Prévia do material em texto
P1 – Seleção de Materiais Projeto – É um processo de transformação de uma nova idéia ou ima necessidade de mercado em informações detalhadas a partir do qual um produto pode ser fabricado Fluxo p/ a Especificação do Produto 1. Necessidade do mercado: Requisitos de projeto 2. Concepção: Determinar a estrutura da função; Procurar princípios de funcionamento; Avaliar e selecionar concepções 3. Configuração: Desenvolver layout, escala, forma; Modelar e analisar subsistemas; Avaliar e selecionar layout. 4. Detalhamento: Analisar componentes em detalha; Otimizar desempenho e custo; Seleção final de material e processo 5. Especificação do Produto Tipos de Projetos Projetos Radicais - Alterações significativas; nova categoria ou família de produto; novas tecnologias e materiais; requer processo de manufatura inovador. Projetos Plataforma ou Próxima Geração – Alterações significativas; sem novas tecnologias ou materiais; novo sistema de soluções para o cliente; estrutura comum entre os diversos modelos de uma família Projetos Incrementais ou Derivados - pequenas modificações rem relação aos existentes; para redução de custo; inovações incrementais nos produtos e/ou processos Projetos Follow-source – oriundo de outras unidades do grupo, clientes ou contrato de tecnologia; não requer alterações significativas; unidade local adapta para condições locais; envolve validação do processo, equipamentos, ferramentas, a produção do lote piloto e o início da produção Função, Material, Forma e Processo A escolha do material e processo não pode se separada da escolha da forma. A função, o material, a forma e processo interagem entre sim. Função – Restrição; Objetivo para seleção Forma – Fatores de forma; índices que incluem forma; seleção conjugada de material + forma. Processo – Conformação, União, Tratamento de superfície. Material – Classes e membros de família de materiais, Atributos e documentação de materiais. As interações são de dois modo: A especificação da forma restringe a escolha do material e processo, mas , igualmente a especificação do processo restringe os materiais que você pode usar e as formas que ele pode atingir. Materuaus de Engenharia a suas Propriedades – As Famílias dos Materiais de Engenharia Mateias - Possuem módulos relativamente altos Cerâmicas – Possuem módulos elevados, mas, ao contrário dos metais, são frágeis. Vidros – São sólidos não cristalinos (amorfos) Polímeros – Estão na outra extremidade do espectro. Eles possuem módulos que são baixos, aproximadamente 50x menos do que os metais, mas podem ser fortes (quase tão fortes) como os metais. Elastômeros – São polímeros de cadeia longa acima da temperatura de transição de vidro, Tg. Híbridos – São combinações de dois ou mais materiais. Propriedades dos Materiais Densidade (kg/m³) Preço ($/kg) Módulo de Elasticidade (GPa) Força (Mpa) Fadiga Dureza Estratégia de Seleção 1ª Parte 1. Todos Materiais 2. Traduzir requisitos de projeto ( função, restrições e objetivos) 3. Filtro Inicial (aplicar limites às propriedades – elimine materiais que não atendam à função) e Ranking (aplicar os índices de material – ordene os materiais que melhor atendem à função) 4. Sub-lista de materiais 2ª Parte 5. Informações de Apoio (manuais, softwares especializados, sistemas especialistas, internet – pesquise as famílias dos materiais) 6. Principais Materiais Candidatos 7. Condições Locais (escolha o material que melhor atenda às condições especificas do caso, incluindo preço e disponibilidade) 8. Escolha final do material Análise dos Requisitos do Projeto Como se traduz os requisitos do projeto de um componente Função – O que faz o componente? E como ele trabalha Objetivo – O que deve ser maximizado ou minimizado? Restrições – Quais condições tem que ser atendidas obrigatoriamente? Quais as condições não obrigatórias mas