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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
RESUMOS À DISCIPLINA DE ADMINISTRAÇÃO
Capítulo Introdutório e Capítulo 1
Petrolândia-PE
2021
1. INTRODUÇÃO À ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO: UMA BREVE REVISÃO HISTÓRICA DO CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DA MODERNIDADE.
No capitulo introdutório do livro, vemos sobre o que retrata o processo de modernização, quando há a substituição em progresso da economia feudal por uma economia industrial baseada em autoridade racional-legal, fundamento das organizações burocráticas. Alguns dos elementos relacionados a esse processo, são detalhados na seção a fim de promover o melhor entendimento com relação à Escola de Administração Cientifica apresentada. 
A emergência da sociedade industrial é citada inicialmente, impulsionada pela acumulação privativa do capital que foi a fonte inicial dos lucros que permitiram o acumulo de capital ulterior, resultando na emergência da economia capitalista industrial. Essa acumulação teve quatro principais fontes citadas, sendo elas: O rápido crescimento do volume de intercambio e do comercio de mercadorias no fim da Idade Média; O sistema de produção de manufatureiro; A grande inflação de preços nos séculos XVIII e XIX e o regime de cercamento dos campos. 
Em seguida, o autor trata do declínio das bases do sistema feudal, quando a partir do século XIV, modificações ocorrem e abalam a lógica da economia baseada na servidão humana em favor dos senhores donos de terra. A epidemia da peste negra teve um grande impacto sobre isso, por levar à morte, quase 50% da população da Inglaterra, resultando na escassez de mão de obra e o consequente aumento no custo do trabalho humano. 
O progresso das cidades, por meio da intensificação do comércio, permitiu que artesãos especializados pudessem abandonar a agricultura e dedicar-se à abertura de pequenos comércios e a viver de sua arte, sendo eles mestres-artesãos, padeiros, carpinteiros, ourives, entre outros. Então nesse período, o enfraquecimento da economia feudal progrediu e bons trabalhadores passaram a ter em suas casas, suas oficinas, conquistar seus clientes e viver dos frutos dos seus talentos e com o crescimento da participação desses profissionais na abertura de novos comércios, deu-se inicio à criação de organizações, relacionando aqueles de mesma área de atuação. Naquele momento, o comércio de bens e serviços ainda era feito à “preço justo” e os lucros eram vistos como usura e por isso, autoridades instituídas eram responsáveis por regular os monopólios locais. O crescimento do mercado e a comercialização com outras regiões é responsável pelo fim da politica do preço justo, substituída pela imposição do preço de mercado, fruto da negociação com o cliente e com a concorrência. 
Com o passar do tempo, a burguesia mercantil emerge, dada a limitação de novas pessoas a abrirem novos comércios e a concentração de poder e bens nas mãos dos donos de manufatureiras. Nesse momento, tem-se o absolutismo, onde os reis buscam centralizar o poder, tirando a autonomia das corporações e cidades. Esse movimento tinha o apoio político e econômico da burguesia mercantil, que recebiam em troca o favorecimento em diversas condições e áreas da sociedade. Exemplo dessa politica absolutista é o Luís XIV e o absolutismo francês. Em seguida diversos eventos e ideologias surgiram culminando na Revolução Francesa de 1789. 
Entre o século XVI e o século XVIII, surgem os assalariados na produção industrial. Segundo Huberman (1978), as sucessivas formas de organização industrial passaram de um sistema familiar no princípio da Idade Média para os sistemas de corporações. Sistema domestico e o sistema fabril. 
Outros elementos que favoreceram a consolidação do capitalismo industrial foram a inflação de preços dos séculos XVIII e XIX e o cercamento dos campos. A inflação de preços foi motivada pelo acumulo de ouro na Europa, advindo das colônias da américa. O cercamento das terras foi feito pela maior rentabilidade da criação de animais, após a expulsão de famílias camponesas das terras, que migraram para as cidades. 
A consolidação da indústria e do capitalismo de livre concorrência ocorreu entre 1840 e 1873 na Inglaterra. O período foi de crescimento impressionante, onde as industrias passavam a empregar o dobro de indivíduos. O responsável por esse crescimento foi a conhecida Revolução Industrial. Aqueles camponeses que migraram para a cidade após o cercamento de terras, vendiam sua força de trabalho em troca de péssimos salários para sobreviver, trabalhando até 16 horas diárias em situações precárias. Em reação a isso, surgiram na época, associações sindicais em prol de melhores condições de trabalho para essa primeira mão-de-obra industrial. Enquanto os grandes lideres se preocuparam com as associações e criaram lei às proibindo, os Tóris – membros de elites conservadoras da época – apoiavam aos trabalhadores e acreditavam que os mesmos deveriam ser protegidos e ter melhores condições para trabalhar. Outros movimentos políticos surgiram em seguida, ainda em reação a situação dos operários. Um deles foi o socialismo utópico que, com o passar do tempo teve vários expoentes, tais como: Henri de Saint-Simon (1760-1825), Louis Blanc (1811-1882), Proudhon (1809-1865) e Karl Marx (1818-1883). O pensamento dos autores citados reflete importantes questionamentos e reações ao processo de modernização da sociedade. 
