Prévia do material em texto
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 1 ELETROCARDIOGRAMA BÁSICO: Tópicos da aula: Atividade elétrica normal do coração, ondas do ECG normal, derivações do ECG, análise inicial do ECG: ritmo, FC, eixo cardíaco. Atividade elétrica normal do coração Nó sinusal: céls especializadas em desse despolarizar – determina o ritmo do coração. Caminha através do TERMINAR DE ESCREVER kkkk já me perdi ooo inferno REGISTRO DA ATIVIDADE ELÉTRICA: PR: pausa do nó atrioventricular. QRS: despolarização dos ventrículos Onda T: repolarização ventricular Onda U: repolarização do m. papilar pode encontrar em paciente bradicardico. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 2 PAPEL DE REGISTRO DO ECG: Se quiser registrar um número maior: pode fazer papel correr mais rápido ONDAS DO ECG NORMAL: Onda P: tem que ter no máximo 2,5mm de amplitude e durar no máximo 100milisegundos (0,1s, 2,5mm). Complexo QRS: amplitude pode variar, porque depende de cada derivação em que se observa. Mas, independentemente da variação, a duração não deve passar de 120milisegundos (3mm). Onda T: amplitude de no máximo 5mm nas derivações frontais e no máximo 10mm nas precordiais. Onda U: geralmente não se vê nos ECG normais. Despolarização do complexo QRS: representa o vetor de despolarização desse ventrículo Onda Q: despolarização septal basal do ventrículo esquerdo (do VE para o VD). Onda R: corresponde ao vetor principal de despolarização do ventrículo (de cima para baixo) Onda S: corresponde a despolarização basal lateral do ventrículo. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 3 →VARIANTES DO QRS: R’ bloqueio de ramo (2ª deflexão positiva). INTERVALOS E SEGMENTOS: Intervalo PR: início da P até o início do QRS – alterações nesse intervalo: patologias. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 4 Ponto J: ponto em que termina onda Q e começa ST. Segmento ST: tem que ser isoelétrico (mesma linha de base do PR). Intervalo QT: depende da FC (corrigido – pela fórmula). PLANOS DE ANÁLISE DO ECG: →Derivações bipolares: Planos frontais: 12 DERIVAÇÕES PRINCIPAIS (pode fazer ampliado para analisar outras derivações, se necessário). DI: avalia polo negativo do braço direito em direção ao polo positivo do braço esquerdo. DII: polo negativo do braço direito em direção ao ao polo positivo da perna esquerda. DIII: polo negativo do braço esquerdo em direção ao polo positivo da perna esquerda. →Derivações unipolares do plano frontal: Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 5 Essas derivações consideram que o centro do corpo corresponde ao ‘terra’ – estímulo inicial nasce do centro do corpo e vai para onde as derivações ‘enxergam’. DERIVAÇÕES DO PLANO FRONTAL: DERIVAÇÕES PRECORDIAIS UNIPOLARES – AVALIAM O PLANO HORIZONTAL: Derivações basais precordiais do plano horizontal. Se necessário, pode traçar eletrodo amplificado – a partir de V7. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 6 V7 a V9 – avaliação da parte dorsal do coração – colocar eletrodos nas costas. V3R e VD4R – avaliação do VD. IMPORTANTE SABER ONDE COLOCAR O ELETRODO! Começando com V1 e V2: ‘olhando’ para o septo interventricular V3 e V4: parede anterior do coração. V5 e V6: parede lateral. V7 e V8: dorsal. V3R e V4R: ventrículo direito. EIXO ELÉTRICO – PLANO HORIZONTAL: Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 7 ANÁLISE INCIAL DO ECG: Análise sequencial: 1) ritmo 2) FC 3) eixo cardíaco 4) onda P e intervalo PR 5) complexo QRS e intervalo QT 6) segmento ST Ritmo sinusal deve ter as 4 características: →FC deve estar entre 50bpm e 100bpm. →Onda deve P+ deve ser positiva em DI, DII e aVF: nó sinoatrial (localizado na porção anterior superior