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA 
Os SIS tiveram sua importância e utilização nos últimos anos, em razão da 
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). O Departamento de Informática 
do SUS (DATASUS) tem a responsabilidade de coletar, processar e disseminar 
informações da área. 
No sistema de informação disponibilizado pelo DATASUS apresenta-se o 
“Caderno de Informações de Saúde”, com todos os tipos de dados – demográficos, 
epidemiológicos, financeiros–sobre cada estado e município do Brasil (BRASIL, 2019).
2.1.1 Período colonial
O tema saúde não esteve presente durante o período colonial (1500-1889), 
tendo seus primeiros registros apenas quando a medicina passou a fazer parte 
das cidades, como um mecanismo de controle da vida social. 
No período em que se buscou combater a lepra e a peste (figura a 
seguir), foi realizado um controle sanitário nos portos, ruas, casas e praias pela 
administração portuguesa, embora a transformação do objetivo da medicina da 
doença para a saúde irá ocorrer somente no século XIX.
FIGURA 2 – RESUMO DO ESTADO DE SAÚDE NO PERÍODO COLONIAL
FONTE: Magalhães (2020, p. 22)
No Brasil colonial, o atendimento de saúde aos menos favorecidos era 
realizado por curandeiros e barbeiros. As ações de saúde pública no Brasil 
tiveram seu marco inicial com a chegada da família real, em 1808, porém, antes 
disso, já havia iniciativas de saneamento e precário controle de doenças, como a 
adoção das Ordenações Filipinas, de 1604. A partir de então, criou-se a primeira 
organização nacional de saúde pública no Brasil, denominada Provedoria da 
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
6
Saúde. Essa organização foi criada com o objetivo de promover e coordenar as 
medidas necessárias para a melhoria da saúde da população, além de cuidar do 
saneamento, do controle de alimentos, regulação do exercício da Medicina e vigiar 
os portos para evitar a entrada de pessoas contaminadas por alguma doença. 
No entanto, nessa época não existiam registros sobre o controle de doenças e de 
saúde da população.
A ciência médica era praticada por um pequeno quantitativo de 
médicos, cirurgiões e boticários, a maioria era membro da elite, bacharéis em 
universidades europeias. A maior disponibilidade médica ocorria nas grandes 
cidades, especialmente no Rio de Janeiro, Salvador e algumas outras capitais de 
províncias. Os atendimentos eram às famílias mais ricas. 
As populações mais pobres, moradores das ruas e escravos eram atendidos 
e contavam com a solidariedade das Santas Casas de Misericórdia, instituições 
religiosas e curandeiros, porém, existiam algumas instâncias oficiais de saúde nos 
grandes centros.
A chegada de dona Maria (A Louca) e de dom João VI, seu filho e Príncipe 
Regente de Portugal, inicialmente não representou evolução significativa na área 
da saúde pública brasileira. No entanto, houve mudanças perceptíveis, uma vez 
que, a situação em Saúde Pública era próxima de zero e, com a vinda dos nobres, 
algumas ações foram desenvolvidas. 
Entre as modificações ocorridas, pode-se citar: melhor acesso aos 
medicamentos e consequentemente, melhores condições de trabalho para os 
“físicos”, “cirurgiões-barbeiros” e os demais curandeiros, que eram muitos no 
país nesse período. Mesmo com esses avanços no campo da saúde, a realidade era 
pautada pela falta de organização e planejamento. Nesse período, era oferecido à 
população o mínimo de proteção e de ações de recuperação da saúde. A situação 
quase inexistente de assistência à saúde aumentava os transtornos, tornando a 
realidade muito instável na época, e tornava a situação mais instável do que o 
desejado. Havia alta mortalidade, principalmente entre os escravizados, sendo 
A vinda da família real ao Brasil (1808) criou a necessidade da organização 
de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte à estrutura de poder que se 
instalava na cidade do Rio de Janeiro, trazendo mais gente e mais responsabilidades para 
a localidade. Ainda que de forma incipiente, as intervenções estatais na área da saúde se 
descolam paulatinamente da ação direta sobre o doente e passam a focar mais a saúde, ou 
a preocupação em garantir a saúde dos sãos e prevenir doenças. Tanto foi assim que, em 
1846, foi fundado o Instituto Vacínico do Império.
ATENCAO
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
7
que em alguns momentos a natalidade era menor do que a mortalidade entre eles. 
Nessa época, como não era dada atenção especial à saúde, não havia registros 
de dados epidemiológicos, doenças, nascimentos, mortes, ou dispensação de 
medicamentos e prescrição de tratamentos.
2.1.2 Século XIX
Com a chegada da Família Real, a situação começou a mudar. Foram 
criadas instâncias públicas de saúde, com atribuições de fiscalizar o exercício 
da medicina, bem como a realização de exames da classe, para as pessoas que 
tivessem interesse em trabalhar oficialmente na área, e, consequentemente, 
ocorria a aplicação de multas para quem exercesse a profissão sem autorização, 
como forma de garantir a salubridade na Corte. Essas medidas caracterizaram 
um primeiro passo para a consolidação acerca da saúde pública no Brasil, apesar 
de apresentar-se de forma restrita, pois o objetivo principal era manter a Corte, 
ou seja, a elite, protegida das doenças e falta de higiene nos portos.
Na época, o Rio de Janeiro era conhecido pela Europa como uma cidade 
pestilenta, e com isso, não atraia investimentos na agricultura, que tinha seu polo 
financeiro nessa cidade. A partir de então, criou-se a Polícia Médica, com intuito 
fiscalizatório nos portos e no comércio de alimentos na cidade. Concomitante 
a isso, criaram-se as primeiras faculdades de medicina no Rio de Janeiro e em 
Salvador, passando-se a emitir diplomas de médico, farmacêuticos e parteiras 
(LUCCHESE, 2006).
No ano de 1849, tem-se os primeiros casos de ocorrência da febre amarela 
no Brasil, tendo sua entrada através de um navio vindo dos Estados Unidos. Até 
o ano seguinte, atingiu 90 mil dos 266 mil habitantes da capital, matando mais de 
quatro mil pessoas em um curto período. Como não existia assistência médica e 
medicação para toda população, esta encontrava-se fragilizada lutando contra a 
morte, pois os doentes pobres eram cuidados pelos negros curandeiros, enquanto 
os ricos buscavam tratamento na Europa.
Entre 1848-49 e 1853-54,John Snow identificou o local de moradia de cada 
pessoa que morreu por cólera em Londres, notando associação entre a origem da água 
utilizada para beber e as mortes ocorridas.
A partir de então, Snow comparou o número de óbitos por cólera em áreas abastecidas por 
diferentes companhias e verificou que a taxa de morte foi mais alta entre as pessoas que 
consumiam água fornecida pela companhia Southwark.
ATENCAO
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
8
A partir de então, nasce a política de saúde brasileira idealizando o 
combate das enfermidades que reduziam a vida da população. Em função do 
surto epidêmico da febre amarela, foi criada a Junta Central da Higiene Pública 
em 1851. Ficou responsável pelo planejamento, organização e desenvolvimento 
da política sanitária em terra, fazendo o monitoramento de todos os espaços 
potencialmente perigosos da cidade. Desse período em diante, começam-se a 
esboçar os primeiros registros (relatórios) sobre a saúde pública do Brasil.
Demonstrou-se então:
FIGURA 3 – INDICATIVO TEÓRICO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
FONTE: Os autores (2020).
Nesses registros/relatórios elaborados pela Junta, havia informações a 
respeito do estado de insalubridade da cidade, contendo a discriminação de suas 
causas, conforme citado por Silva (2002):
• Despejos dos resíduos, unidos aos esgotos, despejos orgânicos e a 
umidade.
• Os rios que cortavam a cidade carregados de imundícies.
• O matadouro, o lixo das ruas e das praias.
• Os cemitérios.
• As fábricas e estabelecimentos industriais.
• A umidade nociva pela falta de escoamento para as águas pluviais e do 
esgotamento sanitário.
Como a Junta era responsável apenas pelo monitoramento das condições 
salubres da cidade, não havia registros quanto às questões relacionadas diretamente 
à saúde. Nesse período em 1880, a população no Brasil já atingia a marca de 11 
milhões, sendo formada essencialmente por escravos, o que contribuiu para a 
falta de políticas públicas de saúde. Ainda neste século, houve a independência 
do Brasil, e com ela, surgiram as Câmaras Municipais, responsáveis pelas 
questões de saúde, desenvolvendo uma gestão totalmente descentralizada, cada 
município tinha autonomia para agir dentro de suas possibilidades e interesses, 
porém, geralmente era controlada pelas classes mais ricas. Nessa época, o sistema 
de saúde tinha como papel principal basicamente a vacinação contra a varíola 
apenas durante as endemias e expulsava os doentes com doenças contagiosas 
das áreas urbanas para o interior, ou até mesmo, isolava-os em Casas de Saúde 
para manter eles afastados do convívio e do contágio da sociedade. Um exemplo 
clássico, é a criação dos leprários, para isolamento das pessoas com lepra.
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
9
Nesse período, o país apresentava significativo crescimento econômico, 
como a Europa e os Estados Unidos, favorecendo assim maior urbanização, 
mas não o suficiente para melhorar a saúde pública nacional. O governo vinha 
mantendo as mesmas características que o período imperial quanto à saúde 
brasileira (POLITIZE, 2018).
Inicialmente, teve sua aplicação visando ao controle de doenças 
transmissíveis e, mais tarde, na busca de conhecer as relações entre condições ou 
agentes ambientais e doenças específicas.
2.1.3 Século XX
Foi a partir do início do século XX que ocorreram mudanças na política 
de saúde do país. Com muitas transformações no caráter produtivo e econômico 
imperando no país, foram consolidadas novas formas de produção em 
determinadas regiões, porém subordinadas à racionalidade capitalista articulada 
ao Mercado Internacional. Nas regiões onde a relação capitalista era mais forte, 
as políticas de saúde foram orientadas com foco na preservação da força de 
trabalho, como por exemplo, no interior de SP, e Rio e São Paulo, os dois centros 
comerciais, financeiros e industriais do país.
Os padrões sanitários, diferentes do modelo escravagista, até então 
instaurado, foi modificado com a hegemonia das classes ligadas ao café. Essa nova 
forma sanitária objetivou a melhoria das condições das cidades, especialmente as 
portuárias, no período em que ocorreu a transição para a órbita da acumulação 
industrial, como também a necessidade de ampliação do comércio exterior, 
abrindo as portas para imigrantes europeus. Nessa época, os governantes achavam 
que o combate à febre amarela era a chave principal para o desenvolvimento 
da Saúde Pública no Brasil, pois sua gravidade inibia os estrangeiros a virem 
trabalhar aqui, e impedia à expansão do comércio internacional.
No período entre 1902 – 1906, intensificou-se a luta sanitária, pois era 
essencial para o êxito econômico do país, para Reforma Urbana. Em 1904, a 
vacina tornou-se obrigatória, sendo aplicada de forma violenta e autoritária, 
Foi somente neste século que a distribuição das doenças em grupos humanos 
específicos passou a ser medida e registrada em larga escala. A abordagem epidemiológica 
que passou a comparar os coeficientes (ou taxas) de doenças em diversos populacionais 
passou a ser rotina no final do século XIX e início do século XX.
ATENCAO
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
10
desencadeando a Revolta da Vacina. Nessa época, os registros apontam para 
1.800 internações por causa da varíola no Hospital São Sebastião. No entanto, as 
camadas populares não aceitaram a vacina, que em uma versão bem rústica, era 
um líquido de pústulas de vacas doentes (figura a seguir). Em razão disso, existia 
o boato entre a população de que a vacina deixava os vacinados com feições 
bovinas.
FIGURA 4 – REVOLTA DA VACINA
FONTE: Fiocruz (2005, p. 1).
Importante destacar que o uso de vacina contra a varíola no Brasil foi 
declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos em 1846. No entanto, 
como a disponibilidade da vacina não era suficiente para atender a todo esse 
público, a resolução não era cumprida. Assim, em 1884, começou-se a produzir a 
vacina em escala industrial no Rio de Janeiro. 
Anos mais tarde, em junho de 1904, Oswaldo Cruz idealizou a volta da 
obrigatoriedade da vacinação em todo país, motivando o governo a enviar ao 
Congresso essa resolução. Como forma de controle social e sanitário, apenas os 
indivíduos que comprovassem ter sido vacinados conseguiam contratos de tra-
balho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens 
etc. Como as camadas mais populares não aderiam ao plano de vacinação, em 5 
de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias de-
pois, estudantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. Até 1920, a atuação das 
campanhas sanitárias era voltada para os problemas de saúde que ameaçavam 
diretamente as relações de produção (FIOCRUZ, 2020).
Vídeo: A revolta da Vacina. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=phUmdyENIAY.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=phUmdyENIAY
https://www.youtube.com/watch?v=phUmdyENIAY
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
11
A partir da imposição da vacinação obrigatória, passa a ocorrer um 
deslocamento do foco de intervenção das práticas de saúde: do doente/doença 
para a saúde. Nesse novo cenário, o médico assume novo papel, em que precisava 
dificultar o aparecimento da doença. Nesse jogo, como a sociedade era vista 
como desorganizada e responsável pelo aparecimento das doenças, os médicos 
deveriam atuar no pilar: EMERGÊNCIA DA PREVENÇÃO. Nesse cenário, a 
medicina começa a se reinventar e a sociedade, medicada. Como as questões 
sanitárias ainda eram incipientes, o modelo médico lacunar e fragmentário, não 
conseguia controlar a saúde pública, por essa razão, a medicação surgia antes dos 
problemas, propriamente ditos.
As questões sanitárias passaram então a ser vistas com um enfoque mais 
social do que econômico. Ocorreu a interiorização do sanitarismo, a criação de 
diversos programas de saúde, além da criaçãoe do Ministério da Educação e Saúde 
Pública em 1930. Segundo a FUNASA (2019), os serviços relacionados à saúde 
pública foram transferidos para o novo Ministério dos Negócios da Educação 
e Saúde Pública. Foi reativado o Serviço de Profilaxia de Febre Amarela, em 
função da epidemia de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da dispersão do mosquito 
transmissor.
Em 1939 teve a criação do Serviço de Malária do Nordeste (SMN) para 
intensificar o combate ao Anopheles gambiae, introduzido em Natal/RN, em 1930. 
Foi estabelecido, com essa finalidade, novo convênio com a Fundação Rockefeller. 
O SMN existiu até 1941, quando foi erradicado o mosquito (Decreto nº 1.042, de 11 
de janeiro de 1939). Foi a partir da década de 1950 que os métodos epidemiológicos 
passaram a ser aplicados para doenças crônicas não transmissíveis tais como 
doença cardíaca e câncer, especialmente nos países industrializados.
Especificamente, em 1951, por decisão da Assembleia Mundial da Saúde, 
retomaram-se as ações de promoção e controle da varíola em todo o mundo. Já em 
1953 houve a criação do Ministério da Saúde, que foi regulamentado pelo Decreto 
nº 34.596, de 16 de novembro de 1953, (Lei nº 1.920, de 25 de julho de 1953). 
No mesmo ano, tornou-se obrigatória a iodação do sal de cozinha destinado a 
consumo alimentar nas regiões bocígenas do país (Lei nº 1.944, de 14 de agosto 
de 1953). 
Anos mais tarde, em 1956, criou-se o Departamento Nacional de 
Endemias Rurais (DENERu), incorporando então os programas existentes, sob a 
responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (febre amarela, malária e 
peste) e da Divisão de Organização Sanitária (bouba, esquistossomose e tracoma), 
órgãos do novo Ministério da Saúde (Lei nº 2.743, de 6 de março de 1956).
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
12
A década de 1960 é marcada pelo início de diversas campanhas produção de 
vacinas e vacinação em busca da erradicação de doenças da população, tais como:
Produção da vacina liofilizada, no Brasil, contra a varíola, substituindo-se a tradicional, 
em forma de linfa, pouco estável. Introdução da técnica de diagnóstico laboratorial da 
poliomielite, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
ATENCAO
Ocorre ainda a realização das primeiras campanhas com a vacina oral 
contra a poliomielite, iniciando com projetos experimentais nas cidades de 
Petrópolis/RJ e Santo André/SP. No mesmo período é regulamentado o Código 
Nacional de Saúde, Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, que passou então a 
estabelecer Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde (Decreto nº 49.974-
A, de 21 de janeiro de 1961). No ano seguinte, institui-se a Campanha Nacional 
contra a Varíola, sendo coordenada pelo Departamento Nacional de Saúde, 
organizando operações de vacinação em diversos estados, a partir de mobilização 
de recursos locais. Ocorre também o ensaio para administração da vacina BCG 
Intradérmica, no país.
Em 1965, cria-se a Campanha de Erradicação da Malária (CEM) (Lei nº 
4.709, de 28 de junho de 1965). Em 1966, inicia-se a Campanha de Erradicação da 
Varíola (CEV), também realizada diretamente pelo Ministério da Saúde, dirigida 
por pessoal dos quadros da Fundação Sesp (Decreto nº 59.153, de 31 de agosto 
de 1966). A partir de 1969, o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) passou a 
denominar-se Fundação de Serviços de Saúde Pública Fsesp (Decreto Lei nº 904, 
de 1 de outubro de 1969).
Surgiu ainda o sistema de notificação de algumas doenças transmissíveis, 
prioritariamente aquelas passíveis de controle por meio de programas de 
vacinação, e foi organizado, pela Fundação Sesp, que também criou o Boletim 
Epidemiológico. Na década de 1970 continuaram ocorrendo inúmeras mudanças 
em nível organizacional, iniciando-se pela reorganização administrativa do 
Ministério da Saúde, através da criação da Superintendência de Campanhas de 
Saúde Pública (Sucam), que ficou subordinada à Secretaria de Saúde Pública, 
incorporando o DENERu, a CEM e a CEV (Decreto nº 66.623, de 22 de maio de 
1970).
Ainda, ocorreu a criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística 
da Saúde (Dnees), no Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças. Foram 
instaladas as unidades estaduais de Vigilância Epidemiológica da Varíola. 
No ano de 1971, foi instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite, 
tornando-se um marco para as atividades de vacinação do país. Desenvolveu-se 
ainda o primeiro projeto piloto no estado do Espírito Santo, incluindo avaliação 
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
13
da resposta sorológica à vacina e introduziu-se a metodologia de campanhas 
estaduais realizadas em um só dia, criando-se então, os calendários vacinais.
Cria-se também, a Central de Medicamentos (Ceme) e inicia-se a 
organização do sistema de produção e distribuição de medicamentos essenciais, 
incluindo os produtos imunobiológicos. Posteriormente, passa-se a utilizar um 
sistema de registro de doses de vacinas aplicadas e a implantação do Sistema de 
Informações sobre Mortalidade (SIM). Implantação do Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM).
Através da Portaria GM/MS nº 314, de 27 de agosto de 1976, fica 
estabelecida a notificação compulsória de doenças. É implementado o sistema 
nacional de vigilância de casos suspeitos de poliomielite, contando com o 
apoio de laboratórios de diagnóstico, permitindo assim a definição do perfil 
epidemiológico da doença no país. E ainda, passa-se a utilizar a caderneta de 
vacinação. Em 1988, com a Promulgação da Constituição Federal, de 5 de outubro 
de 1988, institui-se a saúde como direito constitucional:
Arts. 196 – 198 e 200 Seção II Da Saúde.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo 
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito 
privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
Participação da comunidade
[...]
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei:
-Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, 
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
-Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como 
as de saúde do trabalhador;
-Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
Participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
-Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico;
-Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu 
teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano;
-Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
-Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho (BRASIL, 1988).
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
14
Com a promulgação da Constituição da República teve-se a garantia do 
acesso à saúde conforme apresentado na Figura 5, institui-se o Sistema Único 
de Saúde (SUS), definindo seus objetivos, competências e atribuições; princípios 
e diretrizes; organização, direção e gestão (Figura 6). Criou-se o subsistema 
de atenção à saúde indígena; regulou-se aprestação de serviços privados de 
assistência à saúde; definiu políticas de recursos humanos; financiamento; gestão 
financeira; planejamento e orçamento (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990).
FIGURA 5 – CONSTITUIÇÃO E GARANTIA DO DIREITO A SAÚDE PELA CF/1988
FONTE: Adaptado de < https://bit.ly/3hL5a0b >. Acesso em: 7 dez. 2020. 
FONTE: PASSOS (2016, p. 3).
Os objetivos, competências e atribuições; princípios e diretrizes; 
organização, direção e gestão (figura a seguir) são norteadores de todo o sistema 
de saúde, orientando ações, projetos e estratégias de atendimento em âmbito 
nacional.
FIGURA 6 – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS DO SUS
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
15
De acordo com a Cartilha SUS (2016), os princípios Universalidade, 
Equidade e Integralidade correspondem diretamente à garantia do direito ao 
acesso à saúde. Desta forma, todos devem ter acesso aos serviços de saúde e em 
todos os níveis de assistência (universalidade), de maneira anticulada e contínua, 
com ações e serviços de prevenção, promoção, recuperação, tanto individuais 
como coletivas, conforme os casos, em todos os niveis de complexidade do 
sistema (integralidade), diminuindo assim as desigualdades sociais, com maior 
enfase e prioridade para regiões, comunidades e pessoas carentes (equidade).
Pertinente aos objetivos, evidencia-se quanto à:
• Identificação e divulgação: a partir de pesquisas, estudos epidemiológicos e 
sistema de informação em saúde, sejam explicitados os fatores condicionantes 
e determinantes de saúde.
• Formulação de uma política de saúde: a partir da promoção nos campos 
econômico e social a observancia do dever do estado (§ 1º do Art. 2º, Lei nº 
8080/1990).
• Assistência às pessoas: ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, 
com a integração das ações assistenciais e das atividades preventivas.
A partir da implementação do SUS, emerge a necessidade em criar um 
Sistema de Informação em Saúde, com dados atuais, respectivos a todas as regiões 
do país, em todas as esferas da saúde. Nessa concepção, o Ministério da Saúde, 
a partir Portaria Ministerial nº 2390/96, caracteriza os requisitos essenciais para 
o SIS:
Art. 1° Fica instituída a Rede Integrada de Informações para a Saúde 
(RIPSA), com os seguintes objetivos:
I - estabelecer bases de dados consistentes, atualizados, abrangentes, 
transparentes de fácil acesso;
II - articular instituições que possam contribuir para o fornecimento 
e crítica de dados e indicadores e para a análise de informações, 
inclusive com projeções e cenários;
III - implementar mecanismos de apoio para o aperfeiçoamento 
permanente da produção de dados e informações;
IV - promover intercâmbio com outros subsistemas especializados de 
informação da administração pública;
V - contribuir para o aprofundamento de aspectos ainda pouco 
explorados, ou identificados como de especial relevância para a 
compreensão do quadro sanitário brasileiro (BRASIL, 1996, s. p.).
Vídeo: SUS 30 anos. Disponível em: https://bit.ly/3rZ3zZm
DICAS
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
16
No próximo subtópico, apresentam-se os principais movimentos na área 
da saúde, que possibilitaram então, o desenvolvimento tecnológico dos SIS, no 
século XXI.
2.1.4 O Século XXI
Os SIS, nos últimos anos, tiveram um crescimento acelerado, tendo seu 
ápice com a implantação do SUS. O Departamento de Informática do SUS 
(DATASUS) tem a função e a responsabilidade de coletar, processar e disseminar 
informações sobre saúde. Como visto no início da unidade, o DATASUS mantém 
atualizado em seu site um “Caderno de Informações de Saúde”, com diversos 
tipos de dados – demográficos, epidemiológicos, financeiros – sobre cada estado 
e município do Brasil, conforme figura 7 (BRASIL, 2020).
FIGURA 7 – PÁGINA DATASUS – INFORMAÇÕES DE SAÚDE
FONTE: <https://bit.ly/3ojYKaV>. Acesso em: 7 dez. 2020;
Conforme observado na figura, a página inicial do DATASUS apresenta 
uma visão geral das informações contidas na banco de dados, e cada link direciona 
a pesquisa por região e por tipo de dado.
De acordo com a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde 
(2010, p. 9), “o desenvolvimento, a incorporação e a utilização de tecnologias 
nos sistemas de saúde, bem como a sua sustentabilidade, estão inseridos em 
contextos sociais e econômicos, que derivam da contínua produção e consumo 
de bens e produtos”. Essa necessidade, como visto anteriormente, passou a ser 
percebida após a Segunda Guerra Mundial, onde se observou um crescente 
desenvolvimento científico e tecnológico que poderia contribuir para a 
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
17
constituição do complexo econômico da saúde, como um dos setores de maior 
desenvolvimento, contribuindo para a expansão dos sistemas de saúde e da 
medicalização das sociedades enquanto um direito a ser preservado, tanto dos 
indivíduos quanto das populações.
A partir de então ocorreu o fortalecimento do papel de seus profissionais 
e dos usuários, exercendo forte pressão pela incorporação de novas tecnologias. 
Nesse viés, o conhecimento em saúde começou a ser articulado numa perspectiva 
populacional e social, superando os limites da prática clínica individual.
A partir de então, passa-se a pensar em políticas e, principalmente 
estratégias que venham a contribuir com o processo de informação em sistemas 
(rede) viabilizando a resolutividade das demandas da saúde, e assim, articular 
ações em âmbito: municipal, estadual e federal, de acordo com a realidade 
evidenciada em cada território. Consta na Política Nacional de Gestão de 
Tecnologias em Saúde (2010) que uma das formas de se garantir o princípio 
da integralidade, é por meio da incorporação de novas tecnologias e esta deve 
privilegiar a integração de alternativas eficazes e seguras, e dentro do possível, que 
os danos ou riscos não venham a superar os seus benefícios e que, principalmente, 
beneficie todos os que delas necessitem, não prejudicando o atendimento de 
outros segmentos da população.
Nesse processo, a gestão das tecnologias em saúde implica também uma 
reflexão sobre o princípio da equidade, considerando-se que o SUS é um sistema 
hierarquizado, e sua tomada de decisão para incorporação tecnológica deve 
envolver 27 unidades federativas e aproximadamente 5.600 municípios, com 
diferentes características e tetos financeiros. Agregado a isto a regionalização, que 
é uma diretriz do SUS e um eixo estruturante do Pacto pela Vida, em Defesa do 
SUS e de Gestão, o que demonstra a complexidade do processo decisório entre e 
nas instâncias gestoras do SUS.
Gestão de tecnologias em saúde como o conjunto de atividades gestoras 
relacionado com os processos de avaliação, incorporação, difusão, gerenciamento da 
utilização e retirada de tecnologias do sistema de saúde. Este processo deve ter como 
referenciais as necessidades de saúde, o orçamento público, as responsabilidades dos três 
níveis de governo e do controle social, além dos princípios de equidade, universalidade e 
integralidade, que fundamentam a atenção à saúde no Brasil.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
18
Entre todas as razões explicitadas, o principal foco de um SIS é a atualização 
das informações pertinentes à saúde. Nesse viés, a seguir serão apresentados os 
principais aspectos relacionados às características de estudos epidemiológicos, 
que mantém os SIS atualizados, a partir de cada área e dos diferentes territórios 
nacionais.
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS EM SAÚDE E OS 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Conforme vimos anteriormente, as primeiras intervenções estatais na 
área de prevenção e controle de doenças, que foram desenvolvidas com bases 
científicas, dataram no início do século XX e foram orientadas especialmente pelo 
avanço das bactérias e pelo entendimento dos ciclos epidemiológicos de algumas 
doenças infecciosas e parasitárias que acometerama população. Inicialmente, as 
intervenções ocorriam a partir da organização de campanhas sanitárias voltadas 
ao controle de doenças que principalmente, comprometiam o desenvolvimento 
econômico, por exemplo: febre amarela, peste e varíola. Notadamente, essas 
campanhas se valiam de instrumentos eficazes diagnosticando os casos, 
combatendo os vetores, imunizando e tratando a população em massa com 
fármacos, entre outros. É claro que os modelos operacionais utilizados, baseavam-
se nas atuações verticais, com inspiração militar, organizadas em fases bem 
estabelecidas: preparatória, de ataque, de consolidação e de manutenção.
Na Figura 8 é possível observar os pontos centrais que norteiam os estudos 
epidemiológicos e a epidemiologia como ciência.
FIGURA 8 – OBJETOS DE ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA
FONTE: Os autores (2020)
Nos aspectos epidemiológicos é necessário compreender o conceito-chave 
e sua aplicabilidade (Figura 9), ou seja, cada estudo realizado tem um alvo a ser 
definido, caracterizado, sistematizado e apresentado no conjunto de informações.
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
19
FIGURA 9 – APLICABILIDADE DO CONCEITO DE ALVO EM EPIDEMIOLOGIA
FONTE: Os autores (2020)
Entende-se então que a epidemiologia ao longo do tempo foi sendo 
utilizada para descrever o contexto da saúde de grupos populacionais, podendo 
ser: 
Descritiva: ao estudar a frequência e a distribuição dos parâmetros de 
saúde ou de fatores de risco das doenças nas populações. 
Analítica: testando hipóteses de relações causais.
Os estudos epidemiológicos observacionais, como mencionado, são 
divididos em dois grupos: descritivos e analíticos, e em cada um, é possivel 
desenvolver diferentes propostas metodológicas, conforme apresentado na figura 
a seguir.
FIGURA 10 – TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS
FONTE: Adaptado de Bonita, Beaglehole e Kjellström (2010, p. 19)
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
20
A figura a seguir apresenta resumidamente, os objetivos dos estudos 
epidemiológicos:
FIGURA 11 – OBJETIVOS DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
FONTE: Os autores (2020)
Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das populações. 
No entanto, o estado de saúde da população não é totalmente medido em muitas 
partes do mundo, e essa falta de informações constitui um grande desafio para os 
epidemiologistas. 
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
A investigação epidemiológica de campo de casos, surtos, epidemias ou outras formas 
de emergência em saúde é uma atividade obrigatória de todo sistema local de vigilância 
em saúde, cuja execução primária é responsabilidade de cada respectiva unidade técnica 
que, nesse contexto, pode ser apoiada pelos demais setores relacionados e níveis de 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é um dos diferentes segmentos de resposta 
in loco dos serviços de saúde e deve ocorrer de forma integrada e concomitante com 
as demais ações relacionadas à vigilância, promoção e assistência para a prevenção e 
controle de doenças (transmissíveis ou não) ou agravos (inusitados ou não).
Seu objetivo é garantir a obtenção, de forma correta e completa, por meio de fontes 
primárias (coleta direta nos pacientes ou serviços de saúde) ou secundárias (registros 
não eletrônicos de serviços de saúde ou bases de dados de sistemas de informação), das 
informações necessárias referentes a diferentes contextos, tais como:
• caso isolado ou agregado de casos de doença ou agravo de notificação compulsória 
ou compulsória imediata;
• descrição epidemiológica e identificação de fatores associados à ocorrência de possível 
mudança de padrão epidemiológico de doença ou agravo, para dado tempo, população 
e local:
• mudanças dos níveis de doença ou óbito acima dos esperados;
• evento com agente etiológico, fonte, veículo ou via de transmissão novo, desconheci-
do ou incomum;
• doença na qual a evolução dos casos é mais severa do que o esperado ou os sintomas 
apresentados são incomuns.
FONTE: Adaptado de < https://bit.ly/3hWDRAt >. Acesso em: 24 nov. 2020.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
21
Dica de Leitura: BRANDÃO, Ana Claudia Soares; SILVA, Juliana Rocha de Al-
meida. A contribuição dos sistemas de informação em saúde (SIS) para o processo de 
auditoria do SUS. Disponível em: http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribui-
cao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/.
DICAS
http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribuicao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/
http://atualizarevista.com.br/article/v1-n1-a-contribuicao-dos-sistemas-de-informacao-em-saude-sis-para-o-processo-de-auditoria-do-sus/
22
 Neste tópico, você aprendeu que:
• No decorrer do processo histórico da saúde pública do Brasil, a população 
passou por diversas epidemias, e, em cada uma delas, adotaram-se medidas 
que vieram ao encontro das estratégias viáveis ou disponíveis em cada época. 
No entanto, observou-se ainda que os controles epidemiológicos estiveram 
relacionados aos impactos que causavam na economia do país.
 
• Foi a partir da 5ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1975, que foi 
instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) pelo o 
Ministério da Saúde, através de legislação específica (Lei nº 6.259/75 e Decreto 
nº 78.231/76). 
• Esses instrumentos legais foram os primeiros passos para tornar obrigatória 
a notificação de doenças transmissíveis selecionadas, constantes de relação 
estabelecida por portaria. Em 1977, o Ministério da Saúde elaborou o primeiro 
Manual de Vigilância Epidemiológica, reunindo e compatibilizando as 
normas técnicas então utilizadas para a vigilância de cada doença, no âmbito 
de programas de controle específicos.
• O atual Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o SNVE, definindo em seu 
texto legal (Lei nº 8.080/90), a vigilância epidemiológica como “um conjunto de 
ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos” (BRASIL, 1990).
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 No tópico1 foi possível conhecer todo processo histórico que envolveu a 
área da saúde, especialmente a epidemiológica e de saúde pública. Sobre 
quais foram as questões de saúde pública ou do sistema de saúde, no século 
XIX, com a independência, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As políticas públicas serão concebidas enquanto instrumento para 
sanear os espaços de circulação e distribuição de mercadorias.
b) ( ) Nasce a política de saúde brasileira com ideias e planos para tentar 
combater as enfermidades que reduziam a vida da população.
c) ( ) A organização sanitária, estava estreitamente articulada com as 
necessidades do desenvolvimento capitalista brasileiro.
d) ( ) A vacinação contra a varíola durante as endemias e expulsão dos 
doentes acometidos por doenças contagiosas das áreas urbanas.
e) ( ) A saúde era acionada quando do aparecimento de mazelas que 
atingiam a população, praticava-se uma saúde curativa e não 
preventiva.
2 Com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) através da Lei nº 
8.080/1990, aquelas situações que dificultavam o acesso aos serviços públicos 
de saúde pelos usuários, como a necessidade de trabalharem formalmente 
e inseridos no mercado de trabalho foram excluídas a partir das disposições 
constitucionais citadas, especialmente por meio do princípio de qual fator? 
a) ( ) Regionalização. 
b) ( ) Universalidade. 
c) ( ) Hierarquização. 
d) ( ) Descentralização. 
e) ( ) Integralidade.
3 A abordagem epidemiológica que compara os coeficientes (ou taxas) de 
doenças em subgrupos populacionais tornou-se uma prática comum no final 
do século XIX e início do século XX. A sua aplicaçãofoi inicialmente feita com 
qual objetivo?
a) ( ) Controlar doenças transmissíveis e, posteriormente, estudar as rela 
ções entre condições ou agentes ambientais e doenças específicas
b) ( ) Propor melhorias no suprimento de água, mesmo antes da desco 
berta do microrganismo causador da cólera. 
AUTOATIVIDADE
24
c) ( ) Estudos epidemiológicos identificaram medidas apropriadas a se 
rem adotadas em saúde pública.
d) ( ) Remover fatores ambientais contrários à saúde ou de criar condições 
que a promovam.
e) ( ) A população utilizada em um estudo epidemiológico é aquela 
localizada em uma determinada área ou país em certo momento 
do tempo.
4 O século XX criou inúmeras estratégias de controle epidemiológico e sanitário 
da população. Discorra sobre dois eventos marcantes que destacaram uma 
mudança na concepção do contexto da saúde brasileira.
5 Com a implementação do SUS, o sistema de saúde, bem como o acesso da 
população passou a ser norteado por três princípios fundamentais. Cite e 
explique cada um deles.
25
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentados os principais Sistemas de Informação 
em Saúde atualmente utilizados no Brasil. Nesse sentido serão apresentadas 
as funcionalidades e utilizações do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (SINAN); Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM); Sistema 
de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC); Sistema de Informações 
Hospitalares (SIH/SUS); Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/
SUS); Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB); Sistema de Informações 
de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN); Sistema de Informações do 
Programa Nacional de Imunização (SI-PNI); Sistema de Informação de Vigilância 
da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISÁGUA); Sistema do Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).
Em cada SIS apresentado será demonstrado o passo a passo de atualização 
de cada sistema, bem como as organizações responsáveis por cada um, as suas 
contribuições, vantagens e fragilidades no sistema geral de informações em saúde 
do país. Para finalizar, apresentam-se os novos SIS, porém, em novo formato, 
aderindo à tecnologia móvel, a partir da utilização em forma de aplicativos (App) 
para celulares móveis. Da mesma forma, serão apresentadas as urgências do 
sistema de saúde para a criação de novos sistemas nesse período de pandemia, bem 
como o envolvimento da ciência e da tecnologia para a atualização em tempo real 
das informações acerca de novos casos, mapas de infecção regionais e nacionais, 
e a visão panorâmica do avanço do vírus em diversos locais de ocorrência.
2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Agora serão apresentados os principais Sistemas de Informação em 
Saúde utilizados no Brasil, bem como suas interfaces, características e dados 
apresentados em cada sistema, como também a forma de atualização dos mesmos 
e as fichas de controle utilizadas pelas equipes responsáveis pela coleta, análise e 
transmissão dos dados.
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE ATUAIS
“Antes de começar essa conversa, é preciso entender que os sistemas 
de informação em saúde são instrumentos padronizados de monitoramento 
e coleta de dados, que têm como objetivo o fornecimento de informações para 
26
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, 
subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal” 
(PINTO; FREITAS; FIGUEIREDO, 2018, p. 28 – grifo nosso).
Para o Ministério da Saúde (MS), os principais sistemas de informações 
atualmente, correspondem ao de mortalidade (SIM), de nascimento (SINASC), 
ambulatorial (SIA-SUS), de internações hospitalares (SIH), de notificações de 
doenças (SINAN), de atenção básica (SIAB), considerando os níveis populacionais. 
Já para unidades de saúde, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 
(CNES) é a principal fonte de dados para estabelecimentos públicos e privados.
No entanto, mesmo não se constituindo enquanto um Sistema de 
Informação, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do 
Ministério da Saúde representa e gera uma base de dados nacional importantíssima 
para integração e identificação das unidades de saúde e sua capacidade instalada. 
A figura a seguir apresenta uma rápida classificação dos principais SIS utilizados 
pelo Ministério da Saúde, e daqueles atualizados a partir dos dados coletados 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O conjunto de SIS tanto do Ministério da Saúde quanto do IBGE são 
cruzados e atualizados por períodos de acordo com registros civis, censos 
demográficos e projeções populacionais anuais. Nesse sentido, processo de 
gestão no setor saúde necessita de uma produção de informações que venham 
a apoiar um contínuo (re)conhecer, decidir, agir, avaliar e novamente decidir. 
Dessa forma, o processo de produção de informações precisa ser sensível para 
captar as transformações de uma situação de saúde. 
Entende-se ainda que deve ser coerente com as características (princípios 
e diretrizes) deste modelo de atenção. Refletindo-se sobre a relação entre o SUS 
e o SIS, apresenta-se no Quadro 1 uma síntese de alguns princípios e diretrizes 
que orientam a concepção de um modelo de atenção proposto para o SUS e que 
norteia como deve ser um SIS.
Um sistema de informação precisa de três matérias-primas: dado, informação 
e conhecimento. O dado é o elemento mais simples desse processo; a informação é 
composta de dados com significados para quem os vê; o conjunto de nosso aprendizado 
segundo algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva 
irão transformar em conhecimento uma dada realidade (FRANCO, 2016).
ATENCAO
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
27
QUADRO 1 – SÍNTESE DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO MODELO DE ATENÇÃO PARA O SUS
SISTEMA ÚNICO 
DE SAÚDE
Alguns Princípios 
e Diretrizes
MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM 
SAÚDE
Princípios Gerais Diretrizes e Objetivos
Integralidade da 
assistência pres-
tada, abrangendo 
atividades assisten-
ciais curativas, ati-
vidades preventivas 
e de promoção da 
saúde.
Utilizando o saber 
epidemiológico, pro-
duzir informações 
que garantam uma 
avaliação permanen-
te das ações execu-
tadas e do impacto 
sobre a situação de 
saúde.
Subsidiar os processos de pla-
nejamento, tomada de decisões, 
controle da execução e avaliação 
das ações, considerando a inte-
gralidade da assistência. Produ-
zir informações relacionadas à 
eficiência e eficácia das respostas; 
e da sua efetividade ou impacto 
sobre a situação de saúde.
Descentralização po-
lítico-administrativa 
com direção única 
em cada esfera de 
governo, com ênfase 
na descentralização 
dos serviços para os 
municípios, na regio-
nalização e na hierar-
quização da rede de 
serviços.
Equidade da assis-
tência prestada.
Produzir informa-
ções compatíveis 
com as necessida-
des exigidas pelo 
processo de gestão, 
considerando as 
competências das 
diferentes esferas de 
governo (União, Es-
tados e Municípios).
Descentralizar o processo de im-
plantação do SIS, contemplando 
as especificidades locais, des-
mascarando as desigualdades, 
contribuindo para a operaciona-
lização do princípio da equidade 
da assistência prestada. Deve-se 
observar a compatibilidade das 
informações produzidas, neces-
sária para garantir a unicidade 
e a interpelação entre os diferen-
tes níveis de gestão do SUS.
