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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI MARIA ISABEL DE JESUS SILVA METODOLOGIAS ATIVAS ALIADAS AO USO DA TECNOLOGIA NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA RIACHO DE SANTANA 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI MARIA ISABEL DE JESUS SILVA METODOLOGIAS ATIVAS ALIADAS AO USO DA TECNOLOGIA NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA RIACHO DE SANTANA 2022 METODOLOGIAS ATIVAS ALIADAS AO USO DA TECNOLOGIA NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA Maria Isabel de Jesus Silva1 Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- O uso da tecnologia no ensino de Língua Inglesa tem demonstrado melhorar as habilidades de interação verbal, aumentando o vocabulário dos alunos e melhorando a compreensão da leitura. Além disso, o acesso à Internet e às mídias sociais permite o desenvolvimento de habilidades interculturais dos alunos, bem como a promoção da conscientização global. Em vista disso, o uso da tecnologia aliadas às Metodologias Ativas (MA) são vistas como mecanismos capazes de desenvolver a aprendizagem usadas pelos docentes em sala de aula com o objetivo de nortear a formação crítica de seus alunos. Esse artigo tem como objetivo geral apresentar uma reflexão sobre o uso da tecnologia em sala de aula e das metodologias ativas podem ser de grande valia nas aulas de Língua Inglesa. Por fim, percebe-se que a tecnologia tem muito a oferecer nas aulas de Língua Inglesa, principalmente aliada ao trabalho do professor por uma inserção de uma metodologia ativa de ensino, considerando que ambas propiciam uma aprendizagem mais significativa para o aluno, bem como permitem desenvolver a sua autonomia PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia. Língua inglesa. Metodologias ativas. 1 maisasilva1981@gmail.com 1 INTRODUÇÃO Desde os primórdios da história da humanidade, até a fase contemporânea, o homem tem criado invenções a fim de facilitar vida, para tal utiliza-se técnicas cada vez mais modernas e sofisticadas. Nesse sentido, a tecnologia assume um papel importante, pois é através das descobertas tecnológicas que ainda há muito o que aprimorar, que consegue favorecer em muitos aspectos relacionados ao cotidiano das pessoas. Hoje, com o avanço da tecnologia, o ser humano tem um contato mais direto com os múltiplos tecnológicos disponíveis que fazem parte da vida moderna, como por exemplo: smartphones, internet, tablet, jogos, redes sociais, etc. Dessa forma, o uso de metodologias ativas aliadas a tecnologia podem ser excelentes aliadas no processo de ensino/aprendizagem, nas aulas de Língua Inglesa, permitindo que os professores utilizem esses recursos como ferramentas de grande valia em sala de aula. Dessa forma, surge a seguinte pergunta: Qual o papel das metodologias ativas aliadas a tecnologia no ensino de Língua Inglesa? Motivado pelo questionamento acima, este artigo acadêmico se debruça sobre os estudos das concepções e práticas dos docentes de Língua Inglesa, com o objetivo de identificar de que forma as metodologias ativas podem ser usadas nas aulas de Língua Inglesa. Nesse contexto e juntamente com o avanço da tecnologia, muitos professores têm (re) pensado novas formas de aprendizagem no ensino de línguas, de modo que as tecnologias digitais façam parte do contexto escolar, servindo, assim, como instrumento cultural e educativo capaz de mediar a relação ensino-aprendizagem e/ou professor-aluno. Além da consideração anterior, é importante também ponderar que não somente o uso, mas o acesso às tecnologias digitais tem proporcionado uma mudança na interação social, portanto, tem proporcionado também novas maneiras de pensar e agir sobre o ensino e aprendizagem em contextos variados. Assim, refletir o que o uso dessas tecnologias pode trazer para o ensino de língua inglesa é também (re) pensar os métodos de ensino que consideram o aluno como um sujeito ativo do próprio processo de ensino-aprendizagem. O presente estudo não tem pretensão de sanar todas as dúvidas e lacunas existentes decorrentes e às vezes, recorrentes, no processo de metodológico e especificamente das Metodologias Ativas e, nem sequer, apresentar fórmulas definidas. Desta forma, justifica-se por buscar despertar a atenção para a discussão sobre o tema e oferecer alguns subsídios teóricos para o leitor / professor, enfrentar com mais segurança o ensino da língua inglesa utilizando métodos de ensino que possa