e lateral do AD) tem estímulo gerado segue para o nó atrioventricular - direção do vetor é direção do DII – positividade da onda P nessas derivações. aVF vai do centro do corpo para o pé esquerdo e esse estímulo elétrico que sai do nó sinoatrial desce estimulando o nó atrioventricular, sendo ventricular também. →Cada onda P tem que ser seguida de um QRS →Intervalo PR deve ser entre 120ms e 200ms →Frequência cardíaca: Entre 50bpm e 100bpm Velocidade de registro: 25mm/s – 1500mm em 1 min FC = 1500/RR Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 8 ENTENDENDO O EIXO ELÉTRICO: VE é a câmara que tem maior massa, então ele que determina o eixo cardíaco. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 9 Eixo cardíaco: Normal: DI POSITIVO e aVF POSITIVO: Desviado a esquerda: DI POSITO e aVF negativo. Desviado a direita: DI negativo e aVF positivo. Vetor normal é de -30 a + 90. Desviado a esquerda: a partir de – 30 a -90° Desviado para a direita: aVF + e DI negativo de 190 a 90 Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 10 De forma simplificada: analisar aVF e DI – para avaliar desvio de eixo. aVF e DI positivos: normal. DI ‘menos positivo’ do que aVF – infere que na rosa dos ventos o eixo está em 60°. DI negativo e aVF postivio: somatória dos vetores: cai em desvio para a direita. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 11 Onda P - despolarização dos átrios: Como o nó sinusal localiza-se na região lateral superior do átrio direito, o estímulo elétrico inicia-se no átrio direito, e logo em seguida para o átrio esquerdo. A onda P resulta da soma das forças elétricas dos dois átrios, sendo sua porção inicial correspondente ao AD e porção final ao AE. Onda P total: inicio – despolarização do AD; segunda porção – despolarização do átrio esquerdo. Duração total da onda P – no máximo 100 milisegundos. Análise inicial do ECG Duração máxima da onda P: 100ms Amplitude máxima: 0,25mv →Duração > 100ms: sobrecarga de AE →Amplitude > 0, 25: sobrecarga de AD →Plus-minus: boqueio intra-atrial por distúrbio na condução do feixe de Bachman. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 12 DI:isoelétrico (fica bem no meio da rosa dos ventos); aVF bastante positivo – eixo em 90° - eixo preservado. Onda P: duração normal; amplitude (mais de 3mm de amplitude): anormal – sobrecarga de AD. Duração maior da onda P (cerca de 3mm) – sobrecarga de AE; amplitude normal. DI negativa; aVF positivo = eixo desviado para a direita. OBS: R maior – D1 positivo; S maior: D1 negativo. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 13 Onda P com grande amplitude e duração aumentada. D1 -, aVF (Rr’) + INTERVALO PR Normal: 120 a 200ms →<120ms: PR curto: onda delta (pré-excitação – WPW (seta vermelha)) (estímulo elétrico passa muito rápido do átrio para o ventrículo; não tem a pausa).→ Pode determinar aparecimento de arritmias. →>200ms: bloqueios atrioventriculares (estímulo fica muito tempo no nó atrioventricular e demora para transmitir impulso). COMPLEXO QRS (DESPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR): Avalia-se: Sobrecarga VE Sobrecarga de VD Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 14 Extrassístoles Bloqueios de ramos QRS NORMAL: Amplitude variável de acordo com a derivação. Duração <120ms (ou menor que 3mm). →Se duração MAIOR que 120ms – distúrbio da condução intraventricular (feixe de His bloqueado em algum momento). SOBRECARGA VENTRICULAR: Sobrecarga de Ventrículo Esquerdo: Presença de critérios de amplitude ou voltagem para SVE – recomendados índices de Sokolov Lyon e de Cornell. SOBRECARGA DE VENTRÍCULO DIREITO: Componente R de V1 e V2 de voltagem maior do que o máximo para a idade (maior do que 7mm em V1 no adulto). S profundas em V5 e V6, com complexos padrão RS ou rS. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 15 Pequena onda q, seguida de R (qR) ou Rs (qRs) em V1 ou V1 e V2. Relação RVE1 ou V2 / SVQ ou V2 > 1. R de V1 e V2 muito aumentando (R teria que ser menor e S teria que ser maior no ECG normal). Isso significa que esse VD está com sobrecarga (puxa o vetor cardíaco para a direita). EXTRASSÍSTOLES ATRIAS: estimulação prematura, proveniente de um foco atrial de qualquer local do musculo miocárdico (NÃO do nó sinusal). Produz uma onda P anormal antes do tempo previsto. A morfologia pode variar, porque o foco atrial ectópico pode gerar QRS de forma diferente. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 16 EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES: origina-se de um foco ectópico ventricular, sem onda P (porque não surgiu no átrio e estimulou só o ventrículo) e com um QRS diferente (aberrante). Bigenimismo: 1 batimento normal seguido de 1 extrassístole. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 17 Bigeminismo ventricular: A cada 2, 1 extrassistole (3º batimento) ; a cada 3 batimentos, 1 extrassístole (o4º). Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 18 Extrassistoles pareadas: algum foco no ventrículo se estimula sozinho e faz um QRS aberrante (nó sinusal faz uma pausa para “ver se esse foco ectópico ventricular estimula de novo”) e outro em seguida. Após segunda extrassistole, foco ectópico pausou, então o nó sinusal manda estímulo. Taquicardia ventricular: 3 batimentos por foco ectópico (3x seguidas estímulo): taquiventricular não sustentada (3 ou mais estímulos ectópicos). Dura MENOS 30s em não causa instabilidade hemodinâmica. Bloqueios causados por DASE: comum em paciente chagásico. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 19 DISTÚRVIOS DE BLOQUEIOS DE RAMO BLOQUEIO DE RAMO É O TERMO USADO PARA DEFINIR UMA SITUAÇÃO NO QUAL O ESTÍMULO ELÉTRICO SOFRE UM ATRASO DA CONDUÇÃO OU É IMPEDIDO DE PROSSEGUIR ATRAVÉS DE UM RAMO DO FEIXE DE HIS. A ATIVAÇÃO VENTRICULAR FICA RETARDADA DEVIDO A PASSAGEM DO ESTÍMULO CÉLULA A CÉLULA (MUSCULAR) E NÃO PELO TECIDO ESPECIALIZADO. A REPRESENTAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA DESSE RETARDO É UM QRS ALARGADO > 120MS. Duas condições caracterizam os bloqueios de ramos: QRS ALARGADO : 120MS. ALTERAÇÃO 2ªria da repolarização onde o segmento ST e a onda T se opõem ao QRS. Etiologias: BLOQUEIO DE RAMO DIREITO: Presença de complexos QRS no plano horizontal com as seguintes características: QRS COM DURAÇÃO MAIOR QUE 120MS NO BLOQUEIO COMPLETO E ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS DA REPOLARIZAÇÃO (QUE OCORREM COM MAIOR FREQUENCIA EM V1 E V2). COMPLEXOS TIPO rsr’, rsR’ ou Rsr’ em V1 e V2. rsR’S’ em V2 e V3. qR ou R puro em V1 e V2 (diferenciar de IM septal). Onda S alargada ou ‘empastada’ em V5 e V6. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 20 BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO: Observar no plano horizontal a presença de complexos QRS com as morfologias: Onda T discordante do complexo QRS. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 21 BLOQUEIOS FASCICULARES: Bloqueio divisional ântero superior esquerdo – BDASE. Bloqueio divisional postero inferior esquerdo. Bloqueio divisional ântero medial. BDASE: Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 22 SEGMENTO ST e ONDA T Segmento ST: início no Ponto J até o início da onda T – DEVE SER ISOELÉTRICO. Onda T – repolarização ventricular – positiva em todas as derivações, exceto em aVR. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 23 ANALISE ESTE ECG: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________