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A crônica argumentativa teve, em Nelson Rodrigues, um de seus principais expoentes. Um exemplo disso é o texto intitulado Complexo de vira-latas, o qual está na obra À sombra das chuteiras imortais.

Publicada às vésperas do embarque da seleção brasileira de futebol masculino rumo ao mundial de futebol na Suécia em 1958, o autor utiliza-se de um fato do cotidiano, isto é, a perda da Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, para criticar um conjunto de comportamentos autodepreciativos por parte de alguns jogadores da seleção, mas que acaba se estendendo ao povo brasileiro de uma maneira geral. 

Em relação a isso, assinale o trecho em que o posicionamento do autor é melhor explicado:

A. "Em suma: - temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de 'complexo de vira-latas'. Estou a imaginar o espanto do leitor: - 'O que vem a ser isso?'."

B. "Mas vejamos: - o escrete brasileiro tem, realmente, possibilidades concretas? Eu poderia responder, simplesmente, 'não'. Mas eis a verdade: - eu acredito no brasileiro, e pior do que isso: - sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo."

C. "Tenho visto jogadores de outros países, inclusive os ex-fabulosos húngaros, que apanharam, aqui, do aspirante-enxertado Flamengo. Pois bem: - não vi ninguém que se comparasse aos nossos. Falase num Puskas. Eu contra-argumento com um Ademir, um Didi, um Leônidas, um Jair, um Zizinho."

D. "Eis a verdade, amigos: a derrota frente aos uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação nacional que nada, absolutamente nada, pode curar."

E. "Eu vos digo: - o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia."

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Joaquim Pedro Cutrim

mês passado

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mês passado

Para identificar o trecho que melhor explica o posicionamento do autor em relação ao "complexo de vira-latas", precisamos analisar as opções apresentadas. A. Este trecho menciona a ideia de "complexo de vira-latas" e sugere que há dons em excesso, mas não aprofunda a crítica ao comportamento autodepreciativo. B. Aqui, o autor expressa uma crença no potencial do brasileiro, mas não aborda diretamente o "complexo de vira-latas". C. Este trecho compara jogadores brasileiros a outros de renome, mas não discute o comportamento autodepreciativo ou a fé em si mesmo. D. Foca na dor da derrota, mas não aborda a questão do "complexo de vira-latas" ou a autoconfiança. E. Este trecho é o mais direto em relação ao problema de fé em si mesmo e à necessidade de o brasileiro se convencer de seu valor, que é o cerne da crítica ao "complexo de vira-latas". Portanto, a opção que melhor explica o posicionamento do autor é: E. "Eu vos digo: - o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia."

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