Ao propor uma definição alternativa à de Charles Tilly, o cientista político Mario Diani concebe os movimentos sociais como redes de interação informal entre indivíduos, grupos e organizações engajados em conflitos políticos ou culturais com base em uma identidade coletiva compartilhada. Essa abordagem destaca o caráter relacional e simbólico dos movimentos, cuja coesão não depende de estruturas formais de filiação, mas da capacidade de produzir e sustentar um senso de pertencimento, mesmo em contextos de fronteiras organizacionais difusas. Diani e Della Porta enfatizam ainda que o pertencimento a essas redes é instável e se estrutura por meio do reconhecimento mútuo entre os atores. A identidade coletiva, nesse sentido, é o elo que possibilita a continuidade e a resiliência da ação coletiva, conectando ativistas em diferentes espaços e momentos históricos em torno de uma causa comum. (enunciado do elaborador da questão) Considerando a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Movimentos Sociais, identifique a alternativa que expressa corretamente o papel da identidade coletiva e das redes informais na definição contemporânea de movimentos sociais. A A identidade coletiva fortalece a lógica de filiação partidária tradicional, garantindo a homogeneidade ideológica dos movimentos sociais em contextos institucionais. B A ausência de critérios formais de pertencimento compromete a capacidade dos movimentos de constituírem uma base social duradoura e articulada. C A identidade coletiva funciona como elemento de reconhecimento mútuo entre atores diversos, viabilizando a ação coletiva mesmo na ausência de estruturas organizacionais rígidas. D A ação coletiva só se mantém quando baseada em vínculos institucionais e em redes hierarquizadas com objetivos claros de representação eleitoral. E O pertencimento a um movimento social exige adesão explícita e contínua a uma organização centralizada, que defina a pauta e controle os meios de ação.