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CEFET-MG 
Assistente em Administração 
 
1. Noções em Administração Geral e Administração nas Organizações 1.1. Funções do 
processo administrativo: planejamento, organização, direção e controle 1.2. Níveis de 
planejamento 1.3. Habilidades na administração: conceitual, humana e técnica ...................... 1 
1.4. Critérios de departamentalização ................................................................................ 24 
1.5. Teoria Burocrática ....................................................................................................... 40 
1.6. Estrutura organizacional.............................................................................................. 50 
1.7. Cultura e clima organizacional .................................................................................... 50 
1.8. Ciclo de vida das organizações ................................................................................... 62 
1.9. Poder e política nas organizações .............................................................................. 66 
2. Noções em Administração Pública Brasileira ................................................................. 73 
2.1. Normas constitucionais sobre a Administração Pública .............................................. 79 
2.2. Crimes contra a fé pública e crimes contra a Administração Pública ........................... 96 
2.3. Improbidade administrativa ....................................................................................... 174 
2.4. Lei de acesso a informações ..................................................................................... 185 
2.5. Plano de carreira dos cargos técnico-administrativos em Educação ......................... 206 
3. Noções em Administração de Pessoas ........................................................................ 215 
3.1. Relações humanas no trabalho ................................................................................. 230 
3.2. Liderança, motivação e satisfação do trabalhador 3.3. Estilos de liderança 3.4. O papel 
do gestor .............................................................................................................................. 235 
3.5. Elementos da comunicação na organização. ........................................................... 261 
3.6. Teorias motivacionais ............................................................................................... 273 
4. Noções em Planejamento Estratégico ......................................................................... 273 
4.1. Gestão de projetos .................................................................................................... 281 
4.2. Administração estratégica ......................................................................................... 298 
4.3. Responsabilidade social corporativa ......................................................................... 308 
4.4. Tomada de decisão................................................................................................... 316 
5. Noções em Administração Financeira e Orçamentária ................................................. 327 
5.1. Processo orçamentário: plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias, lei 
orçamentária anual e lei de responsabilidade fiscal .............................................................. 344 
5.2. Noções gerais sobre classificação das receitas e despesas públicas ....................... 396 
6. Noções em Administração de Patrimônio, Materiais e Logística .................................. 420 
6.1. Compras e contratações públicas (legislação sobre licitações) ................................. 457 
6.2. Coleta de preços ....................................................................................................... 531 
6.3. Gestão e controle de estoque ................................................................................... 531 
6.4. Distribuição de material e inventário de bens patrimoniais ........................................ 544 
6.5. Sistemas de informação para administração de patrimônio, materiais e logística ..... 554 
7. Noções em acessibilidade e sustentabilidade no Serviço Público 7.1. Atendimento a 
requisitos de acessibilidade 7.2. Uso racional de recursos e o melhor uso dos espaços ...... 575 
7.3. Noções gerais da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública) 7.4. Programas de 
sustentabilidade: práticas e metas sustentáveis ................................................................... 595 
8. Noções em Gestão da Informação e Tecnologia de Apoio Administrativo 8.1. Cultura da 
informação ........................................................................................................................... 605 
8.2. Informação e vantagem competitiva 8.3. Conceito de sistemas de informação eficientes 
8.4. Informações gerenciais e operacionais 8.5. Conceito de indicador organizacional: objeto, 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
2 
 
atributos, parâmetros, métricas e indicadores 8.6. O uso da Tecnologia da Informação (TI) nos 
contextos organizacionais .................................................................................................... 610 
8.7. Sistemas de Gestão do Governo Federal ................................................................. 617 
9. Noções de Arquivologia 9.1. Conceitos fundamentais de Arquivologia ........................ 633 
9.2. Teoria das três idades ............................................................................................... 645 
9.3. Gestão de documentos 9.4. Funções arquivísticas ................................................... 653 
10. Ética Geral e no Serviço Público. 10.1. Ética geral e profissional: conceitos e 
fundamentos......................................................................................................................... 658 
10.2. Ética e moral: princípios e valores ........................................................................... 671 
10.3. Ética e função pública ............................................................................................. 679 
10.4. Ética no Setor Público e assédio. 10.5. Código de ética profissional do servidor público 
civil do Poder Executivo Federal........................................................................................... 682 
11. Redação Oficial 11.1. Aspectos gerais: impessoalidade, linguagem dos atos e 
comunicações oficiais 11.2. Formalidade e padronização 11.3. Concisão e clareza ............ 697 
11.4. Redação de atos administrativos: ofício, memorando, mensagem, correio eletrônico, 
portaria, resolução, ata e congêneres................................................................................... 723 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável,lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco!
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
1 
 
 
 
Conceito de Organização1 
 
Organização é uma palavra originada do Grego "organon" que significa instrumento, utensílio, órgão 
ou aquilo com que se trabalha. Palavra que também pode ser entendida, como a forma que se dispõe um 
sistema (conjunto de elementos), em relação ao modo como eles estão organizados, ou seja, como os 
diversos elementos que o compõe estão coordenados e dispostos em um espaço. 
No entanto, o conceito que queremos destacar se traduz à forma como ela é aplicada, seja na 
organização escolar, na organização empresarial, na organização pessoal, na organização de eventos, 
na organização doméstica, etc. 
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se 
inter-relacionam e na disposição e distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e 
materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo objetivo. 
 
Organização Empresarial 
 
Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo 
controlado e coordenado, por meio da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo 
objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho. 
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma 
pessoa que exerce um papel fundamental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos 
recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa. 
Quanto a estrutura de uma organização, esta pode ser formal ou informal. Uma organização formal é 
planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Já uma organização informal são as relações 
geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução de uma 
empresa. 
Alguns elementos estão diretamente associados a uma organização, como por exemplo, clientes, 
fornecedores, concorrentes, comunicação social, etc. Por isso, também merecem a atenção das 
empresas. 
 
Tipos e Importância das Organizações 
 
A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo, 
que podem ser vinculados ao desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação 
das necessidades humanas. 
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, 
permanentes ou temporárias. Vejamos algumas definições: 
 
Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo 
federal, estadual ou municipal. 
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização. 
Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados. 
 
Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela 
desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios. 
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar 
os necessitados, desenvolver atividades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro 
não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, no entanto o lucro 
dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários. 
 
Organização Permanente: é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre, 
sem que isso impeça seu desaparecimento. 
 
1 http://www.significados.com.br/organizacao/. 
1. Noções em Administração Geral e Administração nas Organizações 1.1. 
Funções do processo administrativo: planejamento, organização, direção e 
controle 1.2. Níveis de planejamento 1.3. Habilidades na administração: 
conceitual, humana e técnica 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
2 
 
Organização Temporária: é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer logo que 
a atividade tenha sido concluída. 
 
Observe alguns exemplos para a melhor compreensão do assunto: 
- A Petrobras é uma organização mista, permanente, com finalidade lucrativa. 
- Um consórcio de empresas de engenharia constituído para construir uma estrada é uma organização 
privada, temporária, com finalidade lucrativa. 
- Um hospital municipal e uma associação de moradores são organizações permanentes, sem fins 
lucrativos, o primeiro público e a segunda privada. 
 
Já a respeito de sua importância podemos citar que: 
Servem à Sociedade: são instituições sociais que refletem alguns valores e necessidades 
culturalmente aceitos. 
Realizam Objetivos: coordenam os esforços de diferentes indivíduos, permitindo-nos alcançar metas 
que, de outra forma, seriam muito mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas. 
Preservam o Conhecimento: como as universidades, museus e corporações são essenciais porque 
guardam e protegem a maior parte do conhecimento que nossa civilização juntou e registrou. 
Proporcionam Carreiras: proporcionam aos seus empregados uma fonte de sobrevivência. 
 
Componentes de uma Organização 
 
A figura abaixo apresenta um diagrama mostrando os principais componentes de uma organização, 
vejamos: 
 
 
Fonte: Adaptado de Maximiano, 1995. 
 
Com isso podemos observar que toda organização é composta pelo que chamamos de inputs e 
outputs, ou seja, entrada e saída, respectivamente, que ao passarem pelo processo de transformação, 
são convergidos em objetivos, e claro, nos produtos ou serviços que serão ofertados aos clientes. 
Maximiano2 reforça que toda organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo 
de objetivo, e se utiliza de dois componentes importantes: processo de transformação e divisão do 
trabalho, como apresentado na figura acima. 
Posto isso, para sua melhor compreensão, estudaremos a seguir cada um destes componentes. 
 
Recursos 
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.3 
Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e 
resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no alcance de seus objetivos. 
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a 
organização administrativa procura a máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção 
dos objetivos. 
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes: 
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos, 
instalações, ferramentas, matérias-primas etc. 
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos, 
créditos, investimentos, contas a receber etc. 
 
2 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004. 
3 http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/ 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
3 
 
3. Recursos Humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o 
presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e 
inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais. 
Os recursos humanos estão distribuídos em todos os níveis de uma organização, desde o nível 
estratégico até o nível operacional, e este é o recurso mais importante que uma organização pode ter 
atualmente. 
 
Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles, 
a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o 
capital e o trabalho. 
Natureza:representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos. 
Capital: representa os meios que financiam a produção. 
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço 
prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos. 
 
Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos 
de uma empresa, sendo estes os recursos mercadológicos e os administrativos. 
 Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus 
produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição 
de preços etc. 
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar, 
organizar, dirigir e controlar suas atividades. 
 
A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços 
no mercado. Assim, todos os recursos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os 
recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimento, competência e 
tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por 
sua vez são inerentes, estáticos e sem vida própria. 
 
Processos de Transformação 
É por meio dos processos que as organizações transformam os recursos em resultados, e alguns 
processos que se encontram nas organizações são: 
Processo de Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas ou da atividade 
humana, em produtos e serviços. 
Processo de Administração de Encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de 
um serviço. 
Processo de Administração de Recursos Humanos: transformação de necessidades de mão-de-
obra em disponibilização de pessoas. 
 
Divisão do Trabalho 
Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas, e todas contribuem para a realização 
dos objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações 
individuais e a especialização é o elemento que agrega mais eficiência e eficácia a este processo. 
 
Objetivos 
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos (bens), ou serviços (educação, saúde 
segurança...). As empresas que produzem bens são chamadas de empresas industriais, enquanto que 
as que prestam serviços são chamadas de empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as 
empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a comercialização. 
 
A Organização Administrativa4 
 
O papel da Organização Administrativa é exatamente alocar, arranjar, agrupar, reunir, dividir o 
trabalho, especializar, para que as atividades sejam executadas da melhor maneira possível. 
Vale lembrar que cada organização possui uma identidade pessoal que é peculiar à sua gestão, ou 
seja, possui seus objetivos, seu ramo de atividade, um ou mais produtos ou serviços que oferta, uma 
missão, visão e valores que cabe à sua cultura organizacional, seus pontos fortes e fracos, ameaças e 
 
4 MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
4 
 
oportunidades inerentes ao negócio, sua política empresarial, sua situação tecnológica e financeira, entre 
outros. Fatos que só confirmam que cada organização é única, mas que todas necessitam de uma 
administração eficiente e eficaz para conseguir agregar bons resultados ao negócio. 
O papel da organização administrativa incumbe o agrupamento das atividades necessárias para atingir 
os objetivos da empresa, esse agrupamento envolve a reunião de pessoas e recursos empresariais sob 
a autorização de um chefe, tendo em vista que a organização precisa lidar com pessoas, órgãos e 
relações de autoridade e responsabilidade. 
Por fim o que devemos considerar é que a organização administrativa, serve para agrupar e estruturar 
todos os recursos da empresa, permitindo assim o alcance dos objetivos almejados da melhor forma 
possível. 
A organização administrativa existe porque são muitas as tarefas do trabalho empresarial, e seria 
impossível uma só pessoa realizar todas com o máximo de qualidade, daí a necessidade de muitas 
pessoas em conjunto executando atividades diferentes, o que conduz a departamentalização da empresa 
(criação de áreas funcionais) e a um novo problema: o da coordenação entre as pessoas envolvidas. 
 
Funções Organizacionais e as Pessoas que as Exercem 
 
As funções organizacionais condizem as tarefas especializadas que serão realizadas por um grupo de 
pessoas ou por uma pessoa específica, para que a organização realize seus objetivos. A partir destas 
funções é que surgem as áreas funcionais da empresa, áreas que tem a função de determinar o conjunto 
de processos que será aplicado aos recursos da empresa. 
A Administração Geral é que se responsabiliza pela coordenação das áreas funcionais e das pessoas 
envolvidas no processo do trabalho. Posto isso, Maximiano5 afirma que as áreas funcionais mais 
importantes para qualquer organização são: produção (ou operações), marketing, finanças, recursos 
humanos e pesquisa e desenvolvimento. 
 
 
 
Produção (ou Operações) 
Se trata de um sistema de operação produtivo, que transforma os recursos em bens ou serviços, para 
que sejam oferecidos pela empresa a seus clientes. 
O papel das pessoas do Departamento de Produção, de modo geral, é se ater às operações e à 
qualidade dos produtos que são produzidos, os colaboradores desse setor devem buscar atender, as 
necessidades e desejos dos clientes buscando uma valorização profissional e humana, trabalhando 
motivados desenvolvem melhor seus trabalhos. 
Na produção de bens, com o fim de comercialização do produto final, a transformação dos recursos 
pode ser realizada por pessoas e/ou por maquinas, por exemplo, quando se trata de algum trabalho 
manual, como os artesanatos, apenas as pessoas são necessárias para a sua fabricação, na fabricação 
de pães são necessárias as pessoas para produzir e as máquinas, ou seja, o forno, para assar os pães, 
já na fabricação de automóveis as máquinas são primordiais para fabrica-los. 
Contudo, na produção das empresas prestadores de serviços, os clientes são processados e 
transformados, por exemplo, na área da saúde, os pacientes chegam doentes nos hospitais, são tratados, 
e saem de lá saudáveis, os alunos entram na escola sem saber ler e escrever, os professores os 
 
5 MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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alfabetizam e eles saem de lá educados, e no caso das universidades e escolas profissionalizantes, eles 
saem com uma profissão, e assim por diante. 
Vale destacar que o processo produtivo pode ser divido em três tipos de processos: 
1. Produção em Massa: fornecimento de grande número de produtos e serviços, podem ser simples 
ou complexos, ou seja, é uma produção em larga escala de produtos padronizados através de linhas de 
montagem. 
2. Produção por Processo Contínuo: um processo contínuo é visto como um método usado em 
indústrias e fábricas a fim de garantir maior quantidade fabricada de um determinado produto durante o 
menor espaço de tempo possível, temos como exemplo o fornecimento ininterrupto de um único produto 
ou serviço, como gasolina, corantes, açúcar ou transmissão de programas de televisão. 
3. Produção Unitária e em Pequenos Lotes: a produção é feita por unidades ou pequenas 
quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida que é feito, por exemplo, o 
fornecimento de produtos e serviços sob encomenda. 
 
O processo de produção envolve: 
• Fabricação: processo produtivo, programação, controle; 
• Qualidade: programação, controle; 
• Manutenção: preventiva, corretiva; 
 
Marketing 
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de: 
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado). 
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus 
nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem. 
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se 
será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados). 
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de 
pagamento e prazos. 
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos 
pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis. 
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou serviços vendidos em um determinado 
período de tempo. 
As pessoas que trabalham no departamento de marketing precisam usar de seus conhecimentos para 
aumentar as vendas de uma determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável por 
criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais atraente para seus clientes, além disso, fica 
como responsabilidade do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, levando seu nome 
diretamente para pessoas que precisam de seus produtos/serviços. 
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser criativo, antenado, comunicativo e 
estrategista, além disso, ele precisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, ser 
ético. 
 
Finanças 
A função financeira cuida do dinheiro da organização e abrange também as decisões de: 
Planejamento de Recursos Financeiros: realização de orçamentos, programação das necessidades 
de recursos financeiros, projeções financeiras e análise do mercado de capitais. 
Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos em prol de maiores 
retornos. 
Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos (como títulos, 
empréstimos e financiamentos). 
Controle e Gestão dos Recursos Disponíveis: acompanhamento e avaliação dos resultados 
financeiros da organização (como realização de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo 
de caixa e acompanhamento do orçamento financeiro). 
Destinação dos Resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da 
organização. 
Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apólices, administração de apólices - 
liquidação de sinistros. 
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6 
 
Contabilidade6: a função contábil também é realizada juntamente com as finanças, e tem objetivo 
controlar a evolução do patrimônio da empresa. Através da contabilidade é possível calcular e registrar 
todas as operações comerciais e financeiras realizadas em um respectivo período, bem como, produzir 
relatórios a usuários (internos e externos), com informações úteis e relevantes para a análise da situação 
econômica e patrimonial da empresa. 
As pessoas que trabalham no Departamento de Finanças de uma determinada organização possuem 
grandes e importantes responsabilidades, pois é nesse departamento que o planejamento de todas as 
finanças da organização é feito. 
As principais funções que o profissional atuante desse setor possui são7: registrar, organizar, 
demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou 
social que a empresa exerce. 
Posto isso, acompanhe as definições: 
- Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
- Organizar um sistema de controle adequado à empresa; 
- Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente - por meio de demonstrativos - 
a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
- Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa; 
- Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem 
realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas. 
 
Recursos Humanos ou Departamento Pessoal 
O objetivo dos recursos humanos é encontrar, atrair e manter os colaboradores de uma organização. 
Processo que se inicia antes da pessoa ser empregada na organização, e que se estende até após o seu 
desligamento. 
As pessoas designadas a trabalharem nessa área da empresa, precisam desenvolver funções como: 
Planejamento de Mão de Obra: definição da quantidade de pessoas necessárias para trabalhar na 
organização e das competências que elas devem ter. Envolve: programação de necessidades de pessoal, 
análise de mercado de trabalho, pesquisa de recursos humanos e orçamento de pessoal. 
Recrutamento e Seleção: localização e aquisição de pessoas para a organização. Envolve a 
divulgação de vagas externas, cadastramento de candidatos a emprego, técnicas de seleção como 
análise de currículo, dinâmicas em grupo e aplicação de testes e entrevistas. 
Treinamento e Desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em competências. 
Avaliação de Desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de ações que 
permitam o aprimoramento do desempenho. Deve-se acompanhar e controlar as atividades das pessoas 
e averiguar resultados. 
Remuneração ou Compensação: definição de mecanismo de recompensas para as pessoas por seu 
trabalho, considerando seus cargos e salários e o mercado de trabalho. 
Higiene, Saúde e Segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização, considerando 
condições ambientais e psicológicas satisfatórias para a qualidade de vida, além de relações com 
sindicatos. 
Administração de Pessoal: realização de atividades burocráticas, com registro de pessoal, 
manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço, preparação de folhas de 
pagamento e acompanhamento de carreiras. 
Funções Pós-Emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para o ex-
funcionário. 
 
Pesquisa e Desenvolvimento 
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em 
produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas 
tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos. 
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre ser compostos por pessoas 
capacitadas de alto nível técnico, capazes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer 
benefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes podem ser variadas, inclusive até 
mesmo com participações externas. 
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D, e essas 
pessoas são técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para 
idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos. 
 
6 http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/ 
7 http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
7 
 
As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos casos, as ideias 
e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras. 
 
Funções Organizacionais Não Tradicionais 
Além das funções organizacionais já expostas, existem outras funções menos recorrentes como: 
 
Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços especializados dentro das organizações. 
Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um 
público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de 
assistência técnica, etc. 
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes ainda é 
necessário um setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato 
operacionalizama segurança local), este setor ocorre como um departamento autônomo, e muitas 
empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada. 
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela trabalham, auxiliam o funcionamento 
diário de uma organização, por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela facilita a 
comunicação e a organização da empresa, bem como o gerenciamento das diversas atividades 
administrativas. 
 
Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções 
organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças, 
recursos humanos, atendimento aos clientes, etc. 
 
Objetivo das Organizações 
 
Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e comercialização de produtos, ou com 
o objetivo de prestar algum tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objetivos e 
características particulares, em relação a seus recursos, estratégias, público alvo, etc. 
As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita, e é através da venda de seus 
produtos ou serviços que se obtêm lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem 
autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o retorno financeiro seja positivo. 
 
Objetivos e metas organizacionais 
 
Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está diretamente relacionada com o planejamento 
estratégico, no qual definições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos da 
organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas também têm a finalidade de propor 
desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais 
desafiador será o planejamento. 
Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os objetivos mais específicos, com uma 
previsão de ser cumprida, as organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na 
medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição dos recursos 
humanos nas diversas tarefas, de acordo com Drucker8. 
Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à base da relação entre a organização 
o ambiente externo e os participantes e, portanto, estão em contínua evolução, alterando essas relações, 
devendo ser reavaliados e modificados em função das mudanças no ambiente externo e interno da 
organização 
Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de políticas, diretrizes, metas, programas, 
procedimentos e normas; possibilitando que se identifique o papel que a organização desempenha na 
sociedade em geral. 
A administração possui dois objetivos principais: 
 
Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre 
como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados. 
Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos; 
 
8 DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
8 
 
Alcançar a Eficácia: se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa, 
significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos 
resultados. 
 
A Importância da Administração nas Empresas 
 
Segundo Stoner9: “A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços 
realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para 
alcançar os objetivos estabelecidos.", Chiavenato ainda complementa o conceito de Administração 
dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira 
eficiente e eficaz”. 
Nos dias atuais, a Administração nas empresas desempenha um papel fundamental para o bom 
desempenho organizacional, levando em consideração o atual cenário do mercado, que é extremamente 
volátil e vive em constante mudança. 
Sendo assim, a administração representa um fator substancial para qualquer negócio, pois oferece 
ferramentas que servem de apoio ao administrador e faz com que o processo decisório se torne mais 
rápido, mais seguro, mais otimizado, menos custoso, etc. 
 
Os Administradores 
Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração, 
ou seja, em algumas pessoas que chamamos genericamente de administradores, este profissional, no 
entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que se planeja 
na empresa, portanto ele é responsável por definir os programas e métodos de trabalho que serão 
aplicados, bem como pela avaliação de resultados e correção dos setores e procedimentos que estiverem 
com problemas. 
O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissionais de outras 
áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar. 
É função do administrador acompanhar a produtividade e os lucros da organização, por isso sua função 
envolve a fiscalizando dos processos de produção, o controle dos equipamentos e materiais envolvidos 
na produção e o controle de desperdícios e prejuízos das etapas de produção. 
Para que tudo isso seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão 
de obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelecendo por este ato as 
relações da empresa com o contratado. 
O administrador moderno é o profissional que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve 
buscar motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para iniciativa, de 
maneira que possa estar sempre acreditando no que faz. 
Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando 
levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o 
entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado. 
Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles 
que conseguem tirá-las de suas maiores crises. 
O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico 
de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em 
diferentes frentes como a Administração da Produção, Administração Financeira, Administração de 
Recursos Humanos, Administração de Materiais, Administração de Estoques, Administração 
Mercadológica e Administração Geral. 
Em cada nível ou em cada frente da Administração de empresas há uma dinâmica diferente, pois há 
um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis, até mesmo porque não existem duas organizações 
iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas. 
 
Os Gerentes 
 
O gerente tem um papel administrativo e estratégico dentro das organizações, no qual está focado 
no gerenciamento sistêmico das áreas funcionais da empresa e suas principais funções compreendem: 
- Tomar decisões. 
- Processar informações. 
 
9 STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 eds. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
9 
 
- Relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização. Ação que corresponde ao papel 
Interpessoal e Intrapessoal do gerente. 
 
Papel Interpessoal: são aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da 
organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e 
ligação. 
Imagem do Chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e 
representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com 
autoridades em nome de sua empresa). 
Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada.Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus 
pares. 
 
Papel Intrapessoal: compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito 
dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de 
organização pessoal e administração do próprio tempo. 
O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do 
administrador cirurgião. 
Administrador Maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço. 
Administrador Cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o 
objetivo proposto. 
 
Competências Gerenciais (Habilidades necessárias ao Administrador) 
 
Stoner10 destaca que administradores devem ter as seguintes atribuições: 
- Trabalham com outras pessoas e por meio delas; 
- São responsáveis e têm que prestar contas de seus atos; 
- Chegam a um equilíbrio entre objetivos concorrentes e estabelecem prioridades; 
- Tem que pensar analítica (subdividir um problema, analisar seus elementos e propor uma solução 
viável) e conceitualmente (ver toda a tarefa em abstrato e relacioná-la com outras tarefas); 
- São mediadores, eles têm que acertar as discordâncias entre as pessoas antes que elas escapem 
ao controle; 
- São políticos, recorrem à persuasão e às soluções de meio-termo para alcançar os objetivos da 
organização; 
- São diplomatas, podem atuar como representantes oficiais de suas unidades em reuniões 
organizacionais; 
- Tomam decisões difíceis, cabe aos administradores propor soluções para problemas difíceis e fazer 
acompanhamento de suas decisões. 
 
O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas 
habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função), 
mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais, 
psicológicos e emocionais do indivíduo). 
Neste sentido, o profissional da Administração não é apenas avaliado pelos seus conhecimentos 
tecnológicos da Administração, mas por seu modo de agir, pensar e tomar decisões, por suas habilidades, 
competências, atitudes, comportamentos, personalidade e filosofia de trabalho. 
Podemos definir então que os administradores necessitam ter as seguintes habilidades: 
 
Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas, 
procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São 
as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um 
cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras. 
 
Habilidades Humanas: dizem respeito à capacidade do administrador para se relacionar com as 
outras pessoas ou grupos, saber se comunicar com outras pessoas, entendendo-as, motivando-as e 
liderando-as, o que torna essas habilidades cruciais para o seu desempenho, já que o administrador faz 
uso de pessoas para conseguir resultados. Para um administrador de topo, as habilidades humanas 
 
10 STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
10 
 
também são importantes para estabelecer relações com grupos de interesse externo ao da organização 
e para conseguir agregar os membros internos da empresa em torno de sua visão estratégica. 
 
Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão 
sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias. 
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e 
atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça 
abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais 
sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras. 
 
Para Katz11, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o 
administrador ocupa. Assim, os administradores no nível estratégico preponderam as habilidades 
conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades 
técnicas. 
 
Habilidades necessárias a cada nível organizacional 
 
Figura: Modelo de habilidades gerenciais de Katz 
 
Princípios da Administração 
 
Para a aplicação da organização administrativa os gestores contam com técnicas, ferramentas e 
truques que auxiliam no alcance de seus objetivos, entretanto estes meios e instrumentos não são tão 
importantes quanto os princípios essenciais sob o qual se alicerçam a ciência da Administração 
(Drucker12). 
Para Chiavenato13, princípio é uma afirmação, uma proposição geral válida e aplicável para 
determinados fenômenos, é uma previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela 
determinada situação, como um guia de ação. 
Os princípios são a base sob a qual se sustentam as teorias, não devem ser abordados de forma 
rígida, mas sim, considerados relativamente e flexivelmente. Vejamos a seguir os 16 princípios mais 
mencionados na literatura: 
 
Em relação aos objetivos: 
1. Os objetivos da empresa devem ser claramente definidos e estabelecidos por escrito. Toda 
organização tem que ter um compromisso com metas comuns e valores compartilhados, tem de ter 
objetivos simples, claros e unificantes, simples e flexíveis. 
 
Em relação às atividades e agrupamento de atividades: 
2. As responsabilidades designadas para uma posição devem pertencer tanto quanto possível ao 
desempenho de uma simples função. 
3. As funções devem ser designadas para os departamentos de modo homogêneo para que se alcance 
a operação mais eficiente e econômica. 
 
Em relação à autoridade: 
 
11 KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997. 
12 DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001. 
13 CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
11 
 
4. Deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde 
o topo da organização até cada indivíduo da base. 
5. A autoridade, a responsabilidade, os deveres de cada pessoa ou órgão, bem como suas relações 
com outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos, estarem documentados e comunicados a todos. 
6. O desempenho das funções deve ser acompanhado da respectiva responsabilidade, que deve andar 
junto com a respectiva autoridade. Ambas devem sempre estar equilibradas entre si. 
7. A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delegada o mais próximo possível da cena 
da ação. 
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível. 
 
Quanto as relações: 
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior. 
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens. 
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta. 
 
12. Princípio da especialização: a organização deve fundamentar-se na divisão do trabalho que 
provoca a especialização das pessoas em determinadas atividades. A especialização produz o 
incremento da quantidade e qualidade do trabalho executado. 
 
13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as 
relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito. 
As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para 
atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou 
órgão na estrutura organizacional da empresa. 
 
14.Princípio da paridade da autoridade e responsabilidade: a autoridade é o poder de dar ordens 
e de se exigir obediência dos subordinados, já a responsabilidade é o dever de prestar contas ao superior, 
ou seja, a autoridade maior. O princípio da Paridade salienta que deve existir uma interdependência entre 
o volume de autoridade e o volume de responsabilidade atribuído a cada pessoa ou órgão. 
Essa equivalência é necessária para evitar que certas pessoas ou órgãos tenham excessiva 
responsabilidade sem a necessária autoridade. Ou, até mesmo, demasiada autoridade para pouca 
responsabilidade. Assim, cada responsabilidade deve ser correspondente a sua autoridade, bem como, 
a autoridade deve ser compatível com sua responsabilidade, pois ambas devem sempre ser equivalentes. 
Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade, outro aspecto discutido 
pelos autores neoclássicos é a amplitude administrativa. A amplitude administrativa (ou amplitude de 
comando ou ainda amplitude de controle) significa o número de subordinados que um administrador pode 
supervisionar. 
Quando um administrador tem muitos subordinados sua amplitude de comando é grande e ampla, na 
prática, a amplitude média adotada por uma organização determina a configuração geral de sua estrutura 
organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma 
estrutura organizacional alta e alongada, e ao contrário disso, uma amplitude média larga com poucos 
níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente. A 
tendência atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura organizacional no sentido de 
aproximar a base da cúpula e melhorar as comunicações. 
 
15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada pessoa deve saber exatamente a quem 
prestar contas, e sobre quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações diretas de 
autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde 
geralmente está o chefe principal como autoridade máxima 
 
16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se definir, da maneira mais clara possível, 
não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa 
autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa. 
 As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto 
as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério 
da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de 
importância de uma atividade sobre outra. 
 
Mudança Organizacional e a Administração 
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12 
 
 
As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas 
precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas 
mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o 
processo decisório ainda mais difícil. 
Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas 
necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto 
por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno que faz com que as empresas se 
tornem cada vez mais complexas. 
 
Questões 
 
01. (CEMIG/ TELECOM - Analista Administrativo Jr. - FRAMINAS) Os administradores, para exercer 
as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com 
eficiência e eficácia. 
 
A habilidade relacionada ao entendimento da organização como um todo e que permite o administrador 
compreender as dificuldades enfrentadas tanto pelo seu departamento quanto pelos outros é a 
(A) conceitual. 
(B) humana. 
(C) técnica. 
(D) comportamental. 
 
02. (UNIRIO - Administrador - UNIRIO) As três habilidades básicas do administrador, são, 
necessariamente, 
(A) técnicas, humanas e conceituais. 
(B) conceituais, filosóficas e estruturais. 
(C) estruturais, humanas e institucionais. 
(D) institucionais, filosóficas e psicossociais. 
(E) psicossociais, técnicas e estruturais. 
 
03. (MAPA - Administrador - CONSULPLAN) Segundo Chiavenato (2000), os recursos empresariais 
são os componentes ou meios pelos quais as organizações sociais utilizam para realizar suas atividades 
e, assim, atingir seus objetivos. Constituem-se recursos empresariais, EXCETO: 
(A) Recursos materiais. 
(B) Recursos humanos. 
(C) Recursos da natureza. 
(D) Recursos mercadológicos. 
 
04. (Pref. de Santana do Jacaré/MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS) A organização 
administrativa deve basear-se em princípios de organização. 
 
“Refere-se a cada cadeia de relações diretas de autoridade de um superior para um subordinado em 
toda a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o chefe principal como autoridade 
máxima”. 
 
Qual princípio foi definido acima? 
(A) Função de linha e de Staff; 
(B) Definição funcional; 
(C) Escalar; 
(D) Especialização. 
 
05. (EBSERH - Assistente Administrativo/HU-FURG - IBFC) Funções organizacionais são tarefas 
especializadas que contribuem para a empresa realizar seus objetivos. Todas as empresas têm 
praticamente as mesmas funções, mesmo que às vezes elas estejam acumuladas em um só 
departamento. Abaixo estão descritas essas funções. Assinale a alternativa que não condiz com uma 
dessas funções. 
(A) Produção. 
(B) Marketing. 
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13 
 
(C) Finanças. 
(D) Recursos Humanos. 
(E) Redes de internet. 
 
06. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP) Uma das noções básicas em administração 
refere-se à utilização adequada dos meios disponíveis (materiais, equipamentos, processos etc.) para 
que se atinjam os fins propostos. O conceito ao qual essa ação se refere é o de 
(A) eficácia. 
(B) qualidade. 
(C) economia. 
(D) eficiência. 
(E) correção. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.A / 03.C / 04.C / 05.E / 06.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que 
fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o 
raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma 
visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada, 
organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si. 
 
02. Resposta: A 
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do 
conhecimento específico para executar seu trabalho operacional. 
Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento. 
Habilidades Conceituais são as habilidades que mantêm a visão da organização como um todo, 
influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa. 
 
03. Resposta: C 
Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir: 
1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais. 
Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.; 
2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa; 
3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades. 
Ex.: Diretores, supervisores etc.; 
4) Recursos Mercadológicos: meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo, 
abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, etc.; 
5) Recursos Administrativos: é a gestão utilizada pela empresa, abrange o planejamento, organização, 
direção e controle Integrando ainda, os outrosrecursos empresariais. 
 
04. Resposta: C 
Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma 
organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada 
indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a 
definição formal do sentido da comunicação e responsabilidade de cada indivíduo da organização. 
 
05. Resposta: E 
As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para 
que a organização operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade, 
administração de materiais, logística e recursos humanos. 
 
06. Resposta: D 
A eficiência se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas 
devem ser feitas na organização a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados, uma 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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organização considerada eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos, para alcançar os 
objetivos da organização. 
 
PROCESSO ORGANIZACIONAL 
 
O processo organizacional ou processo administrativo, envolvem funções administrativas que são 
fundamentais, sendo estas o PODC: Planejar; Organizar; Dirigir; Controlar. 
Para entendermos o que é o processo organizacional é essencial conhecer a sua composição e 
entender sua origem. As primeiras teorias da administração surgiram no final do século XIX e início do 
Século XX. 
Henry Fayol (da Teoria Clássica) foi pioneiro a tratar das funções administrativas e para este autor, elas 
eram cinco funções administrativas: Planejamento, Organização, Comando, Coordenação e Controle. 
Mais tarde outros autores da Teoria Neoclássica também fizeram algumas poucas variações e criaram 
o seu próprio processo organizacional sem entrar em um consenso. 
Porém, nos dias atuais, uma das definições mais utilizadas no processo administrativo é a do PODC, 
no qual compõem as quatro funções administrativas que são primordiais para um excelente resultado 
organizacional. 
Segundo Chiavenato14, “quando essas funções de integram, se forma o processo administrativo, 
entretanto quando consideradas isoladamente constituem apenas as funções administrativas”. 
 
Nota: Função é o conjunto de atividades de natureza homogênea que devem ser executadas pelos 
administradores para que a organização alcance os seus fins determinados. 
 
Essas funções (Planejar - Organizar - Dirigir - Controlar) devem ser coordenadas para que possa 
haver uma sequência na execução de cada uma delas, embora não haja uma regra e muitas vezes sejam 
executadas simultaneamente, pois traduzem uma interação dinâmica. Nota-se, entretanto, que há uma 
linha lógica de raciocínio a ser seguida e que quando determinada função não é bem executada, isso 
prejudica a função seguinte e interfere no ciclo como um todo. 
 
Ciclo Administrativo e as Funções Administrativas 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2003. 
 
Na figura acima, pode-se perceber que as funções administrativas são mais do que uma simples 
interação cíclica, pois uma função interage com outra, demonstrando a interdependência que possuem 
entre si. 
Pela figura somos capazes de identificar os objetivos que cada função possui. Fica evidente que se 
apenas uma for executada não trará o resultado esperado à gestão de uma organização, é necessário 
 
14 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7ª ed. rev. e atual. 
- Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
15 
 
que sejam respeitados o ciclo e a constante verificação se cada função está sendo cumprida de forma 
correta. Vejamos agora cada uma destas funções de forma detalhada. 
 
Planejamento 
 
O administrador é um profissional que necessita ter uma visão sistêmica para que consiga tomar 
decisões estratégicas com maior segurança e previsibilidade. É preciso que haja um planejamento de 
suas atividades no futuro, facilitando à empresa enxergar quais ações serão necessárias a fim de 
conseguir alcançar os objetivos propostos. Sendo assim, o planejamento está ligado às prospecções 
futuras de uma organização e ao alcance de uma melhor posição no mercado competitivo. 
 
O Planejamento envolve: 
- O processo onde se define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que 
sequência. 
- E estabelece-se objetivos, metas e planos apropriados para alcançá-los, incluindo a análise da 
situação atual, a previsão de eventos, a determinação das atividades em que a organização deverá 
se engajar, a escolha de estratégias corporativas e a alocação dos recursos necessários para atingir 
as metas. 
 
Objetivos: São alvos ou estados futuros a que se deseja chegar (mais genérico, sem tempo 
determinado e sem quantificação. Ex: Aumentar receita bruta de vendas); 
Metas: Representam a quantificação e especificação dos objetivos e têm prazos definidos. Ex: 
Aumentar receita bruta de vendas em 2% ao ano nos próximos 3 anos. 
Planos: Conjunto de ações para atingir as metas e objetivos. 
 
O planejamento busca comprometimento de toda equipe que está envolvida com essa função 
administrativa, bem como busca anteceder-se a situações de imprevistos. 
 
As funções de planejar envolvem: 
- Verificar como as coisas estão hoje; 
- Desenvolver premissas sobre condições futuras (cenários); 
- Definir objetivos e metas; 
- Identificar meios para alcançar as metas e objetivos; 
- Implementar os planos de ação necessários; 
- Definir um planejamento estratégico, um plano tático e um operacional. 
 
