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FUNDAÇÕES 
TIPOS DE FUNDAÇÕES 
TIPOS DE FUNDAÇÕES 
• Fundações são elementos que transmitem cargas de uma construção para
as camadas resistentes do solo (subsolo) sem provocar ruptura do terreno de 
fundação ou recalques excessivos. 
• As fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a forma
de transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela se apoia. 
• Fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de
solo capazes de suportá-las, sem deformar-se exageradamente. 
• Esta transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação,
considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo 
desprezada qualquer outra forma de transferência das cargas (BRITO, 
1987). 
• As fundações diretas podem ser subdivididas em superficiais e profundas.
• Fundação Superficial: “elemento em que a carga é transmitida ao terreno
pela base, e a profundidade é inferior a duas vezes a menor dimensão da 
fundação” (NBR 6122/2010). 
• Por outro lado, a fundação é considerada profunda se suas dimensões
ultrapassam todos os limites acima mencionados. 
TIPOS DE FUNDAÇÕES 
TIPOS DE FUNDAÇÕES 
• Fundação indireta: “elemento que transmite a carga ao terreno pela base
(resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou 
por uma combinação das duas. (NBR 6122/2010). 
• As fundações indiretas são todas profundas, devido às dimensões das peças
estruturais (BRITO, 1987). 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Bloco: “elemento de fundação superficial de concreto simples, dimensionado
de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo 
concreto, sem necessidade de armadura” (NBR 6122/2010). 
• É importante ressaltar que bloco é diferente de bloco de coroamento.
• Este último é utilizado como elemento intermediário para transferir cargas
dos pilares para outros elementos de fundação, como estacas ou tubulões. 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Bloco corrido: “bloco sujeito à ação de uma carga distribuída linearmente”.
Apesar de não descrito pela NBR 6122/2010, é muito utilizado sob paredes 
de edificações de um ou dois andares. É também conhecido como “viga 
baldrame” ou apenas “baldrame”. O mesmo se diferencia da sapata corrida 
pois não é necessariamente armado. Portanto as tensões de tração são 
resistidas pelo próprio concreto ou bloco de alvenaria. 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Sapata: “elemento de fundação superficial, de concreto armado,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam 
resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para esse fim” 
(NBR 6122/2010). 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Sapata associada: “sapata comum a mais de um pilar” (NBR 6122/2010).
Este tipo de fundação é muito comum quando há pilares muito próximos com 
cargas atuantes muito altas. 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Sapata corrida: “sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente
ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento” (NBR 6122/2010). Usual 
em edificações de baixa altura ou alvenaria estrutural. A viga que une os dois 
pilares é conhecida como viga de rigidez. 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Radier: “elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os
pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos” (NBR 6122/2010). 
• O radier é caracterizado como elemento de placa, onde duas dimensões são
maiores que a terceira. 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Grelha: “elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se
cruzam nos pilares” (Velloso e Lopes, 2012). 
• Não é citado na norma NBR 6122/2010.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS – TIPOS 
E CARACTERÍSTICAS 
• Tubulão: “elemento de fundação profunda, executado por escavação manual
ou mecanizada (trado mecânico), podendo ser a céu aberto, quando situado 
acima do nível do lençol freático ou a ar comprimido, quando abaixo. 
• Na etapa final da escavação, há necessidade da descida de pessoas no seu
interior para executar o alargamento da base, verificar a qualidade do solo 
e/ou pelo menos, para remover material solto e limpar o fundo da escavação, 
uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas 
preponderantemente pela base” (NBR 6122/2010). 
• É importante ressaltar que a altura da base é limitada a 200 cm para evitar
desmoronamento durante a execução. 
FUNDAÇÕES PROFUNDAS – TIPOS E 
CARACTERÍSTICAS 
• Estaca: “elemento de fundação profunda executado inteiramente por
equipamentos e ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, 
haja descida de pessoas” no seu interior (NBR 6122/2010). No Brasil, para 
edificações com mais de 6 pavimentos, este tipo de fundação é o mais 
utilizado. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Hélice Contínua: estaca moldada in loco, cujo fuste se forma
através da escavação por trado helicoidal e do bombeamento de concreto 
para o interior do furo. Os processos de injeção de concreto e retirada da 
hélice, sem rotação desta, são simultâneos, formando a estaca. Este tipo de 
fundação pode ser feito na presença de água. 
