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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR REGULAR - VII Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - SICOOB Miriam Viviane Garcia de Souza – RA 040744-2 ARARAQUARA 2022 UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR REGULAR - VII Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - SICOOB Trabalho Interdisciplinar do Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM VII – REGULAR), apresentado como exigência parcial para conclusão do 3º Bimestre do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas, da Universidade Paulista – UNIP EAD, sob a Coordenação do Profa. Ana Paula Carli Polazzo. ARARAQUARA 2022 RESUMO O objetivo principal desse projeto PIM VII - REGULAR – Projeto Integrado Multidisciplinar é analisar as Cooperativa de Credito SICOOB – Sistema Cooperativo de Credito do Brasil, que são instituições financeiras resultantes da união de pessoas integrantes de segmentos específicos, que buscam maneira de atendimento às suas necessidades financeiras, tornam-se ao mesmo tempo, usuários dos produtos e serviços da cooperativa e também seus donos. O Sistema é composto por seis segmentos de cooperativas de crédito: Empregados Privados; Profissionais Liberais; Rural; Pequenos Empresários, Microempresários ou Microempreendedores; Empréstimos e de Livre Admissão. Esse modelo mais simples de funcionamento de uma cooperativa consiste, em apenas captar cotas de capital, revertendo-as em empréstimos aos associados. Esse modelo operacional não oferece serviços semelhantes à rede bancária, tais como contas correntes, aplicações financeiras, mas são auditadas pelo regime do Banco Central do Brasil. A pesquisa foi elaborada com base em livros das disciplinas Sistema Cooperativo de Créditos, Administração Estratégica e Governança Corporativa e Compliance e também a partir de buscas no site da entidade. Na área de Sistema Cooperativo de Credito veremos um pouco sobre as cooperativas de credito, abordaremos alguns pontos sobre o cooperativismo e exploraremos o sistema cooperativo da SICOOB, além de explorar um pouco sobre a disciplina, na Administração Estratégica, iremos abordar um pouco sobre a disciplina e discutir a estratégias adotadas pela Cooperativa. Em Governança Corporativa e Compliance iremos demonstrar sua governança, sua atuação, seus objetivos, conceitos éticos, além de detalhar um pouco sobre a disciplina. Esse Projeto tem como objetivo evidenciar como o estudo das disciplinas aqui abordadas, podem melhorar o desenvolvimento da Cooperativa. ´´SICOOB mais que uma escolha financeira. Conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade.´´ Palavras-chave: SICOOB – Sistema Cooperativo – Governança e Compliance – Administração Estratégica RESUME The main objective of this project PIM VII - REGULAR - Integrated Multidisciplinary Project is to analyze the Cooperative de Creditor SICOOB - Sistema Cooperative de Creditor do Brazil, which are financial institutions resulting from the union of people belonging to specific segments, who seek a way to meet their needs. financial institutions, become, at the same time, users of the cooperative's products and services and also its owners. The System is composed of six segments of credit unions: Private Employees; Liberal professionals; Rural; Small Entrepreneurs, Micro entrepreneurs or Micro entrepreneurs; Loans and Free Admission. This simpler operating model for a cooperative consists of just capturing quotas of capital, reverting them into loans to members. This operating model does not offer similar services to the banking network, such as current accounts, financial investments, but they are audited by the Central Bank of Brazil regime. The research was based on books in the disciplines Cooperative Credit System, Strategic Management and Corporate Governance and Compliance and also based on searches on the entity's website. In the Credit Cooperative System area, we will see a little about credit cooperatives, we will address some points about cooperatives and we will explore the cooperative system of SICOOB, in addition to exploring a little about the discipline, in Strategic Administration, we will address a little about the discipline and discuss the strategies adopted by the Cooperative. In Corporate Governance and Compliance, we will demonstrate its governance, its performance, its objectives, ethical concepts, in addition to detailing a little about the discipline. This Project aims to show how the study of the subjects discussed here can improve the development of the Cooperative. ´´SICOOB is more than a financial choice. `` Connecting people to promote financial justice and prosperity. Keywords: SICOOB – Cooperative System – Governance and Compliance – Strategic Management SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................06 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................08 2.1 Histórico e Formação do Cooperativismo .....................................08 2.2 Sistema Cooperativo de Credito ...................................................12 2.3 Administração Estratégica ............................................................24 2.4 Governança Corporativa e Compliance ........................................38 3 ESTUDO DE CASO ...........................................................................57 3.1 Descrição da Organização ...............................................................58 3.2 Sistema Cooperativo de Credito .....................................................68 3.3 Administração Estratégica ..............................................................68 3.4 Governança Corporativa e Compliance ..........................................69 4 DISCUSSÃO ....................................................................................71 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................72 6 REFERÊNCIAS .................................................................................73 6 1. INTRODUÇÃO Apresentamos como modelo de pesquisa a Cooperativa SICOOB – Sistema Cooperativo de Credito do Brasil. As Cooperativas de Crédito do Sistema - Sicoob, são instituições financeiras resultantes da união de pessoas integrantes de segmentos específicos, que buscam maneira de atendimento às suas necessidades financeiras, tornam-se ao mesmo tempo, usuários dos produtos e serviços da cooperativa e também seus donos. O Sicoob é uma instituição financeira que associa tecnologia e eficiência ao que existe de melhor nas pessoas: a união, a solidariedade e a igualdade. O Sicoob é a maior instituição financeira cooperativa do Brasil. Por isso, quem se associa ao Sicoob tem todos os produtos e serviços financeiros, mas de um jeito diferente: também participa dos resultados e vê os recursos captados pelas cooperativas investidos na sua própria região, gerando desenvolvimento, empregos e renda para sua comunidade. Contudo, a maior parte das cooperativas que compõe o sistema Sicoob capta depósitos à vista e a prazo, permitindo-lhes aumento significativo da capacidade de concessão de crédito. Essa iniciativa tem possibilitado o incremento das sobras apuradas e a variedade da oferta de serviços aos associados, atualmente equiparada aos bancos de varejo. Nas Cooperativas de Crédito do Sistema - Sicoob, todas as operações financeiras realizadas se transformam em benefícios para os associados, por meio de taxas e condições especiais. Desta forma, as cooperativas contribuem para o desenvolvimentodas economias locais, investindo recursos em projetos de desenvolvimento sustentável e fomentando a prosperidade e a solidariedade das regiões em que atuam. Afinal, uma cooperativa de crédito não visa ao lucro, mas sim ao crescimento de seus associados e desenvolvimento socioeconômico. O Projeto Integrado Multidisciplinar tem como objetivo desenvolver o trabalho baseado no conteúdo ministrado no período, aplicado a atividade organizacional. Sua finalidade consiste em proporcionar condições para desenvolver os conhecimentos teóricos, aplicando a metodologia cientifica para a produção acadêmica. O objetivo desse projeto é apresentar a Siccob, cooperativa atuante no ramo cooperativo financeiro, seus objetivos e valore. Mostrar um pouco sobre sua história e atuação. A pesquisa está fundamentada na pesquisa bibliográfica e analises documentais. Apresentaremos as 7 práticas realizadas pela cooperativa com base nos estudos das disciplinas Sistema Cooperativo de Credito – Administração Estratégica – Governança Corporativa e Compliance. ´´Sicoob conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade. Ser referência em cooperativismo, promovendo o desenvolvimento econômico e social das pessoas e comunidade. Promover soluções e experiências inovadoras e sustentáveis por meio de cooperação. ´´ 8 2. REFERENCIAL TEORICO Antes de iniciar a discussão sobre as disciplinas e a Cooperativa escolhida como objeto de pesquisa, vamos relembrar um pouco sobre o Cooperativismo. 2.1 Histórico e formação do Cooperativismo Segundo Prado (2014 apud TAVARES, 2018), o cooperativismo de crédito está crescendo ao longo dos anos e vem despertando o interesse de políticos e de estudiosos devido à sua importância para a economia, assim como à sua relevância na questão social, pois ambas contribuem para o desenvolvimento regional dos mais diversos setores da sociedade. Para Terra (2017), as cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas pela vontade de um grupo de pessoas que investem na constituição e no crescimento contínuo das cooperativas. Ainda segundo a autora, as cooperativas de crédito têm aspectos legais como os bancos, pois são instituições financeiras e integram o Sistema Financeiro Nacional ´´Algumas das melhores ideias da humanidade surgiram em momentos difíceis. A internet, por exemplo, nasceu para evitar a perda de informações estratégicas, num tempo em que as pessoas viviam com medo de um ataque nuclear. Miguel de Cervantes escreveu seu livro mais famoso, Dom Quixote de La Mancha, na cadeia, enquanto aguardava sua tão sonhada liberdade. Com o cooperativismo também foi assim. Nosso movimento foi a resposta de um grupo de trabalhadores — a maioria deles tecelões — ao aumento do desemprego e aos baixos salários pagos pelas empresas europeias, após o início da Revolução Industrial. ``A caça é um exemplo primário, talvez o mais antigo em nossa história, de trabalho colaborativo com objetivos claros e perfeitamente definidos. O contexto era o de uma sociedade primitiva e nômade, fundada em estruturas muito simples em um ambiente tecnologicamente nulo, politicamente vazio e com regras econômicas ainda não estabelecidas. A motivação, por seu lado, embora também primitiva, seria uma das mais fortes e prementes ao longo de toda a trajetória da humanidade: a sobrevivência. A cooperação sempre esteve presente na natureza. A própria sociedade humana é resultado da cooperação entre os indivíduos. Na natureza temos a protocooperação entre animais da mesma ou entre diferentes espécies, trabalhando em conjunto por um objetivo comum. O cooperativismo teve seu início em 1844 na época da 9 revolução industrial na Inglaterra, quando 28 tecelões se uniram e fundaram a primeira cooperativa de consumo. Esses tecelões, chamados “Pioneiros de Rochdelle” preocupados com escassez de recursos e dificuldades dos trabalhadores após a crise da revolução industrial, uniram-se em favor dos menos favorecidos, pois tinham por vontade a cooperação e ajuda mútua. Os chamados “Pioneiros de Rochdelle ” reuniram-se e organizaram-se a fim de resgatar seus direitos e melhorias de vida frente às dificuldades pós revolução, lutando por melhores oportunidades e inserção social frente a sociedade que detinha o poder gerando com isso a inclusão das pessoas, crescimento e desenvolvimento das famílias numa sociedade que fosse justa a todos. O cooperativismo nasceu de um perfil revolucionário, através da união das pessoas, que juntas trabalharam para o alcance de uma melhoria de vida social, econômica e cultural, sem o objetivo de lucro. O interesse de todos é para o alcance de um objetivo que seja comum e favoreça a todos, privilegiando sempre o lado social. O alicerce que compõe as cooperativas são os valores como a ajuda mútua entre os envolvidos, democracia, igualdade, responsabilidade e solidariedade. A participação de todos, o comprometimento com a empresa cooperativa, a definição de valores morais e éticos, a fidelidade dos associados, os interesses em comum, tornará as pessoas unidas desenvolvendo a cidadania, na construção coletiva de uma sociedade melhor e igualitária, na luta para enfrentar futuras dificuldades, sem perder seus ideais. Segundo a OCB- Organização das Cooperativas Brasileiras (2014) existem 13 ramos de cooperativas ativas no Brasil, a seguir identificados: as Cooperativas de Consumo, Produção, Agropecuário, de Crédito, Educacional, Habitacional, Infraestrutura, Mineral, de Saúde, Trabalho, Transporte, Lazer e Especial que deverão cada uma atuar em suas especialidades dentro dos princípios do cooperativismo. Os sete princípios do Cooperativismo segundo a OCB são: Adesão livre e voluntária; Gestão democrática; Participação econômica dos sócios, Autonomia e Independência, Educação, Formação e Informação; Inter cooperação e Interesse pela comunidade Segundo a OCB, no Brasil, a primeira cooperativa nasceu em 1889, na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, através do padre Theodor Amstadt, em 1902, foi fundada a primeira cooperativa de crédito, sendo que as demais cooperativas tiveram seu início a partir de 1906, por iniciativa dos imigrantes alemães e italianos, que trouxeram suas experiências, organizando-se através das cooperativas. Os 7 princípios do cooperativismo: 1. ADESÃO VOLUNTÁRIA E LIVRE As cooperativas são abertas para todas as pessoas que queiram participar, estejam alinhadas ao seu objetivo econômico, e dispostas a assumir 10 suas responsabilidades como membro. Não existe qualquer discriminação por sexo, raça, classe, crença ou ideologia. 2. GESTÃO DEMOCRÁTICA As cooperativas são organizações democráticas controladas por todos os seus membros, que participam ativamente na formulação de suas políticas e na tomada de decisões. E os representantes oficiais são eleitos por todo o grupo. 3. PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA DOS MEMBROS Em uma cooperativa, os membros contribuem equitativamente para o capital da organização. Parte do montante é, normalmente, propriedade comum da cooperativa e os membros recebem remuneração limitada ao capital integralizado, quando há. Os excedentes da cooperativa podem ser destinados às seguintes finalidades: benefícios aos membros, apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados ou para o desenvolvimento da própria cooperativa. Tudo sempre decidido democraticamente. 4. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas por seus membros, e nada deve mudar isso. Se uma cooperativa firmar acordos com outras organizações, públicas ou privadas, deve fazer em condições de assegurar o controle democrático pelos membros e a sua autonomia. 5. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO Ser cooperativista é se comprometer com o futuro dos cooperados, do movimentoe das comunidades. As cooperativas promovem a educação e a formação para que seus membros e trabalhadores possam contribuir para o desenvolvimento dos negócios e, consequentemente, dos lugares onde estão presentes. Além disso, oferece informações para o público em geral, especialmente jovens, sobre a natureza e vantagens do cooperativismo. 6. INTERCOOPERAÇÃO Cooperativismo é trabalhar em conjunto. É assim, atuando juntas, que as cooperativas dão mais força ao movimento e servem de forma mais eficaz aos cooperados. Sejam unidas em estruturas locais, regionais, nacionais ou até mesmo internacionais, o objetivo é sempre se juntar em torno de um bem comum. 7. INTERESSE PELA COMUNIDADE Contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades é algo natural ao cooperativismo. As cooperativas fazem isso por meio de políticas aprovadas pelos membros (SISTEMA OCB, s.d.c). Os sete princípios nos permitem entender que o cooperativismo é muito mais do que um modelo de negócios surgido e evoluído com o contexto do capitalismo e motivado por razões de mercado. Um dos objetivos desse trabalho é, exatamente, evidenciar a natureza do cooperativismo como um movimento: 11 o movimento cooperativista. Poucas instituições inseridas no livre mercado podem exibir tão poderosa influência econômica, com resultados socialmente tão importantes quanto a nascida da pequena loja de Rochdale e seus princípios. Ramos das atividades econômicas Segundo a Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), há 13 ramos de atuação do Cooperativismo, confira: Cooperativas Agropecuárias; Cooperativas de Consumo; Cooperativas de Crédito; Cooperativas Educacionais; Cooperativas Especiais (para portadores de necessidades especiais); Cooperativas de Infraestrutura; Cooperativas Habitacionais; Cooperativas de Produção; Cooperativas de Mineral; Cooperativas de Trabalho; Cooperativas de Saúde; Cooperativas de Turismo e lazer; Cooperativas de Transporte. Os ramos foram divididos em 13 categorias para facilitar na organização e representação do cooperativismo. Assim, é mais fácil trabalhar o impacto positivo da cooperação e levar ao crescimento de todos os ramos envolvidos. Cooperar, significa trabalhar simultânea ou coletivamente com outras pessoas na busca por um objetivo comum. A palavra “cooperar” deriva etimologicamente da palavra latina cooperari, formada por cum (com) e operari (trabalhar). Cooperação, é entendido como o método de ação pelo qual indivíduos ou famílias com interesses comuns, se propõem a constituir um empreendimento no qual os direitos de todos são iguais e as sobras alcançadas são repartidas somente entre os associados, de acordo 12 com a sua participação na atividade societária. É uma forma de trabalho que, de forma coletiva, planejam-se os serviços, produção, comercialização e outros necessários ao alcance dos objetivos do grupo. Isto significa unir e coordenar meios e esforços de cada um para a realização de uma atividade comum, visando alcançar um resultado procurado por todos. O cooperativismo financeiro é o caminho para uma vida financeira mais justa. Tudo começa quando você escolhe uma cooperativa e se une a outros cooperados. Além de ter acesso a produtos e serviços financeiros completos com taxas mais justas, você participa das decisões e também dos resultados anuais da cooperativa. Juntos, os cooperados somam recursos, se fortalecem e assim, impulsionam o desenvolvimento de toda a região, gerando benefícios até para quem não é cooperado. 