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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA – UNICARIOCA CURSO DE BACHARELADO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DANILO PEREIRA NOVENTA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DE CUSTOS VOLTADA PARA STARTUP RIO DE JANEIRO 2022 DANILO PEREIRA NOVENTA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DE CUSTOS VOLTADA PARA STARTUP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Ciências Contábeis do Centro Universitário Unicarioca, com o requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientadora: Profª Fabiana Adão da Silva RIO DE JANEIRO 2022 DANILO PEREIRA NOVENTA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DE CUSTOS VOLTADA PARA STARTUP Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Ciências Contábeis no Centro Universitário Unicarioca. Rio de Janeiro, 08 de junho de 2022. ______________________________________________________ Professora e orientadora Fabiana Adão da Silva, abreviatura da titulação. Centro Universitário Unicarioca ______________________________________________________ Prof. Nome do Professor, abreviatura da titulação. Centro Universitário Unicarioca ______________________________________________________ Prof. Nome do Professor, abreviatura da titulação. Centro Universitário Unicarioca Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a autorização da universidade, do autor e da orientadora. Ficha Catalográfica ( [NÃO é para preencher os dados aqui. Esta ficha aqui é FANTASIA. Vocês precisarão ir à BIBLIOTECA e solicitar a bibliotecária que gere essa ficha via sistema. Na sequência, substitua essa ficha fantasia pela fornecida pela bibliotecária] SOBRENOME EM LETRA MAIÚSCULA, Nome; SOBRENOME EM LETRA MAIÚSCULA, Nome. O nome de seu projeto/ Nome completo dos autores do projeto; Orientadora: __________ , Rio de Janeiro: Centro Universitário Unicarioca, Dep artamento de Administração, 2019 . Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Unicarioca, Departamento de Administração. Número de páginas: XY folhas: il.; 30 cm . 1 – Palavra chave a. 2 – Palavra chave b. 3 – Palavra chave c. 4 – Palavra chave d. I – COORDENADOR – Centro Universitário Unicarioca. Departamento de Administração. III – Título. ) Dedico este trabalho à minha família que sempre me apoiou em todos os momentos da minha vida. Aqui estão os resultados de todo apoio e encerro está fase com imensa gratidão. AGRADECIMENTOS À Profª Fabiana Adão, por ter me orientado, apoiado e motivado ao longo deste trabalho. À minha mãe Shirlei, por seu exemplo de dedicação aos estudos e que sempre se dispões a me ajudar nas pesquisas. À minha filha Jasmim, que em meio a essa caminhada acadêmica nasceu para transformar e alegrar cada dia da minha vida. À Caroline Rodrigues, que pude conhecer na faculdade e compartilhar nossos conhecimentos ao longo desta caminhada ajudando mutuamente. Enfim, a todos aqueles que fizeram parte dessa etapa da minha vida contribuindo direta ou indiretamente. “A inovação sempre significa um risco. Qualquer atividade econômica é de alto risco e não inovar é muito mais arriscado do que construir o futuro.” (PETER DRUCKER) RESUMO NOVENTA, Danilo. Proposta De Planejamento De Custos Voltada Para Startup. 2022. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Ciências Contábeis. Centro Universitário Carioca. Rio de janeiro. O trabalho tem por objetivo demonstrar a importância da gestão de custos para as Startups. A pesquisa desenvolve-se de forma exploratória. No decorrer das pesquisas descrevem-se os modelos de Startups, tipo de investidores, além de contextualizar os custos em tipo e método de aplicação. Os resultados encontrados apontam um modelo mais utilizado como empreendimento e a importância da gestão de custos para esse modelo de empreendimento. Palavras chave: Gestão; Custo; Startup; Ferramentas; Desenvolvimento; Negócio. ABSTRACT NOVENTA, Danilo. Cost Planning Proposal Focused on Startup. 