Divulgação de in-
formações sobre o 
potencial dos servi-
ços de saúde e a sua 
utilização pelo usuá-
rio.
Controle social, isto 
é, participação da co-
munidade na gestão, 
no controle e na fis-
calização dos servi-
ços e ações de saúde.
Justificar previamen-
te qualquer dado a 
ser coletado, garan-
tindo qualidade e 
clareza dos meca-
nismos de produção 
das informações.
Participação das equipes locais 
na definição das informações aserem produzidas e, portanto, 
dos dados a serem coletados; 
tanto pela sua relevância para a 
tomada de decisões, quanto pela 
sua indispensabilidade para a 
prestação de contas.
Garantir que aqueles 
que produzem os da-
dos sejam usuários das 
informações geradas.
Contribuir para o desenvolvimen-
to e compromisso dos profissionais 
de saúde com a qualidade e confia-
bilidade dos dados coletados.
Garantir mecanismos 
que viabilizem a dis-
seminação e a utiliza-
ção efetiva das infor-
mações produzidas.
Capacitar os diferentes usuários 
para utilização adequada das infor-
mações, contribuindo para a des-
centralização e aperfeiçoamento do 
processo de tomada de decisões.
Garantir à popula-
ção o direito ao aces-
so às informações, 
garantindo mecanis-
mos contínuos de di-
vulgação, utilizando 
recursos comunica-
cionais adequados
Contribuir para a construção de 
uma consciência sanitária coletiva, 
como base para ampliar o exercício 
do controle social e da cidadania.
28
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
Garantir o direito à 
informação às pes-
soas assistidas e a 
preservação da au-
tonomia de cada ci-
dadão, defendendo 
sua integridade físi-
ca e moral.
Respeitar o direito 
do cidadão à priva-
cidade quanto às in-
formações relaciona-
das à sua saúde.
Contribuir para resgatar uma 
relação mais humana entre a ins-
tituição e o cidadão, buscando 
preservar sua autonomia.
FONTE: Ferreira (1999, p. 37).
Conforme observado, os SIS devem ter como propósito a disponibilidade 
de informações conforme os princípios e diretrizes do SUS, respeitando a 
privacidade do cidadão, garantindo o direito ao acesso das informações, 
mecanismos contínuos de divulgação, a partir os recursos comunicacionais 
adequados. A seguir serão apresentadas as principais características de cada SIS 
utilizado atualmente pelo Ministério da Saúde, SUS e rede de atenção básica, 
como forma de diminuir a distância das informações de saúde da população com 
os sistemas de saúde.
2.1.1 Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
(SINAN)
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi criado 
a partir de 1993. Contudo, sua implantação não ocorreu de forma homogênea 
em todos os entes da federação. Esse sistema apresenta um conjunto de doenças 
ou situações de saúde de notificação obrigatória. Na lista de 2017 da Secretaria 
de Vigilância em Saúde, 48 eventos eram de notificação compulsória em todo o 
território nacional. Os estados e os municípios ainda podem acrescentar outros 
agravos à lista federal.
O SINAN tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados 
gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três 
esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o 
processo de investigação e dar subsídios à análise das informações de vigilância 
epidemiológica das doenças de notificação compulsória. A Figura 12 apresenta 
a página inicial do sistema, bem como os ícones de acesso às informações de 
interesse do pesquisador. 
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
29
FIGURA 12 – PÁGINA INICIAL DO SINAN
FONTE: <http://portalsinan.saude.gov.br/o-sinan>. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.2 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
O SIM é o mais antigo Sistema de Informação do Ministério da Saúde, 
foi instituído entre os anos 1975/76 e desde essa época amplia a cobertura 
geográfica em todo território brasileiro. No entanto, principalmente, nas Regiões 
Norte e Nordeste, ainda se observam elevadas proporções de sub-registros e 
óbitos classificados, segundo causa básica, como mal definidos (capítulo XVIII 
da Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão – CID-10), que englobam 
também os óbitos sem assistência médica. Conforme pode ser observado na 
Figura 13, o SIM disponibiliza diversas informações de saúde, porém não se 
encontra atualizado para os dados de 2019 e 2020.
http://portalsinan.saude.gov.br/o-sinan
30
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 13 – PÁGINA INFORMAÇÕES DE SAÚDE TABNET – SIM
FONTE: <http://bit.ly/3pV4A2K>. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.3 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos 
(SINASC)
O SINASC foi implementado em março de 1990, com o objetivo de melhorar 
a qualidade das informações sobre nascidos vivos no Brasil, registrando também 
características do parto e variáveis associadas às mães dos recém-nascidos e aos 
óbitos fetais e tendo como documento-base a Declaração de Nascido Vivo – DN.
Conforme apresentado na Figura 14, a interface do SINASC permite 
acessar dados referentes às declarações de nascidos vivos por período, tanto 
em forma de dados, documentos ou tabelas, além e disponibilizar informações 
regionais.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
31
FIGURA 14 – PÁGINA SERVIÇOS DE SAÚDE TABNET – SINASC
FONTE: < http://bit.ly/3hIofQS >. Acesso em: 24 nov. 2020.
2.1.4 Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
Foi o primeiro sistema do DATASUS a ter captação implementada em 
microcomputadores (AIH em DISQUETE – 1992) e posteriormente descentralizada 
aos próprios usuários, encerrando a era dos polos de digitação. Foi criado em 
1981, em Curitiba, vindo a substituir no ano seguinte (1982) o sistema Guia de 
Internação Hospitalar (GIH), também conhecido como “Sistema AIH” passando 
por várias plataformas em mainframes UNISYS e ABC-BULL, na fase inicial de 
processamento centralizado (DATASUS, 2020).
O termo mainframe era utilizado para se referir ao gabinete principal que 
alojava a unidade central de processamento nos primeiros computadores. Eram de grande 
porte dedicados normalmente ao processamento de um volume enorme de informações. 
Sistemas operacionais desenvolvidos para mainframe, criados especialmente para a 
finalidade de cada modelo, seja para processar textos, bancos de dados, efetuar cálculos 
ou gerenciar dispositivos. Eram baseados em sistemas próprios, como o MCP (da Unisys), 
ABC (da Bull).
ATENCAO
32
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
O processamento das AIHs continuou centralizado até 2006, quando 
passou a ser descentralizado para os Gestores de Secretaria de Saúde, usando 
plataforma Windows, SGBD Firebird e Linguagem de programação Delphi – si-
tuação em que se encontra atualmente. As autorizações de internações hospita-
lares formam o Sistema de Informação Hospitalar no SUS (SIH-SUS), instituído 
em 1991, a partir do Sistema Nacional de Controle de Pagamento de Contas 
Hospitalares (SNCPCH) e do Sistema de Informações Hospitalar Descentraliza-
do do SUS (SIHD-SUS). 
O sistema SIHSUS registra todos os atendimentos gerados nas internações 
hospitalares que são financiadas pelo SUS, e com base nelas gera relatórios com 
pagamentos dos estabelecimentos de saúde que devem ser realizados pelos 
gestores. Em nível federal, essas informações são repassadas como forma de 
informar mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas 
(aprovadas ou não para pagamento) e, consequentemente para que sejam 
repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de Média e Alta 
complexidade, além dos valores de CNRAC, FAEC e de Hospitais Universitários 
– independentemente dos contratos de gestão.
Na Figura 15 é possível observar que na página do SIH-SUS existem outras 
bases de dados relacionadas ao Sistema Integrado de Informatização de Ambiente 
Hospitalar (HOSPUB); o Sistema de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia 
(HEMOVIDA); Sistema de Informações Hospitalares Descentralizado (SIHD; o 
Sistema de Gerenciamento e Produção de Bancos de Leite Humano (BLHWeb); o 
Sistema Gerador do Movimento das Unidades Hospitalares (SISAIH) e por fim o 
Sistema de Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA).
 FIGURA 15 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES- SIHSUS
FONTE: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060504>. Acesso em: 24 
nov. 2020.
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060504
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
33
Relacionado ao HOSPUB,é também um sistema on-line e possibilita o 
acesso a multiusuários, foi desenvolvido em ambiente operacional de banco de 
dados relacional, objetivando prestar informações que subsidiem a gerência e 
administração dos estabelecimentos hospitalares. O gerenciamento estratégico 
das informações disponíveis auxilia tanto no processo de planejamento, de 
operação ou de controle das ações em saúde.
Nesse sentido, o HOSPUB caracteriza-se pela automatização e integração 
das principais atividades operacionais executadas nas Unidades de Saúde 
através da utilização de seus subsistemas. São eles: Arquivo Médico (SAME), 
Administração, Ambulatório, Centro Cirúrgico, Emergência, Informações, 
Internação, Material (almoxarifado, farmácia), Perinatal e Serviços de Diagnose e 
Terapia (DATASUS, 2020).
O HEMOVIDA foi desenvolvido para bancos de sangue, com objetivo 
informatizar e manter atualizado o ciclo de doação de sangue, desde a captação 
até a distribuição do material, desenvolvendo o controle em cada etapa. 
Através dele, é possível que os gestores, de todas as esferas, acessem os dados 
que são significativos para as tomadas de decisões, especialmente referente ao 
gerenciamento processual do sangue na HEMOREDE. 
O Sistema HEMOVIDA traz inúmeros benefícios tanto para os gestores, 
quanto para as equipes técnicas e médicos quanto a disponibilidade de 
hemoderivados disponíveis em cada região. Da mesma forma, permite controlar 
clínica, financeira, logisticamente, além de informar sobre os atendimentos aos 
pacientes submetidos a tratamentos hemoterápicos. Além disso, fomenta a criação 
da Rede Nacional de Informações de Sangue e Hemoderivados; garantindo assim 
a qualidade nas informações em todo o ciclo de doação; agilizando o atendimento 
dos doadores, desde o cadastramento até a coleta de sangue; e por fim, emitindo 
relatórios gerenciais essenciais à plena gestão das atividades nas unidades 
hemoterápicas (DATASUS, 2020).
O Sistema de Informações Hospitalares Descentralizado (SIHD) é 
uma ferramenta que gerencia os atendimentos hospitalares, sendo utilizada 
pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, seus distritos e regionais. 
Foi desenvolvido com a finalidade de facilitar a captação, controle e cálculo dos 
valores brutos dos procedimentos hospitalares prestados no atendimento público, 
oferecendo aos gestores locais autonomia para realização do processamento e a 
gestão das informações de internação. 
Nesse sistema, existem seis submódulos: Configuração, Manutenção, 
Produção, Controle/Avaliação, Processamento e Relatórios; e sua versão é 
atualizada mensalmente. Tem como base o cadastro de estabelecimentos 
mantido pelo sistema Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde 
(CNES). Além desses benefícios, auxilia no planejamento de ações de saúde e 
atuação da Vigilância Sanitária e Epidemiologia e produz relatórios detalhados e 
abrangentes de utilização pela equipe de controle do processamento e de gestão 
do atendimento (Controle, Avaliação e Auditoria).
34
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
Através do SIHD é possível programar os orçamentos individuais de cada 
estabelecimento, realizando a separação daqueles de Média e Alta complexidade 
como também por especialidade, facilitando assim, a análise das duplicidades, 
agregando e visualizando-se os motivos de bloqueio e o responsável pela ação; 
possibilitando aos auditores a autonomia para bloquear, cancelar e liberar as 
AIH diretamente no sistema; realiza as atualizações mensais do Banco de Dados 
Nacional do SUS (BD Nacional); e ainda, gera os arquivos compatíveis com 
diversos aplicativos como TABNet e TABWin (DATASUS, 2020).
O Sistema de Gerenciamento e Produção de Bancos de Leite Humano 
(BLHWeb) permite aos coordenadores da Rede de Banco de Leite Humano (BLH), 
através do gerenciamento da produção e processos de trabalho, a definição de 
novas metas e campanhas de aleitamento, gerencia as informações cadastradas 
quanto à produção, distribuição e processamento do produto; agiliza o processo, 
dando maior autonomia aos gestores dos BLHs; além de garantir qualidade nas 
informações relacionadas ao leite doado; gerando relatórios para monitoramento 
e tomada de decisão.
Foi desenvolvido para Bancos de Leite Humano, com a finalidade de 
internalizar procedimentos, diretrizes e normas técnicas de controle de qualidade 
e processos de trabalho, utilizados nesses ambientes. Objetivando assim, 
dinamismo no planejamento, a gestão e os processos de trabalho na Rede BLH, 
respondendo à nova demanda da Política Nacional de Aleitamento Materno do 
Ministério da Saúde, possibilitando um acesso amplo a todos que se interessem 
em obter informações acerca dos produtos e processos relacionados (DATASUS, 
2020).
O Sistema Gerador do Movimento das Unidades Hospitalares (SISAIH) é 
totalmente descentralizado utilizado mensalmente pelas Unidades Hospitalares 
para transcrição dos dados das Autorizações de Internações Hospitalares e envio 
dos dados às Secretarias de Saúde. Os dados transcritos no sistema SISAIH01 são 
importados para o sistema SIHD, onde são processados e validados.
O Sistema de Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial 
(CIHA) disponibiliza dados sobre rede assistencial (Planos de Saúde), 
epidemiologia da população e práticas clínicas; traz o Cadastro de Hospital, 
Pacientes e Internações; tabelas unificadas, consultas agendadas e acesso as 
planilhas geradas mensalmente, conforme apresentado na Figura 16.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
35
FIGURA 16 – SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR E AMBULATORIAL
FONTE: <http://ciha.datasus.gov.br/CIHA/index.php>. Acesso em: 24 nov. 2020.
É um sistema de informações em saúde utilizado pelo Ministério da Saúde 
e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar para acompanhar e monitorar 
as internações em todas as unidades hospitalares do país, públicas e privadas, 
integrantes ou não do SUS. 
2.1.5 Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/
SUS)
O Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) foi implantado 
a partir de 1994 voltado para o controle de registros da movimentação física e 
financeira de procedimentos e exames ambulatoriais em todo o País. A partir de 
sua implantação, consolida-se a “produção ambulatorial” dos documentos do 
Boletim de Produção Ambulatorial (BPA) e das Autorizações de Procedimento 
de Alta Complexidade (APAC). Através do sistema, é possível selecionar dados 
de qualquer região do país, acessando-se informações locais quanto aos dados 
ambulatoriais e as autorizações realizadas quanto aos procedimentos de alta 
complexidade, além de consultar as remessas e relatórios de entrega, cronogramas 
de envios e consultas de APAC, conforme destacado na Figura 17.
http://ciha.datasus.gov.br/CIHA/index.php
36
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 17 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS DO SUS
FONTE: Adaptado de <http://sia.datasus.gov.br/principal/index.php>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Apesar dos benefícios destacados anteriormente, o SIASUS, possui algumas 
limitações, e a principal está ligada ao fato de que seus dados são registrados de 
forma agregada e não individual. No entanto, com a implantação dos prontuários 
eletrônicos em cada unidade básica de saúde (UBS), essa funcionalidade passou a 
ser integrada com este sistema, agilizando então, o fluxo de informações. 
O SIASUS, em razão da pandemia, criou um conjunto de orientações 
técnicas para sua operacionalização durante o período de emergência de saúde 
pública, disponibilizado para os usuários, com informações respectivas as 
mudanças do sistema nesse período de emergência sanitária, para auxiliar os 
serviços de saúde no registro da produção ambulatorial no SUS.
Ainda na página do SIASUS, encontramos os sites relacionados com o 
sistema, conforme apresenta a figura a seguir.
Orientações Técnicas Para Operacionalização do SIA durante o Estado de 
Emergência de Saúde Pública por Coronavírus. Disponívelem: https://docs.google.com/
document/d/1xcLC1hCp21t9RIbNjlDxmIiUJV8-L_wZIgP699eDtTQ/edit. Acesse para enten-
der as mudanças no SIA/SUS decorrentes da emergência sanitária frente à pandemia da 
COVID-19 (SIASUS-DATASUS, 2020).
ATENCAO
http://sia.datasus.gov.br/principal/index.php
https://docs.google.com/document/d/1xcLC1hCp21t9RIbNjlDxmIiUJV8-L_wZIgP699eDtTQ/edit
https://docs.google.com/document/d/1xcLC1hCp21t9RIbNjlDxmIiUJV8-L_wZIgP699eDtTQ/edit
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
37
FIGURA 18 – SITES RELACIONADOS AO SIASUS
FONTE: Adaptada de <http://sia.datasus.gov.br/principal/index.php>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Cada link direciona o usuário para o site recomendado, possibilitando a 
realização de pesquisas integradas dentro do sistema.
2.1.6 Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB)
O atual SIAB começou a ser utilizado no 1993, porém, com outro nome: 
O Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(SIPACS) era utilizado para monitoramento das ações do programa e trabalho 
realizado por agentes comunitários. Com o surgimento do Programa Saúde da 
Família (PSF) e posteriormente denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), 
teve agregação de outros profissionais na equipe, tais como: médicos e o auxiliar 
de enfermagem, havendo então o desenvolvimento desse sistema, que é muito 
útil para o monitoramento das ações da Equipe de Saúde da Família. O SIAB 
agrega informações relacionadas a cada território, problemas e responsabilidade 
sanitária diferenciando dos outros sistemas (DATASUS, 2010).
A figura a seguir traz a apresentação do sistema, bem como as caracteriscias 
e beneficios do mesmo, além dos icones de acesso à base de dados, downloads, 
informações estatísticas, perguntas mais frequentes e dados pertinentes à saúde 
da familia.
38
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 19 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA
FONTE: <http://www2.datasus.gov.br/SIAB/index.php?area=01>. Acesso em: 24 nov. 2020.
A partir da disponibilização dessa base de dados na internet, tem-se a 
integração com as ações estratégicas da política definida pelo Ministério da 
Saúde, objetivando o fornecimento de informações que possam subsidiar a 
tomada de decisão pelos gestores do SUS, como também a instrumentalização 
pelas instâncias de Controle Social, divulgando então, os dados para o uso de 
todos os atores envolvidos na consolidação do SUS.
Através do SIAB disponibilizam-se informações acerca dos cadastros das 
famílias, bem como condições de moradia e saneamento, situação de saúde, e 
ainda, a produção e composição das equipes de saúde. Atualmente é considerado 
o principal instrumento de monitoramento das ações do programa Saúde da 
Família, sendo gerenciado pela Coordenação de Acompanhamento e Avaliação/
DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), com a missão de monitorar e avaliar a atenção básica, 
instrumentalizando a gestão e fomentar /consolidar a cultura avaliativa nas três 
instâncias de gestão do SUS (DATASUS, 2020).
2.1.7 Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN)
O Sistema de Informações de Vigilancia Alimentar e Nutricional, diferente 
dos outros sistemas, tem sua página própria junto ao Ministério da Saúde. é um 
sistema que permite a avaliação e acompanhamento do estado nutricional da 
população atendida na atenção básica por meio do SISVAN Web, possui dois 
tipos de acesso: público e restrito.
Esse sistema viabiliza o cadastro das informações locais, uma vez que 
todo município do país deve ter um responsável pelo SISVAN, cadastrado no 
http://www2.datasus.gov.br/SIAB/index.php?area=01
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
39
Sistema de Cadastro de Gestores de Alimentação e Nutrição do Ministério da 
Saúde, que é o responsável pelo cadastro do(s) técnico(s) locais. Na Figura 20 é 
possivel observar a página inicial do SISVAN, que traz uma breve apresentação do 
sistema, além da disponibilidade de relatórios e demais documentos relacionados 
a vigilância alimentar e nutricional.
FIGURA 20 – PÁGINA INICIAL DO SISVAN
FONTE: <https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Como forma de orientar a avaliação do estado nutricional na atenção 
básica, o Ministério da Saúde elaborou e disponibilizou o documento "Protocolos 
do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN", apresentando 
orientações para cada fase da vida.
Para nortear a avaliação marcadores de consumo alimentar, o SISVAN 
Web traz dois formulários: o primeiro destinado a crianças menores de cinco 
anos e o segundo para indivíduos com cinco anos de idade ou mais. Com essa 
divisão, tornou-se possivel avaliar melhor as práticas alimentares na infância, 
especialmente na identificação da prevalência e o tipo de aleitamento materno, 
caracterizando também melhor o período de introdução de alimentos, dos 
menores de cinco anos. 
Na “aba” documentos constam links que possibilitam o acesso aos 
principais formulários e fichas de registros e controles de acompanhamento 
nutricional, conforme apresentado na Figura 21. 
https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/
40
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 21 – RELAÇÃO DE DOCUMENTOS DISPONÍVEIS PARA PREENCHIMENTO PELAS US
FONTE: <http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/documentos/index>. Acesso em: 7 dez. 2020.
O SISVAN orienta para que esses formulários sejam adotados com o 
objetivo de caracterizar de forma ampla o padrão alimentar do indivíduo, não no 
sentido de quantificar a dieta em termos de calorias e nutrientes, mas a qualidade 
alimentar e nutricional. Na figura a seguir, apresenta-se a ficha de cadastro 
idividual e primeiro acompanhamento nutricional que é um instrumento 
disponibilizado para todas as unidades de saúde, e que norteia a avaliação e 
registro das primeiras informações dos usuários.
FIGURA 22 – FICHA DE CADASTRO INDIVIDUAL E PRIMEIRO ACOMPANHAMENTO NUTRI-
CIONAL
FONTE: <https://bit.ly/3pOcPxN>. Acesso em: 24 nov. 2020.
http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/documentos/index
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
41
Para realização dos registros dos dados antropométricos e dos marcadores 
do consumo alimentar, o próprio sistema direciona o usuário para o formulário 
dos indivíduos no sistema. O acompanhamento inicia com o registro da data do 
acompanhamento e o tipo de acompanhamento (estado nutricional e consumo 
alimentar). O sistema não aceita registros quando o individuo se encontra inativo 
ou desatualizado. Ou seja, são realizados registros somente no ano correspondente.
Na aba “relatórios” é possível obter registros do consumo alimentar por 
regiões, períodos, estados e municípios (Figura 23).
FIGURA 23 – RELATÓRIO DE CONSUMO ALIMENTAR
FONTE: <https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriogestao/index>. Acesso em: 24 nov. 2020.
De acordo com Ferreira, Cherchiglia e César (2013), o SISVAN 
contribui para o conhecimento dos problemas de nutrição, identificando áreas 
geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos 
agravos nutricionais. As informações do sistema devem fornecer subsídios 
aos responsáveis por políticas visando à melhoria dos padrões de consumo 
alimentar e do estado nutricional da população. Assim, o Sisvan auxilia os 
gestores públicos na formulação e monitoramento de políticas de alimentação 
e nutrição.
Dica de leitura: FERREIRA, C. S.; CHERCHIGLIA, M.L.; CÉSAR, C.C. O sistema 
de vigilância alimentar e nutricional como instrumento de monitoramento da estratégia 
nacional para alimentação complementar saudável. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. vol.13, 
n.2. Recife abr./jun. 2013.
DICAS
https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriogestao/index
42
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
2.1.8 Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunização (SI-PNI)
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um sistema que permite o 
monitoramento das imunizações com base nos registros de aplicação das vacinas 
realizadas para os profissionais da saúde, além de possibilitarum controle de 
estoque desses imunobiológicos. Na página inicial do sistema, tem-se uma breve 
apresentação e histórico do programa, além dos dados sobre campanhas, vacinas, 
avaliação das coberturas vacinais e organização da rede para o frio (figura a 
seguir).
FIGURA 24 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (SI-PNI)
FONTE: Adaptado de <http://pni.datasus.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2020.
É importante frisar que o Programa Nacional de Imunizações do Brasil é 
um dos maiores do mundo, trabalhando atualmente com a oferta de 45 diferentes 
imunobiológicos para toda a população, independente das faixas etárias e 
campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação.
Consulte o calendário nacional de vacinação: https://www.saude.gov.br/
saude-de-a-z/vacinacao/orientacoes-sobre-vacinacao.
ATENCAO
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/orientacoes-sobre-vacinacao
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/orientacoes-sobre-vacinacao
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
43
2.1.9 Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade 
da Água para Consumo Humano (SISÁGUA)
O Sistema de Informações de Vigilância da Qualidade da Água para 
Consumo Humano (SISÁGUA) é um instrumento criado a partir do Programa 
Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para consumo Humano (Vigiagua), 
objetivando auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da 
água destinada ao consumo humano. É parte integrante das ações de prevenção 
de agravos e de promoção da saúde, previstas no Sistema Único de Saúde.
A pesquisa pelo sistema ocorre de duas formas: com usuário, que são 
os cadastrados pela alimentação dos dados no sistema, ou como pesquisador 
externo. Na Figura 25, observa-se que o programa disponibiliza formulários, 
documentos de apoio, atualizações de consultas públicas e controles mensais e 
semestrais além dos parâmetros básicos de potabilidade para consumo humano.
FIGURA 25 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA 
CONSUMO HUMANO (SISÁGUA)
FONTE: < https://bit.ly/3rYvd8U >. Acesso em: 24 nov. 2020.
Consulte a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da 
Qualidade da Água para Consumo Humano: http://bit.ly/2XdcnNd.
ATENCAO
44
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
2.1.10 Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos 
de Saúde (SCNES)
O SCNES traz de forma integrada todas as informações pertinentes aos 
recursos físicos e humanos disponíveis para o uso do SUS, permitindo assim, 
aos gestores conhecer o volume de equipamentos disponíveis para prestação 
de assistência à saúde da população. Através da consulta ao sistema, é possível 
saber, por exemplo, número de consultórios, equipamentos para suporte à vida, 
profissionais que atuam no estabelecimento com carga horária semanal, quais 
modalidades de assistência são prestadas e muito mais informações.
De acordo com a Figura 26, é possível navegar pelo sistema buscando todas 
as informações destacadas, além de ficar por dentro dos informes, legislações e 
acessar a wiki saúde (https://wiki.saude.gov.br/cnes/index.php/P%C3%A1gina_
principal), que discorre sobre os principais aspectos relacionados à saúde e ao 
programa.
FIGURA 26 – SISTEMA CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (SCNES)
FONTE: <http://cnes.datasus.gov.br/#/carousel-example-generic>. Acesso em: 24 nov. 2020.
http://cnes.datasus.gov.br/#/carousel-example-generic
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
45
Importante destacar ainda que é uma base cadastral para operacionalização 
de diversos sistemas, tais como: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), 
Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), entre 
outros. É considerada uma ferramenta auxiliar, que proporciona o conhecimento 
da realidade da rede assistencial existente e suas potencialidades, de forma a 
auxiliar no planejamento em saúde das três esferas de Governo, para uma gestão 
eficaz e eficiente.
2.1.11 Sistema de Informações do Câncer de Colo do 
Útero e Sistema de Informação do Câncer de Mama 
(SISCOLO/SISMAMA)
É um sistema mais recente, quando comparado aos demais. O Programa 
Nacional de Controle de Câncer do Colo de Útero e Mama, coleta e processa 
informações clínicas de pacientes e laudos de exames, além das informações 
demográficas e epidemiológicas para auxiliar no monitoramento da qualidade 
na rede de coleta e diagnóstico desses exames.
É um sistema de entrada de dados desenvolvido pelo DATASUS em 
parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), direcionado para a 
estruturação do Viva Mulher (Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo 
do Útero e de Mama). O sistema além de coletar e processar informações sobre 
identificação de pacientes e laudos de exames citopatológicos e histopatológicos, 
fornece dados que facilitam o monitoramento externo da qualidade dos exames, 
e consequentemente orientando os gestores estaduais do Programa sobre a 
qualidade dos laboratórios responsáveis pela leitura dos exames no município.
O sistema também oportuniza a conferência dos valores de exames pagos 
em relação aos dados dos exames apresentados. Conforme observado na figura 
a seguir o site do programa traz uma breve apresentação do sistema, além dos 
informes, notas técnicas e bases de dados já cadastrados.
46
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 27 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO DO CÂNCER DE MAMA (SISCOLO/SISMAMA)
FONTE: <http://w3.datasus.gov.br/siscam/index.php>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Na página ainda é possível acessar diretamente os dados do INCA, bem 
como participar de fóruns e palestras gratuitas relacionadas ao assunto.
2.1.12 Sistema de Cadastramento e Acompanhamento 
de Hipertensos e Diabéticos (SISHIPERDIA)
O Hiperdia organiza o cadastramento e acompanhamento de portadores 
de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial 
do Sistema Único de Saúde – SUS. No sistema é possível gerar informação para 
aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e 
sistemática a todos os pacientes cadastrados (figura a seguir). 
http://w3.datasus.gov.br/siscam/index.php
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
47
FIGURA 28 – SISTEMA DE CADASTRAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE HIPERTENSOS E DIA-
BÉTICOS (SISHIPERDIA)
FONTE: Adaptado de <http://bit.ly/2Xf4tTG>. Acesso em: 24 nov. 2020.
O sistema envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidade 
que garante a identificação única do usuário do Sistema Único de Saúde – SUS.
2.1.13 Sistema de Acompanhamento da Gestante 
(SISPRENATAL)
O SisPreNatal foi desenvolvido para acompanhamento adequado das 
gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento 
(PHPN) do Sistema Único de Saúde. No sistema consta o elenco mínimo de 
procedimentos para uma assistência pré-natal adequada, ampliando esforços 
no sentido de reduzir as altas taxas de morbimortalidade materna, perinatal e 
neonatal. Da mesma forma, traz informações que subsidiam o planejamento e a 
avaliação das ações de assistência à gestante e à puérpera.
Entre os benefícios desse sistema, encontramos: Cadastramento de diversos 
dados sobre os procedimentos realizados no decorrer da assistência pré-natal, 
incluindo a primeira consulta, exames, vacina antitetânica, acompanhamentos 
mensais e consulta de puerpério; além de registrar o acompanhamento das 
gestações de alto-risco; gerando relatório de indicadores, e aproximadamente 
40 relatórios de acompanhamento; atualiza e disponibiliza registros diariamente 
dos atendimentos às gestantes; permite a geração de faturas para o SIA-SUS, 
em que posteriormente realiza pagamentos extrateto (Cadastro e Conclusão); 
disponibilizando também formulários para as unidades de saúde realizarem os 
cadastramentos on-line, conforme apresenta a Figura 29.
48
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 29 – SISTEMA DE ACOMPANHAMENTODA GESTANTE (SISPRENATAL)
FONTE: Adaptado de < http://bit.ly/35b2AeQ >. Acesso em: 24 nov. 2020.
FIGURA 30 – INFORMAÇÕES PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL
FONTE: Franco (2016, p. 6)
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
49
2.2 DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
Conforme visto nos tópicos anteriores, apesar da pertinência das 
informações geradas pelos sistemas, no início, elas eram muito pouco ou nada 
utilizadas no processo de decisão e controle, no entanto, nos últimos anos, mais 
precisamente com a implementação do SUS, tem-se observado um avanço acerca 
do acesso e das possibilidades de análise dos principais SIS disponíveis no Brasil. 
De forma gradativa, o processamento desses sistemas vem, passando para Estados 
e/ou municípios, possibilitando que a sua análise ocorra em tempo oportuno e 
sejam incluídas, sendo fundamentais quando o usuário é em nível local criando-
se programas simplificados e mais ágeis para realização de tabulações com dados 
provenientes desses sistemas.
O DATASUS (departamento de informática do SUS) foi criado com o 
objetivo de tornar a informação fundamental para a democratização da Saúde, 
como também o aprimoramento de sua gestão, e a informatização das atividades 
do Sistema Único de Saúde, a partir das diretrizes tecnológicas adequadas, 
essencialmente para a descentralização das atividades de saúde e viabilização 
do Controle Social sobre a utilização dos recursos disponíveis, tornando possível 
a obtenção de dados acerca da rede hospitalar e ambulatorial do SUS e alguns 
dos principais sistemas de informação em saúde mortalidade, atenção básica, 
orçamentos públicos em saúde, imunização, câncer de colo do útero e mama. O 
IBGE também contribui com o SIS, e disponibiliza no site do DATASUS, dados 
respectivamente associados à pesquisa assistência médico sanitária, população 
residente, alfabetização, abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo.
É importante destacar que a efetividade dos processos envolvidos desde 
a coleta, processamento, análise e transmissão da informação, são fundamentais 
para o monitoramento e a avaliação do estado de saúde da população e 
consequentemente, ao planejamento, a organização e pleno funcionamento dos 
serviços de saúde. No entanto, a realidade, conforme destacada anteriormente 
aponta desvios de qualidade em vários pontos desta cadeia, afetando a veracidade 
das informações geradas.
Alguns importantes movimentos já foram feitos pelo Ministério da Saúde 
visando à integração dos diversos sistemas de informação. A implantação do 
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e a unificação da Tabela 
de Procedimentos Hospitalares e Ambulatoriais são exemplos expressivos. 
Outras iniciativas mais técnicas, como o estabelecimento de parâmetros para 
comunicação entre sistemas e a criação do repositório de tabelas do SUS, em 
curso, também são relevantes.
Cabe destacar, ainda, o cadastro nacional de usuários, conhecido como 
Cartão Nacional de Saúde, que atribui um número de identificação a cada 
indivíduo, tendo seus dados e caracterizações vinculados, a ser disponibilizado 
por todos os SIS. A implantação efetiva deveria permitir, principalmente, a 
visualização da cobertura do SUS, o perfil de usuários, pontos de gargalo das redes 
de serviços e das referências intermunicipais e interestaduais. A continuidade 
50
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
desse projeto é imprescindível e conta com o apoio da maioria dos gestores 
estaduais e municipais de saúde.
Qual deve ser o papel de um Sistema de Informação em Saúde?
Essa reflexão nos permite esboçar alguns aspectos essenciais:
• Um SIS eficiente deve ser capaz de organizar a produção de informações 
compatíveis com as necessidades dos diferentes níveis de complexidade do 
sistema de saúde e esferas de atendimentos, garantindo assim a avaliação 
permanente das ações executadas e do impacto delas na situação de saúde.
• Assessorar o desenvolvimento e implementação de sistemas direcionados 
para as especificidades das múltiplas unidades de operação do sistema de 
saúde.
• Contribuir para a formação e capacitação dos profissionais de saúde, 
voltando-se para a construção de uma consciência sanitária coletiva, baseada 
na ampliação do exercício do controle social e da cidadania e, principalmente 
para o resgate de uma relação humanizada entre as instituições de saúde e os 
cidadãos.
Quem deve ser “usuário” de um Sistema de Informação em Saúde?
• Equipes técnicas e profissionais do SUS.
• Instâncias decisórios e gestoras do SUS, tais como: comissões, conselhos, 
conferências, colegiados e outros fóruns desse tipo.
• Setores além da área da saúde tanto governamentais, Ministérios, Secretarias 
Estaduais e Municipais envolvidos diretamente com ações para melhoraria 
da qualidade de vida da população: (educação, meio ambiente, ação social 
etc.).
• Universidades e escolas públicas e os setores responsáveis pelas intervenções 
referentes ao saneamento básico.
• Organizações populares e Organizações não Governamentais.
• A população em geral.
Para facilitar a tomada de decisões e planejar ações estratégicas voltadas 
para a transformação de determinada situação de saúde, na fase da organização 
e planejamento de um SIS, questiona-se acerca das possibilidades que possam 
permitir conhecer e avaliar a qualidade da vida da população em um determinado 
território ou realidade específica, por exemplo, epidemias locais ou regionais. 
Posteriormente, utilizam-se informações obtidas a partir de determinados dados 
já existentes.
Primeiramente, reconhece-se a situação de saúde “inicial”. Após decisões, 
intervenções e determinados resultados, avaliam-se as transformações obtidas, 
ou seja, a situação de saúde “final”. Em um processo permanente de produção de 
respostas às necessidades de saúde das populações. A Figura 31 esquematiza os 
aspectos norteadores que formam um conjunto básico de informações para (re)
conhecer, decidir, intervir, acompanhar e avaliar determinada situação de saúde.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
51
FIGURA 31 – ASPECTOS NORTEADORES DE UM CONJUNTO BÁSICO DE INFORMAÇÃO EM 
SAÚDE
FONTE: Ferreira (1999, p. 19).
Para melhor identificação dos momentos em que a informação deveria 
subsidiar a gestão de um Sistema Municipal de Saúde, apresenta-se na Figura 
32 uma proposta simplificada que representa um processo de trabalho em 
saúde, buscando-se organizar respostas sociais às necessidades de saúde de uma 
população.
FIGURA 32 – PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE
FONTE: Ferreira (1999, p. 33)
As informações necessárias para a gestão de um Sistema de Saúde 
basicamente devem:
• Garantir o conhecimento, o acompanhamento e a avaliação constante da 
situação de saúde.
• Subsidiar a tomada de decisões, no processo de gestão do sistema e de 
gerenciamento de serviços de saúde, respaldando a eficiência, a eficácia e 
efetividade das respostas produzidas.
52
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
Nesse sentido, é possível entender que o trabalho desenvolvido por 
uma unidade de informação em saúde para além de tantos objetivos, tem 
especificamente o social: fornecer ao cliente o acesso à informação técnica-
científica em saúde por meio de serviços e produtos especializados. Assim, as 
atividades de divulgação dos produtos e serviços deve ter como foco, o objetivo 
de cada instituição e destacar para o diferencial do trabalho realizado frente 
às necessidades do público-alvo, primando pela qualidade dos serviços, a 
preocupação com o tipo de produto e o modo como é oferecido e disponibilizado 
para os usuários.
Através de ações de incentivo ao uso de sistemas e fontes de informação 
automatizadas, sites governamentais e outras plataformas, o Estado fica mais 
próximo do cidadão, fazendo cumprir sua responsabilidade na prestação de 
serviços de forma transparente, pontual e aberta a debates. A divulgação não 
se restringe apenas à disponibilidade e ao uso de produtos e/ou serviços. É 
imprescindívelque ocorra constantemente a manutenção do relacionamento 
(canal de comunicação) entre instituições e usuários. Nesse viés, os produtos ou 
serviços, devem atender às demandas satisfatoriamente, como forma de atingir 
seus propósitos. 
Para tanto, os serviços e sistemas devem ser testados e avaliados pelo 
usuário, que, dentro do possível deve dar uma devolutiva (avaliação) para a 
melhoria dos pontos, quando necessário, serem melhorados. Em se tratando 
de sistemas de informações em saúde, esse relacionamento ocorre através da 
interatividade, disponibilizada por uma infinidade de SAC, chats, enquetes 
sobre a qualidade dos serviços e dos “testes” de novos produtos e/ou serviços. A 
proposta é de que a avaliação seja realizada por meio de um mecanismo direto com 
o usuário. Possibilitando, assim, o conhecimento se o trabalho está satisfatório, se 
o usuário tiver suas necessidades atendidas e esta avaliação for positiva. 
Um exemplo prático é a criação do aplicativo e-Saúde, em 2017, que foi 
substituído pelo Conecte SUS (Figura a seguir). Lançado pelo Ministério da 
Saúde, é uma ferramenta que oferece, de forma on-line, informações em saúde 
de uso pessoal e restrito a cada cidadão brasileiro. Entre os serviços oferecidos 
estão o acesso aos dados do cartão nacional de saúde, lista de medicamentos 
retirados nas unidades de saúde, acompanhamento do cartão de vacinação e lista 
de exames realizados.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
53
FIGURA 33 – APLICATIVO CONECTE SUS
FONTE: <http://bit.ly/3nbnSiQ>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Para melhor funcionamento do aplicativo, o Ministério da Saúde continua 
interligando os sistemas de informação do SUS já existentes. Esse app conta com 
informações do Hórus, Hemovida, Cartão SUS, CNES, e-sus AB, Ouvidoria e o 
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI).
2.3 APP CORONAVÍRUS-SUS
O aplicativo do COVID-19 (Figura 34) é o mais recente e moderno sistema 
de informações disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Foi criado com o 
objetivo de conscientizar a população sobre o coronavírus (Covid-19), trazendo 
informativos de diversos tópicos como os sintomas, como se prevenir, o que fazer 
em caso de suspeita e infecção, mapa indicando unidades de saúde próximas etc.
Consulte o catálogo de sistemas e produtos disponíveis pelo DATASUS: https://
datasus.saude.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/Catalogo-de-Produtos-DATASUS.pdf.
ATENCAO
54
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
FIGURA 34 – APLICATIVO CORONAVÍRUS SUS
FONTE: <http://bit.ly/393eskf>. Acesso em: 24 nov. 2020.
Além do aplicativo, o Ministério da Saúde mantém informações técnicas e 
últimas notícias no seu site, especificamente sobre o COVID-19, com acesso livre 
para todos os usuários (Figura 35).
FIGURA 35 – PÁGINA OPERACIONAL CORONAVÍRUS MINISTÉRIO DA SAÚDE
FONTE: <https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2020.
TÓPICO 2 — SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
55
Da mesma forma, o Ministério da Saúde atualiza continuamente os casos 
de COVID-19 (figura seguir) em página específica para atualização por região, 
data, casos, óbitos, casos novos por dia de notificação, óbitos novos por dia de 
notificação.