são desejáveis? Estudos de caso Remo O remo é uma viga, carregado sob flexão. Deve ser forte o suficiente para suportar, sem quebrar. O momento fletor exercido pelo remador deve ter uma rigidez que combine com as características próprias do remador, e deve ter o “torque” certo. Cumprir a restrição é fácil. Remos são projetados para rigidez, isto é, para uma deflexão elástica especificada sob uma carga determinada. Um peso de 10kg é pendurado no remo a 2,05 mestros do pescoço e a deflexão δ nesse posto é medida. Um remo mole sofrerá deflexão de aproximadamente 50mm, um duro de apenas 30mm. Além disso, o remo deve ser leve; peso extra aumenta a área molhada do casco e o arraste que a acompanha. Portanto, aí está: um remo é uma viga de rigidez especificada e peso mínimo. O ÍNDICE DE MÉRITO (MATERIAL) que queremos foi deduzido 𝑀 = 𝐸1/2 𝜌 M = Índice de Mérito E = Módulo de Young (Elasticidade) Ρ = Densidade O material deve ser rígido o suficiente para sobreviver a isso; portanto, materiais frágeis (os que têm tenacidade G1 < 1KJ/m²) são inaceitáveis. Qual o material ou materiais você escolheria para fazer remos? (E e ρ devem ser dados, para plotar no gráfico e saber o material) De acordo com o gráfico Módulo de Young (E) x Densidade (ρ), a linha de seleção para o índice M tem inclinação 2, e está posicionada de modo que resta um pequeno grupo de materiais acima dela: São os materiais que têm os maiores valores de M e representam a melhor escolha desde que satisfaçam a outra restrição (um simples limite de atributo para a tenacidade. Esse grupo contém três classes de madeiras, polímeros reforçados com carbono e certas cerâmicas. Cerâmicas são frágeis, não cumprindo os requisitos do projeto. Logo, faça seus remos de madeira ou – melhor- de CFRP Observações: Agora sabemos de que o material de remo deve ser feito. O que na realidade é usado? Remos de competição normais e de pá côncava são feitos de madeira ou de um compósito de alto desempenho: epóxi reforçado com fibra de carbono. 1. Função: Remo – Significado Viga Leve, rígida 2. Restrições: comprimento L especificado; rigidez a flexão S especificada; Tenacidade G1> 1KJ/m² 3. Objetivo: Minimizar a massa M 4. Variáveis livres: diâmetro da haste; escolha do material. Espelho para Grandes Telescópios Em sua forma mais simples, o espelho é um disco circular com diâmetro 2R e espessura média t, simplesmente apoiado em sua periferia. Quando na horizontal, sofrerá deflexão sob seu próprio peso m; quando na vertical, não sofrerá deflexão significativa. Essa distorção ( que muda o comprimento focal e introduz aberrações) deve ser pequena o suficiente para não interferir com o desempenho; na prática, isso significa que a deflexão δ do ponto médio do espelho deve ser menor do que o comprimento de onda da luz. Requisitos adicionais: Alta estabilidade dimensional (nenhuma fluência) e baixa expansão térmica. A massa do espelho (a propriedade que desejamos minimizar) é: 𝑚 = 𝜋𝑅2𝑡𝜌 Ρ = densidade do material do disco. A deflexão elástica,δ, do centro de um disco horizontal em razão de seu próprio peso é dada para um material com índice de Poison de 0,3, por: 𝛿 = 3 4𝜋 𝑥 𝑚𝑔𝑅² 𝐸𝑡³ A quantidade g nessa equação é a aceleração da gravidade (9,81 m/s²); E é o Módulo de Young. Exigimos que a deflexão seja menor do que 10µm. O diâmetro 2R do disco é especificado pelo projeto do telescópio, mas a espessura t é uma variável livre. Resolvendo para t e substituindo na primeira equação, obtemos: 𝑡³ = 3𝑚𝑔𝑅² 4𝜋𝐸𝛿 𝑡 = ∛ 3𝑚𝑔𝑅² 4𝜋𝐸𝛿 Substituindo em m 𝑚 = 𝜋𝑅 2√ 3𝑚𝑔𝑅2 4𝜋𝐸𝛿 𝜌 E resolvendo, temos que: 𝑚 = ( 3𝑔 4𝛿 ) 1/2 𝜋𝑅4 [ 𝜌 𝐸1/3 ] 3/2 O espelho mais leve é o que tiver o maior valor do Índice de Material: 𝑀 = 𝐸1/3 𝜌 Tratamos as restrições restantescomo limites de atributos, exigindo um ponto de fusão maior do que 500ºC para evitar fluência, zero de acúmulo de umidade e baixo coeficiente