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Diagnóstico e Intervenção nos Transtornos do Neurodesenvolvimento Dr. Fabio Borges Pessoa ● Médico formado pela Universidade Federal de Goiás - 2002. ● Residência Médica em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) – 2004 a 2006. ● Treinamento Avançado em Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência pelo Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da FM/UFG – 2006 e 2007. ● Curso de Atualização em Psiquiatria da infância e da Adolescência pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro – 2014 a 2016. ● Palestrante em Congressos, Simpósios e em Cursos de Atualização e Capacitação Profissional, relacionados aos Transtornos do Neurodesenvolvimento. ● Coordenador do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Goiana de Pediatria – 2016/2018. Mudança de paradigma dentro da Pediatria Mudança de paradigma dentro da Pediatria “O teste de moralidade de uma sociedade é o que ela faz com suas crianças.” Dietrich Bonhoeffer O que é um Transtorno: Transtorno é um substantivo masculino que significa o ato ou efeito de transtornar sendo também sinônimo de alteração, contratempo, contrariedade e prejuízo. Transtorno é um substantivo masculino que significa o ato ou efeito de transtornar sendo também sinônimo de alteração, contratempo, contrariedade e prejuízo. Em sentido figurado, um transtorno é um problema que causa incômodo em alguém. Ex: O engarrafamento no trânsito me causou um grande transtorno. Uma pessoa transtornada é alguém que está chateada ou revoltada com algum problema. Em alguns casos, a palavra transtorno também pode indicar uma condição de perturbação mental que muitas vezes requer a utilização de antidepressivos, tranquilizantes ou estabilizadores de humor. https://www.significados.com.br/transtorno/ O que é um Transtorno Mental Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes. DSM 5 Transtornos do Neurodesenvolvimento Início no período do desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. DSM 5 Transtornos do Neurodesenvolvimento Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência. DSM 5 Transtornos do Neurodesenvolvimento ● Até 16% das crianças vão apresentar algum :po de problema de desenvolvimento e/ou comportamento; ● 30% (apenas) detectadas antes da fase escolar. Perdemos a oportunidade de intervir precocemente!!! Transtornos do Neurodesenvolvimento ● Quanto mais precoces, o diagnós:co e a intervenção, menor será o impacto na vida futura da criança. Halpern, 2015 Quais são os transtornos do neurodesenvolvimento ? Transtornos do Neurodesenvolvimento • Deficiência intelectual • Transtornos da comunicação • Transtorno de espectro do autismo • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade • Transtorno específico de aprendizagem • Transtornos motores DSM 5 Desenvolvimento Normal Conhecer bem o NORMAL para reconhecer o que é considerado PATOLÓGICO Neurogênese Etapas da neurogênese INDUÇÃO: produção maciça das células que irão formar o tecido nervoso; PROLIFERAÇÃO: sucessivas reproduções celulares (mitoses), o que multiplica o número de células; MIGRAÇÃO: as células vão sendo posicionadas em sua área cerebral apropriada; DIFERENCIAÇÃO: os neurônios vão se especializando, assumindo um tipo específico, de acordo com a função que irão desempenhar no futuro. Etapas da neurogênese SINAPTOGÊNESE: formação das primeiras sinapses (conexões entre os neurônios); MORTE CELULAR as células nervosas alocadas em regiões erradas ou as que SELETIVA: falharam em formar conexões sinápticas apropriadas são mortas; VALIDAÇÃO fortalecimento das sinapses em usos (estimuladas) e FUNCIONAL: enfraquecimento das sinapses não utilizadas (não estimuladas). Oliveira, 2002 Características do Desenvolvimento ● Processo dinâmico e contínuo; ● Mudanças físicas, sociais, emocionais e