potencializar as aprendizagens. A metodologia deste estudo constitui-se por um trabalho de investigação qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica, considerando a aproximação que se estabelece com o objeto de pesquisa de modo descritivo e com abordagem interpretativa. A presente pesquisa se configura em três capítulos sendo o primeiro denominado - Considerações sobre as Metodologias Ativas - no qual faz-se uma apresentação conceitual do termo Metodologias Ativas. No segundo capítulo, Benefícios das Metodologias Ativas no Ensino, conforme indicativo do próprio título, as discussões são fundamentadas em teorias de estudiosos da área que discutem as possíveis vantagens de explorar essas possibilidades metodológicas no desenvolvimento da docência. No terceiro e último capítulo identificado pelo título - Contribuições das Tecnologias no Ensino da Língua Inglesa – apresenta-se nele o propósito de mostrar que metodologias ativas personificam a educação de acordo com o contexto em que a escola se insere, de forma, a dar mais significado para o aprendizado. 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS METODOLOGIAS ATIVAS Segundo Araújo (2015) a etimologia da palavra metodologia, vem do grego e compõe-se em três termos: “metá” (Através), hodós (caminho) e logos (ciência). compreende-se, assim, que metodologia pode ser entendida como como um tratado ou disposição sobre o caminho através do qual se busca, por exemplo, um dado objetivo de ensino ou mesmo uma finalidade educativa. Não haveria, por conseguinte, uma metodologia de ensino sem intencionalidade imediata, a curto prazo e de caráter programático (constituída pelos objetivos), e mediata, de caráter teleológico (pelas finalidades). Metodologia é o caminho percorrido para alcançar determinado objetivo, ou seja, é a forma que se escolhe para ampliar o conhecimento sobre determinado assunto, fato ou fenômeno, “sendo uma série de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para atingir determinado conhecimento” (ZANELLA, 2013. p. 19). O modelo diretivo faz parte da teoria empirista, a qual acredita que o aluno é um papel em branco e o professor é o único detentor do conhecimento, sendo assim, é papel do professor imprimir no aluno o conhecimento (GASMAN, 1958). Nesse método, a aprendizagem tem como foco o professor, “ele fala, o aluno escuta”. A pedagogia-diretiva vê a educação como instrumento de adaptação do indivíduo à sociedade, vê a sociedade como harmônica, equilibrada, integrada e não precisa ser mudada, prezando pela preservação de seu status quo, esse é um modelo educacional não-crítico. A didática empirista acreditava que todo conhecimento provém da experiência e que o ser humano nasce como uma tábula-rasa onde o professor precisa imprimir os conhecimentos, pois é somente através da experiência e da razão que a criança conseguira obter conhecimento. Esse modelo tradicional de ensino passou a ser questionado, em sua eficácia, a partir da exigência de novas demandas educacionais, como a proatividade,o autodidatismo e a capacidade de decisão e empreendedorismo. Em meados de 1900, o pensador John Dewey, propôs o método Project Based Learning (aprender fazendo), Masson et al (2012) explica que a proposta de Dewey era estimular a autonomia e criticidade dos alunos, que aprenderiam na prática, solucionando problemas: [..] as diretrizes para o desenvolvimento dessa metodologia são: escolha prévia dos números de participantes da equipe e determinação do período de realização do projeto; escolha do tema, com objetivo didático-pedagógico, entre alunos e professores abrangendo questões de múltiplos interesses; uso de recursos, sendo eles de propriedade do aluno ou das instituições de ensino; e por último a socialização dos resultados dos projetos (MENDES et al, 2018, p. 3-4). Dewey valoriza a experiência e o caminho percorrido na obtenção do conhecimento e, ainda, a necessidade de oferecer problemas aos alunos para despertar-lhes a curiosidade, logo aumentando seu interesse, sua aplicação e difusão, principalmente nas universidades. A concepção da aprendizagem focada no aluno, além de um grande passo para a educação, sua aplicação tem potencial revolucionário para o ensino, pois permite que o aluno se torne protagonista no processo de ensino-aprendizagem, desenvolvendo e aprimorando novas habilidades, contribuindo para a formação reflexiva e autônoma dos alunos (MELLO; ALMEIDA NETO; PETRILHO, 2019). A metodologia ativa é uma estratégia educativa que pretende focar no aluno o processo de ensino-aprendizagem, de modo que o aluno participando como protagonista construa o conhecimento com a mediação do professor. Dessa forma, o processo de aprendizagem torna-se mais significativo e o aluno é capaz de aprender de maneira mais efetiva, pois atua como protagonista de seu ensino (MELLO; ALMEIDA NETO; PETRILHO, 2019). As metodologias ativas valorizam o pensamento crítico e reflexivo, que resultam em maior interesse dos alunos, e por conseguinte, otimiza a aprendizagem. Existem variados tipos de metodologias ativas, sendo algumas mais eficazes em algumas disciplinas do que outras. 