FIGURA 36 – SISTEMA DE ATUALIZAÇÃO COVID-19
FONTE: < http://bit.ly/38ePsHK >. Acesso em: 5 jan. 2021.
MORAIS, Rinaldo Macedo de.; COSTA, André Lucirton. Um modelo para ava-
liação de sistemas de informação do SUS de abrangência nacional: o processo de seleção 
e estruturação de indicadores. Rev. Adm. Pública vol.48 no.3 Rio de Janeiro maio/jun. 
2014
CINTHO, Lilian Mie Mukai; MACHADO, Roni Rodrigues; MORO, Claudia Maria Cabral. Mé-
todos para Avaliação de Sistema de Informação em Saúde. J. Health Inform. 2016 Abril-
-Junho; 8(2):41-8.
ABREU, Leidy Dayane Paiva de.; SILVA, Maria Verônica Sales da.; MOREIRA, Francisco Jad-
son Franco. Sistema de Informação em Saúde em tempos de COVID-19. Edição Especial 
– Enfrentamento da COVID-19 – Cadernos ESP – Revista Científica da Escola de Saúde 
Pública do Ceará v. 14 n. 1, 2020.
DICAS
56
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Os principais Sistemas de Informação do Ministério da Saúde estão disponíveis 
na página do DATASUS, responsável por esses sistemas. Entre os principais 
sistemas você viu que:
o O SINASC permite conhecer quantas crianças nascem por ano e 
por região, bem como as características ligadas à saúde da mãe 
(idade gestacional, por exemplo) e do recém-nascido (presença de 
malformações congênitas ao nascer), apontando que necessidades 
assistenciais devem ser atendidas na região dos nascimentos para 
melhorar a qualidade da assistência pré-natal à criança.
o O SIAB reúne informações acerca das atividades desempenhadas em 
nível de atenção básica. É utilizado para medir o impacto das ações 
básicas desenvolvidas, auxiliando na determinação das prioridades 
e avaliação do que já foi feito pelas equipes dos Programas Saúde 
da Família e Agentes Comunitários de Saúde (PSF e PACS).
o O SAI foi implantado nacionalmente na década de 1990, visando ao 
registro dos atendimentos realizados no âmbito ambulatorial, por 
meio do Boletim de Produção Ambulatorial (BPA). Ao longo dos 
anos, o SIA vem sendo aprimorado para ser efetivamente um sistema 
que gere informações referentes ao atendimento ambulatorial e que 
possa subsidiar os gestores estaduais e municipais no monitoramento 
dos processos de planejamento, programação, regulação, avaliação 
e controle dos serviços de saúde, na área ambulatorial. O Ministério 
da Saúde (MS) implantou o Sistema de Informação Hospitalar (SIH/
SUS) em 1990. A Autorização de Internação Hospitalar (AIH) é o 
instrumento de registro padrão desde a implantação do Sistema de 
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), sendo utilizada por 
todos os gestores e prestadores de serviços.
o O SIH reúne informações sobre a assistência prestada pelos 
hospitais, que é alimentado principalmente pelos dados contidos 
nas Autorizações de Internações Hospitalares (AIH) e pelos relatos 
contidos nos prontuários dos pacientes.
o O SINAN reúne todas as informações relativas aos agravos de 
notificação, alimentado pelas notificações compulsórias.
57
o O SIM reúne os dados relativos aos óbitos ocorridos. Alimentado 
pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o conhecimento 
da distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras 
informações.
• Um sistema de informação é um instrumento para o planejamento estratégico, 
entendendo que uma decisão, especialmente na área da saúde, só pode ser 
respaldada a partir de informações confiáveis
58
1 O SIS é denominado como um conjunto de sistemas de saúde que foi 
desenvolvido para subsidiar a formulação e avaliação das políticas, planos 
e programas de saúde, auxiliando a tomada de decisões, contribuindo 
para a melhoria do contexto situacional de saúde tanto individual quanto 
coletiva. Pertinente ao SIS, analise as afirmativas a seguir:
I- Coletar racional e objetivamente dados e registros de informações de 
saúde visando à construção de indicadores tanto epidemiológicos como 
operacionais que venham a atender aos objetivos de cada programa ou 
instituição.
II- O sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) utiliza um documento 
básico padronizado denominado de declaração de nascidos vivos (DN), e 
deve ser preenchido pelo profissional médico para todos os nascidos vivos 
em ambiente hospitalar.
III- O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é alimentado 
pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam 
da lista nacional de doenças de notificação compulsória.
IV- O SIS tem como funções: planejamento, coordenação, supervisão dos 
processos de seleção dos dados, coleta, registro, processamento, análise 
e difusão dos dados e geração de informação.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
b) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, II e IVestão corretas.
d) ( ) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
2 O Sistema de Informação sobre Programa Nacional de Imunizações (SI-
PNI) foi criado como alternativa para manter atualizado os cadastros de 
vacinações em âmbito nacional. Qual das alternativas a seguir apresenta o 
objetivo fundamental do Sistema de Informação do Programa Nacional de 
Imunizações (SI-PNI)?
a) ( ) Controlar a produção e distribuir os imunobiológicos necessários ao 
abastecimento da população.
b) ( ) Avaliar de forma dinâmica os riscos quanto à ocorrência de doenças 
ligadas ao câncer.
c) ( ) Possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma avaliação 
dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias.
AUTOATIVIDADE
59
d) ( ) Alimentar os sistemas de vigilância sanitária do Ministério da 
Agricultura, em especial quanto ao risco da ocorrência de surtos 
ou epidemias em animais que fazem parte da base alimentar da 
população brasileira.
e) ( ) Registrar os insumos aplicados e do quantitativo populacional 
vacinado, para reporte mensal a Organização Mundial de Saúde 
(OMS) e alimentação dos bancos de informação sobre a saúde da 
Organização Pan Americana de Saúde (OPAS).
3 O Departamento de Informática do SUS (DATASUS) tem um papel de 
grande importância na elaboração do processo de informação na saúde. 
Sobre as atribuições desse departamento, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) foi implantado 
para o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades 
realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF).
b) ( ) O Programa Nacional da Infância (PNI) permite o gerenciamento 
do processo de vacinação infantil.
c) ( ) O Sistema de Cadastro de Mortalidade (SISCAM) objetiva dar su-
porte ao controle de mortalidade no Brasil.
d) ( ) O Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Pacientes 
Portadores de AIDS (HIPERDIA) destina-se ao cadastramento e 
ao acompanhamento de pacientes HIV positivo atendidos na rede 
ambulatorial do SUS, permitindo a geração de informação para 
aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos, de forma 
regular e sistemática, a todos os pacientes cadastrados.
e) ( ) O Sistema de Acompanhamento do Recém-nascido (SISPRENATAL) 
permite o cadastramento e o acompanhamento de todos os recém-
nascidos no âmbito do SUS.
4 É importante ter-se uma caracterização sobre o SIS, em busca de ter bem 
claro do que se trata. Portanto, o que é e quais as características de um 
Sistema de Informação em Saúde?
5 O Departamento de Informática do SUS (DATASUS) tem um papel de 
grande importância na elaboração do processo de informação na saúde. 
Cite pelo menos três atribuições desse departamento.
60
61
TÓPICO 3 — UNIDADE 1
ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO EM SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos o passo a passo para organização de um SIS, 
considerando as características que deve conter, além dos objetivos e vantagens 
a serem contemplados para atender aos princípios e diretrizes do Sistema Único 
de saúde. Da mesma forma, contemplaremos as especificidades do Registro 
Eletrônico de Saúde, a pertinência de sua utilização, além dos objetivos e 
funcionalidades buscados a partir da adoção dos prontuários eletrônicos.
De forma breve, serão apresentadas as mudanças trazidas pelos SIS, RES 
e a adoção do e-Saúde na proposta estratégica da informação, comunicação e 
otimização do Sistema Único de Saúde tanto para os usuários quanto para os 
profissionais e equipes técnicas que atuam nesse setor.
Para finalizar este tópico trabalharemos com o resumo do tópico, 
autoatividades, além da leitura complementar dos textos sugeridos como forma 
de contribuir para a construção do conhecimento sobre essa temática.
2 PASSOS FUNDAMENTAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DE UM 
SIS
Um SIS deve ser planejado e organizado enquanto um instrumento de 
apoio à gestão de um Sistema de Saúde. Nesse sentido, deve produzir informações 
que possibilitem:
• Avaliar uma determinada situação de saúde;
• Subsidiar a tomada de decisões sobre as respostas (ações) a serem 
implementadas;
• Acompanhar ou controlar a execução (eficiência e eficácia) das ações propostas;
• Avaliar o impacto (efetividade) alcançado sobre a situação de saúde inicial.
Assim, a produção das informações deve ser organizada de forma 
sistematizada, norteada pelos seguintes processos:
• Coleta de dados: geração e registro dos dados devidamente padronizados 
(por exemplo: a definição do que é uma primeira consulta deve ser a mesma 
para todo o sistema de saúde);
62
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
• Processamento dos dados: recepção, codificação, tabulação, cálculos básicos 
(por exemplo: totalizações), controle de erros e inconsistências (por exemplo: 
câncer de colo do útero numa pessoa do sexo masculino), armazenamento, 
manutenção, recuperação e disponibilização dos dados;
• Produção e disseminação das informações: tratamento dos dados segundo 
as necessidades de informação demandadas: cálculo de indicadores, 
elaboração de gráficos, mapas temáticos e outros formatos de apresentação 
das informações produzidas. 
Nessa construção, responsabiliza-se também pela definição e 
operacionalização de mecanismos que irão disseminar estes produtos, a partir 
de suas competências, necessidades e formatos, de acordo com os diferentes 
“usuários”. A Figura 37 apresenta resumidamente os passos envolvidos no 
processo de organização de um SIS.
FIGURA 37 – PASSOS PARA ORGANIZAÇÃO DE UM SIS
FONTE: Vidal (2017, p. 3).
De forma resumida, pode-se afirmar que a organização de um SIS deve 
ser realizada a partir de um planejamento estratégico que venha a garantir a 
participação efetiva dos usuários das informações em todos os momentos que 
envolvem esse processo.
É imprescindível considerar alguns aspectos no planejamento da 
implantação (aperfeiçoamento) de um SIS, tais como: 
Aspectos institucionais: caracterização clara do modelo de atenção à 
saúde de referência para a instituição e dos objetivos prioritários definidos frente 
à situação atual da implementação desse modelo.
Aspectos operacionais: características do processo de trabalho na produção 
das diversas atividades (consulta médica, controle de estoque, gerenciamento das 
unidades de saúde etc.) desenvolvidas pelas diferentes unidades operacionais 
que compõem o Sistema de Saúde.
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
63
Aspectos organizacionais: dimensionamento dos diferentes componentes 
da estrutura do Sistema de Saúde, ou seja, recursos humanos, físicos, materiais, 
financeiros, orçamentários, equipamentos e insumos.
Portanto, essa construção deve ser um processo ligado ao planejamento 
institucional e à realidade epidemiológica, em busca da definição de informações 
úteis e oportunas nas diferentes instâncias de decisão. Importante destacar que 
os dados a serem coletados devem ser justificados pelas informações a serem 
geradas. Assim, na definição das informações necessárias é importante considerar 
as seguintes questões:
1. Por que essa informação deve ser produzida?
2. Para que será utilizada?
3. Quem vai utilizá-la?
4. Como será utilizada (formato, fluxo, periodicidade)?
5. Por quanto tempo será útil essa informação?
6. Ela deve ser produzida pelo SIS ou obtida através de um estudo ou pesquisa 
pontual?
Após atentar para as questões citadas, é possível considerar os seguintes 
passos de forma mais explicativa por Ferreira (1999):
1º) Constituir um grupo decisório, com representantes de todos os níveis gerenciais 
para o acompanhamento e tomada de decisões durante todo o processo.
2º) Constituir um grupo técnico, responsável pela elaboração das propostas e 
implementação das mesmas após deliberação pelo grupo decisório.
3º) Conheceras estratégias e objetivos institucionais propostos para concretização 
do modelo de atenção, considerando as competências dos diferentes níveis 
gerenciais.
4º) Definir as informações necessárias para subsidiar o processo de planejamento, 
tomada de decisões e de avaliação em todos os níveis gerenciais, consoantes 
com os objetivos definidos no passo anterior;
5º) Elaborar ou identificar os indicadores capazes de contemplar as necessidades 
de informação definidas no passo anterior.
6º) Definir os “relatórios” a serem gerados pelo sistema (tabelas, gráficos, mapas 
etc.).
7º) Definir os dados a serem coletados, a periodicidade e suas respectivas fontes.
8º) Estruturar o processamento dos dados considerando: os instrumentos de 
coleta, os fluxos, o armazenamento e a transmissão dos dados.
9º) Definir a tecnologia de informática a ser adotada.
10º) Quando for o caso, é fundamental analisar os sistemas já implantados, 
avaliando-os e propondo as medidas necessárias (aquisições, reformulações, 
substituições, manutenção etc.) para que eles possam ser aproveitados para 
gerar as informações/indicadores definidos.
64
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
11º) Definir o modelo de gerenciamento do SIS garantindo uma avaliação 
permanente da qualidade e da utilização das informações produzidas.
12º) Definir os mecanismos para disseminação das informações.
A Figura 38 apresenta um fluxo de informações (passos) que devem ser 
considerados em todas as etapas do planejamento de um SIS.
FIGURA 38 – FLUXO DE INFORMAÇÕES NO PLANEJAMENTO DO SIS
FONTE: Os autores (2020).
Conforme observado, em todo processo de desenvolvimento e 
sistematização das ações ocorre a regulação da atenção, programação das ações 
e serviços de saúde, gestão e controle de sistemas de informação, e avaliação 
dos serviços de saúde. Após todo processo avaliativo, e aprovação do sistema 
será elaborado um Plano de Ação, em que são discriminadas ações e atividades, 
os responsáveis, os prazos, os recursos, o orçamento e o cronograma para 
desenvolvimento da proposta. Para que este plano seja aplicado de fato, sendo 
imprescindível fundamental analisar sua viabilidade e pensar estratégias para 
concretizá-lo.
3 REGISTRO ELETRÔNICO EM SAÚDE (PRONTUÁRIO 
ELETRÔNICO)
O Registro Eletrônico em Saúde (RES) é um repositório de informações 
processáveis sobre o cuidado em saúde do indivíduo, armazenadas e transmitidas 
de forma segura e acessível por múltiplos usuários autorizados (Política Nacional 
de Informação e Informática em Saúde - PNIIS - MS, 2016).
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
65
Suas principais funções são: 
• Criar e manter prontuário para cada paciente com informações demográficas e 
história clínica.
• Permitir ao paciente ter acesso à informação sobre a sua saúde e aos dados 
agregados relativos à comunidade em que vive, bem como sobre as doenças 
que os afetam.
• Oferecer protocolos e evidências para apoio à tomada de decisão pelo 
profissional de saúde, na prescrição e no atendimento, incluindo alertas.
• Contribuir para a organização e disseminação de condutas e protocolos clínicos.
• Permitir agregar a informação coletada para fins de extração de conhecimento.
De acordo com a Estratégia e-Saúde para o Brasil (2016), através da 
implementação dos registros eletrônicos, espera-se os seguintes benefícios:
• Melhorar a atenção em saúde em todos os seus aspectos, pois o atendimento 
de melhor qualidade é resultado da informação coletada e disponível quando 
e onde necessária.
• Integrar os processos de saúde, pela disponibilidade da informação de saúde.
• Maior conhecimento para a tomada de decisão, pois a partir da informação 
clínica armazenada é possível extrair dados importantes sobre prevalência de 
doenças, efetividade de tratamentos, adequação de protocolos, diretrizes e 
consensos.
• Na vigilância em saúde e epidemiológica, a coleta sistemática de dados clínicos 
permite que se estabeleçam regras de Vigilância em Saúde.
• A informação de saúde coletada pelo RES, forma um material poderoso para a 
análise e tomada de decisão para ações de promoção de saúde.
Os dados gerados e consequentemente registrados pelo RES são construídos 
a partir da assistência multiprofissional e institucional de saúde, constituindo-se 
em fontes de informações sobre as pessoas, seus estados de saúde e suas inserções 
no sistema de saúde.
Como estratégia do e-Saúde, os dados que se encontravam dispersos entre 
os diversos prestadores não permitiam que o sistema de saúde e nem mesmo o 
próprio beneficiário tivesse uma visão integral e longitudinal das informações de 
saúde. A incorporação do e-Saúde ao SUS proposta para o ano de 2020, surgiu como 
uma dimensão fundamental, reconhecendo-a como uma estratégia de melhoria dos 
O principal objetivo do RES é oferecer apoio a cuidados de saúde de qualidade, 
eficazes, eficientes, efetivos, seguros e integrados, ao longo de toda a vida do paciente 
(International Organization for Standardization, 2011).
ATENCAO
66
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
serviços de Saúde por meio da disponibilização e uso de informação abrangente, 
precisa e segura (BRASIL, 2017).
Entre as características do e-Saúde, podemos observar na figura a seguir 
os requisitos que vêm a contemplar efetivamente a construção e o acesso ao 
SIS complementar, com estratégias norteadoras e contemplativas da tomada 
de decisões mais ágeis, por meio dos dados de saúde de cada território e de 
seus usuários, viabilizando, assim, a comunicação e a elaboração dos Registros 
Eletrônicos em Saúde (RES).
Dessa forma, para contemplar as estratégias apresentadas, torna-se 
imprescindível a adoção de ações no sentido de:
• Reduzir a fragmentação das iniciativas no SUS e aprimorar a governança da 
estratégia.
• Fortalecer a intersetorialidade de governança de e-Saúde.
• Elaborar o marco legal de e-Saúde no país.
• Definir e implantar uma arquitetura para a e-Saúde.
• Definir e implantar os sistemas e serviços de e-Saúde integrados ao SUS.
• Disponibilizar serviços de infraestrutura computacional.
• Criar arquitetura de referência para sustentação dos serviços de infraestrutura.
• Criar a certificação em e-Saúde para trabalhadores do SUS.
• Promover a facilitação do acesso à informação em saúde para a população.
A partir da implementação do RES, foi possível como estratégia de curto 
prazo agilizar o atendimento e melhorar o fluxo de informações para apoio à 
decisão em Saúde, como também, alinhar esforços dos diversos atores envolvidos 
aumentando consequentemente, o impacto das iniciativas de concepção, 
desenvolvimento, aquisição e implantação de SIS, incluindo dispositivos, 
modelos e processos no SUS.
No entanto, essa proposta vem sendo construída desde 2005, sendo que 
em 2016 foi definido o Conjunto Mínimo de Dados na Atenção a Saúde, que 
venham a contemplar a proposta do RES, conforme apresenta a figura a seguir.
O e-Saúde é uma proposta de organização e oferta de serviços de saúde. As 
atividades de saúde estão intimamente ligadas à informação e comunicação e dependem 
de conhecimento e tecnologia para viabilizar mecanismos inovadores, efetivos, eficazes 
e eficientes que ampliem o alcance e aumentem a qualidade, a resolubilidade e a 
humanização dos diversos aspectos da atenção em saúde.
Para saber mais, acesse: https://bit.ly/2Xh96g0.
IMPORTANT
E
TÓPICO 3 — ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
67
FIGURA 39 – HISTÓRICO DE AÇÕES DO REGISTRO ELETRÔNICO DE SAÚDE
FONTE: Oliveira (2018, p. 29)
As informações coletadas no processo de atenção sejam disponibilizadas 
de forma a possibilitar atendimentos de melhor qualidade. Assim, o profissional 
de saúde poderá tomar decisões clínicas com base em informação sobre o paciente, 
sua história clínica, suas alergias e outras condições, bem como em evidências, 
protocolos e melhores práticas, reduzindo os custos e retrabalho, melhorando a 
segurança do paciente, por evitar a prescriçãode medicamentos e procedimentos 
desnecessários.
Assista também: Sistema de Registro Eletrônico de Saúde (S-RES): https://www.
youtube.com/watch?v=KwvVOSnc11o.
ATENCAO
68
UNIDADE 1 — SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
LEITURA COMPLEMENTAR
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO A CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE 
REGISTRO ELETRÔNICO DE SAÚDE
A utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde 
(TICS) cresce a cada dia. Hoje são inúmeras as possibilidades, os recursos e os 
benefícios que a informática pode trazer para a área de saúde, especialmente para 
o MÉDICO. 
O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é a principal ferramenta de 
TICS que o médico precisa ou precisará lidar nas suas atividades diárias, seja no 
consultório, centro diagnóstico ou hospital. É fundamental que o médico utilize 
uma ferramenta de alta qualidade, segura e que possa auxiliá-lo no registro da 
história clínica e exame físico, bem como na solicitação de exames e prescrição. 
Outro conceito importante é o Registro Eletrônico de Saúde (RES) que permite o 
armazenamento e o compartilhamento seguro das informações de um paciente. 
Os sistemas devem adotar mecanismos de segurança capazes de garantir 
autenticidade, confidencialidade e integridade das informações de saúde. A 
certificação digital é a tecnologia que melhor provê estes mecanismos.
 Com o intuito de estabelecer as normas, padrões e regulamentos para o 
PEP/RES no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira 
de Informática em Saúde (SBIS) estabeleceram um convênio de cooperação 
técnico-científica que está em vigência desde 2002. 
Esse convênio propiciou a criação de um processo de Certificação de 
Sistemas de Registro Eletrônico de Saúde, com o estabelecimento dos requisitos 
obrigatórios e, acompanhando a legislação federal para documento eletrônico, 
reforçou a obrigatoriedade do uso de certificação digital (assinatura eletrônica) 
para a validade ética e jurídica de um PEP/RES. Um marco regulatório importante 
foi a publicação da Resolução CFM Nº 1821/2007. 
Para que o médico compreenda melhor os conceitos-chaves da Certificação 
de Software e Certificação Digital, o CFM e a SBIS elaboraram esta cartilha 
educativa. Nela o profissional médico e os demais interessados poderão ter uma 
visão geral sobre PEP/ RES, Certificação Digital, Documento Eletrônico e quais as 
regras para um prontuário 100% digital (paperless – sem papel). Tudo isso numa 
linguagem adequada para facilitar o entendimento de todos os profissionais. 
Ainda nesta cartilha estão os esclarecimentos às principais dúvidas a respeito 
desse assunto, atendendo assim uma série de solicitações que o CFM e a SBIS vêm 
recebendo durante os últimos anos.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2L07CUW>. Acesso em: 24 nov. 2020.
69
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A organização de um SIS deve ser realizada a partir de um planejamento 
estratégico que venha a garantir a participação efetiva dos usuários das 
informações em todos os momentos que envolvem esse processo.
• Um SIS deve ser planejado e organizado enquanto um instrumento de apoio 
à gestão de um Sistema de Saúde. Nesse sentido, deve produzir informações 
que possibilitem:
• Avaliação de determinada situação de saúde.
• Subsidiar a tomada de decisões sobre as respostas (ações) a serem 
implementadas.
• Acompanhamento ou controle da execução (eficiência e eficácia) das ações 
propostas.
• Avaliação do impacto (efetividade) alcançado sobre a situação de saúde 
inicial.
• O Registro Eletrônico em Saúde (RES) caracteriza-se como um repositório 
de informações processáveis sobre o cuidado em saúde do indivíduo, 
armazenadas e transmitidas de forma segura e acessível por múltiplos 
usuários autorizados.
• Os dados gerados e consequentemente registrados pelo RES são construídos a 
partir da assistência multiprofissional e institucional de saúde, constituindo-
se em fontes de informações sobre as pessoas, seus estados de saúde e suas 
inserções no sistema de saúde.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
70
1 Os prontuários dos pacientes são documentos importantes como registros 
que podem ser disponibilizados de forma eletrônica. Sobre o exposto, 
analise as afirmativas a seguir:
I - O prontuário eletrônico do paciente (PEP) pode ser de dois tipos: digitalizado 
e on-line.
II - Algumas limitações do prontuário em papel são baixa mobilidade, sujeição 
a ilegibilidade e ambiguidade.
III - O conceito de Registro Eletrônico de Saúde (RES) abrange o comparti-
lhamento de informações sobre a saúde de um ou mais indivíduos, inter 
e multi-instituição, dentro de uma região (município, estado ou país), ou 
ainda, entre um grupo de hospitais.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
2 São inúmeras as vantagens que a adoção do Registro Eletrônico em Saúde 
oportuniza. Sobre essas vantagens, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Investimento; Mudança na rotina; Internet obrigatória; Acessibilidade. 
b) ( ) Integração de informações; Corte de Custos e espaços; Internet; 
obrigatória.
c) ( ) Otimização das atividades; Mudança de Rotina; Acessibilidade; 
Investimento.
d) ( ) Segurança dos dados; Otimização das atividades; Acessibilidade; 
Integração de informações; Corte de custos e espaços.
e) ( ) Mudança de rotina; Acessibilidade; Investimento; Internet 
obrigatória.
3 Um SIS deve ser planejado e organizado enquanto um instrumento de apoio 
à gestão de um Sistema de Saúde. Partindo desse entendimento, um SIS 
deve produzir que tipo de informações? Justifique sua resposta.
4 Um SIS deve ser planejado e organizado enquanto um instrumento de apoio 
à gestão de um Sistema de Saúde. Partindo desse entendimento, um SIS 
deve produzir que tipo de informações? Justifique sua resposta.
5 O Registro Eletrônico de Saúde é uma poderosa ferramenta para os médicos 
proverem com qualidade e segurança um cuidado integrado aos seus 
pacientes. Sobre o RES, cite o objetivo e pelo menos três benefícios.
AUTOATIVIDADE
71
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Grupo Editorial Nacional; 2010.
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ly/3pVktq0>. Acesso em: 4 dez. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégia e-Saúde para o Brasil. Comitê Gestor 
da Estratégia e-Saúde. Brasília – DF, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2Xh96g0. 
Acesso em: 15 jul. 2020.
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72
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Endemias Rurais no Ministério da Saúde e dá outras providências. Disponível 
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LUCCHESE, G. A Vigilância Sanitária no Sistema Único de Saúde. In: DE SETA, 
M. H. (Org.). Gestão e vigilância sanitária: modos atuais do pensar e fazer. Rio 
de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006.
PINTO, L. F.; FREITAS, M. P. S. de; FIGUEIREDO, A. W. S. A. de. Sistemas Na-
cionais de Informação e levantamentos populacionais: algumas contribuições do 
Ministério da Saúde e do IBGE para a análise das capitais brasileiras nos últimos 
30 anos. Ciência & Saúde Coletiva [on-line]. 2018, v. 23, n. 6.
POLITIZE. A história da saúde pública no brasil e a evolução do direito à saú-
de. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3oxnmxf. Acesso em: 15 set. 2020.
73
UNIDADE 2 — 
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS 
EM SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a importância da avaliação das tecnologias de saúde e as 
orientações que devem ser consideradas no processo avaliativo;
• entender os principais aspectos que devem ser observados na adoção/
implementação das tecnologias em saúde;
• analisar os desafios pertinentes à avaliação das tecnologias em saúde, 
como também, a sua importância para a geração de Sistema de 
Informação em Saúde;
• compreender as dimensões a serem consideradas avaliando o 
momento de sua implementação como forma de manter ou melhorar a 
sustentabilidade do SUS;
• acompanhar o desenvolvimento de tecnologias, conhecendo o 
estabelecimento de padrões de qualidade com o uso apropriado de 
medicamentos e produtos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE 
 TECNOLOGIAS EM SAÚDE
TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS EM SAÚDE
TÓPICO 3 – DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
74
75
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico! No tópico 1, nós estudaremos o desenvolvimento e adoção 
da Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e todo processo que envolve o 
desenvolvimento dos sistemas, associando-o com as estratégicas tecnológicas. 
Neste tópico abordaremos ainda questões relacionadas à avaliação da eficácia e 
efetividade, das orientações e perspectivas da avaliação saúde pública, da ética e 
da pertinência da informação para a indústria farmacêutica.
No decorrer deste tópico, trabalharemos com quatro subtópicos. O 
primeiro discorrerá sobre o planejamento e adoção da avaliação de tecnologias 
em saúde, abordando seus principais instrumentos, sistemas e diretrizes, bem 
como a hierarquia de organização dessas tecnologias, como foram se constituindo 
ao logo do tempo, as etapas e questões norteadoras a serem consideradas nesse 
processo.
No subtópico 2 apresentaremos as dimensões e importância da avaliação 
de tecnologias em saúde, as etapas e questões norteadoras complementares 
àquelas discorridas no subtópico 1. Na sequência, o subtópico 3 apresenta as 
orientações que devem ser observadas no processo de ATS enquanto processo e 
dimensão clínica. 
No último subtópico, disserta-se sobre as perspectivas da avaliação em 
diferentes cenários, tais como: Saúde pública, Ética e Indústria farmacêutica, 
trazendo os principais aspectos que envolvem a ATS em cada segmento.
2 PLANEJAMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE 
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
A Tecnologia em Saúde é a utilizada a partir da aplicação de conhecimentos 
e habilidades em forma de dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos 
e sistemas desenvolvidos com o objetivo de resolver um problema de saúde e 
melhorar a qualidade de vida. 
O termo “Tecnologia em Saúde” abrange, então, o conjunto de instrumentos 
adotados objetivando a promoção da saúde, prevenção e tratamento das doenças 
TÓPICO 1 — 
DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE 
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
76
e reabilitação das pessoas. Esses sistemas devem abordar aspectos relacionados 
na figura a seguir:
FIGURA 1 – CONJUNTO DE INSTRUMENTOS ADOTADOS EM TECNOLOGIA DA SAÚDE
FONTE: A autora (2020)
A partir dos componentes utilizados em níveis de atenção, as tecnologias 
de saúde são organizadas de forma hierárquica, conforme apresentado na figura 
a seguir.
FIGURA 2 – HIERARQUIA DE ORGANIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE SAÚDE
FONTE: <https://bit.ly/398BNRE>. Acesso em: 25 nov. 2020.
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
77
Inicialmente são observadas as tecnologias chamadas de tecnologias 
biomédicas, que são os equipamentos e medicamentos. Caracterizam-se na 
interação diretamente com os pacientes.
No segundo nível tem-se os procedimentos médicos, como a anamnese, 
as técnicas cirúrgicas, as normas técnicas de uso de aparelhos e outros, que 
constituem parte do treinamento dos profissionais em saúde e que são essenciais 
para a qualidade na aplicação das tecnologias biomédicas. Estas tecnologias, 
acrescidas dos procedimentos, constituem as tecnologias médicas (BRASIL, 2009).
As tecnologias médicas são utilizadas no um contexto que envolve uma 
estrutura de apoio técnico e administrativo, sistemas de informação e organização 
da prestação da atenção à saúde. Estes sistemas de suporte organizacional, que 
se encontram dentro do próprio setor Saúde (hospitais, ambulatórios, secretarias 
de saúde, Ministério da Saúde), concomitantemente com as tecnologias médicas, 
compondo então as tecnologias de atenção à saúde.
Por fim, tem-se os componentes organizacionais e de apoio que são 
determinados porforças que atuam fora do sistema de saúde, como saneamento, 
controle ambiental, direitos trabalhistas etc. Desta forma, podem-se englobar 
diversos aspectos da organização social que são determinam a saúde de uma 
população como educação, política econômica etc.
Quando as informações a serem geradas dependem de componentes 
organizacionais de apoio externos ao setor saúde, tais como: saneamento básico, 
direitos trabalhistas e educação, ocorre a combinação dos componentes anteriores 
constituindo as tecnologias em saúde. Nesse sentido, as tecnologias ainda podem 
ser classificadas de acordo com a natureza material, o propósito, e o estágio de 
difusão, conforme apresentado na tabela a seguir.
TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Classificação Especificação
Quanto à natureza 
material
Medicamentos.
Equipamentos e suprimentos: ventilador, marca-passos 
cardíacos, luvas cirúrgicas, kits de diagnóstico etc.
Procedimentos médicos e cirúrgicos.
Sistemas de suporte: bancos de sangue, sistemas de 
prontuário eletrônico etc.
Sistemas gerenciais e organizacionais: sistema de 
informação, sistema de garantia de qualidade etc.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
78
Quanto ao 
propósito
Prevenção: visa proteger os indivíduos contra uma 
doença ou limitar a extensão de uma sequela (exemplo: 
imunização, controle de infecção hospitalar etc.)
Triagem: visa detectar a doença, anormalidade, ou 
fatores de risco em pessoas assintomáticas (mamografia, 
exame de Papanicolau).
Diagnóstico: visa identificar a causa e natureza ou 
extensão de uma doença em pessoas com sinais clínicos 
ou sintomas (eletrocardiograma, raios X para detectar 
fraturas ósseas).
Tratamento: visa melhorar ou manter o estado de saúde, 
evitar uma deterioração maior ou atuar como paliativo.
Reabilitação: visa restaurar, manter ou melhorar a função 
de uma pessoa com uma incapacidade física ou mental.
Quanto ao estágio 
de difusão
Futura: em estágio de concepção ou nos estágios iniciais 
de desenvolvimento.
Experimental: quando está submetida a testes em 
laboratório usando animais ou outros modelos.
Investigacional: quando está submetida a avaliações 
clínicas iniciais (em humanos).
Estabelecida: considerada pelos provedores como um 
enfoque padrão para uma condição particular e difundida 
para uso geral.
Obsoleta/abandonada/desatualizada: sobrepujada por 
outras tecnologias ou foi demonstrado que elas são 
inefetivas ou prejudiciais.
FONTE: BRASIL (2009, s. p.)
A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é conceituada atualmente 
como a sistematização das propriedades, efeitos e/ou impactos da tecnologia em 
saúde. Dessa forma, o foco volta-se para a geração de informações que orientem 
de forma clara e precisa o planejamento e a tomada de decisões, promovendo 
assim, a adoção de tecnologias viáveis economicamente, prevenindo a adoção de 
tecnologias de alto custo para o sistema de saúde.
Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é a sistematização das proprieda-
des, efeitos e/ou impactos da tecnologia em saúde.
NOTA
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
79
Na ATS tem-se a atuação de equipe multiprofissional, como médicos, en-
genheiros, economistas, estatísticos, matemáticos e pesquisadores com outras 
formações utilizando-se modelos analíticos planejados a partir de uma diversida-
de de métodos para comparação das tecnologias em saúde.
No cenário atual, a cada instante novas tecnologias estão sendo lançadas 
no mercado, e consequentemente, tem-se o crescimento das demandas da incor-
poração pelo sistema de saúde geradas em diversos setores: indústria, pacientes 
e profissionais de saúde. Nesse novo cenário, coexistem novos medicamentos, 
materiais médicos, procedimentos cirúrgicos frequentemente lançados no mer-
cado a preços mais elevados que as alternativas terapêuticas disponíveis, quando 
estas existem.
É preciso considerar que nem sempre essas tecnologias apresentam bene-
fícios reais ou segurança satisfatória quando comparadas às demais. Por isso, os 
gestores da saúde preocupam-se com a identificação das reais necessidades de 
saúde da população, avaliando constantemente as tecnologias existentes, selecio-
nando as prioritárias e organizando o acesso aos serviços e produtos.
O Brasil evolveu na instituição da avaliação de tecnologias de saúde (ATS) 
no SUS, a partir de 2003, com o estabelecimento de diretrizes e protocolos clínicos, 
regulação de preços de medicamentos e política forma de avaliação, incorporação 
e gestão de tecnologias no âmbito do sistema de saúde (ELIAS, 2013).
No entanto, desde a Constituição da República em 1988, foram percorridos 
diversos caminhos que marcaram a relação da implantação da ATS, no Brasil, 
pelo SUS, conforme observado na figura a seguir.
A Avaliação de Tecnologias em Saúde deve nortear o caminho para o 
atendimento equitativo e universal no SUS. Assim, a ATS é um processo de pesquisa 
abrangente, por meio do qual se avaliam repercussões clínicas, sociais, econômicas, éticas 
do uso e difusão de tecnologias de saúde (ELIAS, 2013).
INTERESSA
NTE
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
80
FIGURA 3 – LINHA DE TEMPO DA IMPLEMENTAÇÃO DA ATS NO SUS
FONTE: <http://bit.ly/398BNRE>. Acesso em: 25 nov. 2020.
Na ATS, vários estudos são envolvidos e, cada um deles é planejado para 
responder à determinada pergunta num contexto específico. Nesse processo, 
utilizam-se estudos primários (originais) que são utilizados na produção de 
uma nova conclusão, ou estudos secundários. Entre os estudos (Figura 4) mais 
utilizados na ATS, destacam-se:
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
81
FIGURA 4 – ESTUDOS MAIS UTILIZADOS NA ATS
FONTE: <http://bit.ly/398BNRE>. Acesso em: 25 nov. 2020.
Normalmente, os estudos são orientados por etapas, que viabilizam a 
avaliação de forma criteriosa. Na Figura 5 apresentam-se as principais etapas da 
ATS.
FIGURA 5 – ETAPAS QUE NORTEIAM OS ESTUDOS NA ATS
FONTE: < http://bit.ly/398BNRE >. Acesso em: 25 nov. 2020.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
82
Conforme observado na figura a seguir, a primeira etapa da ATS tem 
como objetivo a identificação da necessidade de se estudar a eficácia, efetividade, 
segurança e custo das diversas tecnologias em saúde, norteando todo o processo. 
Nessa etapa, comparam-se os tratamentos considerados padrão para possibilitar 
a tomada de decisão acerca da sua disponibilização ou não para a sociedade. 
Consequentemente, as etapas subsequentes, apresentam o caminho a ser 
percorrido para se elaborar as recomendações sobre a tecnologia avaliada.
De acordo com Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), a ATS constitui-se em 
uma ferramenta para garantir as diretrizes do SUS, conforme a Figura 6: 
FIGURA 6 – RELAÇÃO DA ATS CO AS DIRETRIZES DO SUS
FONTE: A autora (2020)
Nesse sentido, a descentralização vem para redistribuir o poder e a 
responsabilidade nos diferentes níveis de gestão, passando então a decidir em cada 
instância acerca das questões relacionadas à regulamentação do setor e alocação 
dos recursos disponíveis. Neste cenário, a incorporação de uma tecnologia no 
setor Saúde regulamenta-se por diferentes atores:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem o papel da 
regulação da entrada da tecnologia no mercado, requer informação quanto à 
segurança, benefício, indicação de uso e preço a ser praticado no mercado para 
ter sua comercialização (registro) autorizada no país (BRASIL, 2004).
Para você compreender melhor o papel desenvolvido pela ANVISA, sugerimos 
uma visita ao site: https://www.gov.br/anvisa/pt-br . Você encontrará muitas informações 
sobre este tema que ajudarão a aprofundar seu conhecimento.
DICAS
https://www.gov.br/anvisa/pt-br
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
83
Após o processo de registro, a tecnologia no SUS passa a ser incorporada e 
regulamentada pela Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/
MS). Nesseprocesso, devem-se agregar às informações necessárias ao registro 
informação quanto ao perfil epidemiológico da população a ser beneficiada pela 
tecnologia, infraestrutura necessária para uma adequada assistência, estimativa 
de custo e cobertura a ser oferecida (BRASIL, 2009).
Considerando que a garantia de uma assistência integral à população é 
um grande desafio para o sistema de saúde, as tecnologias nessa área devem 
atentar para a distribuição dos recursos igualmente nos três níveis de atenção 
(primário, secundário e terciário). Nesse sentido, os gestores devem avaliar e 
considerar as questões apresentadas na Figura 7:
FIGURA 7 – QUESTÕES NORTEADORAS PARA ATS
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
Para finalizar essa reflexão, torna-se pertinente adotar um processo claro 
e transparente de decisão nos processos de regulação, incorporação e utilização 
de tecnologias, voltadas para o atendimento da terceira diretriz citada: o controle 
social.
Dessa forma, a ATS sistematiza e sintetiza as evidências científicas e as 
perspectivas de diferentes atores nos aspectos decorrentes da incorporação de 
tecnologias. Assim, quando as decisões se baseiam em uma avaliação prévia, é 
possível vislumbrar os critérios de decisão e a possibilidade de participação da 
sociedade explicitamente.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
84
Na sequência, abordaremos os aspectos que devem ser considerados nas 
ATS, a pertinência de serem consideradas as diretrizes para as tecnologias em 
saúde, bem como o seguimento das orientações em todos os processos. 
3 DIMENSÕES E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DE 
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
A ATS deve iniciar a análise, partindo-se inicialmente dos os impactos 
sociais, éticos e legais associados à tecnologia, bem como das diretrizes (eficácia, 
efetividade, segurança e custo) básicas, mas que antecedem os anteriores, uma 
vez que que um resultado negativo em algum deles pode ser suficiente para 
impedir a comercialização da tecnologia.
De acordo com a Portaria MS 2690/2009 – Política Nacional de Gestão 
de Tecnologias em Saúde, a ATS consiste em um processo contínuo de análise e 
síntese dos benefícios para a saúde, consequentemente econômicas e sociais da 
adoção das tecnologias (BRASIL, 2009).