Na passagem do século XIX para o século XX, os Estados Unidos haviam se tornado a maior potencia industrial do mundo, cenário esse de rápidas transformações econômicas e sociais que Weber (1864-1920) descreveu e analisou. Já na época de Taylor, apesar de encontrados alguns resquícios da autoridade descrita por Weber, surgiu o método de empreitada, podendo ser visto como um sistema de transição para o sistema burocrático.
2. A ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO E O MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA
Na introdução do capitulo, reafirma-se 	que o foco da Escola de Administração Clássica é interno e estrutural, ou seja, os principais teóricos dessa escola focam sua análise no aperfeiçoamento das regras e estruturas internas da organização. 
Em seguida, vemos sobre as origens do movimento de Administração Cientifica e o contexto e períodos históricos em que se originou e desenvolveu o movimento. O pensamento racionalista impactou a área do trabalho, dando inicio aos acontecimentos subsequentes. 
O tópico a respeito dos grandes nomes dessa escola começa citando o engenheiro Taylor e seu livro “Shop Management”, publicado em 1903 nos Estados Unidos. O mesmo assumiu em 1906 a presidência da Associação Americana de Engenheiros e em 1911 publicou seu livro mais popular: Princípios de Administração Cientifica. 
Em sequência, Henri Fayol e seu livro: Administração geral e industrial, publicado em 1916, são citados pelo autor. Fayol é responsável por um sistema esquemático e bem estruturado, marcado pela divisão clássica das funções do administrador em planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. 
Após os dois, destacam-se os trabalhos realizados por Frank e Lilian Gilbreth, que escreveram e aplicaram diversos conhecimentos de administração cientifica em sua empresa de construção civil. Além deles, Henry Gantt também seguiu os trabalhos de Taylor e chegou a conclusões próprias a respeito natureza psicológica dos trabalhadores. Com isso, tornou-se mais liberal e passou a utilizar a psicologia para aumentar a produtividade dos trabalhadores. 
Quanto aos ideais centrais do Movimento, um dos principais pensamentos era que o homem é um ser eminentemente racional, e que, ao tomar uma decisão, conhece todo os cursos de ação disponíveis, bem como as consequências de optar por um deles. Logo, poderia sempre escolher a melhor alternativa e maximizar seus resultados. Essa ideia foi muito usada pelos economistas clássicos em seus trabalhos e é facilmente identifica na lei de oferta e procura. Esse conceito do homo economicus consolidou-se pouco a pouco e embasou a Escola Clássica de Administraçãoe a economia.
Um segundo pilar teórico do movimento é a ideia de que a função primordial do administrador é determinar uma única maneira certa de executar um trabalho. Segundo Taylor (1960), existe uma única maneira certa que, se encontrada, maximizará a eficiência do trabalho. Após encontrar a maneira certa, acreditava-se que devia encontrar também a pessoa certa a realizar aquela ação. Os engenheiros tinham a responsabilidade de experimentar e encontrar os tempos necessários para cada movimento, descobrindo a maneira correta de execução e os trabalhadores, por sua vez, deveriam executar os movimentos e tempos-padrão sem discutir, de forma prescrita. Para Taylor, o papel do administrador ganhava uma relevância muito maior, o colocando na cabeça dos grandes projetos.
O subtópico 1.3.4, traz conhecimentos a respeito dos incentivos monetários oferecidos após fixados e alcançados os padrões de produção requeridos. Para a Escola Cientifica, os supervisores deveriam acompanhar, detalhadamente, o trabalho dos subordinados, para garantir que a única forma correta de executar as atividades fosse realizada. Mesmo pregando a crença no sistema de incentivos, os mesmos mantinham marcação cerrada sobre seus empregados. No início do século XX, o tipo de incentivo mais indicado era pagar mais a quem produzisse mais. A partir daí, começaram a surgir os sistemas de pagamento. Taylor sugeriu o pagamento por peça, Gantt apresentou a ideia do bônus e muitos outros autores também deram suas contribuições. 
A organização sempre foi uma forma de estruturar a empresa, para a Administração Cientifica. Para Fayol, organizar é uma das funções do administrador. As ideias da Administração Cientifica com relação à organização se tratavam da divisão de trabalho, centralização das decisões, poucos subordinados por gerente, impessoalidade nas decisões e a busca por estruturas e sistemas perfeitos. 
A Escola Clássica considerava a administração uma ciência com princípios próprios, com base, de um lado, na experiencia cientifica e no trabalho, e de outro, no método logico-dedutivo. Mais tarde, a Escola de Relações Humanas fez uma critica à essa ideia e a fez cair por terra. Percebeu-se então que a administração não era a ciência pronta de Taylor e Fayol e que debater seu grau de exatidão era inútil.

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