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Em um trabalho sobre a escravidão no mundo greco-romano, Lauffer escreveu que a palavra Sklave, esclave, schiavo, originada na Idade Média, e que a princípio designava os cativos da guerra eslava na Europa oriental, só pode ser transferida para a Antiguidade de um modo anacrônico, o que suscita equívocos. Além do mais, essa palavra lembra a escravidão negra da América do Norte e das regiões coloniais dos séculos mais recentes, o que dificulta ainda mais a sua aplicação nas relações da antiguidade. Poucos ou nenhum dos historiadores da antiguidade que participaram da discussão do trabalho de Lauffer viram com bons olhos essa sugestão radical de abandonar a palavra ‘escravo’.
Considerando a reflexão suscitada pelo texto e o estudo da escravidão na Antiguidade, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. No campo da história, a conexão que se estabelece entre o presente e o passado pode suscitar anacronismo, o que torna possível a ocorrência de equívocos interpretativos
II. escolhas teórico-metodológicas realizadas sem reflexão crítica podem repercutir em completa desfiguração do passado ou da sua relação com o presente.
A asserção I é falsa, mas a II é verdadeira
As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I
As asserções I e II são falsas
A asserção I é verdadeira, mas a II é falsa
As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I
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Matematicamente

há 10 meses

Respostas

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há 10 meses

Vamos analisar as asserções: I. No campo da história, a conexão que se estabelece entre o presente e o passado pode suscitar anacronismo, o que torna possível a ocorrência de equívocos interpretativos. Esta asserção é verdadeira, pois a interpretação histórica pode ser distorcida quando conceitos ou termos modernos são aplicados a contextos históricos diferentes, levando a anacronismos. II. Escolhas teórico-metodológicas realizadas sem reflexão crítica podem repercutir em completa desfiguração do passado ou da sua relação com o presente. Esta asserção também é verdadeira, pois a falta de uma análise crítica nas abordagens teóricas pode levar a interpretações errôneas ou simplificadas da história. Agora, vamos verificar a relação entre as asserções: - Ambas as asserções são verdadeiras. - A asserção II pode ser vista como uma justificativa para a asserção I, pois a falta de reflexão crítica nas escolhas teóricas pode levar a anacronismos e, consequentemente, a equívocos interpretativos. Portanto, a alternativa correta é: As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

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Leia. O exercício do “fazer história”, de indagar, é marcado, inicialmente, pela constituição de um sujeito. Em seguida, amplia-se para o conhecimento de um “Outro”, às vezes semelhante, muitas vezes diferente. Depois, alarga-se ainda mais em direção a outros povos, com seus usos e costumes específicos. Por fim, parte-se para o mundo, sempre em movimento e transformação. Em meio a inúmeras combinações dessas variáveis – do Eu, do Outro e do Nós –, inseridas em tempos e espaços específicos, indivíduos produzem saberes que os tornam mais aptos para enfrentar situações marcadas pelo conflito ou pela conciliação.
O texto acima deixa evidente que uma finalidade da história é
a de validar os costumes e usos de um povo perante os outros.
a de afirmar as identidades já existentes, reforçando seus laços e formas de validação.
o conhecimento e reconhecimento da diversidade cultural e dos que são diferentes.
o surgimento de linhas de análise que defendem a conciliação de tempos e espaços.
a de promover um ensino centrado em um tempo específico, o que vivemos.

As reflexões sobre o tempo histórico, após a Escola dos Annales, promoveram uma revolução na abordagem historiográfica e, no que que tange à temporalidade, atribuíram à longa duração um papel de destaque.
A influência dessa historiografia francesa levou à compreensão da Idade Média como
um período cronológico, entre a Antiguidade e a Idade Moderna, cuja história é atravessada por rupturas e continuidades que se estendem a outras épocas.
uma época entre a queda do Império Romano do Oriente e o fim do Renascimento, na qual se identifica o progresso e a aceleração do tempo.
um período médio entre o início da Antiguidade Tardia e o processo de tomada de Constantinopla pelos turcos, com fortes influências orientais sobre a percepção do tempo cristão.
um período intermediário entre o início da Antiguidade Tardia e o movimento iluminista francês, que denuncia o obscurantismo medieval.
uma época que se estende entre o final do Império Romano do Ocidente e a Revolução Francesa, cujos ideais de liberdade acabam com o Feudalismo.

Do ponto de vista dos métodos, o materialismo histórico não trouxe grandes renovações para a história. Entretanto, do ponto de vista teórico ela foi importante, pois,
apropriou-se da dialética platônica e inverteu-a.
traçou paralelos entre as sociedades antigas e as modernas.
desconsiderou as explorações econômicas e materiais.
aplicou ao processo histórico uma análise crítica do capitalismo.
defendia que havia uma chave para entendimento do de história da humanidade.

Leia. “Em outros termos, aproximando por analogia o desconhecido ao conhecido considera-se que a África não tem povo, não tem nação nem Estado; não tem passado, logo, não tem história. O problema posto nessa lógica interpretativa possibilita que o diverso, no caso a África, seja enquadrado, no grau inferior de uma escala evolutiva que classifica os povos como primitivos e civilizados. Mas qual África?”.
A ideia central da autora é
a lógica de que durante muito tempo prevaleceram nos estudos e análises sobre a África uma perspectiva etnocêntrica.
a noção de que o passado africano tem sido bastante estudado pelos historiadores.
que a existência de uma nação é grau indispensável para o desenvolvimento de um povo.
que a África é formada por um conjunto de povos primitivos, mas também de povos civilizados.
que a África se encontra em estágio inferior de desenvolvimento.

Sobre as instituições em que o historiador pode pesquisar, avalie os itens.
I. Somente em arquivos públicos credenciados.
II. Em arquivos e museus públicos, em monumentos.
III. Em arquivos e museus públicos e privados e outros lugares onde foi arquivado registro dos seres humanos.
I e III
somente III
somente II
somente I
II e III

Leia o texto. (ENADE) Destruídos todos os documentos sobre um determinado período, nada poderia ser dito por um historiador. Uma civilização da qual não tivéssemos nenhum vestígio arqueológico, nenhum texto e nenhuma referência por meio de outros povos, seria como uma civilização inexistente para o profissional de História? A categoria documento define uma parte importante do campo de atuação do historiador e a amplitude de sua busca.
Considerando a necessidade dos historiadores se valerem de registros documentais para produzir conhecimento e, paralelamente, o enorme alargamento de nossa compreensão atual do que sejam documentos históricos, avalie as seguintes afirmacoes.
I. Apesar das transformações pelas quais passou o campo historiográfico ao longo do século XX, ainda são os documentos oficiais (via de regra emanados das instâncias de poder) aqueles que permitem as interpretações efetivamente confiáveis.
II. Para a maioria dos historiadores, na atualidade, a compreensão que prevalecia no século XIX, de que o documento era portador da “verdade dos fatos” não é mais aceita, porque se entende que as interpretações sobre o passado se fundamentam no diálogo construído pelos historiadores envolvendo teoria, eventos e documentos.
III. Durante o século XX ocorreu um alargamento em relação aos objetos de interesse dos historiadores, o que implicou na ampliação do que se pode considerar como fontes históricas, chegando-se a conceder o estudo de “fonte” a praticamente tudo que permita vislumbrar a ação humana.
IV. Um documento histórico não se define como importante a partir de uma determinada visão de época, ou seja, os documentos existem e mantêm seu valor independentemente do meio social que os conversa.
É correto apenas o que se afirma em II e IV.
I, III e IV.
II e III.
I, II e III.
I e IV.

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