Texto: Miguel, Luís Felipe. Jornalismo, polarização política e a querela das fake news. Estudos em Jornalismo e Mídia, v. 16, n. 2, p. 46-58, 2019 (adaptado) O fantasma das fake news e o surgimento da indústria de fact-checking (checagem de fatos) são movimentos paralelos na disputa pela credibilidade e pela legitimidade. Ambos reforçam o entendimento de que há uma “verdade factual” objetiva a ser desvelada pela imprensa. Ao recorrer a agências especializadas em fact-checking, o jornalismo transfere a terceiros sua pretensão à posição de guardião da veracidade factual. Ao assumir como uma de suas funções primordiais testar a veracidade do discurso de políticos, o fact-checking sinaliza uma autocrítica involuntária a respeito do jornalismo declaratório, que é o pão cotidiano do ofício. Toda essa situação cria um pesadelo epistemológico, já que, a rigor, não resta qualquer instância de realidade indiscutível na qual ancorar as pretensões de veracidade discursiva. Se o jornalismo profissional não desfruta mais da credibilidade que suas práticas conferiam, se uma parte do público acredita que ele participa de uma conspiração para ocultar a realidade, não há motivo para não julgar que as agências de fact-checking estejam igualmente comprometidas. É essa indeterminação sem fim que define a era da “pós-verdade”. Tendo em visto esse texto, avalie as asserções a seguir e marque a opção correta. Grupo de escolhas da pergunta Agências especializadas em fact-checking constroem uma vigilância sobre o debate público e é uma resposta direta ao aumento da circulação de fake news. O surgimento de agências especializadas em fact-checking indicam uma inovação no mercado do jornalismo para aumentar a empregabilidade dos profissionais da área. As agências de checagem buscam construir um discurso de que têm mais credibilidade do que a imprensa tradicional, que é desqualificada é desonesta.