de expansão térmica (α < 20x10^-6/K). Aqui temos outro exemplo de projeto elástico para peso mínimo. O diagrama adequado é novamente o que relaciona o Módulo de Young (E) x Desinsidade (ρ) – mas agora a linha que construímos nele tem inclinação 3, corresponde a condição: 𝑀 = 𝐸1/3 𝜌 O vidro se encontra no valor M=1,7 (Gpa)^1/3 /mg. Os que têm maiores valores de M são os melhores; os que t~em valores menores são piores. Vidro é muito melhor que aço ou metal polido (é por isso que a maioria dos espelhos, são de vidro), porém não é tão bim quanto o magnésio, várias cerâmicas, polímeros reforçados com fibra de carbono e fibra de vidro, ou – um achado inesperado – espumas rígidas de polímeros. Observação: As limitações desse tipo de sistema mecânico ainda exigem que o espelho tenha uma rigidez determinada. Enquanto a rigidez com peso mínimo for requisito de projeto, os critérios de seleção de material continuam o mesmo 1. Função: Espelho de Precisão 2. Restrições: Raio R especificado; Não deve sofrer distorção maior do que δ sob o peso próprio; Alta estabilidade dimensional: nenhuma fluência, baixa expansão térmica 3. Objetivo: Minimizar a massa m 4. Variáveis livres: Espessura do espelho t; escolha do material. Materiais para Pernas de Mesa Esse é um problema com dois objetivos: o peso deve ser minimizado e a esbelteza maximizada. Restrição: A resistência a flambagem Considerando primeiro a minimização do peso: A perna é uma coluna delgada de material de densidade (ρ) e Módulo (E). Seu comprimento (L), e a carga máxima (F), que ela deve suportar são determinados pelo projeto. O raio (r) de uma perna é uma variável livre. Desejamos minimizar a massa m da perna, dada pela função objetivo: 𝑚 = 𝜋𝑟2𝐿𝜌 Sujeita a restrição de suportar uma carga P sem sofrer flambagem. A carga elástica de flambagem Fcrit de uma coluna de comprimento L e raio r é: 𝐹𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝜋²𝐸𝐼 𝐿² = 𝜋³𝐸𝑟4 4𝐿² Usando 𝐼 = 𝜋𝑟4 4 , onde I é o momento de segunda ordem de área da coluna. A carga F não deve ultrapassar Fcrit. Resolvendo para a variável livre, r, e substituindo-a na equação para m, obtemos: 𝑚 >= ( 4𝐹 𝜋 ) 1 2 (𝐿)2 [ 𝜌 𝐸1/2 ] As propriedades do material estão agrupados no último par de colchetes. O peso é minimizado selecionando o conjunto dos materiais que têm os maiores valores do Índice de Material: 𝑀¹ = 𝐸1/2 𝜌 Agora resolvemos a esbelteza: Invertendo a equação Fcrit e igualando a F, obtemos uma equação para a perna mais fina que não sofrerá flambagem: 𝑟 ≥ ( 4𝐹 𝑟³ ) 1 4 (𝐿)2[1/𝐸]1/4 A perna mais fina é a feita do material que tem o maior valor do Índice de Mérito: 𝑀² = 𝐸 Procuramos o subconjunto de matérias que tenha valores altos de 𝐸1/2 𝜌 e E. Precisamos novamente do diagrama E x ρ. Uma diretriz de inclinação 2 está desenhada no diagrama; define a inclinação da grade de linhas para valores de 𝐸1/2 𝜌 . A diretriz é deslocada para cima (conservando a inclinação) até que um subconjunto de materiais razoavelmente pequeno fique isolado acima dela, o que é mostrado na posição 𝑀¹ = 5𝐺𝑃𝑎 1 2 (𝑚𝑔/𝑚³)⁄ . Materiais acima desta linha têm valores mais altos de M¹. São identificados na figura como madeiras ( o material tradicional para pernas de mesa), compósitos ( em particular CFRP) e certas cerâmicas de engenharia. Polímeros estão fora: não são suficientemente rígidos; metais estão fora também: são demasiado pesados (mesmo as ligas de magnésio, que são as mais leves). A escolha é reduzida ainda mais pelo requisito que para esbelteza, E deve ser grande. Uma linha horizontal no diagrama liga materiais que têm valores iguais de E; os que estão acima são mais rígidos. A figura mostra que posicionar essa linha em M¹= 100 Gpa elimina madeiras e GFRP. Se as pernas devem ser realmente finas, então a lista curta fica reduzida a CFRP e cerâmicas: esses materiais dão pernas que pesam o mesmo