mentais. ● 4 princípios básicos - Sequência - Ritmo - Diferenciação - Peculiaridade Halpern, 2015 Teorias do Desenvolvimento Várias teorias que se complementam (Gesell, Freud, Erikson, Pavlov, Watson, Skinner, Bandura, Piaget, Vygostky) Teoria Ecológica do Desenvolvimento (Bronfenbrenner). Teoria Ecológica do Desenvolvimento Modelo Ecobiodesenvolvimental Como pode dar errado? Desenvolvimento saudável Equilíbrio entre fatores de risco e fatores de proteção. Balanço entre oportunidades e riscos. Fatores de risco Fatores de risco ● Aumentam a probabilidade de surgimento de problemas; ● Aumentam a vulnerabilidade em desenvolver um problema. Stress Tóxico • BREVE AUMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E DISCRETA ELEVAÇÃO NOS HORMÔNIOS POSITIVO • GRAVE, RESPOSTAS TEMPORÁRIAS AO STRESS AMENIZADAS POR UMA REDE DE APOIO TOLERÁVEL • ATIVAÇÃO PROLONGADA DE RESPOSTA AO STRESS NA AUSÊNCIA DE FATORES DE PROTEÇÃO TÓXICO Existe um stress “pior”? Desde quando o stress pode intervir negativamente? E a resiliência? E os fatores de proteção? Resiliência e os fatores de proteção A resistência da criança ao stress é relativa e varia de acordo com as circunstâncias ambientais e constitucionais de cada um. “Resiliência: capacidade de adaptação a eventos potencialmente negativos, os quais, no entanto, são suportados pela crianças sem causa maiores danos” Halpern, 2015 Halpern, 2015 Perrin, Pediatrics 2010 Resiliência e os fatores de proteção “Quando a cadeia negativa de eventos se sobrepõe aos fatores protetivos, mesmo as crianças mais resilientes podem desenvolver problemas.” Halpern, 2015 Garner, Pediatrics 2013 Como avaliar os prejuízos? Transtornos do Neurodesenvolvimento 4 domínios afetados: ● Motor ● Fala e linguagem ● Sócio-emocional ● Cognitivo Atraso predominantemente motor Desenvolvimento Motor Motor grosso: progressivo, no sentido crânio-caudal Motor fino: da linha média, para a lateral Atraso predominantemente motor O atraso ou o desenvolvimento atípico normalmente se manifesta cedo, antes dos outros domínios do desenvolvimento. Muito cuidado com uma variação do normal ou um atraso maturacional. Desenvolvimento Atípico afetando o social, cognitivo e linguagem Desenvolvimento Atípico de Fala - Dificuldade para a compreensão - Pronúncia errônea de palavras - Ausência de fala Desenvolvimento Atípico afetando o social, cognitivo e linguagem Transtorno do Espectro do Autismo - Comprometimento qualitativo nas habilidades de comunicação - Comprometimento qualitativo nas relações sociais - Variedade de comportamentos estereotipados, atípicos - Desenvolvimento motor costuma ser normal DesenvolvimentoAtípico afetando o social, cognitivo e linguagem Deficiência intelectual - Comprometimento predominante nas habilidades cognitivas e de linguagem. - O desenvolvimento social depende (ou varia) conforme sua “idade mental” e se existe um comprometimento motor ou não. Desenvolvimento Atípico afetando o social, cognitivo e linguagem Transtornos de Linguagem/Comunicação - Comprometimento predominante no desenvolvimento de linguagem. - Normalmente, o social, o motor e o cognitivo são normais Desenvolvimento Atípico afetando o social, cognitivo e linguagem Transtorno de Aprendizagem - Comprometimento predominante no desenvolvimento de linguagem. - O cognitivo deve ser normal. - Normalmente, o social e o motor são normais Regressão de habilidades previamente adquiridas ou falha em adquirir novos habilidades Transtornos do Espectro do Autismo Síndrome de Rett Síndrome de Landau-Kleffner E o TDAH? Qual domínio está afetado? É mesmo um transtorno do neurodesenvolvimento Diagnóstico e Intervenção Transtornos do Neurodesenvolvimento Dr. Fabio Borges Pessoa TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE “Não é raro que a criança chegue para a consulta neuropsiquiátrica já com o diagnóstico de TDAH, só porque parece não estar tão interessada na aula como a professora gostaria, ou nas tarefas escolares como a família espera.” Newra Rotta, 2006 A criança na consulta Assumpção, 2015 A criança não chega ao consultório, ela é trazida por alguém. Ou porque ela não corresponde ao que a família espera ou porque ela a está incomodando. Não se trata a criança sem que se pense em família e em estruturas de ensino A B A B 4 perguntas 1 Pode ser TDAH ? 