3. BENEFÍCIOS DA METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO Valente, Almeida e Geraldini (2017) realizaram sua pesquisa a partir de um trabalho prático do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade de São Paulo, o qual, os autores afirmaram que os alunos do Programa de Pós-Graduação não demonstraram muito conhecimento sobre as metodologias ativas e nem como colocá-las em prática, por outro lado, os alunos que vivenciaram as experiências práticas das metodologias ativas mostraram-se motivados, curiosos e entusiasmados com a prática. Após as propostas e aplicação das metodologias ativas em diferentes níveis de ensino da Educação Básica, os autores notaram duas situações: a recepção positiva e interesse dos alunos e a falta de preparo dos professores. Os mestrandos alegam que o curso não os capacita para o uso de metodologias ativas e tecnologias na aprendizagem, porém, na prática profissional a maior demanda que lhes é cobrado, justamente é sobre a aplicação de metodologias ativas e tecnologias. Valente, Almeida e Geraldini (2017) explicam que as metodologias ativas auxiliam a prática do docente e torna a aprendizagem significativa em todos os níveis de ensino. Richartz (2015) concorda com os autores anteriores, e complementa que as metodologias ativas personificam a educação de acordo com o contexto em que a escola se insere, de forma, a dar mais significado para o aprendizado. Souza, Vilaça e Teixeira (2021) buscaram a compreensão dos benefícios das metodologias ativas para o ensino-aprendizagem por meio de uma revisão na literatura. Os autores afirmam que as metodologias ocorrem como marco de quebra das práticas pedagógicas tradicionais por uma prática em que o aluno se transforma em protagonista de seu aprendizado, dessa forma, entre os benefícios estão: o maior envolvimento dos alunos, o trabalho colaborativo, o desenvolvimento da autonomia para a aprendizagem e a reflexão crítica e maior aproveitamento do curso pelo acesso de informações e aprendizado em diferentes contextos e meios de comunicação dentro e fora da escola. Bartolomeu, Silva e Lozza (2017) afirmam que com o maior protagonismo do aluno, pelas metodologias ativas, há o aperfeiçoamento do trabalho docente que inova sua prática a partir da aplicação de diversas estratégias que potencializam o aprendizado e desafia os alunos, envolvendo-os no aprendizado de forma ativa. Maciel et al (2018) concordam que as metodologias ativas beneficiam professores e alunos, ressignificando o processo educativo, seus objetivos e práticas, a partir do protagonismo do aluno e mediação do professor. Porém, os autores ressaltam que, ainda, há resistência por parte do sistema educacional brasileiro, por questões de investimento em tecnologia e a defesa de um pensamento de retrocesso que afirma que as metodologias ativas representam uma ameaça aos já consolidados tradicionais métodos de ensino. Silva, Toassi e Harvey (2020) afirmam que para o ensino da língua estrangeira é necessário que haja a contextualização da língua aprendida à realidade do aluno para que haja a facilitação da compreensão e assimilação. Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) atentam que para o aprendizado da língua estrangeira é necessário compreender o que é a linguagem e sua aplicação e significado para a sociedade, enfatizando a perspectiva de contextualização e progressão do conhecimento no planejamento docente (BRASIL, 1998). Silva, Toassi e Harvey (2020) explicam que para que o ensino da língua estrangeiro seja significativo pode-se usar as metodologias ativas de aprendizagem e as tecnologias da informação e comunicação, de forma que o bom planejamento para o uso destas técnicas e recursos resultam em benefícios para o aprendizado e desenvolvimento do aluno, como a autonomia, maior autoconfiança e aperfeiçoamento da aprendizagem. De