O planejamento possui uma divisão que ocorre entre as escalas de nível estratégico, tático e 
operacional. 
 
Segue a tabela dos 3 modelos de planejamento de acordo com os seus níveis: 
 
PLANEJAMENTO CONTEÚDO EXTENSÃO AMPLITUDE 
Estratégico 
Genérico 
Sintético 
Abrangente 
Longo Prazo – 
até 10 anos 
Aborda a empresa na totalidade. 
Presidência/Diretoria Executivo 
Tático 
Menos Genérico e 
mais detalhado 
Médio Prazo - 
anual 
Aborda cada unidade da empresa em 
separado. Diretor de departamento 
Operacional 
Detalhado 
Específico e 
analítico 
Curto Prazo – 
rotina diária 
Orientado apenas para cada tarefa da 
operação. Níveis operacionais – 
Supervisores 
 
Organização 
 
Esse termo pode ter diversos significados dependendo da frase ou tema em que é colocado. Neste 
caso, o sentido de organização que trataremos será o ato de organizar propriamente dito, de estruturar e 
integrar os recursos necessários à execução dos objetivos e metas traçados na função administrativa 
planejamento. 
Organização pode ser compreendida como o processo administrativo que visa à estruturação de uma 
entidade (empresa). Significa distribuir o trabalho, os recursos e a autoridade na empresa. 
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Para Chiavenato, “organizar consiste em determinar as atividades específicas e necessárias ao 
alcance dos objetivos planejados, de forma a agrupar as atividades em uma estrutura lógica 
(departamentalização); designar tais atividades às específicas posições e pessoas (cargos e tarefas)”. 
Ou seja, definir o que deve ser feito, por quem deve ser feito, como deve ser feito, a quem a 
pessoa deve reportar-se e o que é preciso para a realização da tarefa. Logo, organizar é o processo 
de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização de objetivos. 
São os meios utilizados para que as demais funções possam ser praticadas: estrutura dos órgãos de 
uma organização, a divisão interna do trabalho, a alocação dos recursos, a determinação sobre as 
pessoas que devem realizar determinada tarefa, a coordenação de esforços de maneira em geral. 
 
A função “Organizar” envolve: 
- Dividir o trabalho (cada pessoa exerce uma parte); 
- Agrupar as atividadesem uma estrutura lógica (integra o trabalho de todos); 
- Designar pessoas para sua execução; 
- Alocar recursos necessários para atingir objetivos. 
 
Organizar o negócio também significa coordenar: 
1. O espaço: 
Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu devido lugar. 
 
2. O tempo: 
Um tempo para cada tarefa e cada tarefa em seu devido tempo. 
A organização do tempo requer: 
- Uma agenda para controlar os compromissos; 
- Ter em mente as prioridades; 
- Pontualidade para executar tudo o que foi programado. 
 
3. O trabalho: 
A organização do trabalho, pode ser bem mais simples do que imaginamos. Uma boa ideia seria, fazer 
uma lista de todas as tarefas que se realizam na empresa, agrupando-as da maneira mais lógica. A 
sequência mais adequada é aquela que permite realizar as tarefas de forma eficiente e no menor tempo 
possível. 
Ou seja: 
- Listar as tarefas que se realizam na empresa e, agrupá-las por atividade; 
- Determinar quem são os responsáveis por cada tarefa. 
 
4. As pessoas: 
Para que haja uma boa organização no negócio, este deve possuir unidade de comando e unidade de 
direção. De modo que, na unidade de comando cada pessoa recebe atribuições e é orientada para ao fim 
de suas atividades, prestarem contas com seu supervisor. Na unidade de direção, todas as tarefas são 
designadas a um responsável permanente. 
 
5. Os recursos financeiros: 
Implica na distribuição correta dos recursos financeiros da empresa para obter a partir dos mesmos, o 
maior rendimento possível. 
 
Atenção: a função organização é diferente “das organizações”. “As organizações” trata-se do grupo 
de pessoas que interagem entre si para atingir um objetivo específico. Ex.: Você trabalha em “uma 
organização” de forma “organizada”. 
 
O processo organizacional tem como resultado a divisão de um todo em partes ordenadas. Assim, a 
organização é a função responsável por ordenar as atividades estipuladas nos planos previamente 
elaborados, é o momento no qual as tarefas serão fragmentadas por equipes ou departamentos para 
serem preparadas para a próxima função a ser executada, a Direção. 
 
Direção 
 
A direção está relacionada com o direcionamento que os objetivos traçados anteriormente terão para 
conseguir alcançar a execução e consequente sucesso. É a direção que proporcionará um norte aos 
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objetivos e planos, é responsável por interpretar o que foi definido na função do Planejamento e instruir 
as equipes sobre como colocar em prática, a fim de garantir que tudo seja executado conforme o 
planejado - sem perder o foco. 
Dirigir é gerenciar pessoas para cumprir os objetivos da empresa, estando também ligada ao 
relacionamento interpessoal. 
Segundo Chiavenato15, “como tempo é dinheiro, quando se trata de negócios, a má ou morosa 
interpretação dos planos pode provocar elevados custos. O bom administrador é aquele que pode explicar 
e comunicar as coisas às pessoas que precisam fazê-las bem e prontamente, orientando-as, sanando 
todas as dúvidas possíveis, além de impulsioná-las, liderá-las e motivá-las adequadamente”. 
O que Chiavenato explica é que a função de Direção não tem mero papel operacional; em outras 
palavras, não é simplesmente apontar a direção à uma equipe e dizer siga em frente, mas ser capaz de 
executar o papel de um verdadeiro líder, e esse papel não é único e exclusivo do gerente ou do 
executivo, do coordenador, mas de toda equipe, todos dentro do seu cargo e função podem ser líderes, 
todos podem contribuir para o direcionamento dos objetivos e atividades. 
Esta é a função da tomada de decisões, de liderança e intercomunicação com os subordinados. Sendo 
assim, esta função envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum. Metas 
traçadas, responsabilidades definidas, é preciso neste momento uma competência essencial, qual seja, 
a de influenciar pessoas de forma que os objetivos planejados sejam alcançados." Na gestão não basta 
apenas ser uma pessoa boa, é necessário que haja a busca constante de desafios, com a coragem de 
mobilizar-se, de assumir seu papel diante de seus pares, de seus colaboradores e de seus supervisores. 
Quando se fala em Dirigir ou Liderar é necessário que haja um certo conhecimento em gestão de 
pessoas, onde é preciso ser atencioso e cuidadoso, ser competente e reconhecer a competência alheia. 
 
Propósitos para essa Função 
- Guiar as atividades e responsabilidades; 
- Conduzir a equipe quando há dificuldades e dúvidas; 
- Desenvolver o foco na equipe, para que todos estejam alinhados ao mesmo objetivo; 
- Permitir uma comunicação transparente e eficaz; 
- Aumentar o nível da qualidade do trabalho, por meio da motivação; 
- Estimular a participação com sugestões, novas ideias e estratégias. 
- Entre outros. 
 
A função de dirigir está relacionada com a direção dos trabalhos executados, para que os objetivos da 
organização possam ser atingidos. Esta função é responsável por acionar e dinamizar a empresa para 
que ela possa funcionar adequadamente. 
 
Na função de direção, são três as principais atividades desempenhadas pelo administrador: 
- Comunicação; 
- Motivação (focado no comportamento individual; e 
- Liderança (focado no comportamento grupal). 
 
Níveis de Direção: 
- Presidentes, diretores, altos executivos: gerem a empresa como um todo (nível estratégico). 
- Gerentes e pessoal intermediário: gerem departamento específico (nível tático). 
- Supervisores e encarregados: gerem os grupos de pessoas e tarefas no nível operacional (nível 
operacional). 
 
Controle 
 
O controle, como a quarta função administrativa, depende do planejamento, da organização e da 
direção para formar o processo administrativo. A finalidade do controle é assegurar que os resultados do 
que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente 
estabelecidos. 
A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os 
objetivos ou resultados desejados. O controle consiste, fundamentalmente, em um processo que guia a 
atividade exercida para um fim previamente determinado. 
 
15 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. Provas e Concursos. 3ª edição – Barueri, SP: Manole, 2012. 
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Assim, o controle é a função administrativa que monitora e avalia as atividades e resultados alcançados 
para assegurar que o planejamento, a organização e a direção sejam bem-sucedidos. 
O controle é uma função administrativa que se distribui entre todos os níveis organizacionais, como 
indica o quadro abaixo: 
 
Os Três Níveis de Controle 
 
 
Quando falamos de controle, queremos dizer que o nível institucional efetua o controle estratégico, o 
nível intermediário faz os controles táticos, e o nível operacional, os controles operacionais, cada qual 
dentro de sua área de competência. Os três níveis se interligam e se entrelaçam intimamente. Contudo, 
o processo é exatamente o mesmo para todos os níveis: monitorar e avaliar incessantemente as 
atividades e operações da organização. 
 
Os administradores passam boa parte de seu tempo observando, revendo e avaliando o desempenho 
de pessoas, unidades organizacionais, máquinas e equipamentos, produtos e serviços, em todos os três 
níveis organizacionais. 
 
Tipos de Controle 
O processo de controle também pode ser classificado pela sua incidência no processo administrativo, 
nos quais são: 
Controle de pré-ação: aborda a análise dos recursos (financeiros, humanos e materiais) disponíveis 
para projetar se será possível implementar algo conforme o planejado. Os orçamentos financeiros são o 
tipo mais comum de controle preventivo ou controle pré-ação como é chamado por alguns autores. Os 
cronogramas são outro tipo de controle preventivo pelo fato das atividades preliminares exigirem um 
investimento de tempo. 
Controle de direção ou controleconcorrente ou controle de guia: ocorre durante a execução 
prevista por um planejamento e auxilia na execução, uma vez que permite ao administrador detectar 
desvios, corrigi-los implementando ações corretivas no transcorrer do processo. 
Controle de sim/não: é um tipo de controle capaz de interromper uma ação a fim de definir aquilo que 
será seguido, as condições para isso e os ajustes/procedimentos necessários. 
Controle pós-ação ou controle de feedback: ocorre após uma ação já ter sido executada, com o 
objetivo de verificar se o resultado foi alcançado e tem como objetivo gerar feedback (retroalimentação 
do sistema). Concentram-se no resultado final, em oposição aos insumos e atividades. 
Controle Interno: Controle interno é o autocontrole. É exercido por pessoas motivadas a tomar conta 
de seu próprio comportamento na função. 
Controle Externo: O controle externo amplia o processo de controle. Ele envolve supervisão ativa dia 
a dia. Quando os gerentes interagem e trabalham uns com os outros, frequentemente, descobrem coisas 
que precisam de correção, sugerindo ações para o seu aperfeiçoamento. 
 
 
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Os Controles Organizados 
Em geral, os controles organizados servem para: 
- Padronizar o desempenho, por meio de inspeções, pesquisas, supervisão, procedimentos escritos 
ou programas de produção. 
- Padronizar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela organização, mediante treinamento 
de pessoal, inspeções, verificações, controle estatístico de qualidade. 
- Proteger os bens organizados de abusos, desperdícios ou roubos por meio de exigência de registros 
inscritos, inspeções, levantamentos, procedimentos de auditoria e divisão de responsabilidades. 
- Limitar a quantidade de autoridade que está sendo exercida pelas várias posições ou níveis 
organizacionais, mediante descrição de cargos, diretrizes e políticas, regras e regulamentos. 
- Avaliar e dirigir o desempenho das pessoas, por meio de sistemas de avaliação do desempenho do 
pessoal, vigilância e registro, incluindo informações sobre índices, como produção por empregado, etc. 
- Prevenir para garantir o alcance dos objetivos organizacionais. 
 
O Processo de Controle 
O processo de controle apresenta quatro etapas ou fases: 
 
 
As Quatros Etapas do Processo de Controle 
 
1. Estabelecimentos de Objetivos ou Padrões 
O primeiro passo do processo de controle é estabelecer previamente os objetivos ou padrões que se 
deseja alcançar ou manter. Esses padrões servem de pontos de referência para o desempenho ou 
resultados de uma organização, unidade organizacional ou atividade individual. O padrão é um nível de 
atividade estabelecido para servir como modelo para a avaliação do desempenho organizacional. Os 
padrões funcionam como marcos que determinam se a atividade organizacional é adequada ou 
inadequada ou como normas que proporcionam a compreensão do que se deverá fazer. 
Os padrões definem o que deve ser medido em termos de quantidade, qualidade, tempo e custos 
dentro de uma organização e quais os instrumentos de medidas adequados. 
Existem vários tipos de padrões utilizados para avaliar e controlar os diferentes recursos da 
organização: 
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Os Tipos de Padrões 
 
2. Avaliação do Desempenho 
O principal objetivo da avaliação do desempenho é verificar se os resultados estão sendo conseguidos 
e quais as correções necessárias a serem feitas. A mensuração pode ser tanto um motivador como um 
ameaça às pessoas. O sistema de medição do desempenho deve atuar mais como um reforço do bom 
desempenho e não simplesmente como uma tentativa de correção do mau desempenho. 
 
3. Comparação do Desempenho com o Padrão 
A comparação pode levar em conta duas situações: 
- Resultados (quando a comparação entre o padrão e a variável é feita quando terminada a operação 
- é o controle sobre os fins) 
- Desempenho (quando a comparação entre o padrão e a variável é feita paralelamente à operação, 
ou seja, quando a comparação acompanha e monitora a execução da operação - é o controle sobre os 
meios). 
 
Toda atividade ocasiona algum tipo de variação. Assim, torna-se importante determinar os limites 
dentro dos quais essa variação pode ser aceita como normal. O controle procura separar o que é normal 
e o que é excepcional, para que a correção se concentre nas exceções. 
A comparação dos resultados ou do desempenho com os resultados ou desempenho planejado é 
geralmente feita através de meios de apresentação, como gráficos, relatórios, índices, porcentagens, 
medidas e estatísticas, etc. Veja, na figura, um exemplo gráfico desta comparação. 
 
4. Ação Corretiva 
A ação corretiva é a ação administrativa que visa manter o desempenho dentro do nível dos padrões 
estabelecidos. Ela tem como objetivo fazer com que cada ação seja feita exatamente de acordo com o 
preestabelecido. Esta ação é tomada a partir dos dados quantitativos gerados nas 3 fases anteriores do 
processo de controle. As decisões quanto às correções necessárias representam a conclusão do 
processo de controle. De forma resumida, após o levantamento, os passos são: 
- Determinar as variações que ocorrem, isto é, quais os resultados que estão muito acima ou muito 
abaixo dos padrões esperados. 
- Comunicar a informação às pessoas que produzem os resultados. 
- Utilizar a informação para reforçar o bom desempenho e corrigir o desempenho precário. 
 
Se os resultados excedem as expectativas, é altamente desejável comunicar o sucesso às pessoas e 
motivá-las a mantê-lo. Se os resultados não alcançam as expectativas, deve-se verificar o motivo, 
focalizando o problema em si e não atribuir culpa às pessoas. 
 
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Veja um resumo das funções administrativas no quadro a seguir: 
 
Funções administrativas 
PLANEJAMENTO 
Elaboração de Previsões 
Determinação de Objetivos 
Determinação de Procedimentos Cronogramas 
ORGANIZAÇÃO 
Departamentalização 
Delegação, Autoridade e Responsabilidade 
Divisão do Trabalho 
Estabelecimento de Relações 
DIREÇÃO 
Comunicação 
Motivação de Pessoal 
Liderança 
Desenvolvimento de Pessoal 
CONTROLE 
Definição de Padrões de Desempenho 
Medição de Resultados 
Avaliação de Resultados 
Correção de Desempenho 
 
Questões 
 
01. (DPE/MT - Assistente Administrativo - FGV) Em relação aos processos administrativos nas 
organizações, assinale a afirmativa incorreta. 
(A) Prever é traçar um programa de ação. 
(B) Organizar significa distribuir tarefas. 
(C) Comandar é distribuir/orientar pessoas. 
(D) Coordenar é harmonizar os esforços individuais. 
(E) Controlar é estimular iniciativas autônomas. 
 
02. (IF/SC - Técnico Administrativo - IF/SC) Assinale a alternativa que CORRESPONDE às principais 
Funções Administrativas que compõem a área da Administração. 
(A) Gestão de Pessoas, Controle, Planejamento e Produção. 
(B) Marketing, Planejamento, Controle e Produção. 
(C) Financeira, Marketing, Direção e Organização. 
(D) Planejamento, Gestão de Pessoas, Organização e Marketing. 
(E) Planejamento, Organização, Direção e Controle. 
 
03. (UFMT - Analista Administrativo - INSTITUTO AOCP) O processo administrativo pode ser 
visualizado como um sistema aberto, no qual as funções administrativas são elementos interdependentes 
e interativos, com influências recíprocas acentuadas. Assinale a alternativa que mostra o papel da função 
direção como processo no nível intermediário de atuação da organização. 
(A) Determinação de objetivos e colocação de recursos. 
(B) Políticas e diretrizes de direção e condução do pessoal. 
(C) Desenho da estrutura organizacional com definição de rotinas e procedimentos. 
(D) Chefia, supervisão, motivação do pessoal e avaliação de desempenho departamental. 
(E) Gerência e aplicação de recursos com vistas à ação empresarial e à liderança. 
 
04. (Petrobras- Enfermeiro (a) do Trabalho - CESGRANRIO) No processo administrativo, são 
funções do controle: 
(A) o controle pré-ação, o controle concorrente e o controle por feedback 
(B) o controle gráfico, o controle documental e o controle por relatórios 
(C) o controle da qualidade, o controle da quantidade e o controle dos custos 
(D) o controle formativo, o controle somativo e o controle avaliativo 
(E) o autocontrole, a auditoria interna e a auditoria de resultados 
 
05. (INSTITUTO AOC - Analista Administrativo - UFGD) Assinale a alternativa que apresenta uma 
definição de processo administrativo. 
(A) É o processo de planejar, implementar, controlar e avaliar estratégias. 
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(B) É o processo de prever os objetivos pretendidos. 
(C) É o processo de tomar decisões sobre a utilização de recursos para realizar objetivos. 
(D) É o processo que possibilita o uso racional dos recursos disponíveis. 
(E) É o processo que integra o conjunto de funções-chave da administração. 
 
06. (CEPERJ - Técnico de Nível Superior - FSC) No processo administrativo, a atividade de controle 
apresenta como primeira etapa: 
(A) a avaliação do desempenho atual 
(B) a elaboração de indicadores 
(C) o estabelecimento de objetivos e padrões de desempenho 
(D) a tomada de ações corretivas 
(E) a comparação do desempenho atual com a execução 
 
07. (Colégio Pedro II - Técnico de Nível Superior - INSTITUTO AOCP) O processo administrativo é 
formado por funções básicas da Administração. Quais são elas? 
(A) Planejamento e direção 
(B) Controle e direção. 
(C) Planejamento, organização e trabalho. 
(D) Planejamento, organização, controle e direção. 
(E) Controle e direção do trabalho. 
 
08. (ANVISA - Técnico Administrativo - CETRO) Em relação aos conceitos apresentados abaixo, 
assinale a alternativa incorreta. 
(A) O planejamento consiste em uma tomada de decisão antecipada e reflete sobre o que deverá ser 
feito, ou seja, do ponto de vista formal, planejar consiste em simular o futuro desejado e, de forma racional, 
estabelecer antecipadamente os cursos de ação necessários e as ferramentas adequadas para atingir os 
objetivos. Com ele se define onde se pretende chegar, o que deverá ser feito, de que maneira, em que 
sequência e produzir de forma estruturada o plano (produto do planejamento). 
(B) A Organização se refere à alocação, distribuição e arrumação dos recursos trazidos de fora da 
organização para dentro. Considerando que nem toda organização tem disponível todos os recursos que 
precisa para atingir seus objetivos, surge, então, a necessidade de trazer estes recursos para dentro da 
estrutura. Exemplo: quando uma organização está comprando equipamentos, computadores, contratando 
pessoas, fazendo concurso público ela está na fase da organização. 
(C) O Controle tem como função manter o bom desempenho dos recursos (pessoas e equipamentos) 
ou valores de uma variável dentro de limites pré-estabelecidos. Esta função exige a medição da produção 
comparada a padrões de desempenho previamente definidos e exige limites admissíveis de variação de 
desempenho, tomando ações corretivas, quando necessárias. 
(D) A Direção tem como função dinamizar o processo de trabalho através da ativação das pessoas por 
meios chamados de meios de direção que são 6 (seis): Ordem/ Instrução, Comunicação, Motivação, 
Coordenação, Negociação e Liderança. 
(E) O Processo Administrativo é um processo formado por 4 (quatro) funções básicas da 
administração, sendo estas: Planejamento, Organização, Controle e Direção. 
 
09. (DPE/PR - Técnico em Administração - PUC/PR) O departamento fiscal da empresa Gama tem 
apresentado constantemente situações como: pagamento de tributos em atraso por conta do não 
lançamento de notas fiscais dentro dos prazos previstos pela legislação. Quando questionados, 
funcionários apontam que não são os responsáveis pelos problemas. De maneira geral os funcionários 
da área afirmam que “não são atribuições de seus cargos”. Como consequência várias atividades 
importantes do departamento fiscal ficam sob responsabilidade indefinida. 
 
Os problemas do departamento fiscal da Gama estão relacionados: 
(A) O planejamento. 
(B) À organização. 
(C) O relacionamento interpessoal. 
(D) A gestão da informação. 
(E) O controle. 
 
10. (SEPLAG/MG - Gestão Pública - FUNCAB) A função administrativa que se refere ao 
relacionamento interpessoal do administrador com seus subordinados é conhecida como: 
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23 
 
(A) direção. 
(B) controle 
(C) planejamento 
(D) organização 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.E / 03.E / 04.A / 05.E / 06.C / 07.D / 08.D / 09.B / 10.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Controlar não é estimular iniciativas autônomas, e sim assegurar que os resultados do que foi 
planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetos previamente estabelecidos. 
A essência do controle consiste em verificar se a atividade controlada está ou não alcançando os objetivos 
ou resultados desejados. 
 
02. Resposta: E 
Conforme a teoria apresentada, as funções fundamentais da administração são: Planejamento, 
Organização, Direção e Controle. 
 
03. Resposta: E 
No nível institucional, denomina-se direção; no nível intermediário é chamada de gerência; no nível 
operacional recebe o nome de supervisão de primeira linha. Assim, quando falamos de direção, queremos 
dizer que no nível institucional o presidente e os diretores dirigem pessoas, no nível intermediário os 
gerentes dirigem pessoas e no nível operacional os supervisores dirigem pessoas. Cada qual dentro de 
sua área de competência. Contudo, o processo é exatamente o mesmo para todos: lidar com as pessoas 
subordinadas através da comunicação, liderança e motivação. 
 
04. Resposta: A 
A questão abordou o processo de controle classificado pela sua incidência no processo administrativo: 
Controle pré-ação: aborda a análise dos recursos (financeiros, humanos e materiais) disponíveis para 
projetar se será possível implementar algo conforme o planejado. Os orçamentos financeiros são o tipo 
mais comum de controle preventivo ou controle pré-ação como é chamado por alguns autores. Os 
cronogramas são outro tipo de controle preventivo. (Este é o primeiro controle citado na assertiva correta) 
Controle de direção ou controle concorrente ou controle de guia: tal controle ocorre durante a 
execução prevista por um planejamento e auxilia na execução, uma vez que pode detectar desvios e 
corrigi-los ainda dentro do processo. Isto é, permite ao administrador implementar ações corretivas no 
transcorrer do processo. (Este é o segundo citado, observe que controle de direção e controle concorrente 
tratam-se do mesmo tipo de controle) 
Controle pós-ação ou controle de feedback: ocorre após uma ação já ter sido executada, com o 
objetivo de verificar se o resultado foi alcançado e tem como objetivo gerar feedback (retroalimentação 
do sistema). Concentram-se no resultado final, em oposição aos insumos e atividades. (Este é o terceiro 
controle mencionado, o qual também pode ser chamado de controle de feedback). 
 
05. Resposta: E 
Segundo Chiavenato, “quando essas funções são consideradas em um todo integrado formam o 
processo administrativo, entretanto quando consideradas isoladamente constituem apenas funções 
administrativas”. 
 
06. Resposta: C 
O primeiro passo do processo de controle é estabelecer previamente os objetivos ou padrões que se 
deseja alcançar ou manter. Os objetivos - como já vimos anteriormente - servem de pontos de referência 
para o desempenho ou resultados de uma organização, unidade organizacional ou atividade individual. 
O padrão é um nível de atividade estabelecido para servir como um modelo para a avaliação do 
desempenho organizacional. Um padrão significa um nível de realização ou de desempenho que se 
pretende tomar como referência. 
 
 
Apostila gerada especialmentepara: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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07. Resposta: D 
O Processo Administrativo é composto por quatro funções administrativas que são primordiais para 
um excelente resultado organizacional: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. 
 
08. Resposta: D 
Veja que a função de dirigir está relacionada com a direção dos trabalhos executados, para que os 
objetivos da organização possam ser atingidos. Tal função é responsável por acionar e dinamizar a 
empresa para que ela possa funcionar adequadamente. Na função de direção, são três as principais 
atividades desempenhadas pelo administrador: Comunicação; Motivação e Liderança. O item D está 
errado pois Ordem/ Instrução e Negociação estão na função de organizar. 
 
09. Resposta: B 
A organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos 
de sua administração e estabelecer suas atribuições e as relações entre eles. É o processo de arranjar e 
alocar o trabalho, estabelecer a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização para 
que eles possam alcançar os objetivos organizacionais. “Para executar os planos, é necessário organizar 
os recursos. Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite 
a realização de objetivos. O processo de organizar tem como resultado o ordenamento das partes de um 
todo, ou a divisão de um todo em partes ordenadas, segundo algum critério ou princípio de classificação. 
” (MAXIMIANO, p. 83, 2010). A função administrativa de organização é a que especifica responsabilidades 
por tarefas em unidades de trabalho. A definição de autoridade, responsabilidade e divisão do trabalho 
para o grupo de funcionários da empresa Gama deve ser definida de forma lógica, de modo a viabilizar 
um fluxo contínuo do trabalho, evitando confusões e problemas como as descritas na questão. 
 
10. Resposta: A 
Para Chiavenato (2009) - Direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento 
interpessoal do administrador com os seus subordinados. Para que o planejamento e organização 
possam ser eficazes, eles precisam ser complementados pela orientação e apoio às pessoas, através de 
uma adequada comunicação, liderança e motivação. Para dirigir as pessoas, o administrador precisa 
saber comunicar, liderar e motivar. A direção está relacionada diretamente com a atuação sobre as 
pessoas da organização. Por essa razão, constitui uma das mais complexas funções da administração. 
Alguns autores preferem substituir a palavra direção por liderança ou influenciação. 
 
 
 
Estruturas Organizacionais 
 
Estrutura organizacional é a forma como a empresa se organiza internamente, como articula suas 
atividades e seus negócios, em outras palavras, é a dinâmica de uma empresa no mercado, como ela 
desenvolve suas capacidades para melhor atender o público interno (colaboradores) e externo (clientes, 
fornecedores, acionistas, investidores, etc.), ou seja, ela é o conjunto ordenado de responsabilidades, 
autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. 
Segundo Stoner16, a estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades de uma organização 
são divididas, organizadas e coordenadas. 
É preciso enfatizar que a estrutura organizacional precisa ser flexível para se ajustar conforme as 
modificações e exigências do ambiente externo, de forma que a empresa possa suprir suas necessidades 
e alcançar certa competitividade. 
Não é algo estático, está irá se moldar conforme as necessidades da empresa, está sujeita às 
variações controláveis e incontroláveis do universo. Uma empresa precisa estar atenta ao que acontece 
à sua volta para que assim seja possível manter sua atuação no mercado com sucesso. 
Lembrando que uma empresa que não acompanha as tendências e variações do mercado, 
consequentemente sofrerá perdas e prejuízos. 
Existem alguns tipos de estruturas que podem colaborar com todas as questões de complexidade, 
especialização, tamanho da organização, grau de incerteza e relações de funções. 
 
16 STONER, James & FREMAN, Edward. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1992. 
1.4. Critérios de departamentalização 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
25 
 
Vale ressaltar que toda empresa possui dois tipos de estrutura organizacional, a estrutura formal e a 
informal, que se desdobram em estrutura mecânica (associada à estrutura formal) e estrutura 
orgânica (associada à estrutura informal). 
 
Estrutura Formal 
 
Dá-se o nome de organização formal à estrutura de relações profissionais entre pessoas, planejada 
no sentido de facilitar a realização dos objetivos globais da organização. A organização formal é a 
organização oficialmente adotada e é geralmente caracterizada pelo organograma e pelos manuais de 
organização. Os principais aspectos apresentados pela organização formal são: 
- Os departamentos e divisão de tarefas; 
- Cargos (como de diretores, gerentes, supervisores, operários, etc.); 
- A hierarquia de autoridade (como autoridade e responsabilidade previamente definidas); 
- Os objetivos e planos definidos para alcançá-los adequadamente; 
- A tecnologia e instrumentos da organização, que constituem o modo de realizar o trabalho dentro da 
organização. 
 
Entre as características da organização formal, temos que ela é: 
- Deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos pelo seu organograma; 
- Reconhecida juridicamente de fato e de direito; 
- Estruturada e organizada; 
- Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades; 
- Estável; 
- Está sujeita a controle da direção; 
- Possui líder formal. 
 
Estrutura Mecânica 
É um tipo de estrutura onde as empresas se organizam por especialidades ou o que também podemos 
chamar de habilidades. A hierarquia é bastante evidente e exerce influência sobre o processo de tomada 
de decisão, portanto a centralização torna-se um elemento respeitado. 
A estrutura mecânica é norteada por muitas regras, normas e controles, fazendo com que a cultura 
organizacional seja focada no cumprimento de burocracias. Esta estrutura pode ser considerada como 
conservadora e centralizadora. 
A visão do gestor frente ao seu funcionário é restrita e totalmente operacional, para o gestor o 
funcionário apenas faz o papel de execução. A variabilidade humana é vista como fontes de ineficiências 
e inconsistências. 
 
Quanto às características e condições mecanicistas: hierarquia clara e objetiva; definições claras 
de cargos e funções; estabelecimento de regras e normas de conduta; divisão de tarefas; poder de 
autoridade do superior imediato; cumprimento de burocracias; gestão mais autocrática; atividades 
objetivas e recompensas monetárias. 
 
Estrutura Informal 
 
Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente e 
voluntariamente quando as pessoas se reúnem. 
- Representa as relações que não estão formalmente estruturadas em um organograma17 por exemplo. 
- É composta por relações não documentadas e não estruturadas entre os indivíduos, uma vez que 
surgem na informalidade e, portanto, não são reconhecidas pela hierarquia da organização; 
 
Do ponto de vista de administradores, a estrutura informal é um empecilho que regularmente oferece 
resistência às ordens formais, as altera ou ainda as cumpre por um procedimento diferente do desejado. 
Independentemente de ser útil ou prejudicial, a estrutura informal não poder ser extinta, por ser “Não-
Oficial”, instável, menos sujeita ao controle da direção, e por existir em todos os níveis. 
Outras características que podemos citar é que: 
 
17 Organograma é espécie de diagrama ou figura que é usada para representar as relações hierárquicas dentro de uma organização, ou simplesmente a 
distribuição dos setores, unidades funcionais e cargos, organização das filiais a comunicação entre os colaboradores. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-4726 
 
Estão nas pessoas: a informalidade surge da interação entre diferentes pessoas que convivem em 
um mesmo ambiente e que trocam informações, ideias, experiências e vivências e desta forma consegue 
identificar características em comum e que trazem maior aproximação/familiaridade entre os indivíduos. 
Sempre existirão: as relações informais sempre existirão dentro de uma empresa, pois por mais que 
se defina cargos e funções, tarefas, processos, fluxos, regras e normas, as pessoas sempre 
compartilharão de momentos em que terão maior abertura para uma discussão mais pessoal e menos 
profissional. Dessa forma as pessoas que compõem uma empresa podem estabelecer um contato mais 
solto, mais íntimo e dessa forma desenvolverem uma permanência do ambiente informal. 
A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal: a estrutura horizontal flui de maneira mais 
flexível, uma vez que não há uma estrutura hierárquica (de cargos e funções) rígida a ser cumprida. As 
pessoas possuem autonomia e flexibilidade para o processo de tomada de decisão, sendo assim a 
resolução de problemas. 
 
Estrutura Orgânica 
É um tipo de estrutura onde o trabalho ou as atividades são divididas em equipes, no qual a divisão 
das tarefas é realizada de maneira democrática, não há o recebimento constante de ordens, pois os 
funcionários são estimulados a terem maior responsabilidade e autonomia. 
A variabilidade humana é vista como um estímulo para o processo de tomada de decisão. Os 
funcionários possuem mais autoconfiança para darem ideias, opiniões, e sugestões de melhorias. Essa 
gestão mais democrática é um grande incentivo para otimização de tempo, redução de desperdícios e 
perdas e maior agilidade na resolução de problemas. 
Não há uma rigidez no cumprimento de normas e regras, justamente para que a gestão seja conduzida 
por um comportamento mais democrático, liberal e flexível, de forma a instigar a presença de novas ideias 
e novas atitudes. Esta organização tem constante presença do espírito de equipe e cooperação, e por 
isso, todos participam de maneira sistêmica tornando o ambiente muito mais dinâmico. 
 
Quanto às características e condições orgânicas: gestão participativa (empowerment), ou seja, 
oportunidades de todos opinarem, de darem ideias; tarefas divisíveis; empregados motivados; sistemas 
subjetivos de recompensas; tarefas e metas vagas; trabalho em equipe; maior responsabilidade e 
autonomia no processo de tomada de decisão; otimização de processos e atividades. 
 
Diferenças entre a Estrutura Mecânica e a Estrutura Orgânica 
 
Fatores Estrutura Mecânica Estrutura Orgânica 
Divisão do Trabalho 
Forte divisão do trabalho, tarefas 
específicas. 
Nem sempre há divisão do trabalho. 
Especialização 
A divisão do trabalho e as especificidades 
das atividades favorecem a especialização 
dos cargos. 
Cargos generalistas, vários indivíduos 
participam da execução das tarefas. 
Padronização 
Elevada padronização das atividades e 
processos. 
Baixa padronização, atividades 
inovadoras e diferenciadas. 
Centralização e 
Processo Decisório 
Alto grau de centralização, a tomada de 
decisão se dá na alta direção. 
Descentralização, decisão e 
responsabilidade compartilhada. 
Igualdade 
Organizacional 
Organização burocrática e conservadora, 
com grandes níveis hierárquicos. 
Organização flexível, proativa, 
inovadora, com poucos níveis 
hierárquicos. 
 
Observação: a distinção entre a organização formal e a informal é que, enquanto a primeira é uma 
organização planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da 
organização. 
 
Formas de Organizar a Estrutura 
 
Podemos definir três tipos tradicionais de organização: 
- Organização e/ou Estrutura Linear; 
- Organização e/ou Estrutura Funcional; 
- Organização e/ou Estrutura Linha-Staff 
 
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27 
 
Estrutura Linear, Militar, Tipo Linha ou Centralizada 
Características: 
- Chefia - fonte exclusiva de autoridade; 
- As ordens seguem a via hierárquica; 
- Cada empregado recebe ordens e se reporta exclusivamente com um chefe imediato a ele; 
- As comunicações entre órgãos são efetuadas exclusivamente através das linhas no organograma; 
- As decisões são centralizadas na cúpula da organização. 
 
 
Organograma de Estrutura Departamental Linear 
 
Vantagens Desvantagens 
Clara definição das responsabilidades dos 
órgãos; 
A chefia centraliza as decisões – comando único e direto, 
exagerando a função de chefia; 
Estrutura simples e de fácil compreensão As equipes são preparadas para seguir ordens, não para inovar; 
Estabilidade e tipo de organização para 
pequenas empresas 
Lentidão (congestionamento) na comunicação; especialmente à 
medida que a empresa cresce; 
Fácil implantação. Pouca especialização dos líderes nas funções da organização. 
 
Estrutura Funcional 
Características 
- Agrupa pessoas que exercem funções em uma determinada área na organização; 
- Especialização das funções; 
- Os membros do quadro respondem unicamente ao superior do seu departamento, pelo que procura 
uma linha direta de comunicação entre os níveis inferiores e superiores; 
- Facilita a coordenação dentro da função; 
- A estrutura funcional é adequada para pequenas e médias empresas; 
- Quando há muito crescimento da empresa, torna-se ineficaz a comunicação e o controle 
organizacional, e torna a manutenção das diversas áreas muito dispendiosa; 
- Indicada para empresas estáveis. 
 
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28 
 
 
Organograma de Estrutura Departamental Funcional 
 
Vantagens Desvantagens 
Maior especialização dos funcionários (sabem mais 
sobre suas respectivas áreas); 
Dificulta a interdisciplinaridade das funções; 
Aumenta o relacionamento entre empregados dentro de 
um mesmo setor; 
Diminui a visão global da empresa; 
Autoridade baseada no conhecimento (e não na pura e 
simples hierarquia). 
Dificulta a tomada de decisão; 
Líderes têm menos poder hierárquico, o que leva à 
perda de autoridade. 
 
Estrutura Linha-Staff 
Características 
- Fusão das estruturas (funcional e da linear). Cada órgão se reporta a apenas um órgão superior, 
porém também recebe assessoria e serviços especializados de diversos órgãos de staff; 
- Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio (assessores) - órgãos 
especializados aconselham os chefes de linha; 
- No entanto, haja duas fontes de autoridade, apenas a dos chefes das unidades de linha se projeta 
diretamente sobre cada empregado. 
 
Organograma de Estrutura Departamental tipo Linha-Staff 
 
Vantagens Desvantagens 
Mistura a estrutura funcional (mantendo a especialização) com a 
linear (mantendo a autoridade). Traz as vantagens desses dois tipos 
de estrutura; 
Pode haver conflitos entre a área 
especializada (staff) e os executores 
(linha); 
Atividade conjunta entre linha e staff. 
Altos custos de se manter uma 
assessoria dentro da empresa; 
Pouca especialização de quem 
realmente toma as decisões (linha). 
 
