A proteção social especial de média complexidade é uma das frentes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), voltada para atender indivíduos e grupos que se encontram em situações de risco social ou violação de direitos, que não podem ser resolvidas apenas por meio da atenção familiar ou comunitária, mas que ainda não requerem a intervenção mais intensa da alta complexidade. Esse nível de atendimento se caracteriza por ações intersetoriais e pelo trabalho articulado com diferentes serviços e políticas públicas, visando à proteção, à prevenção e à promoção de direitos.

Diferentemente da proteção social básica, que atua de maneira preventiva e universal, a média complexidade busca intervir em contextos em que há algum tipo de fragilidade ou vulnerabilidade significativa, exigindo acompanhamento especializado e contínuo. Entre as situações atendidas, estão casos de violência doméstica, abuso sexual, exploração do trabalho infantil, abandono, negligência e conflitos familiares graves. Nesse sentido, a atuação se dá de forma individual e coletiva, garantindo que as pessoas recebam suporte adequado para enfrentar as dificuldades e reconstruir sua trajetória de vida com segurança e dignidade.

O público-alvo da proteção social especial de média complexidade é diverso e inclui crianças, adolescentes, adultos e idosos que se encontram em situação de risco social ou cujos direitos foram ameaçados ou violados. Por exemplo, crianças e adolescentes vítimas de violência ou em situação de exploração são acompanhados por equipes multiprofissionais em serviços especializados, como centros de referência especializados em assistência social (CREAS). Também são atendidos indivíduos com necessidades específicas decorrentes de situações de vulnerabilidade social, garantindo a aplicação de medidas protetivas e acompanhamento psicossocial e jurídico.

Os serviços oferecidos neste nível de complexidade envolvem atividades de acolhimento, orientação, acompanhamento familiar, atendimento psicossocial, encaminhamento para rede de saúde e educação, entre outros. Além disso, há um esforço constante para articular políticas públicas, de modo que as ações não se limitem à assistência imediata, mas promovam a autonomia, a inclusão social e a prevenção de futuras vulnerabilidades. Essa abordagem reforça a centralidade do respeito aos direitos humanos e a promoção da cidadania, valores fundamentais da política de assistência social brasileira.

Em síntese, a proteção social especial de média complexidade constitui um mecanismo estratégico para intervir em situações de risco social que exigem acompanhamento especializado e contínuo. Ao atender indivíduos e famílias em contexto de vulnerabilidade, busca-se não apenas a proteção imediata, mas também a construção de condições para a superação da situação de risco, garantindo direitos e fortalecendo a cidadania, em consonância com os princípios do SUAS e da Constituição Federal de 1988.

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