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ESTACA BROCA 
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
BECKMAN, Agatha R. L. – Arquitetura e Urbanismo, abril de 2022 
RESUMO 
Na construção de uma obra sempre será 
necessário fazer a fundação, tanto para servir 
como base da estrutura quanto para evitar 
futuras rupturas ou recalque da edificação. É 
a fundação que cuida da distribuição de 
carregamentos (pesos) das edificações e por 
isso deve ser uma das primeiras etapas na 
obra. Já que existem diversos tipos de solos, 
materiais e possibilidades de construção, tem 
que se fazer o estudo da situação para 
descobrir se a fundação rasa ou profunda é 
mais adequada. A estaca broca é usada em 
obras de pequeno porte com fundações 
profundas e pelo seu baixo custo e facilidade 
de utilização esta fundação é bastante comum 
no país. Nela se faz a escavação manual com 
auxílio de um trado, apiloamento do fundo e 
concretagem no mesmo dia. 
Palavras-chave: Construção civil, estaqueamento, 
fundações. 
 
ABSTRACT 
In the building construction it will always be 
necessary to have a foundation as a structural 
base as well as to avoid future ruptures and 
settlements of the building. The foundation is 
what holds the load distribution, and it must 
be one of the first steps of work. Because 
there are multiple soils, materials and 
possibilities of construction, an awareness 
study will be needed to find out whether a 
shallow or deep foundation would be more 
adequate. The bored pile is used in deep 
foundations for small-sized projects, and 
because of its low cost and ease of use this 
foundation is very common in Brazil. It can 
be done by a single person with the aid of a 
piercer, afterwards it’ll need tamping and 
concreting in the same day. 
Keywords: Civil construction, foundations, staking. 
 
1. INTRODUÇÃO 
Em fundações profundas, as cargas da 
estrutura são transmitidas pela resistência de 
ponta e fuste ao terreno. De acordo com a 
NBR 6122/96, a estaca deve estar assentada 
numa profundidade superior ao dobro de sua 
menor dimensão em planta. 
 
Figura 1: Simplificação da norma. (Fonte: Autor) 
Na conclusão do Cálculo Estrutural, que 
dimensiona os elementos estruturais a fim de 
prepará-los para resistir os esforços que serão 
solicitados e traz mais segurança para a obra, 
e do Estudo Geotécnico, que define os 
parâmetros do solo por ensaios como 
sondagem, ensaios de campo e laboratório, 
finalmente começa-se o trabalho. 
A estaca broca é geralmente destinada para 
construções de pequeno ou (raramente) médio 
porte. Para a execução da perfuração do 
assentamento usa-se a escavadeira e então 
 
 
coloca-se a estaca que poderá ser moldada in 
loco. Elas conseguem ser utilizadas sem 
auxílio de ferramentas ou equipamento e não 
precisam de descida de operário(s) no 
assentamento. 
Na perfuração é utilizado um trado manual ou 
mecânico, sem uso de molde. Posteriormente 
tem-se a concretagem. 
 
2. HISTÓRIA 
A necessidade de fundações profundas não é 
atual. Se encontra desde obras romanas até 
em templos chineses de séculos atrás, 
antigamente já se entendia que com a 
grandiosidade das estruturas vinha também a 
estratégia de fundação. 
No Brasil, o primeiro registro que se tem da 
utilização de estacas cravadas foi em 13 de 
novembro de 1935 através da empresa do 
engenheiro Edgard Frankinoul, por tubos de 
aço recuperáveis. 
 
3. MATERIAIS 
Há uma grande variedade de tipos de estacas 
na fundação e elas são diferenciadas apenas 
por seus métodos construtivos e o material 
usado. A estaca broca é classificada como 
moldada in loco, sem lama bentonítica 
(líquido que facilita a escavação e reforça as 
paredes do local perfurado). A estaca pode ser 
feita de madeira, aço, concreto pré-moldado, 
concreto moldado in situ ou mistos. Na 
escavação é comum usar cavadeiras metálicas 
que podem ser manuais, ou caso houver 
condições, usar escavadeiras mecânicas. No 
preenchimento do assentamento usa-se 
concreto, preferencialmente com alta 
concentração de cimento. Se necessário, é 
possível usar armação para maior estabilidade 
da estaca. 
 