A avaliação das tecnologias em saúde deve nortear-se pelos seguintes 
aspectos: segurança, acurácia, eficácia, efetividade, custos, custo-efetividade e 
aspectos de equidade, impactos éticos, culturais e ambientais envolvidos na sua 
utilização. 
Observe a tabela a seguir, nelas são apresentados a descrição de cada um 
dos aspectos e sua caracterização:
TABELA 2 – ASPECTOS NORTEADORES DA ATS
Acesse na íntegra a Política Nacional de Gestão de Tecnologias, disponível em: 
https://bit.ly/3pU50GL.
NOTA
ASPECTOS CONSIDERAÇÕES
Eficácia
Probabilidade de que indivíduos de uma população definida 
obtenham um benefício da aplicação de uma tecnologia a um 
determinado problema em condições ideais de uso.
Efetividade
Probabilidade de que indivíduos de uma população definida 
obtenham um benefício da aplicação de uma tecnologia a um 
determinado problema em condições normais de uso.
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
85
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
Silva e Elias (2019) explicam que de acordo com a Organização Mundial 
da Saúde (OMS), as tecnologias em saúde constituem um componente essencial 
dos sistemas de saúde, sendo considerado um sistema de saúde eficaz aquele que 
garante o acesso equitativo a tecnologias que com qualidade, segurança, eficácia 
e custo-efetividade comprovados a partir das avaliações realizadas.
Nesse contexto, a sua utilização deve basear-se em evidências científicas 
de qualidade. Considerando a emersão tecnológica da atualidade, novos desafios 
surgem nesse processo avaliativo, tais como, questões éticas relativas ao uso 
seguro dos dados relativos à saúde (big data), novos padrões para a aprovação 
de inovações combinando diferentes tecnologias, impacto orçamentário da 
incorporação de tecnologias de alto custo e questões de equidade relacionadas à 
cobertura e ao acesso de grupos vulneráveis aos serviços de saúde. 
A partir do planejamento da incorporação e do uso de tecnologias em 
saúde é possível contribuir com o enfrentamento de tais desafios. Assim, o uso de 
ATS e de políticas de cobertura e preço ganham destaque especial. A ATS vem se 
constituindo uma das estratégias mais usadas mundialmente para a informação 
da tomada de decisão relativa às tecnologias em saúde no decorrer desse processo, 
é possível avaliar sistematicamente as propriedades, efeitos e outros impactos das 
tecnologias e suas intervenções em saúde, como também de seus efeitos diretos e 
esperados como suas consequências indiretas e inesperadas, mediante a aplicação 
de quadros analíticos explícitos baseados em uma variedade de métodos.
Esquematicamente, a Figura 8 apresenta as etapas da ATS de forma prática 
e funcional no contexto da atenção básica.
Risco
Medida da probabilidade de um efeito adverso ou indesejado 
e a gravidade desse efeito à saúde de indivíduos em uma po-
pulação definida associado ao uso de uma tecnologia aplicada 
em um dado problema de saúde em condições específicas de 
uso.
Segurança Risco aceitável em uma situação específica
Custo 
Custo (de oportunidade) em saúde é o valor da melhor alter-
nativa não concretizada em consequência de se utilizarem re-
cursos escassos na produção de um dado bem e ou serviço.
Impacto 
social, ético e 
legal
São todos os impactos não relacionados à efetividade, à segu-
rança, e aos custos, incluindo as consequências econômicas se-
cundárias para indivíduos e comunidades.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
86
FIGURA 8 – ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS ETAPAS DA ATS
FONTE: Contó (2020, p. 8)
Assim, a reflexão básica busca a investigação das consequências, de curto 
e médio prazos, analisando primordialmente os efeitos desejados, indesejados, 
as incertezas em torno da adoção da tecnologia, numa perspectiva de acesso e 
equidade.
Além das dimensões apresentadas na tabela anterior, Elias (2013) nos leva 
a conhecer outros critérios pertinentes a ATS, os quais destacamos na tabela a 
seguir:
TABELA 3 – DIMENSÕES NORTEADORAS DA ATS
DIMENSÕES CONSIDERAÇÕES
Eficácia
Benefício das tecnologias em condições ideais de utilização 
como nos ensaios clínicos randomizados. As medidas de re-
sultados são verificadas por meio da interpretação de risco 
relativo, risco absoluto, redução de risco absoluto, número 
necessário para tratar. O melhor tipo de estudo são as revi-
sões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados.
Equidade
Análise da proporção da população a ser beneficiada em 
razão de suas necessidades socioculturais, biológicas e de 
gênero.
Precisão para 
testes de 
diagnóstico
Capacidade das tecnologias em confirmar determinado 
diagnóstico em pessoas doentes. São medidos por meio de 
especificidade e sensibilidade, valor preditivo positivo e 
negativo e sua relação com a prevalência.
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
87
FONTE: Elias (2013, p. 15)
As dimensões na maioria das vezes são ponderadas à luz da análise 
de custo-oportunidade, conforme observado na figura, e estão relacionadas as 
dimensões dos custos, eficiência, custo-efetividade, utilidade, oportunidade e 
impacto orçamentário, em outras palavras, o que e é renunciado no processo de 
tomada de decisão, é embasado na atribuição de valor das escolhas na perspectiva 
da saúde individual ou coletiva.
Efetividade
Benefício das tecnologias em condições reais de utilização 
nos serviços. Pode ser obtida pela análise de registros de 
pacientes, por revisões sistemáticas, e ensaios clínicos 
pragmáticos, quando os serviços de saúde podem ser 
randomizados, sendo os dois últimos métodos o critério de 
referência para delineamento do estudo.
Segurança Existência de eventos adversos provenientes da tecnologia, como danos à saúde, sequelas incapacitantes ou morte.
Utilidadede teste 
diagnóstico
Capacidade de o exame alterar condutas clínicas, sejam 
para antecipar tratamentos ou aperfeiçoá-los. Tanto a 
precisão, quanto a utilidade, também são medidas para 
avaliar o rastreamento em pessoas sadias, ou com fatores 
de risco presente.
Impacto no 
orçamento
Estimativa do aumento ou redução de gasto ao se introduzir 
e difundir a tecnologias no serviço de saúde.
Ética
Adequação ao código de princípios de moralidade definidos 
pela sociedade ou cultura, considerados ideais no caráter e 
na cultura. Analisa-se tanto a perspectiva do financiador, 
como direitos, perspectivas e valores do paciente.
Bases legais Compatibilidade e adequação à legislação vigente, necessidade de alteração de normas
Logística
Adequação e necessidades de alteração de infraestrutura, 
de pessoal, de transporte, armazenamento, e todos os 
aspectos relacionados a cobertura e acesso com qualidade.
Macroeconomia
Análise da alocação de recursos no sistema de saúde e 
dos efeitos nas políticas de propriedade intelectual, na 
regulação, no investimento em inovação, na transferência 
de tecnologias e no aumento ou diminuição de empregos.
Meio ambiente
Geração de resíduos poluentes, condições e recursos 
necessários para mitigação de possíveis danos ao meio 
ambiente.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
88
4 ORIENTAÇÕES DA AVALIAÇÃO
A ATS é orientada à tecnologia a partir do momento que avalia o impacto 
de uma ou mais tecnologias. Nesta avaliação, podem ocorrer:
• Processo avaliativo de uma tecnologia nova.
• Avaliação de alguma que já esteja em uso geral. 
• Uma nova aplicação de outra já em uso.
• Uma combinação aplicada de tecnologias. 
As decisões relativas ao registro e incorporação da tecnologia no sistema 
de saúde (financiamento) requerem avaliações orientadas à tecnologia. Assim, 
a avaliação de tecnologias é orientada ao problema com objetivo de questionar 
as possibilidades de gerenciar um problema clínico ou de saúde, por exemplo: 
utilizar um novo tratamento ou como estabelecer um programa para a prevenção 
da obesidade mórbida.
Nesse caso, recorre a avaliação voltada para elaboração de uma diretriz 
clínica, ou, como é conhecida, guia de conduta clínica (do inglês, guidelines).
As diretrizes clínicas consistem em indicações e contraindicações, além dos 
benefícios e riscos esperados com o uso de tecnologias em saúde (procedimentos, 
testes diagnósticos, medicamentos etc.) para grupos de pacientes definidos. Nesse 
contexto, as diretrizes clínicas devem atender aos cinco propósitos, apresentados 
na Figura 9:
As Diretrizes clínicas constituem-se em posicionamentos ou recomenda-
ções sistematicamente desenvolvidas para orientar médicos e pacientes acerca de cui-
dados de saúde apropriados, em circunstâncias clínicas específicas Institute of Medicine 
(BRASIL, 2009).
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
89
FIGURA 9 – DIRETRIZES CLÍNICAS: PROPÓSITOS
FONTE: A autora (2020)
Quando a avaliação de tecnologias é orientada a projetos, volta-se à 
implantação de uma tecnologia específica, como exemplo, a colocação de um 
equipamento de tomografia por emissão de pósitron em um hospital específico. 
Este tipo de orientação é necessário em projetos de aquisição de uma tecnologia 
em uma unidade de saúde. No caso de um equipamento, a avaliação deve ser 
coordenada por um profissional habilitado, no caso, um engenheiro clínico. 
Importante destacar que esse tipo de avaliação sistemática específica por 
um profissional tem sido pouco comum, pois, em geral, não são capacitados 
para a função. No entanto, já existem alguns cursos de formação de Engenharia 
Biomédica no Brasil que abordam a ATS em seus currículos.
5 PERSPECTIVAS DA AVALIAÇÃO
As perspectivas da avaliação de tecnologias refletem as necessidades ou 
objetivos específicos de quem conduz ou financia a avaliação. Normalmente, as 
agências regulatórias nacionais podem requerer avaliações como garantia de 
segurança e eficácia das tecnologias em saúde para a sociedade em geral.
Instituições de atenção à saúde, como os hospitais, buscam nas avaliações 
das tecnologias informações para apoiar os processos de aquisição, investimento, 
e decisões acerca do gerenciamento de tecnologias. Da mesma, as associações 
profissionais realizar avaliações para apoiá-las na decisão pertinentes aos 
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
90
cuidados com pacientes. Seguradoras, também realizam estudos de avaliação 
para nortear a decisão sobre cobertura e reembolso de procedimentos etc.
Nesse sentido, dependendo de quem realiza a avaliação, coexistem 
perspectivas próprias sobre o processo avaliativo, que irá analisar a estrutura 
e os resultados da avaliação. Assim, os custos e benefícios serão calculados e/
ou estimados dependendo, da perspectiva dos avaliadores. Por exemplo, 
em hospitais, os administradores ao analisar a aquisição de uma tecnologia, 
deverão fazê-la na ótica dos custos financeiros diretos e sua contribuição para a 
capacidade de geração de renda para o hospital (e talvez a sua imagem perante 
a comunidade).
De outra forma, ao analisar a partir do interesse da sociedade, o gestor local 
estará preocupado com as implicações da nova tecnologia sobre a distribuição 
dos recursos, o atendimento à demanda, os custos sociais, e assim por diante.
Considerando a natureza multidisciplinar e os diferentes atores 
envolvidos na ATS, cada uma das disciplinas que contribuem para a avaliação 
das tecnologias, possuem um olhar diversificado sobre determinada questão. 
Nesse sentido, na sequência discutiremos brevemente resumidamente algumas 
dessas visões.
5.1 Saúde pública
Os problemas relacionados à saúde variam em diferentes locais, e podem 
ser agrupados em: doenças transmissíveis e doenças não transmissíveis, traumas, 
e desordens mentais. Normalmente utiliza-se os determinantes de saúde para 
a avaliação, tais como: nutrição, estilo de vida, renda, situação ambiental e 
ocupacional, e fatores biológicos relacionados à genética. Os serviços clínicos, 
realizados na atenção à saúde, contribuem significativamente para os níveis de 
saúde, porém, numa esfera menor do que os citados anteriormente (BRASIL, 
2009).
Primeiramente, a avaliação de programas de saúde pública empreende 
escalas de tempo maiores para que sua viabilidade e efeitos sejam observados. 
Em um segundo instante, a introdução de medidas de saúde pública é complexa, 
exigindo-se a colaboração de diferentes agências ou organizações, podendo 
inclusive a mudança de hábitos dos indivíduos alterem seus hábitos. Em um 
terceiro momento, as intervenções em saúde pública normalmente envolvem 
questões políticas e, por essa razão, sofrem algumas resistências por parte de 
grupos políticos mais poderosos. Em quarto lugar, algumas medidas de saúde 
pública são consideradas óbvias e, por isso, sofrem resistências na existência da 
necessidade de uma avaliação mais específica. 
Nesse sentido é preciso considerar que em algumas avaliações de 
medidas, sendo consideradas óbvias, podem ter resultados não esperados. O 
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
91
último obstáculo caracteriza-se como o descaso com a saúde pública na ATS em 
razão da falta de carisma das medidas de saúde pública. Usualmente, parte-se 
dos efeitos a serem avaliados no uso de uma tecnologia de saúde pública, por 
exemplo: redução de fatores de risco; melhoria no estado de saúde; melhoria de 
serviços; e métodos apropriados para a vigilância contínua (BRASIL, 2009).
Assim, as áreas em que as medidas de saúde pública devem ser avaliadas 
são: danos devidos ao álcool, combate ao fumo, nutrição, contracepção, uso de 
drogas e outras substâncias, acidentes, violência, deficiências físicas e sensoriais, 
e desigualdades na assistência à saúde. 
5.2 Ética
As questões éticas são importantes, pois levam em consideração a ordem 
moral implícita ou explicitamente associadas no desenvolvimento euso de 
tecnologias de atenção à saúde. 
Mas o que é ética?
A ética é o campo da filosofia que se ocupa em refletir sobre 
nossos comportamentos e sobre as consequências morais desse 
comportamento. Esse campo do saber nos obriga a refletir sobre 
o modo como nos vinculamos aos outros e a nós mesmos. Quando 
olhamos nossos atos de uma perspectiva ética, sabemos que as escolhas 
humanas não podem ser realizadas simplesmente por um capricho, 
porque obedecemos a uma ordem ou porque estamos acostumados a 
agir desse modo randomizados (FARIAS et al., 2015, p. 19).
Juízos de valores são intrínsecos ao determinar os efeitos do uso das 
tecnologias, pois a identificação e interpretação do que se constituem benefícios 
ou prejuízos não são apenas questões técnicas.
Qual é o objetivo de analisar questões como essas?
Problemas de ordem moral podem ser gerados pelas tecnologias, como 
aquelas que prolongam a vida. Da mesma forma, os juízos de valores são inerentes 
no estabelecimento de prioridades e alocação de recursos.
Nesse sentido, a reflexão sobre as questões éticas implicadas nas escolhas 
é uma tarefa que compete a cada pessoa enquanto como indivíduos, mas, 
principalmente aos profissionais que são gestores e de administradores do setor 
público de saúde. 
Apesar de os estudos frequentemente defenderem uma perspectiva ampla 
na avaliação de tecnologias, os estudos concretos de ATS têm mostrado que os 
aspectos éticos aparecem com um papel reduzido.
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
92
Nas próximas discussões serão apresentados alguns subsídios que 
auxiliarão você a refletir sobre esses problemas.
Nesse mercado e, mais especificamente no cenário das ATS, torna-se 
imprescindível que as intervenções terapêuticas e o próprio direcionamento das 
pesquisas perpassam por questões éticas.
5.3 Indústria Farmacêutica
As avaliações de medicamentos recebem a maior proporção de recursos 
destinados à ATS. No entanto, os produtos farmacêuticos correspondem entre 
10-15% do total dos custos na área de saúde. Entre os motivos que justificam 
essa situação, destacam-se: os produtos farmacêuticos configuram a maior 
porcentagem dos custos de intervenção das tecnologias em saúde, na maioria das 
vezes são produzidos por empresas que objetivam à maximização do lucro, e eles 
já tem avaliação pertinente à segurança, eficácia, e qualidade dentro de ensaios 
clínicos, o que, certamente, oferece circunstâncias convenientes na aplicação de 
outros aspectos da ATS.
O vídeo indicado, a seguir traz uma alerta para um problema atual pertinente à 
medicalização de crianças de 0 a 5 anos de idade. Assista ao link: http://www.youtube.com/
watch?v=_yorshE0RgAhttps://www.youtube.com/watch?v=CeL5NYUmR4U.
DICAS
A indústria farmacêutica exerce um grande poder no mercado e na área da 
saúde como um todo, sendo uma das atividades mais lucrativas do mundo. Os fatores 
que favorecem essa expansão são diversos, além da eficácia maior de alguns medica-
mentos, não podemos desconsiderar a preocupação, própria de nossa sociedade, por 
generalizar e antecipar todos os riscos possíveis (FARIAS et al., 2015).
ATENCAO
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
93
Para melhor emprego dos recursos escassos para a ATS, deve ser dada 
maior atenção à decisão sobre as tecnologias a serem avaliadas, como também na 
seleção entre tecnologias novas e existentes.
Os requisitos múltiplos e diversos da ATS, variam de país para país e até 
mesmo dentro de um país, podendo elevar os custos da indústria farmacêutica, 
o que se refletirá nos preços dos produtos. As agências de ATS frequentemente 
exigem uma boa evidência sobre o que é provável de acontecer com respeito 
aos custos dos produtos e efeitos num cenário real, e isto, por sua vez, requer 
que os estudos tenham um tamanho amostral e demandem um tempo que 
são substancialmente maiores do que os normalmente usados em ensaios 
randomizados (FARIAS et al., 2015).
Por essas questões, torna-se eminente a existência de maior concordância, 
colaboração e parceria entre as diversas agências governamentais de ATS e 
autoridades para se estabelecer expectativas realistas, possibilidades e limitações 
da ATS.
Nesse sentido, quem deve arcar com esses custos? 
Quais custos estão relacionados à saúde? 
Como calcular os custos da saúde?
INTERESSA
NTE
94
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é o processo contínuo de análise 
e síntese dos benefícios para a saúde, das consequências econômicas e sociais 
do emprego das tecnologias.
• O termo “tecnologias em saúde” inclui medicamentos, equipamentos 
e procedimentos técnicos, sistemas organizacionais, educacionais, de 
informação e de suporte, programas e protocolos assistenciais, através dos 
quais a atenção e os cuidados com a saúde que são prestados à população.
• A ATS, como atividade institucionalizada, desenvolveu-se nos países 
centrais a partir dos anos 1970, associada à expansão da atenção à saúde e ao 
desenvolvimento científico e tecnológico em saúde que levou à introdução 
de muitas novas tecnologias, com implicações políticas, econômicas, 
administrativas e sanitárias importantes.
• A avaliação de programas de saúde pública envolve escalas de tempo maiores 
para que sua viabilidade e efeitos sejam observados. Da mesma forma, a 
introdução de medidas de saúde pública é complexa, exigindo a colaboração 
de diferentes agências ou organizações.
• Vimos também que as intervenções em saúde pública normalmente envolvem 
questões políticas e, por essa razão, sofrem algumas resistências por parte de 
grupos políticos mais poderosos. Ainda, algumas medidas de saúde pública 
são consideradas óbvias e, por isso, sofrem resistências na existência da 
necessidade de uma avaliação mais específica.
RESUMO DO TÓPICO 1
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
95
1 A Assistência Farmacêutica envolve alguns processos e geração de 
documentos que comprovam a avaliação e o acompanhamento desta 
atividade. Referente à assistência terapêutica e incorporação de tecnologia 
em saúde, com base na Lei nº 8080/90, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Sua incorporação, exclusão ou alteração pelo SUS de novos medi-
camentos, produtos e procedimentos, além da constituição ou a al-
teração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, compete ao 
Conselho da Saúde, assessorado pela Conselho Federal de Farmá-
cia e comissões intergestoras.
b) ( ) A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CNIT) no 
SUS tem sua composição e regimento definidos em regulamento, e 
deve ter a participação de 1 representante indicado pelo Conselho 
Nacional de Saúde e de dois representantes, especialistas na área, 
indicados pelo Conselho Federal de Farmácia.
c) ( ) O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias 
no SUS deverá levar em consideração, especialmente, a avaliação 
econômica comparativa entre os benefícios e os custos relacionados 
às tecnologias já incorporadas, abordando o que se refere aos 
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando 
necessário.
d) ( ) O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias 
no SUS deverá levar em consideração, facultativamente, as 
evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e 
a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto 
do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a 
autorização de uso.
e) ( ) São autorizados, em todas as esferas de gestão do SUS, o pagamen-
to, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e 
procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não au-
torizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
2 Na aplicação da avaliação de uma tecnologia de saúde, são elencados os 
processos a serem seguidos e os responsáveispor cada um. Desse modo, 
quem é o responsável pelo financiamento do trabalho ou da avaliação?
a) ( ) Agências de pesquisas (CNPq, FAPESP, FAPERJ, ...).
b) ( ) Governo (MS, SES, SMS, ANS, ANVISA).
c) ( ) Operadoras de planos de saúde.
d) ( ) Indústrias de insumos/produtos.
e) ( ) Centros de pesquisas privados.
AUTOATIVIDADE
96
3 A ATS envolve todos os âmbitos e esferas de atendimento à população. 
Desse modo, ao considerar o sistema público e suplementar de assistência 
à saúde, bem como o processo de avaliação e incorporação das tecnologias 
de saúde, o que devemos ter?
a) ( ) Uma avaliação única para ambos os sistemas e uma decisão sobre 
incorporação para cada um.
b) ( ) Uma avaliação para cada sistema e uma decisão única sobre a 
incorporação para ambos os sistemas.
c) ( ) Uma avaliação para cada sistema e uma decisão sobre incorporação 
para cada um dos avaliados.
d) ( ) Uma avaliação única para ambos os sistemas e uma decisão de 
incorporação para ambos.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
4 Ao conhecer sobre as ATS, você estudou sobre as etapas, processos, questões 
norteadoras e diretrizes que norteiam cada etapa. Cite as etapas que 
envolvem o processo de avaliação das tecnologias em saúde.
5 A ATS sistematiza e sintetiza as evidências científicas e as perspectivas de 
diferentes atores nos aspectos decorrentes da incorporação de tecnologias. 
Assim, quando as decisões se baseiam em uma avaliação prévia, é possível 
vislumbrar os critérios de decisão e a possibilidade de participação da 
sociedade explicitamente. Neste sentido, por que a sua utilização deve 
basear-se em evidências científicas de qualidade?
6 Entendendo a ATS como um processo contínuo de análise e síntese dos 
benefícios para a saúde e das consequências econômicas e sociais da sua 
adoção, ela envolve uma série de processos e subprocessos, norteados 
por etapas, questões norteadoras e dimensões. Quais são as dimensões e 
importância da avaliação de tecnologias em saúde?
97
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico discutiremos sobre as principais tecnologias adotadas na 
área da saúde, bem como seu ciclo de vida e as etapas da avaliação tecnológica 
em saúde.
No subtópico 1 conheceremos um pouco mais sobre as tecnologias em 
saúde especificamente relacionadas ao ciclo de vida e as etapas da avaliação delas. 
Dessa forma, abordaremos os aspectos a serem considerados no processo de 
avaliação das tecnologias em saúde, bem como compararemos as etapas a serem 
analisadas na criação e implementação de uma nova tecnologia, como também o 
processo inverso, ou seja, quando perdem sua função para usuários, indústrias, 
hospitais, cínicas médicas, enfim, todo sistema de saúde que utiliza determinadas 
tecnologias.
No subtópico 2 apresenta-se o ciclo de vida das tecnologias em saúde, 
iniciando a análise com a identificação de uma necessidade de criação de uma 
tecnologia até os aspectos analisados na avaliação da incorporação de nova 
tecnologia. 
Já no subtópico 3, discutiremos as etapas da avaliação de tecnologias 
em saúde, que envolvem os controles de qualidade, que vão sendo analisados 
em cada etapa e são realizados para certificar que a tecnologia em avaliação 
(medicamentos, equipamentos, sistemas operacionais) está em conformidade 
com os padrões de regulamentação. Ao final de todas as etapas, a fase de 
desenvolvimento da tecnologia é considerada concluída.
Para finalizar, no subtópico 4, abordaremos os critérios adotados para a 
identificação das tecnologias em saúde consideradas como prioritárias, bem como 
apresentaremos alguns exemplos de critérios de seleção que podem ser usados 
para estabelecer prioridades de avaliação.
2 CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS
No cenário atual tecnológico, cada vez que surge uma nova tecnologia, 
um conjunto complexo de mecanismos inter-relacionados é movimentado, na 
proporção em que ela se difunde e se torna disponível para a ser utilizada. As 
tecnologias já em uso, eventualmente serão abandonadas por uma série de razões, 
assim completando o seu ciclo de vida.
TÓPICO 2 — 
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
98
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Na Figura 10 é possível observar os critérios que devem ser considerados 
no ciclo de vida de uma tecnologia.
FIGURA 10 – ASPECTOS ANALISADOS NO CICLO DE VIDA DA TECNOLOGIA EM SAÚDE
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
Como visto no Tópico 1, o processo de inovação tecnológica inicia-se 
com a invenção de um novo produto, processo, ou prática, e é encerrado quando 
acontece a primeira utilização prática. Entre a invenção e a aplicabilidade prática 
ocorre alguma forma de avaliação econômica (custos de produção), e testes 
usando voluntários são realizados na avaliação dos benefícios e riscos da nova 
tecnologia. 
No entanto, as avaliações realizadas nesta etapa usualmente têm uma 
capacidade limitada de quantificar os impactos que serão observados após a 
difusão da tecnologia. Diversos fatores impactam sobre a inovação no setor Saúde, 
sendo os principais a persistência da doença e incapacidades, considerações de 
ordem econômica, pesquisas biomédicas, e legislação regulatória. A figura 11 
esquematiza os aspectos a serem observados nesse processo:
FIGURA 11 – ASPECTOS ANALISADOS NA AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE
99
Quando a nova tecnologia chega ao mercado, ela é disponibilizada ao 
final da fase de inovação. Nesta etapa, outras forças entram em ação e passam a 
governar o processo de difusão e determinam o grau em que a nova tecnologia 
será aceita.
Quando uma nova tecnologia é anunciada, ela desencadeia motivações 
humanas e expectativas por parte de pacientes, clínicos, administradores de 
instituições de saúde e empresas, enfim, dos atores envolvidos no impacto que 
essa inovação acarretará, tanto positivos quanto negativos. 
Um aspecto pertinente nesse processo, relaciona-se em como a legislação 
e a regulamentação podem reduzir a velocidade do processo de difusão, por 
exemplo, ao colocar limites sobre o número de unidades de equipamentos caros 
disponíveis em cada área. Para que uma tecnologia permaneça em uso ou seja 
descartada, ela passa pela análise de Centros de pesquisa, ANVISA, operadoras de 
planos de saúde, sociedades profissionais e VISA, relacionadas aos processos de 
desenvolvimento, solicitação de registro, registro, incorporação, monitoramento 
ou abandono (FIGURA 12).
FIGURA 12 – CICLO DE VIDA DA TECNOLOGIA EM SAÚDE
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
Indústrias, universidades, Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e 
municipais de Saúde, Agência Nacional de Saúde e hospitais ficam comprometidos 
com a formulação de políticas públicas para garantir todas as etapas de avaliação. 
Quando uma tecnologia em desenvolvimento é reconhecida pelos provedores 
de assistência à saúde como uma tecnologia estabelecida, ocorre uma mudança 
no seu status. Frequentemente, esta mudança ocorre quando o governo ou 
seguradoras decidem reembolsar os pacientes ou subsidiar como resultado de 
um consenso sobre os seus benefícios à saúde ou à qualidade da atenção. Estamos 
falando da fase de incorporação.
100
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
No caso das tecnologias de baixo custo, a incorporação pode passar 
despercebida. No entanto, para tecnologias de utilização em larga escala ou 
que demanda altos custos e recursos, essa etapa é mais crítica abrindo caminho 
para a utilização crescente e uma atitude de maior confiança nos benefícios da 
tecnologia.
O conhecimento dos efeitos decorrentes da utilização rotineira das 
tecnologias em saúde é fundamental, pois é nesta fase que os benefícios à saúde 
serão obtidos, recursos críticos serão necessários, e efeitos adversos poderão ser 
detectados. 
O processo, conforme representado na Figura 13, depende na análise 
de aspectos relacionados tanto de segurança, causas e efeitos, qualidade das 
informações e do sistema operacional, o custo e a necessidadede recursos, 
que gerarão a informação científica (gerada em cada análise da implantação) e 
direcionarão a tomada de decisão.
FIGURA 13 – ETAPAS DA ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS
FONTE: Brasil (2009, s.p.)
De acordo com Ferreira (2019), a incorporação de tecnologias em saúde 
traz benefícios para o tratamento da população, sem custos desnecessários para o 
sistema de saúde. Assim, os impactos econômicos e a integridade à vida sinalizam 
para a necessidade de avaliar criteriosamente a inserção de novas tecnologias 
para saúde. Por essa razão, envolve muitas vezes, um processo lento, demorado, 
criterioso e multidisciplinar.
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE
101
Desde então, é difícil vislumbrar, conforme afirma Assis (2013), ações e 
serviços em saúde sem a inserção das tecnologias, especialmente aquelas que 
já foram produzidas para atender a esse segmento de mercado, especialmente 
quanto aos equipamentos utilizados no diagnóstico e reabilitação da saúde 
humana, pois agregam custos adicionais importantes quando comparados às 
tecnologias anteriormente disponíveis no mercado, uma vez que elas envolvem 
materiais delicados, curva de aprendizagem necessária e exigirem condições 
mínimas para instalação e que sujeitas às falhas ou imperfeições, podem custar 
vidas em algumas situações, justificando a avaliação constante do seus protocolos 
de funcionamento, manutenções, correspondendo ao ciclo de vida.
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Nesse subtópico abordaremos as etapas envolvidas no processo de 
avaliação de tecnologias em saúde. O crescimento constante do uso de tecnologia 
na saúde tem provocado a melhoria e eficiência dos processos de assistência à 
saúde, porém acresce a complexidade funcional dos sistemas de saúde.
O ciclo de vida de um equipamento médico ou tecnologia de saúde ini-
cia-se nos laboratórios de pesquisa do fabricante, nas universidades ou em cen-
tros de pesquisa, onde equipamentos novos são projetados tendo por base neces-
sidades clínicas ou de mercado. 
Após vários processos de desenvolvimento e testes do protótipo o 
equipamento fica pronto para entrar nos mercados. Controles de qualidade 
são realizados para certificar que a tecnologia em avaliação (medicamentos, 
equipamentos, sistemas operacionais) está em conformidade com os padrões 
de regulamentação. Ao final de todas as etapas, a fase de desenvolvimento da 
tecnologia é considerada concluída, conforme representado com a Figura 14.
A incorporação de novas tecnologias em saúde passou a ser mais amplamente 
discutida no Brasil a partir do ano de 2003, “quando se deu o estabelecimento de um 
Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação no Ministério da Saúde. A partir da criação 
desse Conselho, obteve-se a pactuação da política Nacional de Ciência, Tecnologia e 
Inovação em Saúde que o campo da avaliação de tecnologias em saúde – ATS – como 
estratégia de aprimoramento da capacidade regulatórias do Estado, reforçando a atuação 
do Ministério da Saúde” (ELIAS, 2017).
ATENCAO
102
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
FIGURA 14 – CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE, INTENSIDADE DE USO EM 
FUNÇÃO DO TEMPO
FONTE: Ferreira (2013, p. 20)
Após o estágio de desenvolvimento da tecnologia, e sua respetiva 
incorporação, ocorre a disponibilização do seu uso no mercado em que tecnologia 
será inserida. Neste estágio envolvem-se as fases de:
• incorporação;
• utilização;
• obsolescência.
Na fase de incorporação de uma tecnologia, o comprador deve assegurar 
que a fase satisfaz as necessidades em termos de funcionalidade, configuração 
específica, formação dos utilizadores, normas em vigor de modo a evitar possíveis 
desperdícios durante sua vida útil.
A fase de utilização é aquela em que a tecnologia é utilizada em larga 
escala e é extremamente essencial que sejam observados e analisados os parâme-
tros: de manutenção, a eficácia ou a presença de novas necessidades técnicas ou 
clínicas, entre outros.
Quando uma tecnologia atinge a fase de obsolescência, esta fase pode ser 
justificada por motivos de segurança, desempenho ou utilização. Assim, uma tec-
nologia passa a ser considerada obsoleta em termos de segurança quando já não 
garante as indicações clínicas inicialmente solicitadas, podendo comprometer a 
segurança do paciente e/ou dos utilizadores. 
Em se tratando de desempenho, uma tecnologia é considerada obsoleta 
quando o desempenho inicial não pode ser assegurado não permitindo cumprir 
as exigências da prática na saúde, inicialmente indicadas pelo fabricante ou pelo 
regulamento.
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE
103
As ATS passam essencialmente por cinco etapas: política, questões de 
ATS, análise de evidências, síntese e geração de relatório acerca da avaliação. 
Inicialmente temos imposta a questão política, que se refere à necessidade de 
informações pelo responsável pela tomada de decisões, o que irá iniciar a 
estruturação do modelo de decisão.
Nessa primeira etapa é criada uma ponte entre a questão política e a 
ATS, uma vez que a questão política é considerada o ponto de partida. Quando 
é definido esse ponto de partida, são elaboradas uma série de questões de ATS 
ou questões de pesquisa que nortearão a especificação e filtragem de evidências 
a serem analisadas.
A busca de evidências é norteada por análises em bases de dados 
especializados, que viabilizam pesquisas sistematizadas, otimizando uma visão 
geral da melhor evidência disponível, de acordo com a qualidade metodológica 
dos trabalhos. 
Muitos programas de ATS realizam diversos ciclos de recuperação de 
evidências, interpretação e análise antes da finalização de uma avaliação. As 
etapas da ATS estão apresentadas na Figura 15.
As tecnologias em saúde apresentam a particularidade de não alcançarem 
obrigatoriamente a fase de maturação de forma linear. Assim, a obsolescência tecnológica 
e clínica pode ocorrer em intervalos de tempo diferentes. Isto conduz à necessidade de se 
proceder a avaliações constantes TS e como estas estão inseridas num sistema de saúde, 
avaliações estas que abranjam não só as avaliações econômicas, mas também avaliações 
do foro clínico e tecnológico (FERREIRA, 2013).
ATENCAO
104
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
FIGURA 15 – PRINCIPAIS ETAPAS DA ATS
FONTE: Ferreira (2013, p. 13).
Como discutido no decorrer desta unidade, as ATS em saúde constituem 
um processo complexo que requerendo análise crítica e detalhada para sua 
implementação (país, região, grupo de hospitais). 
Como ferramentas de ATS são utilizados vários métodos, podendo 
ser realizadas diferentes combinações, por exemplo: revisão sistemática de 
dados de evidência, opinião de especialistas, usuários e pacientes, e também o 
desenvolvimento de estudos específicos. 
No entanto, para ter validade científica, são consideradas duas principais 
fontes de informação a literatura e o parecer peritos, que estão sempre associados (a 
partir de simples análise de duas fontes para a revisão e síntese da literatura pelos 
especialistas). Poderá ainda ser utilizado, na existência de dados insuficientes ou 
inconclusivos, uma terceira fonte. 
Com a coleta e seleção das evidências, inicia-se o processo de síntese 
de informações, que deverá ser organizada de acordo com a hierarquização 
das evidências. Nesta hierarquização, muitos gestores em saúde interpretam 
evidências, e sua respectiva importância, diferentemente da análise realizada por 
investigadores/pesquisadores.
 
Os gestores possuem uma visão ampla de que a evidência é tudo o que 
estabelece um fato, incluindo opinião de especialistas, experiências pessoais 
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE
105
e juízos de aceitabilidade política, bem como dados de pesquisa ou evidências 
científicas. 
Os pesquisadores/investigadores utilizam uma abordagem mais restrita, 
pois compreendem que a evidência se refere apenas à informação gerada por meio 
de método científico. Após a etapa de síntese de evidências inicia-se o processo de 
elaboraçãodo relatório de ATS.
O relatório de ATS é construído a partir de uma pesquisa clínica acerca 
de determinada tecnologia. Identificada essa questão, são realizadas avaliações 
de literatura, que envolve: a efetividade, a segurança e o custo-benefício. Nessa 
etapa, ainda são avaliados os impactos pertinentes a ética, aspectos legais, usuá-
rios, ente outros, e reportadas questões políticas, diretrizes nacionais e por fim, a 
prática clínica em si, com a adoção ou não da tecnologia avaliada.
4 CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS 
CANDIDATAS E ESTABELECER AS PRIORITÁRIAS
Como visto no subtópico anterior, ao analisar a diversidade de atributos e 
objetivos que podem ser considerados, as ATS demandam de grande diversidade 
metodológica. No entanto, alguns passos são relevantes, tanto parcial quanto 
totalmente no processo de avaliação (BRASIL, 2009):
Um relatório de ATS deve ser caraterizado pela objetividade, transparência e 
imparcialidade dos resultados apresentados. Todavia, um relatório de ATS não deverá ser 
um marco final do processo ele deverá permitir nortear as decisões políticas não só através 
da avaliação de evidências como também da monitorização de impactos, identificando, 
caracterizando e avaliando todos os impactos nos diferentes níveis envolvidos de forma a 
identificar novas necessidades na tomada de decisão. (FERREIRA, 2013).
ATENCAO
Dica de leitra: LOTTNBERG, Claudio; SILVA, Patrícia Ellen da; KLAJNER, 
Sidney. A Revolução Digital na Saúde: Como a inteligência artificial e a internet das 
coisas tornam o cuidado mais humano, eficiente e sustentável. – São Paulo, Editora dos 
Editores, 2019.
DICAS
106
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
• identificar as tecnologias candidatas e estabelecer as prioritárias;
• especificar o problema a ser avaliado;
• determinar o cenário da avaliação;
• recuperar a evidência disponível;
• obter novos dados primários (se necessário);
• interpretar a evidência disponível;
• sintetizar a evidência;
• apresentar os resultados e formular as recomendações;
• disseminar os resultados das recomendações;
• monitorar o impacto.
A avaliação das tecnologias em saúde, demanda a criação de programas 
de avaliação que possuam critérios para a seleção de tópicos, mesmo que estes 
critérios algumas vezes não estejam explícitos. Podemos citar alguns exemplos 
de critérios de seleção que são adotados no estabelecimento de prioridades de 
avaliação, tais como:
• ônus elevado de morbidade e/ou mortalidade;
• grande número de pacientes afetados;
• custo unitário ou agregado elevado da tecnologia ou do problema de saúde;
• substancial variação na prática;
• potencial para melhorar o resultado/benefício para a saúde dos pacientes;
• potencial para reduzir os riscos para a saúde;
• existência de evidência científica 
• suficiente para fundamentar uma avaliação;
• controvérsia ou grande interesse entre os profissionais da saúde;
• exigências públicas ou políticas;
• necessidade de tomar decisão reguladora;
• necessidade de tomar decisão para reembolso;
• resultados disponíveis, mas pouco disseminados e/ou com baixa aceitação na 
prática clínica.
As prioridades de um dado programa de avaliação podem compreender 
tecnologias, problemas de saúde, projetos, ou alguma combinação destes. Um 
processo de priorização sistemático pode incluir as seguintes etapas (BRASIL, 
2009):
• selecionar critérios a serem usados no estabelecimento das prioridades;
• atribuir pesos relativos aos critérios;
• identificar os tópicos candidatos para a avaliação (por exemplo, como descrito 
acima);
• se a lista de tópicos candidatos for grande, reduzi-la, eliminando aqueles 
tópicos que claramente não estão de acordo com os critérios dados de 
prioridade;
• obter a lista dos tópicos para avaliar de acordo com os critérios;
• para cada tópico, atribuir uma pontuação para cada critério;
• calcular o grau de prioridade para cada tópico;
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS EM SAÚDE
107
• ordenar os tópicos de acordo com o nível de prioridade;
• revisar a ordenação dos tópicos para assegurar-se de que a avaliação destes é 
consistente com a finalidade da instituição solicitante.
Um dos aspectos mais importantes de uma avaliação é que ela deve 
especificar claramente o problema ou a questão que se deve dirigir. Isso afetará 
todos os aspectos subsequentes da avaliação. Os avaliadores envolvidos no 
processo de condução de uma avaliação devem ter clara a finalidade da avaliação 
e compreenderem quem são os usuários potenciais que se beneficiarão desse 
recurso. 
É importante destacar que esse entendimento não é definido no início 
da avaliação, em razão da construção processual que é necessária por meio de 
sondagens, discussões e esclarecimentos que vão se alinhando no decorrer da 
avaliação.
Dessa forma, não existe um protocolo único ou ideal para indicar o foco 
da avaliação. Todavia, geralmente, o foco da avaliação envolve a especificação 
dos seguintes critérios:
• problema(s) de saúde;
• população(ões) de paciente(s);
• tecnologia(s);
• equipe técnica de saúde envolvida;
• qual o nível de atenção (primário, secundário e terciário) que será contemplado;
• as propriedades ou impactos ou resultados de saúde que serão avaliadas; por 
exemplo, uma especificação básica de um problema de avaliação seria:
Dessa forma, deve-se levar em consideração que natureza de uma 
avaliação afetará a determinação da organização mais apropriada para conduzi-
la. Certamente, uma avaliação abrangente que analisa múltiplos atributos de 
uma tecnologia pode requerer uma experiência considerável e diversa, dados de 
origens diversas, e outros recursos.
