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Nos últimos anos, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) tem reafirmado a centralidade do princípio da capacidade contributiva e do mínimo existencial na estrutura constitucional do sistema tributário. De acordo com julgados recentes (como RE 566.471/RS e ADI 4.425), o Estado deve estruturar sua política tributária de forma a não confiscar recursos necessários à subsistência digna, cabendo-lhe, quando necessário, utilizar mecanismos de extrafiscalidade para garantir justiça tributária. Em razão de enchentes que devastaram a produção agrícola de pequenos produtores familiares de um município do interior, a prefeitura encaminhou projeto de lei prevendo isenção temporária do ISS e IPTU para agricultores atingidos, além de suspender a exigibilidade de tributos já lançados. Alguns contribuintes questionaram a medida, alegando que se tratava de renúncia de receita, violadora do princípio da isonomia. À luz da Constituição Federal de 1988 e da finalidade extrafiscal dos tributos, assinale a opção correta. a. A concessão de benefícios fiscais em razão de calamidades representa intervenção ilegítima do Município no domínio econômico, pois viola o princípio da generalidade tributária
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Jessica Porto

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

A opção apresentada, que afirma que a concessão de benefícios fiscais em razão de calamidades representa uma intervenção ilegítima do Município no domínio econômico, não é correta. De acordo com a Constituição Federal de 1988, especialmente em situações de calamidade pública, o Estado pode adotar medidas que visem a proteção dos cidadãos e a recuperação econômica, como a isenção de tributos. A finalidade extrafiscal dos tributos permite que o Estado utilize a tributação como um instrumento para promover justiça social e auxiliar na recuperação de setores afetados, como no caso de agricultores atingidos por enchentes. Portanto, a medida de isenção temporária do ISS e IPTU para os agricultores afetados é uma forma legítima de intervenção do Município, alinhada aos princípios da capacidade contributiva e da justiça tributária, e não viola o princípio da isonomia, pois busca atender a uma situação excepcional que afeta um grupo específico de contribuintes.

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