todo o modo, Moura (2018) afirma que tendo a compreensão das especificidades dos objetivos de aprendizado da língua estrangeiro, a carga horária e o público-alvo, os docentes devem elaborar metodologias que considerem a individualidade dos alunos durante o processo educativo e o método. Dessa forma, as metodologias ativas que são capazes de desafiar os alunos, dão significado ao aprendizado tornando mais fácil a assimilação pelo aluno e a apreensão da língua estrangeira. Cabe ressaltar que a educação bilingue, desde a educação infantil, vem acompanhada da alfabetização, porém, não devem ser impostas ao aluno e sim estimuladas, de forma, a respeitar as fases de desenvolvimento dos alunos e aprendizagem. 4 CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA O uso das tecnologias digitais no ensino tem sido, mesmo que timidamente, incorporado e também benéfico para os professores alcançarem objetivos específicos, especialmente no que tange à aquisição de uma segunda língua, como a inglesa. Segundo Araújo (2007), em termos de aprendizagem da língua inglesa, os recursos digitais têm demonstrado apoiar os alunos no desenvolvimento de habilidades de interação verbal, aumentando seu vocabulário e melhorando a compreensão da leitura. Além disso, o acesso à Internet e às mídias sociais permite o desenvolvimento de habilidades interculturais dos alunos, bem como a promoção da conscientização global. Dessa forma, o ensino da Língua Inglesa, tanto nos finais do Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio é importante que o professor faça uso das metodologias ativas de ensino que muito tem a contribuir com o ensino de inglês, principalmente aliadas a tecnologia. Segundo Borges e Alencar (2014), as chamadas Metodologias Ativas (MA) são vistas como maneiras de desenvolver a aprendizagem usadas pelos docentes em sala de aula com o objetivo de nortear a formação crítica de seus alunos. Assim, o usar essas metodologias mostram-se como um excelente aliado para possibilitar a autonomiado aluno, despertando a sua curiosidade, incentivando tomar decisões individuais e coletivas, oriundas das atividades essenciais da prática social e em contextos do aluno. Nesse aspecto, as metodologias ativas aliadas ao uso das tecnologias digitais para além do entretenimento, ou seja, para o uso educativo como parte de uma cultura escolar, tem ganhado espaço por meio de uma tomada de consciência, principalmente das escolas e professores, de que essas tecnologias podem se tornar instrumentos mediadores de conhecimento. Para Costa, Duqueviz e Pedroza (2015), as tecnologias, enquanto instrumentos mediadores de conhecimento, por serem instrumentos materiais, simbólicos e também culturais, permitem a interação com o outro de maneira a orientar o desenvolvimento humano em suas práticas sociais. Tendo em vista que tudo o que se faz e aprende é por meio de uma interação com o outro, mediado por diversos instrumentos, as tecnologias digitais se tornam cada vez mais importantes em participar do processo de ensino e aprendizagem nas escolas e isso vai de encontro com as metodologias ativas, pois, independentemente do método que o professor utiliza para promover uma aprendizagem ativa, é primordial que o aluno que o aluno use sua mente e a capacidade de pensar, raciocinar, observar, refletir, compreender, refletir que, juntas formam a inteligência. (PECOTCHE, 2011). Diante disso, Paiva (2010) argumenta que a aquisição e a aprendizagem da língua inglesa como segunda língua acontece quando o aluno, ao interagir com a língua, observa o ambiente à sua volta e vê a necessidade de utilizar os propiciamentos (affordances) que estão disponíveis ao seu alcance para ter experiências de acordo com o seu próprio interesse. O que Paiva (2010) reflete nos possibilita termos um aprofundamento acerca do ensino-aprendizagem pelo uso e funcionamento da língua(gem) enquanto professores. Observa-se, então, que o ensino e a aprendizagem na língua inglesa, enquanto segunda língua, deve partir de um pressuposto de uma natureza dialógica, ao considerar o aluno, por meio de sua interação verbal e práticas sociais de linguagem um sujeito ativo, portanto, com autonomia no que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, como professores, ao compreendermos os propiciamentos presentes nas várias situações de interação verbal que perpassam por diversas instâncias enunciativas, levando em conta as formas de vidas específicas num determinado tempo e espaço, devemos