2.2 Sistema Cooperativo de Crédito Como surgiu o cooperativismo de crédito? Bittencourt (2000) define cooperativa de crédito como a associação que executa os mesmos serviços de um banco, pois financia a produção e os investimentos, aceita depósitos e cobra contas, fornecem talões de cheques e cartão de crédito, tem opções de aplicações e adianta dinheiro para fazer negócios. Por outro lado, Bittencourt (2000) diferencia o processo da cooperativa de crédito dos bancos em geral pelo fato de que seus proprietários são seus próprios associados e não precisa haver lucro para funcionar, basta ser remunerado o suficiente para saldar suas próprias contas. O seu custo é rateado entre o quadro social proveniente de juros e pequenas taxas. O estilo surgiu no século 18, quando alguns operários se reuniram em uma sociedade. Portanto, ela se tornou um modelo de negócio para os acordos que se formaram depois. No começo a cooperativa de crédito rural oferecia apenas o básico para as famílias viverem. Ou seja, produtos essenciais como farinha, manteiga, velas e açúcar. Mas, ao longo do tempo, as ofertas mudaram e demonstraram qualidade em bons preços Cooperativa de crédito no Brasil A modalidade no Brasil surgiu com um padre jesuíta no Rio Grande do Sul. Isso porque, ele começou a buscar soluções que ajudassem as famílias de fiéis a saírem da pobreza. Com isso, fundou o que depois seria conhecido como Sicredi. 13 Sua sede foi na Linha Imperial, no município de Nova Petrópolis. Portanto, ela continua a operar até os dias atuais e hoje em dia é uma das maiores do ramo. Assim, as instituições se transformaram em uma grande ferramenta de inclusão econômica e social. Nas palavras de Pagnussatt, Cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, constituídas com o objetivo de prestar serviços financeiros aos seus associados, na forma de ajuda mútua, baseada em valores como igualdade, equidade, solidariedade, democracia e responsabilidade social. Além da prestação de serviços comuns, visam diminuir desigualdades sociais, facilitar o acesso aos serviços financeiros, difundir o espírito da cooperação e estimular a união de todos em prol do bem-estar comum (2004, p. 13) Você conhece uma cooperativa de crédito? Ela nada mais é do que uma instituição financeira em que pessoas prestam serviços financeiros para seus associados, ou seja, os cooperados participam de sua gestão e usufruem os produtos e serviços. É nessas cooperativas que os clientes encontram os serviços essenciais dos bancos, tais como aplicações financeiras, empréstimos, financiamentos e contas correntes. Como a cooperativa não visa lucro, os associados têm o mesmo poder de voto, não sendo levado em consideração o montante do seu capital na cooperativa. Dessa forma, todos os participantes têm os mesmos direitos e deveres, sendo sua adesão voluntária. Exemplo de cooperativa de crédito Hoje em dia o país tem várias instituições nesse estilo e por isso, é interessante conhecer um pouco sobre cada uma delas. Então, veja um pouco mais sobre cada uma delas a seguir. Sicoob A cooperativa de crédito Sicoob surgiu em 1997 e possui mais de 5 milhões de cooperados hoje em dia. Dessa forma, abrange quase 400 instituições e atua em todos os estados. Assim, já atende mais de 2 mil cidades e tem diversos polos. Unicred O Unicred nasceu há 30 anos e tem unidades em São Paulo e Porto Alegre. Mas, está presente em 15 estados e cresce a cada ano mais, por isso já conta com mais de 220 associados. Viacredi 14 Ela surgiu em 1951, quando 21 funcionários da Hering, em Santa Catarina, se reuniram. Desde então, conta com 99 pontos de atendimento e mais de 640 mil pessoas e mais de 1,5 milhão de colaboradores. Sicredi A cooperativa de crédito Sicredi é a pioneira do Brasil e nasceu em 1902. Portanto, hoje em dia possui mais de 439 milhões de associados. Com isso, está presente quase em todo o país e tem mais de 2 mil agências distribuídas com 30 mil colaboradores. É através das cooperativas que os associados conseguem atendimentos exclusivos para as suas necessidades. No final do exercício ocorre a sua participação nas chamadas sobras, que serão divididas entre os cooperados, outro nome dado aos associados. É importante ressaltar que da mesma forma que existe a divisão dassobras, os associados podem participar de um rateio de possíveis perdas. A cooperativa de crédito é instituída pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, pela Lei n. 5.764, de 16 de dezembro de 1971, pela Lei Complementar n. 130, de 17 de abril de 2009, e pela Resolução n. 3.859, de 27 de maio de 2010; entretanto, muitos especialistas estão aderindo ao termo cooperativa financeira, uma vez que o crédito vai além do que as cooperativas já fazem ou podem fazer atualmente. Os especialistas afirmam que os recursos oferecidos pelas cooperativas são prioritários porque elas precisam, além de emprestar dinheiro, captar recursos e cumprir com os exercícios da função da intermediação financeira, com uma remuneração justa. O fornecimento dos recursos financeiros aos associados é uma das atividades prioritárias das cooperativas, mesmo porque, para poderem emprestar dinheiro, é necessário que as cooperativas captem recursos anteriores aos empréstimos aos seus associados, mesmo que seja sob o formato de capital social com seu montante equivalente, sendo importante ressaltar que esse fato, por si só, já torna imprópria a terminologia crédito como forma de designar a atividade das cooperativas. A função de intermediação financeira clássica nos remete à condição primordial para as cooperativas cumprirem seu verdadeiro papel: ser uma instituição financeira principal para seus associados. O Cooperativismo de Crédito é um sistema financeiro que tem como objetivo proporcionar crédito e moeda por meio da mutualidade. Preocupa-se em eliminar os intermediários na 15 captação de recursos, nos investimentos e na concessão de empréstimos, fazendo do tomador e do investidor uma só pessoa. O Cooperativismo de Crédito se destaca pela observância dos princípios da boa gestão empresaria Cooperativa de Crédito é uma sociedade constituída por pessoas unidas pela cooperação e ajuda mútua que se organizam para desenvolver programas de assistência financeira e de prestação de serviços, buscando obter o adequado atendimento de suas necessidades econômicas. Enquanto serviços, oferece a seus associados empréstimos pessoais, financiamento de bens duráveis, orientação para compras a prazo e investimentos, conta corrente, cheque especial, RDC/ CDC (Depósito a Prazo Cooperativo), recebimento de proventos, seguros, serviço de saneamento financeiro e etc. Por 9 isso, assim como os bancos precisa de autorização e regulamentação do Banco Central para funcionar. Proteção: Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósitos e os créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor para os depositantes dos bancos. Política Nacional de Cooperativismo: A Política Nacional de Cooperativismo, definida pela Lei nº 5.764/1971, instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas, suas características, definiu os princípios do cooperativismo e os seguintes tipos de cooperativas: singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às de pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares filiadas. Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades. Banco cooperativo: 16 A Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n° 2.788/2000 autorizou a constituição de bancos cooperativos mediante controle acionário de cooperativas centrais. Eles atuam com o objetivo de possibilitar o acesso aos produtos e serviços bancários não disponíveis às cooperativas de crédito, tais como acesso à câmara de compensação de cheques, aos créditos oficiais, à reserva bancária e ao mercado interfinanceiro. Os bancos cooperativos subordinam- se à legislação e à regulamentação aplicáveis aos bancos comerciais e aos bancos múltiplos em geral. Sistema Nacional de Crédito Cooperativo A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais das Sociedades Cooperativas de Crédito. Segundo essa Lei, as cooperativas de crédito podem conceder crédito e captar depósitos à vista e a prazo dos respectivos associados, realizar recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, realizar operações com outras instituições financeiras e obter recursos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de remuneração, além de outras operações. As cooperativas centrais de crédito são constituídas para organizar, em comum acordo e em maior escala, os serviços financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. São também responsáveis pela supervisão auxiliar das singulares. As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das cooperativas centrais de crédito, não podem realizar operações restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos e a concessão de empréstimos. As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar, coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a natureza das atividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação das associadas. Exigência de Capital A Resolução CMN n° 4.434/2015 classificou as cooperativas singulares nas seguintes categorias de acordo com as operações praticadas: plena, clássica e de capital e empréstimo. 17 Em função da complexidade das operações realizadas e do risco assumido, a cooperativa plena está sujeita ao Regime Prudencial Completo (RPC) de alocação de capital regulamentar estabelecido pelas Resoluções CMN nos 4.192 e 4.193/2013 e circulares relacionadas. Por outro lado, a cooperativa clássica e a cooperativa de capital e empréstimo, devido à baixa complexidade operacional e a menor exposição a risco, podem optar pelo Regime Prudencial Simplificado (RPS) de alocação de capital regulamentar, conforme Resoluções CMN nos 4.192 e 4.606/2017 e circulares relacionadas. Uma cooperativa se diferencia de outros tipos de associações de pessoas por seu caráter essencialmente econômico (SEBRAE, 2014, p. 11). Na cooperativa, todo associado é dono. Enquanto no banco, é apenas cliente Talvez, esta seja a principal diferença entre as duas instituições. E isso ocorre justamente pela formação de cada uma delas. As cooperativas de crédito são sociedades de pessoas formadas especificamente para prestar serviços financeiros para outras pessoas, no caso seus associados, e não visam o lucro. Por isso, na instituição financeira cooperativa, todo associado se torna dono. Mas, o que isso significa na prática? Além de usufruir dos produtos e serviços contratados, cada associado também pode contribuir com as decisões da sua cooperativa por meio das assembleias e participar da distribuição de resultados, se houver. Por sua vez, ao adquirir um produto ou serviço em um banco tradicional você será apenas cliente e poderá ter os benefícios daquilo que contratou, mas a relação não para por aí. Isso acontece porque os bancos comerciais são instituições que visam o lucro. E, por ser uma sociedade anônima, seu capital é dividido em ações que são comercializadas na Bolsa de Valores. Ou seja, para ser dono de uma parte do banco, é preciso ser acionista. A instituição financeira cooperativa contribui com a bancarização https://www.sicredi.com.br/assembleias/ 18 Principalmente nas cidades do interior, que estão maisdistantes dos grandes centros, é até normal encontrar pessoas sem nenhum acesso a qualquer tipo de serviço financeiro. O que pode dificultar muito o seu dia a dia. Com forte atuação em cidades pequenas, as instituições financeiras cooperativas contribuem fortemente com a bancarização e inclusão financeira e, em muitas regiões, é a única opção para a população daquela localidade. Poder contar com a presença de uma cooperativa de crédito traz dois grandes benefícios para uma região: 1 – Garantir que mais pessoas possam cuidar melhor do seu dinheiro e realizar operações financeiras com segurança; 2 – Faz parte da essência cooperativa e investir no desenvolvimento econômico e social da região em que atua, estimulando o surgimento e crescimento de novos negócios. Cooperativas X Bancos Segundo Meinen e Port (2014), a cooperativa nasce da necessidade de um grupo de pessoas que se reúnem para a troca, exercendo a mutualidade entre si e buscando, juntos, soluções para seus problemas. Já a instituição financeira convencional, por outro lado, surge do ideal e da iniciativa unilateral do dono do capital, sem consultas aos usuários da instituição, com o único objetivo de agregar e ampliar o capital investido. Principais diferenças entre as cooperativas e os bancos: As Cooperativas de Crédito são sociedades de pessoas e não de capital, em que o poder de decisão está na efetiva participação dos sócios e não na detenção de quotas de capital social na instituição. A Cooperativa de Crédito tem como objetivo a captação e administração de recursos ou depósitos, empréstimos e prestação de serviços aos cooperados, independentemente da ideia de, como pessoa jurídica, obter vantagens para si, em detrimento do resultado do sócio, este investido da dupla qualidade: de associado e cliente das operações e dos serviços cooperativos. Suas operações estão restritas ao quadro associativo que é constituído de pessoas físicas e jurídicas. Os resultados (sobras) são distribuídos entre os sócios, proporcionalmente ao volume de operações que realizam durante o exercício. Nas Cooperativas o controle é democrático (1 pessoa = 1 voto) enquanto que nos Bancos o controle é exercido a partir da participação do capital. As relações obrigacionais entre sócio e cooperativa não se confundem com a de fornecedor e consumidor, pois estas são https://www.sicredi.com.br/site/sobre-nos/noticias/estudo-inedito-mostra-importancia-do-cooperativismo-de-credito-para-gerar-inclusao-financeira/ https://www.sicredi.com.br/site/sobre-nos/noticias/estudo-inedito-mostra-importancia-do-cooperativismo-de-credito-para-gerar-inclusao-financeira/ 19 caracterizadas como atos cooperativos, com tratamento próprio na legislação cooperativista. É vedada a transferência de quotas-partes (capital social) a terceiros, enquanto que nos Bancos a transferência do capital (ações) pode ser feita livremente (bolsa de valores). Sobre o resultado não incide tributação (Imposto de Renda e Contribuição Social (CSSL)), em face da tributação se dar na pessoa física do associado. Nas cooperativas de créditos as taxas são mais justas Como comentamos anteriormente, as instituições financeiras cooperativas não visam o lucro, pois buscam o crescimento da cooperativa e seus cooperados de forma mútua. Diferente dos bancos tradicionais, que têm como objetivo dar lucro aos seus acionistas. E é justamente por não visar lucro que as cooperativas de créditos conseguem oferecer seus produtos e serviços com taxas mais justas em comparação aos bancos comerciais. Ademais, Tavares (2018) acrescenta que, ao comparar as cooperativas de crédito com os bancos, é possível perceber outra grande diferença: a distribuição dos resultados. O banco destina seu lucro aos acionistas, enquanto que, por outro lado, as cooperativas de crédito distribuem as suas sobras aos seus cooperados, conforme dispõe o Art. 4°, inciso VII, da Lei n° 5.764, de 1971, que explicita que o retorno das sobras líquidas do exercício é proporcional às operações realizadas pelo associado na cooperativa, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral. Os bancos cooperativos e o cooperativismo, que dão autonomia às cooperativas de crédito, são constantemente comparados aos bancos comerciais, já que ofertam aos associados serviços e produtos financeiros com qualidade, com o diferencial de serem uma cooperativa. Finalidade Como dito anteriormente, a finalidade das cooperativas é fornecer créditos aos associados com menores taxas de juros comumente cobradas pelo sistema financeiro convencional, ajudando aos seus associados que não teriam acesso às demais plataformas de crédito, como os trabalhadores de baixa renda, por exemplo. De acordo com Polonio (2004, p. 70), [...] tem a finalidade de proporcionar a seus associados créditos em moeda por