Problema(s) de saúde: controle da população com hipertensão moderada. 
População de pacientes: homens e mulheres, acima de 60 anos de idade, pressão 
sanguínea diastólica entre 90-114 milímetros/hectograma, pressão sistólica menor que 
240 milímetros/hectograma e nenhum outro problema sério de saúde. Tecnologia(s): 
tratamentos, farmacológicos e não farmacológicos. Profissionais de saúde: clínicos gerais. 
Nível de atenção: primário. Propriedades que devem ser avaliadas: segurança (incluindo 
efeitos adversos), eficácia, efetividade e custo-efetividade (especialmente custo-utilidade).
NOTA
108
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Os fatores que influenciam “a decisão de fazer ou de comprar uma ATS” 
podem incluir os seguintes (BRASIL, 2009):
• há uma avaliação existente e disponível?
• se uma avaliação existente estiver disponível, ela se dirige ao foco específico 
da avaliação de interesse?
• tem uma perspectiva compatível?
• foi conduzida recentemente?
• é a metodologia usada suficientemente confiável?
• o relatório vale seu preço?
• se uma avaliação existente necessitar ser atualizada ou não estiver disponível, 
as pessoas na organização têm tempo e o conhecimento para executar o 
levantamento de dados e as análises requeridas?
• se uma síntese da informação existente for necessária, a organização tem a 
equipe de funcionários para rever e interpretar a literatura?
• se novos dados são necessários, a organização tem os recursos e a capacitação 
requerida?
• que metodologia será usada?
• se, por exemplo, um enfoque baseado no desenvolvimento de consenso for 
o preferido, esse consenso necessita incorporar e refletir as opiniões dos 
profissionais da organização e de grupos de pacientes?
Os profissionais de saúde locais aceitarão os resultados e recomendações 
do relatório se não participarem da avaliação?
Um dos grandes desafios em ATS é o de identificar a evidência – os dados 
na literatura científica e outras informações − que é relevante para uma avaliação. 
Para tecnologias muito novas, esta informação pode ser escassa e difícil de se 
encontrar; para muitas tecnologias, pode ser profusa, dispersa e de qualidade 
variável. A literatura relacionada com a evidência que se procura recuperar é 
uma parte essencial e integral de uma ATS bem sucedida. O tempo e os recursos 
requeridos para tais atividades devem serconsiderados com cuidado ao se 
planejar toda a ATS.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A ATS tem sido utilizada em todo o mundo a fim de informar a tomada de 
decisão nos sistemas de saúde através de diferentes níveis de produção de 
informações sobre impactos clínicos, econômicos, organizacionais, sociais e 
éticos das tecnologias em saúde, bem como o ciclo de vida das tecnologias 
em saúde.
• Desde sua criação, a ATS tem o objetivo informar a formulação de políticas 
em nível macro, mas desde a sua implementação em diversos países vários 
métodos e ferramentas de ATS foram desenvolvidos para avaliar tecnologias 
em saúde e o seu impacto nos sistemas de saúde como um todo.
• O ciclo de vida das tecnologias deve ser encarado como uma abertura à criação 
potencial de equipamentos médico-assistenciais e melhores procedimentos. 
Observamos que uma tecnologia em uso, para uma ou mais indicações de 
seus benefícios clínicos, segurança e custo-efetividade, consistentemente 
pode ser superada por outras alternativas disponíveis; ou tecnologia não 
recomendada, nem apoiada por evidências, e incorporada sem avaliação. 
• Os principais objetivos da avaliação e do monitoramento das tecnologias são: 
(i) identificar novas tecnologias que tenham potencialidades de impacto nos 
serviços de saúde (monitoramento do horizonte estrito); (ii) filtrar e priorizar 
essas tecnologias para selecionar aquelas que têm maior probabilidade de ter 
um impacto significativo nos serviços e sistemas de saúde e/ou na sociedade; 
e (iii) fazer uma avaliação precoce do seu provável impacto nos serviços e 
sistemas de saúde e/ou na sociedade.
• Por fim, entendemos que as práticas de reavaliação de tecnologias em saúde 
são de suma importância e seu uso como suporte aos gestores de saúde na 
tomada de decisão contribuem para fortalecimento do uso das tecnologias 
incorporadas nos sistemas de saúde e buscam uma otimização dos recursos e 
maiores benefícios clínicos à população.
110
1 O manual Avaliação de Tecnologias em Saúde – Ferramentas para a Gestão 
do SUS (BRASIL, 2009) – publicado pelo Ministério da Saúde, define como 
as tecnologias em saúde podem ser classificadas. Sobre o exposto, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Natureza material, propósito e estágio de difusão.
b) ( ) Revisão bibliográfica, análise pericial, estudos randomizados.
c) ( ) Atenção farmacêutica; saúde pública; equipamentos médicos.
d) ( ) Procedimentos, objetivos, gestão política.
e) ( ) Qualidade tecnológica, acessibilidade, transparência.
2 A ATS corresponde a um campo multidisciplinar de análise de políticas, 
que estuda as implicações clínicas, sociais, éticas e econômicas do 
desenvolvimento, difusão e uso da tecnologia em saúde. Nesse sentido, 
são classificadas de acordo com a natureza, propósito e estágio de difusão. 
Quanto à natureza material das tecnologias em saúde, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Prevenção, triagem, diagnóstico, tratamento, reabilitação.
b) ( ) Medicamentos; equipamentos e suprimentos, procedimentos 
médicos e cirúrgicos; sistemas de suporte, sistemas gerenciais e 
organizacionais.
c) ( ) Sistemas gerenciais e organizacionais, estabelecida, triagem, obsoleta/
abandonada/desatualizada. 
d) ( ) Reabilitação, procedimentos médicos e cirúrgicos, experimental, 
sistemas de suporte.
e) ( ) Futura, experimental, investigacional, estabelecida, obsoleta/
abandonada/desatualizada.
3 A informação em saúde é um elemento fundamental no processo de tomada 
de decisões no centro das políticas públicas, visando elevar a qualidade 
de vida. Dessa forma, inúmeros são os propósitos que envolvem a ATS. 
Sobre os propósitos das tecnologias em saúde que devem ser considerados, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Prevenção, triagem, diagnóstico, tratamento, reabilitação.
b) ( ) Sistemas gerenciais e organizacionais, estabelecida, triagem, 
obsoleta/abandonada/desatualizada. 
c) ( ) Medicamentos; equipamentos e suprimentos, procedimentos 
médicos e cirúrgicos; sistemas de suporte, sistemas gerenciais e 
organizacionais.
AUTOATIVIDADE
111
d) ( ) Futura, experimental, investigacional, estabelecida, obsoleta/
abandonada/desatualizada.
e) ( ) Reabilitação, procedimentos médicos e cirúrgicos, experimental, 
sistemas de suporte.
4 Quando uma nova tecnologia chega ao mercado, ela é disponibilizada ao 
final da fase de inovação. Nesta etapa, outras forças entram em ação e 
passam a governar o processo de difusão e determinam o grau em que a 
nova tecnologia será aceita. Pertinente ao estágio de difusão, as tecnologias 
de saúde podem ser classificadas como:
a) ( ) Reabilitação, procedimentos médicos e cirúrgicos, experimental, 
sistemas de suporte.
b) ( ) Sistemas gerenciais e organizacionais, estabelecida, triagem, 
obsoleta/abandonada/desatualizada.
c) ( ) Medicamentos; equipamentos e suprimentos, procedimentos 
médicos e cirúrgicos; sistemas de suporte, sistemas gerenciais e 
organizacionais.
d) ( ) Prevenção, triagem, diagnóstico, tratamento, reabilitação.
e) ( ) Futura, experimental, investigacional, estabelecida, obsoleta/
abandonada/desatualizada.
5 A ATS, assim como qualquer instrumento, serviço, produto ou tecnologia, 
possui um ciclo de vida. Partindo desse pressuposto, o que é ciclo de vida de 
uma tecnologia em saúde e quais os aspectos que devem ser considerados 
na sua avaliação?
6 A ATS é um processo amplo, diversificado e deve ser realizado por equipe 
multiprofissional, responsável por cada etapa. Cite e explique as etapas da 
avaliação das tecnologias de saúde.
112
113
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico 3 estudaremos os desafios enfrentados na área tecnológica, 
especificamente quanto aos recursos limitados, a diversidade no padrão de 
morbidade, a diversidade cultural, o sistema político, estrutura do sistema de 
saúde, a informação e os dados disponíveis, e, por fim, a capacidade tecnológica 
e a importância das tecnologias sociais como instrumentos para a tomada da 
decisão.
Neste tópico conheceremos mais sobre a avaliação das tecnologias em 
saúde, especialmente sobre os desafios e as fragilidades observadas no decorrer 
de sua implementação. Desse modo, apresentaremos os desafios enfrentados na 
área das tecnologias, tais como: os recursos limitados, a diversidade no padrão 
de morbidade, a diversidade cultural, o sistema político, estrutura do sistema de 
saúde, a informação e os dados disponíveis, assim como a capacidade tecnológica 
e as importâncias das tecnologias sociais.
Após isso, aborda-se a questão da Estrutura do Sistema de Saúde, 
discorrendo-se sobre a informação e dados disponíveis, a capacidade tecnológica 
e a necessidade de que se desenvolvam metodologias para atender a essa escassez 
de dados. Por fim, apresentaremos as tecnologias sociais e organizacionais, tais 
como gerência da informação, administração e organização, regulamentação, 
legislação e sistemas de vigilância em saúde.
2 REALIDADE DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
A atual estrutura do sistema de saúde influencia no uso da tecnologia, 
dadas as suas condições de acesso, cobertura, custo, forma de pagamento, 
recursos humanos, organização e serviços. De acordo com Viana, Nunes e Silva 
(2011), não está claro em que medida as atividades relacionadas à produção e 
difusão dos estudos de ATS têm de fato conseguido influenciar as decisões 
de incorporação de tecnologias no âmbito da atenção à saúde, no sentido de 
compatibilizar as evidências disponíveis, as condições de saúde da população e o 
acesso a tecnologias mais eficientes e socialmente legítimas.
A incorporação e a utilização de tecnologias com objetivo de melhorar a 
qualidade dos serviços de saúde devem concentrar esforços na mensuração dos 
TÓPICO 3 — 
DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS 
EM SAÚDE
114
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
resultados de forma a se obter, na prática clínica, resultados semelhantes àqueles 
obtidos nas condições ideais.Nesse cenário, é imprescindível ter clareza dessa necessidade, pois o 
conceito de qualidade tem sido usado como justificativa de incorporação de 
tecnologias complexas, enfatizando a atenção terciária em detrimento da atenção 
primária.
A estrutura do sistema de saúde tem grande influência no uso da 
tecnologia ao passo que provê condições de acesso, cobertura, custo, forma de 
pagamento, recursos humanos, organização e serviços e define os resultados que 
almeja alcançar.
 
Dessa forma, pode-se afirmar que um dos grandes desafios são os recursos 
financeiros limitados que contribuem e determinam para uma distribuição 
irregular de recursos humanos e de tecnologias, e, como consequência, temos a 
insuficiência e incapacidade em atender às necessidades básicas da população.
Nesse sentido, é preciso considerar que, além da vontade política, a 
principal motivação à incorporação da ATS como instrumento de apoio à gestão 
do sistema de saúde, apresentam-se desafios que devem ser considerados ao 
se tentar estabelecer um programa de ATS. Esses desafios serão trabalhados 
individualmente a seguir!
Existem muitas definições para avaliação de tecnologias em saúde, mas o 
principal é que ela responda sobre o funcionamento, utilidade e vale a pena do ponto 
de vista sanitário, social, ético e econômico. Após essa avaliação, poderão ser analisados 
o valor e a contribuição das tecnologias para a melhoria da saúde individual e coletiva 
(FERREIRA, 2013).
ATENCAO
Sugestão de leitura: NITA, Marcelo Eidi et al. Avaliação de tecnologias em 
saúde – evidência clínica, análise econômica e análise de decisão. São Paulo: Editora 
ARTEMED, 2010.
DICAS
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
115
2.1 RECURSOS LIMITADOS
Encontramos em todos os segmentos da administração pública inúmeras 
limitações financeiras que comprometem o funcionamento dos serviços. Na área 
da saúde, essa realidade não é diferente. Os sistemas de saúde de diversos países 
caracterizados por uma economia em desenvolvimento vivenciam as consequências 
da má distribuição dos recursos humanos e tecnológicos, observando a grande 
concentração de recursos nos grandes centros e, consequentemente, escassez 
ou inexistência em pequenos municípios ou nas periferias das cidades, e baixos 
números de profissionais capacitados para atender as demandas locais, além da 
gestão e manutenção das tecnologias em condições de uso.
Associado a isso, evidencia-se que as diferentes condições de vida da 
população agravam a situação, visto que, aquelas em situações de extrema 
pobreza, não têm nem condições mínimas de alimentação e higiene pessoal para 
manter sua saúde e qualidade de vida, coexistindo no mesmo espaço que as 
populações de alto poder aquisitivo. 
Nesse cenário, o processo de ATS não consiste apenas na aprovação 
ou reprovação de uma tecnologia baseados apenas sob a ótica de evidência 
científica. Torna-se imprescindível que sejam levadas em conta as condições reais 
de aplicação prática da tecnologia (ambientais, sociais e culturais) que irão variar 
amplamente pelas diferentes regiões do País. 
Assim, a avaliação passa a ser realizada com base na diretriz da eficiência, 
que mesmo nas situações de recursos limitados e necessidades ilimitadas, norteia 
a tomada de decisão de forma eficiente, buscando-se direcionar a tomada de 
decisão, voltando-se ao atendimento da maior quantidade possível das demandas 
existentes, conforme apresenta a Figura 16.
FIGURA 16 – DEMANDA VERSUS RECURSOS LIMITADOS
FONTE: Brandi (2020, s.p.)
116
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Como observado, os recursos são finitos e o universo tecnológico presente 
na área da saúde excede a capacidade de oferta por parte da sociedade. Isso justifica 
a necessidade em estudar o processo de escolha, frente à escassez de recursos 
com eficácia e efetividade. Qual é a diferença entre as eficácia e efetividade? A 
Figura 17 apresenta um comparativo entre essas duas diretrizes. 
FIGURA 17 – DIFERENÇA ENTRE EFICÁCIA E EFETIVIDADE
FONTE: Brandi (2020, s.p.)
Nesse cenário é preciso considerar os principais objetivos da avaliação 
econômica das tecnologias de saúde a partir da identificação, mensuração, 
valoração e comparação das demandas com a disponibilidade de recursos a 
serem investidos.
Nessa ótica, quando é analisada apenas uma intervenção ou programa, 
descreve-se: AVALIAÇÃO ECONÔMICA requer comparação. A inexistência 
de alternativas a serem avaliadas não requer a necessidade de fazer escolhas, 
consequentemente, não há necessidade de avaliações econômicas.
A avaliação econômica é um processo pelo qual os custos de programas 
alternativos são comparados com suas consequências, em termos de melhora da saúde 
ou de economia de recursos. É também conhecida como estudo de rentabilidade. Engloba 
uma família de técnicas incluindo análise de custo-efetividade, análise de custo-benefício e 
análise de custo-utilidade.
ATENCAO
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
117
Na análise de custo-efetividade comparam-se duas ou mais estratégias 
alternativas de intervenção para prevenção, diagnóstico ou tratamento de 
determinada condição de saúde. É usado também para comparar alternativas 
que competem entre si, por exemplo: escolha entre dois anti-hipertensivos. Não é 
atribuído valor monetário aos impatos das intervenções. As unidades de medida 
consideradas são: número de doenças evitadas, internações prevenidas, casos 
detectados, número de vidas salvas. Para a análise econômica a partir do custo-
efetividade, considera-se a seguinte fórmula:
CE₁₂= Custo₂-Custo₁
 Efetividade₂-efetividade₁
No custo-benefício ocorre a relação entre os custos totais de cada 
intervenção e os benefícios diretos e indiretos gerados. Configura-se numa forma 
de análise mais abrangente, em que os custos e os benefícios são relatados usando 
uma métrica comum: atribui-se valor monetário aos benefícios ou impactos de 
uma ação. Por exemplo: é socialmente rentável investir no projeto X?
No custo-benefício, encontramos como limitação a transformação 
monetária do benefício clínico. Assim, atribui-se valores monetários a impactos 
para a saúde, é uma missão difícil e controversa, pois coloca-se em xeque:
• Quanto vale salvar uma vida? 
• Qual é a disposição da sociedade a pagar para reduzir a probablidade de 
morte?
• A vida de um idoso vale mais que a vida de uma criança?
• É justo atribuir valores monetários diferentes a vidas com limitações físicas?
Ao comparar a análise do custo-benefício (ACB) com a análise do custo-
efetividade (ACE), evidencia-se que a primeira é de máxima utilidade nos casos de 
programas de saúde que têm efeitos importantes no desenvolvimento econômico. 
Já a ACE tem sua função voltada para a avaliação de diferentes métodos de luta 
contra a doença.
Já a análise de custo-utilidade traz a abordagem das medidas dos efeitos 
de um intervenção considerando a medição de qualidade de vida relacionada 
com a saúde. É utilizada para estudos destinados a comparação dos diferentes 
tratamentos aplicados. A unidade de medida adotada refere-se em Anos de Vida 
Ajustados por Qualidade (AVAQ).
Na Tabela 4 são apresentadas as principais caracteristicas de cada tipo de 
custo adotado na ATS.
118
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
TABELA 4 – COMPARATIVO ENTE AS ANÁLISES DE CUSTOS NA ATS
FONTE: A autora (2020)
Assim, as decisões deverão ser regionalizadas e os métodos para considerar 
todos esses aspectos deverão ser desenvolvidos ou aprimorados.
2.2 DIVERSIDADE NO PADRÃO DE MORBIDADE
A diversidade no padrão de morbidade é outro desafio a ATS uma vez 
que a coexistência de doenças infectocontagiosas (típica de populações de baixa 
renda) com doenças crônico-degenerativas (típica de populações envelhecidas) 
demandam um enfoque de avaliação mais voltado para o problema de saúde do 
que para a tecnologia. 
As alterações demográficas, o aumento da expectativa de vida, o 
desenvolvimento e adoção aceleradade novas tecnologias de saúde 
têm um impacto considerável na sustentabilidade dos sistemas de 
nacionais de saúde. Além do monitoramento produzir informações 
úteis para subsidiar as decisões de gestores dos sistemas de saúde, 
atores do complexo econômico e industrial da saúde, possibilita o 
alinhamento entre as políticas industrial, de ciências, tecnologia e 
saúde (LIMA et al., 2017, p. 347).
A aplicação de modelos que simulem a alocação regional de recursos 
e indicam a necessidade de realocação de recursos regionalizados pode ser de 
grande ajuda no processo de decisão.
2.3 DIVERSIDADE CULTURAL
A diversidade cultural pode ser um aspecto facilitador ou limitador da 
efetividade de uma tecnologia, principalmente as não médicas (sistemas de 
Análise Custo-
Efetividade Análise Custo-Benefício
Análise Custo-
Utilidade
Custo: unidade 
monetária
Custo: unidade monetária Custo: unidade 
monetária
Desfecho: clínico. Desfecho: unidade. Desfecho: mesma 
eficácia terapêutica.
Vantagem: utiliza 
desfechos concretos da 
prática clínica.
Vantagem: permite 
comparação de vários 
resultados, pois todos são 
mensurados na mesma 
unidade de medida.
Vantagem: praticidade, 
pois necessita apenas 
mensurar custos.
Desvantagem: a com-
paração dos estudos 
fica restrita a desfechos 
unidimensionais e co-
muns aos estudos.
Desvantagem: difícil 
tarefa de valorar 
moetariamente a vida 
humana.
Desvantagem: pouca 
aplicabilidade, visto 
que são raras as inter-
venções com resultados 
idênticos.
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
119
organização e educação). Assim, existe a necessidade em se desenvolver formas 
de se mapear as diferenças socioculturais que determinarão o uso ou a rejeição da 
tecnologia, como também, a invasão ou não de espaços culturais intactos, como 
nas comunidades indígenas.
Esse é um problema presente na realidade mundial, criando-se amplos e 
diversos espaços para discussão sobre essa questão. Assim, surge a necessidade 
de integração da pesquisa qualitativa no cenário da pesquisa em saúde, também 
destaca por diversos autores.
2.4 SISTEMA POLÍTICO
A área da ATS, historicamente, tem tido um sucesso relativo em influenciar 
o estabelecimento de políticas em alguns países (Suécia, França, Reino Unido, 
Holanda). Tal sucesso foi desenvolvido principalmente porque os políticos veem 
os estudos de ATS como um meio de liberá-los de decisões difíceis. 
Consequentemente, a ATS, nesses países, evoluiu dentro de um 
ambiente despolitizado, sendo que as atividades de ATS não sofreram impactos 
decorrentes das mudanças políticas ocasionadas pelas sucessivas eleições. Já, 
nos Estados Unidos, o mesmo não ocorreu, sendo o fato mais representativo da 
influência política a extinção do Office of Technology Assessment (OTA). Entretanto, 
a despolitização fica sob ameaça quando a ATS passa a ser usada de maneira 
crescente para o estabelecimento explícito de prioridades em nível nacional 
(BRASIL, 2009).
3 ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE
A estrutura do sistema de saúde, além de funcionar com alocação escassa 
de recursos, tem um fluxo contínuo de inovações tecnológicas, representando, 
para os países em desenvolvimento, uma dupla sobrecarga. Em consequência, 
existe a demanda para a criação de tecnologias mais efetivas, criando uma 
pressão pela inovação. A ATS pode contribuir para os gestores exercerem maior 
controle no processo de incorporação de tecnologias nesses serviços; porém, o 
estabelecimento de uma política de incorporação e difusão necessita de uma base 
sólida de conhecimento técnico, econômico, social e cultural (BRASIL, 2009).
Para a obtenção desse conhecimento, recursos extras são necessários 
para a pesquisa, tanto por parte dos gestores públicos e privados, quanto por 
parte da indústria de medicamentos e produtos médicos, enquanto a indústria 
tem percebido isso como um obstáculo à colocação do produto. A estrutura do 
sistema de saúde influencia o uso da tecnologia, dadas as suas condições de 
acesso, cobertura, custo, forma de pagamento, recursos humanos, organização 
e serviços. Dessa forma, a incorporação e a utilização de tecnologias com vistas 
a melhorar a qualidade dos serviços de saúde deverão concentrar esforços em 
120
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
medir resultados em saúde de forma a se obter, na prática clínica, resultados 
semelhantes àqueles obtidos nas condições ideais (BRASIL, 2009).
A consequência desse posicionamento está na aquisição de tecnologias 
complexas e caras que muitas vezes são abandonadas precocemente por falta de 
insumos ou peças de reposição ocasionando a formação de verdadeiros cemitérios 
de equipamentos nos hospitais. 
3.1 Informação e Dados Disponíveis
A ATS pode apoiar a formulação de políticas de desenvolvimento 
e produção local de tecnologias para o setor de saúde. Esses estudos deverão 
considerar os problemas advindos de programas internacionais de transferência 
de tecnologia e doação de equipamentos, a capacidade instalada, as matérias-
primas, os processos de produção e ainda os recursos humanos necessários 
em todas as fases do processo (pesquisa, desenvolvimento, projeto, produção, 
comercialização e operação).
3.2 Capacidade Tecnológica
Países em desenvolvimento têm sérias limitações no armazenamento, 
na organização, na análise e na disseminação de dados essenciais à ATS. Existe 
assim, a necessidade de que se desenvolvem metodologias para atender a essa 
escassez de dados, de forma a não ter de esperar o sistema obter os dados para se 
dar início a um programa de avaliação (BRASIL, 2009).
4 TECNOLOGIAS SOCIAIS
Nesse tópico encontram-se as tecnologias organizacionais, tais como ge-
rência da informação, administração e organização, regulamentação, legislação e 
sistemas de vigilância em saúde (BRASIL, 2009). Apresentam um amplo impacto, 
uma vez que não afetam somente a atenção à saúde, mas também as condições 
socioeconômicas, o trabalho, o transporte, a segurança pessoal, a comunicação, 
entre outros. 
O conceito de qualidade tem sido usado como justificativa de incorporação de 
tecnologias complexas e, com isso, a ênfase tem sido na atenção terciária em detrimento 
da atenção primária.
ATENCAO
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
121
Este é um território a ser amplamente explorado com novas abordagens 
metodológicas de forma a se poder lidar com as diversas dimensões que envol-
vem a avaliação desse tipo de tecnologia, mas que é de grande importância dado 
o potencial que essas tecnologias têm para impulsionar mudanças no sistema de 
saúde. Aqui também há espaço para a integração da evidência qualitativa com a 
quantitativa (BRASIL, 2009).
Para finalizar, é importante entender que o planejamento da incorporação 
e do uso de tecnologias em saúde pode contribuir para o enfretamento desses 
desafios. Dentre as recomendações propostas por especialistas para ampliar a 
efetividade dos recursos utilizados, o uso de avaliações de tecnologias em saúde 
(ATS) e de políticas de cobertura e preço ganha destaque especial. 
Entendida assim como a avaliação sistemática das propriedades, efeitos 
e outros impactos das tecnologias e intervenções em saúde, incluindo tanto seus 
efeitos diretos e esperados como suas consequências indiretas e inesperadas, me-
diante a aplicação de quadros analíticos explícitos baseados em uma variedade 
de métodos, a ATS constitui uma das estratégias mais usadas em todo o mundo 
para informar a tomada de decisão relativa às tecnologias em saúde.
Frente a isso, os atuais processos de incorporação de tecnologias em saúde 
são insuficientes para responder a esses desafios, sobretudo no que se refere à 
capilaridade do sistema. Nesse viés, a avaliação de tecnologias é um instrumento 
fundamental para a elaboração e o acompanhamento de uma política em saúde. 
Assim, o tema deve ser pensado não só como uma área temática per si, 
mas como uma abordagem metodológica a ser adotada no planejamento de po-
líticas em saúde quanto àregulamentação do setor e nos processos de decisão 
relativos à incorporação de tecnologias de forma a propiciar eficiência e equidade 
ao sistema de saúde como um todo.
Dica de Leitura: CRISTINA MARIA BARROS DE MEDEIROS; LUIZA ROSAN-
GELA DA SILVA. Dimensões constitutivas de tecnologias sociais no campo da saúde: 
uma proposta de construção e apropriação de conhecimento em territórios vulneráveis. 
Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 15, n. 1, p. 144 - 159, jan./jul. 2016.
DICAS
Para finalizar, é importante destacar que o sucesso de uma política de ATS 
no SUS demandará algumas ações prioritárias no sentido de fazer face a alguns 
dos desafios abordados anteriormente. Entre tais ações, podem-se destacar:
122
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
Assim, evidencia-se que os estudos realizados e os resultados das 
avaliações são importantíssimos para a informação na área da saúde, sendo 
necessária a divulgação por meio do desenvolvimento e intercâmbio de 
informações sistematizadas em linguagem adequada aos diferentes públicos, 
através de publicações específicas, na internet, entre outros canais, visando 
subsidiar a tomada de decisão no campo da ATS.
Prezado acadêmico, chegamos ao final da Unidade 2, nesta unidade 
pudemos estudar a avaliação das tecnologias em saúde. Dando sequência ao 
nosso estudo, na próxima unidade vamos estudar a inovação nos serviços de 
saúde. Vamos lá!
Um sistema de avaliação efetivo pode reordenar a execução das ações e 
dos serviços, redimensionando-os de forma a contemplar as necessidades da população 
e imprimindo maior racionalidade ao uso dos recursos.
INTERESSA
NTE
• O incentivo à formação de recursos humanos − nas diversas áreas do 
conhecimento envolvidas nas diferentes fases do ciclo de vida das tecnologias.
• A sensibilização dos gestores dos três níveis hierárquicos do SUS quanto 
à necessidade de ampliar a visão das consequências de um processo de 
incorporação de tecnologia malconduzido e de adotar critérios objetivos e 
claros no processo, tendo como referência a melhor evidência disponível.
• A sensibilização dos profissionais de − saúde e da sociedade em geral para as 
consequências econômicas e sociais do uso inapropriado de tecnologias nos 
serviços de saúde;
• O envolvimento dos profissionais de saúde e da sociedade na definição dos 
critérios para estabelecer prioridades e formular políticas de saúde.
• A adoção de critérios objetivos para estabelecer prioridades, contemplando 
aspectos de efetividade, as necessidades regionais, a segurança e a equidade, 
privilegiando a evidência científica sempre que esta estiver disponível.
• Um amplo debate na sociedade quanto às questões de incorporação de 
tecnologias com alto impacto econômico, ético e social.
• A cooperação e a troca de experiências com outros países em desenvolvimento 
com uma estrutura de ATS (por exemplo: Cuba e Chile), como também com 
países com experiência no uso de ATS na elaboração de diretrizes políticas e 
clínicas.
• O incentivo ao desenvolvimento de sistemas de informação para monitorar 
o uso das tecnologias em saúde de forma integrada aos sistemas existentes.
• A integração aos bancos de dados do DATASUS de forma a facilitar a pesquisa 
nas bases e ampliar o uso do grande volume de dados na pesquisa.
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
123
GUIA COMPLETO SOBRE A TECNOLOGIA NA SAÚDE: COMO ELA 
PODE SER APLICADA NA MEDICINA?
Dr. José Aldair Morsch
Antigamente, era comum que os conhecimentos médicos descobertos por 
universidades e centros de pesquisa de todo o mundo demorassem anos para 
chegar até o Brasil. No entanto, com o avanço da internet, isso deixou de ser uma 
realidade e os estudos mais recentes, nas mais diversas áreas da medicina, agora 
são compartilhadas conosco em tempo real.
Existem diversos aplicativos gratuitos que os médicos podem baixar para 
terem acesso a revistas e artigos científicos das mais renomadas instituições de 
pesquisa do mundo. Assim, é mais fácil ficar bem informado sobre as novidades e 
tratar os pacientes de forma eficaz. A popularização do ensino à distância também 
tem feito com que isso se aperfeiçoe. Cada vez mais os profissionais da saúde 
estão confiando em faculdades e instituições de ensino que oferecem cursos na 
modalidade EAD, por exemplo.
A tecnologia na saúde não para de surpreender e já existem algumas 
projeções do que podemos esperar no futuro. Não há dúvidas de que a tecnologia 
na saúde se desenvolve cada vez mais. A tendência é que, com o passar dos anos, 
seja cada vez mais comum vermos os médicos atendendo pacientes à distância. 
Uma pesquisa feita recentemente pela Associação Paulista de Medicina (APM) e 
publicada no jornal Folha de São Paulo mostra que 80% dos médicos que atuam na 
capital paulista já usam tecnologias, como o WhatsApp, para atender a pacientes.
É claro que nem sempre uma conversa por aplicativo substitui uma 
consulta presencial, mas não há problemas em usar o recurso para repassar 
informações simples, como esclarecer uma dúvida sobre o modo de usar um 
medicamento, por exemplo. Além das conversas em tempo real, a telemedicina 
também tem se tornado bastante útil em questões que envolvem a emissão de 
laudos à distância. Imagine, por exemplo, uma pequena cidade do interior, longe 
de tudo, onde não há um cardiologista de plantão para atender os pacientes.
Caso uma pessoa chegue em uma clínica com sintomas de infarto, o que 
precisa ser feito? Um exame cardiológico é a primeira resposta a ser dada por 
qualquer pessoa que entenda um pouco do assunto, concorda? Mas o que fazer 
quando esse indivíduo está em uma cidade afastada? Com a telemedicina, o exame 
pode ser feito de imediato e os dados coletados enviados automaticamente, por 
meio de um sistema que segue todos os princípios de segurança da informação, 
para uma equipe qualificada em cardiologia. Assim, os profissionais farão o laudo 
e o enviarão de volta no mesmo momento.
LEITURA COMPLEMENTAR
124
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
O resultado rápido e efetivo do exame pode salvar a vida do paciente, 
que terá o atendimento necessário no ato. Em situações em que isso não ocorre, 
até mesmo a morte do paciente pode acontecer. Por isso, a telemedicina tem se 
mostrado muito relevante para a área médica. No entanto, não é apenas isso 
que tende a ocorrer nos próximos anos. A tecnologia na saúde também estará 
presente em outros serviços. A seguir, apresenta-se algumas das projeções para o 
futuro, que em breve deverão ser uma realidade presente em hospitais, clínicas e 
consultórios médicos.
A cirurgia robótica já é utilizada em procedimentos minimamente 
invasivos e ajuda os médicos a terem mais precisão, controle e flexibilidade. 
Durante a cirurgia robótica, os cirurgiões podem executar procedimentos muito 
complexos, que são altamente difíceis ou até mesmo impossíveis de serem 
realizados de outra forma. À medida que a tecnologia se desenvolve, ela pode ser 
combinada com a realidade aumentada, permitindo que os cirurgiões visualizem 
informações adicionais importantes sobre o paciente em tempo real, enquanto 
ainda estão em operação.
Embora a invenção suscite preocupações, como a total substituição 
dos humanos pelos robôs na realização de cirurgias, é bem provável que isso 
jamais venha a acontecer. O que está mudando é o trabalho dos médicos, que 
podem contar com essa tecnologia para desenvolver um serviço com ainda mais 
qualidade. É bem provável que você já tenha ouvido falar em impressão 3D, bem 
como o fato de elas estarem sendo cada vez mais utilizadas na área da saúde. 
Tais equipamentos podem ser usados para criar implantes e até articulações para 
serem utilizados durante as cirurgias.
As próteses impressas em 3D são cada vez mais populares, pois são 
totalmente personalizadas. As funcionalidades digitais permitem corresponder 
às medidas de um indivíduo milimetricamente. Isso possibilita níveis sem 
precedentes de conforto e mobilidade. O uso de impressoraspode criar itens 
duradouros e solúveis. Além do uso em cirurgias, por exemplo, a impressora 
pode ser utilizada para imprimir pílulas que contêm vários medicamentos, o que 
ajudará os pacientes na questão da organização. Algo que também tem avançado 
muito e mudado a forma como os médicos desenvolvem o seu trabalho é a 
medicina de precisão.
Os medicamentos de precisão permitem que os médicos selecionem 
compostos e terapias para tratar doenças, como o câncer, com base na composição 
genética de um indivíduo. Esse medicamento personalizado é muito mais eficaz 
do que outros tipos de tratamento, uma vez que ataca tumores com base em genes 
e proteínas específicos do paciente, causando mutações genéticas e possibilitando 
que eles sejam mais facilmente combatidos. Medicamentos de precisão também 
já estão sendo utilizados para tratar doenças como a artrite e a artrose. Eles 
usam mecanismos para atacar os genes vulneráveis da doença, enfraquecendo e 
reduzindo os sintomas e os danos nas articulações.
TÓPICO 3 — DESAFIOS À AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
125
A inteligência artificial e o machine learning estão ajudando a promover 
a medicina genômica, prática que ocorre quando as informações genômicas de 
uma pessoa são usadas para determinar planos de tratamento personalizados e 
atendimento clínico. Na farmacologia, na oncologia, no tratamento de doenças 
infecciosas, entre outras situações, a medicina genômica tende a causar cada 
vez mais impacto. Isso porque os computadores tornam muito mais rápida a 
análise de genes e mutações genéticas que causam doenças. Assim, é possível a 
comunidade médica compreender melhor como as doenças ocorrem e também a 
tratar e até mesmo erradicar doenças.
A realidade virtual já existe há algum tempo. No entanto, recentemente os 
avanços médicos e tecnológicos têm possibilitado que os estudantes de medicina 
sejam treinados sem colocar em risco vidas humanas. Ferramentas sofisticadas 
ajudam os futuros médicos a adquirirem a experiência necessária, ensaiando 
procedimentos complexos, como cirurgias, fornecendo uma compreensão 
visual de como a anatomia humana está conectada. Os dispositivos de realidade 
virtual também podem ser utilizados para beneficiar os pacientes, por exemplo, 
no diagnóstico, no tratamento e na preparação para procedimentos que serão 
realizados.
Isso já pode ser visto em casos de pacientes queimados, que precisam 
fazer raspagens nas feridas. Esses procedimentos são extremamente dolorosos 
e causam muito mal-estar nas pessoas. Ao utilizar óculos de realidade virtual 
e ser imerso em outra situação, é possível “enganar” o cérebro e causar menos 
sofrimento. A medicina genômica também vem ganhando força. São diversos 
os projetos de pesquisa em andamento que utilizam os princípios da medicina 
genômica para tratar condições como rejeição de transplantes de órgãos, fibrose 
cística, câncer de diversos tipos etc. Esta é a grande promessa na área de medicina 
genômica onde ocorre uma sobrecarga no sistema imunológico do paciente que 
fortalece suas defesas contra as células cancerígenas.
Em março/2020 teve-se acesso ao primeiro teste feito em humanos nos 
EUA com 3 pacientes que não tiveram nenhuma reação com a utilização dessas 
células. Isso quer dizer que nem melhorou e nem piorou nada, ninguém morreu e 
isso já é um horizonte promissor para continuar as pesquisas. Outra novidade são 
os gêmeos digitais. Um gêmeo digital é uma réplica quase em tempo real de algo 
no mundo físico. Na área da saúde, o termo serve para dar nome a uma réplica de 
dados coletados ao longo da vida de um indivíduo, como resultados de exames 
que foram feitos no decorrer dos anos, doenças que a pessoa teve, cirurgias que 
realizou e assim por diante.
Os gêmeos digitais podem ajudar um médico a determinar as possibilidades 
de obter um resultado bem-sucedido em tratamentos, auxiliando na tomada de 
decisões terapêuticas e no gerenciamento de doenças crônicas, como o diabetes. 
Ainda é possível que os gêmeos digitais ajudem a melhorar a experiência dos 
pacientes, por meio de cuidados eficazes e centrados em cada indivíduo. O uso 
dessa tecnologia na saúde ainda está nos estágios iniciais dos estudos, mas o 
potencial de uso é extraordinário e, como um profissional da área, você ouvirá 
126
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
falar muito sobre isso nos próximos anos. Conforme aumenta a capacidade dos 
centros de saúde para prestar assistência em áreas remotas, que são atendidas 
pela telemedicina, a qualidade e a velocidade das redes de internet são essenciais 
para que ocorram resultados positivos.
A internet 5G deve se tornar uma realidade nos próximos anos, ajudando 
as organizações de saúde a fazer a transmissão de grandes arquivos de imagem, 
para que os especialistas possam revisar e aconselhar sobre cuidados, por 
exemplo.
Além disso, a novidade também permitirá o uso da inteligência artificial 
e da internet das coisas, aumentará a capacidade de os médicos proporem 
tratamentos com base na realidade virtual e na realidade aumentada e possibilitará 
o monitoramento remoto e confiável dos pacientes, entre outras coisas. Um 
hospital inteligente é aquele que conta com uma infraestrutura conectada de 
dispositivos médicos inteligentes, com o objetivo de melhorar os procedimentos 
de atendimento ao paciente e introduzir novos processos.
O objetivo desse tipo de hospital é transformar os dados do paciente em 
insights e, em seguida, agir com base nas informações obtidas. Os sistemas captarão 
dados, por exemplo, na sequência aplicando-os em serviços de inteligência 
artificial e machine learning para fazerem a análise. Em seguida, disponibilizarão 
informações para os médicos por meio de computadores, tablets e smartphones. 
A tecnologia na saúde cada vez mais contribui para a melhoria do diagnóstico 
de doenças. Isso é possível graças a serviços como a telemedicina, que conecta 
grandes especialistas a médicos em qualquer lugar do mundo. Não existem mais 
limitações geográficas que impeçam um paciente de receber o atendimento que 
merece, sempre que algum evento envolvendo a sua saúde venha a ocorrer.
A melhoria no diagnóstico de doenças evita que as pessoas sofram por 
conta de tratamentos incorretos, por exemplo. Por isso, é interessante implementar 
a telemedicina em todos os estabelecimentos médicos, principalmente naqueles 
que estão afastados dos grandes centros urbanos. A tecnologia já tem atuado 
na medicina de diversas formas. Isso faz com que diversos benefícios sejam 
proporcionados aos profissionais da saúde e, principalmente aos pacientes. 
A interação entre médico e paciente desempenha um papel vital na prestação 
de cuidados de saúde. De fato, é um desafio significativo para o profissional 
monitorar as pessoas à distância, mas com a tecnologia na medicina isso tem se 
tornado uma realidade.
Os equipamentos médicos deixaram de ser apenas os que estão dispostos 
no consultório, incluindo agora os aplicativos que podem ser baixados no celular 
dos pacientes. Existem apps, por exemplo, que possibilitam o monitoramento de 
situações específicas, que são compartilhadas com o médico em tempo real.