que os de madeira, porém não tem nem metade de sua espessura. Cerâmicas, como sabemos, são frágeis: têm valores baixos de tenacidade à fratura. Pernas de mesa estão expostas a abuso – levam golpes e são chutadas; o bom senso sugere que é necessário uma restrição adicional, a de tenacidade adequada. Observação: Pernas tubulares, dirá o leitor, devem ser mais leves do que as sólidas. É verdade, mas também serão mais grossas. Portanto, isso depende da importância relativa que você dá aos seus objetivos – leveza e esbelteza – e só ele poderá decidir. Se conseguir persuadir a conviver com pernas grossas, podemos considerar tubos – e a escolha do material poder ser diferente. 1. Função: Coluna (siportar cargas de compressão) 2. Restrições: comprimento L especificado; não deve sofrer flambagem sob cargas de projeto; não deve sofrer fratura por choques acidentais. 3. Objetivo: Minimizar massa m; maximizar esbelteza; 4. Variáveis Livre: diâmetro das pernas 2r; escolha do material. P2 – Seleção de Materiais Introdução Aços – São ligas ferro-carbono, em geral com teores de até 2% de carbono, que não sofrem reação eutética. Existem aços ferramentas com terrores de carbono acima de 2% O principal motivo do aço ser o material metálico mais usado do mundo é o baixo custo de produção, além de ampla gama de especificações/propriedades obtidas com variações na composição química, nos tratamentos térmicos e nas condições de processamento empregados. Os aços podem ser classificados por critérios devido suas características. Os critérios se baseiam na composição química, no processo, na micro estrutura, nas propriedades e na função relacionada ao aço. Classificação dos aços – Composição Química Aços-Carbono – Além do Fe e do C, estãopresentes elementos residuais e aqueles provenientes do processo de fabricação (baixo terrores) – Mn, P,S, Si, Al e N. Ultra Baixo (<0,015%C), Extra Baixo (0,015 a 0,030%C), Baixo C (0,030 a 0,3% C), Médio C (0,3 a 0,6%C) e Alto C (> 0,6%C). Aços Baixa Liga – Os elementos residuais podem ter teores acima dos usuais, ou ainda outros elementos de liga em baixos teores. Não costumas alterar radicalmente a estrutura e os tratamentos térmicos empregados. Aços Microligados – Subgrupo dos baixa liga, cujos aprimoramentos de processo permitiram a exploração de elementos formadores de carbonetos e nitretos para refino de grão ferrítico. Alta resistência, boa conformabilidade, soldabilidade e tenacidade, baixo custo. Aços Alta Liga – O teor total dos elementos de liga é no mínimo 10 a 12%. Exige em geral, técnicas especiais para os tratamentos térmicos e mecânicos. Aços Média Liga – Grupo com teores de elementos de liga intermediários aos de baixa e alta liga. Efeitos Desejáveis dos elementos de liga 1. Mudanças nas linhas de transformações do diagrama de equilíbrio Fe-C (efeitos sobre a composição do eutetóide; sobre a temperatura da reação eutetóide; sobre o campo austenítico) 2. Mudanças na posição da curva TTT ou CCT 3. Influência nas temperaturas de início e fim de formação da Martensita 4. Endurecimento por solução sólida 5. Endurecimento pela formação de carbonetos e de outros compostos intermetálicos 6. Aumento da resistência ao desgate 7. Aumento da resistência à corrosão Classificação dos Aços – Microestrutura Ferríticos – Aços baixos teores de carbono e dos elementos residuais vindos do processo de fabricação, aços IF, aços com elevados teores de elementos de liga estabilizadores da ferrita. Não são temperáveis Perlíticos – Aço ao carbono (eutetóide), ou com elementos de liga em teores baixos (máx. 5%), no estado recozido ou normalizado. Microestrutura e propried. mecân. podem ser profundamente alteradas viatrat. térmico de têmpera e revenido. Ferrítico-Perlítico – Semelhante aos perlíticos, mas com menores teores de carbono (hipo- eutetóides). Bainíticos – Aços produzidos pelo