meio da mutualidade e da economia, mediante uma taxa módica de juros, auxiliando, de modo particular, o pequeno trabalhador em qualquer ordem de atividade na qual ele se manifeste, seja agrícola, industrial, comercial ou profissional e, 20 acessoriamente, podendo fazer, com pessoas estranhas à sociedade, operações de crédito passivo e outros serviços conexos ou auxiliares de crédito. Concorda-se com Schardong (2002, p. 84) quando ele afirma que a cooperativa de crédito objetiva captar recursos financeiros com o intuito de financiar atividades econômicas para seus cooperados, além de administrar o controle de suas poupanças e, por fim, prestar serviços de natureza bancária demandada por eles. Vantagens de uma cooperativa de credito Possui taxa de juros reduzidas e quase sempre não tem tarifas de serviço. Além disso, têm rendimentos superiores aos de bancos, por isso funcionam como uma opção de investimento. Seu atendimento costuma ser personalizado para atender todas as questões únicas que cada um tem. No entanto, os sócios têm uma participação ativa nos rumos do negócio. Além das vantagens citadas anteriormente, todos os associados têm acesso ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para financiamento dos seus investimentos fixos. Para os empresários de empresas de atividades rurais de pequeno porte, as cooperativas garantem-lhes acesso facilitado aos recursos subsidiados do crédito rural. Outras vantagens Podemos citar também as seguintes vantagens das cooperativas: • aplicação dos recursos das poupanças e renda no próprio município, o que contribui com o desenvolvimento local; • acesso facilitado de pequenos negócios à poupança, ao crédito e a outros serviços bancários; • custo operacional menor quando comparado a outros bancos; • crédito adequado imediato às condições dos associados; • facilidade na abertura de contas; • oportunidade de obter maior rendimento nas aplicações financeiras Desvantagens de uma cooperativa de crédito A principal desvantagem do negócio é que quando há prejuízos todos devem arcar com ele. Assim, o lucro não é garantido e pode ser preciso fazer aportes ao longo de todos os anos. 21 Sabendo desse problema, e para evitar uma repercussão muito ruim, as cooperativas mantêm um fundo de reserva; entretanto, se mesmo com o fundo de reserva a perda não for compensada, o débito será rateado entre todos os associados, valendo aqui uma ressalva: os débitos serão compensados mediante sobras dos exercícios seguintes. Embora nas instituições tradicionais todos os encargos sejam reduzidos normalmente, é de suma importância comparar os valores cobrados, não se esquecendo de verificar o custo efetivo total (CET). Riscos de uma cooperativa de crédito O maior risco de se investir em uma cooperativa de crédito é o de ela quebrar (falir), isso porque, além de o associado perder o valor investido, precisará arcar com os valores financeiros para minimizar o prejuízo. Sabe-se que a chance de isso acontecer é remota, mas é muito importante saber que háessa possibilidade antes de abrir uma conta nas cooperativas. Embora haja garantias, geralmente o ressarcimento é demorado e ninguém deseja arcar com esse tipo de prejuízo. De acordo com Almada (s.d.): [...] o cooperado está para sua cooperativa como o dono de um restaurante que almoça na sua própria empresa e faz o registro para posterior acerto com o seu sócio. É uma relação peculiar, que traz consigo uma série de características próprias: correta inclusão social, acesso a serviços escassos, desenvolvimento local etc. Como na cooperativa ocorre uma sociedade de pessoas, os processos dentro dela têm por base a democracia, a tomada de decisões – sendo votadas pela maioria (quadro social) – e a participação Direitos e deveres dos associados Como em todas as associações com ou sem fins lucrativos, as cooperativas estabelecem direitos e deveres aos seus membros. • Direitos Entre os direitos dos associados das cooperativas, podemos citar: 22 • frequentar assembleias gerais, decidindo, mediante seu voto, todos os assuntos que sejam de interesse da cooperativa; • votar, assim como ser votado, para cargos fiscais, administrativos ou outras funções; • participar de várias atividades, tais como econômicas, educativas e sociais; • ser usuário, assim como consumidor, dos produtos e serviços ofertados pela cooperativa; • receber o retorno proporcional das sobras de capital, quando houver; • solicitar, sempre que tiver dúvidas, esclarecimentos aos dirigentes, aos conselheiros e aos funcionários; • convocar assembleia extraordinária, caso julgue necessário, conforme estabelecido no estatuto; • obter balanços patrimoniais (financeiros), DRE (demonstrativos) e relatórios antes da realização das assembleias gerais; • retirar seu capital investido ao se desligar da cooperativa, conforme estabelecido no estatuto. •Deveres Entre os deveres dos associados das cooperativas, podemos citar: • subscrever e, na sequência, integralizar as cotas-parte do capital fixadas no estatuto para poder ingressar na cooperativa; • operar com a cooperativa, preferencialmente, nos depósitos à vista e/ou a prazo, transferências eletrônicas e débitos automáticos, descontos de recebíveis, entre outros; • respeitar, mesmo que não tenha sido seu voto, todas as decisões das assembleias gerais, pois os votos advindos das assembleias representam a vontade dos associados; • zelar sempre pelo interesse comum, assim como pela autonomia da cooperativa; • colaborar no planejamento, no funcionamento, na avaliação e na fiscalização de todas as atividades; • debater as ideias e decidir, por voto, os objetivos e as metas dos interesses comuns; • denunciar ao conselho fiscal ou administrativo os procedimentos indevidos que tomar conhecimento; 23 • participar do rateio das despesas, desde que sejam comuns à cooperativa; se forem verificadas perdas no exercício, é de obrigação do associado cobri-las, sempre de forma proporcional à sua movimentação (SEBRAE, 2014). Órgãos estatutários e administrativos da cooperativa A cooperativa de crédito nada mais é do que uma empresa cujos proprietários são os próprios associados. Todas as decisões são tomadas nas assembleias, as quais buscam atingir a todos, mesmo que discordantes ou ausentes. Para o bom desenvolvimento de seus trabalhos, basicamente, uma cooperativa de crédito faz uso da estrutura organizacional conforme abaixo: - Assembleia geral: Refere-se à reunião para todos os cooperados e constitui o principal fórum de decisão da cooperativa, seguindo o previsto no Estatuto Social, em que há igualdade do poder no voto de cada sócio na definição dos interesses da empresa. Representa o princípio da gestão democrática do empreendimento cooperativista - Conselho de Administração: Refere-se ao órgão superior na administração da cooperativa, formado obrigatoriamente por associados eleitos pela Assembleia Geral Ordinária. O Conselho é responsável pela execução das propostas aprovadas pela Assembleia Geral e também pela gestão da cooperativa. O número de conselheiros é definido no estatuto e seu mandato não poderá ser superior a quatro anos, sendo obrigatório renovar 1/3 dos seus componentes, pelo menos. - Conselho Fiscal: É um órgão independente dentro da cooperativa, sendo sua incumbência a fiscalização, em nome dos demais associados, assim como a administração do patrimônio e das operações da cooperativa. Vale ressaltar que esse conselho é formado por seis associados eleitos na Assembleia Geral Ordinária, sendo três efetivos e três suplentes. O mandato pode ser de até três anos, com renovação obrigatória de, pelo menos, 1/3 de seus membros, sendo um efetivo e um suplente - Diretoria Executiva: A forma de sua escolha deve estar prevista no Estatuto Social. Geralmente escolhe-se entre os próprios conselheiros de administração na atual legislação. É permitido que a cooperativa de crédito tenha uma diretoria executiva subordinada ao Conselho, na qualidade de órgão estatutário, composta por pessoas físicas, associadas ou não, indicadas pelo Conselho - Órgãos auxiliares da administração (facultativos): Constituído por secretarias, assessorias, gerências, comissões, comitês ou núcleos, com atribuições específicas, tais como: Comitê de 24 Crédito, Gerências Administrativas, Comitê de Recuperação e Crédito, Financeiras, de Suporte Tecnológico e de RH, Auditoria e Controle Interno, Controles de Riscos Internos e Externos, Ética, Marketing e Comunicação, Serviços Gerais, entre outros. Cooperar para competir é articular forças para superar dificuldades e solucionar problemas e necessidades comuns: “No mundo não existem soluções. Existem forças em marcha. Basta articula-las e as soluções se seguirão” (Saint Exupéry). ´´O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir. `` 2.3 Administração Estratégica A administração estratégica é um processo no qual ocorrem decisões e ações empresariais com foco na vantagem competitiva para atingir objetivos. Muito embora estratégia seja de conceito e aplicação milenar, sua aplicação empresarial começou somente no século XX, notadamente, a partir de 1950. Administração estratégica é um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competitivamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que ela alcance seus objetivos (SOBRAL; PECI, 2013, p. 206). A administração estratégica é o campo onde é efetuado o planejamento estratégico da empresa tendo como base sua missão, visão e valores. Neste campo são estabelecidos conjuntos de opções, diretrizes e valores determinados pelos líderes (alta administração) da empresa, para que a organização possa ter um bom desenvolvimento a longo prazo. Através das estratégias é possível estabelecer objetivos, metas, projetos, orçamentos, logística, táticas, planos de ação, e também antecipar problemas que podem ocorrer durante o percurso, diminuindo os riscos da empresa. O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é uma fórmula ampla de como a empresa competirá e quais serão as metas e políticas estabelecidas para alcançar o objetivo. Como exemplos de alguns tipos de estratégia nas empresas podemos citar: redução de custos, inovação, expansão e internacionalização. 25 Ser estratégico é acima de tudo se preparar para enfrentar e vencer desafios, enxergar ameaças e oportunidades que ainda não existem. A administração estratégica é um processo contínuo devido a mudanças constantes que ocorrem no micro e macroambiente. Por isso ela deve estar em constante monitoramento dos resultados organizacionais e a partir disso devem ser feitas as adaptações necessárias. Ela também é um campo interativo e visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seuambiente. Para que a administração estratégica possa acontecer e devido ao seu grande impacto na vida da organização, ela é dividida em algumas áreas como: planejamento estratégico, gestão estratégica, controle e administração da estratégia empresarial e sistema de informação estratégico. Sendo assim, podemos concluir que a administração estratégica é um conjunto integrado e coordenado de ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva. De acordo com Ansoff (1965), a vantagem competitiva procura identificar propriedades específicas e combinações individuais de produtos e mercados que dão à empresa uma forte posição concorrencial. Numa outra definição: Uma vantagem competitiva sustentável ou sustentada ocorre quando uma empresa implementa uma estratégia de criação de valor da qual outras empresas são incapazes de duplicar os benefícios ou os mesmos são custosos de imitar (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 1999, p. 5). Onde a empresa escolhe quais caminhos seguirá para ampliar o sucesso da organização, tanto no presente como no futuro, fornecendo condições para acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática continuada, para avaliar a situação atual, elaborar projetos e mudanças estratégicas. Portanto ela é legitima e essencial nos negócios. Segundo MINTZBERG (1983), o termo estratégia assumiu o sentido de habilidade administrativa na época de Péricles (450 a.C.), quando passou a significar habilidades gerenciais (administrativas, de liderança, de oratória, poder). Mais tarde, no tempo de Alexandre (330 a.C.), adquiria o significado 26 de habilidades empregadas para vencer um oponente e criar um sistema unificado de governabilidade global. Evolução histórica da estratégia Na Grécia Antiga, período histórico compreendido entre os séculos XV e III a.C., a palavra strategía significava “a arte de ser general” liderando exércitos e derrotando inimigos. Você provavelmente assistiu a filmes ou leu livros sobre guerras e conflitos armados. Pois é exatamente esse o ponto de partida: a estratégia é necessária quando há competição! Quando exércitos se enfrentam, estão competindo por algo: terreno, recursos, poder etc. Quando empresas se enfrentam no mercado, estão competindo por algo também: o cliente. Muito embora pareça estranho à primeira vista, sob o ponto de vista da teoria econômica, empresas que atuem de forma idêntica para atingir os mesmos clientes são redundantes: bastaria uma existir. Pense numa pequena cidade no agreste. Poucos habitantes, a maioria espalhada na região rural, baixa renda, uma única escola e um só mercadinho. Sob a ótica de utilidade econômica, não faz sentido abrir outro mercadinho, a não ser que o novo negócio tenha diferenciais e acabe sobrepujando o outro. Dois mercadinhos de atuação semelhante vão dividir o mesmo mercado e a rentabilidade dos dois será sofrível – talvez ambos quebrem. Em mercados grandes o suficiente para acomodar dois ou mais competidores, quando a atuação de um é percebida como diferente e positiva, este naturalmente se sobrepõe aos outros e conquista espaço, crescendo mais rapidamente. Como vimos, esse é o papel da estratégia: criar vantagens competitivas dificilmente copiáveis pelos concorrentes. Se a Grécia Antiga criou o conceito da estratégia, coincidentemente no mesmo período histórico, por volta de 500 a.C., um general e filósofo chinês chamado Sun Tzu escreveu um livro impactante até hoje: A arte da guerra, obra em que o autor desenvolve várias técnicas estratégicas para derrotar um exército adversário. [...] o livro cobre todos os aspectos de como se fazer uma guerra e fornece grandes quantidades de conselhos estratégicos e filosóficos que ainda estão sendo usados como uma fonte de inspiração para políticos e líderes empresariais (AURIK; JONK; FABEL, 2014, p. 5). A obra em questão é um texto derivado daquilo que se concebia na época como guerra na China. Ou seja, há toda uma contextualização social, histórica e comportamental cujo conteúdo foi apropriado pela área da administração como uma metáfora: negócios são guerra. 27 Tzu (2006) considera o conhecimento como o recurso mais importante, pois permite que o general consiga calcular os fatores vitoriosos na batalha. Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás vitorioso. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas. [...] Segue esse princípio. Não deixes escapar nenhuma oportunidade. [...] Se um general ignora o ponto fraco e o forte do inimigo que deve combater, se não conhece a fundo o terreno que ele ocupa no momento, nem os que pode ocupar em função das circunstâncias, talvez contraponha ao que há de melhor no exército inimigo o que há de pior no seu (TZU, 2006, p. 23-58) De maneira direta e utilizando o linguajar da época, Tzu (2006) descreve o que se pode interpretar como conceitos e aplicações de: • oportunidades; • ameaças; • uso do tempo como vantagem; • uso do espaço físico como vantagem; • eficiência e eficácia; • disciplina; • táticas; Avancemos alguns séculos e passemos para a época do descobrimento do Brasil. Nicolau Maquiavel (Niccolò Machiavelli, originalmente, em italiano) foi filósofo, historiador, dramaturgo, diplomata e escritor. É considerado o precursor da teoria política, pois procurava descrever o Estado e os meios de governar de maneira direta e clara. Tanto é assim que um de seus livros, O príncipe, publicado em 1532, é editado e estudado com afinco até hoje pelos interessados em ciências políticas. Contudo, em nosso resgate histórico, foi outro livro de Maquiavel, coincidentemente intitulado A arte da guerra, que trouxe grandes contribuições para entender estratégia. São sete volumes descrevendo “a organização do exército, a hierarquia de comando, a formação de soldados, o Estado-maior e os códigos de leis militares” (DAROS, 2017, p. 88). Para 28 Maquiavel, a guerra deve ser um assunto de Estado e de responsabilidade do poder maior: o rei. [...] Muda de decisão quando perceberes que o inimigo a descobriu. Convém nos aconselharmos com muitos a respeito das coisas que devemos fazer; depois, devemos confiar a poucos aquilo que queremos fazer. [...] Cuidemos que nossos inimigos não saibam como queremos dispor nosso exército para a batalha. Em uma ordem de batalha é melhor prover reforços suficientes atrás da primeira linha do que uma frente mais ampla, com soldados dispersos. Dificilmente será vencido quem souber avaliar suas forças e as do inimigo. Mais vale a coragem dos soldados do que a multidão; e algumas vezes mais vale a situação do que o valor. [...] Quem persegue em desordem o inimigo, depois de vencê-lo, quer passar de vitorioso a derrotado. Quem não prepara os alimentos necessários para subsistir é vencido sem o emprego de armas. Os bons comandantes nunca se empenham em uma batalha se a necessidade não os impele, ou a oportunidade não os chama (MAQUIAVEL, 2007, p. 128). Veja que é possível discutir conceitos estratégicos como ameaças e oportunidades, bem como sigilo. Nenhum método é melhor do que aquele que o inimigo não percebe até o adotarmos. Na guerra, reconhecer a oportunidade e aproveitá-la vale mais do que qualquer outra coisa. A natureza não faz muitos homens bravos; a aplicação e o exercício, sim. Na guerra, a disciplina pode mais que o ímpeto (MAQUIAVEL, 2007, p. 127). A questão de recursos humanos treinados e disciplinados também é abordada, como pode ser visto no trecho anterior. Algumas décadas depois, o famoso samurai japonês Musashi escreveu suas ideias sobre guerra e estratégia: [...] o estudo do caminho da estratégia é o estudo de como vencer o homem. Atravésda vitória alcançada, cruzando espadas com outra pessoa ou enfrentando batalhas repletas de gente, conseguimos alcançar fama para nós próprios e para nossos senhores. Esta é a virtude da estratégia (MUSASHI, 2000, p. 41). Três séculos após, em 1832, um general prussiano chamado Carl Von Clausewitz publicou o livro Da guerra, conteúdo obrigatório para os estudantes de teoria militar em todo o mundo. 