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A palavra atletismo: é derivada da raiz grega, "ATHI, competição", o princípio do heroísmo sagrado grego, o espírito de disputa, o ideal do belo etc. - o que se chamou de ESPÍRITO AGONÍSTICO. Surgiram então as competições que foram perdendo o caráter de religiosidade e assumindo exclusivamente o caráter esportivo. O romano Juvenal sintetizou a expressão com "MENS SANA IN CORPORE SANO" a própria filosofia do esporte. A modalidade Atletismo: é a designação comum às atividades desportivas em geral, de caráter competitivo ou recreativo, realizadas individualmente ou em equipes (Corridas: pista, cross-country e rua, marcha atlética, arremessos, lançamentos e saltos). Hipótese do surgimento do atletismo na pré- história O ser humano já praticava algumas das modalidades do atletismo como forma de sobrevivência na pré-história. A caminhada, por exemplo, era utilizada para se locomover de um lugar para o outro. A corrida e os saltos, para escapar das presas dos animais carnívoros. O arremesso era usado para afugentar os animais e o lançamento para se defender e caçar o seu próprio alimento. Desta forma, os homens e as mulheres foram adquirindo habilidades que, mais tarde, foram aprimoradas e adaptadas para as competições de atletismo. História dos primeiros Jogos Olímpicos da era antiga O atletismo tem sido o evento chave dos Jogos Olímpicos desde a era antiga. A história diz que os primeiros eventos esportivos organizados foram realizados por volta de 1200 a.C., no "Monte Olímpicus", na Grécia. Próximo a este local foi construído um palco esportivo para sediar os Jogos Olímpicos. Lá, os homens exibiam as suas forças, habilidades físicas e o controle psicológico, tudo em homenagem a Zeus, o rei dos deuses da mitologia grega. As mulheres, por sua vez, não tinham permissão para participar dos jogos e nem mesmo para assistir as competições masculinas. Mas, em contrapartida, a cada quatro anos, era realizado um evento esportivo só para elas, em homenagem a Hera, esposa de Zeus. Naquela época, os Jogos Olímpicos eram realizados durante cerimônias culturais e religiosas. Os atletas vitoriosos eram glorificados a altura dos grandes deuses. Em 776 a.C., Corobeus, de Atenas, fez seu nome correndo nu e descalço numa tosca pista de 200 jardas e tornou-se o primeiro atleta a ganhar uma prova olímpica. Ele venceu a prova de velocidade dos 192 metros, tornando-se o primeiro e o mais antigo herói do atletismo. Se não teve direito a uma medalha, mereceu uma estátua e gravou seu nome na história do esporte. Com o tempo, o atletismo ganhou novas modalidades, além de mais brilho e dimensão nos Jogos Olímpicos. Mas em 393 a. C., o imperador romano Theodózius proibiu a realização dos eventos esportivos. Desta forma, os Jogos Olímpicos foram paralisados e a tocha olímpica foi extinta por 1400 anos. ATLETISMO NA ERA MODERNA Em 1896, o francês Pierre de Fredy, Barão de Coubertin, reativou os festivais esportivos. A primeira versão dos Jogos Olímpicos da era moderna foi realizada em Atenas, na Grécia. Participaram 285 atletas, de 13 países. Desde então, a tocha olímpica foi reacendida com a finalidade de promover paz entre a comunidade mundial. A intenção do Barão de Coubertin era de unir os povos pelo esporte. "O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta; o essencial não é vencer, mas lutar. Vamos exportar nossos atletas para promover a paz. Esse é o mercado livre do futuro." (Pierre de Coubertin, fundador da Olimpíada Moderna) Atualmente, os Jogos Olímpicos são realizados, de quatro em quatro anos, em países e cidades diferentes. O atletismo continua sendo a atração principal. São 26 provas masculinas e 23 femininas. O símbolo Olímpico: os Jogos Olímpicos que deram origem aos atuais Jogos Olímpicos da Era Moderna trazem como reminiscência cultural mais marcante, a figura do Discóbulo de Miron. ATLETISMO NO BRASIL A primeira participação do atletismo do Brasil em Olimpíadas aconteceu nos Jogos de Paris, em 1924. Já o primeiro resultado importante, veio em Los Angeles, nos Jogos Olímpicos de 1932, com o 6° lugar de Lúcio de Castro no salto com vara. O atletismo sempre conseguiu expressivos resultados internacionais para o Brasil. É o esporte com o maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas, juntamente com a Vela, e em Jogos Pan-Americanos. Além disso, as seleções nacionais mantêm, desde 1974, absoluta hegemonia na América do Sul. Seis atletas brasileiros estabeleceram 8 recordes mundiais em provas olímpicas, sendo 7 no salto triplo e 1 na maratona, sempre no masculino. A primeira competição de atletismo no país foi o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, que aconteceu em 1929. Em 1945, foi criado o Troféu Brasil de Atletismo, que é, nos dias atuais, a principal competição nacional da modalidade. Em 2 de dezembro de 1977, foi criada, no Rio de Janeiro, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), que hoje, tem sede em Manaus. Antes de 1977, o atletismo estava sob responsabilidade da CBD (Confederação Brasileira de Desportos). Hoje, a CBAt representa, além das 27 federações, mais de 500 clubes, 20 mil atletas, 900 árbitros e 700 técnicos federados. História dos Arcos e da Bandeira Olímpica Os cincos arcos olímpicos entrelaçados representam os cincos continentes que dividem o planeta Terra (África, América, Ásia, Europa, e Oceania) e simbolizam o encontro de paz e harmonia entre os atletas para o evento competitivo mais importante do mundo. A Bandeira Olímpica A Bandeira Olímpica foi desenhada, em 1913, pelo Barão Pierre de Cubertin, mas só foi exibida no ano de 1920, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, na Bélgica. Nela apareciam cinco anéis entrelaçados e com as cores que compunham as bandeiras de todas as nações olímpicas da época. História da Medalha Olímpica Na era antiga, os vencedores recebiam uma coroa de louros como premiação. Já na era moderna, os vencedores recebiam também uma medalha olímpica. A frente da medalha foi desenhada pelo artista italiano Giuseppe Cassioli, em 1928, para os Jogos Olímpicos de Amsterdã, Alemanha. O mesmo desenho vem sendo utilizado desde 1972. No outro lado da medalha o desenho fica a critério do País que sedia os Jogos. Pesos e Medidas A medalha olímpica mede 6 centímetros de diâmetro e 3 milímetros de largura. O primeiro colocado de cada evento recebe a medalha de ouro que é banhada com, no mínimo, seis gramas de ouro puro. O segundo colocado recebe a medalha de prata e o terceiro colocado fica com a medalha de bronze. Todos os atletas e participantes oficiais recebem uma medalha e um diploma comemorativo dos Jogos Olímpicos. PROVAS DO PROGRAMA OLÍMPICO I - PROVAS DE PISTA (CORRIDAS) Tipo de Prova Distâncias para o Masculino Distâncias para o Feminino Corridas Rasas 100m, 200m, 400m, 800m, 1.000m, 1.500m, 1 milha, 2.000m, 3.000m, 5.000m, 10.000m, 20.000m, 1 hora, 25.000m, 30.000m 100m, 200m, 400m, 800m, 1.000m, 1.500m, 1 milha, 2.000m, 3.000m, 5.000m, 10.000m, 20.000m, 1 hora, 25.000m, 30.000m Corridas com Barreiras 110m e 400m 100m e 400m Corrida com Obstáculos 3.000m 3.000m Revezamentos 4x100m, 4X200, 4x400m, 4x800m e 4x1500m 4x100m, 4x200m, 4x400m, 4x800m e 4x1500m II - PROVAS DE MARCHA ATLÉTICA Local da Prova Distâncias para o Masculino Distâncias para o Feminino Pista 20.000m, 2 horas, 30.000m e 50.000m 5.000m, 10.000m e 20.000m Rua 20km, 2 horas, 30km e 50km 5km, 10km e 20km III - PROVAS DE CAMPO Tipo de Prova Masculino Feminino Saltos Em Altura, com Vara, em Distância e Triplo Em Altura, com Vara, em Distância e Triplo Arremesso Peso Peso Lançamentos Disco, Dardo e Martelo Disco, Dardo e Martelo IV - PROVAS COMBINADAS Tipo de Prova Distâncias para o Masculino Distâncias para o Feminino Corridas Rasas Decatlo Heptatlo As provas assinaladas em vermelho são as que integram o Programa dos Campeonatos Mundiaisde Atletismo V - CORRIDAS DE RUA As Corridas de Rua também são provas oficiais do Atletismo, porém sem distâncias definidas em Regra, mas sim recomendadas, tanto para o masculino como para o feminino. As distâncias recomendadas são: 15km - 20km - Meia-Maratona - 25km - 30km - Maratona (42.195m) - 100km e Revezamento em Rua (com percurso total de 42.195m). PROVAS DE PISTA Provas de velocidade pura: 100 metros Na era moderna não existe um registro preciso de quando esta prova começou a ser disputada, já que os ingleses (a quem se deve a renovação dos esportes atléticos) disputavam a prova de 100 jardas (91,40m); ainda assim existe um tempo de 11.0, atribuído ao inglês William McLaren, registrado em Haslingden em 27 de julho de 1867. Quando da criação da IAAF (1912), foi considerado como recorde inicial o tempo de 10.6, obtido por Donald Lippincott em Estocolmo em 6 de julho de 1912, na final V Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta GIL DE SOUZA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 10.8 200 metros Esta disciplina é provavelmente a mais antiga de todas as provas atléticas, já que a primeira corrida que se disputou nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, o “stadion”, media mais ou menos 600 pés gregos, o que equivale sensivelmente aos nossos modernos 200 metros. O vencedor da primeira Olimpíada (776 a.C.) foi Korebos de Elis. O primeiro recorde de que se tem notícia está creditado ao inglês William Collett, que em 24 de novembro de 1866, em Londres, correu as 220 jardas (201,16m) em 23 segundos cravados. Já na era da IAAF, a primeira marca registrada pertence a William Applegarth, da Grã- Bretanha, que marcou 21.2 também nas 220 jardas, em Londres, em 4 de julho de 1914. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido também foi do atleta GIL DE SOUZA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 23.0. Provas de velocidade prolongada 400 metros Os 400 metros estão, em antiguidade, na mesma linha dos 200 metros, pois o “diaulus” ou duplo “stadion” começou a ser disputado na 14ª Olimpíada da antiguidade, ou seja, em 724 a.C. Esta distância era de mais ou menos 385 metros. Na Era Moderna, o primeiro recorde registrado é o do inglês Henry Harrison, que em 15 de junho de 1861, em Londres, marcou 50.5 para as 440 jardas (402,33m) O primeiro recorde da IAAF pertence ao norte-americano Charles Reidpath, que em 13 de julho de 1912, em Estocolmo, marcou 48.2 na final da V Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta NARCISO V. COSTA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 50.6. Provas de meia distância: 800 metros Esta disciplina já era disputada na Antiguidade, nos Jogos Istmios, Nemeus e Panatenáicos, mas nunca fez parte do programa Olímpico. Era conhecida como “Hippios” e aparentemente era a mesma distância (mais ou menos 740 metros) corrida pelos cavalos, daí o nome de Hippos = cavalo. Faz parte do Programa Olímpico Moderno desde a primeira Olimpíada e tem como tempos iniciais as seguintes marcas: 2.03.0 – Charles Grey da Irlanda, em 21 de junho de 1861 1.51.9 – James Meredith, dos estados Unidos, em Estocolmo em 08 de julho de 1912. Esta última marca foi obtida na final da V Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido também foi do atleta NARCISO V. COSTA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 2.02.0. 