 
 
 
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29 
 
Departamentalização 
 
A departamentalização é uma forma de sistematização da estrutura organizacional que visa agrupar 
atividades que possuem uma mesma linha de ação com o objetivo de melhorar a eficiência operacional 
da empresa. Dessa forma, a empresa consegue juntar recursos, unidades e pessoas que tenham esse 
ponto em comum. 
Até aqui foram visualizadas as formas de departamentalização por meio das estruturas organizacionais 
mais tradicionais. Porém, existem outras formas, uma vez que os departamentos são as unidades de 
trabalho responsáveis por uma função ou por um conjunto de funções. É um meio de se obter 
homogeneidade de tarefas em cada órgão, escolher homogeneidade das atividades, agrupando os 
componentes da organização em departamentos e divisões. 
Entre outros tipos de departamentalizaçãopodemos citar as 6 seguintes: 
 
1. Estrutura por Produtos ou Serviços 
Esse tipo de estrutura é utilizado quando o agrupamento de atividades é baseado nos produtos ou 
serviços que a empresa oferta. Todas as atividades requeridas para suprir um produto ou serviço, mesmo 
não sendo atividades similares devem estar agrupadas em um mesmo departamento, pois o foco deve 
estar totalmente voltado a suprir as necessidades que o produto requer. 
Facilita em muito o emprego de tecnologia, dos maquinários e equipamentos, do conhecimento, da 
mão de obra, de modo que todos os esforços ficam concentrados para aumentar a eficiência dos produtos 
que manuseia. 
Há empresas que lidam somente com serviços, portanto, essa estrutura é denominada como estrutura 
por serviços, a única diferença é que o agrupamento das atividades tem o foco voltado para os serviços 
ao invés dos produtos. É o caso dos hospitais, que possuem divisão de departamentos conforme suas 
principais atividades oferecidas aos pacientes, tais como: 
- Cirurgia; 
- Radiologia; 
- Pediatria; 
- Quimioterapia; 
- Fisioterapia; 
- Entre outros. 
 
A estrutura por produtos separa a estrutura organizacional da empresa por unidades na base de 
produtos. Observe a figura que exemplifica a estrutura por produtos. 
 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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30 
 
Vantagens Desvantagens 
Estimula a responsabilidade dos colaboradores para 
um produto ou linha de produtos específicos; 
Aumento dos custos operacionais, uma vez que exige 
um número maior de chefias ou coordenadores, já que 
as áreas são divididas por produtos, portanto necessita 
de uma coordenação mais efetiva; 
Maior especialização e domínio sobre as 
especificidades dos produtos que trabalha; 
Não é recomendado para empresas que lidam com 
poucos produtos no mercado, pois acarretaria em 
custos operacionais elevados; 
Facilita o processo de comunicação, pois os 
profissionais possuem os mesmos objetivos, com foco 
voltado para o produto; 
Como lida com um mercado de instabilidades, 
ocasiona certa insegurança frente aos colaboradores, 
que receiam em situações de alta instabilidade 
externa, serem demitidos ou mesmo terem uma 
desvalorização na carreira profissional; 
Contribui para o melhoramento do produto, os 
profissionais especializados podem trocar ideias, 
sugestões, possíveis mudanças com maior agilidade 
e credibilidade; 
É necessário maior coordenação por conta da 
especialização, fazendo com que a empresa tenha 
com isso maiores encargos salariais; 
Recomendada para empresas que lidam com fatores 
externos incontroláveis, situações de imprevisibilidade 
e mutação, pois os esforços já estão voltados para o 
constante aperfeiçoamento de melhorias e mudanças 
no produto. 
É necessário também investir em estrutura, pois a 
empresa deve investir na especialização dos 
profissionais para conseguir obter melhor desempenho 
do produto/serviço. 
O foco voltado para o produto pode trazer maior 
satisfação por parte dos clientes. 
 
2. Estrutura por Localização Geográfica 
É também chamado de Estrutura Territorial, esse tipo de organização é mais indicado quando o 
agrupamento de atividades é de acordo com a localização do trabalho onde será desempenhada uma 
área de mercado da empresa. 
A ideia implícita nessa estratégia é que, onde os mercados estão dispersos, a eficiência pode ser 
melhorada, desde que todas as atividades estejam agrupadas em uma mesma região, ou local. 
Segundo Chiavenato18, “a estrutura por base territorial é geralmente utilizada por empresas que 
cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados são extensos. É especialmente atrativa para 
empresas de larga escala e cujas atividades são geograficamente dispersas”. 
Essa estratégia é bastante utilizada por empresas multinacionais para operar suas atividades fora do 
país de origem, como uma forma de facilitar as barreiras alfandegárias, impostos e também 
estrategicamente melhor para os clientes. 
 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 8 – ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
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31 
 
Vantagens Desvantagens 
Permite maior visibilidade por região quanto aos 
resultados, sejam custos, gastos, rentabilidade, 
etc.; 
O enfoque territorial pode ofuscar o enfoque nos aspectos 
de planejamento, execução ou controle da organização 
como um todo; 
Quando o ambiente externo exige da empresa 
um posicionamento mais estratégico por parte 
de suas atividades locais esse tipo de estrutura 
torna-se substancial; 
 
Cada gestor que coordena os departamentos tomará 
decisões baseadas na realidade regional, neste caso a 
organização está mais voltada para os aspectos regionais 
do que para os aspectos internos da empresa; 
Os profissionais podem aproveitar o 
desenvolvimento e economia local ou regional 
para investir em novos produtos ou serviços e 
investir cada vez mais na região; 
Se não for bem estudada, essa estratégia pode tornar-se 
um grande prejuízo para a empresa. Há muitos casos que a 
empresa precisou retornar suas atividades descentralizadas 
para matriz, por falta de rentabilidade. 
É mais indicada para empresas de varejo; 
Permite reduzir alguns custos como impostos, 
taxas, pedágios, etc. 
Permite localizar-se mais próximo do cliente, 
facilitando o cumprimento de prazos e entregas. 
 
3. Estrutura por Clientes 
Acontece quando o agrupamento de atividades é dividido conforme o segmento de clientes, de acordo 
com o perfil de clientes que são atendidos. Devem ser levadas em consideração questões como as 
necessidades, preferências, exigências e desejos dos clientes. Isso precisa ser uma preocupação 
constante para que essa estratégia de departamento consiga resultar em sucesso. 
É uma forma de parceria entre o cliente e a empresa fornecedora, pois ambos possuem benefícios, 
uma vez que o cliente terá prioridade frente à empresa, pois terá profissionais especializados em cuidar 
somente de suas necessidades específicas, portanto oferecendo maior responsabilidade, melhores 
condições de pagamento e prazos e cumprimento de prazos e entregas. Bem como a empresa 
fornecedora poderá ter maior segurança nas vendas de seus produtos para o cliente, pois sabe que a 
relação estabelecida é de longo prazo, ou seja, de credibilidade e confiança. 
Esse tipo de estrutura é focada nos clientes, claro que a empresa precisa realizar um estudo muito 
preciso e detalhado sobre os principais clientes no que diz respeito à rentabilidade. Uma empresa não 
pode apostar sua organização, sua funcionalidade em detrimento de um cliente que não lhe proporciona 
retornos, principalmente financeiros. É preciso uma relação ganha-ganha entre empresa e cliente. 
Vejamos um exemplo: 
 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 
 
Vantagens Desvantagens 
Quando a satisfação do cliente é o ponto mais 
importante da organização; 
Dependência da demanda de clientes; 
Quando a empresa depende substancialmente do 
faturamento advindo de um cliente específico; 
O foco fica totalmente voltado aos clientes, podendo 
ocasionar uma perda significativa do foco em outros 
objetivos organizacionais que também são importantes; 
Quando o negócio depende de diferentes tamanhos 
ou características de produtos ou serviços que 
variam conforme o tipo ou o tamanho do cliente. 
Se caso a economia local não apresentar significativo 
crescimento pode interferir direta ou indiretamente nos 
negócios. 
 
 
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4. Estrutura por Processos (ou Processamento) 
Acontece quando o agrupamento das atividades está centralizado nos processos de produção e 
equipamento. É encontrada com mais frequência em produção, por exemplo: as atividades de uma fábrica 
podem ser agrupadas em perfuração,esmerilamento, soldagem, montagem e acabamento, cada uma de 
acordo com os departamentos. Segue abaixo um exemplo: 
 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 
 
Vantagens Desvantagens 
Maior especialização de recursos alocados; 
Possibilidade de perda da visão global do 
andamento do processo; 
Possibilidade de comunicação mais rápida de informações 
técnicas; Flexibilidade restrita para ajustes no 
processo. Visão especializada do processo, sendo possível ter mais 
habilidades dentro de um processo específico. 
 
5. Estrutura por Projetos 
Os profissionais trabalham em função de um ou mais projetos, de forma que recebem atribuições 
temporárias levando em consideração que o projeto tenha data de início e término. 
Terminado o projeto as pessoas são deslocadas para outras atividades. Por exemplo: uma firma 
contábil poderia designar um sócio (como administrador de projeto), um contador sênior, e três contadores 
juniores para uma auditoria que está sendo feita para um cliente. Uma empresa manufatureira, um 
especialista em produção, um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indicados para, sob a 
chefia de um administrador de projeto, completar o projeto de controle de poluição. 
Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria designado para chefiar a equipe, com 
plena autoridade sobre seus membros para a atividade específica do projeto. Vejamos um exemplo: 
 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 
 
 
 
 
 
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33 
 
Vantagens Desvantagens 
Permitem comunicação aberta e coordenação de 
atividades entre os especialistas funcionais relevantes; 
Pode haver choques resultantes das prioridades; 
Capacita a organização a responder rapidamente à 
mudança; Pode haver perda de controle e coordenação se a 
empresa tiver muitos projetos em funcionamento. São abordagens orientadas para a tecnologia, portanto 
contribuem para o melhor desempenho. 
 
6. Estrutura por Matriz (ou Matricial) 
A departamentalização de matriz é semelhante à de projeto, com uma exceção principal. No caso da 
Departamentalização de matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha sobre os membros 
da equipe. Em lugar disso, a organização do administrador de projeto é sobreposta aos vários 
departamentos funcionais, dando a impressão de uma matriz. 
A organização de matriz proporciona uma hierarquia que responde rapidamente às mudanças em 
tecnologia. Por isso, é tipicamente encontrada em organização de orientação técnica, como a Boeing, 
General Dynamics, NASA e GE onde os cientistas, engenheiros, ou especialistas técnicos trabalham em 
projetos/programas sofisticados. Também usada por empresas com projetos de construção complexos. 
 
Características 
- É uma excelente alternativa principalmente para as organizações que desenvolvem projetos. 
- Multidimensional, por se utilizar de características de estruturas permanentes, por função e por 
projeto. 
- É permanente, sendo temporário apenas os grupos de cada projeto. 
- Proporciona à empresa condição de flexibilidade e de funcionalidade adequada para atender às 
mudanças ambientais. 
- Combina a estrutura hierárquica, vertical, tradicional, com uma estrutura superposta horizontal de 
coordenadores de projetos. A estrutura matricial é uma solução mista em que normalmente se combinam 
a estrutura com base em função e projetos. 
 
 
 
Vantagens Desvantagens 
Maior estabilidade tanto para a empresa, 
como para os funcionários; 
Insegurança das pessoas, desde que a empresa tenha grande 
crescimento e consequente aumento da complexidade; 
Maior segurança na execução das tarefas 
e no relacionamento de pessoas; 
A comunicação deficiente, isso porque as decisões são 
normalmente centralizadas nos níveis mais elevados da empresa; 
Possibilidade de maior aprimoramento 
técnico de sua equipe de trabalho; 
Preocupação estritamente voltada para uma área deixando de 
lado outras partes; 
Melhor atendimento ao cliente e 
cumprimento dos prazos; Possibilidade de conflitos entre os diversos comandos, obrigando 
a uma permanente comunicação com os gestores de topo. 
Facilidade na coordenação dos resultados. 
 
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7. Estrutura Virtual 
Podemos imaginar uma organização sem estrutura ou espaço físico, com poucos, muitos ou nenhum 
empregado. Dependendo do grau de virtualidade esse tipo de estrutura pode existir nessas condições, 
fazendo negócios, estabelecendo parcerias, vendendo e criando necessidades a seus clientes, 
disponibilizando bens e produtos e tendo por base pessoas, tecnologias da informação e processo, 
independente do lugar do planeta que possa estar. 
A organização virtual é a possibilidade que o mundo dos negócios encontrou para cortar radicalmente 
os custos fixos e trabalhar com custos variáveis que são apropriados a cada caso. E seu ciclo de atuação 
se constitui em um grande processo. 
Portanto, as organizações virtuais são organizações que funcionam em rede, sem via de regra, recurso 
a estrutura física. Pode ser considerada como um acontecimento temporal, em alguns casos, e não pode 
se confundir com estrutura orientada a projeto. As novas tecnologias da informação possibilitam o 
surgimento desse tipo de estrutura. A ideia da virtualidade pode chegar ao extremo de criar uma 
organização para existir num tempo e espaço determinado, deixando de existir tão logo o objeto do 
contrato seja concluído. Ela pode existir dentro de uma rede de computadores ou na internet. 
 
8. Estrutura Mista 
Pode ser que a organização tenha uma Estrutura Mista, mistura os vários tipos de estruturas para se 
adaptar à realidade. Vejamos: 
 
 
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade 
organizacional. Além disso, ressalta-se que devido à competição de mercados, as estruturas 
organizacionais tendem a ficar cada vez mais enxutas. 
 
Elaboração da Estrutura Organizacional 
 
Metodologia de Desenvolvimento 
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos: 
- Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas. 
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade 
a pessoas ou grupos. 
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis: informação; recursos para o trabalho; medidas de 
desempenho compatíveis com objetivos e metas; motivação. 
 
Princípios para melhorar a Forma de Departamentalizar 
 
Princípio do maior uso: o departamento que faz maior uso de uma atividade, deve tê-la sob sua 
jurisdição. 
Princípio do maior interesse: o departamento que tem maior interesse pela atividade deve 
supervisioná-la. 
Princípio da separação e do controle: as atividades do controle devem estar separadas das 
atividades controladas. 
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Princípio da supressão da concorrência: eliminar a concorrência entre departamentos, agrupando 
atividades correlatas no mesmo departamento. 
 
Outro critério básico para departamentalização está baseado na diferenciação e na integração, os 
princípios são: 
Diferenciação: as atividades diferentes devem ficar em departamentos separados, acontecem 
quando: 
- O fator humano é diferente; 
- A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes; 
- Os ambientes externos são diferentes; 
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. 
 
Integração: quanto mais atividades trabalham integradas, maior razão para ficarem no mesmo 
departamento. Necessidade de coordenação. 
 
Avaliação da Estrutura Organizacional 
 
Procedimento através do qual se verifica o que a estrutura organizacional tem de bom e de ruim. 
Para tanto deve-se fazer: 
- Levantamento da estrutura atual; 
- Delineamento da estrutura ideal. 
 
O analista de sistemas deve comparar estes dois aspectos e obter a avaliação da estrutura 
organizacional. Podereforçar a avaliação determinando o desempenho da empresa em termos de: 
- Resultados apresentados; 
- Problemas evidenciados; 
- Nível de satisfação dos funcionários da empresa. 
 
Como resultado dessa avaliação, a empresa pode estar bem ou ruim devido a: 
- Problemas de estrutura organizacional ou outros aspectos. 
 
Etapas da Avaliação da Estrutura Organizacional 
 
1. Levantamento 
- Identificação dos problemas evidenciados pelos usuários; 
- Entrevista com os elementos-chave da empresa (com ou sem questionário). 
Pode-se considerar como ideal a utilização de um roteiro estruturado de entrevistas. 
 
2. Análise 
- Análise dos dados levantados anteriormente; 
- Interligação dos dados levantados, verificando sua veracidade e considerando os vários subsistemas 
da empresa; 
- Estabelecimento dos padrões e critérios de avaliação; 
- Identificação do efeito de cada um dos dados levantados na situação atual da estrutura organizacional 
da empresa. 
 
3. Avaliação 
- Estabelecimento da situação dos quatro componentes da estrutura organizacional da empresa; 
- Verificação do envolvimento de cada um dos quatro condicionantes sobre a estrutura organizacional; 
- Verificação da influência de cada nível da empresa - estratégico, tático e operacional - para o 
delineamento da estrutura organizacional; 
- Verificação do nível de abrangência da abordagem da estrutura organizacional quer em nível da 
empresa, quer em nível de unidade estratégica de negócio, quer em nível de corporação. 
 
Políticas para Avaliação da Estrutura Organizacional 
 
Para uma adequada avaliação da estrutura organizacional, é necessário que se estabeleça 
anteriormente, um conjunto de políticas que devem servir de sustentação para todo o processo decisório. 
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Políticas inerentes à estrutura organizacional que uma empresa pode julgar válido adotar podem visar 
uma estrutura organizacional: 
- Adequada aos mercados existentes; 
- Adequada às novas tecnologias; 
- Descentralizada no processo decisório e centralizada no sistema de controle; 
- Voltada para resultados; 
- Racionalizada com operacionalização descentralizada dos sistemas administrativos. 
 
Benefícios de uma Estrutura Adequada 
- Identificação das tarefas necessárias; 
- Organização das funções e responsabilidades; 
- Informações, recursos, e feedback aos empregados; 
- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; 
- Condições motivadoras. 
 
Questões 
 
01. (FUNPAPA - Auxiliar de Administração - AOCP/2018) Nas chamadas estruturas organizacionais 
do tipo funcional, o critério predominante de departamentalização é por 
(A) especialização ou área do conhecimento. 
(B) fase de um processo produtivo mais amplo. 
(C) mercado ou cliente. 
(D) projetos. 
(E) área geográfica de atuação. 
 
02. (ESAF - MPOG - EPPGG) Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) as afirmativas a respeito dos 
tipos tradicionais de organização. 
( ) A estrutura funcional é caracterizada por uma autoridade funcional ou subdividida de acordo com 
as funções exercidas por cada um dentro da organização. 
( ) Na estrutura linha-staff a especialização é substituída por uma abordagem holística da organização 
onde cada departamento é simultaneamente operação e assessoria. 
( ) A estrutura linear é baseada na autoridade linear, que significa que cada superior tem autoridade 
única e absoluta sem reparti-la com ninguém. 
( ) Na estrutura linha-staff as áreas responsáveis pelos objetivos vitais da empresa estão ligadas em 
linha enquanto os órgãos de assessoria não possuem uma autoridade linear. 
( ) A estrutura linear é caracterizada por uma ênfase na especialização. Cada órgão contribui com 
sua especialidade para a organização sem diluição da unidade de comando. 
 
Escolha a opção correta. 
(A) V, F, V, V, V 
(B) F, V, F, V, F 
(C) V, V, F, F, V 
(D) V, F, V, V, F 
(E) F, F, V, V, V 
 
03. (Técnico do CNMP - Administração - FCC CNMP) Sobre estrutura organizacional, é correto 
afirmar: 
(A) O grau de descentralização é outra decisão importante no delineamento da estrutura; quanto mais 
centralização maior será a falta de coordenação e controle. 
(B) A formalização, explicitada em manuais de organização que descrevem níveis de autoridades e 
responsabilidades dos vários departamentos, assegura que, na operação, não exista a estrutura informal. 
(C) A unidade de comando, princípio da administração clássica, é aplicada em todos os tipos de 
estrutura quando feito processo de departamentalização. 
(D) A definição precisa de direitos e obrigações dos membros da organização traduzidas em funções 
bem delineadas é uma característica de organizações mecanicistas. 
(E) Um dos pontos a observar na estrutura é a amplitude de controle. Quanto menor a amplitude de 
controle, menor o número de níveis hierárquicos. 
 
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04. (Técnico do CNMP - Administração - FCC CNMP) A estrutura organizacional por Projetos 
apresenta como vantagem: 
(A) possibilita economia pelo uso racional dos equipamentos. 
(B) predispõe todos os participantes da organização para a tarefa de satisfazer os clientes. 
(C) forma efetiva para conseguir resultados em problemas complexos. 
(D) economias de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em massa. 
(E) permite fixar a responsabilidade pelo desempenho no comportamento regional ou local. 
 
05. (UFPB - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa que apresenta o 
tipo de estrutura organizacional que tem por essência a combinação das formas de departamentalização 
funcional e de produto ou projeto na mesma estrutura organizacional. 
(A) Estrutura organizacional linha e staff. 
(B) Estrutura organizacional horizontalizada. 
(C) Estrutura organizacional verticalizada. 
(D) Estrutura organizacional matricial. 
(E) Estrutura organizacional informal. 
 
06. (UFT - Assistente em Administração - COPESE) Um Assistente em Administração, integrante 
de uma comissão responsável para realizar estudos do funcionamento administrativo de uma 
Universidade Federal Brasileira, participou dos trabalhos para definição do que deve ser feito, ou seja, os 
resultados e intenções futuras a serem alcançados por essa instituição de ensino, e como deve ser feito, 
correspondendo aos recursos e ações necessários para alcance dos resultados. 
Neste trabalho, o servidor percebeu que a universidade estava estruturada em um aspecto piramidal, 
em decorrência da centralização da autoridade no topo da organização - na reitoria - demonstrando 
claramente a unidade de comando e o escalonamento hierárquico. Constatou ainda que apresentava uma 
departamentalização constituída da agregação de tarefas de acordo com as funções principais 
desenvolvidas dentro da universidade. 
Esse assistente, em seu setor de trabalho e quando não estava na comissão, era responsável pela 
análise de processos administrativos para concessão de bolsas de auxílio estudantil, que compreendia a 
conferência dos documentos presentes nos processos administrativos, e, ao listar todos os processos, 
verificou que uma bolsa era requerida por sua esposa, fato que exigiu um posicionamento do Assistente. 
 
Qual o tipo de estrutura organizacional da universidade? 
(A) Linear 
(B) Matricial 
(C) Virtual 
(D) Rede 
 
07. (FSC - Assistente Técnico Administrativo - CEPERJ) A estrutura organizacional que promove a 
retenção do processo decisório na cúpula da organização é denominada estrutura: 
(A) Facilitada 
(B) Matricial 
(C) Indelegada 
(D) Centralizada 
(E) Monocrática 
 
08. (ESAF - DNIT/Técnico Administrativo) Julgue as afirmativas e selecione a opção correta. 
I. A estrutura organizacional é o gráfico que representa as unidades da organização. 
II. Hierarquia é sinônimo de cadeia de comando. O poder de dirigir desce de cada nível para o 
imediatamente inferior, que tem a obrigação de obedecer. 
III. A estratégiaorganizacional orienta a definição da estrutura organizacional. 
 
(A) Somente I está correta. 
(B) Somente II está correta. 
(C) Somente I e III estão corretas. 
(D) Somente II e III estão corretas. 
(E) Todas as opções estão corretas. 
 
 
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09. (Sergipe Gás - Assistente Técnico Administrativo - FCC) Estrutura Organizacional é: 
(A) O conjunto de tarefas desempenhado por uma ou mais pessoas, servindo como base para a 
departamentalização. 
(B) A posição hierárquica que uma pessoa ocupa na empresa e o conjunto de atribuições a ela 
conferido. 
(C) A forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. 
(D) A cadeia de comando que se inicia nos gestores de topo e segue até os trabalhadores não 
gestores, passando sucessivamente por todos os níveis organizacionais. 
(E) A guia de conduta, estável e de longo prazo, estabelecida para dirigir a tomada de decisões. 
 
10. (Transpetro - Administrador - CESGRANRIO) A estrutura de uma organização deve ser 
estabelecida de acordo com os objetivos e as estratégias determinadas pela alta administração. Para 
definir a estrutura, é necessário que se avaliem a rotina e os procedimentos que darão suporte às 
atividades para que os objetivos sejam alcançados. As empresas constituem organizações de dois tipos: 
a organização formal e a informal. A estrutura organizacional requer principalmente uma organização: 
(A) Formal, que é aquela planejada e resultado das relações pessoais do corpo funcional. 
(B) Formal, que é instável porque está sujeita ao controle da direção da empresa. 
(C) Formal, que enfatiza as relações de autoridade e responsabilidade. 
(D) Informal, que pode ser extinta porque não faz parte do organograma. 
(E) Informal, que é aquela que se desenvolve espontaneamente e está retratada no organograma. 
 
11. (TRT/PE - Analista Judiciário - FCC) Na estrutura organizacional de tipo linear 
(A) a autoridade é baseada na especialização e no conhecimento, e não na hierarquia. 
(B) entre o superior e os subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade e 
responsabilidade. 
(C) os órgãos de linha estão diretamente relacionados com os objetivos vitais da empresa. 
(D) a hierarquia é flexível e mutável, capaz de se adaptar rapidamente às necessidades de cada 
projeto. 
(E) combinam-se a departamentalização funcional e por projeto, sacrificando o princípio da unidade de 
comando. 
 
12. (TJ/RR - ADMINISTRADOR - CESPE) O modelo de departamentalização matricial é definido de 
acordo com critérios geográficos, estabelecidos em uma matriz que coordena as ações de suas filiais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
13. (TJ/RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - FAURGS) Com relação às estruturas organizacionais, assinale 
a afirmação INCORRETA. 
(A) As estruturas são criadas para minimizar ou regular a influência das variações individuais nas 
organizações. 
(B) As estruturas têm por finalidade produzir resultados e metas organizacionais. 
(C) As estruturas são impostas para assegurar que os indivíduos se adaptem às exigências das 
organizações. 
(D) As estruturas são criadas para promover, nas organizações, adaptação às exigências dos 
indivíduos. 
(E) As estruturas são os cenários nos quais o poder é exercido, as decisões são tomadas e as 
atividades são realizadas. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.D / 03.D / 04.C / 05.D / 06.A / 07.D / 08.D / 09.C / 10.C / 11.B / 12.Errado / 13.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
A estrutura funcional é departamentalizada por especialização ou área do conhecimento, como o 
próprio nome já diz, pelas funções que cada funcionário exerce. 
 
 
 
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02. Resposta: D 
A primeira afirmativa está correta. A estrutura funcional divide a organização em várias áreas ou 
departamentos, cada um com uma função diferente (contábil, de compras e de comunicação, por 
exemplo). 
A segunda afirmativa está errada. Há especialização, na estrutura linha-staff, mais especificamente na 
parte de staff (assessoria). Lembre-se de que a estrutura linha-staff pega as características das estruturas 
funcional e linear. 
A terceira afirmativa está correta. As grandes características da estrutura linear são a unidade de 
comando e a hierarquia. 
A quarta afirmativa está correta. Os órgãos de assessoria são especializados em suas áreas, mas 
quem realmente toma as decisões é o pessoal de linha. 
A quinta afirmativa está incorreta. Os líderes da estrutura linear não têm especialização nas funções 
básicas da administração. Isso é característica da estrutura funcional. 
 
03. Resposta: D 
Na alternativa A, quanto maior a descentralização, maior a quantidade de pessoas para tomar decisão 
e supervisionar outras, isto quer dizer: maior é a coordenação e o controle. 
No caso da alternativa B organização/estrutura informal é inevitável e não é previsível em 
planejamento. 
Já na alternativa C existe autoridade nas estruturas: Matricial / Projetos. 
Alternativa D correta. 
Na alternativa E, quanto menor a amplitude de controle, a organização tende a ficar mais hierarquizada 
(Agudo-Estreita). 
 
04. Resposta: C 
Dividida pelos projetos que a empresa recebe, cada projeto tem começo, meio e fim. Dessa forma, os 
departamentos podem ser criados ou extintos de acordo com o início e a finalização de um projeto. Tem 
como vantagem ser orientada pelos resultados e fácil adaptação a mudanças e possui como desvantagem 
a instabilidade dos funcionários, pois o projeto é temporário e cada projeto demanda novas estratégias e 
ideias voltadas exclusivamente para aquele projeto finito. 
 
05. Resposta: D 
A estrutura matricial é um modelo misto, que comporta ao mesmo tempo uma estrutura funcional com 
uma estrutura horizontal, que normalmente se refere a um projeto, uma divisão específica ou um produto. 
 
06. Resposta: A 
De maneira geral as estruturas piramidais (conforme o enunciado), são lineares. 
 
07. Resposta: D 
A Estrutura centralizada fornece a retenção de informação por parte dos tomadores de decisão 
 
08. Resposta: D 
A afirmativa “I” está errada. Lembrando a diferença entre organograma e estruturas organizacionais: o 
organograma é a representação gráfica de uma estrutura organizacional. 
A afirmativa “II” está certa, pois em uma hierarquia, o subordinado tem de obedecer, principalmente 
em um contexto de “cadeia de comando”, como afirma a questão. 
A afirmativa “III” está certa também. Como a estrutura organizacional é definida pela alta cúpula da 
organização, então obviamente ela é orientada pela estratégia organizacional. 
 
09. Resposta: C 
O item “A” está errado. O conceito dele está relacionado à função de uma pessoa dentro da 
organização, não à estrutura organizacional. Além disso, departamentalização não serve como base para 
a estrutura organizacional, e sim o contrário: quem dá base para a departamentalização é a estrutura 
organizacional, ou seja, primeiro vem a estrutura organizacional e, depois, a departamentalização. 
O item “B” está errado. É um conceito relacionado ao cargo da pessoa dentro da organização, ou seja, 
percebe-se quando a alternativa trata a respeito da pessoa, e não sobre a estrutura organizacional. 
O item “C” está certo. Tem-se assim, o conceito de organização como “a forma pela qual as atividades 
de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas”. É necessário ter uma noção geral deste 
conceito, porque, se aplicado a outros contextos, poderá ser identificado. 
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O item “D” está errado. O conceito expresso trata de hierarquia e não de estrutura organizacional. 
O item “E” está errado. Ele se refere à política de liderança da organização. 
 
10. Resposta: C 
A estrutura organizacional é uma característica das organizações formais, o que nos possibilita 
descartar os itens “D” e “E”. 
O item “A” está errado. A estruturaorganizacional não é planejada pelas relações pessoais do corpo 
funcional. Quem decide a estrutura organizacional é a alta administração, ou seja, são os níveis mais 
altos da empresa que tomam as decisões quanto a este tema. 
O item “B” está errado. Não há como conceber a ideia de que uma empresa mude co tidianamente a 
sua estrutura organizacional. 
A letra “C” está correta. A estrutura organizacional é formal e enfatiza as relações de autoridade e 
responsabilidade (tais como hierarquia, cadeia de comando, cargos etc.). 
 
11. Resposta: B 
Para lembrar o conceito da organização linear basta fazer uma ligação com o exemplo das 
organizações militares: são baseadas na hierarquia e na unidade de comando (cada pessoa tem um único 
superior). 
O item “A” está errado. Uma das maiores características da organização do tipo linear é a hierarquia. 
O item “B” está correto. É o conceito da unidade de comando, o qual se relaciona diretamente com a 
estrutura linear. 
O item “C” está errado. Órgãos de linha são aqueles correlacionados na estrutura do tipo linha-staff, 
não na estrutura linear, uma vez que os órgãos de linha, na estrutura linha-staff, são os que têm poder de 
comando e decisão (duas das características que marcam a estrutura linear). 
O item “D” está errado. A hierarquia, na organização linear, é extremamente ríg ida. Esta é uma das 
características mais presentes neste tipo de estrutura. 
O item “E” está errado. Pelos atributos do item, infere-se que ele se refere à departamentalização 
matricial, não à estrutura linear. 
 
12. Resposta: Errado 
A departamentalização matricial observa a junção da abordagem funcional e divisional em uma mesma 
estruturação. Tem a finalidade de conseguir o máximo de rendimento da organização, onde a abordagem 
funcional é destinada para as funções internas e a divisional aos produtos ou serviços a serem realizados. 
A departamentalização por localização geográfica, pode também ser conhecida como 
departamentalização territorial ou regional, requer diferenciação e agrupamento das atividades de acordo 
com a localização onde o trabalho está desempenhado ou uma área de mercado a ser servida pela 
empresa. É utilizada normalmente por empresas que cobrem uma grande área geográfica. 
 
13. Resposta: D 
A estrutura organizacional funciona definindo as responsabilidades, divisão de trabalho, autoridade e 
o sistema de comunicação dentro da empresa, influenciando possíveis variações individuais das 
organizações. O modelo de estrutura organizacional, é o produto da divisão do trabalho, sistema de 
autoridade e comunicação. As responsabilidades são as obrigações e os deveres que um indivíduo deve 
desempenhar. Já as tarefas, são atividades específicas e operacionais. As estruturas são os cenários nos 
quais o poder é exercido, as decisões são tomadas e as atividades são realizadas. 
 
 
 
A Teoria da Burocracia, chamada também de Teoria Burocrática, foi desenvolvida pelo sociólogo e 
economista Max Weber (1864 - 1920), por volta da década de 1940, ele desenvolveu a Teoria das 
Organizações, formulando o Modelo Burocrático, no qual estabeleceu o tipo ideal de burocracia para as 
organizações atualmente.19 
 
19 CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração; 8. Edição - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
1.5. Teoria Burocrática 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
41 
 
Max Weber viveu na mesma época que Taylor, e Fayol, porém, os escritos dele só foram traduzidos 
para o inglês em meados da década de 1940, Weber analisa o processo de racionalização da sociedade 
na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.20 
O cenário de Weber também sofria os efeitos da Revolução Industrial, de maneira que o Estado passou 
a se organizar para aumentar a infraestrutura do país, prestar cada vez mais serviços à população e 
induzir o crescimento econômico, além de lidar com a ordem interna e externa. 
Tanto os governos quanto as empresas necessitavam de uma administração mais racional e que 
maximizasse os recursos, além de possibilitar uma maior estabilidade e previsibilidade em suas 
operações e processos de trabalho. 
O Patrimonialismo, modelo de gestão pública que vigorava na época, no qual o patrimônio público se 
“mesclava” com o privado e as relações se baseavam na confiança e não no mérito, não era suficiente 
para atender às novas demandas do Estado. 
A Teoria da Burocracia buscou adaptar as organizações aos novos desafios da sociedade moderna 
(industrialização, regimes democráticos, urbanização acelerada). O modelo burocrático de Weber 
buscava alcançar eficiência por meio da previsibilidade e padronização do desempenho dos funcionários. 
Quanto a etimologia da palavra burocracia, o termo latino “burrus”, usado para indicar uma cor escura 
e triste, teria dado origem à palavra francesa “bure”, usada para designar um tipo de tecido posto sobre 
as escrivaninhas das repartições públicas. Daí a derivação da palavra “bureau”, primeiro para definir as 
mesas cobertas por este tecido e, posteriormente, para designar todo o escritório. 
A um ministro do governo francês do século XVIII, Jean-Claude Marie Vincent, Seigneur de Gournay 
(1712-1759, economista), atribui-se a criação do termo “bureaucratie”, para se referir, num sentido bem 
crítico e debochado, todas as repartições públicas. 
Assim, "burocracia" é um termo híbrido, composto pelo francês, “bureau” (alusão a escritório) e pelo 
grego, “krátos” (poder ou regra), significando o exercício do poder por funcionários de escritórios. 
 
A Gestão e a Burocracia 
 
Segundo Chiavenato21, a burocracia é uma maneira de organização humana que se baseia na 
racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos objetivos/resultados pretendidos, a fim de garantir 
a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. 
Apesar da teoria administrativa revelar a burocracia como fonte de objetivos e vantagens positivas 
para a gestão pública, por força das críticas e do desempenho das organizações públicas, o termo passou 
a ser usado também com sentido pejorativo, rotulando uma administração com muitas divisões, regras, 
controles e procedimentos excessivos e desnecessários ao funcionamento do sistema. 
Aliás, na atualidade, este tem sido o único significado popularmente disseminado, prejudicando 
sobremaneira o desempenho dos servidores, que se confundem quanto ao verdadeiro sentido da 
burocracia, buscando tão somente bani-la da Administração Pública, por meio da chamada 
“desburocratização”. 
Esse rótulo demonstra o nível de exigência do cidadão, que encontra dificuldades no atendimento de 
suas demandas junto ao setor público e anseia por providências. Reflexo da abertura democrática no 
Brasil, em decorrência, a contribuição do “novo cidadão”, mais exigente, mais participativo e com uma 
nova percepção do que, de fato, é público, como bem ensina a doutrina. 
Tais queixas são provenientes das disfunções da teoria da burocracia e não de si própria, eis que há 
muitos agentes públicos que aplicam de maneira demasiada e rígida os seus conceitos, obtendo em 
consequência resultados desvantajosos, e não a almejada racionalidade. Assim, se estabelece o 
inevitável paradoxo: o equívoco fere o princípio da eficiência, constitucionalmente determinado à 
Administração Pública, ao invés de resguardá-lo. 
Segundo Mandel22, na base sociológica das organizações, encontramos o termo “burocracia” 
conceituado como uma organização ou estrutura organizativa caracterizada por regras e procedimentos 
explícitos e regularizados, divisão de responsabilidades e especialização do trabalho, hierarquia e 
relações impessoais. 
Em princípio, o termo pode referir-se a qualquer tipo de organização, sejam elas empresas privadas, 
públicas, sociais, com ou sem fins lucrativos. Max Weber utiliza o termo “burocratização” em um sentido 
mais amplo, referindo-se também às formas de agir e de pensar que existem não somente no contexto 
organizacional, mas que permeiamtoda a vida social antiga. 
 
20 FARIA, J. H.; MENEGHETTI, F. K. Burocracia como organização, poder e controle. RAE; 2011. 
21 CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração; 8. Edição - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
22 MANDEL, E. Power and money: a Marxist theory of bureaucracy. British Library Cataloguing in Publication Data, London, 1992. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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A burocracia pode ser vista como uma forma de organização baseada na racionalidade para alcançar 
os objetivos e metas organizacionais. A burocracia pode ser usada como um fator importante para a 
racionalização da estrutura organização. 
De fato, a burocracia é uma organização superracionalizada, e não considera o ambiente e a natureza 
organizacional. As pessoas tornam as vantagens maiores do que realmente são. O sistema burocrático 
só sobrevive por que as exigências do ambiente são óbvias e as exigências das tarefas individuais são 
mínimas, não necessitando de grandes processos. 
Partindo para uma análise crítica da realidade descrita pelas organizações, o tipo ideal de burocracia 
tende a ser modificado pelos homens, levando a consequências imprevistas que conduzem às 
ineficiências e às imperfeições, e estas por sua vez, são enfatizadas e exageradas pelos leigos. 
E esse fenômeno, ocorre como internalização das regras e apego aos regulamentos, excesso de 
formalismo e de papelório, resistência às mudanças e dificuldade no atendimento a clientes e conflitos 
com o público. 
Segundo essa Teoria, um homem pode ser pago para agir e se comportar de certa maneira 
preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada, muito minuciosamente e, em hipótese alguma, permitindo 
que suas emoções interfiram no seu desempenho. A Sociologia da Burocracia, segundo Max Weber, 
propôs um modelo de organização e os administradores não tardaram em tentar aplicá-los na prática em 
suas empresas. A partir daí, surge a Teoria da Burocracia na Administração. 
 