FONTE: Adaptado de MORSCH, José Aldair. Guia completo sobre a tecnologia 
na saúde: como ela pode ser aplicada na medicina? Disponível em: http://bit.
ly/3rXVNix. Acesso em: 25 nov. 2020.
127
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• É de fundamental importância que critérios estritos nas avaliações de 
tecnologias de saúde, bem como a metodologia de monitoramento delas, 
sejam estabelecidos de modo a garantir que o beneficiário tenha seu direito 
garantido. 
• Que as questões éticas, sociais e legais, bem como os custos e os potenciais 
impactos desses custos no sistema de saúde, devem a todo instante serem 
reavaliados.
• A ética da avaliação das tecnologias deve focar aspectos referentes à exposição, 
vulnerabilidade e integridade das pessoas, voltadas as suas necessidades 
sociais, na sua proteção e napromoção da saúde pública.
• A continuidade das práticas de reavaliação de tecnologias em saúde é de 
suma importância e seu uso se dá como suporte aos gestores de saúde na 
tomada de decisão, contribuindo para fortalecimento do uso das tecnologias 
incorporadas nos sistemas de saúde e buscando uma otimização dos recursos 
e maiores benefícios clínicos à população.
• Acompanhar o desenvolvimento de tecnologias e avaliar o momento de 
sua introdução e descontinuação é uma forma de manter e ou melhorar a 
sustentabilidade do SUS, além de permitir estabelecer padrões de qualidade 
com o uso apropriado das tecnologias, sejam elas equipamentos ou outros 
produtos para a saúde. Isso requer compreender as dimensões a ser avaliadas 
e a estabelecer os métodos apropriados.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
128
1 No processo de avaliação das tecnologias de saúde inúmeros são os desafios 
encontrados desde a sua criação até a divulgação e implementação. Sobre 
esses desafios, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Recursos limitados, falta de conhecimento, equipe técnica 
despreparada, diversidade cultural, sistema político, falta de 
conhecimento, informação e dados disponíveis. 
b) ( ) Diversidade no padrão de morbidade, estrutura do sistema de 
saúde, falta de conhecimento, informação e dados disponíveis, 
diversidade cultural, equipe técnica despreparada, capacidade 
tecnológica.
c) ( ) Tecnologias Sociais, falta de conhecimento, equipe técnica 
despreparada, diversidade no padrão de morbidade, diversidade 
cultural, estrutura do sistema de saúde, diversidade cultural.
d) ( ) Recursos limitados, diversidade no padrão de morbidade, 
diversidade cultural, sistema político, estrutura do sistema de 
saúde, informação e dados disponíveis, capacidade tecnológica, 
tecnologias sociais.
e) ( ) Recursos limitados, diversidade no padrão de morbidade, diver-
sidade cultural, sistema político, estrutura do sistema de saúde, 
informação e dados disponíveis, falta de conhecimento, equipe 
técnica despreparada.
2 Entre os objetivos da ATS, situa-se a perspectiva da aplicabilidade social 
e cientifica, além da viabilidade financeira. Ao usar da Avaliação de 
Tecnologias em Saúde (ATS), qual é o principal objetivo a ser almejado?
a) ( ) Comparar duas ou mais estratégias alternativas de intervenção 
para prevenção, diagnóstico ou tratamento de determinada 
condição de saúde. 
b) ( ) Contribuir para melhorar o processo decisório, tanto nas políticas 
do SUS quanto dentro dos serviços de saúde e nas práticas de 
cuidado prestado pelos profissionais
c) ( ) Avaliar e selecionar os produtos, equipamentos e procedimentos 
em saúde que mereçam ser utilizados nos sistemas de saúde foram 
desenvolvidos métodos científicos.
d) ( ) Verificar uma necessidade premente na geração de mais evidên-
cias de efetividade dos mesmos dentro do contexto brasileiro, com 
experimentos testados em hospitais públicos do SUS.
e) ( ) Perceber a necessidade de construção de mais evidências de 
efetividade, dentro do contexto brasileiro, com experimentos 
testados públicos do SUS e com profissionais formados no País.
AUTOATIVIDADE
129
3 Os cuidados à saúde incluem diversos fatores que buscam, na sua essência, 
a cura ou a melhora de um agravo à saúde, por meio do diagnóstico, da 
reabilitação, da prevenção e da promoção àqueles que necessitam ou que 
potencialmente estarão submetidos a esses cuidados em curto ou longo 
prazo. Fatores como os recursos humanos, as tecnologias e os processos, 
quando conjugados de maneira organizada e fundamentada nas melhores 
evidências científicas disponíveis viabilizam quais ações?
a) ( ) Alcançar resultados de eficácia, efetividade e eficiência para seu 
devido propósito de ação.
b) ( ) Mensurar, avaliar e selecionar os produtos, equipamentos e 
procedimentos em saúde que mereçam ser utilizados nos sistemas 
de saúde.
c) ( ) Funcionar com alocação escassa de recursos, tem um fluxo contínuo 
de inovações tecnológicas, representando, para os países em 
desenvolvimento, uma dupla sobrecarga.
d) ( ) Desenvolver formas de se mapear as diferenças socioculturais que 
determinarão o uso ou a rejeição da tecnologia, como também, a 
invasão ou não de espaços culturais intactos, como nas comunidades 
indígenas.
e) ( ) Apoiar a formulação de políticas de desenvolvimento e produção 
local de tecnologias para o setor de saúde.
4 Inúmeros são os aspectos que envolvem a avaliação em tecnologias de saúde. 
A viabilidade econômica está entre os principais aspectos que envolvem a 
ATS. Desse modo, cite os principais objetivos da avaliação econômica das 
tecnologias de saúde.
5 No processo de ATS, são considerados todos os recursos, demanda de 
pessoal e recursos financeiros, além da aplicabilidade dela no contexto da 
saúde. Nesse sentido, explique o que é avaliação econômica em saúde e 
quais os tipos de análises de custos envolvidos nesse processo?
6 Conforme estudado, a adoção de tecnologias de saúde apresenta no cenário 
atual inúmeros desafios, fragilidades e, de certa forma, dificuldades. 
Pertinente aos desafios encontrados na adoção das tecnologias de saúde, 
escolha três deles e explique cada um.
130
REFERÊNCIAS
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FERREIRA, F.B. A Engenharia Clínica na Avaliação de Tecnologiaem Saúde: 
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SILVA, H. P. da; PETRAMALE, C. A; ELIAS, F.T. S. Avanços e desafios da Po-
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VIANA, A. L.; NUNES, A. A.; SILVA, H. P. Complexo produtivo da saúde, 
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Cealag; 2011. p. 75-101.
132
133
UNIDADE 3 — 
INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• aprofundar o entendimento sobre inovação nos serviços de saúde;
• sistematizar aspectos conceituais dos termos tecnologia e inovação tec-
nológica, destacando implicações para o setor saúde;
• relacionar a importância da inovação no segmento de saúde como uma 
estratégia competitiva;
• conhecer a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e suas 
diretrizes, objetivos e aspectos preconizados.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
TÓPICO 2 – POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM 
 SAÚDE
TÓPICO 3 – NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
134
135
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, na Unidade 3 estudaremos a Inovação nos Serviços de Saúde. 
No primeiro subtópico estudaremos todo processo que envolve desenvolvimento 
dos sistemas, associando-os com as estratégicas tecnológicas. Discutiremos sobre 
o que é inovação nos serviços de saúde e a classificação e caracterização dos tipos 
de inovação na área, além das principais etapas e aspectos que norteiam esse 
processo. 
No segundo subtópico, trataremos dos critérios a serem seguidos na 
racionalização da inovação e utilização de tecnologias, considerando os princípios 
da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, especialmente quanto a avaliação 
das tecnologias em saúde.
No terceiro subtópico, realizaremos uma análise preliminar da 
Telemedicina, norteada por perguntas e respostas mais frequentes sobre essa 
ferramenta tão importante e viabilizadora dos processos de atendimento de 
pacientes, como também da formação de profissionais e equipes técnicas do 
Sistema Único de Saúde.
2 O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
Inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente 
produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços. A 
inovação em saúde é um campo em crescente destaque, tendo sua importância 
relacionada a melhorias nas condições de bem-estar da população e, por ser um 
setor intensivo em pesquisa e desenvolvimento (P&D), é associada à inserção 
competitiva internacional, pontuando uma gama de interesses que dinamizam 
sua agenda (COSTA, 2016).
A inovação na área da saúde pode ocorrer de dois tipos: radical e 
incremental. A tabela 1 apresenta as características.
TÓPICO 1 — 
O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
136
TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE INOVAÇÃO EM SAÚDE
FONTE: Os autores (2020)
Da mesma forma, pode-se afirmar que correspondem ao acesso às 
tecnologias modernas/novas = resolução dos problemas de saúde e promoção de 
qualidade de vida. O acesso às tecnologias nem sempre resulta em benefícios; e, 
por fim, as tecnologias não são neutras.
De acordo com Morais et al. (2015), novas tecnologias têm surgido como 
fator primordial para as empresas prestadoras de serviços de saúde, visto que o 
setor de saúde necessita oferecer um padrão de execução e o diferencial competitivo 
está diretamente ligado à percepção que o cliente tem sobre a qualidade do 
serviço, principalmente pelo estado em que muitas vezes se encontra.
Inicialmente, torna-se necessário conhecer as etapas envolvidas no 
planejamento da inovação, conforme apresenta a Figura 1.
INOVAÇÃO RADICAL INOVAÇÃO INCREMENTAL
- Desenvolvimento e introdução de 
um novo produto, processo ou forma 
de organização da produção inteira-
mente nova.
- Pode representar uma ruptura es-
trutural com o padrão tecnológico 
anterior.
- Inicia um novo paradigma ou rota 
tecnológica.
- Introdução de qualquer tipo de me-
lhoria em um produto, processo ou 
organização da produção, sem necessa-
riamente alterar a estrutura.
- Pode ser imperceptível para o consu-
midor.
- Mudanças que possibilitam a amplia-
ção das aplicações de um produto ou 
processo.
Para a incorporação de uma tecnologia na área da saúde, é preciso considerar: 
as condições de acesso; desigualdade produzida pelo uso da tecnologia; necessidades 
epidemiológicas; capacidade instalada; qualidade; segurança; eficácia e custo.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
137
FIGURA 1 – PRINCIPAIS ETAPAS DA INOVAÇÃO
FONTE: Os autores (2020)
Cada etapa apresentada deve seguir um planejamento das ações a serem 
executadas uma a uma, por exemplo: No alinhamento com a estratégia, na empresa 
analisa a sua estratégia e identifica quais temas devem direcionar à criação de 
ideias inovadoras. Já na etapa da ideação, por meio dos temas estratégicos, os 
colaboradores são incentivados a enviar ideias inovadoras para solucionar os 
desafios da empresa.
Na conceituação, as ideias produzidas na ideação serão avaliadas e 
melhoradas a fim de que se tornem viáveis para implantação. A decisão em ir 
ou não ir em frente, corresponde ao momento da definição de quais ideias têm 
melhores chances de sucesso e quais deverão ser lançadas ou não. Por fim, temos 
a implantação, que é quando o conceito é aprovado, ele é lançado no mercado e 
a ideia ganha forma.
O processo de criação e implementação da inovação requer ainda, a 
consideração dos seguintes aspectos relacionados ao acesso: 
• Envolve a incorporação sem critérios explícitos e o uso inadequado de 
tecnologias implicam riscos para os usuários, assim como, comprometem a 
efetividade do sistema de saúde.
• Identifica tecnologias emergentes para incorporação no sistema de saúde.
• Monitoramento dos resultados para a saúde e dos impactos causados pelas 
tecnologias após incorporação.
• A tecnologia além de trazer benefício, deve assegurar a equidade, universalidade 
e integralidade do SUS.
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
138
Existem diversas formas de se implantar novos mecanismos. Um deles é 
por meio de sistemas de informação em saúde, que é considerado um dos fatores 
cruciais para aumentar a produtividade, otimizar os processos internos e, até 
mesmo, conseguiruma redução de custos.
Para começar, precisamos saber que existem pelo menos dois fatores 
envolvidos na informatização de uma instituição de saúde: a estratégia de negócio 
e a atualização tecnológica:
As inovações na saúde têm como pilar a tecnologia social para ser 
instrumento de inclusão ao acesso e melhoria da qualidade de vida, visto que 
proporciona crescimento na eficiência técnica, aumento da produtividade, 
redução dos custos, tendo como característica o cuidado com a qualidade no 
atendimento.
Como vimos desde a Unidade 1, o Ministério da Saúde define a tecnologia 
na saúde como: “novos medicamentos e vacinas, próteses, equipamentos, 
procedimentos técnicos, sistemas organizacionais, educacionais e de suporte 
como a comunicação instantânea, programas e protocolos assistenciais, por meio 
dos quais é prestado a atenção e os cuidados à população” (BRASIL, 2009, s. p.).
Desta forma, atua nos fatores condicionantes e determinantes do 
processo saúde-doença, contribuindo para o controle na incidência de doenças 
das populações. Com tantas transformações e evoluções constantes, é preciso 
adaptação e conhecimentos relativos ao funcionamento das novas tecnologias. 
Para tanto, temos áreas distintas de aplicação da inovação na área da saúde, tais 
como: produtos, em informação, cuidado ao paciente e no sistema de saúde.
Ciência e tecnologia são instrumentos importantes para a saúde e o tratamento 
de doenças, assim como para a construção de um momento civilizatório de paz e de vida 
digna e decente para todos (LORENZETTI et al., 2012).
ATENCAO
TÓPICO 1 — O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
139
Relacionado à Inovação de produtos, o Brasil tem sido pioneiro na 
fabricação de imunobiológicos, destacando-se pelo Programa Nacional de 
Imunizações. As vacinas, como a tetravalente, pentavalente e febre amarela, 
modificaram a história da população. Atualmente há pesquisas e atualizações 
constantes da vacina contra a dengue. Além disso, tem grande destaque o 
tratamento de alguns tipos de câncer, por meio de imunoterapia. A medicina 
tem sido transformada pela tecnologia, com tantos medicamentos biológicos, 
diagnósticos móveis, impressoras em 3D e na pesquisa.
Pertinente à inovação em informação temos amplo acesso às informações 
e à utilização de tecnologias de última geração, que propiciam aos usuários 
diagnósticos mais ágeis e capacidade de controlar a própria saúde com o 
autoconhecimento, mediante as campanhas educacionais para o público-alvo.
Os wearables (Figura 2) são relógios/pulseiras com mecanismo de detecção 
inteligente, considerado uma grande inovação na área da saúde. São muito úteis 
aos pacientes com doenças crônicas, como diabetes mellitus (DM) e doenças 
cardiovasculares, que demandam um controle minucioso dos sinais vitais, através 
do monitoramento em tempo real dessa ferramenta.
FIGURA 2 – WEARABLES
FONTE: <https://blog.iclinic.com.br/wearables-na-medicina/>. Acesso em: 27 nov. 2020.
Os wearables podem ser utilizados para o profissional da área da saúde 
acompanhar o tratamento e situação do paciente mesmo a distância.
https://blog.iclinic.com.br/wearables-na-medicina/
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
140
Os wearables são dispositivos vestíveis inteligentes. Muito além de relógios 
que se conectam à internet e enviam e-mails. Eles também são capazes de monitorar 
batimentos cardíacos, passos, distância percorrida, qualidade do sono, entre muitas outras 
funcionalidades. Por essa razão, esses mecanismos vêm adquirindo destaque na área da 
saúde e já são aplicados em estudos médicos e em tratamentos.
ATENCAO
Outra importante fonte de educação baseada em evidências é a interface 
do usuário a partir de voz mediada por telefone (VUI), que proporciona bem-
estar aos pacientes, uma vez que os mantêm informados sobre seus tratamentos 
e dúvidas, depois que sai do hospital ou consultório. Ainda é capaz de avisar 
aos pacientes sobre suas consultas, exames e ajudar a prepará-los para qualquer 
procedimento médico, com o intuito de levar informações e maior tranquilidade, 
além de garantir que estejam em boa recuperação após cirurgia. Portanto, acolhe 
o paciente fora do ambiente clínico, sendo capaz ajudar na promoção da saúde.
Quanto à inovação no cuidado ao paciente, de acordo com a Revista 
Brasileira de Educação médica, a inteligência artificial analisa os dados disponíveis 
em plataformas como o nascimento, mortalidade, hospitalizações, doenças de 
notificação compulsória, populações em risco e prontuários eletrônicos. Também, 
busca indicar a prevalência e a evolução das enfermidades, pressupondo os surtos 
e indicando medidas preventivas e terapêuticas. Por isso, pacientes portadores de 
doenças crônicas podem ser inseridos no programa para auxiliar no controle da 
patologia e assim ter resultado positivos no desfecho clínico. Essa ferramenta que 
traz inovações na saúde reduz custos para o sistema, evita reinternações e otimiza 
o tempo dos médicos assistentes, o que não o substitui.
A inovação no sistema de saúde no Brasil apresenta plataformas conectando 
os médicos especialistas aos pacientes por meio de tecnologia de ponta. Com isso, 
há a garantia de acesso a diversos especialistas sem sair de casa e auxilia um 
médico a se comunicar com outros profissionais, para trocar conhecimentos sobre 
determinado diagnóstico.
Uma forma de gestão estratégica que vem sendo implementada e permite 
a organização de dados e informações é o prontuário eletrônico do paciente, um 
instrumento que tem como objetivo agilizar o atendimento, economizar custos e 
tempo, comunicação mais rápida, mediante o compartilhamento de dados sobre 
determinado paciente, a fim de prestar uma assistência ideal e individual. Portanto, 
implantar uma forma mais eficiente de gestão, que otimize o preenchimento de 
papéis e facilite o atendimento, tendo como preocupação a humanização, é a 
proposta para as novas tecnologias.
TÓPICO 1 — O QUE É INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE?
141
O vídeo indicado, a seguir, apresenta três tecnologias em saúde muito utilizadas 
atualmente. Acesse: https://youtu.be/GM84blp4KT0.
DICAS
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA TELEMEDICINA E COMO ESSA PRÁTICA ATUA 
NOS DIAS DE HOJE?
 A tecnologia trouxe inúmeros benefícios para todos os níveis de atenção à saúde 
e isso não se resume somente a novos tratamentos, a curas ou a equipamentos. Afinal, a 
telemedicina engloba toda a parte de atendimento médico, porém, de uma forma on-line 
e mais prática, como a realização de diagnósticos a distância, por exemplo.
 Isso facilita a agilidade do atendimento, tanto para o profissional, como para o 
paciente, além de outras vantagens, como economias de custo e tempo, comunicação 
mais ágil e segura etc. Isso impacta também, em especial, dentro da saúde ocupacional, 
ou seja, dentro das organizações que prezam pelo bem-estar de seus colaboradores. Afi-
nal, com a telemedicina, a empresa pode cumprir com suas responsabilidades em relação 
à saúde dos funcionários, de uma forma prática, moderna e econômica.
 Mas, afinal, quais são os principais mitos sobre a telemedicina no Brasil?
 Apesar de todas as vantagens e os benefícios, essa prática ainda é desconheci-
da por muitos aqui no país, bem diferente do que já acontece na Europa e nos EUA, por 
exemplo, onde esse conceito é amplamente difundido. Por aqui, além do desconheci-
mento, há ainda alguns mitos sobre a telemedicina que precisam ser esclarecidos. Por 
isso, confira as dicas a seguir:
1. A telemedicina só funciona lá fora
 Um dos maiores mitos sobre a telemedicina é achar que a prática é coisa de país 
europeu ou de americanos. Puro engano! No Brasil, já há clínicas, profissionais e platafor-
mas conectando médicos, pacientes e empresas com tecnologia de ponta e, inclusive, 
digna de qualquer país de primeiro mundo. Com isso, independentemente da localização 
de sua empresa ou de seus funcionários, todo o território nacional fica coberto pelo aten-
dimento pelo sistema.
2. A telemedicina é um campo aindarestrito
 Outro engano muito comum tem relação com a amplitude da telemedicina. Ou 
seja, muita gente acredita que a prática é limitada apenas às áreas mais simples da medici-
na convencional.
 No entanto, isso é mais um mito! Hoje, a prática já é utilizada em diversos setores 
da saúde, como cardiologia, neurologia, radiologia, enfermagem, oncologia, oftalmologia, 
INTERESSA
NTE
https://youtu.be/GM84blp4KT0
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
142
entre outras infinitas especializações. A tecnologia da informação e as telecomunicações 
permitem, cada vez mais, a abrangência da telemedicina em praticamente todas as áreas 
da saúde.
3. A telemedicina não é confiável
 É normal que mudanças de comportamento e de práticas convencionais gerem 
um pouco de desconfiança nas pessoas. Porém, podemos garantir que esse é um dos 
principais motivos para gerar os mitos sobre a telemedicina. Trata-se de uma tendência 
mundial e, indiscutivelmente, a tecnologia permitiu benefícios incomparáveis e mais con-
fiáveis, até mesmo, que os atendimentos médicos padrões. Quer um exemplo prático?
 Em uma plataforma de telemedicina, um médico pode se comunicar e trocar 
conhecimentos com outros profissionais, de forma on-line e rápida, sobre um diagnósti-
co. Ou seja, o paciente tem o suporte de diferentes médicos sobre o seu caso e, assim, 
garante informações mais precisas e confiáveis, além de outras inúmeras vantagens que a 
tecnologia proporciona.
4. A telemedicina é cara
 Quase sempre, temos uma ideia errada de que a tecnologia encarece os serviços. 
Muito pelo contrário! A telemedicina promove economias incomparáveis às empresas e 
pacientes. Isso não se limita somente a valores financeiros, mas também à economia 
de tempo. Imagine, por exemplo, que todos os seus colaboradores passem por exames 
médicos e, depois, precisem buscar seus diagnósticos. Resumindo, suas atividades preci-
sariam ser interrompidas e demandariam tempo de locomoção e custos com transportes.
 Com a telemedicina, nada disso é preciso. Afinal, por meio de uma plataforma 
on-line, a empresa recebe todos os resultados de forma digital e os funcionários mantêm 
suas rotinas normalmente.
FONTE: Adaptado de <https://blog.conexasaude.com.br/mitos-sobre-a-telemedicina-e-
-suas-verdades/>. Acesso em: 27 nov. 2020.
https://blog.conexasaude.com.br/mitos-sobre-a-telemedicina-e-suas-verdades/
https://blog.conexasaude.com.br/mitos-sobre-a-telemedicina-e-suas-verdades/
143
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A inovação em saúde é um campo em crescente destaque, tendo sua importância 
relacionada a melhorias nas condições de bem-estar da população e, por ser 
um setor intensivo em pesquisa e desenvolvimento (P&D), é associada com a 
inserção competitiva internacional, pontuando uma gama de interesses que 
dinamizam sua agenda. 
• A inovação na área da saúde pode ocorrer de dois tipos: radical e incremental.
• A inovação radical: se caracteriza pelo desenvolvimento e introdução de um 
novo produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente 
nova; pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico 
anterior; inicia um novo paradigma ou rota tecnológica.
• A inovação incremental: corresponde à introdução de qualquer tipo de melhoria 
em um produto, processo ou organização da produção, sem necessariamente 
alterar a estrutura; pode ser imperceptível para o consumidor, traz mudanças 
que possibilitam a ampliação das aplicações de um produto ou processo.
• Com tantas transformações e evoluções constantes, é preciso adaptação e 
conhecimentos relativos ao funcionamento das novas tecnologias. Para tanto, 
temos áreas distintas de aplicação da inovação na área da saúde, tais como: 
produtos, em informação, cuidado ao paciente e no sistema de saúde.
• O planejamento da inovação em saúde é a primeira etapa para sua 
implementação, para tanto, o ato de planejar envolve pelo menos cinco 
processos imprescindíveis para a otimização dos resultados esperados.
• O alinhamento com a estratégia, corresponde a etapa inicial, em que a empresa 
analisa a sua estratégia e identifica quais temas devem direcionar a criação de 
ideias inovadoras. 
• A etapa da ideação, por meio dos temas estratégicos, os colaboradores são 
incentivados a enviar ideias inovadoras para solucionar os desafios da 
empresa.
• Na conceituação, as ideias produzidas na ideação serão avaliadas e melhoradas 
a fim de que se tornem viáveis para implantação. 
RESUMO DO TÓPICO 1
144
• A decisão em ir ou não ir em frente corresponde ao momento da definição de 
quais ideias têm melhores chances de sucesso e quais deverão ser lançadas 
ou não. 
• A implantação, que é quando o conceito é aprovado, é lançado no mercado e 
a ideia ganha forma.
145
1 A inovação em saúde abrange todas as áreas desse segmento, envolvendo 
a criação de medicamentos, serviços e sistemas de informação que venham 
a atender a demanda atual. Entre as assertivas a seguir, encontramos uma 
que apresenta as diferentes áreas aplicadas à inovação da saúde atualmente. 
Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Inovação incremental; inovação radical; inovação de produtos; 
inovação em serviços.
b) ( ) Inovação de produtos; inovação de cuidados ao paciente; inovação 
em informação; inovação no sistema de saúde.
c) ( ) Inovação de cuidados ao paciente; inovação em informação; inovação 
radical; alinhamento com a estratégia.
d) ( ) Inovação no sistema de saúde; inovação radical, inovação 
incremental, inovação de produtos.
e) ( ) Inovação de produtos; inovação de cuidados ao paciente; inovação 
no sistema de saúde; inovação radical.
2 O planejamento da inovação em saúde é a primeira etapa para sua 
implementação, para tanto, o ato de planejar envolve pelo menos cinco 
processos imprescindíveis para a otimização dos resultados esperados. 
Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Alinhamento com a estratégia, ideação, conceituação, ir ou não ir 
em frente, implantação.
b) ( ) Planejamento estratégico, ideação, contabilidade, ir em frente, 
implantação.
c) ( ) Conceituação, ideação, ir ou não ir em frente, implantação, alinhamento 
com a estratégia.
d) ( ) Alinhamento com a estratégia, ideação, ir ou não ir em frente, 
conceituação, implantação. 
e) ( ) Alinhamento com a estratégia, conceituação, ideação, ir ou não ir em 
frente, implantação.
3 A inovação em saúde é um campo em crescente destaque, tendo sua 
importância relacionada a melhorias nas condições de bem-estar da 
população, podendo ocorrer de dois tipos: radical e incremental. Sobre a 
inovação incremental, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) É a introdução de um novo produto, processo ou forma de 
organização da produção inteiramente nova; pode representar 
uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior; inicia 
um novo paradigma ou rota tecnológica.
AUTOATIVIDADE
146
b) ( ) Analisa a sua estratégia e identifica quais temas devem direcionar 
a criação de ideias inovadoras.
c) ( ) Os colaboradores são incentivados a enviar ideias inovadoras para 
solucionar os desafios da empresa.
d) ( ) Corresponde à definição de quais ideias têm melhores chances de 
sucesso e quais deverão ser lançadas ou não.
e) ( ) Corresponde à introdução de qualquer tipo de melhoria em um pro-
duto, processo ou organização da produção, sem necessariamente 
alterar a estrutura; pode ser imperceptível para o consumidor, traz 
mudanças que possibilitam a ampliação das aplicações de um pro-
duto ou processo.
4 A inovação em saúde pode ocorrer de dois tipos: radical e incremental. 
Descreva o que é a inovação em saúde e caracterize a inovação radical e 
incremental.
5 O planejamento da inovação em saúde envolve pelo menos cinco processos 
imprescindíveis para a otimização dos resultados esperados. Cite e explique 
os processos que devem ser considerados nesse tipo de planejamento.
6 Com tantas transformações e evoluções tecnológicas é preciso acompanhar, 
seadaptar e conhecer o funcionamento das novas tecnologias. Para tanto, 
envolvem-se áreas distintas de aplicação da inovação na área da saúde. 
Quais são as áreas distintas de aplicação da inovação na área da saúde?
147
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2 abordaremos a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação 
em Saúde (PCTIS), apresentando seus princípios, diretrizes, eixos condutores, 
estratégias de sustentação e o fortalecimento do esforço nacional em ciência, 
tecnologia e inovação em saúde, a criação do sistema nacional de inovação 
em saúde, a construção da agenda nacional de prioridades de pesquisa em 
saúde, a busca pela superação das desigualdades regionais, o aprimoramento 
da capacidade regulatória, a difusão dos avanços científicos e tecnológicos e a 
formação e capacitação de recursos humanos, e por fim modelo de gestão.
No subtópico 2 retomaremos também sobre os princípios norteadores do 
SUS como forma de o relacionarmos à Política de Ciência, Tecnologia e Inovação 
em Saúde, estando intrinsecamente ligados e instituídos um com o outro, através 
de princípios, eixos norteadores, objetivos e agendas.
 
Para finalizar, no subtópico 3, traremos a análise da Política Nacional de 
Gestão de Tecnologia em Saúde em consonância com o SUS, instituída em 2010, 
atualizando e regulamentando a inovação e a tecnologia no sistema de saúde.
2 CONHECENDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA 
E INOVAÇÃO EM SAÚDE 
Na busca de atender aos princípios regulamentados da Inovação e da 
Tecnologia em Saúde, foi implementada a Política Nacional de Ciência, Tecnologia 
e Inovação em Saúde (PNCTIS) como parte complementar da Política Nacional 
de Saúde. A política foi elaborada norteando-se pelos princípios, objetivos e 
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando-se o exposto no artigo 
200, inciso V, da Constituição Federal que estabelece as competências do SUS, 
inclusive quanto ao crescimento de programas de desenvolvimento científico e 
tecnológico em cada área de atuação (BRASIL, 2005).
Como observado na Unidade 1, o SUS norteia-se em três princípios básicos, 
constitucionalmente garantidos, sendo eles: a universalidade, a integralidade e a 
equidade. Na PNCTIS, todos os programas, pesquisas e inovações devem pautar-
se também nesses princípios. 
TÓPICO 2 — 
POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E 
INOVAÇÃO EM SAÚDE
148
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Especificamente na área da ciência e da tecnologia, esses princípios 
devem ser aplicados de forma que correspondam a esse compromisso tanto 
na esfera política quanto ética, direcionando a produção com a apropriação de 
conhecimentos e tecnologias contribuidoras para reduzir as desigualdades sociais 
em saúde, em conformidade com o controle social.
Nesse cenário, a PNCTIS objetiva “Desenvolver e otimizar os processos 
de produção e absorção de conhecimento científico e tecnológico pelos sistemas, 
serviços e instituições de saúde, centros de formação de recursos humanos, 
empresas do setor produtivo e demais segmentos da sociedade” (PNCTIS, 2005, 
p. 12). 
Dessa forma, a municipalização, regionalização e hierarquização, 
enquanto princípios organizacionais que regem o SUS, em alguns casos, não 
poderão ser adotados de forma automática no modelo de sistema de ciência, 
tecnologia e inovação em saúde (CTI/S), porém, na medida do possível, devam 
ser considerados (Figura 3), especialmente como ponto de partida, voltando-se 
para a realidade atual em que as tecnologias e inovações serão aplicadas.
FIGURA 3 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO SUS
FONTE: PNCTIS (2005, p. 6)
Nesse viés, a produção de conhecimento científico e tecnológico assume 
características próprias, diferenciando-se dos demais meios de produções de 
serviços e produção em saúde, requerendo investimento e aperfeiçoamento 
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
149
constante, visando à incorporação de tecnologias. Para atender aos seus objetivos, 
foram instituídos princípios norteadores que se encontram apresentados na 
figura 4.
FIGURA 4 – PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PNCTIS
FONTE: PNCTIS (2005, p. 7)
Como visto anteriormente, na Figura 4, a PNCTIS, como as demais 
Políticas Públicas, norteiam-se por princípios, diretrizes e objetivos, interligados 
entre si. Definindo-se então os princípios básicos, acerca: do respeito à vida e à 
dignidade das pessoas, da melhoria da saúde da população brasileira, da busca 
da equidade em saúde, da inclusão e controle social, do respeito à pluralidade 
filosófica e metodológica. A seguir, apresentaremos as características que cada 
um deles traz em seu bojo, e que são relevantes para a PNCTIS.
O respeito à vida e à dignidade das pessoas: fundamenta-se basicamente 
na ética da PNCTIS. Assim, no decorrer das Pesquisas em Saúde, em todas as 
suas etapas, devem ser observados alguns critérios que não violem esse princípio, 
devendo ser acompanhadas e realizados os registros de todos os avanços 
alcançados no âmbito da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) do 
Conselho Nacional de Saúde (CNS), conjuntamente com os Comitês Institucionais 
de Ética em Pesquisa (CEPs). 
150
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Para tanto, devem ser instituídos pela PNCTIS os mecanismos que irão 
assegurar que os padrões éticos sejam cumpridos em todo território nacional, 
tanto deve abranger empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais, 
objetivando a garantia da segurança e dignidade dos sujeitos de pesquisa, 
conforme apresentado na Resolução CNS 466/2012, bem como das normas 
complementares.
Da mesma forma, deve estimular a criação e o fortalecimento dos comitês 
locais de ética em pesquisa, aprimorando constantemente os sistemas de revisão e 
aprovação ética, especialmente quando envolvem pesquisas com seres humanos. 
Em todo o processo de pesquisa, assumem-se as responsabilidades aos possíveis 
danos à saúde dos indivíduos envolvidos, independentemente da representação 
de riscos mínimos, devendo ser exigida, e fortalecida com controle social nos 
diversos comitês de ética em pesquisa.
Pluralidade: compreende a abertura da PNCTIS para a abrangência 
de todas as abordagens filosóficas e metodológicas voltadas para o avanço do 
conhecimento, bem como ao atendimento das demandas relacionadas aos 
problemas científicos e tecnológicos. Da mesma forma, deve considerar de forma 
equitativa e igualitária a valorização de todas as áreas do conhecimento da saúde, 
contemplando-se as respectivas definições de validade e rigor metodológico.
Inclusão e controle social: compreende a inclusão do cidadão na comuni-
dade científica, através da garantia do acesso à da educação científica, tecnológica 
e cultural de acordo com a realidade atual, bem como com os desafios futuros, 
respeitando e valorizando o saber local e cultural. 
Melhoria da saúde da população brasileira: deve ser considerada através 
da elaboração de programas estratégicos que possibilitem a melhoria da qualida-
de de vida do cidadão, o respeito ao meio ambiente, e a sustentabilidade garan-
tindo assim, o futuro das novas gerações.
Equidade: envolve o comprometimento em superar todas as desigualda-
des e discriminações, indiferentemente da forma ou tipo (regionais, sociais, étni-
cas e de gênero e outras) devendo ser orientadora de todos os aspectos, escolhas 
e prioridades.
Para tanto, os princípios norteadores são formados por eixos condutores 
que se articulam entre si, conforme expressados na Figura 5.
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
151
FIGURA 5 – EIXOS CONDUTORES DA PNCTIS
FONTE: Os autores (2020)
Extensividade – capacidade de intervir nos vários pontos da cadeia do 
conhecimento. Inclui toda pesquisa que visa ao avanço do conhecimento, seja 
aquele de aplicação imediata ou não. Inclui, portanto, além da produção de 
conhecimentos, as pesquisas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e a 
inovação; a avaliação tecnológica, pesquisa clínica, pesquisas sobre padrões de 
usoe relação custo/benefício para diversos tipos de tecnologia em saúde, dentre 
outras. 
Inclusividade – inserção dos produtores, financiadores e usuários da 
produção técnico-científica. Refere-se à participação de instituições e de atores 
envolvidos nas ações de CTI/S. nesse eixo condutor, a PNCTIS. 
Deve induzir, apoiar e promover a produção desenvolvida pelas 
instituições de ensino superior, institutos de pesquisa, serviços de 
saúde, empresas do setor produtivo, organizações não-governamentais 
e parcerias públicas e privadas, abertas ao controle social. Além de 
considerar os produtores de conhecimentos técnico-científicos, a 
PNCTIS deve incluir as instituições envolvidas no financiamento, 
na distribuição e no uso das informações técnico-científicas, a saber, 
os gestores públicos da pesquisa científica e da política de saúde, 
das demais políticas públicas, os empresários do setor produtivo 
e representantes da sociedade civil organizada responsáveis pelo 
controle social (BRASIL, 2005, p. 19).
Seletividade – capacidade de indução. Refere-se à necessidade de 
aumentar a capacidade indutora do sistema de fomento científico e tecnológico. 
Ou seja, busca direcionar o fomento com base numa escolha de prioridades, em 
152
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
processo que permita ampla participação de pesquisadores, usuários, profissionais 
de saúde e demais atores, conforme a Política Nacional de Saúde.
Complementaridade entre as lógicas da indução e espontaneidade: 
pautando-se na necessidade de sustentar a Pesquisa em Saúde relacionada com 
lógicas complementares, envolvendo a capacidade indutiva de pesquisa com o 
atendimento da demanda existente. Deve-se ainda considerar a preservação da 
criatividade atrelada à atividade científica, sem desconectar-se das necessidades 
de pesquisa e desenvolvimento próprias em vigência no País, sendo assegurado 
assim, benefícios a toda a população. 
Competitividade: envolve a seleção de projetos técnicos e científicos. 
Esse eixo condutor deverá orientar o desenvolvimento de ações fomentadas 
no âmbito da PNCTIS. A competição é um processo básico quando existem 
diferentes projetos, e deve garantir a transparência e a elegibilidade dos critérios 
de financiamento, e as escolhas serem realizadas pautando-se na racionalidade 
científica, relacionada às prioridades definidas previamente em agenda, no 
âmbito da PNCTIS. 
Méritos científico, tecnológico e ético, relativos à qualidade dos proje-
tos: esses requisitos são fundamentais como forma de garantir a alta qualidade 
das ações de P&D em CTI/S financiadas, sendo impreterivelmente avaliadas com 
base em critérios e indicadores definidos anteriormente, considerando-se a trans-
parência, a qualidade dos serviços e a acessibilidade das informações geradas.
Relevância social, sanitária e econômica – esses aspectos envolvem e 
remetem ao caráter de utilidade dos conhecimentos que são produzidos. Nesse 
viés, as pesquisas, estudos e conhecimentos produzidos devem ser realizados 
considerando a realidade e a demanda social, atendendo aos problemas 
prioritários da saúde, sendo esse o principal alvo ciência e tecnologias.
Responsabilidade da gestora com regulação governamental – envolve 
a transparência e a respeito com normas regimentais de aplicação de verbas 
públicas, sendo estabelecida a possibilidade de punição rigorosa e ressarcimento 
de eventuais prejuízos à população. 
Presença do controle social – nos conselhos locais, distritais, municipais, 
estaduais e nacional, deve ter participação ativa no acompanhamento da aplicação 
e na utilização dos recursos públicos na Pesquisa em Saúde.
Associadas aos objetivos e aos eixos condutores, foram criadas as 
estratégias da PNCTIS, que se caracterizam como um conjunto de tarefas 
fundamentais e articuladas, que visam:
Superar o atraso do nosso parque tecnológico, para atender as 
necessidades atuais e antecipar as necessidades futuras, através 
da elevação de uma conscientização política e social, pautadas no 
desenvolvimento e autonomia de um Estado democrático, inovador, 
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
153
gerador de altas tecnologias, com avanços industriais e indutor de 
conhecimento (BRASIL, 2005, p. 21).
Como estratégias, observaremos na figura 6, o conjunto das mesmas, 
elaboradas como forma de contemplar aos objetivos e eixos condutores.
FIGURA 6 – ESTRATÉGIAS DA PNCTIS
FONTE: PNCTIS (2005, p. 9)
Portanto, de maneira geral, o planejamento das estratégias deve estar 
pautado na sustentabilidade, na ética e no respeito ao meio ambiente. Devendo 
ser garantidas e asseguradas as oportunidades, a universalização dos direitos 
básicos objetivando a dignidade do seu povo.
A elaboração das agendas, embasadas na PNCTIS (2005), ocorre em 
um processo permanentemente, contemplando tanto na elaboração, quanto 
na implementação, a participação social de forma organizada, partindo-se das 
demandas de base local (municipal), articuladas com os conselhos de saúde e 
demais atores, estendendo-se posteriormente para as esferas estadual e nacional.
Assim, o desenvolvimento das agendas locais, deverá voltar-se para o 
esforço de investigação, adiantando-se às necessidades de novos conhecimentos 
exigidos pela transformação constante do mundo atual. Porém, é preciso 
considerar que mesmo que a agenda, seja baseada nas necessidades de saúde 
da população, não será construída extremamente idêntica a ela, sendo possível, 
ainda, a criação de subagendas norteadas nas políticas públicas a partir de um 
eixo central (Figura 7).
154
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
FIGURA 7 – SUBAGENDAS DE PESQUISAS EM SAÚDE
FONTE: PNCTIS (2005, p. 10)
Por um lado, o atendimento às necessidades de saúde nem sempre 
depende da Pesquisa em Saúde e, por outro, nem sempre há, no campo do 
saber e das práticas científicas e tecnológicas, conceitos, métodos ou ferramentas 
adequadas para o atendimento das necessidades por meio da pesquisa.