29 Para nós, o que interessa é o conjunto de contribuições que ele deu para que possamos compreender estratégia. [...] o estrategista deve definir, portanto, uma meta para todo o aspecto operativo da guerra, que deverá estar de acordo com o seu propósito. Em outras palavras, ele esboçará o plano de guerra, e o propósito determinará a série de ações pretendidas para atingi-lo [...] (CLAUSEWITZ, 2010, p. 199). Observe que nesse trecho ele está descrevendo como uma estratégia se desdobra em planos de ação para atingir um objetivo. Qualquer situação determinada exige que sejam calculadas as probabilidades à luz das circunstâncias, e o tempo disponível para estes cálculos dependerá do ritmo em que estão se realizando as operações. [...] A estratégia determina o momento e o lugar em que será travado o engajamento e as forças que dele participarão, e através desta tríplice atividade exerce uma considerável influência sobre o seu resultado. Uma vez travado um combate tático e estando assegurado o resultado, seja a vitória, seja a derrota, a estratégia o usará para servir ao propósito da guerra (CLAUSEWITZ, 2010, p. 88-220). Há inúmeras contribuições para o estudo de estratégia a partir de Von Clausewitz. Assim, podemos perceber que tanto o conceito quanto a aplicação de estratégia ficaram restritos ao campo militar durante séculos. Pense nas guerras travadas pelo Império Romano, ou por Marco Polo, ou por Napoleão Bonaparte: todas implicavam a adoção de estratégias para derrotar o inimigo. Importância da Administração Estratégica Com a globalização reduzindo as fronteiras o aumento da concorrência é inevitável no contexto atual, e com isso, as organizações contemporâneas necessitam cada vez mais tentar garantir a sua sobrevivência empresarial. De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE (2005), a taxa de mortalidade das empresas brasileiras é de 46,7% no segundo ano de existência, 53,4% e 62,7% para o terceiro e quarto ano de existência. 30 Para suportar essas dificuldades e na tentativa de amenizar as incertezas, as empresas precisam utilizar instrumentos para prever cenários, na tentativa de garantir o desenvolvimento e a permanência no mercado. Para que isso ocorra, é preciso que se implante uma política de planejamento e que medidas estratégicas sejam adotadas na organização, utilizando-se ferramentas de apoio. Nas empresas competitivas verifica-se que, uma importante condição para sua manutenção no mercado, está ligada à clara definição de seus objetivos e ao traçado antecipado dos possíveis caminhos a serem seguidos para atingi-los. O mundo empresarial vem passando por mudanças que estão ocorrendo de forma acelerada e em três níveis: pessoal, tecnológico e organizacional. No âmbito do indivíduo, por exemplo, uma das principais mudanças que ocorreram no cenário dos negócios, foi a absoluta ruptura nos padrões de carreira profissional nas empresas. A ideia de se ter um emprego vitalício, deixou de ser uma realidade para se tornar uma ficção, mesmo nas economias mais desenvolvidas. Do ponto de vista tecnológico, a convergência entre as indústrias de entretenimento, os editoriais, as mídias eletrônicas e a universalização da informação, estão alterando o ambiente de negócios radicalmente. Ter um amplo conhecimento sobre Administração Estratégica Avançada e sua importância para o mundo dos negócios é um passo muito importante para quem atua na área. Evidentemente, planejar, diagnosticar e tomar decisões são tarefas difíceis, que requerem habilidades e domínio das atividades. Perceba que é uma tarefa exclusiva para poucos dentro da organização. Assim, os profissionais que querem se destacar em um mercado altamente competitivo precisam apresentar alguns diferenciais: visão holística, disciplina, comprometimento e, acima de tudo, trazer resultados vantajosos para a empresa. É importante destacar que, na turbulência do mercado que estamos vivenciando, as empresas deverão estar preparadas para a alta competitividade, implantando uma administração estratégica para superar todos os desafios do dia a dia e que o resultado final seja vantajoso para a organização. 31 Somente a administração estratégica é que dará condições para que as empresas possam obter um diferencial competitivo nos negócios. A administração estratégica é um processo que vai desde a escolha da Missão de uma empresa, até a obtenção da Vantagem competitiva. O processo de administração estratégica começa quanto à organização tem bem definida a sua missão. Por apresentar variáveis, ou seja, algumas podem não afetar o desempenho da empresa, outras melhorar ou prejudicar o desempenho da empresa, o sucesso da estratégia depende do modo como a ela foi formulada, e se esta agrega ou não valores para a empresa. Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto ou produto que faz; ela se define pela sua missão. Somente uma definição clara da missão é razão de existir da organização e torna possíveis, claros e realistas os objetivos da empresa. (BARNEY; HESTERLY, 2007). Principais Conceitos Administração Estratégica Considerando a variedade de elementos que a administração estratégica envolve, existem alguns conceitos interessantes de serem conhecidos para começar. Ambiente Externo: O estudo do ambiente externo é fundamental para a aplicação da administração estratégica. Esse ambiente engloba os clientes, a concorrência, fornecedores, sociedade, tecnologias, agentes de governança e os contextos econômico, político, ambiental e afins. Esse modo de administração, uma vez que visa estar a um passo à frente e em harmonia com o todo, assume que todos esses fatores influenciam no caminhar do negócio. Por exemplo, se há uma “crise” ambiental e os clientes começam a se preocupar com essas questões, é preciso ficar atento ao que uma empresa deve prover nesse sentido, tal como certificações de sustentabilidade, informações sobre o não uso de teste em animais e afins. Ademais o exemplo, é esse estudo do ambiente externo que oferece a base para identificação dos riscos e oportunidades para a empresa, permitindo que ela antecipe as tendências, potencializando sua inteligência competitiva. Ambiente Interno: O estudo do ambiente interno complementa os conhecimentos básicos necessários para o desenvolvimento da administração estratégica. Ele se concentra em desenvolver o autoconhecimento da empresa em todos os seus detalhes. 32 A proposta é identificar as forças e fraquezas da instituição frente ao cenário no qual ela atua, assim como os recursos com os quais ela conta para melhorar e se desenvolver. Segue-se o levantamento de medidas para enfrentar as fraquezas identificadas, por exemplo, a partir da capacitação de pessoal, transformação nos processos, dentre outros. A partir disso, esse modo administrativo elabora, desenvolve, aplica e monitora variadas ferramentas que têm a função de implementar a gestão estratégica. Planejamento Estratégico: Toda empresa trabalha com diferentes tipos de planejamentos e planos para viabilizar o seu funcionamento, isto é, se utiliza de instrumentos que tem a função de estabelecer e direcionar ações visando alcançar um objetivo. Nesse sentido, o planejamento estratégico será o instrumento responsável por direcionar a implementação da administração estratégica. Podemos pensar que enquanto a administração estratégica seria uma espécie de “topografia”, o planejamento estratégico seria o mapa construídoa partir disso, indicando os melhores caminhos, trajetos e modos de prosseguir por aquele território. Uma das funções do planejamento estratégico é criar modos de harmonização entre os planos, objetivos e metas direcionados aos diferentes setores. Afinal, não há como ter metas semelhantes para um setor de vendas e recursos humanos. Contudo, os dois têm um objetivo fim em comum: o crescimento e sucesso da empresa. É nesse sentido que a harmonização funciona, buscando articular e aproximar a atuação das partes da empresa, fazendo com que o objetivo final seja sempre mais importante do que as metas pontuais, sem, no entanto, negligenciá-las. Alguns pontos importantes a serem considerados no planejamento estratégico são: Orientação - Proporcionar um sentido e uma visão para todos os atuantes envolvidos na empresa, tomando por perspectiva maior sempre o que é o objetivo fim da administração estratégica. Eficiência - Busca otimizar a utilização dos recursos, de modo a reduzir os custos e ampliar os benefícios da empresa. http://www.idebrasil.com.br/blog/o-que-e-planejamento-estrategico/ 33 Competência - Engloba a capacidade de grupos e indivíduos em executar as tarefas a partir da articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes. Cultura - Conjunto de valores e diretrizes, que têm como ênfase assegurar a cooperação e harmonia entre os colaboradores e demais elementos do empreendimento. Inovação - Conjunto de esforços e recursos que a empresa despende para manter sua atuação no mercado renovada e pioneira, a partir do desenvolvimento de novos produtos, serviços, metodologias e afins. Aplicabilidade - O planejamento estratégico deve sempre ser pensado e elaborado de maneira que ele possa ser aplicado cotidianamente na empresa, direcionando todas as suas ações. Portanto, é interessante que ele envolva as equipes em sua elaboração, de modo a ampliar a visão tanto no viés estratégico, quanto na transição deste para a rotina operacional. Informação - A informação é outro conceito fundamental a ser prezado na administração estratégica. Ela diz respeito ao repertório de conhecimentos e dados produzidos pela organização, que deverão ser geridos de maneira a permitir o seu uso inteligente pela empresa. As informações subsidiam as decisões dentro da perspectiva de uma gestão estratégica. Elas englobam tanto dados quantitativos quanto qualitativos, conforme as necessidades do tipo de indicador a ser desenvolvido e sua finalidade. É importante, nesse tópico, diferenciar informação e dados. Os dados são números, documentos e registros. Eles só são transformados em informação quando são interpretados, trabalhados, organizados e munidos de sentido para a empresa. A informação é o que assegura muitos dos procedimentos relacionados à administração estratégica e garante a sua competência de monitoração e avaliação, isto é, de controle estratégico. Portanto, os elementos da informação que precisam ser priorizados para subsídio da empresa são: http://www.idebrasil.com.br/blog/curso-de-gestao-de-pessoas-tudo-que-o-empreendedor-precisa-saber-antes-de-escolher/ http://www.idebrasil.com.br/blog/curso-de-gestao-de-pessoas-tudo-que-o-empreendedor-precisa-saber-antes-de-escolher/ 34 Orçamento empresarial - Responsável por relatar custos de um determinado período, assim como estabelecer direcionamentos para investimento de recursos financeiros. Relatórios estratégicos - Avaliam e monitoram o desempenho qualitativo da empresa, isto é, elementos não financeiros, como recursos humanos, qualidade dos processos e afins. Controle de resultados operacionais - Mede os resultados e produtividade de colaboradores, equipes e setores. Controle de procedimentos operacionais - Registra comportamentos e atitudes dos colaboradores a partir de critérios preestabelecidos, visando identificar a realização correta das atividades e postura organizacional. Controle de entradas de recursos humanos - Avalia elementos de recrutamento, seleção e treinamento, visando qualificar os conhecimentos, habilidades, aptidões, valores e motivação dos colaboradores. Controle de estoque - Registra entradas e saídas do estoque da empresa, assim como valores envolvidos em relação a demais aspectos financeiros. De acordo com cada negócio as empresas poderão encontrar outros tipos de informações prioritárias a serem desenvolvidas. O importante é que se tenha clareza da importância da produção de informações, a fim de evitar que o negócio atue na incerteza. Comunicação - Complementar à informação, a comunicação é um dos elementos que facilita a sua elaboração. Contudo, ela vai muito além disso, influenciando no ambiente organizacional e em todos os processos empresariais, configurando-se como um dos principais elementos estratégico para um negócio. A comunicação na administração estratégica preza pela participação e espaços de fala para todos os operantes do empreendimento. Com isso, procura-se enriquecer a gestão de http://www.idebrasil.com.br/blog/gestao-financeira-principais-erros-e-solucoes/ 35 conhecimento da empresa, assim como desembaraçar ambiguidades e outros conflitos causados pela comunicação falha. Os elementos de comunicação também funcionam com a finalidade de harmonizar a atuação entre diferentes colaboradores, setores e equipes. Sendo assim, é importante discernir e gerenciar os canais de comunicação do negócio, dentre os quais os principais são: Face a face - É a comunicação estabelecida entre pares, pessoalmente, permitindo identificar fatores não apenas verbais, mas também gestuais: linguagem corporal, expressão facial e afins. Meios eletrônicos e telefone - Promove a agilidade nos processos comunicativos de curta a longa distância, oferecendo também, em alguns casos, o registro e possibilidade de integração de atos de comunicação entre diferentes agentes. Documentos - Englobam documentos escritos ou impressos, endereçados pessoalmente ou não, tais como cartas, memorandos, boletins, relatórios e afins. Cada elemento de comunicação tem sua função e importância na empresa, demandando que todo o aparato comunicativo seja bem gerenciado a fim de produzir informações ricas, assim como proporcionar um ambiente organizacional saudável e fluido. Qual a importância da Administração Estratégica nas Empresas? Conforme já ficou subtendido, a administração estratégica é importante, em primeiro lugar, porque ela proporciona o ambiente de trabalho ideal para qualquer empreendimento: mais previsível, organizado, orientado e centrado no alcance dos melhores resultados. Nessa perspectiva, ela atua com mais segurança, serenidade e solidez. Não se trata, portanto, de um modelo de gestão que, por exemplo, na hora de alcançar um resultado qualquer, move mundos e fundos, estressando os colaboradores e desperdiçando recursos com medidas desesperadas. É um modo contínuo de atuar, sempre visando o melhor em nível de qualidade, produtividade e valorização da marca. Vendo desse modo, podemos dizer que a administração estratégica 36 busca como resultado primordial, justamente, a solidez e estabelecimento da empresa e não apenas resultados pontuais. A partir dessa perspectiva de gestão, a administração estratégica garante que a empresa caminhe em direção a uma diferenciação definitiva da concorrência, fazendo com que ela tenha uma vantagem competitiva estável e não momentânea. Isso é, sem dúvida, suficiente para justificar a sua importância. Contudo, ainda podemos falar de alguns benefícios mais específicos que são proporcionados ao empreendimento que adota esse modo de gestão. Visão plena e assertiva: Uma vez que a administração estratégica é fundada na empresa com base em informações sólidas e realistas, capazes de subsidiar projeções e tendências, amplia-se a visão para movimentação do negócio. O empreendimento guiado pela gestãoestratégica extrapola ele mesmo, dominando conhecimentos fundamentais sobre todo o seu ambiente, isto é, clientes, concorrentes, mercados, sociedade e afins. Com isso, a empresa se antecipa e estará sempre um passo à frente. Isso é mais que algo generalizado ou para lidar com riscos. Poderá, por exemplo, afetar a qualidade de seus objetivos, que se tornarão mais originais e ambiciosos, logo que ela terá condições mais seguras para alcançá-los. Diferencial competitivo: Uma vez que a administração estratégica é fundada na empresa com base em informações sólidas e realistas, capazes de subsidiar projeções e tendências, amplia-se a visão para movimentação do negócio. O empreendimento guiado pela gestão estratégica extrapola ele mesmo, dominando conhecimentos fundamentais sobre todo o seu ambiente, isto é, clientes, concorrentes, mercados, sociedade e afins. Com isso, a empresa se antecipa e estará sempre um passo à frente. Isso é mais que algo generalizado ou para lidar com riscos. Poderá, por exemplo, afetar