Segundo Chiavenato23, Weber identificou três fatores principais que favorecem o desenvolvimento da 
moderna burocracia: 
1. Desenvolvimento de uma economia monetária, que na Burocracia, a moeda assume o lugar da 
remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade e o 
fortalecimento da administração burocrática; 
2. Crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno; e 
3. A superioridade técnica (em termos de eficiência) do tipo burocrático de administração, que serviu 
como uma força autônoma para impor sua prevalência. 
 
O desenvolvimento tecnológico fez as tarefas administrativas tenderem ao aperfeiçoamento para 
acompanhá-lo. Assim, os sistemas sociais cresceram em demasia, as grandes empresas passaram a 
produzir em massa, sufocando as pequenas. 
Além disso, nas grandes empresas há uma necessidade crescente de cada vez mais se obter um 
controle e uma maior previsibilidade do seu funcionamento. 
Ainda de acordo com Max Weber24 os atributos da burocracia incluem a impessoalidade, a 
concentração dos meios da administração, um efeito de nivelamento entre as diferenças sociais e 
econômicas e a execução de um sistema da autoridade que é praticamente indestrutível. 
Partindo dessa premissa, uma organização burocrática é então governada por sete princípios: 
 
1. O negócio oficial é conduzido em uma base contínua de conhecimento empírico. 
2. O negócio oficial é conduzido estritamente de acordo com as seguintes regras: 
a) dever de cada funcionário ao fazer certo tipo de trabalho é delimitado em termos de critérios impessoais. 
b) funcionário tem a autoridade necessária para realizar suas funções tal como definidas. 
c) os meios de coerção à sua disposição são estritamente limitados e seu uso é estritamente definido. 
3. A responsabilidade e autoridade de cada funcionário são partes de uma hierarquia de autoridade vertical, 
com respectivos direitos de supervisão e apelação. 
4. Os funcionários não são proprietários dos recursos necessários para desempenho das funções a eles 
atribuídas, mas são responsáveis pelo uso desses recursos. 
5. A renda e os negócios privados são rigorosamente separados da renda e negócios oficiais. 
6. O escritório não pode ser apropriado pelo seu encarregado (herdado, vendido, etc.). 
7. O negócio oficial é conduzido na base de documentos escritos. 
 
E com base nesses princípios se tece o perfil do funcionário burocrático de acordo com a Teoria, que 
em suma: 
- É pessoalmente livre e nomeado para sua posição com base na sua habilitação para o cargo; 
- Exercita a autoridade delegada a ele de acordo com regras impessoais, e sua lealdade é relacionada 
à execução fiel de seus deveres oficiais; 
- Sua nomeação e a designação de seu local de trabalho dependem de suas qualificações técnicas; 
 
23 CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2003. 
24 WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2003. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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- Seu trabalho administrativo é uma ocupação de tempo integral; 
- Seu trabalho é recompensado por um salário regular e a perspectiva de avanço em uma carreira por 
toda a vida. 
 
Um funcionário deve exercitar seu julgamento e suas habilidades, colocando-os, porém, a serviço de 
uma autoridade mais elevada. Em última instância, é responsável somente pela execução imparcial de 
tarefas atribuídas e deve sacrificar seu julgamento, caso esteja em conflito com seus deveres oficiais. 
 
Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa, repartição ou 
organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e eficientes. O 
termo é empregado também com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, 
causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema. 
Entretanto, como já visto, para Max Weber a burocracia é exatamente o contrário: é a organização 
eficiente por excelência. E, para conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente 
e nos mínimos detalhes como as coisas devem acontecer. 
Contudo, para Merton25, não existe uma organização totalmente racional e o formalismo não tem a 
profundidade descrita por Weber. Assim, pode-se dizer que para outros estudiosos a Burocracia não é 
tão eficiente como Weber apresenta, levando ao excesso de formalismo, de documentação e de 
papelório, o que culmina em baixa eficiência. 
Na Burocracia havia uma desconfiança extrema em relação às pessoas, por este motivo eram 
desenvolvidos controles dos processos e dos procedimentos, para evitar os desvios. 
Como no Modelo Burocrático tudo é padronizado, os funcionários têm pouca liberdade para escolher 
a melhor forma de resolver problemas ou atender clientes, por isso acabam preocupando-se mais com a 
forma (seguir regulamentos) do que com o resultado. Vale lembrar que com o passar dos anos as 
desvantagens da burocracia ficaram tão conhecidas que o termo “burocracia” virou sinônimo de 
ineficiência e lentidão. 
 
Principais Características da Burocracia 
 
1. Caráter legal das normas e regulamentos: é uma organização ligada por normas e regulamentos 
previamente estabelecidos por escrito. É baseada em legislação própria que define com antecedência 
como a organização deve funcionar. 
a) são escritas; 
b) procuram cobrir todas as áreas da organização; 
c) é uma estrutura social racionalmente organizada; 
d) conferem às pessoas investidas da autoridade um poder de coação sobre os subordinados e 
também os meios coercitivos capazes de impor a disciplina; 
e) possibilitam a padronização dentro da empresa. 
 
2. Caráter formal das comunicações: a burocracia é uma organização ligada por comunicação 
escrita. Todas as ações e procedimentos são feitos por escritopara proporcionar a comprovação e 
documentação adequadas. Como as comunicações são feitas repetitiva e constantemente, a burocracia 
lança mão de rotinas e formulários para facilitar as comunicações e criar uma rotina para o preenchimento 
de sua formalização. 
 
3. Caráter racional e divisão do trabalho: a Burocracia é uma organização que se caracteriza por 
uma sistemática divisão do trabalho. Esta divisão do trabalho atende a uma racionalidade que é adequada 
ao objetivo a ser atingido, ou seja, a eficiência da organização, através de: 
a) aspecto funcional da burocracia; 
b) divisão sistemática do trabalho, do direito e do poder; 
c) estabelecimento das atribuições de cada participante; 
d) cada participante passa a ter o seu cargo específico, suas funções específicas e sua área de 
competência e de responsabilidade; 
e) cada participante sabe qual é a sua capacidade de comando sobre os outros e quais os limites de 
sua tarefa. 
 
 
25 MERTON, R. K. Estrutura Burocrática e Personalidade, Organizações Complexas, 2006. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
44 
 
4. Impessoalidade nas relações: essa distribuição de atividade é feita impessoalmente, ou seja, é 
feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas: 
a) considera as pessoas como ocupantes de cargos e de funções; 
b) poder de cada pessoa é impessoal e deriva do cargo que ocupa; 
c) obedece ao superior não em consideração a pessoa, mas ao cargo que ele ocupa; 
d) as pessoas vêm e vão, mas os cargos permanecem; 
e) cada cargo abrange uma área ou setor de competência e de responsabilidade. 
 
5. Hierarquia da autoridade: a burocracia estabelece os cargos segundo o princípio de hierarquia: 
a) cada subordinado deve estar sob a supervisão de um superior; 
b) não há cargo sem controle ou supervisão; 
c) a hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autoridade correspondente às diversas 
categorias de participantes, funcionários e classes; 
d) os cargos estão definidos por meio de regras limitadas e específicas. 
 
6. Rotinas e procedimentos: a burocracia fixa as regras e normas técnicas para o desempenho de 
cada cargo: 
a) ocupante do cargo não pode fazer o que quiser, mas o que a burocracia impõe que ele faça; 
b) a disciplina no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um conjunto de regras e 
normas, que tentam ajustar o funcionário às exigências do cargo e das organizações; 
c) todas as atividades de cada cargo são desempenhadas segundo padrões claramente definidos. 
 
7. Competência técnica e Meritocracia: na burocracia a escolha das pessoas é baseada no mérito 
e na competência técnica: 
a) admissão, transferência e a promoção dos funcionários são baseadas em critérios válidos para toda 
a organização; 
b) necessidade de exames, concursos, testes e títulos para a admissão e promoção dos funcionários. 
 
8. Especialização da administração: a burocracia é uma organização que se baseia na separação 
entre a propriedade e a administração, os membros do corpo administrativo estão separados da 
propriedade dos meios de produção. Em outras palavras. Os administradores burocráticos não são seus 
donos, acionistas ou proprietários. 
 
9. Profissionalização dos participantes: a burocracia é uma organização que se caracteriza pela 
profissionalização dos seus participantes. Cada funcionário é um profissional pelas seguintes razões: 
a) é um especialista, ou seja, cada funcionário é especializado nas atividades do seu cargo; 
b) é assalariado - os funcionários da burocracia participam da organização e recebem salários 
correspondentes ao cargo que ocupam; 
c) é nomeado por superior hierárquico; 
d) seu mandato é por tempo indeterminado; 
e) segue carreira dentro da organização; 
f) não possui a propriedade dos meios de produção, o administrador profissional administra a 
organização em nome dos proprietários; 
g) é fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa, o funcionário passa a defender os 
interesses do seu cargo e da sua organização. 
 
10. Completa previsibilidade do funcionamento: o modelo burocrático de Weber parte da 
pressuposição de que o comportamento dos membros da organização é perfeitamente previsível: 
a) os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização; 
b) tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever todas as ocorrências e transformar em rotina 
sua execução. 
 
Disfunções da Burocracia26 
 
Segundo Weber, a burocracia é uma organização cuja as consequências desejadas se resumem na 
previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização, ou seja, 
 
26 CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração; 8. Edição - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
45 
 
estudar as consequências previstas (ou desejadas) da burocracia conduzem à máxima eficiência, e as 
consequências imprevistas que levam a ineficiência e as imperfeições. 
A essas consequências imprevistas se dá o nome de Disfunções da Burocracia, para designar 
anomalias de funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu junto 
aos leigos no assunto. Segundo Merton27 os cientistas deram muita ênfase a resultados positivos da 
organização burocrática e descuidaram das tensões internas, enquanto o leigo, ao contrário, tem 
exagerado as imperfeições da burocracia. O autor28 chamou de disfunções da burocracia, cada disfunção 
é uma consequência não prevista pelo modelo weberiano, um desvio ou exagero. Sendo assim as 
disfunções da burocracia são as seguintes: 
 
1. Internalização das Regras e apego aos Regulamentos 
As diretrizes da burocracia, emanadas por meio das normas e regulamentos para atingir os objetivos 
da organização, passam a adquirir um valor positivo, próprio e importante, independentemente daqueles 
objetivos, passando a substitui-los gradativamente. 
As normas e regulamentos passam a se transformar de meios para objetivos, passando a ser absolutos 
e prioritários, com isso os funcionários burocratas tornam-se especialistas, não por possuírem 
conhecimento de suas tarefas, mas por conhecer perfeitamente as normas e os regulamentos, que 
passam a ser os principais objetivos deles. 
 
2. Excesso de Formalismo e de Papelório 
A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a fim de 
que possa ser devidamente testemunhado por escrito pode conduzir à tendência ao excesso de 
formalismo, de documentação e de papelório. 
O papelório constitui uma das mais gritantes disfunções da burocracia, o que leva o leigo, muitas vezes, 
a imaginar que toda burocracia tem necessariamente um volume excepcional de papelório, de formulários 
e comunicações. 
 
3. Resistência Mudanças 
Como tudo dentro da burocracia é criar rotina, padrões, planejar e prever tudo com antecipação, o 
funcionário geralmente se acostuma a uma completa estabilidade e repetição daquilo que faz, o que passa 
a lhe proporcionar uma completa segurança a respeito de seu futuro na burocracia. 
Atendendo as normas e regulamentos impostos pela burocracia, o funcionário torna-se simplesmente 
um executor das rotinas e procedimentos, os quais com o decorrer do tempo passam a dominar com total 
segurança e tranquilidade. 
Sendo assim, quando surge alguma possibilidade de mudança dentro da organização, essa mudança 
tende a ser interpretada pelo funcionário como algo que ele desconhece, e, portanto, algo que pode trazer 
perigo a sua segurança e tranquilidade. 
 
4. Despersonalização do Relacionamento 
A burocracia tem como uma de suas principais características a impessoalidade no relacionamento 
interpessoal entre os funcionários. Vem daí o seu caráter impessoal, pois ela ressalta os cargos e não as 
pessoas que os ocupam. Isto leva a uma diminuição das relações personalizadas entre os membros da 
organização. 
A despersonalização gradativa do relacionamentoentre os funcionários da burocracia, os funcionários 
passam a conhecer os colegas não pelos seus nomes pessoais, mas sim pelos títulos dos cargos que 
ocupam. 
 
5. Categorização como base do Processo de Tomada de Decisões 
A burocracia se baseia em uma rígida hierarquização da autoridade, ou seja, quem toma decisões em 
qualquer situação será aquele que possui a mais elevada categoria hierárquica, independentemente do 
seu conhecimento sobre o assunto. 
Quem decide é sempre aquele profissional que ocupa o posto mais alto, mesmo que nada saiba a 
respeito do problema a ser resolvido. Categorizar significa uma maneira de classificar as coisas, a fim de 
lidar com elas com mais facilidade. Dessa forma quanto mais se lançar mão da categorização no processo 
decisório, menor será a procura de alternativas diferentes de solução. 
 
6. Superconformidade às Rotinas e aos Procedimentos 
 
27 MERTON, R. K. Estrutura Burocrática e Personalidade, Organizações Complexas, 2006. 
28 Idem 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
46 
 
Como já dito, a burocracia se baseia em rotinas e procedimentos, como forma de garantir que as 
pessoas façam exatamente aquilo que a organização burocrática espera. 
Sendo assim, como burocracia eficaz exige devoção às regras e regulamentos, e conduz Á sua 
transformação em coisas absolutas, com o tempo, as regras e rotinas tornam-se sagradas para o 
funcionário. O impacto dessas exigências burocráticas sobre a pessoa provoca profunda limitação em 
sua liberdade e espontaneidade pessoal. 
 
7. Exibição de Sinais de Autoridade 
Como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, acaba tornando necessário um sistema capaz 
de indicar, aos olhos de todos aqueles que detém o poder. Daí surge a tendência a utilização intensiva 
de símbolos ou de sinais de status para demonstrar a posição hierárquica dos funcionários, como 
uniforme, localização da sala, do banheiro, do estacionamento, do refeitório, o tipo de mesa e etc., e isso 
serve como uma forma de identificar quais são os principais chefes da organização. 
 
8. Dificuldade no Atendimento a Clientes e Conflitos com o Público 
O funcionário está voltado para dentro da organização, ou seja, para suas normas e regulamentos 
internos, para suas rotinas e procedimentos, para seu superior hierárquico que avalia o desempenho dos 
inferiores. Sendo assim, essa atuação interiorizada para a organização o leva a criar conflitos com os 
clientes da organização. 
Todos os clientes são atendidos de forma padronizada, de acordo com regulamentos e rotinas internos, 
o isso faz com que o público se irrite com a pouca atenção e descaso para com seus problemas 
particulares e pessoais. 
 
Tabela das Características e Disfunções da Burocracia 
Características da Burocracia Disfunções da Burocracia 
1. Caráter legal das normas 1. Internalização das normas 
2. Caráter formal das comunicações 2. Excesso de formalismo e papelório 
3. Divisão do trabalho 3. Resistencia a mudanças 
4. Impessoalidade no relacionamento 4. Despersonalização do relacionamento 
5. Hierarquização da autoridade 5. Categorização 
6. Rotinas e procedimentos 6. Superconformidade 
7. Competência técnica e mérito 7. Exibição de sinais de autoridade 
8. Especialização da administração 
8. Dificuldades com os clientes 
9. Profissionalização 
PREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO IMPREVISIBILIDADE DO FUNCIONAMENTO 
 
Vantagens da Burocracia 
 
Avanços e Funcionalidades da Burocracia 
Segundo Weber29, seu modelo, apresenta inúmeras razões para explicar o avanço da burocracia sobre 
as outras formas de associação, que se constituíram em suas vantagens, e culminaram em sua escolha 
de aplicação nas organizações. Ele viu inúmeras razões para explicar o avanço da burocracia sobre as 
outras formas de associação. As vantagens da burocracia, para Weber, são: 
1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; 
2. Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres; 
3. Rapidez nas decisões, pois, cada um conhece o que deve ser feito e por quem, e as ordens e papéis 
tramitam através de canais preestabelecidos; 
4. Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. A informação é 
discreta, já que é passada apenas a quem deve recebê-la; 
5. Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a padronização, redução de custos e de 
erros, pois os procedimentos são definidos por escrito; 
6. Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado, além disso, os 
critérios de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na competência técnica; 
7. Redução no nível de atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido 
dele e quais os limites entre suas responsabilidades e as do outro; 
8. Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; 
9. Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas. As decisões são 
previsíveis e o processo decisório elimina a discriminação pessoal. 
 
29 WEBER, M. A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
47 
 
10. Benefícios para as pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido 
entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas, 
podendo encarreirar-se na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica. 
 
A Eficiência e a Burocracia na Gestão Pública30 
 
No setor público, segundo Meirelles31, “Eficiência” é o que se impõe a todo agente público de realizar 
suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função 
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados 
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus 
membros. 
Mais especificamente, o Princípio da Eficiência é o que impõe à Administração Pública Direta e Indireta 
e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma 
imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, com redução de burocracia e sempre em busca da 
qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível 
dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social. 
A eficiência transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade 
administrativa; a ideia diz respeito, portanto, à conduta dos agentes. Por outro lado, eficácia tem relação 
com os meios e instrumentos empregados pelos agentes no exercício de seus misteres na administração; 
o sentido aqui é tipicamente instrumental. 
Já a efetividade é voltada para resultados obtidos com ações administrativas; sobreleva nesse aspecto 
a positividade dos objetivos. 
O desejável é que tais qualificações caminhem simultaneamente, mas é possível admitir que haja 
condutas administrativas produzidas em eficiência, embora não tenham eficácia ou efetividade. De outro 
prisma, pode a conduta não ser muito eficiente, mas, em face da eficácia dos meios, acabar por ser 
dotada de efetividade. Até mesmo é possível admitir que condutas eficientes e eficazes acabem por não 
alcançar os resultados desejados; em consequência, serão despidas de efetividade. 
Em síntese, a atividade administrativa deve ser controlada em seus atos pelo aspecto de eficiência, 
principalmente no tocante aos atos discricionários, que são aqueles onde o administrador possui liberdade 
de atuação de acordo com sua conveniência e oportunidade. 
Então o administrador público em confronto com várias soluções possíveis, deve escolher aquela 
solução ótima, que satisfaça, minimize ou atenue a demanda pública de forma mais eficiente possível.De outro ponto de vista, a Administração Pública, historicamente, sempre foi rotulada como um ente 
ineficiente, demasiadamente burocrático e corrupto. Como já foi dito, os modelos administrativos foram 
evoluindo ao longo dos anos, até chegarmos ao atual modelo gerencial, onde a eficiência do serviço 
público é o foco da nova visão da Administração Pública. 
A Gestão deve buscar que o princípio da eficiência seja efetivo, ensejando um comprometimento por 
parte da Administração e de seus agentes, estando os envolvidos engajados na busca de sistema eficaz 
que realmente satisfaça o interesse público, buscando desempenhar suas ações de forma célere, para 
alcançar resultados positivos. 
Todos os conceitos doutrinários giram em torno da mesma ideia, trazendo palavras como: resultado, 
bem comum, eficácia, qualidade. Mas, o que se percebe é uma dificuldade de se materializar o princípio 
da eficiência no excessivamente burocrático sistema administrativo implantado na gestão pública. 
Dessa forma o mal-entendido cultural de que a culpa da ineficiência da Administração Pública é da 
burocracia, enquanto que os estudos demonstram que, na verdade, são dos gestores e agentes públicos 
que, em sua maioria, durante sua atuação, despreza os princípios da eficiência, razoabilidade e 
proporcionalidade para se ater a rigorismos inúteis e não previstos na teoria administrativa em exame. 
Portanto, é o excesso de burocracia, também denominado excesso de formalismo, que se apresenta 
como o maior obstáculo público para alcance de uma gestão eficiente no setor público, e que deve ser 
combatido em homenagem ao princípio da eficiência. 
 
Questões 
 
01. (IF/TO - Administrador - IF/TO/2019) Segundo Weber, são características da teoria da burocracia, 
exceto: 
(A) Rotinas e procedimentos padronizados. 
(B) Caráter formal das comunicações. 
 
30 QUEIROZ, I. Burocracia X Eficiência: O princípio do formalismo moderado como ferramenta de eficiência na Gestão Pública. 2006. 
31 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28.ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2003. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
48 
 
(C) Resistência às mudanças. 
(D) Impessoalidade nas relações. 
(E) Competência técnica e meritocracia. 
 
02. (UFPI - Assistente em Administração - COPESE/2019) A teoria da burocracia surgiu a partir das 
ideias de: 
(A) Karl Marx. 
(B) Max Weber. 
(C) Elton Mayo. 
(D) Robert Dahl. 
(E) Frederick Winslow. 
 
03. (UFPI - Assistente em Administração - COPESE/2019) Analise as afirmações abaixo: 
 
I. Para uma organização ser considerada burocrática, ela deve possuir características como 
especialização, disciplina, formalidade de suas comunicações e normas institucionais; 
II. A teoria burocrática considera que não deve haver pessoalidade nas relações entre os indivíduos 
da organização; 
III. A burocracia é um sistema social, organizado mediante normas escritas, que visa à racionalidade 
e à igualdade no tratamento de seu público; 
IV. A teoria da burocracia preocupou-se com os aspectos formais e informais das organizações. 
 
São verdadeiras: 
(A) Somente I e II. 
(B) Somente II, III e IV. 
(C) Somente I, II e III. 
(D) Somente III e IV. 
(E) Somente I e IV. 
 
04. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) Em relação às abordagens clássica, 
burocrática e sistêmica da administração, julgue o item a seguir. 
 
De acordo com a teoria da burocracia de Weber, as organizações formais ou burocráticas apresentam 
três características principais: formalidade, impessoalidade e profissionalismo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
05. (SETRABES - Administrador - UERR/2018) Em relação à teoria da burocracia, assinale a 
alternativa correta: 
(A) Para Max Weber, no modelo burocrático ideal, a escolha ou a promoção do profissional devem ser 
fundamentadas exclusivamente no mérito. 
(B) A teoria das organizações de Weber é baseada na articulação entre organização formal e informal. 
(C) A teoria weberiana das organizações aproxima-se mais das abordagens humanistas, pois enfatiza 
o comportamento efetivo das pessoas na organização. 
(D) Participação e responsabilidade multigrupal, à luz dos conhecimentos dos indivíduos sobre as 
tarefas da organização como um todo. 
(E) A relação de coesão ou de antagonismo são características do modelo burocrático de Max Weber. 
 
06. (Câmara de Maringá/PR - Assistente Legislativo - INSTITUTO AOCP) São características da 
Teoria da Burocracia, também chamada de modelo burocrático, EXCETO 
(A) subordinação às normas internas da organização. 
(B) cargos preenchidos por mérito. 
(C) ênfase nas pessoas. 
(D) hierarquia. 
(E) competência técnica. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.B / 03.C / 04.Certo / 05.A / 06.C 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
49 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
Resistência as mudanças é uma das disfunções da burocracia, e não uma característica. 
 
02. Resposta: B 
Max Weber é o pai da Teoria Burocrática. A Teoria da Burocracia, chamada também de Teoria 
Burocrática, foi desenvolvida pelo sociólogo e economista, por volta da década de 1940. 
 
03. Resposta: C 
I. Para uma organização ser considerada burocrática, ela deve possuir características como 
especialização, disciplina, formalidade de suas comunicações e normas institucionais; (Certo) 
II. A teoria burocrática considera que não deve haver pessoalidade nas relações entre os indivíduos 
da organização; (Certo) 
III. A burocracia é um sistema social, organizado mediante normas escritas, que visa à racionalidade 
e à igualdade no tratamento de seu público; (Certo) 
IV. A teoria da burocracia preocupou-se com os aspectos formais e informais das organizações. 
(Errado) – Pois a burocracia não se preocupou com aspectos informais, somente com os formais. 
 
04. Resposta: Certo 
Embora a questão citou apenas três características da burocracia, ao todo são 10, que são as 
seguintes: 
1. Caráter legal das normas e regulamentos. 
2. Caráter formal das comunicações 
3. Caráter racional e divisão do trabalho. 
4. Impessoalidade nas relações. 
5. Hierarquia de autoridade. 
6. Rotinas e procedimentos padronizados. 
7. Competência técnica e meritocracia. 
8. Especialização da administração. 
9. Profissionalização dos participantes. 
10. Completa previsibilidade do funcionamento. 
 
05. Resposta: A 
Para Max Weber, no modelo burocrático ideal, a escolha ou a promoção do profissional devem ser 
fundamentadas exclusivamente no mérito. Está correta pois uma das características da burocracia é a 
Competência técnica e meritocracia. 
 
06. Resposta: C 
As caractreiscitca da burocracia são as seguintes: 
1. Caráter legal das normas e regulamentos. 
2. Caráter formal das comunicações 
3. Caráter racional e divisão do trabalho. 
4. Impessoalidade nas relações. 
5. Hierarquia de autoridade. 
6. Rotinas e procedimentos padronizados. 
7. Competência técnica e meritocracia. 
8. Especialização da administração. 
9. Profissionalização dos participantes. 
10. Completa previsibilidade do funcionamento. 
Ênfase nas pessoas, não é uma característica! 
 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
50 
 
 
 
Prezado (a) candidato (a), o assunto acima foi abordado no tópico “1.4. Critérios de 
departamentalização”. 
 
 
 
Da mesma forma que cada pessoa tem suas próprias características, habilidades e atitudes, as 
empresas, como expressão econômica da atividade social, são dotadas de individualidades que as 
distinguem umas das outras, possuindo uma cultura organizacional distinta em cada organização. No 
caso das empresas, as individualidades podem ser verificadas em aspectos como: níveis de eficiência e 
eficácia, estrutura física, estrutura organizacional, níveis e linhas de poder, etc. 
Os principais aspectos da diferenciação entre empresas são estabelecidos pelo modelo de gestão e, 
em consequência, relacionam-se diretamente com a cultura organizacional e impactam o seu 
desempenho (Santos32).Neste sentido, é relevante o delineamento do modelo de gestão e sua interação com a cultura 
organizacional, uma vez que, apesar das dificuldades de gerenciamento da cultura, todo gestor deve 
possuir capacidade de identificar as particularidades de uma das variáveis mais relevantes no contexto 
empresarial, a cultura da organização. 
A análise da cultura nas organizações33 surge como uma forma de adaptação externa, no que diz 
respeito ao mercado, tecnologia e economia, e de adaptação interna, permitindo a integração, 
articulação e, até o desenvolvimento do poder. 
 
Origem Histórica e Conceitos 
 
No começo dos anos 60, devido a diversas mudanças ocorridas na sociedade, alguns consultores de 
empresas desenvolveram uma abordagem mais moderna, democrática e variada para a gestão das 
organizações, denominada Desenvolvimento Organizacional. 
De acordo com Chiavenato34, o Desenvolvimento Organizacional é a aplicação do conhecimento das 
ciências comportamentais em um esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização, 
por meio de processos de solução de problemas e de renovação, administração participativa, 
desenvolvimento e fortalecimento de equipes, pesquisa para o diagnóstico e a ação de mudança. Como 
o foco principal do Desenvolvimento Organizacional está na mudança das pessoas e em suas relações 
de trabalho, evidencia-se a importância do estudo sobre a cultura organizacional. 
 
Para Chiavenato35, a cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças, 
estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da 
organização. Ela se refere ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que 
distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe 
em uma organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira com que ela faz 
seus negócios, trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas 
unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários a respeito da empresa. A 
cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a 
mentalidade que predomina na organização. 
 
Ressaltamos que a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que 
orientam o comportamento dos membros da organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações 
para a realização dos objetivos organizacionais. 
 
32 SANTOS, Neusa M. B. F. Impacto da cultura organizacional no desempenho das empresas, conforme mensurado por indicadores contábeis - um estudo 
interdisciplinar. São Paulo, 1992. Tese (Doutorado), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. 
33 LEITE, A. C. O. Cultura organizacional e desenvolvimento do poder. UFSCAR. S.D. 
34 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 
35 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
1.6. Estrutura organizacional 
 
1.7. Cultura e clima organizacional 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
51 
 
 
A Organização Formal é a organização formalizada por meio de normas e regulamentos escritos e 
detalhados, com desenho de cargos, ou seja, a especificação dos requisitos e atribuições relativos ao 
cargo. Os cargos seguem uma estrutura hierárquica ou linha de comando, que atua organizando as 
pessoas e os recursos a fim de alcançar determinados objetivos. As rotinas de trabalho e os 
procedimentos são formalizados, assim, os funcionários sabem como exercer suas tarefas. 
 
A Organização Informal não possui normas e regulamentos formais. Nasce dos relacionamentos das 
pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham valores semelhantes. As convivências 
dos funcionários distribuídos nos diversos níveis hierárquicos revelam amizades e diferenças entre as 
pessoas. A organização informal serve para atender às necessidades sociais e de relacionamento das 
pessoas. Por exemplo: a turma do cafezinho, o pessoal do futebol de sábado, etc. 
 
A cultura organizacional deve ser compreendida no contexto onde ela se insere, portanto, além de se 
considerar os aspectos da cultura nacional, há que se analisar os seus componentes, os seus tipos e as 
formas pelas quais é aprendida. 
 
Toda organização desenvolve uma cultura, a composição de cada cultura depende do 
processo de aprendizagem ao resolver problemas de adaptação ao ambiente organizacional e de 
convivência. 
 
A linguagem é um elemento importante que revela a adaptação do indivíduo ao ambiente 
organizacional. Assim, como as palavras exame, diagnóstico, prontuário, emergência, fazem parte da 
rotina do ambiente hospitalar, toda organização tem sua própria linguagem. Quando o indivíduo 
reconhece essas palavras, é sinal de que está aculturada, inserido na cultura organizacional. 
As culturas organizacionais dividem-se em subculturas. Na medida em que as organizações crescem, 
ou a depender da forma que se organizam, os departamentos podem se diferenciar em termos de missão 
e do tipo de pessoas empregadas. A cultura do departamento de engenharia pode ser diferente do 
departamento de marketing, pois as pessoas dali podem desenvolver sua própria cultura ocupacional. 
 
Componentes da Cultura Organizacional 
 
De acordo com Chiavenato36, ao observar-se a cultura organizacional nota-se que a mesma é 
constituída por componentes visíveis e observáveis, orientados aos aspectos operacionais e de tarefas 
como, por exemplo, a estrutura organizacional, os métodos e procedimentos, os objetivos e estratégias, 
as políticas e diretrizes de pessoal, entre outros; e por componentes invisíveis e emocionais, 
orientados aos aspectos sociais e psicológicos, tais como, as relações afetivas, valores e expectativas, 
padrões de influenciação e de poder, normas grupais, etc. 
 
Os componentes da cultura organizacional são apresentados por meio de três níveis diferentes: 
artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas. 
Os artefatos pertencem ao primeiro nível e são mais perceptíveis, incluem os produtos, serviços e 
padrões de comportamento dos membros de uma organização, tais como, os símbolos, as histórias, os 
heróis, as cerimônias anuais e os lemas. 
Os valores compartilhados constituem o segundo nível e são formados a partir dos valores 
relevantes para as pessoas numa organização, definindo as razões pelas quais elas fazem as suas 
atividades. 
O terceiro nível são as pressuposições básicas, ou seja, as crenças inconscientes, sentimentos e 
percepções, nas quais as pessoas acreditam. Caracteriza-se por ser mais profundo. 
 
A figura a seguir apresenta como os componentes da cultura distribuem-se em níveis: os que se situam 
nos níveis externos são visíveis ao observador, já os que se situam nos níveis interiores (dentro do círculo) 
não se revelam ao observador, são invisíveis. 
 
 
36 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
52 
 
 
Fonte: Maximiano37 
 
Os componentes que estão fora dos círculos, artefatos, linguagem e comportamentos habituais podem 
ser observados diretamente. Esses componentes são observáveis logo que se entra na organização. O 
padrão de construção, as máquinas, a disposição dos móveis, a maneira como as pessoas se vestem e 
se tratam, a linguagem e os símbolos que utilizam. 
Os componentes que se situam dentro dos círculos não se revelam diretamente à observação e são 
mais difíceis de analisar. As pessoas que compõem um grupo social nem sempre têm consciência de 
seus próprios valores. Por exemplo, se você trabalha na contabilidade pode achar estranha a forma como 
o pessoal do departamento de propaganda e marketing se veste e fala, mas tenha certeza de que eles 
também o acham estranho. 
Segundo Chiavenato38,a cultura organizacional pode ser comparada a um iceberg porque nela 
existem várias camadas e quanto mais aprofundamos estes níveis tanto maior é a dificuldade de alterá-
los. Apenas um nono (1/9) do iceberg encontra-se na superfície, visível fora d’água – tudo aquilo que é 
aparente, o que eu enxergo de outras empresas e o que os outros enxergam da minha organização. Todo 
o restante permanece submerso, invisível fora d’água. E é aí onde as coisas de fato acontecem; nas 
manifestações, nos fenômenos culturais do ambiente interno das empresas. É esta grande parte 
submersa que sustenta tudo o que é visível. Desvendar o que está oculto, submerso embaixo d’água é 
fundamental para se entender qual o próximo passo que se deve empreender no gerenciamento da 
cultura organizacional. 
 
A parte de cima do iceberg constitui a parte visível, ou seja, representa os aspectos formais da 
organização. Já a parte oculta nas aguas representa os aspectos informais, aqueles que estão fora da 
visão das pessoas. 
 
A cultura organizacional estabelece uma identidade para a organização, uma marca reconhecível 
pelas pessoas internas à organização e pelas pessoas de fora, a identidade é exteriorizada revelando um 
modo próprio de fazer as coisas, de categorizar, de interagir, que emerge por meio de uma estrutura 
interna de poder, da configuração criada internamente, com o objetivo de obter uma vantagem competitiva 
sobre as outras organizações, levando em consideração as solicitações e peculiaridades apreendidas, 
reconhecidas no meio externo, pelas pessoas das posições dirigentes. 
 
Preceitos da Cultura Organizacional39 
 
A cultura organizacional envolve artefatos (padrões de comportamento), valores compartilhados 
(crenças) e pressupostos (valores, verdades). Também pode conter componentes visíveis, que são 
sempre orientados pelos aspectos organizacionais, ou componentes ocultos, que são sempre orientados 
pela emoção e situações afetivas. 
 
• Preceitos (implícitos ou explícitos) - normas, regulamentos, costumes, tradições, símbolos, estilos 
de gerência, tipos de liderança, políticas administrativas, estrutura hierárquica, padrões de desempenho. 
• Tecnologia (instrumentos e processos utilizados) - máquinas, equipamentos, layout, distribuição 
e métodos de trabalhos. 
• Caráter (Manifestação dos indivíduos) - como que o indivíduo se comporta diante da sociedade. 
 
 
37 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da administração – São Paulo. Atlas, 2011. 
38 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
39 FERREIRA, J.M. Carvalho; et al. Psicossociologia das Organizações. Alfragide, Editora McGraw-Hill. 1996.; HINDLE, Tim; Guia de Ideias e técnicas de 
Gestão. Editora Caminho. S.D.; CHIAVENATO, Idalberto; Gestão de Pessoas: o Novo Papel da Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.; FLEURY, 
M. T. L. (Org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
53 
 
Participação, criatividade, grupos informais, medo tensão, apatia, agressividade, comodismo. Essa 
mesma cultura pode aparecer nas organizações de duas formas distintas. 
Como um subsistema que se liga à estrutura, à estratégia e aos sistemas políticos e técnicos, ou ainda 
como uma superestrutura que determina todos os demais componentes. 
Alguns dos componentes da cultura são de origem histórica, do ambiente e território em que ela se 
situa, de crenças e pressupostos (mitos, ideologias, etc.), de regras, nomes e regulamentos, do processo 
de comunicação (linguagem), de ritos, rituais e cerimônias, de heróis e tabus, ou ainda de produtos e 
serviços que está envolvida. 
 
Funções que a cultura pode exercer dentro de uma organização 
 
- Define os limites, a coerência nos atos dos empregados; 
- Dá aos funcionários uma sensação de identidade, de pertencer a algo grande, amplo e sério, trazendo 
motivação e ainda fazendo-os se comprometer com interesses coletivos; 
- Reduz a ambiguidade, determinando exatamente como os trabalhos devem ser executados; 
- Algumas vezes funciona como um vínculo entre os funcionários e a empresa, ajudando a 
permanecerem unidos através de normas do que se deve fazer e dizer; 
- Sua principal função é distinguir uma organização de outra. 
 
A cultura organizacional, assim como a gestão das organizações, modifica-se com o tempo, já que 
também sofre influência do ambiente externo e de mudanças na sociedade. Entretanto, a cultura de uma 
instituição também pode influenciar essa mesma sociedade. 
Em sua formação existem os princípios básicos da administração, sua filosofia e valores que 
indicam a direção para guiar procedimentos, para ditar como as coisas devem acontecer. 
Outra forte influência na formação da cultura de uma empresa é seu capital humano, seu pessoal. 
Cada indivíduo tem uma forma de pensar, princípios e crenças diferentes. A junção dessas pessoas 
dentro de uma mesma organização leva a uma condensação de todos esses pensamentos diferentes, 
formando uma só cultura para todos se guiarem. 
Na formação da cultura há também uma forte influência dos fundadores da instituição, que 
estabeleceram diretrizes culturais, e que são vistos com muito respeito, ou até adorados, por grande parte 
dos colaboradores. 
 