Assim, é preciso que exista uma consonância e articulação entre a agenda 
e as subagendas de acordo com os enfrentamentos das dificuldades em saúde, 
especialmente aquelas que atingem populações mais vulneráveis.
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
155
O aprimoramento da capacidade regulatória deve ser garantido por meio 
da formação de redes com a participação de órgãos executivos e legislativos 
regulatórios, dos centros de investigação científica e de desenvolvimento 
tecnológico, dos hospitais de ensino e de outras instituições assistenciais públicas 
e de organizações voltadas para o controle social.
Com relação às estratégias para democratização das informações em 
CTI/S, recomenda-se a partir da PNCTIS:
a) criar mecanismos locais de socialização dos conhecimentos 
científicos e tecnológicos, voltados para os trabalhadores da saúde 
e para a sociedade civil organizada, como forma de promover a 
cidadania, tais como acesso à biblioteca técnica e científica nos 
municípios; atividades na rede de ensino público, nas unidades 
de saúde e nos centros comunitários; fóruns, seminários, feiras de 
ciências, inclusive conferências e oficinas temáticas; museus e centros 
de ciências e centros de integração ciência e cultura, e acesso a material 
informativo sobre o tema;
b) incentivar a criação de bibliotecas nas secretarias de saúde, com 
acesso a periódicos científicos, documentos técnico-científicos e 
infraestrutura com computadores e acesso à internet, abertas à 
sociedade e adequadas às atividades de estudos, pesquisa e inovação 
em saúde. A consulta aos bancos e bibliotecas virtuais deve ser 
estimulada mediante esclarecimento e apoio ao usuário;
c) estimular a implantação de fóruns de debate para difusão dos 
resultados de pesquisas que envolvam riscos à saúde, relacionadas à 
exposição, à irradiação e à produção de medicamentos, de alimentos, 
inclusive transgênicos, de cosméticos, de materiais de consumo 
humano, de inseticidas e de agrotóxicosque possam causar danos à 
saúde;
d) garantir espaço nos meios de comunicação, por meio da publicação 
de relatórios, revistas, artigos, manuais e outros meios de disseminação 
da informação de interesse para a gestão do SUS, em linguagem 
clara e acessível à população, além de adequada aos portadores de 
necessidades especiais;
O Ministério da Saúde deve liderar o processo de construção da Agenda 
Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, em virtude do seu papel estratégico no 
ordenamento do esforço nacional de Pesquisa em Saúde, assegurando a contribuição de 
todos os segmentos sociais e de todos os atores políticos e institucionais envolvidos com a 
consolidação do SUS e da reforma do setor Saúde no Brasil (BRASIL, 2005).
ATENCAO
156
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
e) divulgar de forma ampla e diversificada os recursos para 
investimento em projetos de pesquisa, de capacitação, os resultados 
obtidos e outros, por intermédio dos polos de educação permanente 
de saúde, das fundações de amparo à pesquisa e de outras entidades;
f) estabelecer programa de inclusão digital para a população, a serviço 
da difusão do conhecimento e do bem-estar;
g) estimular a criação de novos mecanismos de escuta e de participação 
(observatórios, consultas populares ou conferências de consenso) com 
vistas à efetiva integração dos cidadãos no processo de formulação e 
de implementação das políticas de ciência, tecnologia e inovação;
j) criar núcleos e fóruns de divulgação e de popularização da ciência e 
tecnologia em saúde (BRASIL, 2005, p. 32).
Nesse cenário, evidencia-se na ampliação da formação e capacitação dos 
recursos humanos como uma alternativa primordial para o atendimento das 
estratégias citadas, seja na forma de cursos de pós-graduação, lato sensu e stricto 
sensu, é uma estratégia essencial para:
• O fortalecimento dos grupos de pesquisa existentes. 
• Aprimoramento da capacidade regulatória das instituições.
• Implementação da avaliação de tecnologias em saúde.
• Desenvolvimento da produção e do uso do conhecimento científico e 
tecnológico nos programas, ações e serviços de saúde.
• Aperfeiçoamento dos gestores das CTI/S e demandas que envolvem o 
encaminhamento dessa política, voltadas para atender aos problemas 
sanitários da população brasileira e dos sistemas e serviços de saúde (BRASIL, 
2005).
Nesse cenário, o Estado e os gestores envolvidos no setor da saúde, terão 
autonomia para o desenvolvimento de um modelo de gestão que esteja articulado 
com os propósitos da PNCTIS.
3 POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO DE TECNOLOGIA EM 
SAÚDE
A Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde (PNGTS) é 
o instrumento norteador para os atores envolvidos na gestão dos processos 
de avaliação, incorporação, difusão, gerenciamento da utilização e retirada de 
tecnologias no Sistema (BRASIL, 2010).
Neste sentido, esta Política vai orientar os diferentes atores do sistema 
de saúde na decisão sobre as atividades relacionadas à avaliação, incorporação, 
utilização, difusão e retirada de tecnologias no sistema de saúde.
Para tanto, tem como objetivo geral maximizar os benefícios de saúde a 
serem obtidos com os recursos disponíveis, assegurando o acesso da população 
a tecnologias efetivas e seguras, em condições de equidade. Na Figura 8 são 
observados os objetivos específicos que norteiam a PNGTS (2010).
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
157
FIGURA 8 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PNGTS
FONTE: Adaptado de PNCTS (2010).
Essa política foi elaborada seguindo os princípios da Política Nacional 
de Saúde e da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde 
(instituída em 2005), sobretudo, no que se refere ao aprimoramento da capacidade 
regulatória do Estado. 
A estratégia desse instrumento norteador baseia-se na ampliação da 
produção de conhecimentos científicos, como forma de subsidiar os gestores na 
tomada de decisão quanto à incorporação e retirada de tecnologias no sistema de 
saúde.
A Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde tem o propósito 
de garantir que tecnologias seguras e eficazes sejam usadas apropriadamente. 
Ou seja, não é suficiente saber que o uso de uma tecnologia traz benefício, é 
necessário também planejar e assegurar que os recursos financeiros destinados 
à saúde pública sejam utilizados sem prejuízo da equidade e dos princípios de 
universalidade e integralidade do SUS.
Na articulação da PNGTS, os princípios norteadores dispõem que gestão 
de tecnologias deve utilizar as evidências científicas e considerar os seguintes 
atributos: segurança, eficácia, efetividade, eficiência e impactos econômicos, 
éticos, sociais e ambientais da tecnologia em questão. A produção e a difusão 
de informações relativas à avaliação de tecnologias deverão levar em conta o 
tipo de análise, o público-alvo, a linguagem adequada, o tempo disponível e a 
transparência, além de explicitar os eventuais conflitos de interesse.
Os processos de avaliação promovidos e as decisões de incorporação 
tomadas pelos gestores de saúde devem ocorrer de modo crítico, permanente 
158
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
e independente. O processo de incorporação de tecnologias no sistema deve 
envolver diferentes atores da sociedade, adotar o Princípio da Precaução e 
considerar a universalidade do acesso, a equidade e a sustentabilidade das 
tecnologias. O conhecimento sobre as tecnologias efetivas e seguras na atenção à 
saúde deve ser disseminado de forma transparente e contínua aos profissionais 
de saúde e à população.
A ética em pesquisa envolvendo seres humanos será considerada para 
comprovação de boas práticas no processo de avaliação de tecnologias. Os aspectos 
bioéticos envolvidos na garantia da equidade e da aplicação de recursos públicos 
serão analisados para incorporação tecnológica no sistema de saúde. O processo 
de incorporação de tecnologias no sistema deve incluir atores representativos dos 
interesses da sociedade.
4 ANALISANDO A POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E 
INOVAÇÃO EM SAÚDE E O SUS
A Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde encontra-se 
alicerçada em três pilares de planejamento para uma agenda de desenvolvimento 
em saúde: O Sistema Único de Saúde, a base produtiva de bens e serviços de 
saúde e a capacidade instalada de ciência, tecnologia e inovação em saúde.
Como visto anteriormente, o SUS tem sua missão nessa proposta voltada 
para pensar e agir sobre a política de C&T em saúde. Dessa forma, é possível 
considerar que o marco inaugural da nova fase da relação entre o SUS e a pesquisa 
em saúde ocorreu na 1ª Conferência de Ciência e Tecnologia em Saúde, realizada 
em 1994 e idealizada pelo Conselho Nacional de Saúde e Ministério da Saúde, 
da Ciência e Tecnologia e da Educação. No evento citado, ficou resolvido que 
a política de C&T em saúde representava um componente da política nacional 
de saúde, como também, partindo do caráter institucional, ficou determinada a 
criação de uma secretaria de ciência e tecnologia no Ministério da Saúde. 
No entanto, essa criação se efetivou dez anos mais tarde, em 2003. 
A resolução de uma política voltada diretamente para o campo da Ciência e 
Tecnologia em Saúde surgiu em 2004, no decorrer da 2ª Conferência, também 
Conheça o documento na íntegra: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde. 
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.
DICAS
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
159
em Brasília, que também definiu a necessidade de elaboração de uma agenda de 
prioridades de pesquisa.
A partir desse marco, instituiu-se que uma política de pesquisa para a 
saúde no âmbito do SUS deveria envolver todos os seus componentes, tais como: 
a biomédica, a clínica, a epidemiológica, e, respectivamente, as originárias no 
campo das ciências sociais, incluindo a política, o planejamento e a gestão em 
saúde, em toda sua subjetividade e características.
Desse modo, passou-se avislumbrar que o desafio lançado não deveria 
delimitar esforços para a criação científica e tecnológica quanto às necessidades 
operacionais imediatas dos gestores do SUS, devendo ser seguidas e colocadas 
em prática em cada território de saúde, especialmente no cenário em que é 
observado mundialmente a aproximação espacial e temporal dos resultados de 
pesquisa com a resolutividade dos problemas de saúde.
Partindo dessas considerações, a abordagem remete à demanda da 
aproximação mais efetiva com órgãos de gestores do SUS, pois são responsáveis 
por cerca de 30% do mercado de medicamentos, 90% do mercado de vacinas, 50% 
do mercado de equipamentos de saúde e 100% dos serviços prestados a todos 
os brasileiros, por meio de mandato constitucional, para formulação e fomento 
da pesquisa para a saúde no país. Nesse viés, a saúde humana, entre todas as 
demais áreas e setores que envolvem o setor público, possui o maior número de 
programas, de acadêmicos e de docentes em programas de Pós-Graduação, e, 
respectivamente, maior quantidade de pesquisadores envolvidos com linhas e 
projetos de pesquisa na área, de acordo com os dados disponíveis no Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
No entanto, apesar da entrada em vigor da PNCTI ter ocorrido apenas em 
2003, o Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) desde 2000 vem prestando 
serviços de ponta no cenário de desenvolvimento da pesquisa em saúde.
Nesse processo, pode-se destacar as parcerias de cogestão, por exemplo, o 
caso do cofinanciamento de programas e projetos de pesquisa realizadas com as 
Foi em 2004, na 2ª Conferência de Ciência e Tecnologia em Saúde, que foram 
definidos os três vetores de uma política de pesquisa em saúde para o SUS: 
(1) as transições saúde-doença (promoção, prevenção, cura, reabilitação), aí incluídos os 
mecanismos básicos, individuais e coletivos, que as determinam; 
(2) os sistemas e as políticas de saúde; 
(3) a intersetorialidade na saúde e as relações entre saúde, sociedade e desenvolvimento.
INTERESSA
NTE
160
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
agências de fomento e outros componentes organizacionais já existentes no MS, 
MCTIC e MEC, no Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à 
Pesquisa (Confap) e no Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos 
de CT&I (Consecti). 
Da mesma forma, citam-se Inúmeras iniciativas lideradas pelo DECIT, 
como o programa “Pesquisa para o SUS”, que tem a proposta de expansão e 
regularização. No entanto, observa-se a necessidade de o DECIT ser reforçado em 
termos de pessoal e financeiro como forma de viabilizar a continuidade de suas 
tarefas. Cumpre destacar ainda o importante papel da FIOCRUZ na construção e 
no desenvolvimento da política de pesquisa no âmbito do SUS.
Especialmente no campo da pesquisa biomédica, tem sido observado que 
um dos principais desafios atuais é a dificuldade de traduzir a complexidade de 
enfermidades, que com maior intensidade tem se colocado como responsáveis pela 
imensa carga de doenças, as denominadas doenças crônicas não-transmissíveis, 
em todo o mundo.
Paralelo a isso, ficou resolvido também que a política de pesquisa precisa 
voltar-se para as enfermidades que atingem a população mais vulnerável, ou 
seja, aquelas incidentes em populações negligenciadas, tais como: dengue, 
anemias, infecções sexualmente transmissíveis e aquelas relacionadas à falta de 
saneamento básico.
Na área epidemiológica, deve garantir a sustentabilidade das grandes 
coortes epidemiológicas que já existem, como também daquelas que vierem a 
ser implantadas. Nesse cenário, o grande desafio volta-se para a utilização na 
pesquisa de informações contidas em prontuários e outros dispositivos de 
cuidado à saúde como fonte de dados, objeto de recente regulamentação legal, 
especialmente nos Sistemas de Informações em Saúde, tal como visto na Unidade 
1. O eminente desafio consiste na garantia do aperfeiçoamento de tecnologias 
efetivas e eficazes que garantam a qualidade das informações das bases de dados 
em consonância com os requisitos de pesquisa científica, bem como no controle 
ético-legal que beneficie a ciência sem colocar em risco os direitos individuais da 
cidadania.
Para conhecer a realidade das doenças crônicas não-transmissíveis e os 
desafios impostos na área da saúde para o tratamento delas, acesse o link e assista ao 
documentário: Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Sala de Convidados. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=SRN9seylxPE.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=SRN9seylxPE
TÓPICO 2 — POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
161
De acordo com Guimarães et al. (2019), em busca da garantia de acesso 
e, respectivamente, da cidadania, a incorporação nos programas de dimensões 
sociais que antes não eram considerados torna-se pertinente. Gênero, etnia e outras 
eventuais dimensões identitárias estão se articulando cada vez mais em bases 
mais assentadas, como classe social e religião, para uma melhor compreensão do 
fenômeno social. 
Os estudiosos da determinação social da saúde e da doença consideram 
essas aquisições essenciais e sua presença tem se desenvolvido na área de 
pesquisa social em saúde. As estruturas para a revisão ética montadas sob a égide 
do Conselho Nacional de Saúde – o sistema CEPs/CONEP – vêm cumprindo um 
importante papel na mitigação desses riscos e a garantia de sua preservação é um 
item importante da agenda da pesquisa em saúde.
162
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A PNCTIS tem como objetivo desenvolver e otimizar os processos de produção 
e absorção de conhecimento científico e tecnológico pelos sistemas, serviços 
e instituições de saúde, centros de formação de recursos humanos, empresas 
do setor produtivo e demais segmentos da sociedade.
• Os princípios norteadores das PNCTIS são o respeito à vida e à dignidade das 
pessoas, a melhoria da saúde da população brasileira, a busca da equidade 
em saúde, inclusão e controle social, respeito à pluralidade filosófica e 
metodológica.
• Em consonância com esses princípios foram criados eixos condutores 
relacionados a cada um deles, tais como: extensividade; inclusividade; 
seletividade; complementaridade entre as lógicas da indução e 
espontaneidade; competitividade; mérito relativo à qualidade dos projetos; 
relevância social, sanitária e econômica; responsabilidade gestora com 
regulação governamental; presença do controle social.
• A respeito das PNCTIS, você conheceu que suas principais estratégias são: 
a) sustentação e fortalecimento do esforço nacional em ciência, tecnologia e 
inovação em saúde; b) criação do sistema nacional de inovação em saúde; 
c) construção da agenda nacional de prioridades de pesquisa em saúde; 
d) criação de mecanismos para superação das desigualdades regionais; e) 
aprimoramento da capacidade regulatória do Estado e criação de rede nacional 
de avaliação tecnológica; f) difusão dos avanços científicos e tecnológicos; g) 
formação, capacitação e absorção de recursos humanos no sistema nacional 
de ciência, tecnologia e inovação em saúde, incentivando a produção científica 
e tecnológica em todas as regiões do País, considerando as características e 
as questões culturais regionais; h) participação e fortalecimento do controle 
social.
• Na Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde (PNGTS), você 
identificou como um instrumento norteador para os atores envolvidos na 
gestão dos processos de avaliação, incorporação, difusão, gerenciamento da 
utilização e retirada de tecnologias no Sistema. Essa política foi elaborada 
seguindo os princípios da Política Nacional de Saúde e da Política Nacional 
de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (instituída em 2005), sobretudo, 
no que se refere ao aprimoramento da capacidade regulatória do Estado. 
• A estratégia desse instrumento norteador baseia-se na ampliação da produção 
de conhecimentos científicos, como forma de subsidiar os gestores na tomadade decisão quanto à incorporação e retirada de tecnologias no sistema de 
saúde.
163
1 Os princípios norteadores da PNCTIS foram criados a partir dos objetivos e 
eixos condutores a serem alcançados através da ciência e tecnologia na área 
da saúde. Para que a PNCTIS esteja em consonância com seus princípios, 
ela deverá pautar-se pelos eixos condutores. Sobre o exposto, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) Extensividade; seletividade; competitividade; relevância social, 
sanitária e econômica; responsabilidade gestora com regulação 
governamental; pluralidade; equidade; dignidade da pessoa humana.
b) ( ) Inclusividade; complementaridade entre as lógicas da indução e 
espontaneidade; mérito relativo à qualidade dos projetos; presença 
do controle social; inclusão e controle social; melhoria da saúde da 
população brasileira, extensividade, seletividade; competitividade.
c) ( ) Competitividade; mérito relativo à qualidade dos projetos; relevância 
social, sanitária e econômica; responsabilidade gestora com regulação 
governamental; pluralidade; equidade; dignidade da pessoa humana.
d) ( ) Extensividade; inclusividade; seletividade; complementaridade en-
tre as lógicas da indução e espontaneidade; competitividade; mérito 
relativo à qualidade dos projetos; melhoria da saúde da população 
brasileira, inclusão e controle social, presença do controle social.
e) ( ) Extensividade; inclusividade; seletividade; complementaridade 
entre as lógicas da indução e espontaneidade; competitividade; 
mérito relativo à qualidade dos projetos; relevância social, 
sanitária e econômica; responsabilidade gestora com regulação 
governamental; presença do controle social.
2 As estratégias da PNCTIS estão associadas aos objetivos e aos eixos condu-
tores e se caracterizam como um conjunto de tarefas fundamentais e arti-
culadas. Sobre o objetivo dessas tarefas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Superar o atraso do nosso parque tecnológico, para atender as 
necessidades atuais e antecipar as necessidades futuras, através 
da elevação de uma conscientização política e social, pautadas no 
desenvolvimento e autonomia de um Estado democrático, inovador, 
gerador de altas tecnologias, com avanços industriais e indutor de 
conhecimento.
b) ( ) Sustentabilidade, ética e no respeito ao meio ambiente. Assim, 
devem ser garantidas oportunidades, e universalização dos direitos 
básicos com vistas a dignidade do seu povo.
c) ( ) Participação ativa no acompanhamento da aplicação e na utilização 
dos recursos públicos na Pesquisa em Saúde.
d) ( ) Estimular a criação e o fortalecimento dos comitês locais de ética 
em pesquisa e aprimorar o sistema de revisão e aprovação ética de 
pesquisas envolvendo seres humanos.
AUTOATIVIDADE
164
e) ( ) Contemplar a inclusão do cidadão na sociedade do conhecimento, 
por meio da educação cientifica, tecnológica e cultural adequadas 
à realidade atual e aos desafios futuros, respeitando e valorizando 
o saber e culturas locais.
3 A Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde terá o propósito de 
garantir que tecnologias seguras e eficazes sejam usadas apropriadamente. 
Sobre as ações ou características que deverão ser consideradas em 
consonância com seu propósito, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Utilizar o poder de compra do Estado e de suas empresas nas 
diferentes áreas, com a finalidade de se preservar empregos e alcançar 
competitividade na produção nacional de fármacos e medicamentos, 
com controle social.
b) ( ) Fortalecer a capacidade de realização de ensaios clínicos que 
avaliem a eficácia, segurança e eficiência no uso de novos fármacos, 
alopáticos, homeopáticos, fitoterápicos e produtos derivados da 
fauna e da flora nacionais, valorizando a biodiversidade brasileira.
c) ( ) Priorizar o investimento em desenvolvimento e produção de 
medicamentos (farmoquímica), em demais insumos que atendam às 
doenças e em outros problemas prioritários de saúde.
d) ( ) Orientar os diferentes atores do sistema de saúde na decisão sobre 
as atividades relacionadas à avaliação, incorporação, utilização, 
difusão e retirada de tecnologias no sistema de saúde.
e) ( ) Proteger e valorizar a biodiversidade brasileira e subsidiando 
a produção e a distribuição de medicamentos essenciais e de 
genéricos.
4 Os princípios norteadores da PNCTIS foram criados a partir dos objetivos 
e princípios a serem alcançados através da ciência e tecnologia na área da 
saúde. A esse respeito, cite quais são os princípios norteadores da PNCTIS, 
e, posteriormente, escolha três e explique suas principais características.
5 A PNCTIS esteja em consonância com seus princípios, ela deverá pautar-
se pelos eixos condutores. Apresente os eixos condutores das PNCTIS, 
explicitando resumidamente os principais aspectos que devem ser 
considerados na utilização destes.
6 Acerca das estratégias da PNCTIS, observou-se que estão associadas aos 
objetivos e aos eixos condutores e se caracterizam como um conjunto 
de tarefas fundamentais e articuladas. Qual é o objetivo dessas tarefas? 
Justifique sua resposta.
165
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos brevemente as novas tendências em saúde a 
partir da utilização de tecnologias e inovações da área. Nessa proposta, traremos 
os principais projetos que estão sendo utilizados na medicina e na atenção básica 
da saúde, viabilizando e otimizando o acesso, o controle e a efetividade do Sistema 
Único de Saúde (SUS), da produção de medicamentos e atendimentos remotos.
Da mesma forma, serão apresentados os estudos em andamento, bem 
como a fase de testes para implementação de novas tecnologias voltadas para 
3D, 4D e 5G. Entre as tecnologias abordadas, discorre-se sobre a realização de 
exames, agendamento de consultas, a robótica, a Inovação em Medicina Social 
, uma rede alternativa contra a falsificação de medicamentos, a Inovação em 
Genética – um banco de dados para doenças de crânio e face –, a Inovação em 
Prevenção – coração resguardado na quimioterapia –, o uso de nuvem no setor 
da saúde, E-Saúde, Telessaúde e Telemedicina e o OncoSus – aplicativo facilita 
acesso documentos sobre câncer.
2 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS EM SAÚDE
Com a transformação digital, internet das coisas (IoT), clientes com um 
nível de exigência mais alto, novas necessidades para os profissionais. Essas são 
apenas algumas das novidades que têm invadido o mercado como um todo. É 
claro que no setor da saúde isso não poderia ser diferente, com diversas tendências 
ganhando mais força.
TÓPICO 3 — 
NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
Ciência e tecnologia são instrumentos importantes para a saúde e o tratamento 
de doenças, assim como para a construção de um momento civilizatório de paz e de vida 
digna e decente para todos (LORENZETTI et al., 2012).
ATENCAO
166
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
A inovação, como visto no tópico anterior, não diz respeito apenas a 
novas tecnologias, mas também às mudanças da sociedade em geral. Vivemos 
num mundo que demanda mais agilidade e precisão, que se beneficia da grande 
quantidade de dados disponíveis, com uma capacidade inédita de tratamento 
e processamento, transformando-os em informações úteis para o tomador de 
decisão.
De acordo com Lorenzetti et al. (2012), os investimentos em avanços e 
novas descobertas tecnocientíficas na área da saúde são enormes e crescentes. 
Novos medicamentos e vacinas, próteses, órteses, exoesqueletos, máquinas e 
equipamentos para diagnóstico e intervenção, robôs cirúrgicos, informação e 
comunicação instantânea, prontuário eletrônico único nacional e integrado para 
acesso internacional, implantes, transplantes e, inclusive, a produção artificial de 
células humanas, são exemplos de campos de investimento e trabalho de milhares 
de técnicos e cientistas.
Morais et al. (2015) lembram que um diagnóstico preliminar da inovação 
em serviços não significa a análise de um processo de inovação em si, consiste 
em verificar o processo de difusãode inovações tecnológicas da indústria no 
setor de serviços, como por exemplo, um eficiente sistema de informação para o 
setor de saúde, equipamentos mais precisos em seu diagnóstico, procedimentos 
minimamente invasivos.
O fortalecimento do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) requer das 
instituições de pesquisa, sobretudo daquelas apoiadas por fomentos públicos, a 
proposição de ideias inovadoras em processos e produtos tanto para a melhoria 
na qualidade das práticas de gestão e atenção no SUS como do estado de saúde 
da população brasileira (FIGUEIRÓ et al., 2017).
A esse respeito, Guimarães et al. (2019) explicam que no campo da pesqui-
sa biomédica, um dos principais desafios atuais tem sido a dificuldade de decifrar 
a complexidade de enfermidades que cada vez mais se colocam como responsá-
veis por grande parte da carga de doenças em todo mundo, inclusive entre nós 
– as doenças crônicas não transmissíveis. Em paralelo, nossa política de pesquisa 
deve apontar para as enfermidades que atingem os segmentos mais vulneráveis 
de nossa população – as doenças incidentes em populações negligenciadas.
O sistema de saúde requer inovações em processos e produtos para melho-
ria da gestão, da atenção e do estado de saúde da população (FIGUEIRÓ et al., 2017).
ATENCAO
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
167
No terreno da epidemiologia, além de garantir a sustentabilidade das 
grandes coortes epidemiológicas já existentes e as que vierem a ser implantadas, 
o grande desafio será a utilização na pesquisa de informações contidas em 
prontuários e outros dispositivos de cuidado à saúde como fonte de dados, objeto 
de recente regulamentação legal (GUIMARÃES et al., 2019).
No setor de saúde, além de complexidade, têm-se necessidade e urgência 
pelos desafios que se apresentam em muitos países. No Brasil, a transição 
demográfica, marcada pelo forte processo de urbanização e envelhecimento 
populacional, bem como a chamada transição epidemiológica, representada 
pelo aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, têm 
representado um enorme desafio aos sistemas e serviços de saúde.
Investimentos em políticas nacionais de ciência, tecnologia e inovação 
são fundamentais, na medida em que a assistência farmacêutica, o fomento à 
pesquisa e o desenvolvimento na área de saúde impactam diretamente o forta-
lecimento e os serviços disponibilizados pelo SUS (FIOCRUZ, 2020).
2.1 PROJETOS DE INOVAÇÃO – RESULTADOS
Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de hospitais 
brasileiros que utilizam tecnologias digitais. Em 2019, 85% das instituições 
pretendem investir em soluções de saúde digital.
O uso de smartphones está cada vez mais difundido nos quatro cantos 
do mundo. A inovação na área da saúde já é presente. O aparelho de celular, 
que antes se restringia à realização e ao recebimento de chamadas, expandiu sua 
funcionalidade para o uso de aplicativos, os quais também figuram como uma 
inovação na área da saúde.
Esse novo contexto para o uso das ferramentas de um smartphone 
retrata mais uma maneira da tecnologia ser fundamental para a promoção da 
saúde. Visto que os aplicativos podem ser implementados em todas as fases da 
assistência oferecida. Que tal conhecer mais sobre esse cenário?
Ampliando nossa visão: Assista ao vídeo disponível no link https://www.
youtube.com/watch?v=jwsV_Y9WrG0 e conheça as inovações trazidas para a versão do 
Hospital 4.0.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=jwsV_Y9WrG0
https://www.youtube.com/watch?v=jwsV_Y9WrG0
168
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Para mais informações sobre a Saúde na era da Indústria 4.0, assista ao vídeo 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=l4vtzLvWR9Q.
DICAS
3 TELEMEDICINA 
A telemedicina é, desde os anos 1990, a especialidade médica que mais 
cresceu no mundo e, de lá para cá, vem promovendo grandes transformações 
na área da saúde. A exemplo disso, a elaboração de laudos remotos é hoje uma 
realidade no setor médico brasileiro e global, contribuindo para a otimização 
do tempo, do espaço e dos custos em serviços oferecidos nas mais diferentes 
especialidades médicas, além de ter potencial para alcançar um número maior de 
pacientes na comparação com a medicina tradicional.
Um estudo realizado pelo IHS Technology, nos Estados Unidos, revelou 
que o número de pacientes impactados diretamente pela telemedicina vai dobrar 
e chegar a sete milhões dentro de um ano – e grande parte desses pacientes 
terão recebido um ou mais laudos de exames médicos validados a distância, em 
procedimentos que combinam, medicina, telecomunicação e tecnologia.
A inteligência artificial (IA) vem ajudando a otimizar o trabalho e 
processos do setor de saúde, transformando prontuários manuais em digitais e 
modernizando a coleta de dados dos pacientes.
No Brasil, a lista de procedimentos médicos habilitados a receber laudos 
remotos não para de crescer, e entre eles estão alguns exames fundamentais e 
bastante populares, como eletrocardiograma, mamografia e acuidade visual.
Com o aperfeiçoamento da tecnologia da telemedicina, a tendência é que a 
maior parte dos procedimentos baseados em informações técnicas – por exemplo, 
Conheça mais benefícios que a IA é capaz de fornecer aos profissionais da 
área da saúde e como ela está transformando o segmento. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=JPNhLJ7vRCk.
DICAS
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
169
captadas por aparelhos de raio-x, sondas e equipamentos eletrônicos – possam 
ser laudados a distância.
Por meio de centrais on-line, algumas delas com funcionamento 24 horas, 
clínicas e consultórios brasileiros ganham acesso a uma ampla rede de especialistas 
em diferentes áreas da medicina. Estes profissionais médicos, uma vez conectados 
aos centros de saúde por meio de interfaces digitais, estão habilitados a laudar, 
remotamente, exames realizados em qualquer lugar do país.
A coleta das informações junto aos pacientes – ou seja, o procedimento do 
exame em si – é realizada com a ajuda de equipamentos especialmente desenvol-
vidos para este campo de atuação da medicina, considerado revolucionário: por 
exemplo, aparelhos portáteis, equipados com conexão wi-fi e que dispensam a 
digitação de informações.
Em geral, as centrais de laudo também comercializam os aparelhos 
para a realização dos exames a distância. Os dados recolhidos são transmitidos 
automaticamente em tempo real para as centrais de elaboração de laudos, onde 
são acessados por médicos para avaliação de diagnóstico.
O principal avanço dos laudos remotos é em relação aos procedimentos 
que não dependem da presença do especialista com formação em medicina no 
local de realização. Ou seja, são exames que podem ser executados por pessoal da 
área técnica da saúde. Por isso, nem todos os exames médicos existentes podem 
ser laudados remotamente (um exemplo disso são os exames baseados em toque).
FIGURA 9 – ESTADO DA ARTE EM TELEDIAGNÓSTICO
FONTE: TELEMEDICINA (2020, p. 1)
O objetivo principal do telediagnóstico é tornar especialistas mais próximos 
da população, principalmente aquela que vive longe dos grandes centros, onde 
estão presentes a maioria dos profissionais da saúde, além de agilizar o processo 
170
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
de emissão de laudo de exames, o que, dependendo da complexidade, pode 
salvar vidas.
No Brasil, um país com alto número de comunidades isoladas e regiões 
onde há escassez de médicos, o telediagnóstico surge como excelente alternativa 
para melhora dos cuidados da saúde da população. Este tipo de atendimento tem 
sido aplicado com maior frequência em hospitais e clínicas que buscam outras 
instituições de referência para trocar informações.
Vamos conhecer alguns dos procedimentos que atualmente já recebem a 
tecnologia desenvolvida em telemedicina e podem ser avaliados a distância:
Eletrocardiograma: exame corriqueiro da área cardiológica que registra a 
atividade do coração, mais precisamente os potenciaiselétricos, cujo procedimento 
costuma ser executado por pessoal da área técnica da saúde. O aparelho de ECG 
portátil já é um dos mais usados em telemedicina e executa a aquisição simultânea 
de 12 derivações, com taxa de amostragem de 1200 amostras por segundo por 
canal (REVISTA VEJA, 2019).
Eletroencefalograma: exame que registra a atividade neurológica, o ECG 
também é hoje largamente realizado com o auxílio da telemedicina. Geralmente, 
este equipamento cabe em uma maleta de notebook, mas também pode ser 
conectado a um computador desktop. Alguns aparelhos de ECG agregam as 
funcionalidades do eletrocardiograma no mesmo dispositivo (REVISTA VEJA, 
2019).
Espirometria: é o procedimento pelo qual se mede a capacidade de 
inspiração e expiração de uma pessoa, ou seja, seu ciclo de respiração. O 
equipamento para a realização deste exame é portátil e funciona por conexão 
USB ou com o uso de baterias, sem a necessidade de estar ligado a nenhum 
computador. De pequenas proporções e fácil manuseio, é um dos mais práticos 
e completos da telemedicina, podendo armazenar milhares de registros em sua 
memória. Por suas características portáteis, além do uso em clínicas, consultórios 
e hospitais, também pode ser facilmente usado em situações nas quais o paciente 
não tem como se deslocar até o centro de saúde (REVISTA VEJA, 2019).
Raio-X: geralmente executado por técnicos em radiologia, este exame pode 
incidir sobre diversas partes do corpo humano, entre elas tórax, abdome, coluna e 
crânio, tanto com o paciente deitado quanto em pé. Por sua complexidade, o Raio-X 
geralmente exige não só um equipamento especial de grandes proporções, mas 
uma sala inteira dedicada à instalação e realização. Para o uso em telemedicina, 
não é necessária a aquisição de um novo aparelho de Raio-X, pois o conjunto 
radiológico que permite o envio das informações para as centrais de laudos é 
adaptado ao equipamento já existente (REVISTA VEJA, 2019).
Mamografia: é a radiografia da mama, feita com equipamento próprio. 
Tem grande importância não apenas diagnóstica, mas também para controle pe-
riódico, em especial para a saúde da mulher. O uso da tecnologia da telemedicina 
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
171
auxilia não apenas na transmissão das informações e dos laudos, mas, por sua ca-
racterística digital, amplia também a qualidade das imagens obtidas, facilitando 
a leitura e o diagnóstico (REVISTA VEJA, 2019).
Acuidade visual: exame de rotina da área de oftalmologia, é largamente 
aplicado também pela medicina do trabalho, no intuito de certificar a capacidade 
visual dos trabalhadores. O mercado de telemedicina oferece optômetros de alta 
qualidade, fabricados no Brasil, que podem ser facilmente operados por meio de 
um notebook ou computador (REVISTA VEJA, 2019).
Ressonância magnética: uma das técnicas mais avançadas no âmbito 
do diagnóstico por imagem, a ressonância magnética exige alta especialização 
e diferenciação dos profissionais médicos habilitados a laudar as informações 
captadas pelos aparelhos. Para muitas clínicas, o elevado custo do equipamento 
de ressonância, somado ao desembolso mensal de um ou vários médicos 
especialistas no quadro de funcionários, torna o procedimento inviável do ponto 
de vista da prestação do serviço. A telemedicina ajuda a diminuir o custo da 
operação, terceirizando a elaboração dos laudos (REVISTA VEJA, 2019).
MAPA: a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial busca 
aprofundar as informações da pressão arterial, ampliando o material para análise 
em relação à leitura única feita no consultório médico. Com um pequeno monitor 
acoplado na região da cintura, durante 24 horas o paciente realiza normalmente 
suas atividades cotidianas, com as variações – ou não – da pressão arterial sendo 
registradas durante todo o período. Ao final do acompanhamento, os dados se 
transformam em gráficos que revelam as alterações e servem como base para a 
elaboração do laudo (REVISTA VEJA, 2019).
Holter: também conhecido como eletrocardiograma de longa duração, 
o Holter é similar ao MAPA, mas serve para acompanhar as variações dos 
batimentos cardíacos durante um período de 24 horas (REVISTA VEJA, 2019).
4 REALIZAÇÃO DE EXAMES
O diagnóstico de determinada condição é determinado após a análise de 
sinais e sintomas, associando-os às patologias e às suas características. Muitas 
vezes, apenas com a coleta da anamnese é possível concluir o caso, porém, 
algumas situações requerem a realização de exames complementares. Em um 
primeiro momento, ressaltamos a tecnologia para os exames de imagem.
A radiologia, que antes se limitava às radiografias, engloba, atualmente, 
equipamentos modernos capazes de oferecer informações detalhadas, precisas e 
essenciais para a determinação de diagnósticos e o estabelecimento de condutas. 
Há, ainda, os exames laboratoriais, também muito beneficiados pela tecnologia.
172
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Softwares e equipamentos de última geração permitem a análise de 
materiais biológicos em grande quantidade e em pouco tempo, oferecendo 
resultados rápidos e confiáveis sobre o metabolismo do indivíduo.
5 MONITORAMENTO REMOTO
Algumas condições de saúde, como a hipertensão e a diabetes, requerem 
um controle rigoroso dos parâmetros, a fim de não evoluírem para complicações 
das doenças. Assim, é fundamental monitorar os dados vitais do paciente mesmo 
fora da instituição de saúde.
Por meio de dispositivos, esse monitoramento começou a ser 
implementado e figura como um recurso promissor para os próximos anos. Ao 
modo que apresenta para o médico as reais condições do paciente, não apenas 
o que é observado durante a consulta. Podemos citar como principal vantagem 
a análise do tratamento, ou seja, verifica-se se ele está sendo efetivo ou não. Por 
outro lado, também é importante para a definição de diagnóstico, por retratar, 
por exemplo, o padrão de cefaleia ou de pressão arterial ao longo do dia.
6 AGENDAMENTO DE CONSULTAS
A marcação de consultas, quando não automatizada, necessita de um 
profissional destinado para a organização da agenda, o que requer recursos 
materiais, demanda tempo e é oneroso para a instituição.
Portanto, o agendamento de consultas por meio da tecnologia é vantajoso 
tanto para a clínica quanto para o paciente. Sendo feito dessa forma, o software 
realiza com maestria a função operacional e libera o colaborador do local para 
tarefas que precisam de raciocínio humano.
Como a IA é capaz de fornecer diversos benefícios aos profissionais da área 
da saúde e como ela está transformando o segmento? Disponível em: https://youtu.be/
Dzczx3IEq-A.
Diagnóstico: https://youtu.be/yS7W_ezyX2E.
DICAS
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
173
O assistente virtual automatiza o atendimento, coletando informações 
sobre tipo de serviço desejado, local, solicitando envio de documentos 
comprobatórios etc. Analisando o aspecto do paciente, não é necessário para 
ele desperdiçar tempo com ligações ou tentativas de agendamento, podendo 
realizar essa tarefa via on-line e ainda contando com lembretes próximos à data 
da consulta.
Os profissionais de saúde terão que aceitar que vão passar a atuar 
como colaboradores. Uma comunicação mais direta com o paciente, como por 
WhatsApp, atendimento em domicílio ou em horários mais de acordo com a 
correria do dia a dia, são tópicos que precisarão estar no radar dos profissionais 
do setor.
As pessoas estão tendo cada vez mais interesse e controle sobre a própria 
saúde. O que pode ser notado com o aumento do uso de dispositivos vestíveis, 
aplicativos de saúde e bem-estar, e também com a onda de produtos e serviços 
de saúde em domicílio, seja para cuidados primários, gerenciamento de doenças 
crônicas ou cuidados paliativos e de longo prazo, e ainda na crescente das 
comunidades on-line e sites de comparação (de médicos, hospitais e produtos 
farmacêuticos).
O desejo de acesso em tempo real aos serviços de healthcare levou a uma 
rápida consumerização do setor,em que o paciente tem voz ativa e participa das 
decisões relacionadas a sua própria saúde. Isso forçou todos os elos da cadeia a 
se concentrarem ativamente na experiência do cliente (CX), a qual tem se tornado 
prioridade.
7 ROBÓTICA SALVANDO VIDAS
Na segunda edição do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica, a Revista 
Veja (2019) divulgou os resultados dos ganhadores em inovação médica e da 
saúde. Entre os ganhadores, tornou-se conhecido o Robô Laura é uma plataforma 
de inteligência artificial que sinaliza quando pacientes hospitalizados estão em 
risco de sofrer uma deterioração de saúde, caminhando para a sepse, quadro de 
infecção e de inflamação generalizadas e uma das principais causas de mortes 
nas UTIs. Para chegar a essa tecnologia, os criadores do robô desenvolvido pelo 
Instituto Laura Fressatto, de Curitiba (PR), levaram em conta duas premissas. 
A primeira é a de que, quanto mais cedo for detectada a piora clínica 
do indivíduo, maiores são as chances de atuar para melhorar seu desfecho. E 
consideraram também que um hospital é um ambiente complexo e muitas vezes 
as informações necessárias para as tomadas de decisão não estão à mão dos 
profissionais envolvidos (REVISTA VEJA, 2019).
O robô Laura está conectado com o prontuário eletrônico com todas as 
informações da pessoa monitorada e avalia seus sinais vitais e os resultados de 
174
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
exames. Se os algoritmos percebem alguma mudança no padrão, ele emite um 
sinal para a equipe médica (REVISTA VEJA, 2019).