2022. Work of Completion of the Undergraduate Course in Accounting Sciences. Carioca University Center. Rio de Janeiro. The work aims to demonstrate the importance of cost management for Startups. The research is developed in an exploratory way. In the course of the research, the startup models are described, type of investors, besides contextualizing the costs in type and method of application. The results found indicate a model more used as an undertaking and the importance of cost management for this enterprise model. Keywords: Management; Cost; Startup; Tools; Development; Business. LISTA DE ILUSTRAÇOES Figura 1 - Classificação dos Custos 22 Figura 2 - Custeio por Absorção: Empresas de Manufatura 25 Figura 3 - Custeio por Absorção: empresas Prestadoras de Serviços 26 Figura 4 - Custeio Variável 27 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO 12 1.1 OBJETIVOS GERAIS 12 1.1.1 Objetivos específicos 12 1.2 JUSTIFICATIVA 13 2 – REFERENCIAL TEÓRICO 14 2.1 – A ABORDAGEM DO CONCEITO DE STARTUP 14 2.1.1 – Modelos de Startups 15 2.1.2 – Tipos de Investidores 18 2.2 – A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NAS STARTUPS 21 2.2.1 – TIPOLOGIA DOS CUSTOS 21 2.2.1.1 – Custos Diretos 23 2.2.1.2 – Custos Indiretos 24 2.2.2 – Métodos de Custeio 24 2.2.2.1 – Custeio por Absorção 25 2.2.2.2 – Custeio Variável 26 2.3 – Aplicação da Gestão de Custos na Startup 27 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 28 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 29 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 1 1 – INTRODUÇÃO Como a gestão de custos pode auxiliar uma Startup? Primeiramente devemos saber o que é uma startup, e nada mais é que uma empresa em busca de um modelo de negócio criada em condições de extrema incerteza de forma a buscar um modelo de negócio escalável. Sabe-se que cada vez mais vêm surgindo novos empreendimentos e que muitos vão à falência nos dois primeiros anos de sua criação e que no caso de Startups 90% delas não passam do primeiro ano. Diante dessa incerteza, como a gestão de custos, sendo uma ferramenta, poderia ajudar a nortear tal investimento para o sucesso. Nesse trabalho iremos tratar de como a gestão de custos pode auxiliar as startups, iremos focar a pesquisa nas startups no modelo de e-commerce, uma vez que é um segmento de empreendedorismo que vem crescendo muito e o fato de ser um empreendimento de risco tem uma alta falência. 1.1 OBJETIVOS GERAIS O objetivo principal da gestão custo é auxiliar os gestores e/ou empreendedores a estimarem seus custos de produções e precificarem seus produtos para vendas. É primordial que seja realizada uma análise do custo de produção ou de revenda para que o empreendimento obtenha sucesso e não venha a ter prejuízo e por fim a falência. Para tanto, esta pesquisa pretende promover como a gestão de custo pode auxiliar na otimização dos processos através do modelo startup como forma de empreendedorismo 1.1.1 Objetivos específicos Os objetivos específicos são: A) Contextualizar a gestão de custos sob o modelo startup e conhecermos os custos gerados em todo âmbito do negócio, a fim de minimizar os principais problemas da gestão de custos; B) Descrever o modelo startup como forma de empreendedorismo, apresentando a precificação final de forma correta; 1.2 JUSTIFICATIVA Faremos aqui uma pesquisa exploratória, baseada em livros de contabilidade de custo e livros de desenvolvimento e criação de startup, além de trabalhos acadêmicos e conteúdo de internet produzido por especialistas nos assuntos. A abordagem será qualitativa sobre o objeto de pesquisa de forma ampla. O trabalho será estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo abordaremos o conceito de startup e seus modelos, no segundo capítulo conceituar a gestão de custo e suas ferramentas e no terceiro capítulo discutir como a gestão de custos pode auxiliar nas otimizações dos processos. 2 – REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 – A ABORDAGEM DO CONCEITODE STARTUP Esse tipo de negócio teve sua origem no Vale do Silicio, California, Estados Unidos da América, especializada em tecnologia e inovação. Existem inúmeras startups dentre as mais conhecidas podemos citar a Apple, Youbube, Netflix, Google e Uber. Segundo Graham (2012), ser uma Startup não se trata de ser uma empresa nova nem mesmo ser do ramo de tecnologia ou tão pouco que tenham fundos de investimentos, mas sim ser um empreendimento com objetivo de crescimento rápido. O empreendedorismo é uma importante ferramenta de desenvolvimento para um país, com capacidade principalmente de alavancar a economia através da geração de renda, segundo AUDRETSCH (2008). Dornelas (2008) explica que apesar de ser um fenômeno consolidado em diversos países, como nos Estados Unidos, no Brasil a preocupação em difundir o empreendedorismo é relativamente recente. Diversos estudos sobre empreendedorismo abordam a capacidade em criar e identificar oportunidades, mesmo em cenários adversos, assumindo os riscos inerentes em fazer