a qualidade de seus objetivos, que se tornarão mais originais e ambiciosos, logo que ela terá condições mais seguras para alcançá-los. http://www.idebrasil.com.br/blog/como-escolher-um-bom-curso-de-gestao-empresarial/ 37 Sinergia e fluidez nos processos e operações: Áreas, setores, equipes e colaboradores atuando verdadeiramente em conjunto, com poucos ou nenhum conflito, capazes de colaborar uns com os outros e realizar uma atuação integrada, que repercute positivamente nos resultados. Esse é um dos benefícios de adotar a administração estratégica, desde que ela seja efetiva, é claro. Basta lembrar o quanto pontuamos alguns dos seus conceitos e elementos que são voltados, justamente, para um melhor acompanhamento dos recursos humanos, assim como seu aperfeiçoamento, integração comunicativa e bom clima organizacional. Não é nenhum milagre ter o capital humano contribuindo efetivamente para o crescimento do negócio, isso é estratégia! Crescimento sustentável: Este é mais um benefício da administração estratégica que está dentre os sonhos de muitas empresas, embora alguns não saibam. Quando falamos em sustentabilidade, muitos pensam em proteção ambiental, reciclagem e afins. A questão é que quando a empresa atua com sustentabilidade, ela não beneficia apenas o ambiente externo, com cuidados como os mencionados, mas também a si própria. Isso porque a ideia de sustentabilidade propõe um funcionamento com utilização otimizada dos recursos (de todos eles!), isto é, fazer mais com menos, sem perder em qualidade. Com a administração estratégica isso é possível, pois quando você coloca as coisas no lugar certo, enxuga os procedimentos mantendo apenas o que é realmente funcional, otimiza a comunicação para evitar desperdícios e retrabalho, dentre ações do gênero, você economiza, produz mais e melhor. Isto é, a visão sustentável é um benefício e uma premissa da administração estratégica, que carrega consigo várias outras vantagens para o empreendimento. Por fim, melhorando a qualidade e quantidade de sua atividade, ao mesmo tempo em que reduz os recursos, a empresa pode crescer com sustentabilidade e solidez. O constante aprimoramento da eficácia operacional é de fundamental importância para a consecução da rentabilidade superior. Mesmo com base na eficácia operacional, poucas são as empresas que competem com êxito por períodos mais prolongados, enfrentando dificuldades cada vez maiores em manter-se à frente dos concorrentes; ou seja, os rivais também podem 38 conseguir práticas melhores e com isso, conseguem imitar, com rapidez, as técnicas de gestão, as novas tecnologias, as melhorias nos insumos e as formas superiores de atender às necessidades e desejos dos clientes. (PORTER, 1999). 2.4 Governança Corporativa e Compliance Segundo Silveira (2002), governança corporativa é o conjunto dos mecanismos usados que visam a contribuir para as decisões corporativas de modo a maximizar a perspectiva dos valores a longo prazo para o negócio. Histórico governança corporativa: O que é governança corporativa: A governança corporativa é um conceito do século passado, mas que vem ganhando destaque nos dias de hoje. Não só o posicionamento das empresas é de interesse público. A transparência, busca pela diversidade e preocupação ambiental dentro da organização constituem a linha de frente quando o assunto é geração de valor. Faz-se necessário para as corporações prestar contas, com consumidores e acionistas. Uma forma fiel de entregar essas informações relevantes de uma empresa é saber como “governar”, ou seja, como exercer a governança corporativa. A governança corporativa é o conjunto de regras da organização. Elas vão guiar as ações para que os interesses de gerentes, sócios, investidores e stakeholders fiquem alinhados. A criação e evolução dos sistemas de governança corporativa são uma decorrência das grandes mudanças econômicas e sociais que o mundo viveu no século XX, em especial, em seu fim, com o marco histórico da queda do Muro de Berlim e, consequentemente, do final da polarização entre ideias capitalistas e comunistas que haviam marcado severamente a segunda metade do século após o término da II Guerra Mundial em 1945. Dividido entre o poder econômico e bélico dos Estados Unidos e da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o mundo tinha dificuldades de relacionamento político, social e econômico, a queda do Muro de Berlim significou simbolicamente o fim dessas dificuldades e a consolidação da globalização, com incentivo não apenas a maior circulação de pessoas em todo o mundo, mas, principalmente, a circulação de produtos e serviços que permitiram que as empresas passassem a ter relações internacionais como nunca tinham tido no passado. O mesmo aconteceu na área financeira, o que viabilizou que valores pudessem ser transferidos em tempo real, com o uso de tecnologias de informação. Todas essas mudanças impactaram a https://rockcontent.com/br/blog/stakeholder/ 39 organização empresarial que passou a ter investimentos e parceiros internacionais, tanto entre compradores como entre os fornecedores; e, muitas vezes, passou a contar com a experiência de funcionários que vinham de outros países com uma cultura nova de gestão, novos valores corporativos e éticos, novas práticas organizacionais e de controle operacional. Esse movimento provocou a internacionalização das empresas, mas também provocou conflitos entre os diferentes níveis de gestão das empresas, apontando para a necessidade de reconstruir os relacionamentos entre sócios, investidores, gestores, conselheiros e parceiros externos. Começaram a surgir os estudos e as pesquisas sobre o relacionamento das empresas e de seus stakeholders. O Dicionário Financeiro (2020) define: Stakeholder é um termo da língua inglesa que tem como significado “grupo de interesse”. Fazem parte deste grupo pessoas que possuem algum tipo de interesse nos processos e resultados da empresa. Um dos criadores do termo foi o filósofo Robert Edward Freeman. Ele definia a palavra stakeholder como os grupos que podiam afetar ou serem afetados pelos objetivos da organização. Esses interesses podem ser, além dos processos e resultados, no planejamento dos projetos ou negócios, de modo positivo ou negativo. Segundo Silveira (2010) o mercado de capitais brasileiro fora limitado no século XX. As atividades econômicas voltaram-se para as organizações estatais, o que não mantinha a especulação para a política financeira. A prática financeira não apresentava uma especulação quanto aos investimentos visando o retorno e a demonstração de resultados que mantivesse as diferentes práticas dos princípios e exercício quanto a governança que as organizações apresentavam (SILVEIRA, 2010). São exemplos mais comuns de stakeholders acionistas, investidores, proprietários,empregados, clientes, concorrentes, governo e sindicatos. Algumas classificações incluem entre os stakeholders a imprensa, as associações empresariais, as organizações não governamentais como as que defendem crianças, meio ambiente e mulheres; entre outros atores sociais. 40 A governança corporativa em geral, apresenta dois modelos: shareholder1 (anglosaxão) e stakeholder2 (nipo-germânico). O shareholder consiste num modelo fundamentado nos interesses dos acionistas. Já para os stakeholders, os membros do grupo possuem interesse ao direito potencial do fluxo de caixa, bem como os empregados, fornecedores, credores, cidadãos, clientes, ou seja, os que formam a sociedade civil (SILVA, E., 2006). Ainda de acordo com a ideia proposta pelo autor, a diferença presente é que os shareholders são voltados sistematicamente para os acionistas. Já os stakeholders possuem interesses do público interno e externo (GALVÃO, 2004). O que é importante compreender é que a nova concepção de empresa construída histórica, social e economicamente a partir da globalização aponta que as decisões empresariais já não afetam mais um pequeno círculo de pessoas, ou um círculo muito restrito. Ao contrário, decisões empresariais podem afetar milhares ou milhões de pessoas em todo o mundo, existem muitos atores sociais que dependem das decisões tomadas pelos gestores empresariais e é preciso levar isso em conta quando se organiza a gestão da empresa, mas, principalmente, quando se decide que valores vão orientar as atividades e a conduta daquela empresa em seu cotidiano, o quanto de transparência ela pretende adotar em suas práticas e qual a responsabilidade que pretende assumir perante seus parceiros, consumidores, acionistas e a sociedade. Essa forma de olhar as empresas como agentes vivos que podem provocar muitos resultados positivos ou grandes catástrofes econômicas, financeiras, ambientais, entre outras mudou a forma de organizar a gestão e comunicação nas empresas. No início do século XXI, o tema da governança corporativa ficou ainda mais relevante após a ocorrência de alguns grandes escândalos corporativos nos Estados Unidos, que motivaram inúmeros debates sobre a necessidade de transparência das empresas na divulgação de seus demonstrativos financeiros e, principalmente, sobre o papel das auditorias externas na avaliação e convalidação desses demonstrativos. A governança corporativa é especialmente importante no contexto de grandes negócios em que existem diferentes atores no processo de tomada de decisões. É necessário que existam formas para governar os interesses e os objetivos de cada um. Assim, é possível resolver ou evitar possíveis conflitos que possam surgir para garantir a longevidade da empresa, o que, no fim das contas, é o principal objetivo. 41 Governança Corporativa no Brasil: No Brasil, desde a década de 1990 existe o IBGC, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Essa organização sem fins lucrativos é referência nacional. Ela contribui para o desenvolvimento sustentável das organizações por meio da geração de conhecimento das melhores práticas em governança corporativa. O IBGC define governança corporativa como “o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”. Dessa forma, a governança corporativa busca converter princípios básicos em um conjunto de práticas objetivas. O resultado que se pretende é o de alinhar interesses econômicos com a viabilidade da empresa a longo prazo. Essas recomendações afetam a maneira como a estrutura organizacional conduz a tomada de decisão. Cada passo da empresa conta com um processo bem desenhado para facilitar o controle, a aquisição de recursos e a manutenção da gestão. Os primeiros códigos de boas práticas de governança corporativa surgiram na década de 1990 e foram se aperfeiçoando ao longo do tempo. No Brasil, o IBGC possui uma publicação de 2015 destinada a estes códigos. Quais os objetivos da governança corporativa? A governança corporativa tem como objetivo garantir um crescimento saudável para uma empresa. Isso significa não só um crescimento sustentável, mas uma visão 360° que gere um bom relacionamento com a sociedade como um todo. O objetivo é zelar pela longevidade do negócio. Para isso, estabelecem-se princípios e pilares que garantam que os interesses dos protagonistas sejam atendidos, sem descumprimento de leis e ordens e demais falhas nesse processo. Qual a importância da governança corporativa? A importância da governança corporativa é beneficiar toda e qualquer empresa a partir do grupo de boas práticas a serem seguidas. Ela facilita uma das grandes qualidades buscadas em um empreendedor que é a tomada de decisão. https://www.ibgc.org.br/ https://www.ibgc.org.br/ https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138 https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138 42 Imagine uma empresa como uma embarcação. O CEO/Presidente e a liderança são os capitães do navio. Cada decisão pode inferir na qualidade do percurso, assim como estar preparado para as tormentas e momentos difíceis evita o naufrágio. Só que essas decisões não devem ser tomadas por pura inspiração. Assim como um capitão de barco usaria um mapa, a governança indica os caminhos para mitigar conflitos, facilitar o controle a fim de aumentar o valor da empresa e todo o seu ecossistema. Ao longo dos anos, de acordo com a IBGC, verificou-se que os investidores estão mais dispostos a pagar maiores valores a empresas que adotam boas práticas de governança corporativa. Quais são os princípios da boa governança corporativa? Existem quatro princípios básicos que norteiam, em algum grau, o conjunto de práticas do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. Estes princípios servem de base para adequação da governança e a confiabilidade interna e externa da companhia. São eles: Transparência: Desejo de disponibilizar informações para partes interessadas e não somente aquelas impostas por lei. Não deve ficar restrita ao desempenho financeiro, mas contemplar todos os fatores que se conectam no processo gerencial. Equidade: E essa disponibilidade de informação deve seguir os princípios de isonomia. Isto é, tratamento em pé de igualdade a todos considerando seus direitos, deveres, expectativas e interesses. Prestação de Contas: Os responsáveis pelo setor de governança precisam prestar contas em relação a suas atividades de maneira clara e concisa. O agente ficará integralmente ciente das consequências dos seus atos e deve atuar com máxima diligência no seu papel. Responsabilidade Corporativa: 43 Zelo pela viabilidade econômica das empresas, reduzindo as externalidades negativas dos negócios e operações. O agente de governança considera os diversos capitais (financeiro, humano, social, ambiental etc.) em determinado modelo de negócios a curto e longo prazo. Como aplicar uma boa governança corporativa? Para aplicar uma governança corporativa que seja efetiva, faz-se necessário comunicar o conjunto de regras de maneira simples e transparente. O agente constituinte do ecossistema empresarial tem que entender o seu significado. Nesse sentido, existem vários primeiros passos possíveis. O ponto de partida depende da necessidade de cada empresa. Uma das formas de começar pode ser pela organização da parte contábil. Depois, é importante pensar na estrutura. Caso não haja um Conselho de Administração, pode-se iniciar com um conselho de consultores, com profissionais externos que irão auxiliar como fazer atas, reuniões, assembleias, divulgação de informações, etc. Quando finalmente houver sinergia e a empresa aprender a seguiro conjunto de processos da governança corporativa, forma-se um conselho próprio. Os próximos passos são a criação de comitês executivos e estatutários, que irão dar mais rastreabilidade nos processos decisórios. Benefícios de uma boa governança corporativa Segundo Silveira (2010) os benefícios para a governança corporativa na organização, trata dos benefícios externos, que se associam a maior facilidade de captação de recursos e a redução do custo de capital e os benefícios internos, os quais são vinculados ao aprimoramento do processo de decisão da alta gestão Quanto maior o índice de governança corporativa, mais sólida uma empresa estará inclinada a ser e a colher os benefícios disto. Com o aprimoramento de processos, haverá diminuição de falhas e fraudes. A reputação da organização também estará valorizada. A transparência e confiabilidade que uma empresa com boa reputação possui irá atrair os olhares de investidores com grandes capacidades de aporte. Outro benefício é a descentralização da gestão. Com mais agentes situados no controle, fiscalização e revisão de processos, menos responsabilidade recairá sobre uma ou duas figuras de poder. 