Em funcionamento desde 2016, a máquina está presente em 13 hospitais 
e já teve acesso a dados de 2,5 milhões de pacientes. Estudos comparativos pré 
e pós-implantação mostram uma redução de 25% na mortalidade geral, assim 
como uma diminuição de sete horas no tempo médio de internação por paciente 
graças à agilidade de medidas após as análises do robô Laura (REVISTA VEJA, 
2019). 
Os engenheiros de robótica desenvolvem assistentes médicos, roupas de 
reabilitação e até unidades cirúrgicas, que podem realizar procedimentos que 
salvam vidas. Essas máquinas podem executar procedimentos minimamente 
invasivos, que diminuem a dor e o tempo de recuperação de pacientes. A Johnson 
& Johnson em colaboração com a Alphabet, também deve entrar no mercado este 
ano com seu próprio robô cirúrgico que pode realizar biópsias pulmonares, um 
dos maiores avanços no meio.
Os robôs também são projetados para serem capazes de realizar tarefas 
repetitivas e monótonas, para que a equipe humana tenha mais energia para lidar 
com questões que exigem habilidades de tomada de decisão, criatividade e, acima 
de tudo, cuidado e empatia. Um dia, os robôs que tiram sangue podem aliviar os 
enfermeiros desse exercício pesado, e podem até realizar testes de laboratório 
sem a intervenção de humanos.
8 INOVAÇÃO EM MEDICINA SOCIAL – UMA REDE CONTRA 
A FALSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS
De acordo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE), a circulação de medicamentos falsificados, roubados ou 
fora de padrão movimenta dezenas de bilhões de dólares no mundo inteiro – 
e, claro, leva a prejuízos imensuráveis à saúde dos pacientes. Para assegurar a 
procedência dos produtos, pesquisadores de quatro instituições se uniram para 
desenvolver uma ferramenta capaz de rastrear os remédios que circulam pelo 
Brasil (REVISTA VEJA, 2019).
Os testes iniciais contaram com a parceria de indústrias farmacêuticas, 
distribuidoras, farmácias e hospitais, com foco em acompanhar todo o processo 
de produção, distribuição e venda. No momento da fabricação ou importação, 
o fármaco recebe o Identificador Único do Medicamento (IUM), um código 
contendo número de série, lote, validade, registro da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa), além de uma numeração comercial (REVISTA 
VEJA, 2019).
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
175
Dessa forma, as etapas seguintes podem ser rastreadas e comunicadas 
à Anvisa, que enviará alertas ao menor sinal de movimentação atípica. Com o 
sucesso do projeto-piloto, a ideia, no futuro, é que o consumidor, por meio de 
aplicativo no celular, possa consultar toda a cadeia produtiva até a chegada da 
caixa do remédio a sua mão, para ter certeza de que está levando para casa um 
produto autêntico e seguro.
9 INOVAÇÃO EM GENÉTICA – UM BANCO DE DADOS PARA 
DOENÇAS DE CRÂNIO E FACE
No mundo, a cada dois minutos e meio, nasce um bebê com uma fenda 
de lábio e palato, uma das alterações mais comuns no conjunto de anomalias 
craniofaciais. Essa e outras condições genéticas que impactam a estrutura óssea 
de crânio e face demandam tratamento prolongado e acompanhamento de 
diferentes profissionais de saúde, entre eles cirurgiões, pediatras, fonoaudiólogos 
e fisioterapeutas. Por isso, reconhecer a história natural dessas alterações é crucial 
para seu manejo adequado (REVISTA VEJA, 2019).
Dessa necessidade nasceu o CranFlow, uma aplicação on-line para coleta 
e armazenamento de dados sociodemográficos, genéticos e clínicos de pacientes. 
Gerenciada pelo Departamento de Genética Médica e Medicina Genômica 
da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas 
(Unicamp), a ferramenta está implantada em nove municípios distribuídos pelas 
regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil (REVISTA VEJA, 2019).
Os dados ali acumulados permitem o acesso a investigações em genética, 
promovem a troca de conhecimentos entre os profissionais de saúde, facilitam 
a tomada de decisões médicas e norteiam ações educativas para as famílias 
envolvidas.
Implantada desde 2014 seus resultados podem contribuir para desenhar 
políticas públicas voltadas à identificação de fatores de risco e prevenção, 
levando em conta as características da população brasileira, além de padronizar 
o atendimento de quem nasce com esse tipo de problema.
10 INOVAÇÃO EM PREVENÇÃO – CORAÇÃO 
RESGUARDADO NA QUIMIOTERAPIA
Não é de hoje que a medicina busca alternativas para prevenir ou remediar 
os efeitos da toxicidade dos quimioterápicos usados no tratamento de tumores. 
No caso da antraciclina, classe de drogas amplamente utilizada no câncer de 
mama, um dos motivos de preocupação é sua capacidade de provocar danos ao 
coração (REVISTA VEJA, 2019).
176
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Com isso em mente, uma equipe do Instituto do Coração, o InCor, 
em São Paulo, promoveu um estudo com 200 mulheres, todas com funções 
cardíacas normais e fazendo uso de doxorrubicina, quimioterápico do grupo das 
antraciclinas. Elas foram divididas em dois grupos: um deles recebia carvedilol, 
medicamento que auxilia no desempenho do coração, e o outro tomava placebo 
(sem princípio ativo).
Nas avaliações feitas após seis meses de intervenção, as pacientes 
medicadas preventivamente com carvedilol apresentaram níveis menores de 
troponina, um marcador sanguíneo que indica danos no coração. Além disso, 
sofreram uma menor incidência de disfunção diastólica, que acontece em quadros 
de insuficiência cardíaca (REVISTA VEJA, 2019).
Com os resultados animadores, o trabalho pode mudar a prática clínica 
na cardio-oncologia. Sem contar seu impacto social, uma vez que tem como alvo 
doenças com alto grau de mortalidade no país, e tanto o tratamento quimioterápico 
quanto a medicação para cardioproteção estão disponíveis no SUS – sendo, 
portanto, acessíveis em larga escala.
11 O USO DE NUVEM NO SETOR DA SAÚDE
Houve uma grande mudança na geração, consumo, armazenamento 
e compartilhamento de dados no setor da saúde. As plataformas em nuvem 
aumentam a colaboração entre médicos e pacientes e tornam o processo de 
consulta mais eficiente. Essa característica por si só já demonstra o porquê o 
uso de dados na nuvem é considerado uma das principais tendências da saúde 
(REVISTA VEJA, 2019).
Um dos maiores benefícios da armazenagem na nuvem é a 
interoperabilidade, que visa estabelecer integrações de dados em todo o sistema 
de saúde, independentemente do ponto de origem ou armazenamento. 
O quefacilita a aplicação da análise de Big Data e dos algoritmos de 
inteligência artificial nos dados, impulsionando a pesquisa médica. Ainda, 
a computação em nuvem democratiza os dados e dá aos pacientes o controle 
sobre sua própria saúde, agindo como uma ferramenta para a educação e o 
envolvimento do paciente (REVISTA VEJA, 2019).
Na sua opinião, qual é a melhor tecnologia para aumentar a eficiência do 
hospital? Confira mais detalhes no vídeo disponível em: https://bit.ly/35laiDl.
ATENCAO
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
177
12 E-SAÚDE, TELESSAÚDE E TELEMEDICINA
O sistema e-Saúde inclui as transações da telessaúde, telemedicina, uso da 
internet e de negócios em saúde. É importante distinguir alguns termos que são 
atualmente amplamente empregados no momento da utilização da tecnologia 
aplicada à saúde, tais como a Telemedicina e Telessaúde. 
A Figura 10 mostra a relação entre os termos e-Saúde, telessaúde e 
telemedicina.
FIGURA 10 – E-SAÚDE, TELESSAÚDE E TELEMEDICINA
FONTE: MENDIZABAL et al., (2014, p. 16).
E-Saúde é um sistema aberto, onde a interação e interdependência de fa-
tores tecnológicos, socioculturais e econômicos desempenham papel fundamen-
tal na caracterização desse ecossistema.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Telemedicina é definida 
como a utilização de telecomunicações para diagnosticar e tratar a doença, 
associada a prática de cuidados de saúde usando as tecnologias de informação, 
comunicação e dispositivos médicos (MENDIZABAL et al., 2014).
Telessaúde é um termo mais amplo, que inclui vigilância, promoção da 
saúde e funcionamento da saúde pública, bem como a assistência de computadores 
e telecomunicações para apoiar a gestão, o acompanhamento, a literatura e o 
acesso ao conhecimento em medicina. 
E-saúde é então considerado como a transferência de recursos e 
cuidados em saúde por meio eletrônico: a entrega de informações de saúde para 
profissionais de saúde e consumidores, incluindo o uso do comércio eletrônico 
e negócios eletrônicos na prática de saúde (MENDIZABAL et al. 2014), gerando 
assim, o que é chamado de ECOSSISTEMA DE SAÚDE.
178
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
O termo ecossistema refere-se a uma comunidade composta por um 
conjunto de seres vivos inter-relacionados e pelo ambiente em que vivem. No caso 
das telecomunicações, é definido como a interação sistemática dos seres vivos 
(Humanos) e não vivos (Tecnologia & Economia) em um contexto particular. Em 
todo o ecossistema, o ciclo de vida vai depender da forma como os diferentes 
subsistemas interagem no contexto (MENDIZABAL et al., 2014).
A Figura 11 mostra a proposta de ecossistema de e-Saúde, em que se 
identificam três grandes agentes: humanos, tecnológicos e socioeconômicos.
FIGURA 11 – ECOSSISTEMA DE TELESSAÚDE
FONTE: MENDIZABAL et al., (2014, p. 17).
Levando em conta o conceito definido, torna-se imprescindível a realização 
de análises do ecossistema, neste caso, tendo em conta elementos como: as políticas 
de governança, regulação, modelagem financeira, infraestrutura tecnológica, de 
serviços e os atores interessados. Com isso, um ecossistema de e-Saúde é capaz de 
refletir de forma abrangente a situação socioeconômica do lugar em que o projeto 
ou programa será implementado.
É preciso entender que um ecossistema de saúde está aninhado a outros 
ecossistemas. Assim, vemos a importância de desenvolver um ecossistema de 
e-Saúde antes de começar a discutir a implementação de um projeto, porque, 
como mencionado, usando uma abordagem ecossistêmica correta, será possível 
determinar a vida útil de um projeto, tentar ser autossustentável e usar diferentes 
elementos a favor do ser humano (MENDIZABAL et al., 2014).
Agentes humanos referem-se a todos os envolvidos no serviço de e-Saúde, 
quais sejam, médicos, pacientes, gestores, formuladores de políticas, entre outros. 
Cada um deles desempenha um papel importante no ecossistema, pois, de 
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
179
acordo com as suas capacidades, necessidades e de outros fatores, se estabelece 
um padrão do que é necessário para o desenvolvimento de um projeto. 
Agentes tecnológicos referem-se a diferentes dispositivos biomédicos, 
software para a saúde, os meios de transmissão e armazenamento, entre outros. 
Estes são os insumos necessários para melhorar o serviço de saúde e são um meio 
pelo qual podemos dar ferramentas a agentes humanos de maneira a obter e 
fornecer um serviço de saúde mais eficiente. 
Os agentes propostos vão ser influenciados e relacionados por diferentes 
fatores como Estratégias Investigação + Desenvolvimento + Inovação (I + D + I), 
fatores humanos, inclusão digital, regulação, patologias do contexto, da cultura e 
historicidade social, prioridades nacionais, segurança cibernética, construção de 
habilidades e o grau de desenvolvimento humano do contexto observado.
Para complementar a análise do ecossistema de telessaúde, deve-se notar 
o papel fundamental da inovação como estratégia operativa dos projetos em que 
a informação e o conhecimento se convertem em insumos chaves. Para tal efeito, 
uma contribuição para o entendimento do conceito de e-saúde/telessaúde está 
na discussão do papel da pesquisa, trazendo inovação para os serviços de saúde.
13 ONCOSUS – APLICATIVO FACILITA ACESSO 
DOCUMENTOS SOBRE CÂNCER
Para facilitar o acesso às informações relacionadas à atenção oncológica 
foi lançado pela Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas 
do Ministério da Saúde o aplicativo OncoSus.
O aplicativo surgiu como uma forma de agrupar documentos essenciais 
ligados à oncologia no SUS. Existe muito material técnico de necessidade de 
acesso rápido, durante reuniões, ou até em situações do dia a dia, no caso dos 
profissionais de saúde.
O aplicativo pode ser utilizado pelos gestores para facilitar o entendimento 
da rede; profissionais da saúde no atendimento e prescrição de tratamentos; e 
pela população em geral que queira entender um pouco como funcionam as 
estratégias de prevenção e combate ao do câncer no SUS. Pelo aplicativo todos 
podem ter acesso rápido aos documentos. É apresentado em uma linguagem mais 
facilitada, sem o peso da portaria da lei. A interface do aplicativo é apresentada 
na Figura 12.
180
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
FIGURA 12 – INTERFACE APLICATIVO ONCOSUS
FONTE: https://bit.ly/397QYKU. Acesso em: 27 nov. 2020.
14 TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA 
PANDEMIA
Aliar tecnologia e informação é sempre uma ação positiva para o bem-
estar das pessoas. Essas duas armas são fundamentais em qualquer situação, 
quanto mais diante de um desafio atual como é o enfrentamento à pandemia 
provocada pelo novo coronavírus. Por isso, a contenção do contágio da Covid-19 
não está apenas nãos mãos das autoridades públicas e profissionais da saúde, 
pois é uma responsabilidade conjunta de todos os setores a população.
Atento a essa realidade, o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde 
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS /UFRN), em parceria 
com a Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação do Instituto Federal 
do Rio Grande do Norte (DIGTI/IFRN), com o Núcleo Avançado de Inovação 
Tecnológica do IFRN (NAVI), o Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da UFRN 
(NESC), o Instituto Envelhecer da UFRN e a Secretaria Municipal de Saúde de 
Natal (SMS) colocam toda a sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento para 
melhor atendimento da população. É assim que surge é o Ecossistema Tecnológico 
do LAIS para auxiliar a Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (SESAP/
RN), formado por diversas ferramentas informativas, com dados e serviços que 
podem ser utilizados pela população do Rio Grande do Norte.
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
181
A iniciativa de criação do ecossistema surgiu me meados de março, 
durante uma reunião do Comitê de Enfrentamento às Emergências em Saúde 
Pública, grupo de especialistas formado pelo governo do Estado, do qual faz parte 
professor RicardoValentim, coordenador do LAIS. Nesta reunião participou 
também o pesquisador Jailton Paiva, pesquisador do NAVI e coordenador do 
Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) do LAIS.
A partir das necessidades elencadas pelo grupo, foi montada uma estratégia 
com soluções inovadoras para apoiar as ações voltadas ao enfrentamento e 
contenção dos danos causados pela Covid-19 de forma a estimular processos de 
trabalhos eficazes no combate à pandemia.
Ao todo, 11 ferramentas integram o ecossistema, formando uma rede de 
assistência à saúde, educação e informação para a população em geral e para os 
profissionais que combatem o coronavírus, conforme apresenta a Figura 13.
FIGURA 13 – ECOSSISTEMA TECNOLÓGICO DE COMBATE AO COVID-19
FONTE: http://bit.ly/3nrD3UZ. Acesso em: 27 nov. 2020.
O ecossistema Coronavírus RN (dados públicos) é um sistema de 
informação que agrega diversos dados de várias fontes de informação oficiais do 
governo do estado e também do governo federal. O propósito desta ferramenta 
é permitir que toda a sociedade possa ter acesso a dados que são de interesse 
público, e assim possam acompanhar a evolução da Covid-19 de maneira 
transparente (SECRETARIA DE SAÚDE RIO GRANDE DO NORTE, 2020).
182
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Telessaúde/RN: Sistema de Teleconsultoria que possibilita ao profissional 
ter acesso à opinião referenciada e baseada em evidências científicas fornecidas 
por especialistas na área da saúde. Dessa forma, as dúvidas dos profissionais que 
estão na ponta do serviço de saúde sobre a Covid-19 podem ser respondidas por 
meio de troca de mensagens de texto ou por webconferência. O Telessaúde/RN 
pode ser acessado computador ou smartphone. Para a utilização do sistema, já 
foram realizadas capacitações de 17 profissionais de saúde da SESAP/RN e dos 
municípios de Natal, Extremoz, Parnamirim e Macaíba. Além disso, existe uma 
parceria entre o Núcleo de Telessaúde e as residências de Medicina de Família 
e Comunidade e Psiquiatria e do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) 
contando com a participação de mais de 40 profissionais (SECRETARIA DE 
SAÚDE RIO GRANDE DO NORTE, 2020).
Regulação de Leitos de UTI – RegulaRN: tem como objetivo ordenar e 
padronizar o fluxo de acesso aos leitos de UTI no estado do Rio Grande do Norte. 
Para ter acesso ao serviço, é necessário ter uma conta na plataforma Sabiá (criada 
para unificar o acesso aos diversos sistemas e produtos do SUS, usando apenas 
CPF do usuário e uma senha única). Esta integração permite ao usuário ter mais 
agilidade, organização e segurança ao utilizar tais serviços (BRASIL 2020).
AVASUS: O Ambiente Virtual de Aprendizagem do Sistema Único 
de Saúde (AVASUS) é um espaço virtual de aprendizagem direcionado para 
qualificação de trabalhadores, gestores, estudantes da área da saúde e também 
a população geral, meio da mediação tecnológica. O AVASUS tem sido uma 
poderosa ferramenta frente às demandas formativas de profissionais da saúde e 
de estudantes das áreas técnicas e de profissões da Saúde, bem como da população 
geral, principalmente neste momento de pandemia e isolamento social. Um 
exemplo é o curso “Vírus respiratórios emergentes, incluindo a Covid-19”, que 
atualmente conta com mais de 65 mil inscritos em todo o Brasil e em mais de 43 
países do mundo.
Quarentena: é um aplicativo para celular que permite que pessoas em 
quarentena sejam acolhidos através de uma rede de atenção humanizada. Oferece 
serviços de reconhecimento facial e geolocalização das pessoas em quarentena. 
O usuário é indagado, em momentos aleatórios do dia, com questões sobre seu 
bem-estar, se está em casa, se possui dúvidas. Caso não responda ou não esteja 
em casa, a Sala de Situação será notificada.
Acolhe: Por meio de uma avaliação e triagem, o sistema indicará os 
profissionais de saúde que serão acolhidos no Hotel Barreira Roxa. Esses 
profissionais de saúde estão, necessariamente, atuando no enfrentamento aos 
casos de coronavírus e que comprovem conviver com pessoas do grupo de risco 
ou que tenham pessoas infectadas pelo novo coronavírus na mesma residência.
Orienta Corona RN: É um sistema que presta atendimento humanizado à 
população, baseado em fluxogramas e protocolos, sobre dúvidas relacionadas ao 
Novo Coronavírus. Por meio de perguntas simples, o sistema procura identificar 
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
183
a necessidade do usuário relacionada à Covid-19 e caso apresente sintomas ou 
esteja em grupos considerados de risco, o sistema o direciona para o teleaten-
dimento em um chat, onde a orientação será singularizada de acordo a situa-
ção autodeclarada pelo usuário. O objetivo é contribuir para o autocuidado dos 
usuários, para a qualificação do isolamento social preconizado pelo Ministério 
da Saúde, diminuindo a sobrecarga nos serviços de saúde, diminuindo assim a 
morbimortalidade relacionada à Covid-19 no RN.
Sala de situação: A sala de situação é um espaço físico de inteligência, 
com visão integral e intersetorial, composta por uma equipe técnica, para 
monitoramento de leitos, equipamentos respiratórios e ocorrências de casos 
de Covid-19. A equipe, de posse dos sistemas computacionais, fará análises e 
avaliações diárias, através da coleta de dados, para fornecimento de informações 
com embasamento técnico e científico. Essas informações permitem a avaliação 
da situação de uma determinada região e, a partir desta avaliação, o planejamento 
e a implementação de ações e políticas para o enfrentamento da Covid-19.
Sistema de vacinação para idosos em condomínios: é um sistema que 
objetiva a gestão da vacinação contra a influenza de pessoas idosas residentes 
em condomínios horizontais ou verticais de toda a cidade do Natal. Esta ação 
visa ampliar a cobertura vacinal para a influenza e reduzir aglomerações e a 
sobrecarga das Unidades de Saúde da rede de Atenção Primária em Saúde (APS), 
prevenindo a infecção pelo coronavírus e apoiando a gestão municipal da cidade 
de Natal na logística da campanha de vacinação do idoso.
Sistema de voluntários: é um sistema para cadastro de profissionais de 
saúde que desejam disponibilizar algum horário para realizar teleatendimento 
orientando à população sobre a Covid-19.
A população poderá acompanhar a evolução dos casos de coronavírus 
do estado e de seu município, ter acessos a conteúdos com orientações para os 
cuidados de prevenção da propagação da doença, ter acesso a uma rede composta 
por médicos, psicólogos e alunos de medicina que estão prontos para prestar 
uma assistência humanizada.
Já os profissionais de saúde, terão acesso a cursos de qualificação 
profissional relacionados à Covid-19, bem como a uma rede de profissionais 
especialistas que estão prontos para ajudá-los nas mais diversas dúvidas.
O Ecossistema Tecnológico também é uma ferramenta fundamental para 
os gestores de saúde. Por meio do fornecimento de informações, permitirá a 
compreensão da situação da estrutura organizacional (aparelhos respiradores, 
leitos de UTI, força de trabalho etc.), do entendimento do isolamento social, do 
mapeamento de prováveis casos de coronavírus e do monitoramento e gestão 
integrada de dados epidemiológicos.
184
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
LEITURA COMPLEMENTAR
2020 DESAFIOS E TENDÊNCIAS NA VISÃO DE LIDERANÇAS DA SAÚDE
Uma das principais demandas da população, o setor da Saúde começa o 
novo ano com grandes expectativas.
O Brasil vem de uma das maiores crises de sua história. As turbulências 
não ficaram totalmente para trás, mas sinais de recuperação e estabilidade, mesmo 
que tímidos, já podem ser vislumbrados. As reformas têm caminhado em Brasília, 
a inflação está sob controle e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 
registrou no país um discreto aumento do número de beneficiários de planos de 
assistência médica, de 0,1% (outubro/2019). “Porém, ainda existe a desconfiança 
acerca do ritmo de crescimento, mesmo diante de uma retomada lenta e gradual 
da atividade econômica”,comenta Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva 
da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Mas a conjuntura 
que se apresenta já indica que 2020 será o ano da retomada, com reflexo positivo 
para o setor de Saúde? 
Para Sérgio Rocha, presidente da Associação Brasileira de Importadores 
e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi), a Associação projeta 2020 
com otimismo. “Vemos um país que se movimenta novamente para frente e 
enxergamos que a economia começa a mostrar reações positivas, o que nos faz 
pensar em resultados melhores em nossa área”, sublinha. Confira a seguir, na 
visão de diferentes lideranças e especialistas da Saúde, quais são as tendências e 
os grandes desafios do setor para o ano que se inicia.
MEDICINA DIAGNÓSTICA
O mercado de medicina diagnóstica é um dos que mais evolui e inova 
a cada ano. O avanço de tecnologias permite que os exames de diagnóstico 
sejam realizados em grande escala, em menor tempo, com melhor qualidade e 
precisão. Este segmento movimenta entre R$ 42 e R$ 43,7 bilhões por ano. E as 
tendências apontam para um cenário de desenvolvimento, com o surgimento de 
diversas healthtechs focadas em soluções nos diversos segmentos que permeiam 
os cuidados do paciente. Mas o país está atrasado quando a gente fala em 
incorporação tecnológica e uso de alta tecnologia. Priscilla Franklim Martins, 
diretora-executiva da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).
LGPD
Em 2020, precisamos falar abertamente em inserção de novas tecnologias, 
com o máximo de transparência. Este, em nosso entendimento, é o principal 
assunto. O governo precisa esclarecer melhor o que quer fazer na saúde e de que 
forma. Ser mais transparente em suas possíveis ações para que haja previsibilidade 
e planejamento. Outro assunto é a Lei Geral de Proteção de Dados, sobre a qual 
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
185
nada está claro ainda. Há certa dificuldade de entendimento no setor, uma vez 
que, além da LGPD, há legislações sanitárias que também lidam com dados dos 
pacientes e tudo isso precisa ser bem esclarecido. Sérgio Rocha, presidente da 
Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde 
(Abraidi).
SAÚDE 5.0
Acredito que a Saúde no Brasil tem evoluído muito nos últimos anos 
com a chegada de novas tecnologias, como soluções paperless, telemedicina, 
inteligência artificial, IoTs, wearables e a própria medicina de precisão, que 
possibilita tratar o paciente de modo personalizado através de estudo genômico. 
Um dos desafios já em discussão da Saúde 5.0 é manter o paciente como o foco 
principal do processo contando com a otimização no atendimento e tratamento 
por meio da automação desta jornada, mas ainda assim, proporcionando um 
cuidado humanizado. Andréa Rangel, CEO da Associação Brasileira CIO Saúde 
(ABCIS).
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Muitos não entenderam quando começamos dizendo que iríamos 
reorganizar o sistema partindo da atenção primária. No ato mais primário da 
atenção [a vacinação], vimos que os índices caíram. Então iniciamos um movimento 
para recuperar um dos orgulhos do SUS: o programa nacional de imunização. Já 
o Médicos pelo Brasil é um programa em que os critérios não serão mais políticos. 
Uma série de indicadores apontarão quais unidades e cidades precisam de 
profissionais. Vamos colocar médico contratado, com carteira assinada, ganhando 
bem, capacitado em atenção primária. Luiz H. Mandetta, ministro da Saúde, em 
entrevista para a imprensa no final de 2019.
SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA
Uma das maiores expectativas do setor para este ano é a retomada no 
crescimento da economia. Acreditamos que os impactos serão positivos para a 
Saúde no que diz respeito à geração de empregos e ao aumento de beneficiários 
dos planos de saúde, o que reflete em um maior acesso à saúde privada. Já um 
dos grandes desafios é a busca pela redução de custos e maior sustentabilidade 
do sistema. Muitos investimentos estão sendo feitos por nossos hospitais, como 
modernização de sistemas, melhoria de processos, uso de big data, inteligência 
artificial, entre outros. Marco Aurélio Ferreira, diretor-executivo da Associação 
Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
EXPECTATIVA DA SOCIEDADE
Dentre os principais desafios estão as definições de melhores políticas 
públicas, que sejam capazes de atender os direitos e as expectativas da sociedade 
e o equilíbrio financeiro do setor para que sejamos capazes de manter e melhorar 
186
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
a estrutura e também adquirir novas tecnologias. Quanto aos assuntos mais 
abordados neste ano, estão o desenvolvimento e a aquisição de novas drogas; a 
ampliação do controle e da rastreabilidade dos medicamentos; e a aquisição de 
novas tecnologias para o tratamento de doenças. Paulo Cesar Maia, presidente-
executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos 
Especializados, Excepcionais e Hospitalares (Abradimex).
TEMPO DE RECUPERAÇÃO
As perspectivas são boas. Vivemos um período consistente de recuperação 
econômica, tendo no ano de 2019 PIB positivo e com previsões melhores para 
2020. Com a economia aquecida, a expectativa é que a geração de emprego ganhe 
fôlego e isso reflita também no número de vidas na saúde suplementar. Outro 
cenário de grandes perspectivas é o de fusões e aquisições, que a cada ano ganha 
destaque. Apenas no ano passado foram registradas 80 operações do ramo no 
setor Saúde, melhor ano desde 2000, com um número 50% maior que no ano 
anterior. Breno de Figueiredo Monteiro, Presidente da Confederação Nacional de 
Saúde (CNSaúde) e da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de 
Saúde (Fenaess).
MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO
A perspectiva é dar prosseguimento ao engajamento das entidades 
de ensino no projeto de integridade na formação dos profissionais de saúde e 
médicos. Existem desafios no setor, como a escassez de recursos, seja no público 
ou privado, obrigando a melhoria da gestão através da formação e informação 
dos gestores em todos os níveis, por meio da digitalização dos processos – de 
forma confiável -, visando o melhor custo-benefício. Outros temas que tendem a 
ganhar destaque são Telemedicina, LGPD e o cadastro único de pacientes, o qual, 
na minha avalição, é o grande passo inicial para toda essa revolução. Gláucio 
Pegurin Libório, presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética 
Saúde.
CAPACITAÇÃO FREQUENTE
Diante das mudanças que a Saúde apresenta ao longo dos anos, com o 
turbilhão de novas tecnologias, modelos de atendimento e regulações, é necessário 
que gestores setor estejam sempre engajados com melhores práticas e procurem 
atualizações constantes. Não basta ter ciência de que transformações existem, é 
preciso capacitar-se para lidar com elas e estar preparado para resolvê-las. Nós, 
gestores, não devemos nos acomodar. É preciso ter como hábito o estudo e a 
capacitação frequentes. É desta maneira que alcançamos o modelo de saúde que 
esperamos. Líderes bem formados e organizados podem transformar o mercado 
de Saúde. Francisco Balestrin, presidente do Colégio Brasileiro de Executivos da 
Saúde (CBEXS).
TÓPICO 3 — NOVAS TENDÊNCIAS EM SAÚDE
187
ROTA DA PRODUTIVIDADE
A perspectiva é sempre positiva. Com as movimentações políticas que 
levam à aprovação de importantes reformas para a transformação do atual 
cenário econômico do país, a indústria tende a ganhar. Acreditamos que somente 
as reformas poderão nos colocar novamente na rota da produtividade. É o 
caminho para aumentarmos a nossa competitividade dentro e fora do país. Do 
lado de cá, seguimos batalhando por uma indústria inovadora, em parceria com 
universidades e institutos de pesquisa, a fim de desenvolver soluções disruptivas 
capazes de atender às demandas de um país em desenvolvimento e que está 
em processo de envelhecimento. Franco Pallamolla, presidente da Associação 
Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos 
(ABIMO).
QUALIDADE DE VIDAEmbora existam motivos para preocupações, a indústria farmacêutica tem 
sido otimista com o futuro imediato do País. Quanto à ciência, tem caminhado cada 
vez mais para tratamentos personalizados e complexos, como as terapias gênicas 
e novos tratamentos biológicos. Ao observar essas abordagens, precisamos levar 
em conta não apenas a sobrevida do paciente, mas também a qualidade de vida, 
com controle de sintomas e resgate da autonomia. O papel do setor produtivo 
é participar da discussão com o governo e as agências reguladoras, para que as 
novas tecnologias possam ser trazidas ao Brasil de maneira segura para o paciente. 
Elizabeth de Carvalhaes, presidente-executiva da Interfarma.
ATENÇÃO AO PACIENTE
Com a tecnologia cada dia mais presente em nossas vidas, a expectativa é 
que possamos estar preparados para atender nossos pacientes da melhor forma, 
com agilidade e precisão das informações. Assim, temas como Internet das Coisas 
e Transformação Digital, devem ser olhados com muita atenção pelos Gestores 
da Saúde. Mesmo com toda tecnologia a nosso favor, não podemos deixar de 
lado itens como Atenção ao Paciente e tudo que o cerca. Em 2020 temos que 
observar e dar atenção para temas como Maturidade de Gestão; Projetos de 
Longevidade; e Neuroética. Marcio Moreira, presidente da Federação Brasileira 
de Administradores Hospitalares (FBAH).
QUALIFICAÇÃO HUMANA
Depois de muitas perdas de leitos e fechamento de hospitais, desejamos 
e seguimos confiantes com o crescimento da economia, o desenvolvimento da 
saúde, mas, também, da educação, pois, para se ter um setor de qualidade, a 
qualificação é o principal instrumento de avanço e evolução. Acredito que 
estamos no momento de investir na qualificação humana. Não há dúvidas de que 
a tecnologia continuará evoluindo e se inovando. O que precisamos é de cuidar 
da formação dos profissionais. Acredito que 2020 será o ano da consolidação de 
188
UNIDADE 3 — INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
tecnologias digitais, não apenas como ferramentas de gestão, mas também de 
assistência, a exemplo da telemedicina e da tecnologia 3D. Adelvânio Francisco 
Morato, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH).
DEMANDA PERMANENTE
Os principais desafios da saúde para 2020 são: mudanças nas relações 
entre pagadores e fornecedores; restrições do orçamento público para o setor da 
saúde; maior demanda da população em relação à saúde, principalmente pelo 
envelhecimento populacional; maior demanda por novas tecnologias e novos 
tratamentos. E três temas tendem a ser bastante abordados neste ano: modelos de 
pagamento, tabelas SUS e saúde corporativa. Acredito que a saúde tem perdido 
espaço nas discussões públicas. Nos períodos eleitorais, a Saúde é a demanda 
número um da população. É preciso que esta demanda seja permanente. Ruy 
Baumer, diretor titular do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia 
(ComSaude) da Fiesp.
VALOR EM SAÚDE
Precisamos avançar na pauta relativa à melhoria da atenção primária. E 
temos que encontrar caminhos para melhorar a sustentabilidade financeira do 
setor de saúde, em função das questões de orçamento público, o aumento das 
contribuições privadas para os planos de saúde e o impacto do envelhecimento 
da população nos custos da Saúde. Teremos um aprofundamento não apenas 
dos debates, como também das experiências práticas na implantação de modelos 
de gestão relacionados a oferecer valor em Saúde. Já no setor de dispositivos 
médicos, vamos continuar observando o rápido avanço da tecnologia. Fernando 
Silveira Filho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta 
Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed).
FONTE: Adaptado de <http://abramed.org.br/690/2020-desafios-e-tendencias-
-na-visao-de-liderancas-da-saude/>. Acesso em: 27 nov. 2020.
189
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Um dos principais desafios atuais tem sido a dificuldade de decifrar 
a complexidade de enfermidades que cada vez mais se colocam como 
responsáveis por grande parte da carga de doenças em todo o mundo, 
inclusive entre nós – as doenças crônicas não transmissíveis. Em paralelo, 
nossa política de pesquisa deve apontar para as enfermidades que atingem os 
segmentos mais vulneráveis de nossa população – as doenças incidentes em 
populações negligenciadas.
• No setor de saúde, além de complexidade, têm-se necessidade e urgência 
pelos desafios que se apresentam em muitos países. 
• No Brasil, a transição demográfica, marcada pelo forte processo de 
urbanização e envelhecimento populacional, bem como a chamada transição 
epidemiológica, representada pelo aumento da prevalência das doenças 
crônicas não transmissíveis, têm representado um enorme desafio aos sistemas 
e serviços de saúde.
• A inteligência artificial (IA) vem ajudando a otimizar o trabalho e processos 
do setor de saúde, transformando prontuários manuais em digitais e 
modernizando a coleta de dados dos pacientes.
• No Brasil, um país com alto número de comunidades isoladas e regiões onde 
há escassez de médicos, o telediagnóstico surge como excelente alternativa 
para melhora dos cuidados da saúde da população. Este tipo de atendimento 
tem sido aplicado com maior frequência em hospitais e clínicas que buscam 
outras instituições de referência para trocar informações.
• Telessaúde é um termo mais amplo, que inclui vigilância, promoção da saúde 
e funcionamento da saúde pública, bem como a assistência de computadores 
e telecomunicações para apoiar a gestão, o acompanhamento, a literatura e o 
acesso ao conhecimento em medicina. 
• E-saúde é então considerado como a transferência de recursos e cuidados 
em saúde por meio eletrônico: a entrega de informações de saúde para 
profissionais de saúde e consumidores, incluindo o uso do comércio eletrônico 
e negócios eletrônicos na prática de saúde.
• Telemedicina é definida como a utilização de telecomunicações para 
diagnosticar e tratar a doença, associada à prática de cuidados de saúde 
usando as tecnologias de informação, comunicação e dispositivos médicos. 
190
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
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CHAMADA
• Por fim, conhecemos o termo Ecossistema em Saúde, definido na literatura 
como interação sistemática dos seres vivos (Humanos) e não vivos 
(Tecnologia & Economia) em um contexto particular. É capaz de refletir de 
forma abrangente a situação socioeconômica do lugar em que o projeto ou 
programa será implementado. Está aninhado a outros ecossistemas. Assim, 
vemos a importância de desenvolver um ecossistema de e-Saúde antes de 
começar a discutir a implementação de um projeto.
191
1 A inovação em saúde vai muito além da implementação de tecnologias 
para o setor, envolvendo o desenvolvimento de produtos, serviços e redes 
de informação. Sobre a inovação no setor da saúde, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) ( ) Um diagnóstico preliminar da inovação em serviços não significa 
a análise de um processo de inovação em si, consiste em verificar o 
processo de difusão de inovações tecnológicas da indústria no setor 
de serviços.
b) ( ) Não corresponde apenas a novas tecnologias, mas também às 
mudanças da sociedade em geral. Vivemos num mundo que 
demanda mais agilidade e precisão, que se beneficia da grande 
quantidade de dados disponíveis, com uma capacidade inédita de 
tratamento e processamento, transformando-os em informações 
úteis para o tomador de decisão.
c) ( ) A inteligência artificial (IA) vem ajudando a otimizar o trabalho e 
processos do setor de saúde, transformando prontuários manuais em 
digitais e modernizando a coleta de dados dos pacientes.
d) ( ) Além de complexidade têm-se necessidade e urgência pelos desafios 
que se apresentam em muitos países.
e) ( ) Possibilita a transferência de recursos e cuidados em saúde por meio 
eletrônico, por exemplo, a entrega de informações desaúde para 
profissionais de saúde e consumidores, incluindo o uso do comércio 
eletrônico e negócios eletrônicos na prática de saúde.
2 A telemedicina é definida como a utilização de telecomunicações para 
diagnosticar e tratar a doença, associada à prática de cuidados de saúde 
usando as tecnologias de informação, comunicação e dispositivos médicos. 
Sobre os processos envolvidos nessa ferramenta, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Vigilância, promoção da saúde e funcionamento da saúde pública, 
a assistência de computadores e telecomunicações para apoiar a 
gestão, o acompanhamento, a literatura e o acesso ao conhecimento 
em medicina.
b) ( ) Transferência de recursos e cuidados em saúde por meio eletrônico: 
a entrega de informações de saúde para profissionais de saúde e 
consumidores, incluindo o uso do comércio eletrônico e negócios 
eletrônicos na prática de saúde.
c) ( ) Médicos, pacientes, gestores, formuladores de políticas, entre outros. 
Cada um deles desempenha um papel importante no ecossistema, pois, 
de acordo com as suas capacidades, necessidades e de outros fatores, 
se estabelece um padrão do que é necessário para o desenvolvimento 
de um projeto.
AUTOATIVIDADE
192
d) ( ) Telediagnóstico; atendimento remoto, agendamento eletrônico, 
prontuário eletrônico de pacientes.
e) ( ) Telecomunicações para apoiar a gestão, o acompanhamento, a litera-
tura e o acesso ao conhecimento em medicina.
3 Entre as inovações tecnológicas voltadas para o atendimento dos usuários, 
destaca-se a Telessaúde, que inclui vigilância, promoção da saúde e 
funcionamento da saúde pública. Sobre a telessaúde, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) É a utilização de telecomunicações para diagnosticar e tratar a doença, 
associada à prática de cuidados de saúde usando as tecnologias de 
informação, comunicação e dispositivos médicos.
b) ( ) Corresponde a transferência de recursos e cuidados em saúde 
por meio eletrônico: a entrega de informações de saúde para 
profissionais de saúde e consumidores, incluindo o uso do comércio 
eletrônico e negócios eletrônicos na prática de saúde.
c) ( ) Inclui vigilância, promoção da saúde e funcionamento da saúde 
pública, bem como a assistência de computadores e telecomunicações 
para apoiar a gestão, o acompanhamento, a literatura e o acesso ao 
conhecimento em medicina.
d) ( ) Vem ajudando a otimizar o trabalho e processos do setor de saúde, 
transformando prontuários manuais em digitais e modernizando a 
coleta de dados dos pacientes.
e) ( ) Desempenha um papel importante no ecossistema, pois, de acordo 
com as suas capacidades, necessidades e de outros fatores, se 
estabelece um padrão do que é necessário para o desenvolvimento 
de um projeto.
4 Desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), persistem 
importantes desafios relacionados aos sistemas e serviços para garantia 
do direito à saúde no país. Conforme observado, quais são os desafios aos 
sistemas e serviços de saúde?
5 O E-saúde, a Telemedicina e a Telessaúde são diferentes iniciativas com um 
mesmo propósito: ampliar o acesso e aumentar a qualidade da prestação de 
serviços de saúde. Explique quais as características e diferenças do e-Saúde, 
Telessaúde e Telemedicina.
6 Formuladores de política pública em várias áreas, da saúde em especial, 
e as comunidades empresarial e acadêmica, vêm utilizando o conceito 
“ecossistema em saúde” com frequência cada vez maior. Sobre esse termo, 
explique sua funcionalidade e aplicabilidade prática.
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