1- Terreno natural; 
2- Posicionamento e introdução do trado; 
3- Perfuração até a profundidade necessária; 
4- Injeção do concreto pela haste central do trado com retirada contínua do 
mesmo, mantendo-se pressão positiva até o final da concretagem; 
5- Instalação da armadura imediatamente após o término da concretagem. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Raiz: estaca moldada in loco executada por perfuratriz que introduz 
no solo, através de rotação ou roto-percução e circulação de água ou ar 
comprimido, tubos de aço com uma coroa de perfuração acoplada à sua 
extremidade, seguida do preenchimento do tubo com “grout” (no sentido de 
baixo para cima) e retirada do tubo. 
1- Terreno natural; 
2- Posicionamento do equipamento e escavação por perfuratriz; 
3- Inserção de armadura no interior do revestimento e posterior concretagem 
sob pressão; 
4- Retirada do revestimento/estaca acabada. 
 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca a Trado: Pode ser perfurada manual ou mecanicamente por trado de 
forma helicoidal, sem revestimento. 
• Este tipo de fundação não pode ser feito na presença de água. 
1- Terreno natural; 
2- Perfuração à trado; 
3- Concretagem. 
4- Inserção de armadura. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Franki: estaca moldada in loco, executada mediante introdução no 
terreno de um tubo robusto de aço (denominado camisa), dotado de uma 
mistura de areia e brita (denominada bucha) na ponta, através de golpes 
com um pilão. 
• Após expulsão da bucha que penetra no solo, executam-se a base da estaca 
e a concretagem do fuste, com concreto seco apiloado e retirada simultânea 
do tubo de revestimento. 
• Este tipo de estaca, ao contrário das demais, possui grande resistência de 
ponta. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Franki:
Fases de execução: 
1- Terreno natural; 
2- Preparação da bucha; 
3- Cravação da camisa por golpes do pilão sobre a bucha e execução da base 
alargada; 
4- Inserção de armadura; 
5- Concretagem do fuste e retirada do revestimento. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Strauss: estaca moldada in loco, escavada mecanicamente por
piteira (também chamada de sonda). Utiliza bate-estaca Strauss, ferramenta 
formada basicamente por tripé, guincho (responsável por movimentar a 
sonda), roldana, tubos guia e pilão.• Este tipo de fundação apresenta custo baixo quando comparado ao das
demais estacas, porém, para uso abaixo do nível do lençol freático exige-se: 
camisa de revestimento e controle rigoroso da execução para evitar 
penetração de lama no concreto, durante a extração da camisa metálica. 
• O aspecto da obra deixa a desejar quando não se cuida adequadamente da
contenção (estabilidade das paredes do furo) e do destino final do material 
escavado. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Strauss:
Fases de execução: 
1- Posicionamento da piteira; 
2- Execução de furo guia para introdução da coroa (tubo com extremidade 
dentada); 
3- Introdução da coroa ao solo; 
4- Retirada do solo interior ao tubo; 
5- Concretagem e eventual inserção de armação; 
6- Retirada do tubo guia. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Estaca Escavada com uso de lama: de seção transversal circular ou
retangular (nesse caso conhecida como barrete ou diafragma), a estaca 
escavada é formada pelo preenchimento com concreto, de uma cava aberta 
no solo, cuja estabilidade das paredes é assegurada pela presença de uma 
lama especial (bentonítica), que tem propriedades tixotrópicas, ou seja, se 
comporta como fluido quando agitada e como gel quando em repouso, 
exercendo sobre as paredes da cava pressão que equilibra a pressão 
externa do solo circundante à cava, até que a estaca seja preenchida com 
concreto/argamassa. 
• Atualmente é muito comum a utilização de polímeros sintéticos como
material alternativo para a lama bentonítica. Estes polímeros, ao contrário da 
lama, não são danosos ao meio ambiente. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Para evitar contaminação do concreto pela lama, a concretagem, submersa,
é executada por mangote introduzido até à extremidade inferior da cava, por 
onde se inicia o lançamento do concreto, enquanto a lama é aspirada por 
outro tubo, para fora da cava. 
• O equipamento de escavação das estacas barrete é denominado “clamshell”.
1- Terreno natural; 
2- Início da escavação, introdução de lama bentonítica e retirada da terra 
escavada; 
3- Inserção de armadura; 
4- Concretagem e retirada da lama bentonítica; 
5- Estaca Finalizada. 