tratamento de “ausforming”. O resfriamento acelerado e controlado após a laminação a quente viabiliza a produção de chapas grossas de aços bainíticos. A bainita formada em temperaturas mais baixas, mostra melhor balanço de propriedades mecânicas, aliando elevadas resistências e tenacidades com boa soldabilidade. Martensíticos – Aços ao carbono (médio ou alto) assim como aços-liga. São obtidos através de tratamento térmico de têmpera, normalmente completado com revenido, para ajuste das prod. mecânicas. Alta dureza, resistência mecânica e elevada resistência ao desgaste. Austeníticos – A microestrutura austenítica só estará presente na temperatura ambiente caso o material tenha elementos de liga estabilizadores da mesma, como é o caso do níquel, manganês e cobalto. Carbídicos – Apresentam quantidades consideráveis de carbono e elementos formadores de carbonetos. A microestrutura engloba carbonetos complexos dispersos na matriz, em geral martensíticos ou austeníticos. São usados especialmente em ferramentas de corte e em matrizes. Esferoidizados – Aços de alto carbono, obtidos por tratamentos térmicos de longa duração para transformar perlita ou martensita numa microestrutura de glóbulos de cementita em matriz ferrítica. Alcança máxima usinabilidade do material. Bifásicos – Possuem microestrutura formada por “ilhas” duras de martensita dispersas numa matriz ferrítica, aliando alta resistência e boa conformabilidade. Aplicados em peças de reforço de estruturas de carrocerias automotivas. Multifásicos - Aços TRIP. Apresentam 50 a 60% de ferrita, 25 a 40% de bainita, 5 a 15% de austenita retida e e pequena quant. de martensita. Alta resistência, ótima ductilidade, boa tenacidade. Duplex – Aços Inoxidáveis Duplex são ligas Fe-Cr- Ni-Mo, com microestrutura de ferrita e austenita. São usados nas indústrias químicas e petroquímicas, de papel e celulose, siderúrgicas, alimentícias e de geração de energia. Classificação dos Aços – Aplicação Aços p/ Fundição – Apresentam boa resistência, ductilidade e tenacidade; boa usinabilidade e adequada soldabilidade. Podem sofrer tratamento térmico de têmpera e revenido Aços Estruturais – Aços ao carbono ou com pequenos teores de elementos de liga, com boas ductilidade e soldabilidade, além de elevado valor de relação LR/LE; ARBL, exploram o endurecimento por refino de grão e por precipitação. Aços p/ Trilhos – São aços alto C ou baixa liga, algumas vezes com tratamento térmico de têmpera superficial no boleto. Aços p/ Tubos – Aços-carbono ou aços de baixa liga, podendo destacar aços microligados produzidos por laminação controlada, destinados a tubos de grande diâmetro; alta resistência com elevada tenacidade e boa soldabilidade Aços p/ Chapas – Englobam aços com elevado valor do coeficiente de anisotropia, por exemplo aços IF; apresentam excelente conformabilidade e soldabilidade, além de uniformidade dimensional, limpeza interna e bom acabamento superficial. Aços p/ Chapas de Aplicação Automotiva – Aços de aplicação automotiva podem ser classificados pela combinação entre resistência e ductilidade Materiais Metálicos Para Otimizar Desempenho em Colisão A busca por maior segurança do passageiro, com a capacidade de suportar esforços e deformação, é o ponto básico de um projeto. Duas regiões, compartimento dos passageiros, na qual protege os ocupantes, não podem sofrer deformação ou intrusões, exigindo materiais com elevado valor de limite de escoamento. E a região de deformação, traseira e frente, que deve absorver o máximo de energia possível, sendo compostos por materiais estruturais com elevado LR e grande deformação total até a fratura no ensaio de tração. Aços Bifásicos (DP) Aços de microestrutura composta por ferrita e martensita, alta resistência e boa conformabilidade; elevado expoente de encruamento (n) – 0,2 a 0,3. Aços TRIP Aços TRIP são os aços