algo novo ou de uma nova forma que resultará na criação de valor, como um novo negócio. Perin (2015) explica que essa reconfiguração no empreendedorismo tradicional é a chamada revolução das startups. Ries (2012) afirma que o conceito de startup não remete ao tamanho da empresa, a atividade que executa ou setor econômico em que atua, tampouco se refere exclusivamente a um novo produto, um insight ou alta tecnologia. Podemos dizer então que “uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza. O fator inovação para esse modelo de negócio, ou seja, uma startup necessariamente resulta em um novo produto ou serviço que proporcionará valor ao cliente As inovações caracterizam-se pela introdução de novas combinações produtivas ou mudanças nas funções de produções. Unethos (2013) propôs cinco tipos de inovação: i. introdução de novos produtos; ii. introdução de novos métodos de produção; iii. abertura de novos mercados; iv. desenvolvimento de novas fontes provedoras de matérias-primas e outros insumos e v. criação de novas estruturas de mercado em uma indústria. O mesmo autor trata inovação como uma nova combinação dos meios de produção. Para ele, a sociedade apresenta reações ao surgimento de novidades, seja através de grupos prejudicados por elas ou até mesmo sem que haja razões para tal. Com o avanço do empreendedorismo, surgem no cenário brasileiro as startups, que são fundadas por empreendedores, com características específicas. Segundo Nager, Nelsen e Nouyrigat (2012) as startups são empresas em estágios iniciais com potencial para tornarem-se grandes corporações, isso porque de acordo com Ries (2012) umas das características das startups é que o produto ou serviço precisa ser escalável, mas o autor ressalta que o grande diferencial é que sua existência está diretamente ligada a inovação. Segundo o mesmo autor, as inovações nesses negócios ultrapassam o sentido de uma simples vantagem competitiva, uma vez que tratam-se de ideias a respeito de produtos ou serviços que ainda não estão presentes no mercado ou que já existem mas serão apresentados de uma forma inovadora. As startups podem ser de várias formas, um grupo de pessoas trabalhando coletivamente em ideias lucrativas, pode ser uma empresa iniciante, ou também de baixo custo de manutenção e alta rentabilidade e nessa última hipótese temos nosso foco de pesquisa que é como a gestão de custos pode ajudar uma Startup. Normalmente as startups possuem investidores quando nos casos de não se ter dinheiro para tal investimento, neste caso é importante convencer esse investidor. 2.1.1 – Modelos de Startups Existem vários tipos de startups no mercado e poucas pessoas sabem disso, os modelos de negócios variam significativamente e saber em qual tipo se enquadrar é fundamental, a partir daí poderá traçar as melhores estratégias norteando da forma mais adequada e então maximizando seus resultados. Importante salientar que o foco não se resume apenas no produto ou serviço oferecido, mas também o valor gerado para os clientes na solução dos seus problemas e na rentabilidade para o empreendedor. Outro aspecto a ser observado para a escolha do modelo de negócio é o lado financeiro, tipo de investimento a ser realizado pode determinar o modelo de startup adequado. Dito isto, podemos dividi-las em seis tipos de negócios e cada tipo com suas características únicas. São eles: · Small-Business Startup · Scalable Startup · Lifestyle Startup · Buyable Startup · Social Startup · Large-company Startup Agora vamos explicar cada um para ficar mais claro o entendimento e melhor diferenciá-los. Small-Business Startup – Esse tipo é o mais comum, trata-se do pequeno negócio gerenciado pelo próprio empreendedor, para esse tipo de negócio não é pensado para que seja de grande crescimento ou altamente rentável, mas sim sustentável para o empreendedor e o empreendimento. Scalable Startup – esse modelo é o mais desejado pelos empreendedores a ser desenvolvido, pois esses são negócios para crescerem e futuramente serem comprados por investidores e em alguns casos passam a possuir ações em bolsas de valores. Lifestyle Startup – como o nome já sugere são modelos criados por empreendedores que amam o que fazem e suas buscas não se tratam apenas de ganhar dinheiro. Nesse tipo de negócio permite aos seus donos tornar sonhos realidade e assim estarem sempre motivados com o trabalho. Buyable Startup – neste modelo apresenta a ideia de maior risco, pois nele temos um projeto ambicioso a ser posto em prática