PROCESSO EXECUTIVO DAS 
FUNDAÇÕES 
• Tubulão: é a fundação profunda de mais simples execução e se diferencia 
das estacas por ocorrer descida de operário em algum instante de sua 
execução. 
• É recomendado que o tempo entre a fase de alargamento da base e 
concretagem não ultrapasse 24 horas. 
1- Escavação e alargamento da base com descida de operário; 
2- Inserção de armadura; 
3- Concretagem; 
4- Fundação finalizada. 
• Nota: A ferragem da estaca pode ser instalada antes ou após o 
preenchimento do furo com concreto. 
ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO 
• Para determinação do tipo de fundação a ser utilizada, deve-se atentar a
parâmetros como carga a ser suportada, características do solo e premissas 
executivas, temporais e econômicas. 
• As características do meio em que a construção será inserida, assim como
de obras já implantadas também devem ser analisadas, pois podem impor 
condições ou requisitos que definem ou impedem o uso de determinados 
tipos de fundação. 
• Cuidados deverão ser tomados para que as novas fundações não interfiram,
não transmitam vibrações e pressões a obras existentes, que possam 
prejudicar o desempenho dessas últimas. 
• O quadro a seguir apresenta as principais vantagens e desvantagens das
fundações mais comumente utilizadas: 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
• Um projeto de fundações pode ser dividido em 3 etapas:
• Projeto Geotécnico: “conjunto de documentos que encerram análises,
interpretações e conclusões de investigações de campo e laboratório, 
estudos, cálculos, desenhos, especificações e relatórios conclusivos 
necessários para enfocar e caracterizar, quantitativamente, os aspectos 
geotécnicos envolvidos nas obras previstas, bem como os necessários para 
permitir o dimensionamento das mesmas obras, no grau de detalhamento 
exigido nas várias fases do projeto geotécnico. 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
• Para reconhecimento do subsolo, devem ser feitas uma ou mais
investigações geotécnicas: (a) levantamento de dados gerais existentes 
sobre cartografia; geologia, pedologia e geomorfologia; hidrologia e 
hidrografia; geotecnia; (b) reconhecimento topográfico; (c) reconhecimento 
geotécnico; (d) prospecção geofísica; (e) sondagens mecânicas; (f) ensaios 
“in situ”; (g) ensaios de laboratório” (NBR 8044/1983). 
• Projeto Geométrico: É a definição da geometria dos elementos de
fundação. Pode ser considerada uma etapa intermediária entre o projeto 
geotécnico e o estrutural. 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
• Projeto Estrutural: O projeto estrutural deve respeitar a geometria definida e
garantir a estabilidade global da estrutura, além de ser economicamente 
viável (para que isto aconteça, é imprescindível que não ocorra 
superdimensionamento). 
• Trata-se do dimensionamento completo da estrutura de fundação,
englobando tanto o concreto como a armadura nela presentes, quando 
necessária. 
• Fases de Projeto:
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
• Projeto Conceitual: também conhecido como anteprojeto ou estudo
preliminar, deve apresentar informações suficientes para permitir a análise de 
viabilidade, custos e prazos do projeto. Usualmente a margem de erro nesta 
fase de projeto é na ordem de 50%. 
• Projeto Básico: “conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível
de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de 
obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações 
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o 
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que 
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo 
de execução” Lei 8.666, Licitações e Contratos. 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
• A definição técnica da Lei 8.666 para projeto básico também pode ser
aplicada para obras privadas. Apresenta margem de erro na ordem de 20%. 
• Projeto Detalhado: “conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra” Lei 8.666, Licitações e Contratos. Assim como 
no projeto básico, a definição de projeto detalhado também pode ser 
estendida para projetos de iniciativa privada. A margem de erro de um projeto 
detalhado é em torno de 5%. 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
Um projeto de fundações deve conter: 
• (a) locação das fundações da construção;
• (b) cargas e momentos nas fundações;
• (c) nomenclatura, detalhamento e dimensionamento das estruturas (estacas,
sapatas, tubulões, blocos corridos e de coroamento); 
• d) resistência característica do concreto à compressão (fck); 
• (e) em tubulões: indicação tipo de escavação;
• (f) em estacas: quantitativo, dimensões, tipo de estaca e sua capacidade de
carga; 
• (g) cotas de nivelamento (cota de arrasamento de estacas; cota de face
superior de blocos e baldrames, dentre outros).