As culturas podem ser: 
a) Cultura dominante tem uma visão macro da organização e trata apenas dos valores centrais; 
b) Subculturas podem estar ou não relacionadas entre si, ou que podem até concorrer umas com as 
outras. Elas podem ser geográficas, departamentais ou situacionais. Os valores centrais da cultura 
dominante estão presentes nessas subculturas, porém são incluídos valores adicionais e particulares de 
alguns grupos, equipes ou departamentos; 
c) Contracultura nada mais é do que um movimento reacionário, por parte de um grupo pequeno, ou 
até mesmo grande, que quer reagir contra os valores tradicionais, que está insatisfeito, e vive em busca 
de mudanças e inovações na cultura atual. 
 
Características da Essência da Cultura de uma Organização 
 
Há sete características básicas que, em conjunto, capturam a essência da cultura de uma organização: 
 
Característica essenciais da Cultura Organizacional 
Grau de inovação 
Grau de estimulo dado aos funcionários para que sejam inovadores e assumam o 
risco da inovação. 
Atenção aos 
detalhes 
Precisão, análise e cuidado com os detalhes que se espera dos funcionários. 
Orientação para 
resultados 
Grau no qual o foco da direção está direcionado aos resultados e não aos 
processos e técnicas utilizados para alcançá-los. 
Foco na pessoa 
Grau em que a direção da organização considera o impacto de suas decisões 
sobre o seu pessoal durante o processo de tomada de decisões. 
Foco na equipe 
Grau em que a organização do trabalho está mais voltada para as equipes e não 
para os indivíduos. 
Agressividade 
Grau de agressividade e competitividade das pessoas na organização, em 
oposição à tranquilidade que poderia existir. 
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Estabilidade 
Grau de estabilidade enfatizada pela organização, que busca a manutenção do 
status quo ao invés do crescimento organizacional. 
 
Tipos de Cultura Organizacional 
 
Há inúmeros tipos de cultura organizacional, no entanto, segundo Chiavenato, destacam-se as culturas 
organizacionais adaptativas e não-adaptativas. A escolha por cada uma delas é baseada nas 
características pessoais de personalidade e nas características da cultura corporativa. 
As culturas organizacionais adaptativas se mostram mais maleáveis e flexíveis frente às mudanças 
organizacionais, distinguindo-se pela possibilidade de inovação e criatividade, pela atenção voltada ao 
cliente e pelo valor atribuído às pessoas. 
As culturas organizacionais não-adaptativas são conservadoras na manutenção de seus costumes, 
tradições e valores, despertando um comportamento mais burocrático entre os seus administradores. 
Háainda tipos de culturas fortes e fracas 
As Culturas fortes: Seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e 
influencia comportamentos e expectativas. É uma cultura mais homogênea com valores intensamente 
acatados e mais aceita. Um resultado específico da cultura forte é um índice mais baixo de rotatividade 
da força de trabalho. Uma cultura forte demonstra um elevado grau de concordância entre seus membros 
sobre os pontos de vista da organização. Essa unanimidade de propósitos gera coesão, lealdade e 
comprometimento organizacional. Tais qualidades, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários 
a deixar a organização, de acordo com Robbins40. Empresas como IBM, 3M, Merk, Sony, Honda são 
exemplos de culturas fortes. 
As Culturas fracas: São culturas mais facilmente mudadas. Como exemplo seria uma empresa 
pequena e jovem. Como está no início, é mais fácil para a administração comunicar os novos valores, isto 
explica a dificuldade que as grandes corporações têm para mudar sua cultura. Esta cultura é mais 
heterogênea e há poucas pessoas que aceitam a cultura ou não há pessoas que pensem de modo comum 
quanto aos valores organizacionais. É mais dissipada. 
 
Fatores que Influenciam na Cultura Organizacional 
 
- Fundadores: deixam sua marca na empresa, como suas crenças e valores; 
- Ramo de Atividade: alguns ramos são mais formais, mais exigentes, com mais tecnologia e outros 
não, isso com certeza irá impactar na cultura de uma empresa; 
- Dirigentes Atuais: eles também influenciam diretamente na cultura da empresa; 
- Área Geográfica: pois há diferenças na população, nível e padrão cultural, aspectos 
socioeconômicos, etc. 
 
Vantagens e Desvantagens da Cultura Organizacional41 
 
- Vantagens da Cultura Organizacional 
Uma vantagem de destaque da Cultura Organizacional é Aprendizagem. Para Chiavenato os 
componentes da cultura organizacional influenciam diretamente o comportamento das pessoas e das 
organizações, com isso, surge o processo de aprendizagem da cultura organizacional, o qual pode se dar 
de diversas formas, como histórias, símbolos, rituais, linguagem e materiais. As histórias mostram os 
acertos e erros do passado, dando fundamento às práticas atuais na organização. Os rituais e cerimônias 
expressam e reforçam os principais valores da organização, por meio de sequências repetitivas de 
atividades. 
 
A seguir veremos outras vantagens: 
• Estímulo do cultivo de um ambiente de trabalho propício e favorável ao desenvolvimento efetivo das 
atividades diárias; 
• Favorecimento do alcance dos lucros e resultados almejados pela organização; 
• Redução substancial dos problemas, dificuldades e conflitos internos; 
• Favorecimento do desenvolvimento de uma imagem positiva da empresa diante do mercado; 
• Diferenciação de uma empresa diante de seus concorrentes; 
• Definição de uma identidade própria e senso de pertencimento a cada um dos funcionários presentes; 
• Geração de uma melhor gestão e o controle eficaz de processos e de pessoas; 
 
40 ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
41 http://www.jrmcoaching.com.br/blog/vantagens-e-desvantagens-da-cultura-organizacional/ 
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55 
 
• Favorecimento de uma adaptação rápida dos colaboradores à cultura empresarial; 
• Aumento do comprometimento dos funcionários atuantes. 
 
- Desvantagens da Cultura Organizacional 
• Impedimento ou mesmo prejuízos dos processos de mudanças organizacionais, quando forem 
necessários. 
• Dificuldade de aceitação da diversidade na organização. 
 
Portanto, uma cultura forte e com liderança estável tem mais chance de sobreviver. Uma boa Cultura 
Organizacional pode gerar nos empregados um senso de pertencimento e responsabilidade quanto ao 
cumprimento da missão da organização e reforçar as boas práticas de trabalho, influenciando diretamente 
na motivação deles; por outro lado, uma cultura ruim pode piorar o desempenho e a produtividade 
organizacional. 
 
CLIMA ORGANIZACIONAL 
 
Se por um lado a gestão da cultura42 trata os valores e crenças que orientam o comportamento humano 
na organização, a gestão do clima atua na percepção global das pessoas a respeito de seu ambiente de 
trabalho, sendo capaz de influenciar o comportamento profissional e afetar o desempenho da 
organização. Todas as relações entre as pessoas e a organização devem ser consideradas. 
Na área de estudos sociais, o clima “refere-se à percepção da pessoa sobre quão bem ela será 
recebida em dado ambiente (por exemplo o clima da sala de aula ou no local de trabalho)”, conforme 
glossário do site The Diversity Conection, da Ohio State University. 
 
“Clima Organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e 
característica que existe em cada organização. O clima organizacional é o ambiente humano dentro do 
qual as pessoas de uma organização fazem os seus trabalhos. Constitui a qualidade ou propriedade do 
ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que 
influencia o seu comportamento.”- Idalberto Chiavenato43. 
 
Em diversos conceitos analisados, existem 3 elementos que se repetem em quase toda definição: 
1) Satisfação dos funcionários: que se remete ao grau de satisfação dos trabalhadores em relação 
ao clima de uma empresa. 
2) Percepção dos funcionários: trata-se da percepção dos colaboradores sobre aspectos que podem 
influenciá-lo positiva ou negativamente. 
3) Cultura organizacional: cultura e clima, a cultura influenciando o clima de uma empresa, faces 
complementares de uma mesma moeda. 
 
Esse clima decorre dos sentimentos reinantes no grupo, que por sua vez dependem das relações e 
comunicações. Há ingredientes que produzem clima positivo e ingredientes que “derrubam” o clima, 
conforme exemplifica o quadro abaixo. 
 
Ingredientes positivos, que criam clima agradável 
e produtivo 
Ingredientes negativos, que criam clima 
desagradável e improdutivo 
- Valores comuns 
- Identidade positiva, autoestima grupal 
- Envolvimento de todos com tarefa 
- Vitórias partilhadas pelo grupo 
- Inclusão de todos, com apoio 
- Conflitos de valores profundos e não 
trabalhados 
- Presença de pessoas que não se identificam 
com o grupo, não têm orgulho de pertencer a ele 
- Posturas críticas negativas 
- Presença de excluídos 
 
Diferentemente da gestão da cultura, que trata de valores muitas vezes inconscientes, a gestão do 
clima trata de aspectos que são evidenciados e percebidos pelas pessoas em todas as relações 
existentes na organização. Um clima positivo afeta todos os processos existentes na organização e 
favorece implantar estratégias, executar mudanças e desenvolver pessoas. 
 
Indicadores do Clima Organizacional 
 
42 http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/CULTURA_E_CLIMA_ORGANIZACIONAL_APOSTILA.pdf 
43 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
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1) Turnover (rotatividade de 
pessoal) 
2) Absenteísmo 
3) Avaliações de desempenho 
4) Programas de 
sugestões 
5) Pichações no 
banheiro 
6) Greves 
7) Conflitos interpessoais e 
interdepartamentais 
8) Desperdício de material 
9) Reclamações no serviço de medicina 
 
O indicador só alerta quanto a alguns fatores importantes, daí deve-se confirmar com a estratégia de 
realização de pesquisa de clima. 
 
Pesquisa de Clima 
 
“É o mais importante instrumento de apoio para implementações consistente de processo de melhoria 
contínua.” (Luz44) 
É uma ferramenta de gestão para analisar o ambiente interno buscando visualizar os alavancadores e 
as vulnerabilidades do planejamento estratégico da empresa. Tem o intuito de conciliar as aspirações dos 
empregados com as aspirações do empregador. 
A pesquisa de clima deve abordar, necessariamente, aspectos referentes a satisfação e a motivação 
do públicopesquisado, mas deve também incluir questões que a organização considera importante saber 
a respeito da relação das pessoas com a empresa, tais como: comprometimento com estratégias, 
envolvimento com o negócio, conhecimento do produto, do mercado, da concorrência etc. 
 
Objetivos da Pesquisa de Clima 
- Avaliar o grau de satisfação dos funcionários em relação à empresa (mais usual); 
- Determinar o grau de prontidão de uma empresa para a implementação de uma mudança. 
- Avaliar o grau de satisfação dos funcionários, decorrente do impacto de algumas mudanças. 
- Avaliar o grau de disseminação de determinados valores culturais entre os funcionários. 
 
Benefícios do Clima bem trabalhado nas Organizações 
- Retenção de Talentos 
- Diminuição do índice de doenças psicossomáticas 
- Treinamentos sintonizados com os objetivos da empresa, gerando resultado 
- Maior produtividade 
- Melhoria na comunicação interna 
- Aumento do comprometimento dos funcionários com a empresa 
- Integração 
- Credibilidade 
 
Perguntas do tipo podem surgir: do que adianta pesquisar o clima da organização se sabemos que 
o grande problema da organização é o salário baixo? 
 
Sabemos que o salário não é o grande causador de problemas de motivação (não ele sozinho). A 
motivação se relaciona com: 
- Desafio 
- Perspectiva de desenvolvimento 
- Reconhecimento 
- Sentido de Utilidade 
- Segurança 
- Autonomia 
- Remuneração justa 
 
É importante que a área de RH gerencie o clima organizacional para que sejam identificados pontos 
de insatisfação e desmotivação, focos de resistência a mudanças, problemas gerenciais e de 
comunicação, desconhecimento e falta de compromisso com a estratégia, dentre outros. 
 
 
 
 
44 LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2003. 
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57 
 
Relações entre Cultura e Clima 
 
Entre clima e cultura há uma relação de causalidade. A cultura sendo a causa e o clima a 
consequência. 
Clima é um fenômeno temporal, refere-se aquele dado momento. Já a cultura é decorrente de práticas 
recorrentes ao longo do tempo. 
Clima e cultura são fenômenos intangíveis, apesar de se manifestarem de forma concreta. Vemos a 
cultura se manifestar através de arquiteturas, vestuários, comportamentos de colaboradores. 
 
Questões 
 
01. (TRE/RR - Analista Judiciário - FCC) A cultura organizacional 
(A) traz informações de satisfação e insatisfação dos empregados como: comunicação, 
reconhecimento, entre outros. 
(B) é um aspecto secundário e temporário, que influencia as organizações. 
(C) é importante para promover as mudanças necessárias, a partir do entendimento das crenças e 
valores que são facilmente identificáveis. 
(D) não gera impacto no comportamento, na produtividade e nas expectativas dos empregados. 
(E) exige ajustes aos padrões existentes em um processo de intervenção, evitando-se mudanças 
bruscas que possam gerar resistências. 
 
02. (Sergipe Gás - Assistente Técnico Administrativo - FCC) [...] conjunto de premissas que um 
grupo aprendeu a aceitar, como resultado da solução de problemas de adaptação ao ambiente e de 
integração interna. [...] funcionam suficientemente bem para serem consideradas válidas e podem ser 
ensinadas a novos integrantes como sendo a forma correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a 
esses problemas de adaptação externa e integração interna. 
Trata-se de 
(A) Estrutura organizacional. 
(B) Cultura organizacional. 
(C) Clima organizacional. 
(D) Planejamento organizacional. 
(E) Mudança organizacional. 
 
03. (TJ/AM - Analista Judiciário - FGV) O conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições, 
interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização, é denominado 
(A) Cultura Organizacional. 
(B) Clima Organizacional. 
(C) Diagnóstico organizacional. 
(D) Mudança Organizacional. 
(E) Aprendizagem organizacional. 
 
04. (COREN/PB - Agente Administrativo - CONTEMAX) A cultura organizacional: 
(A) Não produz percepções externas à organização. 
(B) Representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros da 
organização no dia a dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais. 
(C) É representado pelos sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que 
afetam de maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação para o trabalho. 
(D) É o conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições típicos do contexto social, econômico e 
cultural do local onde a empresa está localizada. 
(E) É a distribuição, em várias linhas, de pessoas entre posições sociais que influenciam os 
relacionamentos entre os papéis dessas pessoas. 
 
05. (MAPA - Agente Administrativo - FDC) Considere o conceito: “significa um modo de vida, um 
sistema de crenças e valores, uma forma aceita de interação e de relacionamento típica de determinada 
organização”. Segundo Beckhard, é o conceito de: 
(A) sistema organizacional; 
(B) desenvolvimento organizacional; 
(C) cultura organizacional; 
(D) clima organizacional; 
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58 
 
(E) prática organizacional. 
 
06. (DPU - Técnico em Assuntos Educacionais - CESPE) O sistema de valores que diferencia uma 
organização das demais denomina-se 
(A) socialização organizacional. 
(B) missão organizacional. 
(C) visão organizacional. 
(D) cultura organizacional. 
(E) estatuto organizacional. 
 
07. (Banco do Brasil - Nível Superior - CESGRANRIO) Uma empresa do setor bancário atua de 
maneira bastante agressiva no mercado, sempre buscando informações dos concorrentes para poder 
antecipar-se ao lançamento de novos produtos. Com esse objetivo, seus empregados são treinados 
constantemente para serem participativos na criação de novos produtos e na identificação das 
necessidades do mercado e de seus clientes. 
As características apresentadas por essa empresa são relativas à 
(A) cultura organizacional 
(B) estrutura organizacional 
(C) missão organizacional 
(D) lucratividade organizacional 
(E) hierarquia organizacional 
 
08. (IF/MT - Administrador - IF/MT) É função da Cultura Organizacional: 
(A) Compreender comportamentos e objetos que transmitem mensagens. 
(B) Identificar o processo por meio do qual os indivíduos aprendem e adquirem a cultura de uma 
organização ou ocupação. 
(C) Regular as relações entre os membros da organização; como devem interagir, que tratamento 
devem dar-se, como resolver conflitos. 
(D) Definir a posição relativa do grupo em relação a outros grupos. 
 
09. (Petrobras - Psicólogo Júnior - CESGRANRIO) Uma cultura organizacional forte 
(A) favorece a diminuição do índice de rotatividade da força de trabalho. 
(B) determina os valores pessoais de cada um de seus colaboradores. 
(C) ajuda na adaptação a novas situações sociais e facilita o aprendizado da organização. 
(D) requer regras e regulamentos formais claros e rigorosos para controlar o comportamento dos 
colaboradores da organização. 
(E) suplanta a influência da cultura nacional, permitindo que organizações globalizadas mantenham 
sua cultura em diferentes países. 
 
10. (TRT 8ª Região - Analista Judiciário - CESPE) No que concerne à gestão de cultura 
organizacional, assinale a opção correta. 
(A) A socialização visa adaptar os novos funcionários à cultura dominante de uma organização, de 
modo que os valores, as convicções e os costumes organizacionais não sejam despropositadamente 
desorganizados. 
(B) Entre os traços de cultura comuns às organizações públicas, incluem-se a alta suscetibilidade do 
ambiente a turbulências, a insegurança em relação aos termos de manutenção do vínculo profissional e 
a desvalorização dos padrões formais de trabalho. 
(C) As práticas de seleção adotadas em concursos, geralmente compostas de testes de conhecimento, 
constituem iniciativas orientadas exclusivamente para a manutenção dos traços culturais das 
organizações públicas.(D) A cultura de uma organização não pode ser notada em registros documentais; apenas pelo convívio 
com os trabalhadores é que se identificam os traços distintivos de uma organização. 
(E) Nas organizações públicas, as ações da alta liderança tendem a exercer menos impacto na cultura 
organizacional dado o caráter temporário das funções e dos cargos ocupados por esses líderes. 
 
11. (IF/ES - Auxiliar em Administração - IF/ES) Sobre cultura organizacional, assinale a afirmativa 
INCORRETA: 
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(A) A cultura organizacional é algo palpável. Ela é percebida ou observada em si mesma nas ações 
das pessoas, como, por exemplo, nas relações afetivas que são estabelecidas, nas normas grupais, nos 
padrões de influência e de poder, entre outros. 
(B) A cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o 
comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia, e que direcionam suas ações para a 
realização dos objetivos organizacionais. 
(C) A cultura organizacional não é algo que se possa tocar. Ela se assemelha a um iceberg, onde na 
parte superior, acima do nível da água, estão os aspectos visíveis que são observados nas organizações 
e que são decorrências da sua cultura, como as políticas de gestão de pessoas, e, na parte inferior, estão 
os aspectos invisíveis e profundos, cuja observação ou percepção é mais difícil, como os aspectos 
psicológicos e sociológicos da cultura. 
(D) A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, 
valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização. 
(E) Os componentes visíveis e observáveis das organizações, como os artefatos que caracterizam 
fisicamente a organização, são mais fáceis de serem mudados culturalmente. Os aspectos informais e 
ocultos são mais difíceis de serem mudados, pois abrangem as pressuposições básicas da cultura da 
organização. 
 
12. (TRE/SP - Analista Judiciário - FCC) Um dos aspectos comumente apontados como 
diferenciação entre os conceitos de clima e cultura organizacional consiste em que 
(A) cultura é mais profunda, representando os pressupostos básicos do clima organizacional. 
(B) clima possui natureza descritiva, representando o ser, e cultura prescritiva, representando o dever-
ser. 
(C) clima comporta mensuração, por meio de pesquisas, e cultura alteração, com base em ritos de 
degradação. 
(D) clima possui natureza avaliativa, podendo ser classificado como favorável ou não, enquanto a 
cultura é descritiva, objeto de constatação. 
(E) cultura possui apenas elementos intrínsecos, e clima aspectos extrínsecos, denominados artefatos 
observáveis. 
 
13. (TRF 3ª Região - Analista Judiciário - FCC) Cultura e clima organizacional são conceitos 
fortemente imbricados entre si, o que não impede, contudo, a identificação de elementos e aspectos 
próprios de cada um deles. Nesse sentido, a literatura enfatiza que 
(A) uma das funções do clima organizacional é gerar senso de identidade aos membros da 
organização. 
(B) a cultura organizacional retrata o grau de identificação e satisfação do indivíduo com os valores 
perseguidos pela organização. 
(C) o clima organizacional é verificado no âmbito psicológico de cada colaborador, enquanto a cultura 
organizacional corresponde à percepção coletiva de aspectos materiais e emocionais. 
(D) a cultura organizacional diz respeito, exclusivamente, a aspectos tangíveis da instituição e, 
portanto, claramente identificados e praticados. 
(E) o clima organizacional está relacionado diretamente com o grau de satisfação dos membros da 
organização e influencia a produtividade. 
 
14. (FUNPRESP - JUD - Assistente - Administrativa - CESPE) A cultura organizacional define como 
os indivíduos se apresentam e como apresentam sua organização a outros indivíduos no contexto de 
trabalho. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
15. (CEMIG/MG - Técnico de Gestão Administrativa I - FUMARC) “_______________ refere-se às 
percepções comuns que os funcionários de uma organização têm em relação à empresa e ao ambiente 
de trabalho”. 
 
Os termos que completam a lacuna da assertiva, tornando-a verdadeira, são: 
(A) clima organizacional. 
(B) cultura empresarial. 
(C) percepção empresarial. 
(D) percepção organizacional. 
 
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Gabarito 
 
01.E / 02.B / 03.A / 04.B / 05.C / 06.D / 07.A / 08.C / 09.A / 10.A / 11.A / 12.D / 13.E / 
14.Certo / 15.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
(A) conceito de CLIMA ORGANIZACIONAL; 
(B) não é temporário tampouco secundário; 
(C) “importante p/ promover mudanças necessárias” = CERTO // crenças e valores são facilmente 
identificados = ERRADO (não são facilmente identificados); 
(D) gera impactos positivos e negativos; 
(E) CERTO = (as ações devem se adaptar à cultura). 
 
02. Resposta: B 
Segundo Maximiano "Cultura é a experiência que o grupo adquire a medida que resolve seus 
problemas de adaptação externa e integração interna, e que funciona suficientemente bem para ser 
considerada válida. Portanto essa experiência pode ser ensinada aos novos integrantes como forma 
correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a esses problemas". 
 
03. Resposta: A 
A cultura organizacional é uma expressão muito comum no contexto empresarial que significa o 
conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma determinada organização. 
 
04. Resposta: B 
A Organização informal, diferente da organização formal, que é criada para atingir os objetivos da 
empresa, a organização informal não possui normas e regulamentos formais. A organização informal 
nasce dos relacionamentos das pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham 
valores semelhantes. Ressaltamos que a cultura organizacional representa as normas informais e não 
escritas que orientam o comportamento dos membros da organização no dia a dia e que direcionam suas 
ações para a realização dos objetivos organizacionais. 
 
05. Resposta: C 
O conceito de cultura organizacional diferente do próprio termo "cultura" em si, possui um sentido mais 
antropológico, explorando o lado humano de uma organização, a qual possui práticas, símbolos, valores, 
comportamentos, hábitos, políticas, crenças e princípios interagindo como um todo. A cultura 
organizacional tem como principal finalidade orientar os membros de uma organização, como se fosse 
um tipo especial de diretriz ou preceito que irá direcionar o comportamento das pessoas e suas atividades. 
 
06. Resposta: D 
Na cultura organizacional, os valores compreendem as crenças, os preconceitos, a ideologia e todos 
os tipos de atitudes e julgamentos compartilhados pelos integrantes da organização, a respeito de 
qualquer elemento, interno ou externo. 
 
07. Resposta: A 
A questão cita diretamente duas das sete características que capturam a essência de uma Cultura 
Organizacional: Grau de Inovação ("seus empregados são treinados constantemente para serem 
participativos na criação de novos produtos"); e Agressividade ("Uma empresa do setor bancário atua 
de maneira bastante agressiva no mercado"). As outras características são: Estabilidade; Atenção aos 
Detalhes; Orientação para resultados; Foco na Pessoa; Foco na Equipe. 
 
08. Resposta: C 
A cultura organizacional objetiva moldar comportamentos, resolver conflitos e, assim, regular as 
relações entre os membros da organização, conforme a assertiva C afirma. 
 
09. Resposta A 
Um resultado específico da cultura forte é um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho. 
Uma cultura forte demonstra um elevado grau de concordância entre seus membros sobre os pontos de 
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vista da organização. Essa unanimidade de propósitos gera coesão, lealdade e comprometimento 
organizacional. Tais qualidades, por sua vez, reduzem a propensão dosfuncionários a deixar a 
organização (Robbins45). 
 
10. Resposta: A 
Segundo Chiavenato, os novos funcionários ainda não estão totalmente doutrinados na cultura 
organizacional quando começam a trabalhar e isso pode criar problemas em relação às convicções e 
costumes vigentes na empresa. Por isso, a organização precisa ajudá-los a se adaptar à nova cultura. A 
esse processo dá-se o nome de "socialização". Portanto, alternativa A é a correta. 
 
11. Resposta: A 
Para Chiavenato, a cultura organizacional pode ser comparada a um iceberg porque nela existem 
várias camadas e quanto mais aprofundamos estes níveis tanto maior é a dificuldade de alterá-los. 
Apenas um nono (1/9) do iceberg encontra-se na superfície, visível fora d’água – tudo aquilo que é 
aparente, o que eu enxergo de outras empresas e o que os outros enxergam da minha organização. Todo 
o restante permanece submerso, invisível fora d’água. E é aí onde as coisas de fato acontecem; nas 
manifestações, nos fenômenos culturais do ambiente interno das empresas. Isto é, não é palpável. 
 
12. Resposta: D 
A) Começa certa, mas depois erra na segunda parte, pois é o clima quem reflete a cultura, não o 
contrário. Os pressupostos básicos são uma parte da cultura, não do clima. 
B) Errada. Robbins afirma que: “A expressão cultura organizacional é descritiva na medida em que 
não é valorativa, a fim de diferenciá-la da satisfação no emprego. Cultura refere-se a “como” as coisas 
funcionam e não a “o que” os empregados sentem em relação a ela (satisfação no emprego) e à empresa.” 
Logo, a Cultura seria descritiva, ao ponto que o clima organizacional seria valorativo (o que as pessoas 
sentem em relação a cultura). 
C) Errada, pois tanto a cultura, quanto o clima podem ser alterados. 
D) Correta. A cultura é mais difícil de ser mudada. Já o clima é a percepção do momento que os 
funcionários têm de como a organização funciona. Assim, pode ser alterada mais facilmente. 
E) Errada. Os aspectos observáveis fazem parte da cultura e não do clima organizacional. 
 
13. Resposta: E 
Clima organizacional: conjunto de percepções, opiniões e sentimentos que se expressam no 
comportamento de um grupo ou uma organização, em um determinado momento ou situação. Assim 
sendo, o clima organizacional é importante, pois influencia o desempenho dos indivíduos e das 
organizações. Por exemplo, se o clima é agradável as pessoas tendem a ficar satisfeitas e há melhora na 
produtividade. 
 
14. Resposta: Certo 
Idalberto Chiavenato define a cultura organizacional como o "conjunto de hábitos e crenças, 
estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros 
da organização". 
 
15. Resposta: A 
O clima organizacional corresponde à percepção dos colaboradores de uma organização no que diz 
respeito ao seu ambiente de trabalho. Em alguns casos, o clima pode corresponder também à percepção 
de clientes, fornecedores e outros públicos que tiverem contato com a organização. Tudo dependerá de 
como este clima será avaliado. 
 
 
 
 
 
 
 
45 ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
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Além de se encontrar tipologias diferenciadas de ciclo de vida das organizações, ao longo da literatura 
acadêmica, o tema CVO (Ciclo de vida Organizacional)46 tem sido empregado de várias maneiras, não 
existindo um consenso geral quanto aos resultados. 
Greiner47, por exemplo, verificou que a evolução de uma organização apresenta-se mais forte com o 
processo histórico, haja vista que um administrador tem melhor condição de prever problemas futuros 
quando conhece o histórico organizacional concomitante a percepção de cada fase do CVO. 
De maneira geral, com relação ao crescimento e envelhecimento das organizações foi observado que: 
 
 
 
1. Organização Jovem: alta flexibilidade e baixo controle. 
2. Organização Velha: alto controle e baixa flexibilidade. 
3. Crescimento: significa a capacidade de lidar com problemas maiores e mais complexos. 
4. Envelhecimento: significa que há uma diminuição na capacidade de enfrentar problemas que 
poderiam ser resolvidos pela organização com a própria energia. 
 
Observação: “Organizações controláveis e flexíveis, possuem as vantagens da Juventude e da 
Maturidade.” 
 
Longevidade Organizacional 
 
Segundo Venturoli48, longevidade significa a qualidade daquele que tem muita idade, essa por sua vez 
está sempre relacionada a expectativa de duração da vida influenciada pelos fatores do ambiente. 
Para Collins e Porras49, a longevidade empresarial é representada pelas instituições líderes em seus 
setores, admirada pelo mercado e principalmente pelas concorrentes. 
Desse modo, mercados inteiros podem se tornar obsoletos, gerar turbulência competitiva ou entrar em 
declínio ao ponto que as empresas longevas prosperam durante muitos anos ao longo dos ciclos de vida 
de vários produtos e durante várias gerações de líderes. 
Empresas consideradas longevas que passaram por contratempos e erraram em algumas fases de 
suas vidas, apresentam uma incrível capacidade de recuperação, atribuída ao desempenho extraordinário 
de longo prazo, consequentemente, conseguindo vencer as adversidades, conforme as afirmações de 
Wright, Kroll e Parnell.50 
Alguns outros estudos favoreceram o entendimento de características consideradas genéricas aos 
estágios do CVO. 
 
 
 
 
46 JESUS, D. K. A. de, SILVA W. A. C., MELO, A. A. de O. Ciclo de Vida das Organizações: Sinais de Longevidade e Mortalidade de Micro e Pequenas Indústrias 
na Região de Contagem / MG. IV Encontro de Estudos em Estratégias, 2010. 
47 GREINER, L. E. Evolution and revolution as organizations grow. Harward Business Review. v. 10, n.4, 397-409, 1998. 
48 VENTUROLI, T. Viver mais e melhor. Veja, São Paulo, 2004. 
49 COLLINS, J.; PORRAS, J. I. Feitas Para Durar. Práticas bem-sucedidas de empresas visionárias. Rio de Janeiro: Rocco, 1995. 
50 WRIGHT, P.; KROLL, M.; PERNELL, J. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000. 
1.8. Ciclo de vida das organizações 
 
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63 
 
Estágios do Ciclo de vida Organizacional 
Existência: este estágio é marcado pelo início do desenvolvimento da organização. Geralmente, as 
estruturas são simples e centralizadas em um ou poucos indivíduos, a tecnocracia ainda é incipiente, 
havendo poucos controles formais e sistemas de informações inadequados. 
Sobrevivência: neste estágio existe a busca pelo crescimento. Geralmente, busca-se desenvolver 
algum tipo de formalização da estrutura, as metas são apresentadas rotineiramente com foco no resultado 
e crescimento necessário à competitividade, as decisões tendem a ser analíticas e a partir de discussões 
gerenciais. 
Sucesso: este estágio é caracterizado pela formalização e pelo controle burocrático, o grau de 
inovação diminui e a estabilização é alcançada por meio de descentralização, criação de estruturas 
políticas, melhoria da eficiência e lucratividade das operações. 
Renovação: neste estágio a organização apresenta a necessidade de enxugamento da estrutura, 
quando geralmente se utilizam-se estruturas matriciais com foco na descentralização, a necessidade dos 
clientes é colocada em primeiro plano e a decisão volta a privilegiar os estilos inovação e risco. 
Declínio: neste estágio pode-se acionar o desaparecimento ou as estratégias de saída. Como por 
exemplo em casos de produtos com saída diminui, no qual é substituído gradualmente por uma inovação, 
período que é caracterizado pela queda de vendas e rápida queda de lucros em direção ao ponto mínimo, 
agregado a prejuízos à empresa. 
 Nos casos em que a inabilidade para satisfazer a exigências externas levou a situação de declínio, as 
relações de política e poder ficam mais acentuadas e os membros estão mais preocupados com as metas 
pessoais. No entanto devemoslembrar que, não necessariamente a última fase está condicionada à 
morte, pois em termos setoriais a construção do ciclo de vida será realizada a partir de seu dinamismo ou 
desenvolvimento, não cabendo considerar o desaparecimento organizacional. 
Além destas, existem outras concepções de vários outros autores que estudaram o ciclo de vida das 
organizações. As construções de cada modelo sugerem diferentes complexidades organizacionais, além 
de não seguir um padrão único para desenvolvimento organizacional. 
Ao ponto que Miller e Frieser51 afirmam que não existe uma sequência que não seja irreversível, única 
e definitiva para a empresa. Assim como os diferentes modelos de CVO encontrados na literatura se 
diferenciam em número e abrangência conceitual das fases. 
 
Tipologia de Adizes 
 
De uma forma resumida aos Estágios do Ciclo de vida Organizacional, utilizaremos aqui a tipologia de 
Adizes52, que apresenta a construção teórica de CVO com várias fases: 
Fase Introdutória (namoro; infância); 
Sobrevivência (toca-toca; adolescência); 
Sucesso (plenitude; estabilidade); e 
Declínio (aristocracia, burocracia incipiente; burocracia e morte), para uma nova observação. 
 
Observe cada etapa e suas características no quadro abaixo: 
 
FASES E CARACTERÍSTICAS DE ACORDO COM AS ETAPAS DO CVO 
Fases do CVO Diagnostico Características 
Introdutória 
Namoro 
Amadurecimento da ideia do 
empreendimento. 
- A organização ainda é um 
“caso” prestes a se tornar real. 
Infância 
Fase de grande vulnerabilidade 
com risco de mortalidade 
- Pouco ou nenhuma diretriz. 
- Administração centralizadora 
com poucas reuniões. 
- Assumem-se vários 
compromisso e dificuldades 
para satisfazer as necessidades 
dos clientes. 
 
51 MILLER, D. e FRIESEN, P. H. A Longitudinal Study of the Corporate Life Cycle. Management Science Journal, Oct., v. 30, 10, 1984. 
52 ADIZES, Ichak. Os ciclos de vida das organizações. Como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. São Paulo: Pioneira, 1990. 
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- Grande Necessidade de 
Capital Operacional. 
Sobrevivência 
Toca-Toca 
A organização se volta para o 
mercado aproveitando as 
oportunidades 
- Maior consistência de caixa, 
estabilidade de fornecedores e 
conhecimento do processo 
produtivo. 
- Muito entusiasmo do fundador 
devido as vendas estarem 
aumentando. 
- Não há planejamento de 
vendas. 
- Os novos funcionários ainda 
não compartilham dos valores 
princípios e políticas: falta de 
controle na instituição. 
Adolescência 
A organização está buscando 
sua independência longe do 
fundador. 
- Delegação de autoridade. 
- Necessidade de se contratar 
uma administração profissional. 
- Elaboração de regras. 
- Surgimento de hierarquia. 
- Existência de conflitos pode 
gerar divórcio entre os sócios. 
Sucesso 
Plenitude 
A organização atinge o 
equilíbrio entre o autocontrole e 
a flexibilidade 
- Sistemas e estruturas 
organizacionais funcionais 
definidos. 
- Visão e criatividade 
institucionalizadas. 
- Orientação para os resultados. 
- Planejamento. 
- Supera expectativas de 
desempenho e mantém 
crescimento das vendas. 
- Gera novas organizações 
Criança. 
Estabilidade 
É o primeiro estágio do 
envelhecimento. O fim do 
começo. 
- Perda de flexibilidade. 
- Assume menos riscos. 
- Menos estímulos para manter 
a as visão original. 
- Expectativas menores de 
crescimento. 
- Concentra-se nas realizações 
do passado. 
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- Maior interesse nas relações 
interpessoais. 
Declínio 
Aristocracia 
Estágio em que os problemas 
começam a aparecer. 
- Investimento em sistemas de 
controle, mais do que inovação. 
- Há grande formalidade. 
- Diminuição da sua fatia do 
mercado. 
Burocracia 
Incipiente 
Nessa fase os aspectos 
culturais e éticos dos dirigentes 
favorecem o aparecimento de 
conflitos. 
- Muitas brigas e conflito: a 
paranoia paralisa a 
organização. 
- Ninguém quer mostra o jogo. 
- O importante passa a ser 
guerras territoriais internas. 
- O cliente externo torna-se um 
aborrecimento. 
- Os melhores e mais 
competentes membros, por 
serem os mais temidos, são 
desligados ou pedem demissão. 
Burocracia e 
Morte 
Pouca funcionalidade e 
descontrole. As organizações 
burocráticas podem continuar 
vivendo a um prolongado estado 
de coma. 
- Sistemas numerosos, 
complexos e pouca 
funcionalidade. 
- Não possui compromisso com 
clientes para serem honrados. 
- Interesses políticos que a 
mantem viva. 
- A extinção ou mote pode levar 
anos. 
Fonte: Jesus, Silva e Melo, 2009. 
 
Nota-se que em cada estágio de ciclo de vida existem dificuldades enfrentadas pelas organizações e 
que os problemas podem surgir tanto nos momentos de transição para cada fase, quanto em seu 
desenvolvimento. 
No entanto lembre-se que estas fases se assemelham aos organismos vivos, que como o tal, estão 
sujeitos a fenômenos de mudanças como crescimento, envelhecimento e morte. 
 
Questão 
 
01. (Correios - Analista de Correios - Administrador - CESPE) No que se refere ao impacto do 
ambiente e à visão sistêmica nas organizações, julgue os itens subsequentes. 
“A visão sistêmica das organizações considera que há um ciclo de vida organizacional definido para 
que não haja desvios nas normas sociais de sua estrutura.” 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Errado 
 
 
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66 
 
Comentário 
 
01.Resposta: Errado 
As organizações vivem em constante mudanças, e não tem um ciclo totalmente definido, elas mudam 
conforme o tempo. 
 
