A adesão ao tratamento de doenças crônicas, como a hipertensão arterial, é um desafio complexo que envolve não apenas a prescrição médica, mas também as crenças, os valores e o contexto socioeconômico do paciente. O enfermeiro, atuando na atenção primária, frequentemente se depara com situações em que a compreensão do paciente sobre sua doença e o tratamento diverge do conhecimento científico, impactando diretamente o sucesso das intervenções (Souza, 2019).
Considerando o caso hipotético de um paciente hipertenso que afirma "parar o remédio quando a pressão está boa", assinale a alternativa que representa a conduta adequada do enfermeiro para promover a adesão ao tratamento, conforme os princípios da educação em saúde.
A.
Orientar o paciente de forma categórica sobre a importância do uso contínuo da medicação, alertando sobre os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto caso não siga as instruções.
B.
Desconsiderar a fala do paciente e apenas reforçar a posologia correta do medicamento, entregando um folheto explicativo com os horários de uso.
C.
Questionar o paciente sobre sua percepção de "pressão boa", explorar suas crenças sobre a doença e o tratamento e, a partir daí, construir um plano de cuidados dialógico que desmistifique o uso contínuo.
D.
Encaminhar o paciente imediatamente para uma consulta com o médico, pois a responsabilidade pela adesão medicamentosa é do profissional prescritor.
E.
Sugerir que o paciente utilize métodos alternativos, como chás ou fitoterápicos, para complementar o tratamento, caso ele se sinta mais confortável com essas abordagens.
Ed
há 3 meses
Para promover a adesão ao tratamento de um paciente hipertenso que acredita que pode parar a medicação quando a pressão está boa, é fundamental que o enfermeiro adote uma abordagem que considere as crenças e a compreensão do paciente sobre sua condição. Vamos analisar as alternativas: A. Orientar o paciente de forma categórica sobre a importância do uso contínuo da medicação, alertando sobre os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto caso não siga as instruções. - Embora essa abordagem traga informações importantes, pode ser percebida como autoritária e não considera a perspectiva do paciente. B. Desconsiderar a fala do paciente e apenas reforçar a posologia correta do medicamento, entregando um folheto explicativo com os horários de uso. - Essa opção ignora a opinião do paciente e não promove um diálogo, o que é essencial na educação em saúde. C. Questionar o paciente sobre sua percepção de "pressão boa", explorar suas crenças sobre a doença e o tratamento e, a partir daí, construir um plano de cuidados dialógico que desmistifique o uso contínuo. - Esta alternativa é a mais adequada, pois envolve o paciente na conversa, respeita suas crenças e promove uma compreensão mais profunda sobre a importância do tratamento contínuo. D. Encaminhar o paciente imediatamente para uma consulta com o médico, pois a responsabilidade pela adesão medicamentosa é do profissional prescritor. - Essa opção não resolve a questão da adesão e retira a responsabilidade do enfermeiro em educar o paciente. E. Sugerir que o paciente utilize métodos alternativos, como chás ou fitoterápicos, para complementar o tratamento, caso ele se sinta mais confortável com essas abordagens. - Essa abordagem pode ser perigosa, pois pode levar o paciente a abandonar o tratamento convencional. Portanto, a alternativa correta é: C. Questionar o paciente sobre sua percepção de "pressão boa", explorar suas crenças sobre a doença e o tratamento e, a partir daí, construir um plano de cuidados dialógico que desmistifique o uso contínuo.