que exploram as propriedades obtidas quando a transformação martensítica ocorre durante a deformação plástica da austenita. São aços de baixa liga com microestruturs multifásica, composta por 50 a 60% de ferrita, 25 a 40% de bainita e 5 a 15% de austenita retida. É importante que a austenita se mantenha estável até os níveis de deformação a frio da aplicação específica, como no caso de conformação de peças complexas ou para se ter grande absorção de energia em colisão futura. Aços Fases Complexas Os aços CP são uma transição entre os aços TRIP e os de ultra-alta resistência ( 80 a 90% bainita, 5 a 10% ferrita e 5 a 10% martensita) Usados em barras de anti-colisão de portas, para-choques e coluna “B” Aços Martensíticos (Mart ou MS) Os aços martensíticos podem ser obtidos a partir do resfriamento da austenita na mesa de saída do LTQ ou na seção de resfriamento do recozido contínuo ou da zincagem contínua. Sua estrutura é predominantemente martensítica, com pequenas quantidades de ferrita e/ou bainita. Aços Ferrítico – Bainítico (FB) Aços FB são disponibilizados como laminados a quente. Sua micro estrutura é composta por fina granulação ferrítica, endurecida pela presença da 2ª fase bainitica. Aços Endurecíveis em Estura (Bake- Hardenable Steels) Aços Endurecíveis em Estufa apresentam microestrutura ferrítica e endurecimento por solução sólida. São ações de baixo carbono, combinando composição química e processos termomecânicos que proporcionem elevadas quantidade de carbono em solução na ferrita. O Efeito “Bake Hardening” é o aumento do limite de escoamento resultante da exposição a alta temperatura (típica das estufas para a cura da pintura). Alguns AHSS, como os Dual Phase e Aços TRIP, também apresentam o Efeito BH, ao contrário dos ARBL e outros aços convencionais de alta resistência. Aços p/ Conformação a Quente (Hot Formed – HF) Aços ao Boro para a conformação a quente (0,002 a 0,005% B) permitem otimizar a espessura e produzir peças com formas complexas, sem o problema de retorno elástico (springback) O Processo Direto engloba 5 estágios, nos quais o aço apresenta diferentes propriedades: 1. (Elipse 1 da figura acima): Corte do blanque na temperatura ambiente. 2. (Elipse1): Aquecimento do blanque até 850-900ºC. 3. (Elipse2): Conformação a quente na prensa. 4. (Elipse2):Têmpera na prensa. Após conformação, a peça é temperada na prensa 5. (Elipse3):Operações pós-conformação. Em função da alta dureza, são necessários processos especiais de acabamento (principalmente corte e aparamento). Os diferentes estágios do Processo Indireto de Conformação são detalhados a seguir: 1. (Elipse 1 da figura da página anterior): Corte do blanque na temperatura ambiente. 2. (Elipse1): Pré-conformação da peça (maior parte da deformação total) na temperatura ambiente, usando uma prensa e matriz tradicional. 3. (Elipse1):Aquecimento da peça até 850- 900ºC. 4. (Elipse2):Conformação final da peça em alta temperatura, com baixa resistência e elevadas deformações (baixa resistência à deformação e elevada capacidade de se deformar). 5. (Elipse3): Têmpera na prensa. As altas temperaturas usadas na conformação a quente podem gerar oxidação superficial do aço em contato com o ar, exigindo ações para a proteção superficial prévia do material ou posterior remoção de tais óxidos, através de jateamento por granada. O método mais usado para proteção dos aços é o revestimento metálico de Al-Si (através de zincagem contínua) Algumas nomenclaturas especial, são utilizadas: 1. Ultra Alta Resistência – Aço ao Boro para conformação a quente 2. Extra e Muita Alta Resistência – Aços Bifásicos, TRIP ou CP 3. Alta Resistência –ARBL (Microligados) ou BH (Bake Hardenable) Tailor Rolling de Aços p/ Conformação a Quente Tal processo consiste na laminação a frio de uma tira de aço, com rigoroso e preciso controle da abertura entre