1.500 metros Na Antiguidade não se disputava qualquer prova correspondente aos 1500 metros. A disciplina começou a ser disputada na França, no final do século XIX, como a distância métrica correspondente à clássica corrida da milha (1609m).Assim. O primeiro recorde de que há notícia pertence ao francês Julin Borel, que em Paris, em 22 de maio de 1892, marcou 4.24.6. A primeira marca da IAAF é do norte-americano Abel Kiviat, que em Cambridge (EUA), em 8 de junho de 1912, marcou 3.55.8, durante a seletiva americana para os Jogos da V Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta HÉLIO BIANCHINI, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 4.22.6. Provas de longa distância: 3.000 metros com Obstáculos A primeira corrida de obstáculos (steeple-chase em inglês) que se conhece aconteceu em Edimburgo em 1828. Esta disciplina foi introduzida no programa esportivo da Universidade de Oxford em 1860, e nos Jogos Olímpicos de 1900 em Paris foram disputadas duas corridas, uma de 2500 metros e outra de 4000 metros. A distância foi estandardizada em 1920 em 3000 metros nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, naquele ano, porém nem sempre se disputava com o mesmo número de obstáculos, razão porque a IAAF só reconhece como primeiro recorde a marca de 8.49.6 de Sandor Roznyoi, da Hungria, obtida em Berna em 29 de agosto de 1954, durante os Campeonatos da Europa. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta JOAQUIM LUIZ FILHO, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 10.21.5. 5.000 metros Tem também origem na Antiguidade e a primeira referência vem-nos da 15ª Olimpíada (720 a.C.); a prova se chamava “dolichos” inspirava-se nas proezas dos mensageiros militares (dromokerykes ou hemerodromoi), que transportavam mensagens e instruções por grandes distâncias, principalmente em tempo de guerra. Todavia, não era um evento popular! Em nossa época, a partir de meados do século 19, as corridas de fundo gozavam de grande interesse popular, e assim surgiu o primeiro tempo em 1º de novembro de 1897, 16.34.6, obtido em Paris pelo gaulês George Touquet- Daunis. Já na era IAAF, temos o primeiro tempo de 14.36.6, marcado pelo finlandês Johannes Kolehmainen em Estocolmo, em 10 de julho de 1912, na final da V Olimpíada, após luta empolgante com o francês Jean Bouin, que, batido no “sprint”, marcou mais 1 décimo. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta FRANCISCO P. AMARAL, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 16.52.9. 10.000 metros As corridas de fundo são, de uma maneira geral, criações relativamente recentes, e eram muito populares no final do século passado, principalmente nas Ilhas Inglesas. Assim não é de admirar que o primeiro tempo que conhecemos nos venha de Londres, onde em 17 de novembro de 1877 o inglês James Gibb fez parar o cronômetro em 33.31.0. O primeiro recorde reconhecido pela IAAF é também de um inglês, Alfred Shrubb, que em Glasgow, em 5 de novembro de 1904, marcou 31.02.4. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta ERNESTO TODARO, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 35.05.0. Revezamentos: Revezamentos 4×400 metros A corrida de revezamento já era conhecida dos antigos gregos. Nas Panatenéias realizadas em homenagem à deusa Atena, incluía o programa de Atletismo uma prova de revezamento chamada “Lampadodromia” ou “Corrida das Tochas”. Era disputada por cinco equipes, compostas de quarenta atletas cada. A chama não podia apagar e o prêmio era concedido à equipe cuja tocha acendesse a fogueira colocada no Altar de Prometeu, localizado no marco da chegada. Na era Moderna, a primeira corrida de revezamento de que há registro preciso, ocorreu em 17 de novembro de 1883, em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos da América. Na Olimpíada de 1908, uma corrida de revezamento de 1.600 metros incluiu o programa atlético. As distâncias percorridas foram 800, 200, 200, 400 metros. Nunca mais foi disputado esse tipo de prova. Em 1912, nos Jogos de Estocolmo, os revezamentos de 4×100 e 4×400 metros fizeram sua estréia e passaram a incluir, definitivamente, a programação olímpica oficial. Os revezamentos representam as únicas provas coletivas do Atletismo, modalidade esportiva eminentemente individual. A nível mundial, os Estados Unidos têm sido, ao longo dos tempos, reis e senhores dos dois revezamentos clássicos. O Brasil tem uma tradição recente no Revezamento 4×100m, coma medalha de bronze em Atlanta em 1996 e prata em Sydney em 2000; além disto, o quinto melhor resultado de todos os tempos é do Brasil entre dezenas de resultados somente dos Estados Unidos. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido para o 4×100m foi da equipe de São Paulo, composta pelos atletas NARCISO COSTA – GERMANO MASCHOLD – ÁLVARO RIBEIRO – JOVINO FOZ, vencedores do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 43.2, e para o 4×400m foi da equipe de São Paulo, composta pelos atletas EDUARDO DE OLIVEIRA – GERMANO MASCHOLD – NARCISO COSTA – JOVINO FOZ, vencedores do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 3:30.0. Revezamentos 4×100 metros A corrida de revezamento já era conhecida dos antigos gregos. Nas Panatenéias realizadas em homenagem à deusa Atena, incluía o programa de Atletismo uma prova de revezamento chamada “Lampadodromia” ou “Corrida das Tochas”. Era disputada por cinco equipes, compostas de quarenta atletas cada. A chama não podia apagar e o prêmio era concedido à equipe cuja tocha acendesse a fogueira colocada no Altar de Prometeu, localizado no marco da chegada. Na era Moderna, a primeira corrida de revezamento de que há registro preciso, ocorreu em 17 de novembro de 1883, em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos da América. Na Olimpíada de 1908, uma corrida de revezamento de 1.600 metros incluiu o programa atlético. As distâncias percorridas foram 800, 200, 200, 400 metros. Nunca mais foi disputado esse tipo de prova. Em 1912, nos Jogos de Estocolmo, os revezamentos de 4×100 e 4×400 metros fizeram sua estréia e passaram a incluir, definitivamente, a programação olímpica oficial. Os revezamentos representam as únicas provas coletivas do Atletismo, modalidade esportiva eminentemente individual. A nível mundial, os Estados Unidos têm sido, ao longo dos tempos, reis e senhores dos dois revezamentos clássicos. O Brasil tem uma tradição recente no Revezamento 4×100m, com a medalha de bronze em Atlanta em 1996 e prata em Sydney em 2000; além disto, o quinto melhor resultado de todos os tempos é do Brasil entre dezenas de resultados somente dos Estados Unidos. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido para o 4×100m foi da equipe de São Paulo MARCHA ATLÉTICA MARCHA: é uma é uma progressão efetuada passo a passo de tal forma que o contato com o solo seja mantido sem interrupção. MARCHA ATLÉTICA: é a face competitiva da Marcha, conservando a sua característica fundamental o duplo apoio, e desenvolvendo toda uma técnica de progressão própria que permita uma maior economia de energia e uma mais rápida progressão. Enquanto na Marcha um praticante desenvolve uma velocidade entre 5 e 7 km/h na Marcha Atlética faz entre 12 2 15 km/h. DUPLO APOIO: fase de cura duração em que ambos os pés estão em contato com o solo coincidindo a última fase de impulsão (pé posterior) com a primeira fase de tração (pé anterior). Constitui a fase de maior amplitude da passada, da movimentação dos membros e da cintura pélvica. TRAÇÃO: ao acabar o duplo apoio começa a fase da tração, realizada pelo membro inferior anterior, graças ao trabalho dos músculos glúteos, e à inércia do centro de gravidade. Esta fase termina quando o tronco se encontra na vertical do pé de apoio. APOIO: fase intermediária entre a tração e a impulsão em que a cintura pélvica se encontra, no mesmo plano que os ombros. IMPULSÃO: quando o tronco ultrapassa a vertical do pé de apoio dá-se início à fase de impulsão realizando-se a rotação do pé, calcanhar-ponta, a rotação da bacia na direção da progressão e a movimentação dos membros superiores até a máxima amplitude. PRINCIPAIS ERROS E CORREÇÕES ERRO: perda de contato com o solo. CORREÇÃO: redução da velocidade da progressão; não elevar os ombros; impulsão com desenrolamento completo do pé de apoio. ERRO: joelho do membro inferior em apoio, flexionado na passagem na vertical. CORREÇÃO: redução da velocidade de progressão; reforço muscular dos membros inferiores; manter a perna de apoio sempre em extensão; reforço dos músculos abdominais e lombares. ERRO: realização dos apoios em duas linhas paralelas (marcha à pato). CORREÇÃO: marchar numa linha reta; procurar que o movimento dos membros superiores seja, quando à frente, convergente para o eixo longitudinal. ERRO: passada curta. CORREÇÃO: impulsão mais forte, trabalho dos membros inferiores mais amplos, melhoria global da flexibilidade e mobilidade. Provas de Marcha Atlética: 20.000 metros A marcha é também uma criação inglesa. O homem que é considerado o criador da disciplina como a conhecemos, foi, no entanto, um americano, Edward Payson Wetson, que passou a maior parte da sua vida atravessando o continente americano marchando. Não obstante ter uma técnica difícil, as regras da marcha são muito simples: 1ª – um dos pés deve estar sempre em contato com o solo; 2ª – a perna deve estar reta desde o momento que o pé tocar o solo até sua passagem na vertical. Foi introduzida nos Jogos Olímpicos em 1908, tendo sofrido no entanto alterações nas distâncias contestadas. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta RICARDO NUSKE, em São Caetano do Sul, em 1973 com o tempo de 1.41.12.8. Provas de velocidade com barreiras: 110 metros com Barreiras É uma prova totalmente britânica, provavelmente uma imitação das competições hípicas. Por volta de meados do século XIX, as barreiras eram simples toras de madeira enterradas no solo e medindo normalmente 3 pés e 6 polegadas (1,067m). Esta altura mantém-se até hoje. Com o tempo, o material foi se atualizando e hoje as barreiras nada têm em comum (com exceção da altura) com as de outros tempos. As técnicas de passagem da barreira usadas então eram as mais diversas e bizarras, até que em 1886 um estudante da Universidade de Oxford, de nome Arthur Croome, criou o estilo de atacar a barreira de perna esticada que se mantém até aos nossos dias. O primeiro tempo conhecido pertence a Arthur Daniel da Inglaterra, que marcou 17.8 em 3 de abril de 1864, e o primeiro registrado pela IAAF é de 15 segundos cravados do americano Forrest Smithson, feito obtido em Londres em 25 de julho de 1908, na final da IV Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta JOSÉ A. SANTOS SILVA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 16.4. 400 metros com Barreiras Sabe-se que uma corrida de 440 jardas (402,33m) com 12 obstáculos foi disputada na Universidade de Oxford em 1860, e o primeiro tempo de que temos registro é do inglês William Allen, que em Shrewsbury, em 15 de maio de 1866, marcou 1:08.0 nas 440 jardas, deconhecendo-se, porém, o número das barreiras, mas sabendo-se a altura das mesmas = 91,40cm, isto é, a mesma dos nossos dias. O primeiro recorde reconhecido pela IAAF pertence a Charles Bacon, dos Estados Unidos, com 55.0, e foi obtido em Londres em 22 de julho de 1908 na final da IV Olimpíada. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta JOSÉ A. SANTOS SILVA, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com o tempo de 59.0. PROVAS COMBINADAS Decatlo (10 provas): 100m, 110m (c/barreiras), 400m, 1500m, Lançamento do Dardo, Lançamento do Disco, Arremesso do Peso, Salto em Altura, Salto com Vara e Salto em Distância. Heptatlo (7 provas): 100m (c/barreiras), 200m, 800m, Lançamento do Dardo, Arremesso do Peso, Salto em Altura e Salto em Distância. DECATLO - PROVA MASCULINA A origem é novamente grega, pois este povo, sempre buscando a perfeição absoluta ou a procura do atleta completo, criou em 708 a.C. uma fórmula de competição que permitisse aos campeões menos dotados numa disciplina mostrar, num programa mais complexo, as suas possibilidades. E assim criaram o Pentathlon (de penta = 5), que consistia na corrida do “stadion” (mais ou menos 200 metros), salto em distância, lançamentos do disco e do dardo e, ainda, um determinado tipo de luta. Na segunda metade do século XIX,começaram a disputar-se, na Inglaterra, Irlanda e Países Baixos, algumas competições de provas múltiplas de diversos tipos. No final do século, nos EUA, foi disputado um “torneio do atleta completo”, que consistia das seguintes provas: 100 jardas – peso – altura – 880 jardas – marcha – martelo – vara – 120 jardas com barreiras – peso de 56 libras – distância – milha. Como se vê, um programa violentíssimo. Em 1912, sob proposta da Suécia, o COI resolveu incluir no programa o Decatlo como conhecemos hoje: 1º. Dia: 100m – distância – peso – altura – 400m 2º. Dia: 110m com barreiras – disco – vara – dardo – 1500m A forma de avaliar as marcas obtidas tem tido diversas tabelas, mas até hoje ainda não se encontrou uma fórmula que reunisse acordo geral. Assim, em 1912 tivemos a tabela sueca, depois em 1936 a tabela finlandesa; em 1952 a IAAF adotou uma tabela evolutiva, que foi modificada em 1964 e 1986, mas sempre dando origem a controvérsias reclamações. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta ÍCARO DE CASTRO MELO, vencedor do X Campeonato Brasileiro em 1938, com a marca de 5567. Obedecendo a tabela de 1934 a 1962. HEPTATLO - PROVA FEMININA As provas combinadas para mulheres começaram a disputar-se em 1928, tendo como primeiro registro a alemã Selma Grieme, que em Berlim, em 14/15 de julho daquele ano, obteve 262 pts. (na antiga tabela alemã), no pentatlo com os seguintes parciais: Peso = 9,50 – distância = 4,95m – 100m = 13.2 – altura = 1,39 – dardo = 28,85m Pela tabela Internacional de 1954 estas marcas valeriam 3428 pontos. O primeiro recorde reconhecido pela IAAF pertence a outra alemã, a grande Gisela Mauermayer, que marcou 377/4391 pontos para o mesmo conjunto de provas. A prova foi incluída no Programa Olímpico em 1964 em Tóquio, com a seguinte composição: 80m com barreiras – peso – altura – distância – 200 metros, e foi vencedora a soviética Irina Press, com 5246 pontos, recorde do mundo. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi da atleta OLGA MARIA VERÍSSIMO, vencedora do XX Campeonato Brasileiro em Brasília, em 1981, com a marca de 5.310 pontos. PROVAS DE CAMPO Provas de saltos horizontais: Salto em Distância e Salto Triplo Provas de saltos verticais: Salto em Altura e Salto com Vara Provas de lançamento: Lançamento do Dardo e Lançamento do Disco, Lançamento do Martelo. Provas de arremesso: e Arremesso do Peso. PISTA DE ATLETISMO Para uma pista de atletismo ser oficial ela tem que ter: duas curvas e duas retas; (um formato oval, com uma reta principal e uma reta oposta). ter de seis a oito raias; raias medindo 1,22 ou 1,25m; balizas de 5 cm ; extensão de 400 metros em sua borda interna; piso de tartã (borracha) ou carvão. Balizas: são as linhas que demarcam uma pista. Raias: e o espaço entre duas balizas. TIPOS DE BALIZAMENTOS Balizamento Total: o atleta deverá iniciar o percurso de sua prova do início ao fim na raia que lhe foi designada, não podendo abandoná-la por nenhum instante. (ex.: 100 e 200 metros) Balizamento Parcial: o atleta de verá iniciar o percurso de sua prova na raia que lhe foi designada e após percorrer uma determinada distância ele poderá abandoná-la e se colocar dentro da pista onde ele achar mais confortável para terminá-la. (ex: 800 e 4X400 metros) Balizamento Livre: nesta forma de balizamento não há uma raia determinada para que o atleta realize sua prova. Ele apenas irá procurar um local na pista que ele se sinta mais confortável para percorrer a distância determinada pela prova. (ex: 3000 com obstáculo e 5000 metros) ESCALONAMENTO É o posicionamento dos atletas dentro da pista um a frente do outro, cada um em sua raia nas provas com balizamento total (7,22 metros de uma raia para outra), para compensar as provas que utilizam curvas. Com esta diferença os atletas que correm por fora percorrerão a mesma distância dos demais. BIOMECÂNICA DA CORRIDA A corrida é uma das modalidades esportivas mais simples e naturais, porém ela como esporte em si, requer alguma atenção quanto aos *movimentos cíclicos e locomoção do corpo de forma coordenada e ritmada. Na biomecânica do movimento, a corrida possui duas fases distintas, que são: Apoio – contato do pé com o solo. Suspensão – elevação e projeção do corpo para frente. Mas há um momento entre essas duas fases em que o corpo permanece no ar sem contato com o solo. Assim podemos definir a corrida como uma sucessão de saltos. Movimentos cíclicos: são movimentos velozes, que se repetem sempre através de um mesmo gesto. Movimentos acíclicos: é a velocidade realizada por meios de movimentos velozes que não se repetem da mesma forma. Ex: um drible, um soco, arremesso do peso, etc. Ex: os movimentos da corrida, da natação, do ciclismo, do remo, etc. A biomecânica do movimento da corrida O toque no solo deverá ser executado com a ponta dos pés, os braços devem ser movimentados paralelos ao corpo, em forma de pêndulo (permanecendo num ângulo de 90 graus). Durante a execução do exercício, a cabeça deve permanecer no prolongamento do corpo, o olhar direcionado para frente, os músculos do rosto e pescoço devem estar descontraídos (assim como todos os membros do corpo). As mãos devem ficar semi-abertas e relaxadas (como na caminhada). Educativos de corrida Os educativos de corrida podem e devem ser feitos em qualquer faixa etária. Devemos levar em conta que a característica principal de um corredor, seja ele qual for, é fundamentalmente a descontração, a vivência espacial, a musculatura solta e a necessária coordenação motora. Milhares de corredores que fazem parte de um grupo denominado povão ou massa e inúmeros atletas de gabarito correm por correr, sem ter em mente para que servem os educativos de corrida. Os exercícios de biomecânica podem auxiliar e melhorar a técnica de corrida e, conseqüentemente, melhorar o desempenho, sem que para isso gaste energia desnecessária. Aqui temos os dez dos principais exercícios que podem ser úteis. 1.Skipping baixo (exercício na ponta dos pés com os joelhos baixos) 2. Skipping médio (exercício na ponta dos pés com elevação dos joelhos à meia altura) 3. Skipping alto (exercício na ponta dos pés com elevação dos joelhos até altura da cintura) - 4. Skipping atrás ou anversen (elevação dos pés para trás tocando os calcâneos nos glúteos) 5. Dribling (exercício que exige sincronismo e coordenação dos joelhos até altura da cintura, o movimento é executado mesclando o skipping baixo e o alto) 6. Kick-out (elevação das pernas estendidas à frente), trabalho os músculos de elevação das pernas (iliopsoas) 7. Hopserlauf (um dos exercícios de técnica mais completo, muito usado pelos velocistas, exige noção de tempo e sincronismo), é um trabalho que deve ser feito com a máxima atenção e cuidado do praticante, pois, se o mesmo não souber amortecer o impacto do salto nas pontas dos pés, poderá sobrecarregar os joelhos. 8. Cycling (imita o movimento do pedalar) é um exercício que solicita os músculos inferiores do abdome e, muita coordenação, assim como noção de tempo do praticante; é um exercício para atletas com força nas pernas, abdome e braços. 9. Amplitude de passadas ou Stride para os velocistas americanos (50 metros de corrida com amplitude de passadas). 10. Aceleração ou velocidade progressiva (é um excelente exercício para aprimorara freqüência das passadas, coordenação e velocidade), mas também exige atenção no momento de executar, comece devagar e vá aumentando até o máximo de 90% de sua capacidade física – jamais dê o máximo, lembre-se que o objetivo é melhorar a biomecânica da corrida. Obs:.Após os exercícios aconselha-se 10 minutos de corrida lenta (desaquecimento) FREQUÊNCIA CARDÍACA Controlando as batidas do coração Aquantidade de vezes que o coração bate por um período determinado, que geralmente é de um minuto, é chamada de freqüência cardíaca (FC). Esse número pode variar de acordo com as ações exercidas no dia-a-dia. Quando você realiza algum tipo de esforço, por exemplo, a tendência é a FC aumentar, para manter o bombeamento do sangue no corpo. Quando uma pessoa está em repouso, os batimentos cardíacos por minuto podem variar entre 70 e 90. Abaixo de 50 é considerado baixo, o que é chamado de bradicardia, além de acarretar em tonturas e desmaios. Agora, se em repouso alguém apresentar 100 batimentos, trata-se de uma taquicardia. O aumento constante da FC pode transformar-se em uma doença chamada taquicardiomiopatia, que posteriormente pode levar a um infarto. Segundo Paulo Zogaib, especialista em Medicina Esportiva e Fisiologia do Exercício, é a freqüência cardíaca que determina a intensidade do exercício. "Quando o objetivo é emagrecer, quanto maior a intensidade da atividade maior o gasto calórico." Comportamento da FC durante atividade física O professor de Educação Física, Adriano Dantas revela que, na hora da atividade física, a freqüência cardíaca ideal deve variar entre 65% e 85% da FC máxima. "Entre esses valores, a fonte de energia utilizada pelo organismo na hora do exercício é a gordura. Para saber se está dentro da média de FC indicada durante o exercício, você pode medir a FC a cada dez minutos, ou quando mudar a intensidade do esforço." Se na hora da atividade a FC estiver abaixo da freqüência desejada, aumente o ritmo, ou diminua se acontecer o contrário. "É importante ressaltar que a FC é um dado individual, utilizam-se várias fórmulas para determiná-la, mas não é o mais indicado, por não serem exatas", explica José Luiz Cassiolato, cardiologista e médico do Esporte. Teste a freqüência cardíaca Antes de iniciar uma atividade física você deve realizar um teste para medir a FC máxima. O ergoespirométrico é o exame responsável por analisar as condições cardiovasculares. Sem contar que com ele é possível determinar o consumo de oxigênio máximo, além da freqüência cardíaca, o que ajudará a encontrar a intensidade certa de exercícios para cada um. Existem outros testes que ajudam a medir a FC. Os mais utilizados são os realizados em uma esteira ou bicicleta ergométrica, acompanhados do eletrocardiograma. Nele, a pessoa é submetida a exercícios