 
 
PODER 
 
A noção mais abrangente do termo poder53 relaciona-se e é sinônimo do termo potência. Potência 
designa a capacidade e/ou a possibilidade que um indivíduo, um grupo, uma instituição ou uma 
determinada organização têm de realizar algo, ou seja, de agir. É sempre à disposição para cometer um 
ato. 
É a energia acumulada que deve sustentar uma ação efetiva. Essa ação que é efetivada (o ato que 
ocorre) pode ter ou não um sentido moral ou ser simplesmente uma realização de ordem extrema do 
particularismo. Essa é a primeira implicação em uma reflexão científica sobre o poder. 
Poder e influência constituem o núcleo sutil das organizações e, na verdade, de todas as interações. 
A influência é o processo pelo qual um indivíduo modifica as atitudes ou comportamento de outro. O poder 
é o que o capacita a fazê-lo. 
As organizações são formadas de um conjunto de padrões de influência através dos quais, indivíduos 
ou grupos influenciam ou tentam influenciar outros a pensar ou agir de determinada forma. Se quisermos 
entender, deveremos compreender a natureza do poder e da influência, pois são através deles, que as 
pessoas se ligam aos objetivos principais das organizações. 
Embora os níveis hierárquicos sejam fundamentais em grupos ou sociedades de qualquer natureza, o 
poder e a influência determinam níveis de superioridade entre pessoas, o que de certa forma viola o livre-
arbítrio de um indivíduo sobre suas ações. 
A liberdade individual completa é hoje desfrutada por um número muito reduzido de pessoas, pois a 
maioria possui um contrato psicológico com qualquer grupo, família, empresa ou sociedade, em virtude 
da troca de liberdade individual pelas recompensas financeiras de pertencer a tais grupos ou 
organizações. 
Todas as interações profissionais ou não, envolvem uma troca de alguma coisa por outra. Mas seria 
possível medir de quanta liberdade individual uma pessoa deveria abrir mão? Qual seria o modelo ideal 
em uma organização, para que a influência individual ou em grupo, não restringisse a liberdade individual 
de seus componentes? É a verdadeira realidade da vida de uma organização. 
O poder de influenciar é algo que a maioria das pessoas, no mundo moderno,gostaria de ter em maior 
quantidade, embora muitos não desejem a responsabilidade emanada desse poder. Pesquisas indicam 
que as pessoas gostariam de ter mais influência sobre seu trabalho e não sobre pessoas. Também os 
indivíduos que exercem influência e desenvolvem melhor seu trabalho, são mais produtivos e muito mais 
envolvidos com os objetivos de sua organização. 
Porém, a responsabilidade da influência no indivíduo não preparado pode levar, em muitos casos, a 
desajustes psicológicos levando-o a até adquirir doenças. 
Mas nem todos agem assim no dia a dia. Na verdade quando se fala de poder ou influência, estamos 
dizendo o quanto algumas pessoas têm o poder de influenciar. 
Evidentemente, profundas mutações ocorreram no mercado de trabalho nos últimos anos, exigindo a 
adequação dos profissionais à nova realidade e, com ela, a implementação da prática de trabalho em 
equipe, não abordadas no passado, mas mantendo-se os velhos e bons fundamentos administrativos. 
Sem dúvida nenhuma, hoje as organizações procuram profissionais éticos e honestos, reunindo 
pessoas mais fortemente sintonizadas com dimensões como trabalho, honestidade, amizade, 
solidariedade, humildade, romantismo, alegria e competência. 
Não podemos designar ao poder um tipo de sentido privilegiadamente moral. As ações possuem 
finalidades e estão de acordo com determinados modelos de racionalização, mas isso tampouco quer 
dizer que a razão possua em seu centro uma moral determinada. A potência é, portanto, uma latência da 
 
53 Leda Maria da Silva Senra Costa. A Influência do Poder na Gestão Estratégica de Pessoas. IX Seget, 2012. 
1.9. Poder e política nas organizações 
 
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força ou do poder; uma latência do agir e da ação. É a dimensão de estados virtuais de uma ação, um 
poder acontecer de algo. Ela é o momento antes do ato em si. 
O ato é a realização da potência, o exercício mesmo da força (no sentido amplo da palavra) ou poder 
de agir ou de se oferecer à ação de outrem. A ação propriamente dita é o momento, então, que o poder 
aparece como tal, em exercício e em quantificação e qualificação da potência realizada. A ação é a 
materialização de uma das possibilidades que estava em potência. Essa é uma das possibilidades de 
entendimento do que é o poder em sua dupla dimensão de potência e de ação. 
As teorias e disciplinas que tratam dessas questões abrangem os espectros de conhecimento da 
psicologia, da filosofia, da antropologia, da ciência política, da sociologia, da filosofia política e da história. 
Na atualidade, importantes teóricos da ação são Michel Foucault e Pierre Bourdieu (teorias das 
práticas), Anthony Gidens e Richard Rorty (teorias da ação). 
Essa concepção abrangente do poder revela um conceito de cultura do poder que permite entender 
essa forma de relacionamento como uma dentre as relações desenvolvidas entre os seres humanos na 
vida em sociedade. Os humanos, na qualidade de espécie social e falante, desenvolvem relações de 
significação. Eles querem dar sentido ao mundo e a suas produções culturais. Os humanos, como seres 
que produzem artificialmente o mundo no qual vivem, são seres que desenvolvem relações de produção. 
Estas são os fundamentos da vida e da organização econômica das sociedades. 
É na qualidade de seres que agem e se posicionam, desenvolvem, então, as relações de poder. Essa 
capacidade para agir e a ação efetiva foram se organizando e transformando o núcleo das relações de 
poder em algo historicamente visível. Concretamente, essa realização da potência tomou formas 
organizadas e, de empréstimo, passou a ter vínculo direto com a vida política. Portanto, temos que ter em 
conta que poder não diz respeito apenas ao político, mas a toda enunciação que afirma direitos e 
compromissos (deveres, responsabilidades) e possibilidades adicionais. 
O que ocorre é que, nos termos da história social, a esfera política passou a ser aquela na qual as 
relações de poder tornaram-se mais visíveis e mais ordenadas. O político é uma esfera mais 
especializada do poder e refere-se especialmente a tudo o que diz respeito à vida comunal, em sociedade. 
A esfera política é a esfera que se dirige à cidadania e, portanto, a um estatuto especial do indivíduo. O 
cidadão é uma forma particular do indivíduo, como pode ser também parte integrante da constituição do 
modelo de pessoa humana, no que dependerá do modo como cada sociedade monta sua própria 
cosmologia e sua explicação para o que são os seres humanos. 
O poder dirige-se ao sujeito, e o poder político dirige-se mais especificamente ao indivíduo e ao 
cidadão. Em nossa própria cultura sociedade, o político diz respeito fundamentalmente à cidadania, ao 
governo e ao Estado, bem como às disputas políticas (disputas de poder evocadas a partir de discursos 
político-partidários). 
Devemos imaginar que potência e ação são os mecanismos fundamentais ao entendimento do poder 
e que a ação é o que possuímos como fenômenos propriamente visíveis em termos sociais e nos quais 
serão explorados todos os recursos e estratégias de ordem simbólica, em que os indivíduos, grupos e 
uma cultura irão manifestar e apresentar o seu entendimento do mundo e o modo como esse mundo se 
organiza hierarquicamente. 
A importância dos estudos de poder encontra-se justamente no fato de que este se baseia nos 
mecanismos de potência e de realização e que é na realização efetiva que encontramos os mecanismos 
que sustentam as ordenações sociais e suas organizações. As interpretações sobre poder são múltiplas 
e, por vezes, divergentes, não constituindo um sistema estável de significações. Haverá, sim, uma 
continuidade entre os diferentes modelos. Mas os modelos nunca serão capazes de dar conta da 
realidade. Pois as próprias teorias do poder, em parte, demonstram como o aspecto estratégico entra em 
jogo toda vez que falamos da ação social e os acordos são contextualmente delimitados. Novas 
experiências e novos atores – as negociações entre atores-indivíduos em uma determinada realidade 
ordenada – estão sempre chegando à cena. Os modos como sentimos, percebemos, ordenamos e 
agimos no mundo não são eles mesmos estáveis. Portanto, a própria realidade é trânsfuga. 
A experiência é um ponto fundamental para as teorias contemporâneas do poder. A experiência, o 
indivíduo, a negociação, a estratégia deverão assumir um papel preponderante nos nossos 
entendimentos das organizações – sob pena de ficarmos com uma concepção rígida e não-flexível do 
que são as próprias sociedades humanas. 
Ressaltamos esse caráter de jogo e estratégia implicado no pensamento geral sobre o poder: Podemos 
mesmo afirmar que não há pensamento sobre o poder sem um pensamento sobre a estratégia. Se, ao 
falarmos de poder, estamos quase sempre, na contemporaneidade, acionando um pensamento sobre a 
estratégia, podemos afirmar que a trama das relações de poder é dependente de um jogo permanente de 
posicionamentos estratégicos adotados pelos sujeitos. Isso equivale a pensar em um jogo, com certas 
regras, e nas tomadas de posição dos jogadores. Cada rodada é um momento de avaliação. A estratégia 
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coloca a potência do poder no momento de avaliar o lance a ser dado. Assim, estratégias são formas 
permanentes de disputa, gerando resistências, alianças, antagonismos e vizinhanças. Essas lutas 
ocorrem em diversos níveis de realidade e têm objetivos mais ou menos localizados. Significa dizer que 
as lutas do poder podem ser imediatas e locais, como a vitória momentânea sobre um colega de equipe, 
em uma disputa em relação ao funcionamento de um maquinário, ou, ainda, uma disputa eleitoral. Para 
um maior entendimento dessas implicações de uma concepção de poder ligada ao pensamento 
estratégico, devemos caminhar na direção inversa, voltando ao passado e reconstituindo algumas das 
concepções de poder de relevância paraos estudos humanísticos e sociais. 
 
Concepções de poder 
 
O Poder visto como transgressão e Regressão: O utilitarismo e o hedonismo modernos tratam 
especialmente do indivíduo como sujeito especial do poder. Assim, todas as concepções das relações 
humanas e seus recursos, dentro dessa perspectiva devem estar fundamentadas no aspecto motivacional 
individual. Os indivíduos devem ser motivados a agir pela busca da realização de seus interesses, dentro 
dos quais o maior interesse é o sentido do prazer – dimensão egóica da realização do indivíduo. Os 
termos transgressão e regressão associados ao poder, são explicados do seguinte modo: de um lado, o 
indivíduo, na sua busca motivada por prazer permanente transgride as regras sociais e as leis 
estabelecidas. Para que o prazer seja possível, dentro de limites sociais, é preciso constituir um 
mecanismo regressivo do prazer. Isso é o que conhecemos, de um certo modo como sendo a sublimação. 
Nessa regressão ordenada, o indivíduo é capaz de desenvolver um senso altruísta, aprendendo a desejar 
o prazer do outro. Segundo Jeremy Tentham (1748-1832) as sociedades são compostas por indivíduos. 
Os indivíduos possuem natureza egoísta e buscam a realização de prazeres. As motivações para a ação, 
ou seja, o que existe em potência, fundamentando-a, são o interesse pessoal e o prazer pessoal (que 
inclui o prazer de ver o outro e sentir prazer, o altruísmo envolvido no processo do desejo). 
 
O Poder enquanto ciências técnicas: De acordo com Descartes o poder relaciona-se intimamente 
com o desenvolvimento do conhecimento científico. O poder é uma determinação do saber científico e da 
tecnologia. A maior resultante dessa concepção de poder encontra-se no que chamamos de 
modernidade. A positividade observada pelo pensamento cartesiano e seus desdobramentos modernos 
é reposicionada crítica ou negativamente por duas grandes vertentes do pensamento dos séculos XIX e 
XX. De um lado, o pensamento europeu continental de Nietzsche e do pós-Nietzsche e, de outro, pela 
tradição pragmatista norte-americana. Em ambos os casos, a crítica a essa concepção de poder dirige-
se ao modo como, nas sociedades ocidentais, a ciência e os meios técnicos transformaram o vocabulário 
do poder e passaram a funcionar como justificação objetiva para a dominação. No campo do pensamento 
estratégico, a afirmação de Michel Foucault é de grande precisão analítica. O que o autor nos ensina é 
que o conhecimento é uma das estratégias no âmbito das relações de poder. Assim, o seu uso visa a 
promover determinados modos de funcionamento dos grupos, de formas de comunicação e de 
entendimento e do desenvolvimento de determinadas capacidades nos indivíduos. 
 
O poder visto como uma perspectiva construtiva do desejo: Essa é uma temática deveras 
abrangente e envolve os trabalhos de pensadores e ativistas sociais como Félix Guattari e Toni Negri. 
Esse conceito de poder envolve ainda um entendimento dos afetos e das afecções. Nesse âmbito, 
devemos considerar também a presença de alguns dos elementos que irão caracterizar os processos do 
“empowerment”. Assim, poder-desejo é o eixo transformacional constitutivo do empowerment – o 
“empoderamento”, o dar-se poder, fortalecimento, reforçamento de poder. 
 
Poder enquanto razão: De acordo com Hegel é associado ao desenvolvimento histórico e uma 
filosofia e uma destinação da razão. A razão seria o princípio condutor de uma Filosofia Política e da 
formação de um Estado-Nação esclarecido. O pensamento hegeliano, nesse sentido, tem como 
perspectiva do desenvolvimento da racionalidade a figura dos Estados-Nação modernos. Sua abordagem 
figura o Príncipe Esclarecido, tomando o modelo monárquico como afirmação concreta do poder bem 
solucionado. Suas discussões sobre uma filosofia do processo histórico geraram obras famosas e 
deterministas sobre o “final da História” através da constituição de um Grande Império Mundial, os 
Estados Unidos da América (Francis Fukuyama). 
 
Poder como soberania (vontade geral): Definido por Rousseau como o poder que se constitui como 
vontade geral. Ele se encontra como deseja da maioria e pode ou não ser mobilizado, manipulado ou 
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simplesmente deixado em seu próprio movimento massivo. A Assembleia Popular representaria um 
princípio de soberania do povo. 
 
Poder na história, como violência: Para Marx/Engels a perspectiva histórica também se apresenta 
no pensamento marxista, relacionando o poder com o domínio da violência social e da violência de classe. 
 
Poder legítimo: Para Weber o Estado deve construir mecanismos que forneçam e fortaleçam sua 
legitimidade, transformando suas ações e políticas em conjuntos compartilhados de crenças. 
 
Fontes de Poder 
 
As Fontes de Poder são identificadas como cinco pelos autores John French e Bertram Ravem: 
O Poder de Recompensa baseia-se numa pessoa (o influenciador) que tenha a capacidade de 
recompensar outra (o influenciado) pelo cumprimento de ordens ou pela realização de outras exigências. 
Onde as recompensas são melhor usadas para reforçar as ações desejáveis dos subordinados, e não 
como "suborno" para realizar tarefas; 
O Poder Coercitivo é o lado negativo do poder de recompensa, onde a punição pode ir desde 
pequenos privilégios até a perda do emprego. Este poder geralmente é usado para manter um padrão 
mínimo de desempenho ou de conformidade entre os subordinados; 
O Poder Legítimo, este poder tanto pode ser de cima para baixo ou de baixo para cima, ou seja, o 
encarregado de um setor exige que se cumpra um certo horário e concomitantemente, o vigia exige que 
o gerente use o crachá para entrar na empresa; 
O Poder de Competência é o que podemos chamar de conhecedor do assunto, pois nele temos total 
confiança ao que ele nos recomenda, pois há especialidade, aptidões e conhecimento técnico do líder; 
O Poder de Referência existe no colega de trabalho que nos atrai ao seu lado na hora das reuniões 
de departamento pelo seu carisma e pelo seu nível de prestígio e admiração. 
 
Em geral estas fontes de poder são adicionadas pelos administradores pela recompensa aos 
subordinados através de dinheiro, privilégio ou promoções ou de puni-los retirando estas recompensas. 
Queremos pensar que seja inerente ao cargo de um administrador e presume-se que eles tenham algum 
grau de competência. Podemos ter vários exemplos de organizações, como a tendência de subordinados 
seguirem o modelo de executivos mais experientes e bem sucedidos. 
 
Reflexão das teorias acerca do poder 
 
DAFT (1999) descreve que a teoria clássica do poder é, fundamentalmente, de caráter jurídico e 
encontra-se realizada conceitualmente como operação contratual. Esse contrato pode ser em nome de 
uma vontade geral ou de uma ordem geral, mas não perde sua característica de contrato traçado entre 
uma parte (o Estado) e os demais (o povo, o cidadão, o indivíduo, conforme a abordagem teórica em 
questão). Esse contrato jurídico sustenta o poder político. De outro modo, os pensadores de caráter 
marxista investigam as relações de poder como formas funcionais do desenvolvimento classista da 
sociedade capitalistas e, portanto, como uma dimensão funcional da vida econômica (infraestrutura e 
determinante). 
O poder é um regime ordenado sob a égide das classes e visa a sustentar a produtividade econômica 
e a um modelo social de relações humanas. É a vida econômica que sustenta o poder político. De acordo 
com Foucault (1999) se o poder fosse revisitado como relação de força que é, privilegiando o seu aspecto 
acional indicaria uma saída para além ou para aquém das problemáticas contratuais (poder jurídico) e 
das problemáticas funcionais (poder econômico). 
Para esse teórico, o poder deve ser analisado sob os moldes do enfrentamento, do combate e da 
guerra. O poder seria sempre um processo de “empoderamento”. A vida política não seria a ordem e a 
guerra, um estado de exceção. A guerraseria o modelo prioritário e a política, uma exceção. É nesse 
sentido que encontramos na afirmação foucautiana uma aproximação com as concepções 
“orientalizadas” do poder. Para os clássicos do pensamento oriental, a guerra é o meio mais adequado 
para se refletir sobre a vida política e, em decorrência disso, sobre a vida social e sua organização. 
As relações de poder e do poder como teoria da ação e da ação estratégica deve ter em mente os 
seguintes itens: 
- os mecanismos de dominação; 
- os operadores materiais; 
- as formas da sujeição; 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
70 
 
- as conexões e a utilização de sistemas locais de sujeição; 
- os dispositivos do saber. 
 
Em geral, estamos todos imersos nas formas do compromisso individualizado e sentimo-nos 
responsabilizados e tomados como “relevantes, importantes” em nossas esferas profissionais. A ideia de 
nos tornarmos gerentes de nós mesmos, agentes investidores de nossas próprias vidas tem sido tomada 
como verdade para o momento atual das formas de poder. Suas estratégias são inúmeras. Mas sempre 
ocorrerão os contra-ataques. 
 
Questões 
 
01. (TJ/DFT - Analista Judiciário - CESPE) Os chefes são as únicas pessoas que exercem poder e 
influência nas organizações. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. (TJ/PR - Administrador – TJ/PR) Sobre autoridade e poder nas organizações, é correto afirmar: 
(A) A autoridade refere-se à capacidade do indivíduo de influenciar os demais, independentemente de 
seu cargo na hierarquia 
(B) poder é determinado pelo nível hierárquico do indivíduo na organização e decorre de uma situação 
de direito. 
(C) O poder pode vir de diferentes áreas e, de acordo com a sua base, pode se classificar em coercitivo, 
de recompensa, legítimo, de especialização e de referência. 
(D) Para exercer poder dentro de uma organização, é preciso ter autoridade explicitada no cargo. 
 
03. (IFB - Administrador – FUNIVERSA) Assinale a alternativa que apresenta o tipo de poder exercido 
por um líder em virtude da afeição e do respeito que as pessoas têm por ele em decorrência das suas 
qualidades, tais como caráter, personalidade, coragem e capacidade de agir. 
(A) poder legítimo 
(B) poder do saber 
(C) poder coercitivo 
(D) poder de referência 
(E) poder de recompensa 
 
04. (FSC - Assistente Técnico Administrativo – CEPERJ) O tipo de poder que decorre da 
competência possuída pelo gerente é denominado poder: 
(A) de referência 
(B) carismático 
(C) burocrático 
(D) de informação 
(E) do especialista 
 
05. (UFCG - Administrador – UFCG) O poder representa a capacidade de influenciar subordinados e 
colegas por meio do controle dos recursos organizacionais. O exercício do poder é algo inerente à posição 
da liderança. Entre os tipos de poder organizacional, há um que é inerente à estrutura organizacional, do 
tipo que, se o indivíduo deixa de ocupar o cargo, o poder permanece com a posição e não o acompanha, 
trata-se do: 
(A) Poder legítimo. 
(B) Poder premiador. 
(C) Poder coercitivo. 
(D) Poder de referência. 
(E) Poder estrutural. 
 
06. (MPCM - Analista - CETAP) “Utilizando o poder como linha de análise, Weber definiu-o como a 
capacidade de alguém se fazer obedecido. Enfocou, assim, a questão da legitimidade, isto é, da 
aceitação, para dizer que autoridade é todo poder considerado legítimo, ou seja, é todo poder aceito”. 
Sylvía Vergara 
De acordo com o modelo de autoridade formal, defendido por Weber, pode-se identificar um tipo de 
autoridade cujo poder emana do carisma, que tem como característica: 
(A) a obediência a regras, leis e procedimentos. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
71 
 
(B) a devoção pessoal. 
(C) a sociedade típica tradicional. 
(D) os costumes e hábitos de um povo. 
(E) o conservantismo. 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.C / 03.D / 04.E / 05.A / 06.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Errado 
Não existe esta questão de exclusividade, ocorrem lideranças informais dentro das organizações os 
quais vão influenciar as demais pessoas. 
 
02. Resposta: C 
As Fontes de Poder são identificadas como cinco pelos autores John French e Bertram Ravem: 
O Poder de Recompensa baseia-se numa pessoa (o influenciador) que tenha a capacidade de 
recompensar outra (o influenciado) pelo cumprimento de ordens ou pela realização de outras exigências. 
Onde as recompensas são melhor usadas para reforçar as ações desejáveis dos subordinados, e não 
como "suborno" para realizar tarefas; 
O Poder Coercitivo é o lado negativo do poder de recompensa, onde a punição pode ir desde pequenos 
privilégios até a perda do emprego. Este poder geralmente é usado para manter um padrão mínimo de 
desempenho ou de conformidade entre os subordinados; 
O Poder Legítimo, este poder tanto pode ser de cima para baixo ou de baixo para cima, ou seja, o 
encarregado de um setor exige que se cumpra um certo horário e concomitantemente, o vigia exige que 
o gerente use o crachá para entrar na empresa; 
O Poder de Competência é o que podemos chamar de conhecedor do assunto, pois nele temos total 
confiança ao que ele nos recomenda; 
O Poder de Referência existe no colega de trabalho que nos atrai ao seu lado na hora das reuniões 
de departamento pelo seu carisma e pelo seu nível de prestígio e admiração. 
 
03. Resposta: D 
O Poder de Referência existe no colega de trabalho que nos atrai ao seu lado na hora das reuniões 
de departamento pelo seu carisma e pelo seu nível de prestígio e admiração. 
 
04. Resposta: E 
Observe um breve resumo acerca dos poderes: 
Coercitivo: gera temor, o fracasso do liderado pode levá-lo a sofrer punições e ou penalidades; 
Recompensa: motivação de receber recompensas pelo seu desempenho; 
Legitimidade: decorre do cargo ocupado pelo líder na estrutura organizacional; 
Competência: especialidade, aptidões e conhecimento técnico do líder; 
Referência: carisma, o líder é admirado por certos traços de personalidades. 
 
05. Resposta: A 
Poder Legítimo vem de conferido com norma, legalidade (baseado em lei). Trata-se de um poder 
institucionalizado, como é o caso do Cargo. O indivíduo sai e o Cargo é quem detém as atribuições. 
 
06. Resposta: B 
A dominação carismática está vinculada ao “carisma”, definido como qualidade superior e 
extraordinária de uma pessoa, na qual os demais acreditam e por isso lhe conferem poder. Segundo 
Weber, apud Diggins (1999), “o poder carismático não é estabelecido nem pelo direito, nem pela tradição, 
mas extrai sua significação da maneira espontânea, como surge para desafiar convenções e conquistar 
a fidelidade do povo em virtude do caráter profético ou heroico do líder” ... “figura carismática – seja um 
salvador místico ou líder revolucionário”. 
 
 
 
 
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72 
 
POLÍTICA NAS ORGANIZAÇÕES 
 
O que é Política? 
O conceito de política é bastante abrangente quando associado ao campo das ações dos sujeitos de 
uma sociedade. Alguns autores consideram que toda ação de mediação de conflito realizada no meio 
social que não lance mão de violência física é um ato político. Por outro lado, outras perspectivas definem 
política como ações ou atividades que são realizadas dentro da esfera de ação do Estado, isto é, do 
conjunto de instituições ordenadoras de um governo. Outra das mais discutidas e debatidas 
interpretações do termo política é a do jurista alemão Carl Shmitt, que enxerga a política como uma 
relação amigo-inimigo entre aqueles que estão envolvidos. 
Com base nessa concepção da relação amigo-inimigo, a esfera política estaria constituída pelo 
constante antagonismo entre as partes em conflito, diante do qual a atividade principal dos envolvidos 
seria a associação entre os que possuem semelhanças em relação aos seus objetivos, a defesa dos 
“amigos” e o combate aos “inimigos”, colocados do lado oposto do “campo de batalha”. Em todas essas 
perspectivas, entretanto, a mediação de conflitos é otema recorrente como definidor do que seria a 
política 
Souza e Shibata, (2011) afirmam que as organizações podem ser descritas como entidades políticas 
nas quais os processos decisórios operam os “espaços” em que os indivíduos competem para satisfazer 
seus interesses pessoais. Segundo os autores, embora alguns desses indivíduos possam ter alguns 
objetivos comuns como o sucesso da empresa, a percepção básica é de que os objetivos ou pontos de 
vista individuais estão acima dos organizacionais. Isso acontecendo, a consequência é o surgimento de 
conflitos. 
As organizações, em geral, buscam profissionais que saibam conciliar o interesse pessoal com os da 
organização. É aí que entra o papel do administrador, que com ética, responsabilidade e competência, 
busca decisões estratégicas trabalhadas no campo das crenças/valores organizacionais ou na forma de 
apostas em termos de resultados, que, no limite, são definidos pelas preferências pessoais de quem tem 
o poder de decisão. 
A decisão política pode ser afetada pelo controle de como e quais informações são disponibilizadas. 
Embora a primeira impressão possa ser negativa, em determinados ambientes organizacionais de 
contexto coletivo, pode ser que a abordagem política seja a melhor maneira para se chegar a uma decisão 
satisfatória. 
Mintzberg (1985) classifica dois níveis possíveis de políticas e conflitos. No primeiro nível estão as 
políticas e conflitos presentes, mas não dominantes; no segundo, a política é o sistema dominante, com 
forte conflito, que fragiliza os outros sistemas de influência ou se origina da fragilidade desses. 
A política tem a função de equilibrar as forças dos sistemas da organização, podendo aumentar ou 
enfraquecer determinado sistema. 
A articulação de políticas tem custos importantes. Dentre eles, destacam-se o temor da perda de poder 
(controle de meios imateriais, jurisdição, competência e orçamento) pelas agencias; perda de influência 
nos níveis superiores por conta da horizontalidade dos novos processos; oposição a hierarquização 
histórica; necessidade de mudanças institucionais com possível aumento da desconfiança e decorrentes 
acirramentos burocráticos; estabelecimento de relações com organizações com baixo nível de controle 
(como, por exemplo, ONGs) e, por último, gastos não previstos no orçamento. 
A democracia, globalização e as inovações tecnológicas provocaram mudanças drásticas nas 
organizações privadas e públicas, impondo-lhes uma tomada de decisão crucial: ou adaptam e evoluem 
para os padrões mundiais de produção de bens e serviços, ou se isolam em seus mercados/nações 
correndo o risco de se autodestruírem (PALUDO, 2013 p. 45). 
Mas, certamente, os benefícios da articulação política são, também, muito significativos. Entre eles, 
destacam-se o aproveitamento das capacidades mais adequadas de cada instituição participante; o 
desvio de duplicações de esforços com, pelo menos, a moderação de seus efeitos indesejáveis; a redução 
dos riscos de se deixar alguma área desatendida; a minimização de esforços contraditórios e, sobretudo, 
a maximização de resultados e a redução de custos. 
Além desses benefícios gerais, a articulação política reforça o valor de cada colaborador. Pode-se 
melhorar a supervisão e reduzir a corrupção; reforçar o sentido de pertença dos membros de cada uma 
das organizações a entidades maiores; capacitar recursos humanos no curso da experiência; oferecer 
oportunidade de comparação e “abrir” as mentes dos funcionários. 
Para administrar organizações com eficiência é necessário ter competência para saber lidar com 
pessoas (gerenciar conflitos), ter criatividade nas tomadas de decisão (saber negociar e lidar com 
imprevistos) e, principalmente, ter responsabilidade para cumprir com as obrigações das organizações e 
pessoais. 
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73 
 
 
 
Conceito de Administração 
 
Antes de darmos início ao conteúdo de Administração Pública, primeiramente faz se necessário a 
compreensão do que é a Administração: a Administração é a ciência que estuda as empresas, e sua 
história começa por volta do ano 5.000 a.C, segundo Granjeiro54, a ideia central dessa ciência é a ação 
corretamente calculada para realizar determinados objetivos, sendo assim a administração é a ação 
humana cooperativa com alto grau de racionalidade. 
 
Segundo Chiavenato55, o ato de administrar é definido como: prever, organizar, comandar, coordenar 
e controlar. Essas funções administrativas citadas envolvem os elementos da Administração, isto é, as 
funções que o administrador precisa exercer, que são: 
a) Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. 
b) Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. 
c) Comandar: dirigir e orientar o pessoal. 
d) Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos. 
e) Controlar: certificar-se de que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e s ordens dadas. 
 
O termo Administração é utilizado tanto para designar as funções administrativas, como também para 
designar as atividades de execução, o administrador, por sua vez, é o profissional que atua nas 
organizações (públicas ou privadas) e exerce essas funções. Atualmente essas funções ganham o nome 
de: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar (PODC). 
 
Administração Pública 
 
Segundo o dicionário de significados56, a Administração Pública é um conceito da área do Direito 
que descreve o conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a 
gestão de certas áreas de uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, e etc., ela também representa 
o conjunto de ações que compõem a função administrativa.57 
 
“A Administração Pública constitui um importante segmento da área da Administração. Ela representa o 
aparelhamento do Estado e funciona como o instrumento do governo para planejar, organizar, dirigir e 
controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena e integral satisfação das 
necessidades coletivas básicas.”58 
 
A Administração Pública tem o intuito de trabalhar a favor da sociedade e de seus interesses públicos, 
e dos direitos e interesses dos cidadãos administrados, na maioria das vezes, ela está organizada de 
maneira a reduzir os processos burocráticos.59 
Compreendendo todo o aparato existente, a Administração Pública, tem à disposição dos governos a 
estrutura e recursos; os órgãos e agentes; os serviços e atividades, para a realização de seus objetivos 
políticos e do objetivo maior e primordial do Estado: a promoção do bem comum da coletividade. 
 
Divisão da Administração Pública 
 
A Administração Pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços 
públicos, sendo dividida em Administração Direta e Administração Indireta. 
 
 
54 GRANJEIRO, J. W.; Administração Pública, Westoon, 2005. 
55 CHIAVENATO, I. Administração Geral e Pública, Malone, SP, 2012. 
56 https://www.significados.com.br/administracao-publica/ 
57 No Direito Administrativo, a Função Administrativa é uma das três funções básicas do Estado, ou de seus delegatários, por oposição com a função legislativa 
e a função jurisdicional. A função administrativa é o modo ordinário de realização dos fins públicos do Estado, em termos concretos, mais próximo ao cidadão. 
58 CHIAVENATO, I., Administração Geral e Pública, Malone, SP, 2012. 
59 https://www.significados.com.br/administracao-publica/ 
2. Noções em Administração Pública Brasileira 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
74 
 
Administração Direta: é aquela exercida pelo conjunto dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. Nesse caso, os órgãos não possuem personalidade jurídica própria, 
patrimônio, nem autonomia administrativa, ou seja, o Estado exerce suas funções diretamente. 
 
Administração Indireta: nessa gestão o Estado transfere a sua titularidade ou execução das funções 
paraque outras pessoas jurídicas, ligadas a ele, possam realizar. A administração indireta é composta 
pelas autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e outras entidades de 
direito privado. Tais entidades possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia 
administrativa. Ela visa à descentralização, ou seja, a distribuição de competências de uma para outra 
pessoa, física ou jurídica. 
 
Vários conceitos são utilizados para definir a Administração Pública, e dentre eles encontram-se os 
conceitos relacionados à Ciência Administrativa e à Ciência Jurídica. 
- Ciência Administrativa: segundo esse conceito, a Administração Pública é o ramo da administração 
aplicada na gestão direta e indireta das três esferas de Governo: Federal, Estadual e Municipal. 
- Ciência Jurídica: esse conceito corresponde às atividades desenvolvidas pelos entes públicos, 
dentro dos limites legais, com o fim de prestar serviços ao Estado e à sociedade em prol do bem comum, 
nesse sentido formal-jurídico só são considerados administração pública os órgãos e entidades que a lei 
considera como tal. 
 
Atenção!! 
A Administração Pública em sentido amplo compreende: o governo (que toma as decisões políticas), e 
a estrutura administrativa e a administração (que executa essas decisões). Em sentido estrito 
compreende apenas as funções administrativas de execução dos programas de governo, prestação de 
serviços e demais atividades. 
 
A dimensão jurídica, originária do Direito Administrativo60, permite apresentar dois conceitos 
específicos, e, como complemento, um conceito operacional. 
 
O sentido Subjetivo/Formal/Orgânico 
Corresponde ao conjunto de pessoas jurídicas e órgãos públicos criado para realizar a função 
administrativa do Estado, cujas atividades são desempenhadas pelos seus agentes, portanto, nesse 
sentido, temos as pessoas jurídicas de Direito Público Interno, as pessoas jurídicas da Administração 
indireta, os órgãos da Administração direta e os agentes públicos. 
Esse conjunto orgânico está ligado à Administração Pública direta e indireta dos três poderes. Para 
Meirelles61 os órgãos são centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, 
por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem, ele também 
classifica os órgãos em independentes, autônomos, superiores e subalternos: 
- Independentes: são os que têm sua origem na Constituição e não se submetem a nenhuma 
hierarquia superior. Ex.: Presidência da República, Congresso Nacional, Senado, Câmara e Tribunais 
Judiciários. 
- Autônomos: encontram-se no topo da estrutura administrativa, estão imediatamente abaixo e 
subordinados aos órgãos independentes. Ex.: Ministérios de Governo, Controladoria-Geral, Advocacia-
Geral da União. 
- Superiores: exercem funções de comando, direção e controle, e sujeitam-se ao controle hierárquico 
de autoridade superior. Ex.: gabinetes, diretorias, secretarias, coordenadorias. 
- Subalternos: praticamente não detêm poder algum e atuam na execução de atividades. Ex.: 
portarias, seções de atendimento ao público. 
 
Atenção!! 
Podem existir órgãos na Administração indireta, quando forem desconcentradas competências 
internamente, dentro da mesma pessoa jurídica: autarquia, fundação etc. 
 
Agentes Públicos 
Os agentes são as pessoas físicas (eventualmente jurídicas: concessionários/permissionários) que 
exercem alguma atividade estatal. Para a lei de improbidade administrativa o conceito é mais amplo, pois 
 
60 Direito administrativo é um ramo autônomo, dentro do direito público interno, que basicamente se concentra no estudo da Administração Pública e da atividade 
de seus integrantes. 
61 MEIRELLES, H. L., Direito administrativo brasileiro. 39. ed. SP, Malheiros, 2013. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
75 
 
inclui todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função na Administração Pública. 
O conjunto de agentes apontados por Meirelles62 inclui os agentes políticos, administrativos, 
honoríficos e delegados: 
Políticos: ocupam os escalões mais altos, e sua investidura ocorre mediante eleição, nomeação e 
designação. Ex.: presidente, ministros, senadores, deputados, prefeitura, vereadores. 
Administrativos: são os diversos tipos de servidores públicos, civis (estatutários ou celetistas) e 
militares. 
Honoríficos: têm como características a transitoriedade e a ausência de remuneração. Ex.: mesários 
eleitorais, jurados do Tribunal do Júri. 
Delegados: executam determinada atividade, serviço ou obra mediante delegação do Poder Público. 
Ex.: concessionários, permissionários, peritos, tradutores. 
Credenciados: podem praticar atividade específica ou representar a Administração em determinado 
ato – mediante pagamento. 
 
O sentido Objetivo/Material/Funcional 
Corresponde à função administrativa propriamente dita e às atividades necessárias à prestação dos 
serviços públicos em geral. Nesse conceito, inclui-se tanto a função administrativa desempenhada pelo 
Governo (decisões de governo), quanto as desempenhadas pelos órgãos e demais entes públicos 
(decisões administrativas e ações de execução). 
Insere-se nesse contexto tanto a prestação dos serviços públicos, como a intervenção no domínio 
econômico e o exercício do Poder de Polícia, e, ainda, o fomento e incentivo às atividades em geral de 
interesse ou de utilidade pública. 
Pode-se, ainda, utilizar o conceito operacional de Administração Pública, definido por Meirelles63 como 
“o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do Estado, ou por ele assumido, em 
benefício da coletividade”. 
 
Fases da Administração Pública 
 
A Administração Pública no Brasil já passou por três fases, que são elas: 
1. Patrimonialista (durante a era do Império); 
2. Burocrática (na era Vargas); e 
3. Gerencial (fase mais recente que está sendo implementada). 
 
Patrimonialista: no patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do 
soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real, mesmo de forma 
desorganizada, o patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração do Estado. 
 
Burocrática: a Administração Pública Burocrática surge na segunda metade do século XIX, constituem 
princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia 
funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional-legal. O modelo da Administração 
Pública Burocrática surgiu como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista, e os 
principais princípios desse modelo são a: profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a 
impessoalidade e o formalismo. 
 
Gerencial: o mundo mudou, a sociedade mudou e as pessoas mudaram, assim como a economia das 
nações apresentou grandes mudanças e tecnologias inusitadas surgiram. A principal fonte desse item é 
o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado de 1995 (PDRAE) a Administração Pública gerencial 
emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções 
econômicas e sociais do Estado, e de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da 
economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo 
anterior. 
 
 
 
 
 
62 Idem. 
63 MEIRELLES, H. L., Direito administrativo brasileiro. 39. ed. SP, Malheiros, 2013. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
76 
 
O Funcionário Público 
 
O indivíduo que trabalha na Administração Pública é chamado de Gestor Público, Servidor Público 
ou Agente Público, e tem uma grande responsabilidade para com a sociedade e nação, ele deve fazer 
a gestão das instituições públicas, de forma totalmente ética e transparente, em concordânciacom as 
normas legais estipuladas. 
Quando um determinado profissional comete uma prática ilegal, que seja contra os princípios da 
Administração Pública, ele pode ser julgado por Improbidade Administrativa64, conforme a Lei nº 8.429 
de 2 de junho de 199265, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, 
indireta ou fundacional. 
 
