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Material para estudos. Não copie! Atividade Prática Unidade 1 Olá estudante, após a leitura do primeiro capítulo do livro de estudos, você aprendeu os conceitos básicos de linguagem e linguagem jurídica. Agora chegou a hora de realizar a primeira prática da disciplina “Linguagem Jurídica”, a prática aqui proposta visa fixar os conteúdos apresentados e desenvolver habilidades que favoreçam o exercício da profissão. Garantir o acesso à justiça à todos, sem restrições, é um direito fundamental previsto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, segundo o qual "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Entretanto, existem dificuldades e obstáculos para que tal direito se torne efetivo, sendo um deles a linguagem jurídica que é uma linguagem muito formal, ou seja, é repleta de termos técnicos. A linguagem rebuscada da lei é muito distante da linguagem comum, coloquial, utilizada no cotidiano, o que, além de impedir a comunicação entre os profissionais do direito e a sociedade em geral, dificulta a comunicação entre os próprios juristas. Vamos a um exemplo: “Em meio a um julgamento, o magistrado de Barra Velha, comarca de Santa Catarina, teria proferido a seguinte ordem: "Encaminhe o acusado ao ergástulo público" (Jornal Folha de São Paulo, 23/1/2005, com adaptações). A sofisticação da linguagem por parte do magistrado, Ricardo Roesler, impossibilitou que sua ordem fosse cumprida de imediato, dada a ausência de compreensão por parte dos servidores do Poder Judiciário acerca do sentido e significado da expressão "ergástulo" — palavra arcaica usada como sinônimo de cadeia. Quando Roesler descobriu que nem seus subordinados entendiam o que ele falava, decidiu substituir os termos pomposos e os em latim por palavras mais simples. ” (fonte: https://www.conjur.com.br/2020-set-29/tribuna-defensoria-elitizacao-linguagem-juridica-obstaculo- acesso-justica) Atividade: Observe a figura abaixo: Fonte: http://admufsjcomunicacao.blogspot.com/ A ilustração acima mostra os elementos que estão presentes no processo comunicativo. Considerando o caso de Barra Velha narrado e os elementos presentes na comunicação faça uma análise discutindo o problema ocorrido na comunicação entre o magistrado e os servidores que obrigou o juiz a mudar o termo utilizado. No campo jurídico ou até mesmo na rua é comum conversamos com alguém e, em um determinado momento é falado uma palavra diferente, quem ouve acaba não entendendo o que essa pessoa falou, se reunimos pessoas que residem na Região Sul e Região Norte do Brasil seria notado que essas pessoas possuem vocabulários diferentes. O problema ocorrido entre o magistrado e os servidores foi que o magistrado usou um termo diferente, por estar na sua função de operador do Direito, dentro de um tribunal, ele usou um termo técnico que impossibilitou os Receptores que seriam os servidores de entender de imediato o que foi falado. O emissor que seria o magistrado teve que mudar esse termo para que seus subordinados pudessem compreender sua mensagem. Atividade Prática Unidade 2 Vimos na Unidade 2 a importância da produção e compreensão de textos para o profissional da área jurídica. Saber ler e interpretar corretamente termos técnicos é muito importante, porém não é uma tarefa fácil. Esse tipo de vocabulário técnico e complexo acaba dificultando nosso entendimento e nossa performance no trabalho. Certos vocabulários técnicos ou termos específicos podem nos possibilitar a busca de mais conhecimentos relacionados a determinado assunto. A melhor maneira de compreender e apreender um vocabulário técnico, o qual não conhecemos, é buscar o conhecimento. Recorrer aos dicionários, às fontes de pesquisas ou até conversar com profissionais da área, pois saber o significado dos termos técnicos melhorará o desempenho das tarefas além de economizar tempo na execução delas. Criar um glossário para consulta é um bom hábito para se familiarizar com vocábulos novos. Pensando especificamente na área jurídica vamos fazer um pequeno glossário tendo como referência a figura abaixo. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/720998221568523381/ Atividade: Preencha corretamente o quadro abaixo. TERMO JURÍDICO SIGNIFICADO ARROLAR pôr em rol ou em lista; relacionar em listagem. CERTAME 1.contenda física; combate, desafio, briga. 2. POR ANALOGIA contenda verbal; debate, litígio, altercação. IMPETRAR 1.Transitivo direto: obter por meio de súplicas; alcançar, conseguir. "suplicou o perdão do imperador e impetrou-o" 2.Transitivo direto e bitransitivo: pedir de maneira humilde e intensa; implorar, rogar. "jamais impetrara o seu perdão" LIMINAR A decisão liminar é aquela proferida em caráter de urgência, para garantir ou antecipar um direito que tem perigo de ser perdido. MALVERSAÇÃO Toda administração que é má, que é ruinosa, que é abusiva, onde se desperdiçam seus valores ou se dilapidam bens. AJUIZAR Fazer ajuizamento é levar a juízo, é submeter uma ação a um juiz, é o ato de protocolar uma ação na justiça para que seja apreciada e julgada por um juiz. CONLUIO Ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72" (a sonegação e a fraude de impostos, por exemplo). HABEAS CORPUS Ação judicial com o objetivo de proteger o direito de liberdade de locomoção