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6 - RESUMO – PÓS EM ENFERMAGEM E ESTOMATERAPIA 
Assistência de enfermagem em grandes queimados 
Dor 
 
A dor é uma das primeiras queixas do queimado. É o resultado da ação do calor sobre 
a pele, excitando os filetes nervosos sensitivos. As queimaduras superficiais são mais 
dolorosas que as de 3.º grau, em virtude de grande número de filetes nervosos não 
terem sido destruídos. O inverso ocorre na queimadura profunda, quando a maior parte 
das células sensitivas são destruídas e as remanescentes são protegidas pelos tecidos 
desvitalizados, só reaparecendo posteriormente, após a perda desta crosta. 
A dor deve ser o primeiro sintoma a ser tratado, pois é um fator desencadeante de uma 
série de alterações neuroendócrinas que podem levar ao choque neurogênico. 
Perda local de líquidos 
O calor provoca no local queimado uma vasodilatação da rede capilar da derme, 
aumentando a permeabilidade capilar dos vasos, permitindo um extravasamento do 
plasma para o espaço intersticial. A formação de vesícula se deve possivelmente à 
ativação de enzimas proteolíticas na pele. O líquido coletado na superfície descola a 
epiderme da derme formando as vesículas. O rompimento destas flictenas leva a uma 
perda real deste conteúdo, ocorrendo o contrário no caso de ser mantida a integridade 
vesicular. Após 48 horas, a reabsorção do líquido se faz paulatinamente pela drenagem 
dos linfáticos e pelos capilares venosos, atingindo a sua totalidade, em média, no final 
de uma semana. Este líquido é importante para o organismo por ser semelhante ao 
plasma sanguíneo, rico em eletrólito e proteínas. Sua perda contribui para o 
desequilíbrio hidro-eletrolítico e hemodinâmico, interferindo em todo o organismo, 
necessitando uma intervenção que vise compensar essas perdas. 
Destruição dos tecidos 
A destruição dos tecidos no local queimado está diretamente relacionada com a 
intensidade e o tempo de ação do agente calórico. De uma maneira geral, existe uma 
proporcionalidade entre a profundidade das queimaduras e a quantidade de calor que 
atuou no local. As lesões apresentam-se com características diversas, segundo a maior 
ou menor intensidade da fonte calórica e o tempo de atuação de cada agente. Estas 
características se apresentam da seguinte forma: 
Consequência da ação de pouco calor 
Produz poças alterações, atingindo somente a camada externa da pele. O calor produz 
uma vasodilatação dos capilares superficiais da derme, levando a congestão 
intravascular local que se manifesta por eritema e dor. O epitélio permanece, mas não 
significa que suas células não estejam danificadas. As queimaduras de 1.º grau estão 
caracterizadas nesta descrição; cicatrizam espontaneamente em poucos dias. 
Consequência do calor de intensidade média. 
A ação do calor na pele produz vasodilatação e consequente permeabilização capilar 
aos líquidos. A histamina decorrente da destruição celular nas queimaduras ativa outros 
elementos que vão favorecer a permeabilidade vascular para a saída de eletrólitos e 
proteínas que, por sua vez, aumentam a evasão dos líquidos até produzir a hipovolemia. 
Uma das consequências da hipovolemia é o retardo da microcirculação local que, 
sofrendo outras interferências, leva à formação de microtrombos. A volta à normalidade 
só é possível mediante a recuperação da integridade capilar. A dor é intensa no 
princípio, atenuando com a formação das vesículas e voltando a se intensificar com a 
rotura do epitélio. As queimaduras do 2.º grau apresentam estas características e 
geralmente epitelizam espontaneamente em torno de 2 semanas. A infecção pode 
transformar uma queimadura de 2.º grau em 3.º grau, exigindo enxertia de pele para sua 
cicatrização. Consequência da ação do calor intenso em curto período 
O calor intenso e rápido atinge profundamente o local em que atua, produzindo 
destruição fulminante do tecido, levando à mumificação celular. Não há tempo para a 
formação de vesículas, pelo fato de o sangue coagular nos vasos. A região, mesmo à 
distância da área queimada, depende da irrigação destes vasos, produzindo a escara 
seca. 
A dor é intensa até a destruição parcial ou total das células nervosas, desaparecendo 
com a formação da escara e reaparecendo após a eliminação desta, que deixam 
descobertos alguns neurônios remanescentes. Geralmente, está escara não tem 
tendência para infecção, devido ao dessecamento celular que dificulta a vida dos 
microrganismos. Estas características são compatíveis com as queimaduras de 3.º 
grau, que não regeneram espontaneamente, necessitando de enxertia de pele e longa 
internação. Consequência da ação de média quantidade de calor durante um longo 
período de tempo. Nesta intensidade calórica, a destruição dos tecidos processa-se em 
2 fases. 
Primeiro, há todo o processo de formação de vesículas, semelhante à descrição da 
queimadura de 2.º grau. 
Na segunda fase, ocorre a coagulação do sangue nos vasos, surgindo todas as 
alterações já mencionadas com a ação do calor intenso num curto período. 
O edema transforma a necrose em escara úmida favorável à infecção. A dor está 
presente com intensidade, no início do processo, atenuando com a destruição dos 
tecidos nervosos. Estas características identificam uma queimadura de 3.º grau. O calor 
produz outras consequências sobre o revestimento cutâneo, como desequilíbrio iônico 
com a saída de potássio e entrada de sódio nas células, que por si só desencadeia uma 
série de alterações gerais. 
A anóxia tissular, como resultado da deficiência circulatória, é uma consequência. 
A destruição das hemácias, levando a hemoglobinemia e hemoglobinúria, presentes nas 
queimaduras elétricas significativas, altera a taxa de hematócrito e consequentemente 
o estado geral do paciente. Todas estas alterações, mesmo tratadas adequadamente, 
podem propiciar a infecção local com intensidade variável.

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