auxiliar o aluno a perceber tais affordances para que ele possa se desenvolver, por meio de textos e situações autênticas, em direção à produção de sentido da língua adquirida. Segundo Sobral e Campos (2012), as metodologias ativas tratam-se de uma compreensão mais abrangente sobre os processos educativos, que estimulam técnicas de ensino-aprendizagem críticas e reflexivas, dentro de contextos específicos, que abrange uma ampla participação do estudante, incentivando-o a responsabilizar-se pela sua própria aprendizagem e, assim, desenvolve as funções psicossociais e metacognitivas. À vista disso, os diversos gêneros textuais, assim como os gêneros digitais tornam-se objetos de ensino na sala de aula contemporânea, se valendo da interação verbal, bem como das práticas sociais de linguagem, como o uso das variedades linguísticas nas conversas informais, e-mails, telefonemas, mensagens de Whatsapp, chats, entre outros. Além disso, a leitura e o contato com os gêneros textuais é um dos eixos da BNCC: LEITURA – compreender e interpretar textos escritos em língua inglesa que circulam nos diversos campos e esferas da sociedade, de maneira significativa e situada, vivenciando diferentes modos de leitura, bem como diferentes objetivos de leitura, para, por exemplo, pesquisar e ampliar seus conhecimentos de temáticas significativas para si. (BRASIL, 2018). A aplicação sobre a percepção de affordances em sala de aula não considera apenas o uso de material didático, pois envolve diversos dos recursos e materiais com que os estudantes têm contato – mesmo que fora a sala de aula – inclusive aos relacionados ao uso das tecnologias digitais. Essa é um dos meios de usar os gêneros textuais aliados a tecnologia por meio de metodologias ativas e essa é uma das propostas defendidas pela BNCC no ensino de Língua Inglesa: O trabalho com gêneros verbais e híbridos, potencializados principalmente pelos meios digitais, possibilita vivenciar, de maneira significativa e situada, diferentes modos de leitura (ler para ter uma ideia geral do texto, buscar informações específicas, compreender detalhes etc.), bem como diferentes objetivos de leitura (ler para pesquisar, para revisar a própria escrita, em voz alta para expor ideias e argumentos, para agir no mundo, posicionando-se de forma crítica, entre outras). Além disso, as práticas leitoras em língua inglesa compreendem possibilidades variadas de contextos de uso das linguagens para pesquisa e ampliação de conhecimentos de temáticas significativas para os estudantes, com trabalhos de natureza interdisciplinar ou fruição estética de gêneros como poemas, peças de teatro etc. (BRASIL, 2018, p. 244). Considerando as inúmeras mudanças trazidas pela tecnologia, faz-se necessário que os métodos e abordagens de ensino acompanhem essas mudanças. Aqui, portanto, o papel do professor seria apresentar os cyber genres para os seus alunos, incentivando-os a estudarem para além do ambiente da sala de aula para o efetivo desenvolvimento das habilidades linguísticas. Dessa forma, o uso dos cyber genres no ensino para o propiciamento de affordances é relevante no âmbito do ensino e aprendizagem da língua inglesa, pois elas oferecem aos estudantes uma facilidade no processo de evolução do seu aprendizado. Nesse sentido, o uso das novas tecnologias possibilita uma maneira diferenciada de aprender um idioma, bem como cria novos ambientes de aprendizagem, possibilitando a inserção de componentes de mídia em sala de aula e até mesmo fora dela pela iniciativa do próprio estudante, permitindo aumentar a atratividade do ensino tradicional em sala de aula. Além disso, Berbel (2011), afirma que existem diversas possibilidades de aplicação de metodologias ativas e elas possibilitam a autonomia da aprendizagem do aluno. O uso da informática em sala de aula não deve ser o principal meio de apresentação do conteúdo em sala de aula, mas apenas um meio auxiliar na implementação do processo educativo, principalmente se combinado junto as metodologias ativas de ensino. É difícil argumentar sobre os méritos deste método, mas é ainda mais conveniente usar a chamada abordagem de aprendizagem combinada, ou seja, misturando diferentes técnicas, tradicionais e inovadoras. Nesse caso, o efeito será mais eficaz. Em outras palavras, a Internet e as metodologias ativas não substituem as formas e métodos tradicionais de ensino, mas permite que se atinja de forma mais rápida e eficaz as metas e objetivos do processo educacional. Apesar de previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o uso de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) em classe amarga com a resistência das escolas com padrão linear de transmissão de conhecimento. Ao se referir às competências gerais que servem como diretrizes para a educação brasileira, é elencada a Comunicação e a Cultura Digital, ou seja, a BNCC engloba o uso de recursos audiovisuais como prática educativa. Além disso, faz-se necessário para esse fim de adequação das competências gerais a formação continuada de docentes. Para trabalhar com as competências gerais, o professor também terá que desenvolvê-las em si mesmo, além de rever posturas, atitudes e comportamentos. Também necessita refletir sobre quais aspectos de sua disciplina contribuem para o desenvolvimento dessas dez competências e incluí-los, com intencionalidade, no planejamento das aulas. Isso não deve ser feito de maneira isolada. A parceria com a coordenação pedagógica e com os demaisdocentes é fundamental para que possa trabalhar de forma complementar e reavaliar conjuntamente suas práticas pedagógicas. (FERNANDES, 2017, p.7). Ainda que seja aparente os alunos como personagens das narrativas comunicacionais em seu cotidiano, onde recebem e transmitem conteúdos pelo aparato das mídias digitais, os docentes seguem em descompasso com essa realidade, porém a formação continuada em recursos audiovisuais, além de prevista por legislação, é imprescindível para manter essa ligação docente e discente. Moran (2013, p. 56) defende que “a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas”. Assim, há um envolvimento dos alunos que possibilita a compreensão de um material de variadas formas. 5 CONCLUSÃO Esse trabalho de pesquisa permitiu um estudo mais aprofundando acerca da influência e das possibilidades do uso da metodologia ativa aliada a tecnologia pode ser altamente útil nas aulas de língua inglesa para a aprendizagem de uma língua estrangeira. Percebe-se que desde os primórdios, o homem tem criado invenções a fim de facilitar a vida, nas quais utilizam-se de técnicas cada vez mais modernas e sofisticadas. Nesse sentido, a tecnologia assume um papel importante, pois é através dessas descobertas que significativamente tem a melhorar e facilitar muitos dos aspectos relacionados ao cotidiano das pessoas. A inserção da tecnologia usada no ambiente escolar é algo positivo para o trabalho pedagógico, tanto em atividades do dia a dia quanto na organização e acesso a informações através de aplicativos. Entretanto, é importante enfatizar que somente é possível a concretização desse trabalho se o professor souber dominar esses recursos tecnológicos. Uma dessas tecnologias é a utilização de recursos audiovisuais que muito contribuem para a aprendizagem de Língua Inglesa. Por tanto, o ensino de inglês deve estar atrelado ao conhecimento e reconhecimento da importância de seu uso para a inserção no mercado de trabalho e vida acadêmica, além de ser contextualizado a realidade cotidiana do aluno para que faça sentido. Nesse sentido, as metodologias desenvolvem a autonomia do aluno e a motivação, tornando o processo de aprendizado otimizado. As metodologias ativas, dessa forma, se mostram como uma forma de superar o modelo tradicional de educação na busca de uma educação efetiva que supere as barreiras das dificuldades de aprendizagem e da exclusão, para propor uma aprendizagem significativa que desperte a autonomia do aluno e respeite seu desenvolvimento. Contudo, percebe-se que a tecnologia tem muito a oferecer nas aulas de Língua Inglesa, principalmente aliada ao trabalho do professor por uma inserção de uma metodologia ativa de ensino, considerando que ambas propiciam uma aprendizagem mais significativa para o aluno, bem como permitem desenvolver a sua autonomia 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth de. Gestão de tecnologias na escola. Curso Gestão Escolar e Tecnologias. Formação de gestores escolares para o uso das Tecnologias da informação e Comunicação. São Paulo, PUC-SP, Setembro, 2002. ARAÚJO, J.C. Internet e ensino: novos gêneros, outros desafios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. BARTOLOMEU, Tatiana de Fatima; SILVA, Helena Zago Soares; LOZZA, Silvia Luan. Metodologias Ativas: um caminho para inovar as práticas pedagógicas. Programa de Apoio à Iniciação Científica - PAIC 2016-2017. BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. 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