requerendo um investimento externo de forma a financiar o projeto em busca do crescimento. Um grande exemplo que temos hoje é a criação de aplicativos. Social Startup – já para esse modelo de negócio, foco é a criação de algo que tenha impacto social positivo, totalmente oposto as escaláveis que buscam o crescimento e seguidamente tornar-se milionária. Tendo seu objetivo em tornar a sociedade um lugar melhor para se viver ela pode ser sem fins lucrativos, com fins lucrativos ou um misto dos dois, lembrando que mesmo que tenha fins lucrativos não é seu foco principal. Large-company Startup – no contexto desse modelo encontramos grandes empresas com ciclo de vida mais curto e para elas não basta apenas serem mais eficientes, melhorar os processos existentes e/ou diminuir custos. Neste caso ela precisa inovar, descobrir um modelo de negócio que possa manter ela viva por mais tempo. É fundamental que saiba onde se enquadra seu negócio ou o tipo de negócio que pretende começar para entender as melhores estratégias que deverá adotar para maximizar seus resultados. No que compete à gestão de custos para as Startups é primordial começar pelos custos fixos, uma vez que não dependem de outros fatores ligados a produção, incorrerão na execução ou não de um serviço e/ou produto. O não acompanhamento dos custos fixos pode trazer uma ruptura do negócio em um curto espaço de tempo. O conhecimento de todos seus custos envolvidos é fundamental para avaliar onde pode melhor investir seus recursos e também onde reduzir excedentes em prol de melhorar seus resultados. Como as Startups são empresas de pequeno porte, algumas características desse segmento podem ser observadas como sendo as principais causas de fechamentos dessas empresas: características empreendedoras insuficientes, falta de planejamento antes da abertura, deficiências na gestão do negócio, insuficiência de políticas de apoio, baixo crescimento da economia e problemas particulares com os sócios (SEBRAE, 2015). As empresas nascentes enfrentam outras dificuldades como: desconhecimento de aspectos legais do mercado onde atuarão, a falta de experiências em lidarem com clientes e deficiências sobre aspectos técnicos como a gestão de custos dos produtos e serviços que ofertam. Souza (2014) afirma que mesmo na fase inicial, uma Startup se beneficia ao possuir um processo estruturado de gestão conseguido através de seu modelo de negócios. Muitas pequenas e médiasempresas não conseguem crescer exatamente pela falta de gestão e estrutura geradora de valor ao cliente, pois não possuem um modelo de negócio formalizado. Não há um consenso sobre a definição de modelo de negócio, porém, segundo Demil e Lecocq (2010), um modelo de negócio é definido como uma lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização. 2.1.2 – Tipos de Investidores De acordo GALESNE, FENSTERSEIFER E LAMB (1999), Fazer um investimento consiste, para uma empresa, em dispor capital, sob diversas formas, de modo durável, na expectativa de manter ou melhorar sua situação econômica. Para todo negócio é fundamental ter um investimento de capital, seja ele pequeno ou grande, nesse segundo caso considerando um investidor externo. No caso das startups podemos considerar oito tipos de investimento, como listados abaixo. · Bootstrapping · Investidor-anjo · Capital semente · Aceleradoras · Incubadoras · Venture Capital · VentureBuilding · Crowdfunding Assim como na criação do modelo de startup ao seu negócio temos também os modelos de investidores adequados para cada tipo de negócio, agora vamos conhecer cada um. Bootstrapping– consistem em utilizarem apenas seus recursos, sem recorrer a investidores externos. É de fato o mais comum entre as startup, primeiro o empreendedor viabiliza seu negócio apenas com recursos próprios e atingindo maturidade possa contar com investimento externo. Investidor-anjo – trata-se de uma pessoa física com habilidade de identificar potencial de sucesso e com capital para tal investimento. Normalmente esse indivíduo se reúne em grupo de 2 a 5 pessoas para procurarem startups com potencial e em troca desse investimento oferecido ele busca participação nos lucros, que em média são de 5% a 15%. Já o valor investido pode variar bastante. Algo a se considerar nesse tipo de investidor é que o fato de se reunirem em grupo de pessoas tem como benefício a divisão dos riscos. Capital Semente – claro como o nome, esse tipo está voltado para negócios recém iniciados ou que estão a iniciar, mas que sejam