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Maria Eduarda S. Santos APG 
 SOI – Sistemas Orgânicos Integrados 
Febre Reumática
Fisiopatologia 
A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória 
aguda, imunomediada e multissistêmica, que 
classicamente ocorre algumas semanas após um 
episódio de faringite por estreptococos do grupo A; 
ocasionalmente, a FR pode suceder infecções por 
estreptococos em outros locais, como na pele. 
A febre reumática aguda resulta das respostas imunes 
do hospedeiro aos antígenos dos estreptococos 
pyogenes do grupo A, que têm reação cruzada com as 
proteínas do hospedeiro. Particularmente, os anticorpos 
e as células T CD4+ direcionados contra as proteínas M 
dos estreptococos também podem, em alguns casos, 
reconhecer os autoantígenos cardíacos. A ligação de 
anticorpos pode ativar os complementos e recrutar 
células portadoras de receptores Fc (neutrófilos e 
macrófagos); a produção de citocinas pelas células T 
estimuladas leva à ativação dos macrófagos (p. ex., nos 
nódulos de Aschoff). Assim, o dano ao tecido cardíaco 
pode ser causado por uma combinação de reações 
mediadas por anticorpos e células T. 
 
A teoria mais amplamente aceita da patogênese da 
febre reumática baseia-se no conceito de mimetismo 
molecular, pelo qual uma resposta imune tendo como 
alvo antígenos estreptocócicos (pensase principalmente 
que sejam na proteína M e na Nacetilglicosamina do 
carboidrato estreptocócico do grupo A também 
reconhece tecidos humanos. Neste modelo, anticorpos 
de reação cruzada ligam-se a células endoteliais na 
valva cardíaca, levando à ativação da molécula de 
adesão VCAM-1, com recrutamento resultante de 
linfócitos ativados e lise de células endoteliais na 
presença de complemento. A última leva à liberação de 
peptídeos, inclusive laminina, queratina e tropomiosina, o 
que, por sua vez, ativa células T de reação cruzada que 
invadem o coração, ampliando o dano e causando 
espalhamento de epítopos. 
 
Mimetismo molecular: compartilhamento de anticorpos 
ou epítopos de células T entre o hospedeiro e o 
microorganismo - infecções geram anticorpos ou células 
T contra o patógeno infeccioso para limpar a infecção 
do hospedeiro e esses anticorpos e células T também 
reconhecem os antígenos do hospedeiro. No caso da 
doença reumática cardíaca, esses antígenos 
hospedeiros estão localizados em tecidos como o 
coração e o cérebro. 
Resposta imune cruzada: A febre reumática aguda (IRA) 
é o resultado de uma resposta autoimune à faringite 
causada por infecção com o único membro do grupo A 
Estreptococo (GÁS), Streptococcus pyogenes. A resposta 
Maria Eduarda S. Santos APG 
 SOI – Sistemas Orgânicos Integrados 
imune possui reação cruzada resulta em poliartrite 
migratória transitória como resultado da formação de 
complexos imunes (figura), leva à coreia de Sydenham à 
medida que os anticorpos se ligam aos gânglios da base 
e às células neuronais, causa eritema marginatum e 
nódulos subcutâneos na pele, pois os anticorpos se ligam 
à queratina e leva à inflamação das válvulas cardíacas 
e do miocárdio .Embora o miocárdio cicatrize após essa 
inflamação, pode haver danos permanentes nas 
válvulas, o que leva à RHD. A diversificação da resposta 
imune contra um epítopo imunodominante leva à sua 
amplificação (espalhamento do epítopo), o que favorece 
o reconhecimento de vários antígenos próprios e facilita 
o dano ao tecido. 
Cardiopatia Reumática 
A valva mitral é afetada isoladamente em cerca de dois 
terços dos casos de CR, e é afetada juntamente à valva 
aórtica em 25% do restante dos casos. 
 
Alterações na valva mitral: As alterações anatômicas 
cardinais da valva mitral na CR crônica são o 
espessamento dos folhetos, a fusão e o encurtamento 
das comissuras, e o espessamento e a fusão das cordas 
tendíneas. Na doença crônica, a valva mitral está quase 
sempre envolvida. Microscopicamente, as valvas 
mostram uma organização da inflamação aguda, com 
neovascularização pós-inflamatória e fibrose transmural 
que obliteram a arquitetura do folheto. 
Estenose mitral: Na estenose mitral reumática, a 
calcificação e as pontes fibrosas através das comissuras 
valvares dão origem às estenoses “em boca de peixe” ou 
“em botoeira”. Com a estenose mitral intensa, o átrio 
esquerdo dilata-se progressivamente e pode abrigar 
trombos murais que podem formar êmbolos. As 
alterações congestivas de longa duração que ocorrem 
nos pulmões podem induzir alterações vasculares e 
parenquimais pulmonares; com o tempo, elas podem 
levar à hipertrofia do ventrículo direito. O ventrículo 
esquerdo dificilmente é afetado pela estenose pura 
isolada da valva mitral. 
 
 
Imagem histológica representativa da valva mitral de 
controles e pacientes com doença cardíaca reumática 
corados com hematoxilina-eosina. 
A) Visão histológica de uma válvula mitral de controle, 
mostrando fibrose leve (seta). 
B) Valva mitral reumática com fibrose endocárdica (asterisco) 
e intersticial (ponta de seta) importante. Os painéis C-I 
mostram aspectos específicos das valvas mitrais de 
pacientes com doença cardíaca reumática. 
C) Presença de endocárdio (seta) e interstício valvar 
(asterisco). No endocárdio, há fibrose leve. 
D) Fibrose endocárdica moderada (ponta de seta). Coloração: 
hematoxilina-eosina. 
E) Neovascularização (seta) com alguns elementos 
inflamatórios (ponta de seta). 
F) Os focos inflamatórios (seta) são detectáveis dentro dos 
focos de neovascularização (asterisco). 
G) Calcificação nodular (asterisco). 
H) Metaplasia adiposa (seta) com áreas de fibrose (ponta de 
seta) 
Maria Eduarda S. Santos APG 
 SOI – Sistemas Orgânicos Integrados

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