com esforço progressivo, até não agüentar mais, ou apresentar alguma alteração no eletro. "A freqüência cardíaca é o parâmetro que permite avaliar a eficiência cardíaca, relacionando o volume de sangue ejetado em cada contração do coração (volume sistólico) e sua relação com a variação da pressão arterial", explica Cassiolato. Medindo a FC A FC máxima também está relacionada com a idade de uma pessoa. Com o passar dos anos, a tendência é diminuir o número de batimentos cardíacos por minuto. Em média são, aproximadamente, dez batimentos a menos a cada dez anos. Para medir a freqüência cardíaca você pode contar com a ajuda de um relógio especial: o freqüencímetro (relógio que possui uma fita torácica com sensores e transmissores capazes de indicar os batimentos cardíacos). Esses aparelhos são encontrados em casas de esportes e os preços variam entre R$ 250,00 e R$ 2.000,00. A grande diferença de preço acontece, principalmente, em função dos recursos oferecidos por cada um dos aparelhos. Os modelos mais simples mostram somente a FC. Os mais sofisticados, além da FC, possuem cronômetro. Existem também os que dispõem de dois cronômetros, memória para armazenar os dados dos exercícios, além de transferir todas as informações para o computador. Mas, se você não possui um freqüencímetro, basta medir a FC com os dedos. Coloque o indicador e o médio na região temporal, na lateral do crânio, na carótida, localizada na lateral do pescoço, logo abaixo da orelha, na artéria radial, que fica na região do pulso ou na região femoral, localizada na virilha e conte o número de pulsações durante 1 minuto ou 30 segundos multiplicado pó 2 ou 15 segundos multiplicado por 4 e finalmente 10 segundos multiplicado por 6 e terá o número de batimentos cardíacos . Existem também algumas fórmulas que calculam um número aproximado de FC máxima. A mais utilizada é: - FC max = 220 - idade (freqüência cardíaca máxima é igual a 220 menos a idade). FORMAS DE TREINAMENTO Fartlek: Faça antes um trote de aquecimento de 20 minutos e depois a amplitude de passadas. O treino de fartlek é dividido em séries, separadas por intervalos, em que você precisa correr em ritmo forte (de 80 a 90% da FCM). A duração das séries é por tempo e será indicada no quadro de treinamento da seguinte maneira: 10 x 1' e 2'de intervalo. Ou seja, você precisa fazer 10 series de 1 minuto correndo, com 2 minutos de intervalo (trotando) entre elas. Desaqueça por 10 minutos. Tiro: Faça antes um trote de aquecimento de 20 minutos e depois a amplitude de passadas. Também dividido em séries, só que agora a duração é por distância e não mais por tempo. No intervalo entre cada uma delas, caminhe lentamente. Ao fazer uma série, corra em ritmo forte (de 80 a 90% da FCM). Entre os corredores e técnicos de atletismo esse treino é chamado de fracionado ou intervalado, de acordo com a distância que você percorre. Desaqueça por 10 minutos. Ritmo: Faça antes um trote de aquecimento de 20 minutos e depois a amplitude de passadas. O importante é terminar a distância (que será indicada no programa) no tempo certo, que varia para cada pessoa. Usando o teste dos 3.000 metros (veja em seguida), você calcula seu tempo e velocidade de corrida para cada tipo de treino previsto. Desaqueça por 10 minutos. BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS DA CORRIDA melhora da atividade cardíaca; aumento do volume do coração; aumento das possibilidades de absorção de oxigênio; multiplicação dos vasos sanguíneos; melhor irrigação dos tecidos; diminuição da freqüência cardíaca em repouso. Provas de corridas rasas: são provas, balizadas ou não, nas quais o corredor corre livremente pela pista. Provas com Obstáculos: são provas, que o atleta tem que ultrapassar quatro obstáculos e um fosso durante o percurso. Provas com Barreiras: são provas, que o atleta tem que transpor dez barreiras durante o percurso sem abandonar sua raia. Conceito de velocidade: velocidade é a capacidade de realizar esforços de intensidade máxima com freqüência de movimentos máximos ou a capacidade de cobrir a maior distância dentro de um menor tempo. Conceito de resistência geral: é a capacidade de resistir à fadiga nos esforços de longa duração e de intensidade fraca. Divisão das provas de corridas Provas de Velocidade Pura: representada pelas provas clássicas de 100 e 200 metros rasos. Provas de Velocidade Prolongada: representada pela prova de 400 metros rasos. Provas de Meio Fundo: representada pelas provas de 800 e 1.500 metros rasos. Provas de Fundo: representada pelas provas de 5.000 e 10.000 metros rasos Prova de Grande Fundo: Maratona (42.195 m.) COMPARAÇÃO ENTRE A CORRIDA DE VELOCIDADE E A CORRIDA DE MEIO-FUNDO Velocidade Meio-Fundo 1 – Apoio à frente Apoio ativo, de cima para baixo e de frente para trás O contacto no solo é passivo e pendular 2 – Tipo de apoio O contacto com o solo é feito com terço anterior do pé O apoio é feito com o pé todo 3 - Impulsão Poderosa e breve Fraca e demorada 4 – Balanço à frente Mais ativo e acentuado Menor dinamismo Calcanhar a passar mais longe dos glúteos 5 – Balanço Atrás Mais dinâmico e amplo, com o calcanhar a passar próximo dos glúteos Menor dinamismo Menor elevação da coxa à frente 6 – Ação dos braços Movimento amplo e dinâmico Suave e menor amplitude 7 – Amplitude da passada Grande Pequena 8 – Freqüência da assada Elevada Pequena 9 – Coeficiente de ritmo Maior (entre 1.20 e 1.30) Menor (entre 0.85 e 0.95) FASES DA CORRIDADE VELOCIDADE Saída ou partida: uma boa saída coloca o corredor, logo nas primeiras passadas, no comando da prova, dando-lhe uma vantagem bastante importante. A preocupação com esta fase é tão importante que constantemente novas experiências são realizadas, proporcionando um aperfeiçoamento mais apurado às saídas; daí as constantes evoluções que elas vêm sofrendo desde o seu início, quando eram realizadas em pé, até se chegar a forma atual. Desenvolvimento: nesta fase, o atleta precisa se preocupar com uma técnica perfeita e alcançar a sua velocidade máxima o mais rápido possível, procurando assim mantê-la até o final. Chegada: é a última fase das corridas de velocidade. Para este tipo de prova, tal fase é tão importante quanto as duas anteriores. Isto pode ser facilmente concluído analisando-se que o atleta deverá tomar cuidados para não diminuir o esforço pouco antes do final da prova, inclusive com a cabeça, que não deve ser inclinada para trás quando o tronco é projetado à frente. Com estes detalhes o mesmo poderá ganhar uma prova. VOZES DE COMANDO Saída baixa (para provas de velocidade) Aos agasalhos: os atletas que chegam à pista após o seu aquecimento geralmente estarão de agasalho. Com este comando os mesmos irão retirar o agasalho para dar início à participação na prova. Às suas marcas: os atletas irão se posicionar no seu bloco de partida e ficarão em cinco apoios (as duas mãos, os dois pés e um dos joelhos). Prontos: os atletas ficarão em quatro apoios e imóveis (retirando o apoio feito com um dos joelhos). O tiro propriamente dito: serve para que os atletas abandonem o bloco de partida e dêem início à prova. Última forma: utilizada somente quando o árbitro achar necessário para advertir um dos atletas. Após esta voz todos os atletas poderão abandonar seus respectivos blocos. TIPOS DE SAÍDAS EM RELAÇÃO AO AJUSTE DOS TACOS SAÍDA CURTA OU GRUPADA: neste tipo de saída, a ponta do pé de trás é colocada na direção do calcanhar do pé que está fazendo o apoio da frente; em termos de medidas, o apoio da frente está situado a 48 cm da linha de partida e o de trás a 73 cm. O quadril coloca-se elevado a um ponto superior ao nível da cabeça, por tanto bem alto. Esse tipo de saída também é conhecida por saída grupada, devido a posição grupada do corpo do corredor. SAÍDA MÉDIA: é um tipo intermediário entre as outras duas (curta e longa), na qual o joelho da perna de trás é colocado na direção da ponta do pé que está no apoio anterior. Como por exemplo, o suporte do apoio anterior é colocado 38 cm atrás da linha de partida e o de trás a 85 cm. Neste caso, o quadril não se eleva tanto como na saída curta, ficando quase que em linha com a cabeça. SAÍDA LONGA: aqui a separação entre os suportes para o apoio dos pés no bloco de partida é maior do que os tipos anteriores, onde as medidas mais comumente utilizadas são 33 cm para o apoio, em relação à linha de partida, e 103 cm para o posterior. O joelho da perna de trás fica situado mais ou menos atrás do calcanhar do pé da frente e o quadril situando-se em um ponto pouco abaixo do nível da cabeça. A distância entre os dois apoios, 70 cm, justifica realmente o nome deste tipo de saída. PONTOS POSITIVOS DA SAÍDA BAIXA Impulsão poderosa sobre o apoio anterior, com extensão total da perna e ombros e lançamento do quadril para frente. Ação bastante rápida dos braços; a mão do braço que vais para trás não ultrapassa a linha do quadril; o braço da frente não deve elevar-se exageradamente, e sim colocar-se paralelamente à pista. A perna de trás deve ser projetada rapidamente à frente por uma ação rasante ao solo. PONTOS NEGATIVOS DA SAÍDA BAIXA Levantar-se, em vez de impulsionar-se para frente; Elevação demasiada do braço de trás, o que proporciona um atraso em sua colocação na posição correta. Lançamento do braço, da frente para o alto em linha inclinada, o que produz uma elevação muito rápida do corpo. AS VARIANTES DA VELOCIDADE VELOCIDADE DE REAÇÃO: é a capacidade de reagir o mais rápido possível a um estímulo, que poder ser ótico, tátil ou acústico. Essa variável pode ser medida através do tempo de reação, que o tempo gasto pelo corredor entre o tiro de partida e a reação do primeiro movimento da saída. A velocidade de reação tem uma parte sensorial e a outra motora. Não existe reação entre elas no treinamento, porque corredor que reage a estímulos acústicos não a faz da mesma forma para os estímulos óticos. VELOCIDADE EM MOVIMENTOS ACÍCLICOS: na velocidade acíclica, existe um movimento contínuo de aceleração e nunca um movimento uniforme. A sua função é possibilitar a passagem por um espaço num tempo mínimo. Em velocidade, a possibilidade de melhorar o trabalho no movimento acíclico depende do aumento do caminho de aceleração ou da obtenção da aceleração em tempo mais curto. VELOCIDADE EM MOVIMENTOS CÍCLICOS: no caso da corrida de 100 metros temos repetições precisas dos mesmos movimentos, do início ao final da mesma. VELOCIDADE DE FORÇA: está relacionada aos trabalhos contra resistência, realizados com grande intensidade, como na fase de aceleração do velocista logo após a largada do bloco. A corrida de velocidade são provas que exigem ao mesmo tempo velocidade e resistência. Nessas provas, a velocidade não é mais do que um fator de resultado; outro fator é representado pela resistência, a qual permite que se mantenha a velocidade máxima durante um tempo mais prolongado, evitando sua perda brusca e prematura. De acordo com experiências realizadas, a maior velocidade possível de um corredor após uma saída parada é conseguida entre 40 e 70 metros, ao que chamamos de velocidade pura. A velocidade pura é definida como sendo a máxima capacidade de deslocamento na unidade de tempo, sem perda aparente de energias. Ela