promissoras. Assim como no modelo anterior os investidores buscam ter participação nos lucros, porém neste caso os investidores são grupos de empresários e dessa forma os investimentos tendem a superar os do investidor-anjo. Aceleradoras – são investidores que buscam empresas com um mínimo de maturidade, concentram seus investimentos em negócios que permitem o crescimento de forma escalável. Além da injeção de capital elas trazem benefícios como: mentoria, auxilio na captação de clientes, indicação de parcerias, fornecem estrutura de modelo de negócio, tudo focado em estruturar e almejar conquistar uma fatia do mercado. Incubadoras – neste modelo de investidor temos instituições de ensino e organizações sem fins lucrativos, seu foco é ajudar novas empresas a atingirem o sucesso. Podemos entender que seu investimento não é injeção financeira e sim a capacitação para empreendedores, colaboradores e mentores, por vezes disponibilizam espaço físico para trabalharem além de alocar junto a outras startups. Venture Capital – também conhecido como capital de risco é um modelo focado me pequenas e médias empresas com grande potencial de crescimento, porém ainda novas e com faturamento pequeno ainda. Esse investidor busca algo já montado e com uma carta de clientes já constituída visando tornar um negócio escalável. Vale ressaltar que esse tipo de investimento diferentemente dos outros o investidor estará adquirindo parte da empresa e passará a compartilhar a gestão com o dono. VentureBuilding – esse modelo é considerado a junção dos três modelos anteriores, busca trabalhar um planejamento estratégico, captar recursos humanos além do capital financeiro. Priorizam buscar um modelo de startup já existente desenvolvendo-a e tornando promissora. Assim como a Venturi capital ela passa a ser detentora de parte das ações da empresa. Crowdfunding – neste último modelo de investimento temos a famosa “vaquinha online”, uma espécie de financiamento coletivo, muitas vezes usados para levantar dinheiro para ações sociais, hoje adaptados a angariar fundos de investimentos com finalidades de financiarem empreendimentos diversificados. Após termos visto os tipos variados de startups e os modelos de investidores podemos identificar os riscos existentes nesse tipo de negócio. Por tratarmos de um modelo de negócio que busca ter o aspecto inovador nos deparamos com muitas incertezas, sejam elas de mercado, de investimento ou até mesmo de modelagem de negócio, portanto deve ser pensado de forma minuciosa para aumentar as chances de sucesso. Quando somos o investidor do nosso próprio negócio colocamos nossas economias em risco e qualquer fracasso acarretará apenas na perda do empreendedor e resultar na falência do negócio. Já quando temos investidores externos, sejam eles pessoas com capital para investir em negócios de outros ou até mesmo empresários com a mesma finalidade de investir, neste segundo caso já existi algumas avaliações feitas sobre o negócio com a finalidade de minimizar os riscos de investimentos para o investidor. E por fim nos casos onde envolve recursos públicos os processos para análise de investimentos são ainda mais rigorosos tendo uma lista extensa de parâmetros a serem cumpridos pelo empreendedor que busca investimentos para alavancar seu modelo de negócio. 2.2 – A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NAS STARTUPS Conforme CREPALDI 2018, a Contabilidade de Custos faz parte da Contabilidade Gerencial e não está presa aos requisitos legais ou fiscais nem a convenções padronizadas. A contabilidade de custos tornou-se um importante instrumento para as empresas na formação de preços, controle de gastos, conhecer lucratividade de cada produto, reduzir custos, avaliar o desempenho e auxiliar na tomada de decisão. É o ramo da contabilidade responsável por fornecer informações fundamentadas para auxiliar o planejamento, as operações, o desempenho focando nas reduções de custo e otimização do lucro. Segundo Hansen e Mowen (2001) o ambiente econômico atual criou a necessidade de uma reestruturação da gestão de custos, com a competitividade global e avanços na tecnologia de informação, dentre alguns fatores que levam as empresas a buscar inovações nos processos. Uma boa gestão de qualidade pode determinar o sucesso de um negócio e conhecer bem o seu negócio é fundamental para não precificar um produto ou serviço de forma errada e não por tudo a perder. 