44 O último benefício a ser citado é o fortalecimento do compliance, muitas vezes confundido com o conceito de governança corporativa. Vamos explicar porque, apesar da proximidade dos termos, eles não são a mesma coisa. IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa Conforme destaca o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa (2004), o Instituto é considerado nacionalmente e internacionalmente um dos principais responsáveis pela introdução de conceito de governança corporativa devido a disseminação das boas práticas e pelo crescente interesse das organizações brasileiras para fortalecerem na adoção das mesmas. O IBGC consiste na única organização da América Latina voltada para as melhores práticas da governança corporativa. A transparência é um dos componentes para o que promove as tomadas de decisão para o crescimento da organização. As organizações devem agregar as boas práticas quanto a transparência e fazer com que os objetivos apontados por parte do grupo sejam questionados e valorizados quanto as medidas do que é considerado o desenvolvimento e a formalização de recursos que propicie a segurança da economia (ANDRADE, ROSSETTI, 2006). A organização em sua estabilidade deve agregar e apontar os princípios básicos que são gerados e facilita as diversas formas de manter a transparência nos negócios da organização (LAMEIRA, 2001). Em geral, o Instituto Brasileiro de governança corporativa permanece com medidas que são compatíveis e facilita as variáveis do que se tem como relevância e corporatividade, as variáveis para que cada componente, fornecedores, clientes sócios minoritários são beneficiados com a atividade da governança corporativa (SILVEIRA, 2010). O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa procura valorizar e referenciar as evidências dos princípios como fonte de reconhecimento das atividades em exercício para o que faz a diferença quanto ao que é vivenciado pela organização (LODI, 2000). O que é compliance? É a palavra em inglês originária do verbo to comply, que, traduzido, significa agir de acordo ou agir em conformidade. Aquilo que está in compliance está em conformidade com regras, 45 está obediente a comandos sobre um determinado assunto. Mas essa é apenas a tradução da palavra. No Brasil, as expressões compliance e conformidade têm sido utilizadas indistintamente. Algumas empresas adotam a palavra compliance para designar o setor ou o departamento que vai cuidar de gerenciar se a empresa está em conformidade com todas as regras que ela precisa cumprir, ou seja, com todas as leis, normas e regulamentos que o poder público no âmbito federal, estadual ou municipal determina que aquela atividade empresarial terá de cumprir. No âmbito corporativo, Roberto Epifânio Tomaz (2018, p. 26) afirma que: Corporativamente compliance passou a identificar as ações, atitudes tomadas pela corporação, que são realizadas de acordo com as regras éticas, legais e procedimentais, estabelecidas para regulação de suas atividades, tornando-se, portanto, sinônimo de postura correta na condução de seus negócios. Esta postura se exterioriza pela corporação com a efetiva implantação de um programa de compliance de caráter ativo na condução de todos os relacionamentos, consultivo na prática de cada ação, permanente e independente que basicamente prevê a adoção de um conjunto de ações que fundamentalmente procurarão prevenir, detectar e eliminar práticas de desvios de conduta realizada por colaboradores, terceiros, enfim todos os stakeholders. Ressalte-se, entretanto, que o programa de compliance não se confunde com auditoria, interna ou externa, que basicamente fiscaliza determinadas ações e aplica sanções de forma pontual e periódica, mas pode e deve trabalhar em conjunto. Marcos Assi (2018, p. 24) enfatiza: O compliance é sobre as pessoas, sejam elas decisores, gestores ou colaboradores, que devem pautar suas ações na responsabilidade corporativa, escolhendo, sempre, fazer o que é certo até que este comportamento se naturalize – seja nas condutas mais simples (relacionadas a hábitos e vestimentas), seja nas que impactam diretamente a operação, por exemplo: • Na implementação de novos produtos e serviços; • Na implementação de tecnologias; • Nos sistemas de produção e distribuição; • Nas relações com fornecedores, parceiros e clientes; 46 • Com o poder público, a sociedade e o meio ambiente. Em termos práticos, o compliance consiste em planejar a prevenção de riscos de desvios de conduta e descumprimento legal, além de incorporar métodos para detectá-los e controla-los, tudo isso por intermédio de um programa de compliance, também conhecido como programa de integridade. Ele mobiliza os gestores a uma postura mais proativa e preventiva no gerenciamento e no tratamento dos riscos que permeiam a atividade empresarial e comprometem suas sustentabilidades como: • Problemas trabalhistas; • Problemas tributários; • Autuações e sanções por parte da administração pública direta ou indireta; • Dano ao patrimônio físico; • Falhas em ferramentas de TI, sistemas e no empreendedorismo armazenada e compartilhada; • Falhas em contratações de clientes, parceiros e fornecedores; • Fraudes e desvios financeiros por parte dos colaboradores que ocupam cargos de confiança e gestão; • Corrupção de agentes públicos; e, • Lavagem de dinheiro. [...] Quando bem implementado, o compliance promove: • Redução de custos com passivos judiciais; • Neutralização de riscos de sanções administrativas – por exemplo, autuações e multas; • Planejamento e redução da carga tributária do negócio; • Maior segurança jurídica nas relações comerciais com clientes, parceiros, fornecedores e stakeholders; • Conquista de maior credibilidade e bom relacionamento com os órgãos de fiscalização; • Proteção e melhoria da imagem institucional da empresa junto ao mercado, investidores e acionistas; • Aumento de competitividade e lucratividade dos negócios. Qual a relação entre compliance e governança corporativa? 47 Quando falamos em governança corporativa e compliance, estamos falando também de ética. Enquanto a governança tem como objetivo, sobretudo, evitar conflitos de interesse, o compliance busca estabelecer formas para controlar o cumprimento das leis e normas às quais a empresa está sujeita. Com isso, ambas acabam compartilhando do mesmo fim: conservar a ética, a integridade e a saúde do negócio. Assim, é possível afirmar que o compliance é um dos alicerces fundamentais da governança corporativa, já que, sem essa prática, tudo a que a governança propõe pode ir por água abaixo. A relação entre os dois conceitostambém é permeada pela noção de transparência. Na sociedade e no mercado atuais, a transparência se tornou uma das exigências mais cobradas das empresas. Escândalos e esquemas de corrupção em organizações privadas e públicas de todo o mundo trouxeram à luz a importância de práticas mais cristalinas, e fez com que as empresas voltassem seus olhares para a governança corporativa e compliance. É por meio dessas práticas que a companhia aplica a transparência e mostra seu compromisso com a ética e conformidade com a Lei. Portanto, governança corporativa e compliance são conceitos e práticas complementares, que permitem às empresas conseguir melhores resultados no mercado em que atuam. Atendem não somente às demandas do público, de acionistas e outros interessados, mas também da própria estrutura interna – dos gestores aos colaboradores. Qual é a diferença entre compliance e governança corporativa? Embora sejam noções complementares, é importante apontar que governança corporativa e compliance não são sinônimos e possuem diferenças fundamentais. Para colocar essas diferenças de maneira objetiva, pode-se afirmar que compliance diz respeito às atividade da empresa no âmbito do cumprimento da legislação externa. Por sua vez, a governança corporativa possui um escopo muito mais amplo, propondo-se a regularizar práticas da empresa de acordo com o que o mercado busca. https://blog.neoway.com.br/conflito-de-interesses/ https://blog.neoway.com.br/o-que-e-compliance/ https://blog.neoway.com.br/o-que-e-compliance 48 Mas, ao mesmo tempo também cria uma forma para evitar conflitos de interesses entre os atores internos. Tudo com o objetivo de sustentar a sua credibilidade. A principal diferença entre os conceitos é sua relação com os valores do negócio: enquanto a governança corporativa alinha a mentalidade dos stakeholders aos processos de gestão, é o programa de compliance que determina as formas como isso acontece. Como comentamos, o compliance está relacionado ao respeito às regras e à gestão de riscos, atuando com transparência para demonstrar que a empresa cumpre as normas que lhe são exigidas. Já a governança corporativa busca reforçar a reputação da organização e trabalha para enfatizar e solidificar as vantagens de uma atuação ética, transparente e estruturada. Isso para transmitir mais segurança e garantir uma boa reputação, o que, por fim, gera novas oportunidades de negócios. Podemos afirmar que a governança corporativa engloba práticas que afetam o cotidiano da empresa de forma muito mais abrangente, ligando todos as esferas que a compõem. No entanto, é importante frisar que isso não faz com que o compliance seja menos importante. A complementaridade entre ambos é entendida como interdependência, uma vez que, sem compliance, a governança pode ser prejudicada. O que é e como se organiza a Política de Governança Corporativa Política de governança corporativa é a estrutura de princípios, regras, objetivos, normas, responsabilidades e sanções que uma organização adota para prevenir riscos, gerenciar processos de prevenção, monitorar resultados, aprimorar esses mesmos processos e estabelecer diretrizes de relacionamento com agentes externos com os quais mantenha relacionamento e dos quais se espera que adotem política semelhante para garantia da adequada gestão de riscos. Sim, uma política de governança corporativa é uma forma objetiva e concreta de cuidar dos riscos aos quais a empresa está sujeita para prevenir, detectar e oferecer respostas que sejam eficientes para impedir que eles aconteçam ou, acontecendo, que os resultados negativos sejam os menores possíveis. Construir, implementar, gerenciar, monitorar e aprimorar constantemente uma política de governança corporativa requer investimentos em profissionais, capacitação de colaboradores, conhecimento detalhado da estrutura da https://blog.neoway.com.br/como-implantar-um-programa-de-compliance/ 49 instituição, relacionamento de qualidade com parceiros, fornecedores e consumidores, aquisição de equipamentos e sistemas de tecnologia, entre outros fatores. Todo esse arcabouço, no entanto, deve ser parte de uma cultura organizacional que valorize a integridade e a ética e tenha por objetivo preservá-las, porque a experiência comprova que regras que não se tornam relevantes para a cultura organizacional tendem a se tornar apenas manuais sem aplicação no cotidiano das atividades e, com isso, não cumprem seus objetivos e não protegem as empresas. As políticas de governança corporativa devem fornecer uma visão geral e dar conta de assuntos diversos. Ao mesmo tempo, devem apontar quais os instrumentos e métodos por meio dos quais os objetivos gerais serão consolidados. Lembre-se de que quando se trata de governança corporativa, os objetivos são sempre definir as prioridades nos relacionamentos internos da empresa e dela com seus stakeholders, identificando claramente todos eles. Assim, as políticas empresariais em geral definem normas, linhas básicas, diretrizes e procedimentos que uma empresa pretende adotar em sua relação interna e externa para concretizar sua missão, seus valores e visão de futuro. Alguns autores como Candeloro, De Rizzo e Pinho (2012, p. 300) denominam a política de governança corporativa como “código de conduta”, o que a rigor traduz muito bem o sentido e os objetivos que uma política de governança deve conter. Eles afirmam: Além do respeito às leis do país, toda organização deve ter um Código de Conduta que comprometa administradores e funcionários. O documento deve ser elaborado pela Diretoria de acordo com os princípios e políticas definidas pelo Conselho de Administração e por este aprovado. O Código deve refletir adequadamente a cultura da empresa e enunciar, com total clareza, os princípios em que está fundamentado. Deve ainda apresentar caminhos para denúncias ou resolução de dilemas de ordem ética (canal de denúncias, ombudsman). Deve abranger o relacionamento entre conselheiros, diretores, sócios, funcionários, fornecedores e demais partes interessadas (stakeholders). Repare que os autores utilizam o verbo “comprometer” quando se referem ao código de conduta. Isso significa que não se pode conceber um documento dessa natureza para que seja apenas mais um “manual” ou um “código” sem valor prático de aplicabilidade. Por isso, temos insistido tanto na necessidade de que as empresas de qualquer porte construam uma cultura de integridade, uma proposta permanente de que vão atuar sempre em rigorosa consonância com a legislação em vigor, com as práticas éticas, e adotarão condutas que 50 possam distinguir a empresa pela transparência e boa-fé, seja na relação entre os sócios, acionistas e empregados; seja na relação com as partes interessadas, os prestadores de serviços, fornecedores, investidores externos, os órgãos públicos e a sociedade de forma geral. Um código de conduta não precisa ser o mesmo que um código de ética. Aliás, empresas que cuidam melhor de sua política de governança corporativa possuem vários documentos que especificam as melhores práticas que deverão ser adotadas em cada área. Assim, possuem código de conduta; código de ética; instruções para utilização do canal de denúncia; código de conduta nas relações com o poder público, que são mais sensíveis para práticas de corrupção; código de conduta para a relação com os investidores, também mais sensíveis porque tratam de valores monetários a serem disponibilizados para projetos empresarias; ou seja, para cada etapa da vida da empresa, é preciso pensar nas melhores práticas que deverão ser adotadas, elencar claramente essas práticas e difundi-las incansavelmente entre os sócios ou acionistas e os funcionários. Todos precisam conhecer, discutir, compreender e, principalmente, aplicar as condutas recomendadas. Entre os temas que a política de governança corporativapoderá tratar estão, como ensinam Candeloro, De Rizzo e Pinho (2012): • Cumprimento das leis e pagamento de tributos. • Operações com partes relacionadas. • Uso de ativos da organização. • Conflito de interesses. • Informações privilegiadas. • Política de negociação das ações da empresa. • Procedimentos judiciais e arbitragem. • Whistle-blower (informa as instâncias competentes sobre atividades ilegais e/ou imorais ou desvios de conduta por parte de pessoas relacionadas com a organização e que tenham potencial de afetá-la). • Prevenção e tratamento de fraudes. • Pagamentos ou recebimentos questionáveis. 51 • Recebimento de presentes e favorecimentos. • Doações. • Atividades políticas. • Direito à privacidade. • Nepotismo. • Meio ambiente. • Discriminação no ambiente de trabalho. • Assédio moral ou sexual. • Segurança no trabalho. • Exploração do trabalho adulto e infantil. • Relações com a comunidade. • Uso de álcool e drogas Existem vários outros itens que poderiam ser tratados e que não se encontram nessa relação. Ela é apenas exemplificativa. Repare que não há referência a condutas em relação à aleitamento materno, à proteção à diversidade, por exemplo, para contratação de transgêneros e homossexuais. Também não há tratamento para política de trabalho em home office, ou seja, trabalho em casa; ou para cursos que os empregados queiram fazer e que possam ter algum interesse para a empresa, como pós-graduações, MBAs ou aperfeiçoamentos. A empresa precisa definir se paga o curso ou se pagará uma parte, ou, ainda, se não pagará, mas dispensará o funcionário mais cedo para que ele possa chegar ao local do curso; ou se só autoriza ou custeia cursos on-line ou de educação a distância. São muitas opções possíveis de serem adotadas e precisam ser discutidas entre os sócios ou acionistas para que o empregado, ao se candidatar a uma vaga, já tenha clareza das expectativas que pode ter em relação àquela empresa. Os itens de cada política de governança corporativa deverão ser seriamente tratados pelos sócios ou acionistas da empresa, sempre que possível com apoio de assessorias especializadas como advogados, auditores, consultores, entre outros. Mas também não é recomendável adotar políticas de governança corporativa prontas e acabadas, elaboradas externamente e sem 52 participação dos sócios ou acionistas. É preciso discutir cada item, elaborar em conjunto e tornar aquela política um compromisso de todos. Cada um desses itens, certamente, enseja uma política de tratamento do tema porque todos são relevantes e bastante sensíveis para as atividades de uma organização empresarial, não importa o porte econômico e nem o tipo de atividade que ela exerça. Se a empresa ainda for de pequeno porte, como uma loja de pães artesanais, muitos desses temas serão importantes para serem discutidos entre os sócios e investidores e colocados em uma política de governança corporativa. Da mesma forma, se for um startup que desenvolveu um aplicativo para compartilhamento de artigos esportivos, como bicicletas para montanhismo ou pranchas de surf, também existem itens muito importantes que precisam ser definidos previamente pelos sócios e investidores e colocados claramente na política de governança corporativa. Empresas de menor porte podem iniciar suas políticas de governança corporativa com poucas regras, estabelecendo, por exemplo, um código de conduta dos sócios e um código de ética para todos – sócios, empregados, fornecedores e prestadores de serviços. Com o passar do tempo e o crescimento da empresa, poderão acrescentar novas regras ao código de conduta e de ética e também criar normativos novos para tratar de temas específicos, por exemplo, política de tratamento de dados ou política de relacionamento com a comunidade ou de preservação do meio ambiente. O mais importante para o empreendedor é perceber que uma política de governança corporativa é um processo permanentemente em construção e aprimoramento, e isso será obtido com observação, estudo e diálogo com todas as partes envolvidas. Por isso, é importante organizar comitês que dialoguem sobre temas específicos da política e tragam para os gestores reflexões que possam ser inseridas na atualização das políticas de governança corporativa. Como você pode perceber, aquela ideia antiga de que uma empresa tem um dono ou vários donos e eles mandam em tudo e querem ser cegamente obedecidos não funciona mais no mundo contemporâneo. As empresas, hoje, independentemente de seu porte econômico e de sua atividade-fim, são organismos sociais vivos e são mais facilmente administrados com diálogo, transparência, participação e envolvimento de todos. Mesmo empresas de pequeno porte com poucos sócios e empregados devem e podem se organizar para oferecer mecanismos de participação e diálogo, desde uma simples “caixa de sugestões” física ou 53 virtual por meio da qual os empregados possam opinar e sugerir, até comitês com