pode atingir até 60 metros, para em seguida começar a diminuir, mais ou menos, dependendo das qualidades da resistência do corredor. Saída alta (para provas de resistência) Aos agasalhos: os atletas que chegam à pista após o seu aquecimento geralmente estarão de agasalho. Com este comando os mesmos irão retirar o agasalho para dar início à participação na prova. Às suas marcas: os atletas irão se posicionar próximo a linha de partida. O tiro propriamente dito: serve para que os atletas dêem início à prova. Última forma: utilizada somente quando o árbitro achar necessário para advertir um dos atletas. Após esta voz os atletas poderão afastar-se da linha de partida e aguardar nova voz de comando. HISTÓRIA DA MARATONA Até hoje, não se sabe, com certeza, se o fato que deu origem à Maratona é verdade ou lenda. Consta que, em 490 aC, os persas ameaçavam Atenas. Diante do perigo iminente, os atenienses enviaram um mensageiro a Esparta, para pedir ajuda. Este mensageiro era o Soldado Pheidípedes (ou Philípides) que correu dois dias e duas noites, cruzando caminhos montanhosos, para chegar ao destino. Com a promessa de auxilio, regressou e engajou-se no combate contra o invasor, uma vez que os persas haviam desembarcado na planície de Maratona. Apesar de possuir um exército pequeno, os atenienses lograram expulsar os invasores, contando para isso com a estratégia do General Milcíades. Após a vitória, Phidípides recebeu a missão de levar a notícia ao povo de Atenas. Apesar dos esforços anteriores, ele correu cerca de 40 quilômetros e, ao chegar ao destino, só conseguiu dizer: "alegrai-vos, atenienses, vencemos. E caiu por terra morto. Apesar de imprecisa, essa é a história mais romântica que ilustra a origem da maratona. Na época o percurso da maratona tinha 40 quilômetros, diferente da marca atual: 42,195km. Esse acréscimo de 2,195km aconteceu no ano de 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres. A família real exigiu que a maratona passasse no jardim do Castelo Windsor,assim eles poderiam assistir à prova. A mudança do percurso, que já estava definido, ganhou alguns quilômetros extras e até hoje quando se disputa uma maratona, os participantes percorrem 42,195km. O ato heróico do soldado Pheidípedes deu origem a uma modalidade esportiva (corrida de longa distância) que foi incluída nos 1ºs Jogos Olímpicos da Era Moderna, por inspiração do historiador e filólogo francês Michel Breal e do Barão Pierre de Coubertin. A primeira Maratona Olímpica foi disputada no dia 10 de abril de 1896, em Atenas, Grécia, na distância de 40 Km e foi vencida pelo grego Spiridon Louis, com o tempo de 2h 58'50", ficando em segundo, o seu compatriota Charilaos Vasilakos, com o tempo de 3h 06'03" e, em 3º, o húngaro Cyuka Kellner, com 3h 06' 35". A partir daí, a prova foi disputada em outros Jogos Olímpicos, com distância variando entre 40 e 42 Km. Em 24 de julho de 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, foi adotada a distância de 42.195 metros (26 milhas e 385 jardas), que permanece até hoje. Posteriormente, tornou-se popular a Meia Maratona, com 21.097,5 metros. São as duas únicas corridas de rua com distância fixa. Todas as outras possuem distâncias variáveis e chamam-se Corridas Rústicas. Ao longo dos anos, a Maratona cresceu em popularidade e em número de adeptos. O desenvolvimento das técnicas de treinamento e o aperfeiçoamento dos materiais permitiram a obtenção de tempos cada vez melhores, estando, hoje, ao redor de 2h 08' no masculino e 2h 22' no feminino. Não é sem motivo que a Maratona é a prova que encerra as Olimpíadas. É um desafio que fascina qualquer corredor. É consenso entre os desportistas que "a Maratona é a sublimação do atleta." CORRIDAS COM OBSTÁCULOS Pode-se dizer que esta prova é semelhante a uma mistura das corridas longas com as de meio fundo e de barreiras, exigindo do corredor algumas qualidades indispensáveis, como: Velocidade de resistência; Boa técnica para corrida em pista; Ser bom na transposição de barreiras e, ao mesmo tempo, possuir habilidade técnica para passar o fosso de água em plena corrida. Por um grande período esta prova não despertou o interesse dos corredores, que sempre deram preferência às corridas rasas. Assim, apenas aqueles de condições pouco satisfatórias nas corridas rasas optavam pela corrida com obstáculo, como se fosse uma forma de consolação. DISTRIBUIÇÃO DOS OBSTÁCULOS NA PISTA Da linha de partida ao início da primeira volta, não existem obstáculos e a distância é de 270 metros. Do início da primeira volta ao primeiro obstáculo há uma distância de 10 metros. Do primeiro ao segundo obstáculo, 78 metros. Do segundo ao terceiro obstáculo, 78 metros. Do terceiro obstáculo ao fosso, 78 metros. Do fosso ao quarto obstáculo, 78metros. Do quarto obstáculo a linha de chegada, 68 metros. Técnica das corridas com barreiras Antes de tudo podemos dizer que as corridas com barreiras são provas de velocidade rasa porque, muito embora o barreiristas se depare com uma série de barreiras colocadas à sua frente no trajeto de sua corrida, ele procura franquear esses obstáculos sem a mínima perda da velocidade e também observar o seu centro de gravidade em linha paralela com o solo, mesmo no momento de executar a passagem sobre a barreira. Esse tipo de corrida é constituído de provas cujas distâncias sejam de 100 a 400m, nas quais o corredor deve ultrapassar um total de 10 barreiras em qualquer dessas provas, independente da distância. Portanto, o número de barreiras é o mesmo para todas as provas variando apenas a distância a ser percorrida e o intervalo existente entre as barreiras, bem como a distância entre a linha de partida até a primeira barreira e da última barreira à linha de chegada. Todas as medidas mencionadas aqui estão contidas no quadro abaixo. Apesar da variedade existente entre as distâncias dessas provas, as técnicas para o seu desenvolvimento são muito semelhantes no que diz respeito à ação da corrida, aos gestos realizados pelo corredor e as fases de que se compõem. Fases da corrida Todas as provas de corridas com barreiras apresentam comum quatro fases, a saber: a) A saída ou largada. b) Da saída ao ataque à primeira barreira. c) Entre as barreiras. d) Da última barreira à chegada. a) A saída ou largada: A primeira fase diz respeito à saída esta é muito parecida com aquela utilizada nas provas decorridas rasas, sendo necessárias apenas algumas adaptações ou pequenas mudanças de características, com o intuito de facilitar o ataque à primeira barreira. Esses detalhes serão vistos no momento em que estivermos estudando cada uma das provas em particular. b) Da saída ao ataque à primeira barreira: Ao sair do bloco de partida para dar início à corrida, o barreirista precisa vencer um determinado trecho antes de chegar à primeira barreira. Este espaço varia de acordo com a distância da prova na qual o corredor é especialista, havendo nesta fase uma característica particular. c) Entre as barreiras: Todas as barreiras estão dispostas uniformemente dentro da raia, com um espaço idêntico entre dez barreiras. De acordo com a distância da corrida, esse espaço sofre uma variação; por este motivo, é preciso realizar um determinado número de passadas para cobrir a distância de separação entre as barreiras; sendo assim, é muito importante que seja mantido o ritmo da corrida até o seu final, para que se torne possível realizar sempre o mesmo número de passadas entre as barreiras. d) Da última barreira á chegada: Ao passar pela décima e última barreira, ainda resta ao corredor um trecho a ser vendido. Esse trecho também é variável conforme a prova que se pratica. Mas a característica comum e principal desta fase é a manutenção da velocidade inicial da corrida, da mesma forma como faz um corredor de provas de corridas rasas. Antes de fazermos qualquer comentário sobre a técnica de transpor a barreira, é preciso lembrar que se deve passar pela barreira e não saltar sobre ela. Além disso, deve-se levar em consideração certas regras gerais: - Abordar a barreira sem diminuir a velocidade; - Permanecer em suspensão sobre a barreira o menor tempo possível ao fazer a passagem, mediante uma elevação mínima da cintura pélvica; - Após a passagem, colocar-se na melhor posição para dar continuidade à corrida, sem qualquer tipo de prejuízo. Tomando por base essas regras, podemos concluir que é praticamente impossível obter êxitos nas corridas com barreiras sem as qualidades de base de uma velocidade, aliadas à melhor técnica de passagem, que é aquela na qual o barreirista consegue recuperar rapidamente o contato com o solo em posição correta, segundo um ritmo adaptado à corrida. Por isso, o franqueamento da barreira nada mais é do que uma modificação da passada. Se, ao contrário, a barreira for saltada em vez de passada, haverá um bloqueio, com conseqüente interrupção da corrida; é por isso que se dá grande importância ao preparo físico específico sem esquecer de cuidar na mesma proporção da técnica correta para a passagem da barreira, sobre a qual faremos a seguir considerações indispensáveis. Como se faz a passagem sobre a barreira? A forma correta de se passar o obstáculo, principalmente as barreiras altas (1,06m), é quase idêntica aos movimentos básicos de uma corrida rápida. Tanto nas corridas com barreiras como nas de velocidades rasas, a rapidez se deriva de um contato devidamente equilibrado dos pés contra o solo de forma que, a cada novo contato com o chão, após a passagem sobre a barreira, há um controle no equilíbrio da ação, sendo melhor então a forma na qual se permanece o menor tempo com o corpo no ar. Detalhes da forma correta, tais como o ângulono momento em que ele começa a deixar o chão para iniciar o ataque a barreira, a inclinação do corpo à frente sobre o obstáculo, a rapidez com que a perna de ataque se dirige ao solo após a passagem e finalmente a posição correta da perna traseira (perna de passagem), jamais podem ser esquecidos. É de grande importância que todos os procedimentos usados para a passagem da barreira tenham uma ação contínua, da seguinte maneira: a) Ponto de impulsão para início da passagem: o corpo do barreirista descreve uma trajetória parabólica, cujo ponto mais alto se dá antes da barreira, isto porque o ponto de impulso, que varia de acordo com a estatura, soltura, mobilidade e velocidade do corredor está mais distanciado da barreira do que o ponto de abordagem no solo após a passagem. b) Passagem da barreira:- Perna de ataque (a que vai à frente): inicia a passagem da barreira no momento em que e lançada contra a barreira, ligeiramente flexionada, para em seguida se estender quando estiver sobre a barreira; quando o centro de gravidade do corredor ultrapassar a mesma e já estiver na fase descendente da parábola descrita pela passagem, esta perna procura descer rapidamente em direção ao solo, buscando a recuperação; c) Perna de transposição ou rebote (a de trás): ao deixar o solo, flexiona-se, elevando-se horizontalmente para a lateral e deslizando no ar, acompanhando a trajetória aérea do corpo; após a passada do centro de gravidade pela barreira e a colocação bastante rápida da perna de ataque em contato com o solo, a perna de passagem começa