2.2.1 – TIPOLOGIA DOS CUSTOS Primeiro devemos entender que os custos podem ser fixos ou variáveis, além de diretos ou indiretos e saber diferenciá-los traz uma melhor compreensão da participação de cada tipo no custo real do produto ou serviço oferecido. Conforme a imagem abaixo podemos entender os dois tipos de classificação dos custos, podemos ainda ressaltar que os custos podem ser classificados em ambas as formas ao mesmo tempo. Ainda na imagem é dado alguns exemplos desta classificação. Figura 1: FONTE:pjufmg (Gabriel Leite, Gabriel Soraggi, Henrique Bcheche e Lucas Grossi) A) Custos Fixos São aqueles que independente da quantidade produzida não tem variação, sendo assim tendo produzido x unidade ou y unidades o custo permanece o mesmo por um determinado período. Segundo Viceconti, Paulo (2018), são aqueles dos quais valores são inalteráveis, seja qual for o volume de produção. Nota-se que os custos fixos são os mesmo em relação ao volume de produção, porém podem variar no passar do tempo. Exemplificando, o aluguel da fábrica é um custo fixo ainda que sofra reajuste em determinado período. B) Custos Variáveis Os custos variáveis já possuem a variação de acordo com a quantidade produzida, inclusive podemos relacioná-lo com os custos diretos como de matéria prima que com o aumento de produção aumenta-se o consumo de material a ser utilizado. De acordo com Viceconti, Paulo (2018), são aqueles conforme os valores mudam em função do volume de produção, desta forma caso não haja produção o custo é nulo, ou seja, aumentamà medida que a produção cresce. O melhor exemplo é a matéria prima consumida. 2.2.1.1 – Custos Diretos Os custos diretos, como o próprio nome sugere, são aqueles que estão diretamente relacionados com o produto ou serviço. Pode ser matéria prima direta e mão de obra direta. É importante que os custos diretos tenham unidades de medidas de consumo para obter o custo exato de um produto, essas unidades podem ser quilogramas, litros e horas trabalhadas. Segundo CREPALDI 2018, os custos diretos são aqueles diretamente associados com o produto ou serviço sendo orçado, em outras palavras, o custo dos insumos que fazem parte da execução do referido produto ou serviço. Ainda segundo ele, para uma apropriação correta, é necessário uma mensuração exata do consumo ou da utilização dos recursos. Os custos diretos obedecem, por isso, a condições objetivas. 2.2.1.2 – Custos Indiretos Os custos indiretos já são aqueles não podem ser relacionados de forma direta e são atrelados ao custo de um produto em forma de rateio. Esses custos são gastos que a empresa tem no exercício da atividade, bons exemplos disso é gasto com energia elétrica, água, administração, honorários e seguros. Conforme CREPALDI (2018), custos indiretos são os de natureza mais genérica, não possibilitando identificá-los imediatamente como parte do custo de determinado produto ou serviço. Para serem incluídos aos produtos ou serviços, exigem a aplicação de algum critério de rateio para porcionar e alocá-lo no produto ou serviço. Simplificando, o custeio é realizado por meio de critérios subjetivos. 2.2.2 – Métodos de Custeio Método de custeio refere-se à maneira de como chegar ao resultado a ser apropriado no custo de um determinado produto ou serviço. Dentre os métodos de custeio existentes os mais utilizados são: Custeio por absorção, custeio variável e custeio ABC. De acordo com CREPALDI (2018), a diferença consiste basicamente na forma de tratamento dos custos fixos. 2.2.2.1 – Custeio por Absorção Também conhecido como custeio integral tem como principal característica tratar com custo do produto todo aquele que é derivado da área de fabricação, sejam custos diretos, indiretos, fixos ou variáveis. Segundo CREPALDI (2018), é a metodologia derivada da aplicação dos princípios contábeis, ou seja, sistema exigido no Brasil. Método esse que leva em consideração que todo custo incorrido no processo de fabricação faz parte do produto fabricado. Abaixo exemplificamos como o custeio por absorção considera todos os custos relacionados à fabricação de um produto ou prestação de serviço. Figura 2: FONTE: MARTINS, Eliseu (2018, pag.20) Figura 3: FONTE: MARTINS, Eliseu (2018, pag.20) 2.2.2.2 – Custeio Variável Este método é também conhecido como custeio direto, consiste em considerar apenas os custos variáveis incorridos num período determinado de produção, dessa forma desprezando os custos fixos. Nessa metodologia o custo unitário nada mais é que o custo variável total de um período dividido pela quantidade produzida, tendo os custos fixos