os cilindros de trabalho, gerando variadas espessuras da chapa em pequenas distâncias na direção de laminação. A bobina assim laminada resulta nos chamados “Tailor Rolled Blanks”, nas dimensões adequadas à peça a conformar. AHSS de 3ª Geração (Aços de Têmpera e Partição – Q&P) O processo de Têmpera e Partição possibilita a produção de aços com frações controladas de austenita retida, a partir do enriquecimento da austenita com o carbono em solução pela partição (migração) de carbono da martensita, sem a precipitação de carbonetos. Aprecipitação de carbonetos pode ser elimidade, suprida ou retardada pela adição de alguns elementos de liga, como silício e alumínio. A austenita retida proporciona o efeito TRIP. O PROCESSO CONSITE NA AUSTENITIZAÇÃO COMPLETA, SEGUIDA POR UMA TÊMPERA ATÉ UMA TEMPERATURA ÓTIMA CALCULADA (qt), QUE RESULTA NUMA QUANTIDADE ÓTIMA DE AUSTENITA RETIDA. Após a têmpera inicial, o aço é aquecido até uma temperatura (PT) onde ocorre a partição do carbono da martensita, enriquecendo a austenita com o carbono e fazendo com que ela fique termicamente estável na temperatura de uso final do material. Exemplo de Aço Q&P: Temperatura e tempo de austenitização: 820ºC por 120 seg Temperatura final de têmpera: 200ºC Temperatura e tempo de partição: 400ºC por 30 seg. Aços Avançados de Alta Resistência de 3ª Geração Esses aços apresentam 10 a 20% de átomos de elementos do Grupo – P (região da tabela periódica encabeçada por boro-carbono- nitrog~enio-oxigênio-flúor), ficando clara a importância do boro Classificação dos Aços – Aplicação (Aços p/ chapas, sub-grupo Folhas Metálicas para aplicação em embalagens) Folha de Flandres - A principal folha é a FOLHA- DE-FLANDRES, que é uma folha laminada de aço baixo carbono, com espessura inferior a 0,45mm, revestida em ambas as faces com estanho por processo de eletrodeposição. Afolha pode ser obtida por simples redução, ou por dupla redução, com a qual pode atingir pequenas espessuras de até 0,14mm. Na Dupla Redução, a folha sofre uma 2ª etapa de laminação a frio após passar por tratamento de recristalização via recozimento contínuo ou em caixa. As FOLHAS-DE-FLANDRES, são usadas em embalagens metálicas. Tais formatos são gerados por ternologias de expansão do corpo da lata, originalmente com formato cilíndrico via solda elétrica, através de métodos mecânicos, hidráulicos ou pneumáticos, CONHECIDAS COMO LATAS EXPANDIDAS. Aços p/ Arames e Fios – Dependendo da finalidade pode apresentar caracterisiticas de resistência a tração muito maiores. Exemplo, cabos e tirantes para construção de pontes, e os “fios de música” ou “corda de piano”, os quais podem alcançar LR superiores a 2000Mpa. Aços p/ Molas – As molas helicoidais são produzidas a partir de barras e fios. São usados aços ao carbono (médio ou alto carbono) ou aços-liga, conformando no estado recozido e posteriormente temperados e revenidos. As propriedades são: elevado limite de escoamento, elevado limite de fadiga e elevada resistência ao impacto. Aços de Usinagem Fácil – Caracterizados pela elevada usinabilidade, devido a teores acima dos normais de enxofre e fósforo, ou ainda apela presença de chumbo Aços p/ Cementação – Normalmente de baixo carbono e baixos teores de elementos de liga, favorecendo o enriquecimento superficial de carbono, mas mantendo o núcleo tenaz após tratamento termo—químico de cementação. Aços p/ Nitretação – Usualmente são aços ao carbono, ou com elementos de liga como cromo, molibdênio e alumínio quando submetidos ao processo clássico de nitretação. Aços p/ Ferramentas e Matrizes – Usados para trabalhar outros materiais, exigindo altas dureza, resistência mecânica e ao desgaste ou mesmo tenacidade, incluindo altas temperaturas. Nesses casos, ainda se exige resistência à corrosão e/ou à oxidação, Devem ser tratáveis termicamente, visando microestrutura martensítica