reuniões regulares e coordenados por pessoas escolhidas pelos próprios participantes por meio dos quais as ideias e sugestões sejam debatidas, e as relações entre todos os participantes da empresa sejam aprimoradas. O engajamento, a sensação de pertencimento que os empregados e prestadores de serviços terão com essas medidas poderão fazer toda a diferença para a empresa concretizar seus objetivos, alcançar suas metas, crescer e se tornar referência no mercado em que atua. Os estudos sobre governança corporativa apontam, ainda, que as boas práticas claramente definidas, implementadas, monitoradas e revisadas com frequência constroem a cultura de governança empresarial, que é um dos fatores essenciais para a garantia de perenidade da empresa. Ninguém organiza um empreendimento com a ideia de que ele tenha tempo finito de duração. Ao contrário, empreendedores são pessoas que almejam perenidade, crescimento sólido e experiências positivas para seus negócios, por isso, desde o início, as empresas devem olhar com atenção e cuidado para a definição e implementação da cultura de governança corporativa. Não é um tema de menor importância diante dos grandes desafios que os empreendedores enfrentam para consolidar seus negócios, ao contrário, é um instrumento de engajamento e favorecimento das melhores práticas, aquelas que vão contribuir para que os resultados financeiros sejam aqueles planejados. Qual é a importância do compliance e da governança corporativa para as organizações? Uma empresa que é reconhecida pela má reputação ou pelo funcionamento ineficaz terá dificuldades de atrair investimentos. E, sem capital, nenhuma empresa sobrevive. Os últimos anos trouxeram à tona no Brasil diversos casos de escândalos de corrupção e vícios nos processos de grandes corporações. São exemplos claros de crise de governança corporativa, uma vez que, em muitos casos, o interesse de sócios ou acionistas foi colocado acima dos interesses da própria empresa. Governança corporativa está relacionada a estratégias de desenvolvimento e política empresarial. Ao garantir uma gestão eficiente e capaz de gerar valor para a marca, a governança possibilita a sustentabilidade do negócio. https://blog.neoway.com.br/esg/ https://blog.neoway.com.br/esg/ 54 Para os stakeholders da companhia, a governança traz mais segurança, uma vez que, como vimos, ela preza pela transparência, ética e lisura nos processos, possibilitando: Controle de abuso de poder; Facilidade para captação de recursos; Maior visibilidade de mercado; Melhor desempenho operacional; Prevenção contra conflitos de interesse; Prevenção contra fraudes e erros; Redução de custos. Neste ponto, é importante lembrar dos pilares da governança corporativa – transparência, equidade, prestação de contas, responsabilidade corporativa – acrescentando a eles a ética. E é nospontos “ética” e “transparência” que os conceitos de governança corporativa e compliance convergem. O compliance visa o cumprimento da legislação e das boas práticas do setor em que a empresa atua para evitar inconformidades e mitigar possíveis riscos de operação. Ou seja, é do compliance o papel de manter os princípios éticos na empresa. No contexto atual, a adoção de um programa de compliance robusto é capaz de agregar valor à marca, uma vez que atende às exigências do mercado e da sociedade. Dessa forma, a governança corporativa quando aliada ao compliance, está diretamente relacionada ao desenvolvimento e à consolidação de uma cultura organizacional permeada por valores éticos, integridade e controle interno. E é isso que vai garantir à empresa eficiência em seus processos de forma a permitir a perpetuação do negócio e sua sustentabilidade econômica e financeira. Quais são os principais desafios e tendências do compliance e governança corporativa no Brasil? Principais desafios: Mudança de cultura 55 Um dos maiores obstáculos para a implantação das práticas de governança corporativa e compliance é a própria cultura organizacional. E isso acontece porque, para colocá-las em prática, pode ser necessário fazer alterações em funcionamentos e processos que já estão bastante assimilados pelos colaboradores e enraizados na empresa. Para que a mudança seja efetiva, o processo deve ser liderado com seriedade e com estratégias bem definidas. Isso passa por colocar colaboradores, gestores e dono do negócio em comum acordo e engajá- los em relação aos passos que deverão ser tomados. Treinamentos Mudar uma cultura e direcioná-la rumo a processos mais éticos e transparentes passa por capacitar todos os agentes que desempenham algum papel dentro da empresa. Sendo assim, é essencial que a organização invista em treinamentos constantes e práticos para ensinar seus profissionais a identificar e relatar desconformidades, incentivando-os a participar do combate a práticas que não condizem com os valores da empresa. Múltiplas regulamentações O Brasil é conhecido pelo grande número de leis que possui. E isso pode se tornar uma verdadeira dor de cabeça na hora de implantar uma cultura que se propõe a respeitar todas as regulamentações, legislações e normas a quais a empresa está submetida. Por isso, é fundamental que os setores responsáveis pela governança corporativa e compliance estejam atentos e sempre atualizados. Outro passo importante é a realização frequente de estudos de vulnerabilidade, para entender os impactos do não cumprimento das regulamentações. Controles internos As práticas de governança corporativa e compliance devem passar por todos os setores de uma empresa. Por conta disso, manter os controles internos pode ser uma tarefa complicada. Para superar esses obstáculos, é possível contar com ferramentas específicas que auxiliam no entendimento das regras por parte de cada colaborador e na geração de relatórios e 56 indicadores que permitem à companhia avaliar o que está funcionando e o que precisa de ajustes. Nesse aspecto, as soluções baseadas em Big Data Analytics e machine learning são grandes aliadas das empresas, especialmente nas questões de compliance. A solução ajuda a aprimorar o setor de prevenção de fraudes e compliance, pois diminui o tempo de busca e interpretação das informações, e reduz as chances de uma análise equivocada. Principais tendências: Mais transparência Um dos pilares da governança corporativa e do compliance é a transparência. O que se tem visto é a aplicação desse conceito a todo tipo de informação, e não somente àqueles que sejam alvo de obrigatoriedade por parte da Lei. Um exemplo é a transparência aplicada aos demonstrativos financeiros da organização. Mais ética Ética é o elo mais forte que une governança corporativa e compliance. Todas as ações adotadas pela empresa precisam levar em consideração não somente seus próprios interesses, como também os impactos dessas decisões nas partes interessadas e na sociedade, sempre com vistas ao bem comum. Integridade em toda a cadeia Os fornecedores são parte integrante de uma empresa. Como tal, é importante que a organização elabore formas de adequação em toda a cadeia de suprimentos, implementando uma gestão que padronize normas e ajude a evitar riscos ligados a seus fornecedores. Cultura anticorrupção Embora exista a Lei Anticorrupção, é necessário que as empresas abordem essa prática em seu código de conduta, envolvendo todos: (da alta direção aos colaboradores) em uma cultura que não tolere ações de corrupção de nenhuma espécie. Além disso, é preciso criar formas para que, quando identificadas, essas ações sejam devidamente comunicadas, garantindo a integridade da empresa. 57 Mais auditorias Auditorias são uma excelente ferramenta para uma melhor avaliação das práticas contábeis e financeiras da empresa, bem como para garantir que todos os requisitos e normas sejam cumpridos. Assim, cabe às corporações investir em auditorias que visem a adequações e melhorias na gestão e, sobretudo, a manter a sustentabilidade do negócio. Para que tudo isso funcione é necessário definir métodos de governança corporativa e compliance para acompanhar a gestão, o controle interno e a conformidade com as boas práticas resultam em mais segurança para as empresas. Mas só isso não basta: também deve-se colocar em ação esses métodos, compreendendo a função e a importância que exercem. E hoje, a tecnologia já fornece inteligência para ganhar agilidade e segurança nas análises de legislações, normas e outros dados estratégicos para reduzir riscos corporativos. Além disso, cada atividade, cada setor e cada agente dentro da empresa devem estar voltados para uma prática mais ética e transparente, capaz de solucionar problemas e gerar resultados melhores. 3. ESTUDO DE CASO Para o desenvolvimento desse projeto (PIM VII) foram realizadas consultas bibliográficas e analises documentais, juntamente com a análise da cooperativa e sua atuação no mercado. Através dessas pesquisas conseguimos identificar praticas estudadas nas disciplinas, sendo uso de ferramenta de trabalho pela cooperativa. 3.1 Breve histórico da Organização e seu negócio. ´´Sicoob é mais que uma escolha financeira, é uma maneira justa para cuidar do seu dinheiro. Ser Sicoob é ser dona ou dono, participando das decisões e dos resultados da sua cooperativa. `` A Sicoob conta com mais de 6,5 milhões de brasileiros, se tornando o maior sistema de cooperativas financeiras do brasil. Conta com 352 cooperativas singulares, 2.136 municípios atendidos, 4.018 pontos de atendimento em todos os estados. 13° maior grupo empresarial do Brasil (Segundo o 58 ranking Melhores e Maiores, da Revista Exame (2021), categoria Bancos). Única instituição financeira em 350 municípios. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil nasceu de um sonho: tornar o Brasil um lugar mais democrático e justo. Devido a esse fato, os associados das cooperativas Sicoob são, além de usuários de produtos financeiros, os proprietários com direitos e obrigações. Essas cooperativas de crédito são instituições financeiras seguras e sólidas, além de serem regulamentadas pelo Banco Central do Brasil, integrando um sistema solidário e forte, do qual fazem parte também: • O Sicoob Confederação (Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda.): tem a finalidade de defender interesses das cooperativas representadas, ofertando serviços e promovendo a supervisão, a padronização e a integração operacional, normativa, financeira e tecnológica; • O Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil S.A.): é especializado em fornecer atendimento para as cooperativas de crédito, sendo que o controle acionário pertence às cooperativas do Sicoob; • A Bancoob DTVM: distribuidora de títulose valores; • O Sicoob Previ: fundação que oferta plano de previdência complementar; • A Cabal Brasil: administradora e processadora de cartões; • A Ponta Administradora de Consórcios; • O Fundo Garantidor do Sicoob (FGS): confere credibilidade ao sistema, garantindo a proteção dos recursos dos seus mais de dois milhões de cooperados. O Sicoob oferta todos os produtos e serviços bancários de um modo diferenciado, buscando compartilhar os resultados com seus associados e aplicando os recursos captados nas suas comunidades. Isso movimenta o comércio e a produção, criando novas oportunidades de emprego e, consequentemente, renda. O Sicoob conta também com o Instituto Sicoob que foi criado em 2004, pela cooperativa Sicoob Metropolitano na cidade de Maringá – PR, com o objetivo de difundir a cultura cooperativista e contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades. 59 Em 2009 inicia sua atuação em todo o estado do Paraná, ampliando em 2015 para os estados do Amapá e Pará, em 2017 inicia suas atividades no Rio de Janeiro e em 2018 expande para todo território nacional junto ao Sicoob Confederação sendo hoje sua matriz em Brasília. Visa interagir com as políticas e dinâmicas do sistema Sicoob, por meio de ações conjuntas e integradas com as cooperativas, e na formação de voluntários corporativos para promover o desenvolvimento local. O Instituto Sicoob tem como finalidade o sétimo princípio do cooperativismo, o interesse pela comunidade e sua metodologia está fundamentada no quinto princípio do cooperativismo: educação, formação e informação. Além da fundamentação no cooperativismo, atua pautado nos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, definidos pela ONU – se refere a uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. A instituição desempenha programas e projetos dentro de três Eixos: Cooperativismo e Empreendedorismo, Cidadania Financeira e Desenvolvimento Sustentável. A partir destes eixos, a instituição atua em parceria com o Sicoob, por meio de ações conjuntas e integradas com as instituições do Sicoob e o engajamento de colaboradores voluntários formados pelo Instituto. Os eixos de atuação possibilitam que as ações sociais estejam alinhadas aos objetivos estratégicos da Instituição. Este alinhamento mantém o foco e os investimentos direcionados às suas diretrizes de Responsabilidade Social e responde às perspectivas interna e externa do negócio: o que a organização espera da sociedade e o que a sociedade espera da organização. Agora, com sua sede em Brasília, o Instituto Sicoob tem o propósito e a missão de ampliar a sua atuação, trabalhando em conjunto e somando forças com todas as empresas do conglomerado Bancoob, Centrais e Singulares Sicoob e todos os colaboradores e comunidades, para conectar pessoas e convocar as novas gerações a encontrarem no cooperativismo o mundo colaborativo que desejam para viver. Com a força do cooperativismo, o Sicoob vem ajudando a transformar muitas realidades pelo Brasil. É por isso que ser um cooperado é mais que uma escolha financeira. É acreditar na vocação das pessoas e suas comunidades. Apoiar os mais diversos negócios. Garantir recursos 60 para que todos possam crescer. Oferecer tudo que um banco tem com melhores condições, para todos. Denominação e forma de constituição A Sicoob atua como uma Instituição financeira Cooperativa, com a razão social Confederação Nacional das Cooperativas Sicoob Ltda. Entre os diversos tipos de associação cooperativa estão as cooperativas de crédito. Criadas para oferecer soluções financeiras de acordo com as necessidades dos associados. Elas são um importante instrumento de incentivo para o desenvolvimento econômico e social. Isto porque utilizam seus ativos para financiar os próprios associados, mantendo os recursos nas comunidades onde eles foram gerados. É uma cooperativa de crédito, uma opção mais justa para 6,5 milhões de cooperados cuidarem do seu dinheiro, um lugar onde quem participa tem voz. Histórico relevante da organização O Sicoob é o maior sistema financeiro cooperativo do país. É composto por cooperativas financeiras e empresas de apoio, que em conjunto oferecem aos associados serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, adquirência de meios eletrônicos de pagamento, dentre outros. Ou seja, tem todos os produtos e serviços bancários, mas não é banco. É uma cooperativa financeira, onde os clientes são os donos e por isso os resultados financeiros são divididos entre os cooperados. Siccob é a cooperativa que trouxe a luz elétrica e onde nenhum banco chegou a Sicoob chegou. O Sicoob está organizado em três níveis operacionais que vinculam cooperativas singulares, centrais e o Centro Cooperativo Sicoob - CCS. As cooperativas singulares são as entidades que prestam atendimento direto aos cooperados. Elas têm atuação local e estão presentes em todos os estados e no Distrito Federal. As cooperativas centrais são as entidades regionais que promovem a integração sistêmica das cooperativas singulares a elas filiadas, coordenando-as e oferecendo-lhes apoio. Hoje, o Sicoob opera com 16 centrais distribuídas pelo território nacional. 61 O CCS tem por finalidade representar institucionalmente o Sistema e é responsável pelas normas, políticas, condutas, processos, tecnologias, produtos, serviços e marcas de todo o Sistema. Integram o CCS: - Uma confederação; - Um banco cooperativo; - Um instituto voltado para o investimento social estratégico; - Uma distribuidora de títulos e valores mobiliários; - Uma processadora e bandeira de cartões; - Uma administradora de consórcios; - Uma entidade fechada de previdência complementar; - Uma seguradora do ramo vida e previdência. O Sicoob tem como missão promover soluções e experiências inovadoras e sustentáveis por meio de cooperação, com o propósito de conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade. Apresenta como valores: Respeito e Valorização das Pessoas; Cooperativismo e Sustentabilidade; Ética e Integridade; Excelência e Eficiência; Liderança Inspiradora; Inovação e Simplicidade. Com a visão de referência em cooperativismo, promovendo o desenvolvimento econômico e social das pessoas e comunidade. O Sicoob conta com o fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito: Os depósitos em cooperativas financeiras têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósitos e os créditos mantidos 62 nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor para os depositantes dos bancos: R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Sua marca O Sicoob está presente na vida de seus cooperados, sempre ouvindo os diferentes pontos de vista por meio do diálogo e da democracia. Ele procura entender as necessidades deste universo de mais de quatro milhões de pessoas, promovendo a evolução do cooperativismo de crédito e mantendo-o atualizado. Frente a isso, é essencial que a marca Sicoob seja forte e repleta de significado, transmitindo a cada momento seu propósito. Assim, a ideia é inovar, saindo do lugar comum do segmento, sempre de forma justificada e respeitando a viabilidade econômica do Sistema e dos próprios cooperados. A alma da marca Sicoob deve ser fundamentada em quatro características essenciais que descrevem sua intenção e orientam suas ações estratégicas: - Credibilidade; - União; - Equidade; - Pertencimento; Pilares A alma da marca, sua essência, deve ser construída sobre pilares sólidos e bem definidos.Trabalhados de forma clara e direta, estes pilares facilitam a comunicação, delineiam a percepção mercadológica e social do Sicoob e o diferenciam de outras instituições financeiras. Ícone O ícone do Sicoob representa todo o Sistema, contemplando as singulares (triângulo turquesa), centrais (triângulo verde médio) e entidades do Sistema (triângulo verde claro). São todas as cooperativas e empresas do Sicoob unidas em uma só marca. O ícone é uma forma única e possui restrições ao seu uso, não devendo ser alterado, complementado com outras imagens ou efeitos, ou sofrer distorções das formas. Em alguns casos especiais, o ícone poderá ser utilizado sem o tipo, como em aplicações de peças institucionais, brindes, peças de identificação de empregados e em elementos de sinalização da fachada. 