apropriado diretamente no resultado do exercício. De acordo com Viceconti, Paulo (2018), os custos fixos são considerados despesas devido a sua existência mesmo que não haja produção, dessa forma serão encerrados diretamente no resultado do período apurado. A figura abaixo esclarece como o custeio variável não considera os custos fixos parte do custo do produto. Figura 4: FONTE: MARTINS E ROCHA (2014, pag.65) 2.3 – Aplicação da Gestão de Custos na Startup A gestão financeira define a capacidade de crescimento da empresa de forma sustentável através de seus recursos. Afinal, todos almejam escalar e para que isso seja possível é necessário ter uma base sólida e viabilidade econômica em todas as fases do negócio.Fazer a gestão financeira de startups é muito distinta de empresa tradicional. Para aprofundarmos, o crescimento é acelerado, a estrutura de negócio é escalável e a situação financeira muitas vezes de recursos limitados. Na opinião de OLIVEIRA, Antônio Gonçalves; MULLER, Aderbal Nicolas; NAKAMURA, Wilson Toshiro (2000), A contabilidade pode ser entendida como um subsistema dentro do sistema organizacional da empresa. Este, por sua vez, integra um sistema maior, que é o sistema ambiental. Seguindo o entendimento de um ponto de vista sistêmico, a contabilidade está integrada ao meio ambiente de forma a inter-relacionar com a contabilidade como um sistema aberto que por sua vez precisa se atentar as informações externas assim como as informações internas. A aplicação certa desse sistema citado anteriormente poderá garantir que o negócio tenha estrutura à reduzir riscos financeiros e boa perspectiva de crescimento proporcionando fatores indicativos para atrair investidores. Num cenário organizado buscando o melhor controle na gestão de uma startup devemos se atentar para os principais pontos. · Possui um capital de giro suficiente · Monitorar o fluxo de caixa · Ter um bom plano de contas · Contabilizar custo e formar preços · Dispor de acompanhamento de indicadores e relatórios financeiros A boa administração é um fator determinante da sobrevivência, crescimento e sucesso do negócio, com um entendimento e controle desses fatores, seja de forma interna ou por uma prestadora de serviços contábeis, seu negócio terá as informações fundamentadas necessárias para as tomadas de decisões. 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia aplicada no desenvolvimento do presente trabalho tem a finalidade de alcançar os objetivos gerais e específicos. O procedimento aplicado foi o de pesquisa bibliográfica através do estudo de materiais publicados, tais como, livros, artigos, trabalhos acadêmicos e sites contábeis. De acordo com NASCIMENTO(2016), a pesquisa é o principal caminho para o saber, o pensar, o criar e construir. A pesquisa é o caminho para a descoberta de novas oportunidades e novos conhecimentos. Ainda segundo NASCIMENTO, é a pesquisa que abre a mente e nos proporciona não só aprender a aprender, mas também aprender a criar.Nesse entendimento, é fundamental a atuação do pesquisador em delimitar seu objeto de estudo e as suas referências de pesquisa a serem utilizadas. No que se refere à abordagem de pesquisa o tipo utilizado foi a qualitativa, consiste numa busca exploratória com caráter subjetivo do objeto estudo. As características da pesquisa qualitativa são: considera o ambiente local, tem caráter descritivo, objetivação do fenômeno e busca de resultados mais fidedignos possíveis. 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Como o passar dos tempos vimos o surgimento de novos modelos de empreendedorismo e nosso objeto de estudo são as startups. O objeto de estudo foi conduzido por pesquisas bibliográficas através de livros, revistas, artigos e trabalhos acadêmicos, e aprendermos seus modelos e características como forma de empreendimento. Além das startups o trabalho buscam o entendimento de como a contabilidade de custo pode auxiliar como uma ferramenta na tomada de decisão e a definição dos custos numa startup pode ser primordial tendo em vista que você possui um negócio inovador e este ainda não tem um número de clientes que vá alcançar. Tendo visto isso a precificação deverá levar em consideração o número de clientes que poderá atingir. Na contextualização do estudo aqui visto observamos os modelos de startups que são bem variados e de características distintas. No âmbito da pesquisa conseguimos identificar que o modelo mais comum a ser adotado por depender basicamente do criador do negócio é o