a se dirigir para a frente através da um movimento do joelho para cima e para a frente, a fim de ampliar a primeira passada a ser dada após o franqueamento do obstáculo para que ela seja da mesma amplitude das seguintes; Técnica da passagem sobre a barreira a) Impulsão no solo, enquanto a perna de ataque se flexiona, projetando o joelho em direção à barreira, juntamente com o braço contrário a essa perna. A inclinação total do corpo para frente deve ser observada nesse instante. b) Perna de ataque chegando a barreira em extensão e o pé fletido, tendo o braço contrário a ela também para a frente, paralelamente à mesma, o tronco flexionado sobre a coxa da perna de ataque, com a cabeça adiantada para a barreira seguinte: nesse momento, a perna de trás começa a se flexionar, iniciando a elevação do joelho para a lateral. O outro braço, em posição normal de corrida, faz um bloqueio no momento em que o cotovelo está atrás do tronco. c) Passagem sobre a barreira, com a perna de ataque em pequena flexão, braço contrário a esta perna ainda para frente, perna de passagem flexionada em elevação lateral e tronco em acentuada inclinação para frente. d) Terminada a passagem sobre a barreira, a perna de ataque procura rapidamente o contato com o solo para fazer a recuperação, tendo o braço contrário a ela iniciado o movimento que o coloca em posição de corrida; a perna de passagem começa a se dirigir para a frente, elevando o joelho para cima e para adiante, enquanto que o tronco começa a se elevar. e) Recuperação, tendo já a perna de ataque apoiada no solo, a de passagem se dirigindo à frente para fazer a primeira passada após a passagem e os braços em posição normal de corrida. - Braços - Normalmente são utilizados dois estilos para o seu posicionamento: o braço contrário à perna de ataque vai para frente e o outro é normalmente flexionado para trás ou então ambos os braços são levados para frente, juntamente com o tronco; - Tronco - No instante em que a perna de ataque começa a buscar a barreira, o tronco começa a se inclinar sobre esta perna, formando no conjunto um movimento tipo "canivete", quanto mais fechado for o ângulo formado por esses dois segmentos, tanto mais fácil se tornará a ação da passagem. Após o franqueamento ou passagem sobre a barreira, o tronco começa a se elevar, procurando voltar à posição normal, enquanto que a perna de ataque procura o solo-o mais rápido possível. O conjunto de todos esses movimentos ou atitudes constitui a ação técnica da passagem sobre a barreira. Considerações gerais sobre as provas de corridas com barreias. Até o momento, nossa preocupação relacionou-se com o estudo da técnica das corridas com barreiras no seu panorama geral. A partir deste momento, vamos procurar fazer um estudo técnico-analítico de cada uma das provas desta especialidade, dentro de suas características particulares, iniciando pela de 110 metros, que normalmente é utilizada para caracterizar as corridas com barreiras. Os 110 metros com barreiras A prova dos 110 m com barreiras é considerada uma das mais bonitas do atletismo, devido à grande velocidade com que é desenvolvida, aliada a uma técnica das mais apuradas, em que o corredor deve respeitar certas exigências do regulamento e se adaptar a ele, independentemente de suas possibilidades de velocidade e de suas características morfológicas e nervosas. Embora havendo sempre detalhes de execução totalmente pessoais de cada corredor, a técnicas e suas características gerais deve ser realizada de forma que cada uma das fases da corrida seja desenvolvida dentro da máxima perfeição, buscando o principal objetivo da competição, que é a vitória. Dessa forma, vamos dar uma visão das características específicas de cada uma das fases desta prova, que jamais poderão deixar de serem consideradas pelo corredor, professor ou técnico. A saída: Nesta prova, a saída é bastante parecida com a dos 100m rasos, devendo-se apenas tomar algumas precauções com relação ao desenvolvimento das passadas iniciais da corrida, que devem ser graduadas dentro da maior velocidade, a fim de se atacar a primeira barreira com a máxima rapidez para que seja possível manter o ritmo da corrida até o final. Além disso, o barreirista deve colocar seu corpo em posição normal de corrida logo nas primeiras passadas, para posicioná-las favoravelmente ao ataque à barreira situada logo em seguida à linha de partida. Não se deve esquecer que o pé de impulso para o ataque da barreira deve ser colocado no apoio da frente do bloco de partida, a não ser em casos excepcionais, em que torne necessária a inversão dos pés, detalhe que será levado em consideração no estudo da fase seguinte. Da saída ao ataque à primeira barreira: A primeira barreira está situada a 13,72m da linha de partida e o ponto de impulsão para o ataque a essa barreira fica por volta dos 11,90m. Para cobrir essa distância, os barreiristas utilizam oito passadas. O ataque à barreira é realizado em plena corrida, ao final da oitava passada. O ponto de impulsão está situado a mais ou menos 6 ou 7 pés de barreira e a ação de ataque é realizada conforme já foi descrito na análise técnica feita anteriormente. Outro detalhe importante a se considerar neste início da corrida se defere à orientação dos pés, que devem estar dirigidos para frente. Entre as barreiras: Logo que o corredor passa pela barreira, sua perna de ataque inicia a descida em direção ao solo, de uma forma natural, porém bastante rápida; o ponto de contato com o chão fica a uma distância variável entre 5 ou 6 pés da barreira. Amortece a queda e prepara, assim, mediante uma ligeira flexão desta perna, a impulsão da passada seguinte, dando início à série de três passadas que serão sistematicamente realizadas para cobrir o espaço de 9,14m que separa as barreiras entre si. Essa curta corrida de três passadas é semelhante a uma fase de aceleração. Sua velocidade será, primeiro em função da velocidade anterior à passagem da barreira, seguindo- se a eficácia da técnica da passagem e a recepção do solo para a sua recuperação após a passagem. Tudo isso deve ser insistentemente treinado para poder ser realizado corretamente, a fim de que o ritmo da corrida não seja prejudicado em virtude do pequeno espaço entre as barreiras com que o corredor contapara conseguir manter a sua velocidade, que tende a diminuir à medida em que cada barreira vai sendo passada. Assim, melhor performance é alcançada com três passadas entre as barreiras, que constituem o menor número possível dentro de um melhor rendimento, pois seria praticamente impossível realizar essa fase com apenas duas passadas, visto que sua amplitude deveria ser de 2,82m, fora do normal, levando a esforços muito intensos e exigindo uma grande elevação do centro de gravidade, com um prolongado tempo de suspensão do corpo. Tudo isso acarreta uma grande perda de tempo. Essas três passadas devem ser cuidadosamente graduadas e automatizadas com o treinamento, para permitir que o corredor faça a abordagem do obstáculo sem modificar o seu ritmo e também dentro de uma regularidade bastante precisa. Da última barreira à chegada: Após a passagem da décima e última barreira, o corredor ainda precisa de energias para dar continuidade à a sua corrida sem perder o ritmo. A distância restante a ser percorrida é de 14,02m, que nesse caso é coberta como se fosse uma corrida rasa, com uma pequena diferença: no instante inicial há uma pequena arrancada, na qual as primeiras passadas são ligeiramente mais curtas, para aumentar gradativamente até a linha de chegada, momento em que o corredor procede como nas provas rasas, utilizando as mesmas técnicas para ultrapassar essa linha final. Durante o desenvolvimento da corrida há uma exigência de esforços intensos e repetidos, o que torna indispensável que o corredor realize corretamente a respiração, expirando ao atacar a barreira e inspirando no momento da recuperação, após a passagem. Portanto, corre sem respirar no espaço de intervalo entre as barreiras. Erros mais comuns nessa corrida: Desequilíbrio muito acentuado nas passadas iniciais da corrida; Primeira passada muito curta após a passagem sobre a barreira; Fazer o ataque à barreira muito longe ou muito perto da mesma; Colocar o pé de impulso voltado para fora di eixo da corrida no momento do ataque Atacar a barreira com a perna flexionada e o pé em extensão; Flexão prematura do tronco ao nível dos quadris; Impulso incompleto da perna de passagem, que não deve ser dirigido à vertical; Desequilíbrio lateral do corpo após a passagem, no momento da recepção do pé contra o solo (recuperação); Má orientação da perna de ataque, Utilização incorreta dos braços, Falta de mobilização geral (flexibilidade e elasticidade). Os 400 metros com barreiras A saída desta prova é idêntica à da prova de 400m rasos. A distância da linha de partida até a primeira barreira é de 45m e o número de passadas utilizado nessa varia de 22 a 25, de acordo com a amplitude da passada do corredor e também com o melhor aproveitamento ao atacar a barreira, cujo ponto de impulsão está situado entre 2 e 2,50m da mesma. Para a passagem da barreira, não é necessária uma flexão muito acentuada do tronco para frente; apenas o braço contrário à perna de ataque é conduzido adiante, sendo que o outro deve ser mantido na posição normal da corrida, para manutenção do equilíbrio. Também deve ser levada em consideração que essa prova é corrida em duas curvas, sendo interessante por isso que o ataque seja efetuado com a perna esquerda e a impulsão com a direita, que se localiza externamente em relação à curvada corrida, o que facilita a ação da passagem. Nesta prova, a distância entre as barreiras é bastante grande, (35m) e por este motivo é de grande importância a manutenção do ritmo da corrida, para que o corredor consiga realizar as 15 ou 17 passadas normalmente usadas até a sétima ou oitava barreira, aumentando em seguida para 17, devido à dificuldade em manter o ritmo da corrida e a amplitude das passadas, em virtude da fadiga que normalmente atinge o atleta no final da prova. Para evitar um grande prejuízo, torna-se interessante que o barreirista consiga atacar a barreira com a mesma facilidade invertendo a posição das pernas. As corridas de revezamento Entre outras razões, as corridas de revezamento se fixaram como uma realidade obrigatória dentro das competições de atletismo, tornando-se uma verdadeira atração, porque, além das emoções que provoca, é também a única prova dessa modalidade esportiva na qual o fator coletivo é extremamente fundamental, por constituir uma prova de equipe, cujos resultados dependem do perfeito entrosamento entre os quatro elementos que compõem a equipe. Temos observado isso no decorrer dos anos em que os Estados Unidos vêm dominando essa prova não apenas pela grande qualidade dos velocistas que surgem nesse país como também pela grande quantidade de equipes que são preparadas em decorrência de um trabalho sabiamente planejado. Técnica dos revezamentos Como já mostramos, existiram vários tipos de corridas de revezamento. Atualmente, são praticadas oficialmente apenas as provas de 4 x 100 m e 4 x 400 m, para homens e mulheres. Assim sendo, e tendo em vista essas provas