63 O seu uso individualizado deverá necessariamente se apresentar com a área de arejamento. Tipo O tipo “Sicoob foi desenvolvido a partir de uma tipografia criada especialmente para o Sistema, sendo modificada para que o peso dos caracteres contrastasse com as submarcas das cooperativas e entidades do Sistema. O objetivo desta modificação é estabelecer uma hierarquia entre as instituições do Sistema, de modo a resguardar a legibilidade, mesmo em seus limites de redução. A aplicação sem o ícone é expressamente proibida. O fato de o tipo “Sicoob” ter maior peso em relação ao complemento das marcas das centrais e singulares faz com que haja equilíbrio na composição da marca, quando esta se apresenta em sua forma pura. Já nas aplicações proporcionais, a diferença de contraste entre o tipo “Sicoob e o complemento da proporcional mantém o equilíbrio da composição, visto que nessa aplicação a relação de contraste é dada pela diferença de cor. A tipografia trabalhada é forte, transmite solidez e credibilidade. O fato de ser levemente arredondada caracteriza proximidade, sendo, portanto, mais amigável. Paleta de Cores As cores são um dos principais elementos para inspirar e transmitir a personalidade da marca. Seu uso consistente potencializa a comunicação e gera reconhecimento e diferenciação por todos os seus públicos. Cores principais: Azul turquesa / verde escuro. Cooperativas Sicoob As cooperativas de crédito singulares do Sicoob SP, são instituições financeiras resultantes da união de pessoas integrantes de segmentos econômicos específicos, que buscam a melhor maneira de atendimento às suas necessidades financeiras e, portanto, tornam-se ao mesmo tempo, usuários dos produtos e serviços da cooperativa e também seus donos. O Sistema é composto por seis segmentos de cooperativas de crédito: Empregados Privados; Profissionais Liberais; Rural; Pequenos Empresários, Microempresários ou Microempreendedores; Empréstimos e de Livre Admissão. 64 Encontre uma cooperativa do Sicoob SP mais perto de você e faça parte do maior Sistema cooperativo do país. Abaixo algumas cooperativas localizadas no Estado de São Paulo: Sicoob Cocre - Piracicaba/SP Sicoob Credicocapec - Franca/SP Sicoob Nosso - Adamantina/SP Sicoob Coopecredi - Guariba/SP Sicoob Crediguaçu - Descalvado/SP Sicoob Cocred -Sertãozinho/SP Sicoob Cooplivre -Capivari/SP Sicoob Credimota -Cândido Mota/SP Sicoob Coocrelivre -Orlândia/SP Sicoob Crediceripa -Itaí/SP Sicoob Credivale - Presidente Prudente/SP Sicoob Coopcred -Valparaíso/SP Sicoob Credicitrus -Bebedouro/SP Sicoob Credlíder -Votuporanga/SP Sicoob Credicitrus – Araraquara /SP Sicoob Crediguaçu – Araraquara /SP Composição da força de trabalho: O aspecto humano está na essência de seu modelo de negócio e no centro de suas estratégias. Em 2021, o quadro de pessoal expandiu 12,3%, adicionando 5.960 novas vagas de trabalho e totalizando 53.406 pessoas. Além do quadro de efetivo, algumas atividades essenciais são realizadas por trabalhadores terceirizados. Entre elas, tecnologia da informação, tele atendimentos, serviços de segurança, transporte de valores, copa e limpeza. Esses profissionais são contratados, em sua maioria, 65 diretamente pelas cooperativas em suas regiões de atuação e não possuímos informações consolidadas disponíveis até o momento. O quadro de pessoal é integrado, ainda, por dirigentes, membros estatutários das Diretorias Executivas e dos Conselhos de Administração e Fiscal e empregados com Contratos Permanentes e Contratos Não Permanentes. Dirigentes e Empregados: Dirigentes -2019 - 13% 2020 -13% 2021 -12% Empregados - 2019 -87% 2020 -87% 2021 -88% Empregados Permanentes: Os Empregados Permanentes são aqueles contratados pelo regime integral da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - sendo enquadrados pela cobertura dos acordos de negociação coletiva e pelos benefícios referentes ao contrato de trabalho. Empregados - representatividade dos tipos de contrato de trabalho: Permanentes: 2019 - 95% 2020- 95% 2021 - 95% Não permanentes: 2019 -5% 2020 - 5% 2021 - 5% Empregados não permanentes: Referem-se aos contratos efetivados mediante regime de estágio, geralmente integrados por jovens matriculados em instituições de ensino que preveem a realização de atividades práticas por meio dessa categoria. Também fazem parte dos Empregados Não Permanentes os aprendizes. Estes são jovens matriculados em algum programa de aprendizagem que prevê a capacitação profissional, uma oportunidade para que tenham acesso a trabalho com contratos estruturados pela CLT, com regras distintas referentes à idade e ao horário de trabalho. Ao final do exercício de 2021, nosso quadro de estagiários e aprendizes totalizou 2.683 jovens, sendo 61% do quadro do gênero feminino. Empregados Permanentes por Cargo Representatividade de Gênero Mulheres Diretores 2020 20% 2021 21% Superintendentes 2020 21% 2021 20% Gerentes 2020 49% 2021 50% 66 Especialistas 2020 47% 2021 43% Cargos técnicos 2020 61% 2021 63% Coordenadores 2020 56% 2021 49% Homens Diretores 2020 80% 2021 79% Superintendentes 2020 79% 2021 80% Gerentes 2020 51% 2021 50% Coordenadores 2020 44% 2021 51% Especialistas 2020 53% 2021 57% Cargos Técnicos 2020 39% 2021 37% Empregados Não Permanentes - representatividade de gênero Mulheres Homens 2019 2020 2021. Mulheres Estagiários (as) 2019 43% 2020 34% 2021 42% Aprendizes (as) 2019 18% 2020 24% 2021 19% Total 2019 61% 2020 58% 2021 61% Homens Estagiários 2019 28% 2020 24% 2021 26% Aprendizes 2019 11% 2020 18% 2021 13% Total 2019 39% 2020 42% 2021 39% Incentivar a igualdade e promover a equidade no quadro de pessoal faz parte dos esforços da Sicoob para contribuir com uma sociedade mais próspera, plural e sustentável. Para tanto, sua Área de Gente coordena diversas iniciativas sistêmicas que estão relacionadas ao nosso Planejamento 2020-2030 e visam estimular a busca constante da melhoria do clima organizacional e a consolidação da nossa cultura cooperativista, que é alicerçada em princípios e valores que incluem a igualdade e a equidade. Principais produtos/serviços negociados: 67 ´´Mais que uma escolha financeira, um parceiro que entende os desafios do empreendedorismo. Ser Sicoob é ter um atendimento mais próximo e soluções financeiras que contribuem com a evolução do seu negócio.´´ O Sicoob oferece os seguintes produtos: Contas correntes; Contas salários; Conta Empresarial; Conta Salário; Conta Garantida; Internet Banking Empresarial; Cartões; Créditos; Investimentos; Seguros; Consórcios; Recebimentos; O agronegócio também está em sua estrutura, afinal é mais que uma escolha financeira, a força que une o campo. O Sicoob tem soluções que atendem da agricultura familiar à empresarial. Com linhas de custeio, investimento, comercialização e industrialização garantimos a flexibilidade necessária para contribuir com a competitividade na cadeia produtiva dos nossos cooperados. Principaisconcorrentes da organização: Se falando em cooperativa de credito, acredito que qualquer instituição financeira, entre elas, bancos, cooperativas de créditos e afins. Para Sicoob o que mais importa são pessoas. Em busca de melhores oportunidades para todos, surge o cooperativismo. Um movimento que, além de unir desenvolvimento econômico e social, une as pessoas. E ele pode ser agropecuário, de consumo, infraestrutura, saúde, 68 trabalho de produção de bens e serviços, transporte e, no caso do Sicoob, no cooperativismo financeiro. Ser um cooperado é construir junto um mundo com mais: Cooperação Pertencimento Responsabilidade social Justiça financeira 3.2 Sistema Cooperativo de Credito No Sicoob encontramos a utilização das práticas do Sistema Cooperativo de Credito em suas atividades, como os princípios do cooperativismo, que tem como proposito difundir o cooperativismo e ser modelo de negócio para crescer. Conseguimos identificar a disciplina em sua formação como instituição financeira e cooperativa de credito atuante no mercado. Atua de acordo com as regulamentações conforme a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Sua estrutura organizacional é formada por três níveis operacionais. As cooperativas singulares compõem o primeiro nível; as cooperativas centrais compõem o segundo nível; e o Centro Cooperativo Sicoob (CCS) é composto por todas as entidades de terceiro nível. Atua colocando em pratica os princípios do cooperativismo com programas de sustentabilidade social e econômica. O Sicoob se destacou na pandemia fortalecendo ainda mais seu trabalho e comprometimento com a comunidade. Foi possível identificar que o Sicoob é uma grande empresa, que consegue colocar em pratica seus propósitos e objetivos, que é gerar impacto social positivo no dia a dia das pessoas (cooperados e comunidade). Além de atuar com a utilização do cooperativismo e o empreendedorismo. 3.3 Administração Estratégica O planejamento estratégico do Sicoob está ligado a agenda 2030, envolvendo analise de materialidade e direcionamento de valores. Incluindo objetivos, metas e indicadores da 69 Agenda; possui estrutura de Comitê de Sustentabilidade; Política de Responsabilidade Social; Pacto pelo Desenvolvimento Sustentável; processos de gestão de dados de sustentabilidade, além de Relatório de Gerenciamento de Riscos Sociais, Ambientais e Climáticos. Sua administração estratégica está voltada para planejamentos financeiros saudáveis, planos de ação para mobilizar o desenvolvimento da comunidade e da educação financeira. Sua principal estratégia é conectar pessoas e desenvolver a comunidade, por isso atua com projetos voltados a comunidade. A administração aparece também em seu compromisso com os stakeholders internos e externos. Através de seu planejamento estratégico conseguiram se manter forte durante a pandemia e ainda contribuir com geração de empregos em meio ao caos vivido pela pandemia. Vimos que a cooperativa atua de acordo com as práticas de administração estratégicas, pois está sempre se inovando e buscando melhoria em seus serviços e ações. Utilizam uma estratégia robusta junto aos seu stakeholders para melhor desenvolvimento de sua gestão e investimentos. 3.4 Governança Corporativa e Compliance. Encontramos as práticas de governança em sua educação corporativa, nas tratativas com cooperados e colaboradores. O Sicoob governa única em suas entidades com modelo organizacional integrado com diretrizes estratégicas sistêmicas que objetivam preservar e aumentar a geração de valores aos cooperados e comunidade. Apresentam ética e transparências em suas negociações e tratativas com fornecedores e investidores. Reforçam o bom relacionamento com colaboradores, possuem a implantação de código de ética e código de conduta para melhor desempenho e funcionamento da cooperativa. É realizado o trabalho com estrutura de gerenciamento de risco, onde é analisado o risco de mercado, risco de capital, risco de processo e liquidez, assegurando sua estabilidade no mercado. Para que isso funcione o Sicoob investe em treinamentos e fóruns internos, disponibilizando conhecimento, transparência e acessibilidade aos colaboradores e cooperados. 70 Ética e transparência está estampado em seus serviços e abordagens oferecidas a sociedade, com isso buscam harmonizar os valores pessoais e profissionais de componentes da estrutura organizacional das entidades integrantes do Sistema Sicoob com os padrões de comportamento e os valores éticos, os quais estão pautados em preceitos legais, morais e nos bons costumes. Com a análise na estrutura organizacional da cooperativa e em seu planejamento estratégico foi possível verificar que a cooperativa sabe o que está fazendo e sabe como atuar. Se manteve firme durante a pandemia e sabe se reinventar diante as dificuldades. Não encontrei dificuldades na atuação e nem em sua formação, pelo contrário Sicoob se mostrou um bom lugar para trabalhar. Se mostrou uma empresa humana e que segue a risca os princípios do cooperativismo. 71 4. DISCUSSÃO Ao examinar os aspectos organizacionais, relacionados às seguintes disciplinas: Sistema Cooperativo de Créditos; Administração Estratégica; e Governança Corporativa e Compliance, como pode ser descrita a gestão na Sicoob. Constatou-se que a gestão da Sicoob se baseia em princípios do cooperativismo entrelaçada com posturas éticas e transparente. Verificamos também que o Sicoob está visivelmente comprometido com sua missão e proposito. Nas cooperativas de crédito do Sicoob, todas as operações financeiras realizadas se transformam em benefícios para os associados, por meio de taxas e condições especiais. Desta forma, as cooperativas contribuem para o desenvolvimento das economias locais, investindo recursos em projetos de desenvolvimento sustentável e fomentando a prosperidade e a solidariedade das regiões em que atuam. Afinal, uma cooperativa de crédito não visa ao lucro, mas sim ao crescimento de seus associados e desenvolvimento socioeconômico. Deste modo, a gestão da empresa cooperativada deverá ser ao mesmo tempo uma atividade voltada diretamente para os desejos dos consumidores de serviços e produtos no mercado e, por outro lado, sensível às necessidades de crescimento e consolidação das diversas empresas associadas ao empreendimento cooperativista. Cada associado é uma empresa que deverá crescer forte em conjunto com o seu empreendimento cooperativo. 72 5.CONSIDERAIS FINAIS Espero ao final desse relatório tenha conseguido alcançar os objetivos e expectativas do projeto (PIMVII). Estamos vivendo um período de aceleração das mudanças e as adaptações estão trazendo muitos problemas, dentre os quais a exclusão de parcelas da população que perderam empregos ou cujos empreendimentos falharam e ainda não conseguiram encontrar novas ocupações. As taxas de desemprego são particularmente altas. Se passageiro ou não, esse estado de coisas põe em xeque empresas e organizações. Empresas grandes ou pequenas, familiares, cooperativas ou sociedades anônimas, todas estão enfrentando novas ameaças, ao mesmo tempo em que surgem oportunidades. Os mais ágeis para se adaptar às mudanças e aproveitar as oportunidades terão maior chance de sobrevivência. Novas regras do jogo competitivo exigem novas habilidades para a sobrevivência e o crescimento. Em meio a esse caos gerado pelas mudanças e principalmente o Sicoob se manteve estável no mercando, honrando com seus princípios cooperativistas e éticos o que atribuiu a essas instituições a resiliência necessária para resistir aos tempos de crises financeiras enfrentados ultimamente. Conseguimos identificar no Sicoob sua preocupação com o desenvolvimento local. Percebemos que a cooperativa oferece produtos eserviços necessários para o desenvolvimento sustentável da comunidade, fortalecendo a economia e estimulando a interação solidaria entre seus associados e comunidade, sempre apresentando transparência e buscando equidade em suas ações. O Sicoob está no caminho certo não vejo colocações a serem feitas, demostrou integridade e transparência em suas práticas. Ressaltou sua preocupação com desenvolvimento sustentável e socioeconômico, além de colocar o bem-estar de seus colaboradores e comunidade em primeiro lugar. 73 6. Referências http://blog.neoway.com.br/governanca-corporativa-e-compliance/> acesso em 08/10/2022 http://www.idebrasil.com.br/ acesso> em 07/10/2022. https://www.insper.edu.br/ acesso> em 08/10/2022. https://www.institutosicoob.org.br/> acesso em 01/10/2022, 04/10/2022,12/10/2022. https://www.unip.br/aluno/central/sistemas/ > acesso 03/10/2022, 06/10/2022,10/10/2022. https://www.unip.br/aluno/central/sistemas/ > acesso 12/10/2022,13/10/2022,14/10/2022. https://www.sicoob.com.br/marca/ acesso em 03/10/2022,07/10/2022,12/10/2022. https://www.sicoob.com.br/ acesso em 26/09/2022, 30/09/2022,03/10/2022,06/10/2022 https://blog.neoway.com.br/governanca-corporativa-e-compliance/ http://www.idebrasil.com.br/ https://www.insper.edu.br/ https://www.institutosicoob.org.br/ https://www.unip.br/aluno/central/sistemas/%20%3e%20acesso%2003/10/2022 https://www.sicoob.com.br/marca/ https://www.sicoob.com.br/