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AVA 1 – Análise das Demonstrações Contábeis Endividamento Índices de Endividamento nos mostram a política de obtenção de recursos de uma empresa, ou seja, a proporção de obtenção e utilização de recursos próprios e de terceiros. Neste contexto, de que maneira uma empresa deve administrar a obtenção e utilização de seus recursos de curto e longo prazos para evitar a insolvência? Indicação de leitura: Ching, Hong Yuh, et al. Contabilidade e Finanças para não especialistas. 3ª ed. São Paulo: Pearson, 2010. Pag. 114. Boa noite à todos, Sabemos que toda empresa apresenta obrigações à pagar (passivos - origem dos recursos) que financiam suas atividades e a aquisição de bens (que representa a aplicação dos recursos adquiridos). Este entendimento está diretamente relacionado com o grau de endividamento da organização: a capacidade de pagamento destas obrigações, ou seja, quanto dos ativos totais que a organização possui que serão destinados ao pagamento dos passivos exigíveis (dívidas de curto e longo prazo devidas à terceiros). Através do endividamento, podemos entender também mais sobre a estrutura da empresa quando tratamos da proporção entre recursos próprios (capital social) versus recursos de terceiros (capital de terceiros). Sendo assim, para evitar a insolvência (quanto o total de ativos é menor do que o total de passivo exigível) ou falência de uma empresa, é necessário a análise minuciosa de indicadores financeiros que demonstrem a real situação patrimonial, financeira e econômica da organização. Com o estudo do Balanço Patrimonial (BP) - uma das demonstrações contábeis de maior importância dentro de uma empresa - podemos visualizar o total de ativos (bens e direitos), passivos (obrigações/capital de terceiros) e o patrimônio líquido (capital próprio) da organização e a partir destes dados, calcular dois importantes indicadores do endividamento de uma empresa que são: 1. Endividamento Geral (EG), também conhecido por Participação do Capital de Terceiros (PCT) nos recursos totais da empresa. Seu resultado é apresentado de forma percentual e mostra de forma clara o quanto do ativo total é custeado pelo capital de terceiros. A fórmula utilizada é: PCT = Exigível Total (passivo circulante + passivo não circulante) / Ativo Total (ativo circulante + ativo não circulante) 2. Composição do Endividamento (CE) que nos mostra a composição da dívida e quanto dela vence no curto prazo (até o final do exercício social seguinte). Diferentemente do anterior, esse índice nos apresenta um resultado entre 0 e 1 onde valores próximos à 1 indicam uma maior quantidade de dívidas a serem pagas no curto prazo, enquanto valores próximos à 0 indicam o oposto. A fórmula utilizada é: CE: Passivo Circulante (curto prazo) / Exigível Total (passivo circulante + passivo não circulante). Sendo assim, através destes cálculos podemos concluir que: se o grau de endividamento estiver aumentando decorrente da expansão do negócio e de sua capacidade produtiva, então o cenário positivo e o aumento do endividamento é esperado e bem aceito. Caso contrário, se o endividamento aumentar sem uma contrapartida no aumento da receita, dos ativos da organização ou sem qualquer indício de crescimento, então o cenário é ruim, pois a tendência é que seus passivos se tornem maiores do que seus ativos, o que provocaria a não capacidade de pagamento das dívidas contraídas. Portanto, respondendo à pergunta inicial, para evitarmos que um cenário de insolvência se estabeleça, uma organização precisa incialmente se atentar para o conceito de que endividamentos de curto prazo como fornecedores, empréstimos e contas à pagar, devem financiar bens do ativo circulante (curto prazo) como estoque, matérias-primas e mercadorias. Já empréstimos de longo prazo e capital próprio deverão ser utilizados para ativos não circulantes, por exemplo os imobilizados como terrenos, máquinas e equipamentos. Além disso, também é de grande importância, um bom planejamento financeiro, sabendo exatamente o motivo pelo qual precisa recorrer ao capital de terceiros; onde o recurso será aplicado e se a entidade terá a capacidade plena de retornar o valor que pegou emprestado (quase sempre acrescido de juros) no período acordado. Uma observação interessante é: o alongamento da dívida é sempre uma alternativa válida pois ameniza a necessidade de grandes desembolsos no curto prazo. REFERÊNCIAS ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. Unidades I e II (aula 2). Material da Disciplina, fornecido na plataforma virtual UVA CHING, H.Y. et al. Contabilidade e Finanças para não especialistas. 3ª ed. São Paulo: Pearson, 2010. Pag. 112 - 114 YENOM. Grau de endividamento: O que é, Como Calcular e Como Analisar? Disponível em: <https://yenom.com.br/grau-de-endividamento/>.