2 A quem Recorrer ? 3 Como tratar ? 4 Até quando ? PODE SER TDAH ? 1 ESQUECIMENTO IRRITABILIDAD E DIFICULDADE ESCOLAR Quando pensar ? AGITAÇÃO LENTIDÃO APATIA ??? O que significa ? - Transtorno do neurodesenvolvimento; - Padrão persistente de dificuldades de atenção, agitação psicomotora e impulsividade; - Sintomas presentes em diferentes ambientes; - Prejuízo funcional significativo. ENTÃO, É UMA DOENÇA ? COMO SE DIAGNOSTICA UMA DOENÇA ? CATEGÓRICAS X DIMENSIONAIS https://www.youtube.com/watch?v=6Xzha28mfV0 TDAH EXISTE, MESMO ? TDAH é Real? JÁ QUE EXISTE, DESDE QUANDO ? HISTÓRICO Fidgety Phil Sir. Alexander Crichton Heinrich Hoffmann 1798 1844 1902 1947 Strauss e Lehtinen 1959 Denhoff 1987 DSM-II 1980 DSM-III 1968 DSM-III R 1990 CID-10 1994 DSM-IV DSM-5 2013 George Still 1798 – Dr. Alexander Crichton “... eles têm um nome específico para o estado de seus nervos, o que é bastante expressivo dos seus sentimentos. Eles dizem que têm inquietações.“ 1845 – Dr. Heinrich Hoffman ! Médico e escritor ! Livro ilustrado de poesias infantis ! The Story of Fidgety Philip ! Johnny Head in air “ “Menino, deixa de ser chato a mesa não é lugar para se retorcer. Assim diz o pai ao filho, falando sério, não de brincadeira. A mãe franze a testa e olha à sua volta, mas não dá um pio. Pedrinho não aceita conselhos . Faz o que quer, o fedelho; vira-se e agita-se, sacode e ri, não para quieto na cadeira. Pedrinho, não suporto mais seu bicho carpinteiro.” 1902 – Sir George Frederik Still Royal College of Physicians Some abnormal psychical conditions in children 43 crianças Defect of Moral Control “43 crianças com graves problemas em manter sua atenção e auto-controle” “Agressividade, oposição, resistência à disciplina, emotivos/passionais em excesso, dificuldades para aprendizagem” “Inteligência aparentemente normal” 1947 – Strauss e Lehtinen “Hiperatividade ... labilidade emocional e perseveração num grupo de sobreviventes de encefalite letárgica.” “Evidências de alguma lesão cerebral, mesmo quando não houvesse lesão conhecida.” Síndrome de Lesão Cerebral Mínima 1959 - Denhoff Alterações características da síndrome relacionam-se mais a disfunções nas vias nervosas do que propriamente a lesões nas mesmas... Disfunção Cerebral Mínima O comprometimento neuromotor como denominador comum da síndrome Distúrbio hipercinético do impulso caracterizado pela agitação, hiperatividade, diminuição progressiva da atenção, concentração escassa, distração, irritabilidade e explosividade Considerados como componentes comportamentais MAS, DEVE SER RARO, NÃO ? Polanczyk G, et al. Am J Psychiatry. 2007 The ADHD/HD worldwide-pooled prevalence was 5.29% EXISTEM COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS ? TDAH NEUROANATOMICO NEUROQUÍMICO GENÉTICA FATORES AMBIENTAIS INSULTOS SNC GENÉTICA X HEREDITÁRIA IRMÃOS 25 - 35% GÊMEOS IDÊNTICOS 78 - 92% MÃE TDAH 15 - 20% PAI TDAH 25 - 30% BARKLEY, 2003 FATORES AMBIENTAIS PRÉ-NATAL: TABAGISMO ÁLCOOL STRESS TÓXICO THAPAR, 2013 PERI-NATAL: PREMATURIDADE BAIXO PESO ANÓXIA PÓS-NATAL: NUTRIÇÃO CHUMBO PESTICIDAS TDAH É CARACTERIZADO POR ATRASO, EM VEZ DE DESVIO NA MATURAÇÃO CORTICAL. O ATRASO NA MATURAÇÃO CORTICAL NO TDAH É MAIS PROEMINENTE NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL, PARTICULARMENTE NAS REGIÕES SUPERIORES E DORSOLATERAL EXISTE, SIM FISIOPATOLOGIA HISTÓRICO A QUEM RECORRER? 