Características da Administração Pública 
 
A Administração Pública possui as seguintes características principais: 
 
É executora: a Administração, direta ou indireta, centralizada ou descentralizada, executa as 
atividades desejadas pelo Estado, tendo em vista o bem-estar da coletividade. A atividade da 
Administração Pública é de execução: presta serviços públicos e pratica atos administrativos através de 
seus órgãos e agentes. Ela não pratica atos políticos nem atos de governo. 
 
É instrumental: a Administração Pública não é um fim em si mesma, mas um instrumento do Estado 
para a promoção do desenvolvimento do país e do bem comum da sociedade. É o meio de que se valem 
o Estado e o Governo para realização de seus fins. 
 
É hierarquizada: a estrutura da Administração Pública obedece a uma hierarquia, em que há 
subordinação dos órgãos inferiores aos superiores. Os agentes lotados nos órgãos inferiores (ainda que 
chefes hierárquicos) também obedecem às instruções das autoridades que comandam os órgãos 
superiores. 
 
Possui Competência Limitada: a Administração Pública só possui poder para decidir e comandar a 
área de sua competência (competência específica). A competência, por sua vez, é estabelecida por lei e 
fixa os limites da atuação administrativa, de seus órgãos e agentes. 
 
Tem Responsabilidade Técnica: ao prestar serviços públicos e praticar atos administrativos, a 
Administração Pública obedece a normas jurídicas e técnicas. O desvio dessas normas invalidará o ato 
praticado e responsabilizará o agente que o praticou. Os agentes públicos são responsáveis pelos atos 
que praticam, e estão sujeitos à prestação de contas perante a própria Administração, os órgãos de 
controle e a sociedade. 
 
Tem Apenas Poder Administrativo: a Administração não tem poder político, mas apenas 
administrativo: suas decisões se restringem a assuntos técnicos, financeiros e jurídicos, e todas as 
atividades administrativas submetem-se aos princípios e normas vigentes no ordenamento jurídico. 
 
É dependente: a função administrativa consiste em implementar as decisões tomadas pelo Governo, 
pelo Legislativo ou pelo Judiciário (quando submetidas a sua apreciação). A Administração Pública, 
portanto, é uma atividade dependente e vinculada às decisões/opções do Governo, dos poderes e dos 
demais órgãos que detêm competência legal para fiscalização e controle de sua atuação. 
 
É neutra: a Administração Pública deve tratar a todos igualmente. Como parte da estrutura do Estado, 
perseguindo o bem comum da coletividade, não lhe é permitido afastar-se desse fim pretendido pelo 
Estado e expresso pelas normas e princípios vigentes. Não pode, pois, a Administração 
favorecer/discriminar pessoas, políticos, determinada categoria ou região, em detrimento dos demais, sob 
pena de desvio de finalidade e ofensa ao ordenamento jurídico vigente. 
 
 
 
64 Improbidade administrativa é o ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da Administração Pública no Brasil, cometido por agente público, durante o 
exercício de função pública ou decorrente desta. 
65 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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Questões 
 
01. (IF/MS - Tecnólogo em Gestão Pública - IF/MS/2019) Partindo-se de uma perspectiva histórica, 
verifica-se que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos 
com os da administração das empresas privadas - evoluiu através de três modelos básicos: a 
administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem no 
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada. A respeito desses três 
Modelos da Administração Pública, e com Base no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, de 
Bresser Pereira (1995), assinale a alternativa correta: 
 
(A) O modelo da Administração Pública Patrimonialista tem como característica a distinção entre o que 
é patrimônio público e o que é patrimônio privado. Existe a separação entre a res pública (coisa pública) 
e a res principis (coisa do príncipe). 
(B) O modelo da Administração Pública Burocrática surge como forma de combater a corrupção e o 
nepotismo patrimonialista. São princípios desse modelo: a profissionalização, a ideia de carreira, a 
hierarquia funcional, a impessoalidade e o formalismo. 
(C) No modelo da Administração Pública Gerencial, o aparelho do Estado funciona como uma extensão 
do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. É caracterizado 
pela forte presença das seguintes características: nepotismo, corrupção, ineficiência, improviso, falta de 
profissionalismo, ausência de métodos de trabalho e falhas de planejamento. 
(D) O modelo de Administração Pública Burocrática surge como resposta, de um lado, à expansão das 
funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização 
da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do 
modelo anterior. 
(E) Diferentemente do Modelo da Administração Pública Gerencial, em que os controles 
administrativos são a priori, no Modelo de Administração Pública Burocrática, os controles são a posteriori. 
Assim, esse Modelo de Administração Pública Burocrática visa evitar a corrupção e o nepotismo. 
 
02. (FBN - Assistente Administrativo - FGV) Administração Pública é o conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se divide o conceito de Administração Pública. 
(A) Objetivo e funcional. 
(B) Material e funcional. 
(C) Objetivo e subjetivo. 
(D) Subjetivo e orgânico. 
 
03. (TJ/RO - Analista Judiciário - Administração - CESPE) A respeito da administração pública no 
Brasil, assinale a opção correta. 
(A) O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi criado com o objetivo de fiscalizar o 
controle burocrático realizado nas instituições. 
(B) A administração pública, no seu aspecto formal, é o elenco de órgãos instituídos para a consecução 
dos objetivos do Governo. 
(C) A administração pratica atos de governo com maior ou menor autonomia. 
(D) Cabe ao gestor da administração pública realizar quaisquer atividades desde que não conste 
dispositivo legal que proíba. 
(E) A substituição da administração pública burocrática pela administração pública gerencial deu-se 
em virtude da incompatibilidade daquela administração com o capitalismo industrial e com as democracias 
parlamentares surgidas no século XIX. 
 
04. (TER/PR - Analista Judiciário - Área Administrativa - FCC) Com relação à conceituação da 
Administração Pública, considere as afirmativas a seguir: 
I. É o conjunto de órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado, ou seja, 
compreende as atividades típicas dos três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. 
II. A Administração não pratica atos de governo; pratica tão somente atos de execução, com maior ou 
menor autonomia funcional, segundo a competência dos órgãos e de seus agentes. 
III. Administração Pública abrange as atividades exercidas pelas entidades, órgãos e agentes 
incumbidos de atender concretamente às necessidades coletivas. 
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IV. Os poderes da Administração Públicasão eminentemente instrumentais, ou seja, são instrumentos 
conferidos à Administração e utilizados exclusivamente com a finalidade de satisfazer o interesse público. 
V. À Administração Pública faculta-se agir somente de acordo com a Lei ou maneira a não afrontá-la, 
isto é, pode fazer tudo aquilo que a Lei não proíbe. 
 
Está correto o que se afirma em 
(A) II e V, apenas. 
(B) I, III e IV, apenas. 
(C) II, III e IV, apenas. 
(D) I, III, IV e V, apenas. 
(E) I, II, III e IV, apenas. 
 
05. (MPE/ES - Agente Técnico - Administrador - VUNESP) No sentido objetivo, material ou funcional, 
a expressão Administração Pública compreende 
(A) os entes que exercem a atividade administrativa. 
(B) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a atividade administrativa. 
(C) os órgãos administrativos e os órgãos governamentais. 
(D) em sentido estrito, apenas os órgãos administrativos. 
(E) a natureza da atividade exercida pelos entes que realizam a atividade administrativa. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
A Burocracia surgiu para coibir os excessos do patrimonialismo. A organização na burocracia segue o 
modelo racional-legal, ou seja, deve funcionar com base em normas, leis e regulamentos, 
independentemente das vontades pessoais dos agentes. Entre as principais características do modelo 
burocrático estão o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo. 
 
02. Resposta: C 
• O sentido subjetivo/formal/orgânico: corresponde ao conjunto de pessoas jurídicas e órgãos públicos 
criado para realizar a função administrativa do Estado, cujas atividades são desempenhadas pelos seus 
agentes – portanto, nesse sentido, temos as pessoas jurídicas de Direito Público Interno, as pessoas 
jurídicas da Administração indireta, os órgãos da Administração direta e os agentes públicos. 
• O sentido Objetivo/Material/Funcional: corresponde à função administrativa propriamente dita e às 
atividades necessárias à prestação dos serviços públicos em geral. Nesse conceito, inclui-se tanto a 
função administrativa desempenhada pelo Governo (decisões de governo), quanto as desempenhadas 
pelos órgãos e demais entes públicos (decisões administrativas e ações de execução). 
 
03. Resposta: B 
O sentido subjetivo/formal/orgânico: corresponde ao conjunto de pessoas jurídicas e órgãos públicos 
criado para realizar a função administrativa do Estado, cujas atividades são desempenhadas pelos seus 
agentes – portanto, nesse sentido, temos as pessoas jurídicas de Direito Público Interno, as pessoas 
jurídicas da Administração indireta, os órgãos da Administração direta e os agentes públicos. 
 
04. Respostas: C 
A Administração compreende todo o aparato existente (estrutura e recursos; órgãos e agentes; 
serviços e atividades) à disposição dos governos para a realização de seus objetivos políticos e do 
objetivo maior e primordial do Estado: a promoção do bem comum da coletividade. 
Em sentido amplo compreende: o governo (que toma as decisões políticas), a estrutura administrativa 
e a administração (que executa essas decisões). Em sentido estrito compreende apenas as funções 
administrativas de execução dos programas de governo, prestação de serviços e demais atividades. 
 
05. Resposta: E 
O sentido Objetivo/Material/Funcional: corresponde à função administrativa propriamente dita e às 
atividades necessárias à prestação dos serviços públicos em geral. Nesse conceito, inclui-se tanto a 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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função administrativa desempenhada pelo Governo (decisões de governo), quanto as desempenhadas 
pelos órgãos e demais entes públicos (decisões administrativas e ações de execução). 
 
 
 
Podemos considerar administração pública como a atividade desenvolvida pelo Estado ou por seus 
delegados, sob o regime de direito público, com fim de atendimento de modo direto e imediato as 
necessidades concretas da coletividade. 
Podem ser listadas como características a prática de atos tão somente de execução: estes atos são 
denominados atos administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são 
sempre públicos; o exercício de atividade politicamente neutra; sua atividade é vinculada à Lei e não à 
Política; conduta hierarquizada; dever de obediência - escalona os poderes administrativos do mais alto 
escalão até a mais humilde das funções; prática de atos com responsabilidade técnica e legal; busca a 
perfeição técnica de seus atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais; 
caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus objetivos. 
A Administração serve ao Estado; competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada 
área da Administração Pública é delimitada pela área de atuação de cada órgão. 
 
Disposições Gerais 
 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
 
A Administração Pública direta se constitui dos serviços prestados da estrutura administrativa da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública indireta compreende os 
serviços prestados pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas. Conforme previsão constitucional, a Administração Pública Direta e Indireta ou Fundacional, de 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Podemos definir a Administração Pública como a atividade mediante a qual as autoridades públicas 
tomam providências para a satisfação das necessidades de interesse público, utilizando, quando 
necessário, as prerrogativas do Poder Público, para alcançar os fins que não sejam os próprios à 
legislação ou à distribuição da justiça. 
 
Sobre Administração Pública, o professor José Afonso da Silva66 as explica: 
“...É o conjunto de meios institucionais, material, financeiro e humano preordenado à execução das 
decisões políticas. Essa é uma noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, 
que é subordinada ao Poder político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo de que se serve 
para atingir fins definidos e, em terceiro lugar, denota os dois aspectos: um conjunto de órgãos a serviço 
do Poder político e as operações, as atividades administrativas” (in Curso de Direito Constitucional 
Positivo). 
 
Por sua vez, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, irradia sua 
força normativa para os demais entes da federação, traz uma série de princípios administrativos no seu 
art. 2º, vejamos: 
Art. 2º “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, 
interesse público e eficiência”. 
 
 
 
 
 
66 DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 2002. 
2.1. Normas constitucionais sobre a Administração Pública 
 
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Princípios 
Princípio da supremacia do interesse público 
É sobreposição do interesse público em face do interesse particular. Consiste no somatório dos 
interesses individuais desde que represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da 
sociedade. O interesse público primário é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como 
um todo. Já o interesse público secundário é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de 
direitos e obrigações, em resumo, é vontade do Estado.Assim, a vontade do povo (interesse público 
primário) e a vontade do Estado (interesse público secundário) não se confundem. 
 
Princípio da indisponibilidade do interesse público 
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao 
princípio da Supremacia do Interesse Público. Ao mesmo tempo em que a Administração tem 
prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus fins determinados em lei, ela sofre restrições, 
limitações que não existem para o particular. Essas limitações decorrem do fato de que a Administração 
Pública não é proprietária da coisa pública, não é proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora 
de bens e interesses alheios que pertencem ao povo. 
É importante frisar que a Administração Pública deverá se pautar nos cinco princípios estabelecidos 
pelo “caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Os princípios são os 
seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Princípio da legalidade 
Consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. 
 
Princípio da impessoalidade 
Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na 
execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse 
social e não o interesse particular. 
 
Princípio da moralidade administrativa 
A Administração Pública, deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio 
acarreta a obrigação ao administrador público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, 
mas também, regras éticas extraídas dos padrões de comportamento designados como moralidade 
administrativa (obediência à lei). 
 
Princípio da publicidade 
Tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração Pública, obedecendo, todavia, 
as questões sigilosas. 
 
Princípio da eficiência 
Busca a excelência e a efetividade nos atos da Administração Pública. 
 
Vejamos o que prevê a norma constitucional sobre o tema: 
 
TÍTULO III 
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
[...] 
 
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
Dica! Para conseguir memorizar e nunca mais esquecer quais são os mais importantes princípios 
constitucionais da Administração Pública, basta unir as iniciais de cada um destes e, com isso, 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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chegaremos à palavra mnemônica “LIMPE”. Lembre-se sempre do “LIMPE”, as bancas adoram questões 
sobre esse tema. Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Publicidade e Eficiência. 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Acessibilidade) 
Não esqueça! Há cargos que os estrangeiros não podem ocupar, como os cargos privativos de 
brasileiro nato (art. 12, § 3°). 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não 
integra a carreira na qual anteriormente investido. 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
Neste caso, a Constituição respeitando o princípio da impessoalidade, condicionou da seguinte forma, 
a pessoa aprovada em um concurso que não fora convocada ainda está no prazo previsto em edital de 
convocação terá prioridade para ser chamado sobre os novos concursados, por ex. pessoa “x” aprovado 
em um concurso em último lugar, 1 ano depois ainda dentro do prazo de convocação tem novo concurso 
e “Y” passa em 1º lugar, como ainda está dentro do prazo de convocação do concurso de “X”, a pessoa 
“Y” só será convocada depois que “X” for convocado. 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e 
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento; 
Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa 
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão 
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer 
um dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
Segundo MOTTA67, a associação e o direito de greve são instrumentos dos trabalhadores para 
proteger seus direitos e interesses. Sendo os servidores públicos também trabalhadores, é razoável que 
possam utilizar tais instrumentos. Além do mais, negar tais meios aos servidores só seria razoável se 
dispusessem eles de um tratamento suficientemente seguro e diferenciado. A partir do momento que em 
tudo se procura assemelhar os servidores públicos aos trabalhadores privados, não se poderá negar 
àqueles estes meios de defesa. 
A associação sindical já era assegurada, porém jamais foi editada a lei complementar reguladora o 
direito de greve. O novo art. 37, VII, aboliu a exigência da lei complementar, admitindo a regulamentação 
da greve no serviço público através de lei ordinária, teoricamente de mais fácil edição. 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020) 
Não esqueça! Essas contratações são feitas para situações de emergência ou extremamente 
peculiares. 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão 
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada 
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
Não confunda! Subsídio X Remuneração X Vencimento: 
 
67 MOTTA, Sylvio. Direito Constitucional. 27ª edição, 2018. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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Subsídio: está prevista na Constituição, é uma forma de retribuição obrigatória, paga em parcela única 
para os membros de poder, detentores de mandatos eletivos, ex. Ministros de estados e secretários 
estaduais. 
Remuneração: é a soma do vencimento do cargo mais as vantagens e benefícios estabelecidos por 
lei. 
Vencimento: é a retribuição pelo exercício de cargo, com valor fixado em lei. 
Súmula vinculante 42-STF: é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidoresestaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da 
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes 
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, 
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o 
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
aos Defensores Públicos; 
Este inciso refere-se aos tetos remuneratórios. O teto é a soma de todos os ganhos do agente político, 
que pode ser dividido em geral (nenhum servidor público no Brasil poderá ter remuneração que exceda 
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF) e específicos (cada ente da federação possui 
regras próprias sobre o teto). 
União: há apenas o teto geral do subsídio de ministro do STF; é igual para todos os poderes. 
Estados e DF: há tetos especiais para cada poder: 
1) Poder Executivo: o subsídio mensal do Governador; 
2) Poder Legislativo: o subsídio dos deputados estaduais ou distritais; 
3) Poder Judiciário: o subsídio dos desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do subsídio de ministro 
do STF, sendo aplicável este limite também ao MP, Procuradores e Defensores Públicos. 
Municípios: o teto é o subsídio do Prefeito. 
 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores 
aos pagos pelo Poder Executivo; 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público; 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
Este inciso impede os aumentos em cascata, e quaisquer formas usuais de se conceder aumentos 
disfarçados a servidores, quase sempre fazendo perder o controle sobre os gastos com pessoal e criando 
as famigeradas “vantagens pessoais”. 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, 
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade 
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
 
Dica! Este inciso costuma ser muito cobrado em concursos públicos, então é importante saber as 
situações em que é permitida a acumulação remunerada de cargos públicos. 
 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta 
ou indiretamente, pelo poder público; 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência 
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
A criação de entidade da Administração indireta deve ser feita através de lei. O constituinte distinguiu 
casos de criação por lei específica (para as autarquias) e os casos de autorização (para as empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações). No último caso, deverá a lei complementar definir 
as áreas de atuação. Ver também o art. 173. 
As fundações regidas pelo Direito comum (privadas) não estão sujeitas ao mesmo regramento que as 
fundações de direito público. 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos 
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
A licitação possui como objeto a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública. A 
escolha dos que serão contratados pela Administração Pública não pode decorrer de critérios pessoais 
do administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha dos que serão contratados decorrerá do 
procedimento denominado licitação, de obrigatoriedade imposta por regra constitucional. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, 
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive 
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
Esse inciso tem dois pontos interessantes, primeiro, expandiu as hipóteses que permitem a troca de 
informações entre as Fazendas Públicas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. E segundo, 
determinou a dotação de recursos prioritários para atividades essenciais ao funcionamento do Estado. 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
O parágrafo veda a promoção política, visto que não faz sentido aquilo que é pago pelo povo ser usado 
para promover quem eventualmente esteja atuando na Administração, mesmo que seja com a melhor 
coisa do mundo. Respeitando, portanto, o princípio da eficiência o agente público tem que fazer sempre 
o melhor para a coletividade. 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da 
autoridade responsável, nos termos da lei. 
O Parágrafo só reforça a ideia de punição, já que a não observância de todos os dispositivos 
Constitucionais acarretam algum tipo de responsabilidade. 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, 
regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção 
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos 
serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado 
o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou 
função na administração pública. 
A primeira68 observaçãoé que o povo, antes de ser usuário, é titular do poder. Mais do que um usuário-
cliente, ele é um usuário-patrão. Assim, a Administração não pode olhar o cidadão-usuário do mesmo 
modo que uma empresa privada olha seu cliente-consumidor. No trato público, o cidadão é mais do que 
um usuário. Esperamos que o uso do termo signifique apenas uma escolha inocente de palavras, e não 
uma visão deturpada dos reformadores e do governo em relação às naturezas jurídica e política do 
cidadão que se utiliza dos serviços da administração pública, direta e indiretamente. 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. (Improbidade) 
 
68 MOTTA, Sylvio. Direito Constitucional. 27ª edição, 2018. 
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§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor 
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
Prescrição, é a impossibilidade de alguém ser punido por alguma falta, em virtude do tempo entre a 
prática do fato e da punição. 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Neste parágrafo recaímos na responsabilidade objetiva, o qual o dano ocorre por uma atividade lícita, 
que apesar deste caráter gera um perigo a outrem, ocasionando o dever de ressarcimento, pelo simples 
fato do implemento do nexo causal. Para tanto, surgiu a teoria do risco para preencher as lacunas 
deixadas pela culpabilidade, permitindo que o dano fosse reparado independente de culpa. 
Contudo é assegurado o direito de regresso por parte da Administração Pública, nos casos em que se 
verificar a existência de culpa ou dolo na conduta do agente público causador do dano, poderá o Estado 
propor ação regressiva, com a finalidade de apurar a responsabilidade pessoal do agente, sempre 
partindo-se do pressuposto de que o Estado já foi condenado anteriormente. 
A entidade estatal que propuser a ação deverá demonstrar a ocorrência dos requisitos que comprovem 
a responsabilidade do agente, ou seja, ato, dano, nexo e culpa ou dolo. Caso o elemento subjetivo, 
representado pela culpa ou dolo, não esteja presente no caso concreto, haverá exclusão da 
responsabilidade do agente público. 
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
Visa impedir que servidores da atividade pública utilizem as informações para obter vantagens 
indevidas. 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta 
e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder 
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à 
lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos 
dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e 
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Teto remuneratório nas empresas 
públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias). 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos 
arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei 
de livre nomeação e exoneração. 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput 
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito 
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite 
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais 
e dos Vereadores. 
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas 
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade 
física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de 
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, 
emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento 
do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte 
a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja 
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prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
§16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar 
avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados 
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) 
 
Acumulação de Cargo Público com Mandato Eletivo 
A situação funcional do servidor público que passa a desempenhar mandato eletivo é tratada com 
especificidade pelo art. 38 da Constituição Federal, que estabelece as soluções em relação à acumulação 
de cargos, empregos ou funções com cargos eletivos. 
 
Vejamos o artigo 38, CF 
 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato 
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo 
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; 
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse 
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Questões 
 
01. (CODEN/SP - Escriturário - VUNESP/2021) Entre os conhecimentos básicos da Administração 
Pública, encontra-se a forma como deve ser realizada a publicidade dos atos, programas, obras, serviços 
e campanhas dos órgãos públicos, que deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,conforme parágrafo 1o do inciso XXII do art. 37 da Constituição Federal, nessa publicidade não podendo 
constar 
(A) a sua função social e as formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade. 
(B) o valor da obra previsto. 
(C) informação de texto ou apresentação visual que direta ou indiretamente, por implicação, omissão, 
exagero ou ambiguidade, leve o cidadão a engano quanto ao objeto de informação que está sendo 
comunicada. 
(D) o tempo estimado para a realização do serviço. 
(E) nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos. 
 
02. (Prefeitura de Lençóis Paulista/SP - Agente Administrativo - OMNI/2021) Segundo a 
Constituição da República Federativa do Brasil Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
Complete na sequência CORRETA do inciso XII - os vencimentos dos cargos do __________________e 
do __________________não poderão ser superiores aos pagos pelo_________. 
(A) Poder Judiciário - Poder Executivo - Poder Legislativo. 
(B) Poder Executivo - Poder Legislativo - Poder Judiciário. 
(C) Poder Legislativo - Poder Judiciário - Poder Executivo. 
(D) Poder Executivo - Poder Legislativo – Poder da União. 
 
03. (Prefeitura de Lençóis Paulista/SP - Agente Administrativo - OMNI/2021) Com base na 
Constituição da República Federativa do Brasil sobre o Art. 37 citado na questão anterior complemente o 
parágrafo § 4° Os atos de improbidade administrativa: 
(A) estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, 
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
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(B) importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos 
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal 
cabível. 
(C) aplicará -se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que 
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de 
despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
(D) deverá realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado 
e dos resultados alcançados 
 
04. (CRQ 19ª Região (PB) - Assistente Administrativo - EDUCA/2017) De acordo com a 
Constituição Federal, em seu art.37, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte, EXCETO: 
(A) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 
(B) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
(C) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual 
período. 
(D) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira. 
(E) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e 
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
05. (PC/GO - Escrivão de Polícia Substituto - CESPE) No que se refere à administração pública, 
assinale a opção correta. 
(A) É vedada a acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções públicos na 
administração direta, nas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
(B) As obras, os serviços, as compras e as alienações serão contratados mediante processo de 
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, permitindo-se exigências 
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, nos 
termos da lei. 
(C) Agente público que cometer ato de improbidade administrativa estará sujeito à cassação de direitos 
políticos, à perda da função pública, à indisponibilidade dos bens e ao ressarcimento ao erário, na forma 
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
(D) A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira não pode ser fixada 
exclusivamente por subsídio constituído de parcela única. 
(E) Os cargos em comissão, que devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
06. (EBSERH - Advogado - IBFC/2017) Assinale a alternativa correta com base nas previsões da 
Constituição Federal sobre a Administração Pública. 
(A) Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores 
aos pagos pelo Poder Legislativo 
(B) São garantidas a vinculação e a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito 
de remuneração de pessoal do serviço público 
(C) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores 
(D) É vedado ao servidor público civil o direito qualquer associação sindical 
(E) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência, mas não poderá definir critérios de sua admissão. 
 
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07. (TRE/PE - Técnico Judiciário - CESPE/2017) Assinale a opção correta acerca dos vencimentos 
e das remunerações dos servidores públicos. 
(A) Os acréscimos pecuniários recebidos por servidor público tornam-se vinculativos para o futuro. 
(B) De regra, é permitida a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvadas as exceções 
constitucionais. 
(C) É possível a concessão de equiparação de remuneração de servidores públicos. 
(D) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder 
Executivo. 
(E) Como regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis. 
 
08. (MPE/RS - Promotor de Justiça - MPE/RS/2017) Assinale a alternativa INCORRETA, 
considerando tão somente o que dispõe o artigo 38 da Constituição Federal no que tange ao servidor 
público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo. 
(A) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de maior valor. 
(B) Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração. 
(C) Investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo 
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso II do artigo 38. 
(D) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. 
(E) Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados 
como seno exercício estivesse. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.C / 03.B / 04.C / 05 B / 06.C / 07.E / 08.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
CF, Art. 37. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, 
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive 
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
02. Resposta: C 
Art. 37 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores 
aos pagos pelo Poder Executivo; 
 
03. Resposta: B 
Art. 37 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. (Improbidade) 
 
04. Resposta: C 
Considerando o disposto no art. 37, III, da CF/88: o prazo de validade do concurso público será de até 
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. 
 
 
 
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05. Resposta: B 
Disciplina o art. 37, XXI, da CF/88: ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
 
06. Resposta: C 
Considerando o que dispõe o art. 37, XIV, da CF/88: os acréscimos pecuniários percebidos por servidor 
público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. 
 
07. Resposta: E 
Dispõe o art. 37, XV, da CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos 
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I.” 
 
08. Resposta: A 
Consoante o que prevê o art. 38, I, da CF/88: “tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou 
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função”. Lembrando que as regras aplicadas aos 
municípios (prefeito e vereadores) são diferentes. 
 
Servidores públicos 
 
Podemos conceituar agentes públicos como todos aqueles que têm uma vinculação profissional com 
o Estado, mesmo que em caráter temporário ou sem remuneração, comportado diversas espécies, a 
saber: 
a) agentes políticos; 
b) ocupantes de cargos em comissão; 
c) contratados temporários; 
d) agentes militares; 
e) servidores públicos estatutários; 
f) empregados públicos; 
g) particulares em colaboração com a Administração (agentes honoríficos). 
 
A Constituição Federal de 1988 trata “Dos Servidores Públicos” na Seção II do Capítulo VII do Título 
III, vejamos: 
 
SEÇÃO II 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública 
direta, das autarquias e das fundações públicas. 
Com base nesse parâmetro foi promulgada a Lei nº 8.112/90, que demarcou a opção da União pelo 
regime estatutário, no qual os servidores são admitidos sob regime de Direito Público, podem alcançar 
estabilidade e possuem direitos e deveres estabelecidos por lei (e que podem, portanto, ser alterados 
unilateralmente pelo Estado-Legislador). 
 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório 
observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos. 
Significa dizer que quanto maior o grau de dificuldade, tanto para ingressar no cargo, quanto para 
desenvolver as funções inerentes a ele, melhor deverá ser a remuneração correspondente. 
 
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o 
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos 
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para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes 
federados. 
Essas escolas possuem como objetivo a atualização e a formação dos servidores públicos, 
melhorando os níveis de desempenho e eficiência dos ocupantes de cargos e funções do serviço público, 
estimulando e promovendo a especialização profissional, preparando servidores para o exercício de 
funções superiores e para a intervenção ativa nos projetos voltados para a elevação constante dos 
padrões de eficácia e eficiência do setor público. 
 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, 
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão 
quando a natureza do cargo o exigir. 
Vamos conferir o que diz os referidos incisos, do artigo 7º da Constituição Federal: 
- Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim; 
- Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
- Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
- Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada 
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
- Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
- Licença - paternidade, nos termos fixados em lei; 
 
Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa empresa Cidadã, que permite que seja 
prorrogada a licença à gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso o prazo de 120 (cento 
e vinte) para 180 (cento e oitenta) dias. Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa. 
Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas privadas (que ao aderirem o programa 
recebem incentivos fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e fundacional. 
Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída 
a possibilidade de prorrogação da licença - paternidade por mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) 
já assegurados constitucionalmente as empresas que fazem parte do programa. Contudo, para isso, o 
empregado tem que requerer o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprovar a 
participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável. 
 
- Proteção do mercadode trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
- Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários 
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado 
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
Ao falar em parcela única, fica clara a intenção de vedar a fixação dos subsídios em duas partes, uma 
fixa e outra variável, tal como ocorria com os agentes políticos na vigência da Constituição de 1967. E, 
ao vedar expressamente o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de 
representação ou outra espécie remuneratória, também fica clara a intenção de extinguir, para as mesmas 
categorias de agentes públicos, o sistema remuneratório que compreende o padrão fixado em lei mais as 
vantagens pecuniárias de variada natureza previstas na legislação estatutária. 
 
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação 
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto 
no art. 37, XI. 
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§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da 
remuneração dos cargos e empregos públicos. 
Aqui a norma constitucional não manda publicar os valores percebidos, individualmente, pelos 
ocupantes dos cargos e empregos públicos, mas apenas o valor da remuneração correspondente aos 
cargos e empregos públicos, pela evidente razão de que o montante da despesa assim gerada é que 
interessa considerar quando se analisa o peso que a remuneração dos servidores públicos em geral tem 
no orçamento dos entes federativos, e que não pode ultrapassar os limites fixados pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal; eventuais desvios ou abusos personalizados sujeitam-se às mais variadas 
instâncias de controle interno e externo, tais como Tribunais de Contas e Ministério Público. 
 
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de 
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e 
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a 
forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
Esses cursos são importantes para obter o envolvimento e o comprometimento de todos os agentes 
públicos com a qualidade e produtividade, quaisquer que sejam os cargos, funções ou empregos 
ocupados, minimizar os desperdícios e os erros, inovar nas maneiras de atender as necessidades do 
cidadão, simplificar procedimentos, inclusive de gestão, e proceder às transformações essenciais à 
qualidade com produtividade. 
 
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do 
§ 4º. 
Ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, 
os tetos remuneratórios dispostos no art. 37, X da Constituição Federal. 
 
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função 
de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de 
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando 
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para 
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei 
do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos 
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) 
 
Com relação a aposentadoria por idade cabe ainda destacar a recente alteração no texto 
Constitucional pela Emenda nº 88/2015, os quais os servidores titulares de cargos efetivos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, serão 
aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar 
(art.40, § 1°, II, da CF). 
A Lei Complementar nº 152/2015 foi instituída para regulamentar o novo dispositivo constitucional, 
vejamos: 
 
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade: 
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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II - os membros do Poder Judiciário; 
III - os membros do Ministério Público; 
IV - os membros das Defensorias Públicas; 
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e 
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade 
mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o 
tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente 
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º 
do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, 
observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo 
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em 
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo 
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos 
a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo 
de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de 
agente socioeducativo ou de policial dos órgãosde que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso 
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo 
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com 
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses 
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação 
às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de 
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado 
em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) 
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, 
é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, 
aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários 
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
Os cargos acumuláveis são: dois de professor; um de professor com outro técnico ou científico; dois 
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida 
pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente 
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B 
decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor 
real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
O valor real refere-se ao poder aquisitivo, em outros temos, se no início do recebimento do benefício, 
o beneficiário conseguia suprir suas necessidades com alimentação, saúde, lazer, educação, etc. Após 
alguns anos, o mesmo benefício deveria, em tese, propiciar o mesmo poder aquisitivo. 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de 
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente 
será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive 
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades 
sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no 
que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei 
de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego 
público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do 
respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de 
cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o 
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto 
no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente 
na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de 
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado 
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° 
serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime 
de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares 
de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular 
de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por 
permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor 
da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão 
ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e 
entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os 
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal 
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de 
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) 
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para 
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer 
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 103, de 2019) 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) 
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com 
governança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições 
relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e 
extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
Referido instituto corresponde à proteção ao ocupante do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a 
permanência no Serviço Público, o que permite a execução regular de suas atividades, visando 
exclusivamente o alcance do interesse coletivo. 
 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual 
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado 
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
Reintegração é o instituto jurídico que ocorre quando o servidor retorna a seu cargo após ter sido 
reconhecida a ilegalidade de sua demissão. 
 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, 
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve o seu cargo extinto ou 
declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, à espera de um eventual aproveitamento. 
Desde já, cumpre-nos ressaltar que o servidor estável, que teve seu cargo extinto ou declarado 
desnecessário não será nem exonerado, nem, muito menos, demitido. Será ele posto em disponibilidade! 
Segundo a doutrina majoritária, o instituto da disponibilidade não protege o servidor não estável quanto 
a uma possível extinção de seu cargo ou declaração de desnecessidade. Caso o servidor não tenha, 
ainda, adquirido estabilidade, será ele exonerado ex officio. 
 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a 
uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas 
estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. 
 
Militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios 
 
Estamos diante aqui de uma classe de servidor público especial denominada militares dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Territórios, como bem assevera o artigo 42 da CF, inclusive ao designar-lhes 
lugar separado em seção III, tratando-os como "Dos Militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios". 
Deste modo, aos militares a própria Constituição impôs regime especial e diferenciado do servidor civil. 
Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se misturam a não ser por expressa determinação 
constitucional. Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou impor deveres que a 
Constituição Federal não trouxe de forma taxativa, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores 
civis aos militares de forma reflexa. 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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Seção III 
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 
 
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas 
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser 
fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei 
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais 
conferidas pelos respectivos governadores. 
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que 
for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. 
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, 
inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019) 
 
Súmula vinculante 39-STF: compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos 
membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. 
 
Das Regiões 
 
Seção IV 
DAS REGIÕES 
 
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo 
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 
§ 1º - Lei complementar disporá sobre: 
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; 
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, 
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com 
estes. 
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei: 
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder 
Público; 
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; 
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou 
jurídicas; 
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas 
ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. 
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e 
cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de 
fontes de água e de pequena irrigação. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Irati/SC - Agente Administrativo - GS Assessoria e Concursos/2021) Conforme 
a Constituição Federal de 1988, marque a alternativa CORRETA. 
(A) O servidor não tem direito de greve. 
(B) É defeso ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. 
(C) A investidura em cargo ou emprego público, em regra, não depende de aprovação prévia em 
concurso público de provas ou de provas e títulos. 
(D) É permitido, em regra, a acumulação remunerada de cargos públicos. 
(E) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 
 
02. (Prefeitura de Suzano/SP - Assistente Jurídico - CONSULPAN/2021) Nos termos previstos na 
Constituição Federal, se lei do Município disciplinar a aplicação de recursos orçamentários provenientes 
da economia com despesas correntes de seus órgãos, poderá aplicar os valores economizados em: 
(A) Modernização de parques e feiras públicas. 
(B) Planos de contingência nas escolas públicas. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-4795 
 
(C) Prêmio de produtividade para os servidores. 
(D) Reaparelhamento apenas de hospitais públicos 
 
03. (TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - FCC) Sobre servidores públicos no sistema 
constitucional brasileiro, é INCORRETO afirmar: 
(A) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas, ou de provas e títulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira. 
(B) São garantidos ao servidor público civil o direito à livre associação sindical e o direito de greve. 
(C) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público. 
(D) Os servidores fiscais da administração fazendária terão, dentro de suas áreas de competência e 
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos. 
(E) A estabilidade do servidor público nomeado por concurso público é imediata à posse e efetivo 
exercício. 
 
04. (TRT 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário - FCC) Sobre as normas constitucionais que versam 
sobre os servidores públicos, 
(A) o servidor público estável poderá perder o cargo, dentre outras hipóteses, mediante procedimento 
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada a ampla defesa. 
(B) o servidor público será exonerado do serviço público, mediante pagamento de indenização 
proporcional ao tempo de serviço prestado, paga em parcela única, se seu cargo for extinto. 
(C) a realização de avaliação especial de desempenho é condição facultativa para aquisição da 
estabilidade por servidores públicos nomeados para cargo de provimento efetivo. 
(D) os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, 
vinculados à Administração Municipal, são estáveis após dois anos de efetivo exercício, nos termos da 
lei, computando-se como de efetivo exercício o período de licença-gestante. 
(E) o salário mínimo deve sempre ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de 
servidor público. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.C / 03.E / 04.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
02. Resposta: C 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de 
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos 
Poderes. 
( ) 
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de 
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e 
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a 
forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
 
03. Resposta: E 
Art. 41, da CF/88. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para 
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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04. Resposta: A 
Art. 41 § 1º, da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
Os crimes contra a fé pública estão previstos no Título X do Código Penal, mais especificadamente 
nos artigos 289 a 311-A. 
 