faremos o estudo da técnica para as corridas de revezamento. A prova constitui uma corrida realizada por uma equipe formada de quatro corredores, na qual cada um deles percorre uma distância semelhante (100 ou 400 metros), conduzindo um bastão. Esse bastão é passado de mão em mão entre todos os componentes da equipe, daí a denominação de corridas de revezamento, devido à troca realizada entre os corredores, a qual é feita dentro da zona de passagem ou zona de revezamento, constituída por um espaço de 20 m situado dentro da raia. No revezamento 4 x 100 m, a primeira zona tem seu início aos 90 m e o final nos 110 m; a segunda se inicia aos 190 m e finaliza nos 210 m; a terceira com início nos 290 m e final nos 310 m, formando desta maneira o conjunto de três zonas de passagem ou de revezamento, sendo que o quarto corredor da equipe apenas recebe o bastão e o conduz até o final da prova, não precisando passá-lo a mais ninguém, uma vez que é o último corredor da equipe, aquele que fecha o revezamento, totalizando a distância de 400 metros que a equipe tem que correr. Já na prova dos 4 x 400 m existe apenas uma zona, porque cada componente da equipe corre 400 m, ou seja, uma volta na pista que, oficialmente possui essa medida; portanto, o início da prova se dá no mesmo local onde se realizam os revezamentos, ou seja, na zona de passagem, assim como também o seu final. Cada uma dessas provas possui uma forma particular de desenvolvimento com uma característica própria para a efetuação das trocas ou revezamentos, nos quais se procura ganhar o máximo ou perder o mínimo possível de tempo com o mecanismo. É exatamente sobre este mecanismo de ação que a técnica tem a sua influência, por isso vamos nos deter em seguida nos procedimentos realizados por cada um dos corredores em função de um melhor resultado para a equipe. Para se integrar na técnica dessa especialidade, é preciso levar. Em consideração uma série de fatores responsáveis pelo seu desenvolvimento, que são os tipos, estilos e formas de passagem de bastão, mais os métodos adotados no desenvolvimento de corrida. Todos esses fatores possuem uma variação, a fim de atender às necessidades de cada uma das provas. Tipos ou estilos de passagem do bastão 4 x 100 m Dentre os estilos que já foram experimentados, utilizados e abandonados, ficou comprovada a eficiência, evidente com alguns inconvenientes, de dois estilos para a passagem do bastão: o francês ou descendente e o alemão ou ascendente. Francês ou descendente: Neste estilo, o corredor que vai receber o bastão, ao ouvir o sinal do companheiro que está de posse do objetivo, estende para trás um dos braços, previamente determinado, colocando a mão com a palma voltada para cima e com os dedos unidos, à exceção do polegar, que se afasta dos demais, colocando se em posição de recepção. Nesse momento, o corredor que conduz o bastão coloca-oatravés de um movimento de cima para baixo e pela extremidade livre do mesmo, na mão do receptor, que o agarra rapidamente e coloca o braço em posição de corrida, dando prosseguimento à corrida. A vantagem deste estilo está no fato de que a maneira como o bastão é colocado sobre a mão do companheiro possibilita um espaço livre maior, o que facilita a entrega seguinte. Alemão ou ascendente: Aqui, para receber o bastão, o corredor coloca o braço de ação semiflexionado para trás, com a palma da mão voltada para cima e o companheiro que se aproxima, tendo os dedos unidos, excetuando o polegar, que forma uma letra V voltada para baixo, em direção do solo. Dessa forma, o bastão é colocado em sua mão através de um movimento de baixo para cima, executado pelo companheiro que se faz a passagem. Daí a denominação da passagem ascendente, devido à trajetória de elevação do bastão para ser depositado na mão do corredor receptor. O inconveniente deste estilo no perigo de o bastão cair da mão, uma vez que a mão receptora deve se unir ou ficar muito próxima à mão do companheiro que faz a entrega, a fim de não faltar espaço no bastão nas passagens seguintes, isto é, a metade anterior do bastão precisa ficar livre. Forma de passagem do bastão Dependendo da distância do revezamento, existe uma forma particular para se fazer a passagem do bastão. Como existem duas classes de revezamentos, os rápidos (4 x 50 m, 4 x 75 m e 4 x 100 m) e os longos (4 x 400 m para cima), são utilizadas, então, duas formas de passagem, uma para cada classe: a passagem não-visual ou "às cegas" e a passagem visual. Passagem não-visual ou "às cegas": Como já contamos, a técnica da passagem do bastão visa uma realização extremamente rápida nas trocas entre os componentes da equipe e qualquer procedimento utilizado este fim, que resulte em ganho de tempo, deve ser aproveitado da melhor maneira. É por esse motivo que os revezamentos de velocidade (4 x 100 m) utilizam a forma não-visual ou "às cegas" que recebe essa denominação porque, no momento em que se está processando a passagem, o corredor que recebe o bastão o faz sem olhar para trás, já sabendo da ação do companheiro, isto é, toda a ação se efetiva automaticamente. Assim, são economizadas preciosas frações de segundos, o que irá se refletir positivamente a esses motivos, para ser eficiente, a passagem não-visual ou "às cegas" precisa ser muito treinada entre os quatros elementos que compõem a equipe, para se tornar automática. Passagem visual: Esta forma de passagem do bastão é característica dos revezamentos longos (acima de 400 m), que não exigem tanta velocidade ao serem efetuadas as trocas, visto que cada um dos corredores já está bastante cansado ao aproximar-se do final da sua etapa de corrida, o que lhe impede de desenvolver ou imprimir uma velocidade muito alta. Com isso, não se torna necessária a realização da passagem do bastão com tanta rapidez, porque a reduzida condição do corredor que vai fazer a entrega obriga o companheiro receptor a esperá-lo, olhando a sua ação, daí a denominação de passagem visual. Métodos para o desenvolvimento do revezamento Além dos estilos e tipos de passagem do bastão, um outro procedimento a ser levado em consideração, visando o melhor rendimento, na corrida, diz respeito aos métodos empregados para o desenvolvimento de todo o conjunto dos revezamentos a serem efetuados no transcorrer da prova. Esses métodos, que completam o mecanismo das corridas de revezamento dizem respeito à maneira pela qual o bastão deve ser conduzido durante a trajetória da corrida, ou seja, a mão na qual o bastão deve ser transportado. Para isso, são utilizados dois métodos: o uniforme e o alternado. Método Uniforme: Caracterizado pela troca de mãos, porque o corredor recebe o bastão em uma das mãos e imediatamente passa-o para a outra. Exemplo: o primeiro corredor parte com o bastão na mão direita e entrega-o ao segundo em sua mão esquerda; este imediatamente troca o bastão de mão, passando-o à direita, para prosseguir a corrida; e assim sucessivamente, de forma que os quatro corredores realizam suas etapas da corrida conduzindo o bastão na mão direita, realizando portanto uma ação uniforme. Considerando que existe uma pequena perda de tempo e uma ligeira influência negativa na ação da corrida, esse método já não é o mais indicado, muito embora tenha sido utilizado pela excelente equipe dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, enquanto todas as demais equipes finalistas o método alternado, no qual não se faz a troca de mãos. Método Alternado: Neste método não existe a troca de mãos; o bastão é transportado na mesma mão que o recebeu e, por este motivo, torna-se necessário adotar algumas medidas para a disposição de cada um dos componentes da equipe dentro da pista. Assim, o corredor transporta o bastão na mão direita corre pelo lado interno da sua baliza e o que recebe já está postado no lado externo da baliza, por onde fará a sua corrida uma vez que o bastão será depositado em sua mão esquerda. No conjunto todo, pela ordem, o primeiro corredor leva e passa o bastão com sua mão direita, correndo pelo lado interno da pista; o segundo corredor recebe, leva e passa o bastão com sua mão esquerda; correndo pelo lado externo da baliza; o terceiro recebe, transporta e passa o bastão com sua mão direita, correndo pelo lado interno e, finalmente, o quarto último componente da equipe recebe o bastão em sua mão esquerda e o mantém na mesma durante toda a corrida, até ultrapassar a linha de chegada, fechando assim o revezamento. Disso se conclui que os revezamentos foram realizados alternadamente - direita, esquerda, direita, esquerda - razão pela qual esse método se denomina método alternado. O revezamento 4 X 100 metros Já mencionamos que os revezamentos rápidos possuem três zonas de passagem, nas quais devem ser efetuados as trocas ou revezamentos entre os corredores. Em hipótese alguma o bastão pode ser passado de um corredor para o outro fora dos 20 m da zona de passagem. Como é necessário que essas trocas sejam efetuadas sem solução de continuidade da corrida, para não prejudicar a velocidade, existe um espaço de 10 m antes do início da zona de passagem, denominada zona opcional, onde o corredor que recebe o bastão se coloca em posição de espera do companheiro que traz o bastão a ser recebido por ele. Essa zona tem objetivo permitir ao corredor receptor do bastão iniciar a sua corrida com antecedência, a fim de entrar na zona de passagem em alta velocidade, para se igualar à velocidade do companheiro que está chegando. Assim, desenvolvendo o mesmo ritmo os dois efetuam o revezamento sem perda de tempo, pois caso contrário haveria uma quebra na continuidade da corrida, porque aquele que recebe não teria espaço para adquirir sua velocidade total. Conseqüentemente, o corredor que chega com o bastão para fazer a entrega teria que diminuir o seu ritmo, prejudicando desta forma o melhor rendimento. O corredor que vai receber o bastão deve se colocar no começo da zona opcional numa posição favorável para executar a sua ação. Para isso, existem duas maneiras de posicionamento: a saída alta e a saída semi-agachada. Saída alta: O corredor se coloca em pé ligeiramente ântero-posterior, tendo o peso do corpo sobre a perna da frente. A cabeça deve estar voltada para trás, com o olhar dirigido ao companheiro que vem ao seu encontro. Saída semi-agachada: É a posição de espera em que o corredor postado no início da opcional se coloca na posição de três apoios, com as pernas em afastamento ântero-posterior e a mão contrária ao pé da frente apoiada no chão. O olhar deve estar voltado para trás do lado oposto à mão que está apoiada, observando o companheiro que se aproxima. O braço livre é colocado para trás, em posição normal de corrida. Essas duas posições, adotadas pelos corredores que vão recebero bastão, além de ajudar a impulsão inicial da corrida, também permitem uma melhor visualização do companheiro que está se aproximando com o bastão. Assim, quando este passa por uma marca feita na pista, denominada handcap ou referência, o receptor do bastão começa a correr e não olhar mais para trás, porque a partir desse instante toda a ação realizada pelos dois corredores é automática, obtida através de treinamento, até que o bastão seja passado de um corredor para