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CAUSALIDADE EM EPIDEMIOLOGIA Disciplina de Epidemiologia Professor Gilmor Farenzena Monitora Juliana da Rosa Wendt Causalidade � Causalidade é o estudo dos efeitos de determinados “fatores” na evolução da história natural de doença e do impacto das “intervenções” para mudar a evolução do processo saúde-doença. � Causas humanas (predisposição genética) e ambientais; � Causa Suficiente (inevitavelmente inicia ou produz a doença) e Causa Necessária (a doença não existe sem sua presença); � Causas predisponentes, desencadeadoras e agravantes. Classificação das causas Causa necessária � É a causa que sempre precede o efeito; � Sem ela a doença INEXISTE; � Nas doenças infecto-contagiosas (DIP) a causa necessária é a presença do agente biológico. � Exemplo: Sem infecção por Bacilo de Koch, o paciente não desenvolve tuberculose. � Na maioria das doenças crônico-degenerativas, ainda se investiga quais causas são necessárias. � Exemplo: Qual é a causa necessária das doenças psiquiátricas? Causa suficiente � É a causa que inevitavelmente inicia ou produz o efeito; � Difícil de determinar; � É composta por vários fatores (intervenção sobre um deles altera o conjunto); � Um de seus componentes é obrigatoriamente uma causa necessária; � Exemplos: � Hábito de fumar é um componente fundamental da causa suficiente para neoplasia pulmonar. � Sedentarismo é um componente importante da causa suficiente para doença cardiovasculares. Causa predisponente � É a causa que cria um estado de suscetibilidade ao efeito, ou seja, predispõe ao agravo. � Exemplos: � Idade avançada; � Genêro. Causa facilitadora � É a causa que favorece o desenvolvimento das doenças. � Exemplos: � Instrução; � Classe social; � Renda; � Fatores Culturais; � Desordens Nutricionais. Causa desencadeadora � É a causa que desencadeia o efeito; � Também chamada de causa precipitadora; � É a exposição a agentes específicos. � Exemplo: � Exposição a fumaça desencadeia um episódio de bronquite asmática. Causa agravante � É a causa que reforça uma doença já estabelecida; � Também chamada de causa reforçadora; � Em geral é constituída por repetidas exposição a um agente; � Exemplo: � Estresse é um fator agravante de um episódio de bronquite asmática. A EPIDEMIOLOGIA DETECTA FACILMENTE A CAUSALIDADE DAS DOENÇAS? � Habitualmente, identifica-se associação entre dois eventos, mas nem sempre existe a relação de causalidade entre eles (exemplo: associa-se alcoolismo e depressão); � Ainda há desconhecimento de muitos fatores relacionados ao processo saúde-doença, especialmente nas doenças crônico-degenerativas; � Multicausalidade dos agravos à saúde; � Muitas causas são necessárias para o desenvolvimento da doença, mas raras são suficientes. A Epidemiologia busca aferir: � A contribuição de cada FATOR de risco na geração da doença (Medidas de Efeito, Associação ou Risco) � A potencial redução da doença pela REDUÇÃO do fator de risco (Medidas de Impacto) � O conhecimento das associações entre as variáveis Possibilita a PREVENÇÃO mesmo com atuação “empírica”. � Ex: Prevenção do câncer de pulmão, mesmo desconhecendo todos os fatores envolvidos em sua gênese. Interação � Efeito de DUAS Causas de doença atuando conjuntamente; � Soma dos efeitos. � Exemplos: � Tabagismo + Exposição a sílica → Câncer de Pulmão � Baixa renda +Baixa idade materna → ↑ Mortalidade Infantil � Baixa escolaridade + morador rural → ↑ Mortalidade Infantil Inferência Causal � Processo em que se busca conhecer se a inferência é CAUSAL. � Deve-se evitar: � ACASO � VIÉS � CONFUSÃO Critérios de Hill � Intensidade da associação; � Sequência cronológica correta; � Significância estatística; � Efeito dose-resposta; � Consistência da associação; � Especificidade da associação; � Coerência cientifica. Critérios de Hill ( aplicados à Epidemiologia) A evidência se baseia em estudos fortes? Delineamento Remoção da causa leva a remoção do efeito? Reversibilidade Aumento da exposição aumenta o efeito? Relação dose-resposta Força da associaçãoForça Resultados similares foram encontrados em outros estudos? Consistência A associação é consistente com outros achados? Plausibilidade A exposição precede o efeito?Relação temporal Elementos para o “julgamento” � Relação temporal � Plausibilidade � Consistência � Relação dose-resposta Capacidade relativa de estudos epidemiológicos “provar” causalidade Forte Moderado Moderada Fraca Ensaio clinico randomizado Estudo de coorte Casos e controles Transversais e ecológicos CapacidadeTipo de estudo