2 QUAL PROFISSIONAL ? EQUIPE QUEM VAI ENCAMINHAR ? DIAGNÓSTIC O TRIAGEM SNAP - IV ESCALAS DIAGNÓSTICO CLÍNICO CONSENSOS PADRÃO TRÍADE DE SINTOMAS DESATENÇÃO HIPERATIVIDADE IMPULSIVIDADE PREJUÍZO SOCIAL ACADÊMICO OCUPACIONAL 18 05 2013 A.Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento. B. Vários sintomas de desatenção ou Hiperatividade - impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade - impulsividade estão presentes em dois ou mais ambientes (p. ex., em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou parentes; em outras atividades). D. Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem sua qualidade. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da personalidade, intoxicação ou abstinência de substância). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS a. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (p. ex., negligencia ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso). b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas). c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirigea palavra diretamente (p. ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo). e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas seqüenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p. ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos). g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados). i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários agendados). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 1. Hiperatividade e Impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira. b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar). c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Nota: Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente. e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado" (p. ex., não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar). f. Frequentemente fala demais. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex., termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar). h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p.ex., aguardar em uma fila). i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão fazendo). Determinar o subtipo: * Apresentação Combinada * Apresentação Predominantemente Desatenta * Apresentação Predominantemente Hiperativa/Impulsiva CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Especificar se: Em remissão parcial: Quando todos os critérios foram preenchidos no passado, nem todos os critérios foram preenchidos nos últimos 6 meses, e os sintomas ainda resultam em prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou profissional. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Especificar a gravidade atual: Leve: Poucos sintomas, se algum, estão presentes além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que pequenos prejuízos no funcionamento social ou profissional. Moderada: Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes. Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão presentes CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PRÉ-ESCOLAR ADOLESCÊNCIA ESCOLAR PRÉ-ESCOLAR PODE SER DIAGNOSTICADO NESSA FASE ? SINTOMAS DE FORMA MUITO INTENSA! TEMPO DE ATENÇÃO (Aproximado) • 2 anos: 7 minutos • 3 anos: 9 minutos • 4 anos: 13 minutos • 5 anos: 15 minutos • 6 - 7 anos: 60 minutos Kavlie, Jakubowski & Rothanzl , 2009 PRÉ-ESCOLAR IRRITABILIDADE E AGRESSIVIDDE; ACIDENTES; SEM MEDO DE ESTRANHOS; EXTREMAMENTE INQUIETO; MUITO FALANTE; NÃO SE MANTÉM ATENTO POR MAIS QUE UM OU DOIS MINUTOS. ESCOLAR PREJUÍZO ACADÊMICO INADEQUAÇÃO SOCIAL COMPORTAMENTO DISRUPTIVO DESORDENS EMOCIONAIS ADOLESCÊNCIA SINTOMAS DEPRESSIVOS E ANSIOSOS; DISTÚRBIO DO SONO; DIFICULDADES PARA A APRENDIZAGEM; DISFUNÇÃO FAMILIAR; SITUAÇÕES DE RISCO SINTOMAS A PR ES EN TA Ç Ã O IDADE DE INÍCIO PADRÃO PERSISTENTE FUNCIONAMENTO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL G R AV ID A D E COMORBIDADE S DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Adaptado de Special Considerations in Diagnosing and Treating ADHD - Psychiatry Weekly. June 2007 Comportamento apropriado à idade TDAH Retardo mental ou QI elevado Ansiedade TOD ou TC Transtorno do Humor Transtornos da aprendizagem Déficit sensorial Doenças crônicas/neurológicas Fatores estressantes psicossociais Inabilidade ou intolerância dos responsáveis Uso de Medicação D ESATEN Ç Ã O H IPER ATIVID A D E IM PU LSIVID A D E CUIDADO COM O DIAGNÓSTICO COMORBIDADES E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIFERENÇAS ENTRE AS FAIXAS ETÁRIAS COMO TRATAR ? 3 DE QUEM É A “ESCOLHA” ? “EU FIZ A OPÇÃO POR NÃO DAR O REMÉDIO PARA O MEU FILHO ?” E AGORA? ESTÁGIO 0 ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3 ESTÁGIO 4 ESTÁGIO 5 ESTÁGIO 6 AVALIAÇÃO: INCLUSÃO/EXCLUSÃO PSICOESTIMULANTE OUTRO PSICOESTIMULANTE ATOMOXETINA ANTIDEPRESSIVO OUTRO ANTIDEPRESSIVO ALFA-AGONISTA Manual de Pediatria do DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO. Halpern, R. Ed. Manole. 2015 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO TERAPIA COMPORTAMENTAL INTERVENÇÕES COM OS PAIS: INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS EM SALA DE AULA; TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL COM O PACIENTE; NEUROFEEDBACK PSICOEDUCAÇÃO AUMENTAR A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA; MUDANÇAS NA DIETA; EVIDÊNCIAS LIMITADAS EDUCAR PAIS, FAMILIARES E PROFESSORES SOBRE TDAH: DIRETAMENTE PELO PROFISSIONAL NO CONSULTÓRIO; SESSÕES EM GRUPO DIETA E ESTILO DE VIDA “UMA MAIOR ATENÇÃO À EDUCAÇÃO DE PAIS E FILHOS EM PADRÃO ALIMENTAR SAUDÁVEL É TALVEZ O TRATAMENTO MAIS PROMISSOR E PRÁTICO, COMPLEMENTAR OU ALTERNATIVO DE TDAH.” INTERDISCIPLINARIDADE PSICOLOGIA ● NEUROPSICOLOGIA ● PSICOPEDAGOGIA ● FONOAUDIOLOGIA TERAPIA OCUPACIONAL ● FISIOTERAPIA ● MUSICOTERAPIA ● NUTRIÇÃO DECISÃO MEDICAMENTOS CONSENSOS MUNDIAIS OUTROS TRATAMENTOS ATÉ QUANDO ? 4 O tratamento deve ser mantido enquanto os sintomas se mantiverem presentes e causando prejuízo Newra Rotta, 2006 DRUG HOLIDAY Pausas, em relação ao uso do psicofármaco, nas férias e em finais de semana/feriados. É possível ? É comum ? 2 casos: Sexo masculino 12 anos e 8 anos deidade Suspensão do medicamento nas férias PARA A VIDA TODA ? DESFECHOS NEGATIVOS 5 ANOS • Queixas de comportamento na escola • Acidentes domésticos • Dificuldades no relacionamento familiar • Exclusão social 10 ANOS • Queixas de baixo rendimento na escola • Suspensões e expulsões • Repetência escolar • Acidentes domésticos • Dificuldades no relacionamento familiar • Exclusão social 15 ANOS • Queixas de baixo rendimento escolar • Uso de álcool, tabagismo e outras drogas • Inserção em grupos com comportamentos desviantes • Comportamento antissocial • Gravidez na adolescência • Piora do convívio familiar Kieling RR, Rhode LA. Curr Top Behav Neurosci.2012 Shaw M, et al.BMC Med.2012 MORTALIDADE DINAMARCA - 1981 / 2011 1,92 MILHÕES DE PESSOAS 32.000 DIAGNOSTICADOS COM TDAH 107 ÓBITOS ANTES DE 32 ANOS DE VIDA 54 MORTES NÃO NATURAIS - 42 POR ACIDENTES DIAGNÓSTICO NA FASE ADULTA AUMENTA O RISCO TDAH SEM COMORBIDADE: 1,5 X TDAH COM COMORBIDADE: 5,6 X TDAH COM COMORBIDADE + TUS: 8 X 6 – 17 ANOS: 2,2 X > 18 ANOS: 4,6X SEXO FEMININO: 3 X SEXO MASCULINO: 1,9 X DINAMARCA 710.120 PESSOAS 4.557 COM TDAH < 10 ANOS 5-10 ANOS: 19% PARA 14% EM PACIENTES EM TTO SEM TRATAMENTO: 17% TRATAMENTO PARA TDAH: DIMINUI 43% LESÕES E 45% VISITAS ÀS UNIDADES DE EMERGÊNCIA TDAH EXISTE E PODE SER GRAVE ! AVALIAR SEMPRE O PREJUÍZO IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES SEXO FEMININO E ADULTOS É um transtorno do neurodesenvolvimento ou não? ENTÃO, NOSSO PAPEL É... CUIDAR E INFORMAR ! RECONHECIMENTO PRECOCE DIAGNÓSTICO CORRETO PSICOEDUCAÇÃO TRATAMENTO ADEQUADO FIM !