Da moeda Falsa (arts. 289 a 292, CP) 
 
Da moeda falsa (art. 289) 
É bom trazer as palavras de Júlio F. Mirabete: “A moeda, segundo a definição dos economistas, é a 
medida comum dos valores (como o metro, o grama e o litro o são de quantidade) e o instrumento ou 
meio de escambo. É valorímetro de bens econômicos, o denominador comum a que se reduz o valor das 
coisas úteis. A sua falsificação é o primeiro fato incriminado no capítulo I, pelo artigo 289, cuja rubrica é 
moeda falsa: “Falsificar, fabricando-a ou alterando a moeda metálica ou papel moeda de curso legal 
(obrigado a aceitar) no país ou no estrangeiro. Pena: Reclusão, de 3 a 12 anos e multa.” Nos parágrafos 
estão previstos outros tipos penais, todos relacionados à falsificação e circulação de moeda falsa. 
O bem jurídico tutelado é a credibilidade da moeda circulante, a fé pública. 
Como sujeito ativo, temos que qualquer pessoa pode praticar o delito em estudo. Já como sujeito 
passivo, temos como principal o Estado e, secundariamente, o particular (pessoa física ou jurídica) lesado 
pela conduta do agente. 
O tipo não exige o anumus lucrani, mas para maioria dos autores só se configura com o enriquecimento 
ilícito. Ou seja, só se configura quando o agente repassa a moeda. 
Moeda deve ter curso legal/ forçado no país ou no estrangeiro. Se tiver valor comercial, delito pode ser 
o de estelionato. A moeda deve está em vigor. Se falsificar uma moeda antiga é ESTELIONATO. 
Competência para o processo é da justiça federal. 
Falso deve ter idoneidade para enganar. Ex: fazer uma folha com 1 real e tentar enganar alguém, não 
é crime do 389. É crime de patrimônio – Estelionato. 
 
Sumula 73 do STJ: “Utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura em tese o 
crime de estelionato, de competência da justiça estadual”. 
 
Número de moedas/ cédulas falsificadas: Para doutrina não há insignificância no crime de moeda falsa, 
pois o bem jurídico tutelado é a fé pública. 
 
§1º – Circulação de moeda falsa: Nas mesmas penas incorre, quem por contra própria ou alheia 
importa, exporta, adquire, vende, troca, empresta, guarda ou introduz em circulação moeda falsa. 
- É indispensável à consequência da falsidade da moeda. 
- Concurso entre falsificação e circulação? Não há. 
 
§2º – Modalidade privilegiada: Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui a circulação, depois de conhecer a falsidade. 
- Quando alguém recebe de boa-fé, depois repassa a cédula. 
- Detenção: 6 meses a 2 anos. 
- Agente não inicia a circulação da moeda, apenas dar prosseguimento. 
- Animo de evitar o prejuízo. 
- Esse tipo não admite o dolo eventual. Quando reconhece a cédula e fica com ela. 
 
2.2. Crimes contra a fé pública e crimes contra a Administração Pública 
 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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Dica: 
Cédula bem feita = Artigo 289. 
Cédula mal feita = Estelionato. 
 
§3º – É punido com reclusão de 3 a 15 anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente ou fiscal 
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação de: 
I – Moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; 
Título = proporção que deve existir entre o metal fino e a liga metálica empregados na confecção da 
moeda. (Crime próprio). 
II – De papel moeda em quantidade superior a autorizada. 
- não menciona a fabricação de moeda em quantidade superior a permitida. 
 
§4º – Desvio e circulação antecipada 
Nas mesmas penas incorre quem desvia ou faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda 
autorizada. 
Tutela-se a fé pública. De fato, a moeda, no caso em apreço, conquanto verdadeira, ainda não estava 
autorizada a ser posta em circulação, e, por isso, a antecipação de sua circulação ofende nitidamente a 
fé pública. 
Trata-se de tipo misto cumulativo, porque a consumação depende da realização de ambas as condutas 
(“desviar” e “fazercircular”). 
 
Crimes assimilados ao de moeda falsa (art. 290) 
O respectivo delito incrimina três condutas distintas. Vejamos cada uma delas. 
a) Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas 
ou bilhetes verdadeiros 
O núcleo é “formar”, no sentido de compor ou montar cédula, nota ou bilhete representativo da moeda, 
com base em partes de papel-moeda verdadeiro. Cria-se um novo e falso papel-moeda, partindo-se de 
fragmentos imprestáveis de outros. 
 
b) Suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal 
indicativo de sua inutilização 
O núcleo é “suprimir”, ou seja, retirar ou eliminar de cédula, nota ou bilhete recolhido o sinal indicativo 
de sua inutilização. O sujeito elimina do papel-moeda a informação de que foi retirada de circulação. 
 
c) Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim 
de inutilização 
Restituir à circulação é devolver, retornar ao manejo público a cédula, nota ou bilhete objeto das 
condutas anteriores (“formar” e “suprimir”), ou já recolhidos. De acordo com o art. 14 da Lei 4.511/1964, 
o recolhimento do papel-moeda é efetivado sempre que este apresentar marcas, símbolos, desenhos ou 
outros caracteres a ele estranhos, perdendo seu poder de circulação. 
Nessa hipótese, o comportamento criminoso limita-se à colocação do papel-moeda em circulação. Não 
há emprego de fraude, ao contrário das condutas anteriores 
 
Petrechos para falsificação de moeda (art. 291) 
Nesta infração o objeto material é o maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer outro objeto 
especialmente destinado à falsificação de moeda. 
O tipo penal contém cinco núcleos: “fabricar” (criar, montar, construir ou produzir), “adquirir” (comprar 
ou obter), “fornecer”, a título oneroso ou gratuito (proporcionar, dar, vender ou entregar), “possuir” (exercer 
a posse) e “guardar” (conservar, manter ou proteger) maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer 
outro objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. 
Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. A lei descreve vários 
núcleos, e a realização de mais de um deles, em relação ao mesmo objeto material e no mesmo contexto 
fático, caracteriza um único delito. 
 
Emissão de título ao portador sem permissão legal (art. 292) 
O tipo penal fala inicialmente em “título ao portador”, compreendido como aquele que circula pela mera 
tradição, pois não há identificação expressa do seu credor. Consequentemente, qualquer pessoa que 
esteja em sua posse é considerada titular do crédito e a transferência do documento acarreta igualmente 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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a transferência do crédito nele consignado. O título ao portador se opõe ao título nominal, o qual identifica 
explicitamente seu credor. 
O tipo penal equipara ao título ao portador aqueles a que falte a indicação do nome da pessoa a quem 
deve ser pago, pois podem circular livremente para serem preenchidos, oportunamente, por quem ao final 
pretendesse receber o crédito. Portanto, assim como ocorre nos títulos ao portador, qualquer pessoa de 
posse do título pode ser considerada titular dos valores nele descritos. 
O núcleo do tipo é “emitir”, ou seja, colocar em circulação a nota, bilhete, ficha, vale ou título que 
contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa 
a quem deva ser pago. O objeto deve ser destinado a circular como dinheiro. E como destaca Heleno 
Cláudio Fragoso: “A forma do título ou a inscrição nele contida é perfeitamente irrelevante, desde que 
contenha inequívoca promessa de pagamento em dinheiro”. 
Consuma-se com a emissão do título ao portador, isto é, com sua colocação em circulação, 
independentemente da causação de prejuízo efetivo a alguém. Anote-se que não basta a criação (ou 
subscrição do título). É imprescindível sua emissão, utilizando-o como substitutivo da moeda corrente ou 
de outros títulos legalmente permitidos. 
 
Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295, CP) 
Falsificação de papéis públicos (art. 293) 
Este delito tem como objeto jurídico a tutela da fé pública, no tocante à confiabilidade e legitimidade 
dos papéis públicos. 
Objeto material: São os papéis públicos indicados nos incisos do referido artigo: 
– Inciso I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal 
destinado à arrecadação de tributo: Esse inciso diz respeito aos documentos destinados à arrecadação 
de tributos, salvo os especificados no inciso V, a exemplo do antigo selo pedágio, o qual era colado no 
para-brisa do veículo para comprovar o extinto tributo. 
– Inciso II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal: São os denominados títulos 
da dívida pública, federais, estaduais ou municipais. Embora possam servir como meios de pagamento, 
não se confundem com a moeda de curso legal no País. 
– Inciso III – vale postal: Esse inciso foi tacitamente revogado pelo art. 36 da Lei 6.538/1976, lei 
posterior e especial que dispõe sobre os serviços postais. 
– Inciso IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro 
estabelecimento mantido por entidade de direito público: Cautela de penhor é o título de crédito 
representativo do direito real de garantia registrado no Cartório de Títulos e Documentos, a teor do art. 
1.432 do Código Civil. Com seu pagamento a coisa empenhada pode ser retirada. A caderneta de 
depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público designa 
o documento em que está consignada a movimentação da conta corrente no estabelecimento bancário. 
Por sua vez, a falsificação de cadernetas de estabelecimentos privados configura o crime de falsificação 
de documento particular (CP, art. 298), e não o delito em análise. 
– Inciso V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas 
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável: 
Talão é a parte destacável de livro ou caderno, no qual permanece um canhoto com idênticos dizeres. 
Recibo é a declaração de quitação ou recebimento de coisas ou valores. 
Guia é o documento emitido por repartição arrecadadora, ou adquirido em estabelecimentos privados, 
com a finalidade de recolhimento de valores, impostos, taxas, contribuições de melhoria etc. 
Alvará, no sentido do texto, é qualquer documento destinado a autorizar o recolhimento de rendas 
públicas ou depósito ou caução por que o Poder Público seja responsável. Exemplo clássico de conduta 
passível de subsunção no art. 293, inc. V, do Código Penal consiste na falsificação de documentos de 
arrecadação da Receita Federal (DARFs), mediante inserção de autenticação bancária, como forma de 
comprovação do recolhimento dos tributos devidos. 
– Inciso VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por 
Estado ou por Município: 
Bilhete é o papel impresso que confere ao seu portador o direito de usufruir de meio de transporte 
coletivo por determinado percurso. Passe é o bilhete de trânsito, oneroso ou gratuito, concedido por 
empresa de transporte coletivo. Conhecimento, finalmente, é o documento comprobatório de mercadoria 
depositada ou entregue para transporte. 
O núcleo do tipo penal é “falsificar”, ou seja, imitar, reproduzir ou modificar os papéis públicos 
indicados nos diversos incisos do art. 293 do CP. A falsificação pode ocorrer mediante fabricação ou 
alteração. Na fabricação, também denominada de contrafação, o agente procede à criação do papel 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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público, o qual surge revestido pela falsidade. Por seu turno, na alteração opera-se a modificação de 
papel inicialmente verdadeiro, com a finalidade de ostentar valor superior ao real. Afalsificação somente 
resultará no reconhecimento do crime em apreço quando incidir nos papéis públicos taxativamente 
mencionados – a falsificação de moeda importa no crime de moeda falsa (art. 289 do CP) e a falsificação 
de papel público diverso caracteriza o delito de falsificação de documento público (art. 296 do CP). 
Temos como sujeito ativo do crime qualquer pessoa (crime comum ou geral). Contudo, se o sujeito 
ativo for funcionário público, e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, aumentar-se-á a pena de sexta 
parte, com fulcro no art. 295 do Código Penal. 
O sujeito passivo é o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta 
criminosa. 
Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite 
a modalidade culposa. 
Consumação: Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: 
consuma-se com a realização de qualquer das condutas legalmente descritas, prescindindo-se da efetiva 
circulação do papel público falsificado ou da causação de prejuízo a alguém. É fundamental que a atuação 
do agente empreste ao papel idoneidade suficiente para enganar as pessoas em geral, pois a falsificação 
grosseira exclui o delito, ensejando o reconhecimento do crime impossível (CP, art. 17). 
Tentativa: É possível. 
Ação penal: É pública incondicionada. 
Competência: A falsificação de papéis públicos, em regra, é crime de competência da Justiça 
Estadual. Entretanto, se a emissão do papel incumbir à União, suas empresas públicas ou autarquias, e 
a falsificação acarretar prejuízo a tais entes, o delito será de competência da Justiça Federal, nos moldes 
do art. 109, inc. IV, da Constituição Federal. 
Figura equiparada (art. 293, § 1º): A Lei 11.035/2004 conferiu nova redação ao § 1º do art. 293 do 
CP, para ampliar seu âmbito de incidência, que antes se limitava aos papéis falsificados, forçando muitas 
vezes a utilização dos crimes de receptação (CP, art. 180) e de favorecimento real (CP, art. 349) para 
evitar a impunidade de pessoas envolvidas com papéis públicos falsificados. Destarte, incorre na mesma 
pena prevista no caput quem: 
– Inciso I – Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo: 
Trata-se de conduta posterior à falsificação dos papéis públicos, realizada por pessoa diversa do falsário. 
– Inciso II – Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à 
circulação selo falsificado destinado a controle tributário: O raio de incidência deste inciso é inferior ao do 
inciso anterior, pois se limita ao selo falsificado destinado a controle tributário. 
– Inciso III – Importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, 
cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício 
de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua 
aplicação. 
Elemento subjetivo: O crime é doloso. Contudo, além do dolo, afigura-se indispensável a presença 
do especial fim de agir (elemento subjetivo específico) representado pela expressão “em proveito próprio 
ou alheio”. Trata-se de crime próprio ou especial, pois somente pode ser cometido pela pessoa que se 
encontre no exercício de atividade comercial ou industrial. O § 5º do art. 293 do CP veicula uma norma 
penal explicativa, assim redigida: “Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros 
logradouros públicos e em residências”. A alínea b do inc. III constitui-se em lei penal em branco 
homogênea, pois é preciso analisar a legislação tributária para identificação das hipóteses de 
obrigatoriedade do selo oficial. Fica nítida, ademais, a verdadeira preocupação do legislador: a fé pública 
foi colocada em plano secundário para se proteger a ordem tributária, mediante o combate à sonegação 
fiscal. De fato, não há pertinência lógica entre falsificar selo (crime contra a fé pública) e vender cigarro 
sem selo oficial (delito tributário). 
Supressão de carimbo ou sinal de inutilização de papéis públicos (art. 293, § 2º): Trata-se de 
crime de médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do processo, se presentes 
os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995. Nessa hipótese, os papéis públicos são 
legítimos, ou seja, não foram falsificados mediante contrafação ou alteração, mas já foram inutilizados. A 
conduta criminosa consiste em suprimir (eliminar ou retirar) o carimbo ou sinal indicativo da inutilização. 
Não basta o dolo. Exige-se um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), contido na expressão 
“com o fim de torná-los novamente utilizáveis”. 
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Uso de papéis públicos com carimbo ou sinal de inutilização suprimidos (art. 293, § 3º): Trata-
se de crime de médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do processo, se 
presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995. Incorre na mesma pena cominada 
ao § 2º, citado acima, aquele que usa, depois de alterado, qualquer dos papéis nele indicados. 
Figura privilegiada (art. 293, § 4º): Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, de 
competência do Juizado Especial Criminal, admitindo a transação penal e o rito sumaríssimo, em sintonia 
com as disposições da Lei 9.099/1995. O tratamento penal mais suave se deve ao móvel do agente, que 
não se dirige à lesão da fé pública, e sim em repassar a terceiro seu prejuízo patrimonial. 
 
Petrechos de falsificação (art. 294) 
Temos como objeto jurídico a tutela da fé pública, no que diz respeito à confiabilidade e legitimidade 
dos papéis públicos. O dispositivo veicula um autêntico “crime obstáculo” – o legislador, preocupado com 
a falsificação de papéis públicos, não aguardou sua concretização para autorizar o Estado a exercer seu 
poder punitivo, antecipando a tutela penal, incriminando condutas representativas de atos preparatórios 
do crime tipificado no art. 293 do CP. 
Objeto material: É o objeto especialmente destinado à falsificação dos papéis públicos especificados 
art. 293 do Código Penal. A elementar “especialmente” relaciona-se à finalidade precípua do objeto 
destinado à falsificação de papéis públicos, mas nada impede seja o bem utilizado também para outros 
fins. Na hipótese de objeto destinado à falsificação de selo, fórmula de franqueamento ou vale postal, 
estará configurado o crime definido no art. 38 da Lei 6.538/1978. 
Núcleos do tipo: O tipo penal possui cinco núcleos: “fabricar” (criar, montar, construir ou produzir), 
“adquirir” (comprar ou obter), “fornecer” (proporcionar, dar, vender ou entregar), “possuir” (ter a posse) e 
“guardar” (manter, conservar ou proteger). Todos os verbos se ligam ao objeto especialmente destinado 
à falsificação de papéis públicos. Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo 
variado: há diversos núcleos, e a realização de mais de um deles, no tocante ao mesmo objeto material, 
caracteriza um único delito. 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral). Entretanto, se o sujeito ativo for 
funcionário público, e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, aumentar-se-á a pena da sexta parte, 
com fulcro no art. 295 do Código Penal. Para a incidência da causa de aumento da pena não basta a 
condição funcional: é imprescindível seja o delito executado em razão das facilidades proporcionadas 
pela posição de funcionário público. 
Sujeito passivo: É o Estado, interessado na preservação da fé pública no que diz respeito ao sistema 
de emissão de papéis públicos. 
Elemento subjetivo: É o dolo, independentementede qualquer finalidade específica. Não se admite 
a modalidade culposa. 
Consumação: Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: 
consuma-se com a fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à 
falsificação, independentemente da sua efetiva utilização pelo agente ou por qualquer outra pessoa. Nos 
núcleos “guardar” e “possuir” o crime é permanente, comportando a prisão em flagrante enquanto 
perdurar a situação de contrariedade ao Direito; nas demais variantes, o crime é instantâneo. 
Tentativa: Não é cabível, pois o legislador incriminou de forma autônoma atos representativos da 
preparação do delito tipificado no art. 293 do Código Penal (falsificação de papéis públicos). 
Ação penal: É pública incondicionada. 
 
Observação: Lei 9.099/1995: Em razão da pena mínima cominada (um ano), trata-se de crime de 
médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do processo, se presentes os 
demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995. 
 
Petrechos de falsificação e falsificação de papéis públicos – unidade ou pluralidade de crimes: A 
respeito do sujeito que possui objeto especialmente destinado à falsificação de papéis públicos e 
efetivamente os falsifica há duas posições: 1ª) O agente deve ser responsabilizado pelos crimes de 
petrechos de falsificação e de falsificação de papéis públicos, em concurso material. Tais crimes 
consumam-se em momentos distintos, não havendo falar em absorção do em comento pelo crime definido 
no art. 293 do CP. 2ª) Incide o princípio da consunção, resultando na absorção do crime-meio (petrechos 
de falsificação), que funciona como fato anterior (ante factum) impunível, pelo delito-fim (falsificação de 
papéis públicos). 
 
 
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Da Falsidade Documental ( arts. 296 a 305, CP) 
 
Falsificação do selo ou sinal público (art. 296) 
De acordo com a redação constante no caput, bem como no §1 º do art. 296 do Código Penal, podemos 
apontar os seguintes elementos que integram as figuras típicas: a) a conduta de falsificar, fabricando ou 
alterando, selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; b) selo 
ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião; c) a 
conduta de usar selo ou sinal falsificado; d) utilização indevida de selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de 
outrem ou em proveito próprio ou alheio; e) alteração, falsificação ou uso indevido de marcas, logotipos, 
siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos da Administração Pública. 
A falsificação poderá ocorrer por meio da contrafação, quando o agente fabrica, criando selo ou sinal 
público, como também pela sua alteração, com a modificação do verdadeiro. Esta poderá ainda ocorrer, 
sobre selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, aqui abrangidas as autarquias, por serem 
consideradas pessoas jurídicas de direito público, de natureza paraestatal. A autoridade mencionada no 
inciso II do art. 296 do Código Penal, preleciona Mirabete, "é a que autentica seus documentos por meio 
de selo ou sinal". 
Também comete o delito em estudo, de acordo com a parte final do mencionado inciso II, aquele que 
falsifica sinal público de tabelião. 
O §1º do art. 296 do Código Penal prevê as mesmas penas para aquele que, embora não falsificando, 
faz uso do selo ou sinal que sabe ser falsificado (inciso I), ou que utiliza o selo ou sinal verdadeiro em 
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio (inciso II), ou, ainda, de acordo com o inciso III, 
acrescentado ao §1º do art. 296 pela Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, para o que altera, falsifica ou 
faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores 
de órgãos ou entidades da Administração Pública. 
Dependendo da hipótese concreta, poderá ser considerado um tipo misto alternativo, a exemplo 
daquele que fabrica e utiliza o selo por ele falsificado, ou tipo misto cumulativo, quando o agente, por 
exemplo, vier a falsificar selo ou sinal público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou 
de Município e, ainda, utilizar, indevidamente, o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em 
proveito próprio ou alheio. 
Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa e, no caso de ser o agente funcionário público, a pena será 
aumentada de sexta parte, desde que o faça em razão de sua função. 
Sujeito passivo é o Estado, bem como aquelas pessoas que foram diretamente prejudicadas com a 
utilização do selo ou sinal público falsificado. 
A fé pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal que prevê o delito. 
O objeto material é o selo ou sinal público sobre o qual recai a conduta praticada pelo agente. 
A consumação do delito ocorre quando o agente, nas hipóteses previstas na norma, efetivamente, 
falsifica o selo ou o sinal público, levando a efeito sua fabricação ou alteração. 
Como regra, será possível a tentativa, haja vista que, na maioria das hipóteses, estaremos diante de 
um crime plurissubsistente. 
 
Falsificação de documento público (art. 297) 
A proteção do legislador é para a fé pública que devem dotar todos os documentos públicos, bem como 
àqueles que lhes são equiparados. 
Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa e, no caso de ser o agente funcionário público, haverá 
aumento de pena, desde que o faça em razão de sua função. 
Sujeito passivo é o Estado, detentor da fé, a coletividade e também as pessoas que forem diretamente 
lesadas pela conduta, fato que permite à vítima funcionar como assistente de acusação. 
É de fundamental importância que se defina o que seja documento, pois é ele o objeto material do 
crime. 
O conceito de documento pode ser obtido através de diversos pontos de vista, entretanto, devemos 
nos ater somente ao conceito sob o aspecto penal e para o direito penal documento é toda peça escrita 
que condensa graficamente o pensamento de alguém, podendo provar um fato ou a realização de algum 
ato de significação ou relevância jurídica. É a base das relações jurídicas e, quando emanado por alguém 
que de qualquer forma está vinculado ao Estado, chamamos de público. 
O documento tem como característica principal, ser uma coisa móvel, portanto, os inscritos em muros, 
ou seja em qualquer imóvel, não considera-se documento. 
Embora na essência não se pode dizer que um escrito a lápis não seja documento, por ser modificável 
de forma muito simples, deixa de oferecer a garantia necessária, portanto, não pode ser considerado 
como tal. 
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Escrito anônimo não se considera documento. O autor deve ser identificado pela assinatura ou o 
conteúdo do escrito deve fazê-lo, quando a lei não exige assinatura. 
Destes conceitos acima expostos, verifica-se que aqueles que não são escritos não se consideram 
documentos, como fotografias, desenhos, pinturas, etc. 
A reprodução de documento não o é, mas, se autenticado, tem o mesmo valor. 
É fundamental a relevância jurídica do escrito para que se considere documento, ou seja, o 
pensamento expresso deve possibilitar consequências no mundo jurídico, salvo esta possibilidade pode 
ser somente instrumento de prova. 
A descrição objetiva demonstra condutas de falsificar e alterar. 
Falsificar significa criar o documento materialmente, contrafazer, ou seja, produz um documento com 
as mesmas características do verdadeiro, como o fato daquele que pega um papel em branco e imprime 
nele algo idêntico a uma carteira de identidade, ou seja, o documento é falsificado na sua matéria. 
Na modalidade alterar o sujeito ativo acrescenta dizeres ao documento, exclui alguns que constavam, 
apaga determinadas indicações para apor outras. 
Para diferenciar as duas condutas pode se utilizar o seguinte sistema. Quando o documento (papel) jáexiste, a modalidade é alterar, entretanto se o documento não existia e o agente o cria, a modalidade é 
falsificar. 
Ao fato de substituir-se a fotografia da carteira de identidade por outra, segundo o entendimento de 
alguns juristas, por ser ela de relevância no documento, caracteriza o crime de falsificação de documento 
público, entretanto o entendimento dominante é de se tratar de crime de falsa identidade. 
O crime se caracteriza com a falsificação total ou parcial do documento. 
Quando se trata de documento nulo, a possibilidade de falsificação é discutida, havendo entendimento 
de que, caso o documento seja somente anulável o crime pode perfeitamente existir, enquanto não 
declarada a anulação, mas que quando se trata de nulidade absoluta, não é possível o crime. O 
entendimento dominante é de que não transparecendo o documento algo de relevância jurídica o crime 
não existe, mas, mesmo quando nulo, caso possa criar consequências no mundo jurídico, poderá ser 
objeto material do crime. 
Para se verificar se um documento é público, devemos ter presentes os seguintes requisitos a) redigido 
por funcionário público; b) que ele seja competente para elaborá-lo; c) que esteja no exercício de suas 
funções; e d) que sejam observadas as formalidades legais na sua confecção. 
Documento particular com reconhecimento de firma não adquire a qualidade de público, salvo a parte 
utilizada pelo funcionário do cartório quando do reconhecimento. 
Existem alguns documentos que, embora particulares, são equiparados a documentos públicos, por, 
de alguma forma, relacionar-se com a atividade estatal, e, portanto, necessitam de maior proteção. 
Os documentos são: o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por 
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
O estudo de cada uma das instituições e documentos acima assinados fica a cargo dos outros ramos 
do direito. 
Seja qual for à natureza do documento, é de fundamental importância e para a caracterização do crime 
é de que o conteúdo escrito tenha relevância jurídica, ou seja que deixe transparecer no mínimo a 
possibilidade de dano caso ocorra a falsificação. 
Como última característica da prática do crime tem-se a necessidade de que a falsificação busque a 
imitação da verdade, ou seja, que realmente seja capaz de, devido a alteração, de enganar às pessoas 
indeterminadas às quais será apresentado ou utilizado o documento. 
O documento falsificado ou alterado de forma grosseira, a ponto de ser percebida a modificação por 
pessoas leigas, não caracteriza o crime de falsificação de documento público, podendo, entretanto, 
ocorrer outro, como o estelionato por exemplo. 
Trata-se de crime que deixa vestígios e, portanto, necessário de faz a realização de perícia para a 
comprovação da materialidade. 
A subjetividade exige o dolo, ou seja, a vontade de praticar a conduta descrita pelo legislador, não 
havendo necessidade da existência de nenhuma finalidade especial. 
A consumação do crime ocorre no momento da falsificação ou alteração, mesmo que haja a utilização 
do documento posteriormente, ou que tenha havido por parte do agente, qualquer resultado querido, 
desde que presente ao menos o perigo de dano para alguma pessoa, por isso é que se exige a relevância 
jurídica do escrito contido no documento. 
A possibilidade de ocorrência da tentativa é discutível entre os doutrinadores, havendo entendimento 
de que não é possível a tentativa, face a necessidade de ser a falsidade, para caracterizar o crime, 
semelhante ao documento original, portanto a tentativa faz com que esta característica não seja 
preenchida e, portanto não se pode taxá-la de crime tentado. 
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Entretanto, outros doutrinadores aceitam a possibilidade da tentativa, por ser tratar o crime de 
falsificação de documento público, plurissubsistente. 
O § 1º do artigo 297 prevê caso de aumento e pena quando o crime é praticado por funcionário público, 
desde que esteja ele se prevalecendo do cargo ou função, já que, neste caso, além da fé pública deque 
é revestido o documento público, também há ofensa à moralidade administrativa. 
Distinção que deve ser apontada se relaciona à troca de fotografia em documento de identidade, 
havendo juristas que entende se tratar de crime de falsificação de documento público, enquanto outros 
entendem se tratar de crime de falsa identidade. 
Questão que deve ser abordada é o fato de, havendo a falsificação e também o uso do documento 
falsificado por um mesmo agente, deve ele ou não responder pelos dois crimes, principalmente quando 
o uso se faz para a prática de outros crimes, como o estelionato, por exemplo. 
Em relação ao crime de estelionato, existem quatro correntes a respeito. A primeira entende que o 
agente responderá apenas por crime de estelionato, haja vista que a falsificação ou o uso do documento 
falso foi crime meio para a prática do estelionato. A segunda corrente entende que a falsificação do 
documento se sobrepõe a qualquer ardil e, portanto, o agente responderia somente pelo crime de falso, 
ficando o estelionato absorvido. Uma terceira corrente entende que há, no caso, concurso material de 
crimes, pois ambos são autônomos, com condutas e elementos diversos, portanto, o agente deve 
responder pelos dois crimes. A última corrente entende se tratar de concurso formal e crimes, por estar 
devidamente comprovadas dois resultados diversos e por considerar a falsificação equivalente ao ardil 
utilizado, portanto, uma única conduta. 
A mais lógica é a entende ocorrer no caso o concurso material de crimes. 
Falsificar documento posteriormente à prática de crime de furto, com a finalidade de conseguir a venda 
dos objetos subtraídos, caracteriza concurso material de crimes. 
 
Falsificação de documento particular (art. 298) 
A definição objetiva do crime demonstra condutas e elementos, na sua grande maioria, idênticos às do 
crime anterior, havendo distinção somente na origem, na natureza do documento falsificado, que, neste 
caso se trata de documento particular, portanto se faz necessário somente estabelecer-se o conceito de 
documento particular para diferenciá-lo do documento público, pois, o restante equivale-se ao delito 
anterior. 
Documento particular é o feito e assinados por particulares, não, sendo, então, emanados pelo poder 
pública através de seus funcionários, com exceção daqueles enumerados pelo artigo 297 que, embora 
de origem particular, são equiparados a documento público, portanto a melhor distinção entre documento 
público e particular, reside na origem e o método mais simples é definir documento particular, como aquele 
que não é público. 
 
Falsidade ideológica. (art. 299) 
Neste crime o documento, materialmente é verdadeiro, fato que o distingue dos crimes estudados 
anteriormente. 
O objetivo do legislador continua a fé pública, que deve revestir os documentos que contém escrito de 
relevância jurídica e, neste crime a proteção é idêntica ao documento público e particular. 
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo deste crime e, sujeito passivo é o Estado, titular dos 
mandamentos demonstradores da fé pública. 
A descrição objetivo indica três modalidades de conduta para a prática do crime. 
A primeira delas é omitir, ou seja, o fato de silenciar a respeito de determinado fato que deve constar 
do documento e, embora o verbo indique uma negação sem dúvida nenhuma a conduta é comissiva, pois 
na realidade, quando o agente omitiu dados que deveriam constar do documento o está fazendo de forma 
incompleta, e, fazer, indica uma ação. 
A segunda modalidade de conduta implica em inserir, ou seja, colocar, incluir, logicamente que com 
ato próprio do agente, quando ele é o responsável pela confecção do documento. 
Por fim se tem a conduta de fazer inserir, ou seja, praticar o crime de modo indireto, quando terceira 
pessoa é a responsável pela feitura dodocumento (falsidade mediata). 
Sem sombras de duvidas aquilo que é inserido no documento é a declaração falsa, ou a diversa 
daquela que realmente deveria constar no documento. 
O legislador inclui na descrição do crime um objetivo por parte do agente que, ao realizar uma das 
condutas deve ter por escopo prejudicar direito ou criar obrigação, ou que os dados se relacionem a fatos 
jurídicos relevantes, quando não houver os objetivos acima citados, portanto, a relevância jurídica do fato 
ou do ato devem estar presentes e, caso contrário, se forem inócuas, o crime estará descaracterizado. 
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É bom lembrar que os requerimentos ou petições feitas à administração pública, não se revestem de 
caráter de documento, por não estarem preenchidos os requisitos, portanto, as declarações falsas 
contidas nestes papéis, não caracterizam o crime. 
Os dados inverídicos que constam do documento, por fim, devem ser possíveis, pois, caso contrário, 
a exemplo da falsificação grosseira, não haverá a prática do crime, como o caso da falsidade em relação 
a filho menor, por parte do pai, para que o mesmo participe de um baile, pois, neste caso não há relevância 
alguma em relação ao fato. 
Discute-se na doutrina o caso do preenchimento de papel assinado em branco, havendo correntes no 
sentido de que tal conduta caracteriza falsidade de documento particular, portanto, material e, outra 
corrente entende se tratar de falsidade ideológica, pois o agente, neste caso estaria inserindo no papel 
declaração que dele não deveria constar. 
Entretanto o fato deve ser analisado sob o seguinte ponto de vista: caso a pessoa que assinou o papel 
em branco, havia combinado anteriormente com o agente os dados que dele deveriam constar, o crime 
será de falsidade ideológica, mas, caso não houvesse o prévio ajuste, todas as palavras no papel 
colocadas seriam contrafação, portanto, falsidade material. 
A subjetividade exige a presença do dolo, que consiste na vontade de praticar uma das condutas 
descritas pelo legislador, tendo o agente ciência de que a declaração é falsa ou se verdadeira, diversa 
daquela que deveria constar no documento. 
Deve ser preenchido, também, o elemento subjetivo do tipo, ou seja, a finalidade específica de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante. 
Também deve estar presente o potencial de dano, ainda que o agente não o pretenda. 
A consumação do crime ocorre no momento em que o agente se omite ou insere os dados de forma 
direta ou indireta. 
A tentativa somente é possível na forma de inserir, pois, nas duas outras duas modalidades não é 
possível a tentativa, embora haja entendimento de que a tentativa somente não é possível na forma omitir, 
prevalecendo nas demais. 
Caso o crime seja praticado por funcionário público, prevalecendo-se do seu cargo, ou se refira ao 
registro civil, haverá a forma qualificada, conforme dispõe parágrafo único do artigo 299. 
Quando se trata de documento público, algumas condutas podem não caracterizar-se como crime de 
falsidade ideológica, tais como o registro de nascimento (artigo 241) ou de certidão (artigo 301). 
No caso de a mesma pessoa falsificar e utilizar o documento, responderá somente pela falsidade. 
 
Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300) 
A fé pública continua a ser a proteção do legislador. 
Trata-se de crime próprio e sujeito passivo deve ser pessoa responsável pelo reconhecimento e que, 
portanto, tem fé pública, tais como o tabelião de notas, os escreventes de cartório e, deve ser lembrado 
o fato de que o responsável pelo reconhecimento não é necessariamente quem assina, mas, quem 
confere a assinatura ou a letra, portanto, este será considerado sujeito ativo do crime. 
Se o reconhecimento for feito por pessoa não dotada da fé pública, não ocorrerá este crime, mas o 
crime de falsificação de documento público ou particular. 
O Estado é o sujeito passivo do crime, mas, caso haja um prejudicado também será ele considerado 
sujeito passivo do crime. 
A descrição objetiva exige conduta de reconhecer firma ou letra como verdadeira e por firma deve se 
entender a assinatura e por letra, tudo aquilo que consta de determinado manuscrito. 
O reconhecimento tem a função de atestar como verdadeira determinada assinatura ou letra. 
Pode o reconhecimento ser autêntico, quando o funcionário responsável pelo reconhecimento vê o 
autor da assinatura ou manuscrito o fizera fora das vistas do funcionário, mas, perante este declara ser 
sua a assinatura ou letra. Pode, ainda, ser por semelhança, forma mais comum, onde o funcionário 
responsável compara a assinatura ou letra constante de determinado papel com os dados constantes de 
seu arquivo, verificando a semelhança entre elas. Por fim pode ser o reconhecimento indireto, quando 
feito por testemunhas, duas no mínimo, comparecendo na presença do tabelião e afirmando que a letra 
ou assinatura pertencem a determinada pessoa. 
A subjetividade exige a presença do dolo, vontade de falsamente reconhecer a firma ou letra, aliado 
ao conhecimento, por parte do agente de que não são verdadeiras e a dúvida entre a veracidade ou não 
caracteriza o dolo eventual, não havendo forma culposa para o crime. 
A consumação do crime ocorre quando o agente termina o atestado da veracidade da firma ou letra, 
ainda que o documento não tenha sido entregue ao interessado, ou que ocorra dano para terceira pessoa. 
Nada impede a ocorrência de tentativa. 
Apostila gerada especialmente para: Lucimara Andrade 035.213.856-47
 
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Se o reconhecimento de firma ou letra for com fins eleitorais, o crime está previsto no artigo 352 do 
Código Eleitoral. 
 
Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301) 
O crime somente pode ser praticado por funcionário que tenha competência para certificar ou atestar, 
portanto, trata-se de crime próprio e, o deve fazer quando exerce a função pública. 
As condutas previstas na descrição do tipo em estudo são atestar, que significa afirmar provando algo 
em caráter oficial e certificar, que significa afirmar confirmando a verdade de determinado fato, também 
relacionado ao caráter público. 
A falsidade não necessita ser completa, pois o legislador, ao descrever o crime, fala, que tem 
conotação de integral, mas também de circunstância, que pode consistir perfeitamente em parte de 
determinado fato. 
Exigência do legislador, também é que a falsidade se dirija a obtenção de cargo público, isenção de 
ônus ou de serviço de caráter público ou, ainda, numa fórmula genética, qualquer outra vantagem, termo 
que deve ser interpretado restritivamente, como fatos semelhantes de caráter público e, sem estas 
finalidades, não haverá o crime em estudo. 
A subjetividade exige o, dolo, ou seja, a vontade de atestar ou certificar falsamente determinado fato 
ou circunstância, aliando á ciência por parte do funcionário que são inverídicos e o conhecimento de que 
o atestado ou certidão será utilizado para a obtenção de cargo público, isenção de ônus ou serviço de 
caráter público, ou, ainda, qualquer outra vantagem equivalente. 
A consumação do crime ocorre no momento em que o agente conclui o atestado ou certidão, mesmo 
que não haja a entrega a seu destinatário, nem que este consiga o objetivo visado. Há entendimento na 
jurisprudência, entretanto de que a consumação se dá no momento em que se inicia a utilização da 
certidão ou atestado para os fins que fora expedido. 
A possibilidade de tentativa se equivale ao crime de falsidade ideológica. 
O § 1º do artigo 301 prevê a falsidade material do atestado ou certidão e devem ser utilizados nesta 
disposição os conhecimentos relativo a falsificação de documento, por serem idênticas as condutas. 
Caso o agente com a conduta, vise lucro, de forma qualificada passa ser o crime, e além da pena de 
prisão, será aplicada cumulativamente a pena de multa. 
 
Falsidade de atestado médico (art. 302) 
Trata-se

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