em extensas regiões, algumas vezes cm a presença de carbonetos estáveis em altas temperaturas. Aços Resistentes ao Desgaste – Destaque p/ os manganês – austeníticos (Hadfield). São aços de alto C (1 a 1,4%) e alto Mn (10 a 14%) auesteníticos, cuja austenita sofre transformação martensítica induzida por deformação. Suas principais aplicações são nas indústrias de contrução, mineração, ferroviária. Aços p/ Construção Mecânica – Aços p/ Benefiaciamento, em geral sofrendo tratamento térmico de têmpera e revenido. Usualmente são aços de médio C (acima de 0,25%), com ou sem elementos de liga. Exemplo: AISI 1030, 1045, 4130, 4140, 4330, 4340, 5130, 5140, 8640,8660, 300M. Aços Resistentes à Corrosão – São chamados de “inoxidáveis”, com altos teores de CR, Cr – Ni ou Cr – Mn. A resistência a corrosão é associada à passivação da as superfície, sendo o cormo o elemento básico para isso. Aços Resistentes ao Calor – São chamados de REFRATÁRIOS, com elevados teores de cromo e níquel. Possuem elevada resistência à oxidação pelo calor, e suas propriedades mecânicas podem ser mantidas em temperaturas acima da ambiente, incluindo resistência à fluência. Aços p/ Fins Elétricos – Os aços de grão – orientado, são usados para núcleo de transformadores de força e distribuição. Possuem 3% de silício, e apresentam uma forte textura cristalográfica. Aços Ultra – Resistentes – Possuem elevada relação resistência/peso, com LE sup. a 1500Mpa. Exemplo: Aço “Maraging” (C < 0,03%, 18-20% Ni, 8-10%Co, 3-5% Mo, 0,5-1,5% Ti); Aços TWIP austeníticos de alta liga com LE baixo, LR alto e Al de 80% Aço 4340 é considerado como ultra-alta resistência, assim como o aço 300M. Aços Criogênicos – Aços capazes de suportar esforços em baixas temperaturas. A principal preocupação é a tenacidade, pois as microestruturas se baseam na ferrita. Os crescentes teores de níquel alteram tal situação, sendo que os inoxidáveis austeníticos (CFC) apresentam valores de tenacidade para temperaturas até -260ºC. Aplicação: Equipamentos para transporte e armazenamento de gases e líquidos criogênicos. Aços Sinterizados – São obtidos pelo processo conhecido como “metalurgia do pó” usados principalmente para precisão dimensional e bom acabamento de peças metálicas Ensaio Jominy TEMPERABILIDADE DOS AÇOS É a capacidade que um aço tem de formar martensita, a partir do resfriamento realizado no tratamento térmico de têmpera. Elevada temperabilidade possibilita a formação de martensita em grandes profundidades (peças de grandes dimensões) e com baixas velocidades de resfriamento. A curva de transformação em resfriamento contínuo (CCT (1) ou TRC(2)) do aço permite determinar a velocidade de resfriamento crítica para completa transformação martensítica. ENSAIO JOMINY DE TEMPERABILIDADE É um ensaio que avalia a temperabilidade através do resfriamento com água, a partir de uma das extremidades de uma barra padrão aquecida até o estado austenítico. O CP do ensaio é colocado no forno numa temperatura em torno de 900ºC por cerca de 30 min. Após esse tempo, o CP é retirado rapidamente do forno e colocado num dispositivo, onde ocorrerá o resfriamento do mesmo com água na parte inferior. Após o resfriamento do CP, ele tem a superfície retificada (4mm de profundidade) na diração do eixo maior da barra, e são feitas medidas de dureza ao longo do seu comprimento A temperabilidade de um aço pode ser avaliada pela curva dos valores de dureza ao longo da distância da extremidade resfriada do CP. A dureza é sempre maior junto à extremidade do CP, onde as taxas de resfriamento são maiores. Aço apresentando alta dureza, mesmo para taxas mais baixas, indicam sua elevada temperabilidade. A TEMPERABILIDADE ESTÁASSOCIADA AO FORMATO DA CURVA, SENDO MAIOR QUANTO MAIS GRADUAL FOR A QUEDA DA DUREZA PARA CRESCENTES DISTÂNCIAS DA EXTREMIDADE RESFRIADA. AÇO 4340 MAIOR TEMPERABILIDADE.