Small-Business Startup e seu tipo de investimento é o Bootstrapping, não que os demais tipos não sejam adotados, mas num universo onde cada vez mais surgem pequenos negócios o que mais viabiliza o início é este. Nos cenários pandêmicos vivido nos tempos atuais muitos perderam seus empregos e com o recebimento de indenizações além de suas economias viram como saída investir no próprio negócio. Bom exemplo que podemos ter é o próprio dia a dia, normalmente quando adquirimos um produto ou serviço pensamos emqual retorno nos dará e dentro de um negócio não é muito diferente e para isso os indicadores são boas amostragens de como está ou como deve ser a elaboração dos custos para alinhar uma precificação adequada para seu negócio. Dito isto podemos ver quanto fundamental é ter o controle de resultados da empresa através de ferramentas financeiras, tais como, controle do fluxo de caixa, plano de contas, acompanhamento de relatórios e indicadores financeiros, possuir um capital de giro, além de contabilizar custo e formar preços. 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desse trabalho buscou entender como a gestão de custo pode auxiliar as startups com informações e demonstrativos para tornar o negócio viável equacionando melhor a tomada de decisão e permitindo o pesquisador aprofundar seus conhecimentos proporcionando um maior entendimento sobre o tema. O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica a cerca de materiais publicados em revistas, artigos e livros sobre o tema abordado. Com base no objetivo principal foram abordados os seguintes aspectos: (i) os modelos de Startups e seus tipos de investidores; (ii) as tipologias dos custos e métodos de custeios; (iii) a aplicação da gestão de custos nas Startups como ferramenta para tomada de decisão. Para obter resultados dos questionamentos, foram coletadas informações através da pesquisa bibliográfica. Nessa pesquisa verificamos a existência de modelos de Startups mais utilizadas devido uma simplicidade de fatores envolventes para a criação. Já no que diz respeito aos custos não se obteve um consentimento de qual modelo de custeio seja mais apropriado, deixando uma lacuna para outras pesquisas. Por fim, no que compete ao principal fator de estudo desse trabalho entende-se a importância da gestão de custos nas Startups como ferramenta geradora de relatórios e indicadores proporcionando um maior entendimento sobre os custos, por conseguinte auxiliando a tomada de decisão. Conclui-se que a presente pesquisa foi de grande valia e enriquecimento acadêmico para o pesquisador, pois atingiu resultado satisfatório contribuindo com a minha formação profissional onde pude compreender a importância da gestão de custos nesse novo modelo de negócio que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário empresarial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUDRETSCH, D. B. The entrepreneurial society. The journal of technology transfer, v. 34, n. 3, p. 245-254. Dez. 2008. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Contabilidade de Custos, 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2018. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. GALESNE, Alain; FENSTERSEIFER, Jaime E.; LAMB, Roberto. Decisões de Investimento da Empresa. São Paulo: Atlas, 1999. HANSEN, Don R., MOWEN, MaryanneM.Gestão de Custos: Contabilidade e Controle, 3ª Ed. Estados Unidos: CengageLearning, 2001. LOSADA, Bruna. Finanças para startups – O essencial para empreender, liderar e investir em startups. São Paulo: Saint Paul Editora Ltda., 2020. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, 11ª Ed. São Paulo: Atlas, 2018. MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio comparados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. MASCARENHAS,Tiago. Startup: Aprenda a criar um startup do zero. São Paulo: Soul Editora, 2021. NASCIMENTO, Luiz Paulo D. Elaboração de projetos de pesquisa: Monografia, dissertação, tese e estudo de caso, com base em metodologia científica. [Digite o Local da Editora]: CengageLearning Brasil, 2016. PERIN, Bruno. A Revolução das Startups - O Novo Mundo do Empreendedorismo de Alto Impacto. São Paulo: Alta Books, 2015. SANTOS, Aline Alves dos. Gestão de custos. Porto Alegre: Sagah, 2019. Uniethos. Sustentabilidade e Competitividade na Cadeia da Moda. São Paulo: Casa 36. 2013 VICECONTI, Paulo; NEVES, Silverio Das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo, 12ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 12 12