lesado ou ameaçado por ato abusivo de autoridade. Atividade Prática Unidade 3 Olá estudante, após a leitura da terceira unidade do livro de estudos, você aprendeu sobre a construção histórica do Direito e como a argumentação é uma técnica importante no Direito. Você compreendeu por quê é comum relacionar lei, código e direito. Essa é uma concepção positivista elaborada no século XIX e que muito influenciou a ideia do que é direito. Também percebeu que quando nos referimos a “direito” há que se ter em conta que não estamos falando apenas na letra da lei, mas a seus fundamentos que devem ser devidamente esclarecidos através da atividade argumentativa. Portanto, o exercício do direito não é tão somente o conhecimento de leis, mas é o exercício de uma atividade argumentativa buscando cumprir as funções da concretização do direito na prática. Sem dúvida, a argumentação jurídica é um processo em que conceitos e conhecimentos técnicos e factuais se interagem a fim de instrumentalizar o operador do direito no enfrentamento de contradições e inúmeras possibilidades de solução diante de um fato da vida social. Agora, tendo como referência o estudo da Unidade 3 do livro da disciplina, vamos realizar uma atividade prática relacionada ao raciocínio argumentativo. Atividade. Observe a figura abaixo: QUESTIONAMENTOS GERAIS DO RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO O quê? Fato jurídico principal ou questão jurídica em discussão Quem? Definição das partes envolvidas e devidamente qualificadas: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residência e demais informações de identificação (RG, CPF, etc.) Quando? Sequência cronológica dos fatos Como? Dinâmica da ocorrência dos fatos Por quê? Razões que deram origem ou justificam o fato jurídico Então .... Adequação do fato à norma jurídica ( Fonte: A autora ) Atividade: A violência doméstica é uma das grandes tragédias vividas atualmente e que em muitos casos o desfecho é trágico. Leia a reportagem “Era para eu estar morta”: relatos da violência nos 15 anos da Lei Maria da Penha em: https://jornalopharol.com.br/2021/08/era-pra-eu-estar-morta-relatos-de-violencia-nos-15- anos-de-lei-maria-da-penha/ A seguir, observando o raciocínio argumentativo proposto, faça um breve texto jurídico sobre o caso de Thamires Guedes Rabello destacando: o fato, os personagens envolvidos, quando, como ocorreram os fatos, as razões e qual previsão legal relacionada ao caso em questão. Faça de forma fundamentada. O caso exposto trata sobre a violência doméstica, onde a vítima relata a má experiência que teve ao ter que suportar de seu ex-companheiro graves abusos e até mesmo ameaçasde morte. Thamires Guedes Rabello relata que deveria estar morta, esse caso gera várias dúvidas, como assim era pra ela estar morta? Não se trata de crime? Não é possível registrar um boletim de ocorrência, assim gerando uma medida protetiva na qual o agressor se manteria longe da vítima?. A resposta é que sim, a vítima registrou o boletim de ocorrência, não só um boletim, mas sete (7) boletins de ocorrência. Devo lembrar aqui como surgiu a lei Maria da Penha: Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha tem o nome emprestado de Maria da Penha Fernandes, uma mulher, cuja a sua vida, o seu bem maior, foi posto em perigo muitas vezes, depois de múltiplas agressões e duas tentativas de feminicídio – umas das quais a deixou paraplégica -, ela lutou 19 anos e meio na justiça enquanto seu ex-marido e agressor permaneceu cumprindo as penas em liberdade ao longo dos anos. Negligência, essa é a palavra certa para definir esse caso, vale salientar que esta lei não foi pensada como resposta à violência doméstica, foi preciso haver pressão internacional para que ela fosse criada, o que mostra o quanto a violência de gênero é naturalizada no Brasil. Voltando ao caso de Thamires, onde mesmo depois proceder com mais de cinco boletins de ocorrência e mais a medida protetiva, ela ainda tinha medo, seu ex- companheiro o ameaçou, afirmando que se ela denunciasse que estava sendo agredida fisicamente e psicologicamente, ele o mataria. E mesmo com todas as ameaças e mais o medo profundo de ser morta, ela o denunciou, “ é difícil mas tem que denunciar” diz Thamires sobre a Lei 11.340, a lei Maria da Penha. Thamires é uma das mulheres vítimas de violência doméstica registradas em 2020 em juiz de Fora segundo dados da Delegacia Especializada no Atendimento à mulher (Deram). De Janeiro a julho de 2020, o órgão solicitou 659 medidas protetivas contra agressores de mulheres. Thamires também se enquadra em um dos 729 casos diários de agressão física registradas pela Lei Maria Penha, o equivale a 30 mulheres agredidas por hora segundo o 14° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2020. Daí fica a dúvida, como as pessoas não percebem isso?. Geralmente aquele agressor não tem o “perfil de criminoso” aos olhos da Sociedade: é bom pai, bom marido, cumpridor de seus deveres, paga as contas, vai à igreja…” observa a delegada Ione Barbosa. Isso prova que não há como identificar um agressor pela aparência ou unicamente por seus comportamentos perante a sociedade, entretanto, a vítima tem voz, e ela não deve se calar, e deve fazer a denuncia do crime, de preferência, numa delegacia de polícia Especializada no atendimento à mulher.