o outro. Esse handcap tem uma medida variável, normalmente 20 a 30 pés, uma vez que é determinada de acordo com a velocidade dos dois corredores que vão realizar o revezamento. Assim, quando o corredor que chega com o bastão passa pela marca indicativa do handcap, aquele que vai receber começa a sua corrida sem mais preocupação, pois a marca utilizada como referência lhe dá o tempo suficiente para adquirir uma velocidade igual ou aproximada a do companheiro quando ambos já estão dentro da zona de passagem, prontos para fazer o revezamento, que só acontece através de um aviso dado pelo corredor que vai passar o bastão. Isso acontece nos cinco metros finais da zona de passagem, portanto já no final. Finalmente, para se chegar ao sucesso na formação de uma equipe de revezamento 4 X 100, é preciso uma combinação de todos esses procedimentos técnicos que acabamos de comentar, mais as perspectiva e a visão do professor ou técnico na escolha dos componentes da equipe. Para a seleção dos elementos que deverão formar uma única unidade, em que cada uma das peças integrantes deve estar totalmente adequada à sua função, levamos em consideração as características individuais de cada um, nas quais se observa o seguinte: A) O primeiro corredor: corre uma distância maior com o bastão em relação aos demais companheiros. Preferivelmente, dever ser um bom corredor de curva porque a sua etapa de corrida é composta da primeira curva da pista. E finalmente, deve ser um grande largador, por ser ele o elemento encarregado de sair do bloco de partida, portanto, o iniciante da corrida. B) O segundo corredor: deve ter sua velocidade combinada com a do primeiro corredor, ou seja, sua velocidade inicial deve estar relacionada com a velocidade final do primeiro homem. Deve ter uma reação bastante rápida para iniciar a sua corrida no momento em que seu companheiro passa pelo handcap, para que sua partida seja bastante segura. Precisa dominar perfeitamente o revezamento, uma vez que vai receber e passar o bastão logo a seguir. E deve ser um bom corredor de reta e muito potente porque, juntamente com o terceiro corredor, é o elemento que corre maior distância entre os componentes da equipe (cerca de 126 m aproximadamente). C) O terceiro corredor: tal como o primeiro corredor, deve ser um excelente corredor de curva; as demais características são idênticas ao segundo corredor. D) O quarto corredor: entre todos os componentes da equipe, é aquele que corre a menor distância com bastão na mão, por ser o último corredor, cuja etapa termina na linha de chegada com o bastão na mão. Por ser o último corredor, cuja etapa termina na linha de chegada da prova, precisa estar bem entrosado com o terceiro corredor e dominar perfeitamente a recepção do bastão, não tendo necessidade de ser um bom entregador porque não realiza esta ação, uma vez que é finalizador. Normalmente, é o melhor velocista porque será o elemento que deverá manter uma possível vantagem conseguida por seus companheiros ou mesmo tirar ou descontar um possível retardamento, ocasionado por alguma deficiência. Com essas considerações, torna-se possível concluir que cada um dos quatro componentes da equipe deve possuir certas características individuais, de acordo com as exigências da prova, e que cada uma dessas exigências deve ser muito treinada para se atingir a maior perfeição. Outro fator que deve ser levado em consideração, por ser também de grande importância é que, após formada a equipe, deve-se manter a mesma ordem ou disposição dos corredores porque o perfeito entrosamento e sincronismo entre todos os elementos é difícil de ser conseguido com total perfeição e as constantes mudanças viriam a comprometer ainda mais a unidade da equipe. Considerações finais sobre a prova dos 4 x 100 metros Para finalizar o estudo da técnica de revezamento do 4 x 100 m, vamos mencionar algumas das conclusões sobre o perfil atual desse tipo de prova, apresentadas no VI Congresso da Associação Internacional de Atletismo, realizado no ano de 1973 em Madri, no qual foi apresentado um panorama técnico de grande importância, visto que os resultados são de grande valor para os professores de Educação Física e Técnicas de Atletismo, porque são produtos de análises das oito melhores equipes de revezamento dos Jogos Olímpicos da Alemanha em 1972. - Com exceção da equipe dos Estados Unidos, que utilizou o método alternado com troca de mãos, todas as demais empregaram o método alternado sem troca de mãos - Com exceção da Polônia, que empregou um tipo exclusivo de passagem e da Itália que combinou a passagem ascendente com a descendente, todas as restantes utilizaram a passagem ascendente ou alemã. - A grande maioria das equipes adotou para os seus componentes a recepção do bastão com o braço estendido. - Quanto à posição de espera para iniciar a corrida dentro da zona opcional, foram adotadas pela maioria dos corredores a saída alta e a semi-agachada, sendo que, para a primeira e terceira entrega, os corredores se colocavam do lado externo da raia e no lado interno para a segunda passagem. Os que adotaram a saída semi-agachada, em sua maioria apoiavam a mão contrária ao pé que estava à frente, com o olhar dirigido para o interior na primeira e terceira entrega exterior na segunda. Da essência dessas conclusões, pode-se notar que, atualmente, a eficácia de uma técnica de revezamento rápido se baseia especialmente no método alternado sem troca de mãos, em que os atletas que correm em curva o fazem próximos do lado interno de sua raia e os que correm na reta desenvolvem o seu trajeto bem próximo ao lado externo da sua raia. As entregas do bastão são feitas com a máxima velocidade por ambos os corredores, que realizam a sua ação mantendo o tronco em posição ou colocando-o ligeiramente flexionado para receber o bastão. Nota-se que, aparentemente, as corridas de revezamento parecem muito simples. Por esse motivo, a grande maioria de nossos professores freqüentemente improvisa suas equipes ou deixam tudo para o momento, esquecendo ou ignorando esse conjunto de pequenos detalhes que são de importância fundamental, uma vez que sem os mesmos a equipe deixa de ser um conjunto, perdendo a unidade geradora da motivação que permite a continuidade de um trabalho realizado com muita satisfação tanto pelos alunos como pelo professor. O treinamento O treinamento para os componentes de uma equipe de revezamento é o mesmo utilizado para os corredores de 100 a 200 metros rasos, uma vez que normalmente a equipe é formada pelos corredores dessas duas provas. A este tipo de treinamento deve ser acrescido o treinamento técnico, visando a boa realização dos fundamentos desta prova para que haja o necessário entrosamento entre os quatro elementos. Os aspectos técnicos a serem abordados no treinamento desta prova são os seguintes: a) Saídas do bloco: Na saída do bloco para o primeiro componente da equipe, sem esquecer que, para realizar a saída ele deve ter na mão o bastão. Para facilitar o apoio dos dedos sobre a pista, podem ser utilizadas algumas formas. b) Mecanismo da passagem: O mecanismo da passagem do bastão deve ser ensaiado insistentemente, até que haja uma perfeita execução entre os quatro elementos da equipe. Assim, o primeiro elemento treina a passagem ao segundo; este treina a recepção do primeiro e a passagem para o terceiro; o terceiro treina a recepção do segundo e a passagem ao quarto eeste treina a recepção do terceiro e não precisa ser um excelente entregador, porque ele finaliza a prova, não precisando desta maneira passar o bastão a ninguém. Esses exercícios podem ser realizados com os dois companheiros parados no lugar, trotando ou correndo em alta velocidade, quando os fundamentos estiverem dominados. c) Ajuste de velocidade: Este item é o mais importante, pois se refere ao ajuste da velocidade entre o primeiro e o segundo, o segundo e o terceiro, o terceiro e o quarto elementos. Esse ajuste de velocidade é praticamente o responsável pelo sucesso ou insucesso de uma equipe. Para isso, é necessário ajustar perfeitamente o ponto de referência ou handcap utilizado em cada zona de passagem, para que os elementos que se revezam possam fazer o revezamento na máxima velocidade. Isso requer muita paciência e constantes ajustes no ponto de referência. d) Finalmente, de tempos em tempos, deve-se fazer a equipe realizar a corrida completa, a fim de se verificar como está funcionando o conjunto. O revezamento 4 x 400 metros Como exemplo para o estudo das provas de revezamento longo, faremos um estudo da corrida de 4 x 400 m, por ser ela a representante oficial desta classe do revezamento. As outras provas são as corrida de 4 x 800 m, 4 x 1.500m, o revezamento sueco 400 x 300 x 200 x 400 m e outros. A principal característica desse tipo de revezamento aos revezamentos rápidos, a troca entre os corredores não realiza com tanta velocidade, devido ao cansaço com que cada um dos corredores termina sua etapa de corrida, produzindo relativo débito de O2 e falta de forças suficientes para que seja imprimido um ritmo mais veloz no final da corrida. Por esses motivos, a entrega do bastão nesta prova se faz através da passagem visual. Mas devemos descrever e aconselhar apenas três deles por serem os mais comuns e de comprovada eficiência. 1) Passagem ascendente: Idêntica à passagem ascendente alemã, utilizada nos revezamentos de velocidade do tipo não-visual, diferindo apenas no fato de que o corredor que vai receber o bastão, embora já estando correndo, se mantém olhando para o companheiro de trás, até que este lhe coloque o bastão na mão. No momento em que vai ser feita a passagem do bastão, o corredor que vai receber estende para trás o braço, de maneira que a palma da mão fique voltada para o interior. O dedo polegar se coloca voltado para o chão e os demais unidos, apontados para o companheiro que vem chegando com o bastão. Através de um movimento ascendente da sua mão, o entregador deposita o bastão do receptor de que forma que a extremidade livre do bastão seja aquela a ser agarrada pelo corredor que o recebe. Nesse momento, este corredor tem o olhar dirigido para trás, visualizando toda a ação do seu companheiro. 2) Passagem descendente: Com as mesmas características da passagem descendente não-visual. O receptor inicia a corrida olhando para trás, para o companheiro. Para receber o bastão, ele coloca o seu braço estendido para trás, tendo a palma da mão voltada para cima e os dedos unidos à exceção do polegar, que fica separado. Preparando-se desta maneira, o bastão é colocada em sua mão através de um movimento descendente do braço do entregador, que coloca a extremidade livre do bastão a mão do corredor que está recebendo. 3) Finalmente: o tipo de passagem mais comum no revezamento 4 x 400 m onde o passador, ao se aproximar eleva seu braço, com o bastão verticalizado. O receptor, controlando a velocidade, corre com o tronco voltado para o interior da pista e num movimento de fora para dentro, arranca o bastão da mão do passador. Logo nos primeiros passos, troca o bastão de mão. Para o revezamento 4 x 400 m existe apenas uma única zona de passagem (de 20 m, sem zona opcional) situada no mesmo local do início e fim da corrida.