 
4. EQUIPAMENTO E 
CARACTERÍSTICAS 
 
Figura 2: Operários utilizando o trado para escavação. 
(Fonte: Fabrício Gonzalez, c. 2015) 
Por ser um equipamento simples, usa-se 
apenas a haste em forma de T conectada a um 
trado de 4 facas. A perfuração é vertical, 
nesse processo de rotação e compressão o 
tubo central “engole” e “cospe” a terra. Seu 
comprimento mínimo é de 3 metros e o 
diâmetro é variável (Ex.: 20cm à 50cm), a 
carga máxima é 150kN por estaca. 
Tabela 1: cargas máximas para estacas do tipo broca. 
Diâmetro (cm) Tensão (MPa) Carga usual 
(kN) 
20 
3,0 a 4,0 
100 
25 150 
 
 
5. CÁLCULOS DA CARGA (SPT) 
É possível usar o método de Décourt-
Quaresma: 
𝑄𝑢 = 𝛼 ∙ 𝑞𝑝 ∙ 𝐴𝑝 + 𝛽 ∙ 𝑞𝑠 ∙ 𝐴𝑠 
Ou o método de Aoki-Velloso: 
𝑄𝑢 = 𝑄𝑝 + 𝑄𝑎 
 
6. FUNCIONAMENTO 
Antes de começar a escavação precisa-se 
fazer a demarcação do terreno (com piquetes, 
cercas ou muros), logo terá de se fazer a 
limpeza de terreno (vegetal e materiais) e 
posteriormente a terraplanagem/nivelamento 
 
 
para a próxima fase. A sondagem analisa e 
identifica as diferentes camadas de solo e suas 
classificações, assim como a localização do 
nível do lençol freático. 
 
Figura 3: Fases da utilização da estaca broca. (Fonte: 
Nelson Schneider, 2019) 
Após confirmar que o solo não é impróprio, 
faz-se uma vala como base e usa-se uma 
cavadeira para alcançar uma leve 
profundidade, então finalmente começa a 
perfuração com o trado e retirada da terra 
causada pela rotação. A escavação pode ser 
feita por apenas um operário e não tem risco 
nenhum. Já que esse método (normalmente) 
não tem molde, é necessário fazer o 
apiloamento do fundo para melhor 
compactação do assentamento. A 
concretagem deve acontecer no mesmo dia da 
perfuração e para orientação do fluxo de 
concreto é aconselhado usar um funil com 
comprimento de no mínimo 1,5 m. Se as 
estacas não forem sujeitas à tração ou flexão, 
as armaduras e as barras de aço ou espires 
podem ser colocados (sem estribos) 
diretamente no concreto, pulando a fase de 
arrasamento. Caso contrário, deve-se colocar 
a armadura etc. antes da concretagem. 
 
7. VANTAGENS 
A estaca broca é indicada para obras de 
pequeno porte (máximo 2 pavimentos, 
segundo NR 18) e pode ser produzida in loco. 
Além do baixo custo, não é necessário 
nenhum maquinário auxiliar ou múltiplos 
operários. Por ser uma perfuração manual, 
não tem vibrações ou barulho e a concretagem 
é realizada diretamente no assentamento, 
diminuindo os danos possíveis em estruturas 
vizinhas. Ela também traz a possibilidade de 
coleta de amostras do terreno e escavação do 
bloco antes da execução logo eliminando a 
necessidade de arrasamento. 
 
8. DESVANTAGENS 
Só poderá ser executada em solos coesivos 
(ex.: argilosos e/ou siltosos) e apenas acima 
do lençol freático. A garantia de verticalidade 
é baixa e sua profundidade máxima vai até 8 
metros, além disso também há o risco de 
entrar terra no concreto e ocorrer 
estrangulamento do fuste. Se feito à mão tem 
chance de ser de baixa qualidade e na própria 
escavação pode haver mistura imprópria de 
materiais. O concreto deve ter concentração 
de cimento alta para manter a qualidade ao 
longo do fuste. 
 
9. LEGALIDADES 
Segundo a NBR 6122/2019, deve ser 
preenchido um boletim de controle de 
execução diariamente para cada estaca. Nele 
constará: identificações gerais, data da 
execução, identificação da estaca, 
comprimento de perfuração e concretado, 
desvio de locação (se houver), consumo 
médio de concreto por estaca, características 
da perfuratriz, horário de início e fim da 
perfuração e da concretagem, posicionamento 
da armação, observações relevantes, nome e 
assinatura do executor, do fiscal e contratante. 
 
10. CONCLUSÕES 
Como visto, a Estaca Brocaé viável para a 
execução de fundações profundas para obras 
de pequeno porte. Além de ser facilmente 
moldada in loco com múltiplos materiais e 
não precisar de qualquer tipo de 
especialização em seu uso. Os processos de 
utilização não são complicados e nem levam 
muito tempo. 
 
 
Ao fazer o preparamento e estudo do solo, 
dimensionar a obra, fazer os cálculos 
necessários e a escolha certa de materiais, 
assim como seguir a lei, a possibilidade de 
não funcionar é anulada. 
 
11. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei NBR 6122. Projeto e execução 
de fundações, abril de 1996; 30 de maio de 
2019. 
BRASIL. Lei NBR 6118. Projeto de 
estruturas de concreto – procedimento, 30 de 
maio de 2003. 
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https://nelsoschneider.com.br/estaca-broca/ 
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MIRANDA, Alexsandro José Batista. 
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https://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga-de-fundacoes-em-estacas-pelo-spt/
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