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Sequestro do menino Carlinhos- 1973 Por : Allan da Silva Barros - 202008313635 Oceanira Kellen da Costa Neves - 202101311671 Milena Garcia Pereira - 202102541549 Tiago Alves Machado - 202102472814 O Caso Carlinhos refere-se ao sequestro do menino Carlos Ramires da Costa, ocorrido em 1973, no Rio de Janeiro, o qual permanece insolúvel. Carlinhos, uma criança de dez anos, era um dos sete filhos da dona de casa Maria da Conceição Ramires da Costa e do industrial João Mello da Costa, proprietário da indústria farmacêutica Unilabor, em Duque de Caxias. O crime envolveu a família carioca Ramirez da Costa composta por um casal e seus sete filhos, Vera Lúcia, Carmen, Eduardo, João, Carlos, Roberto e Luciana que, na época, tinham entre 15, 14, 13, 11, 10, 8 e 3 anos de idade, respectivamente. No dia 2 de Agosto de 1973, por volta das 20:00h, Maria Lúcia da Conceição se encontrava assistindo novela com seus filhos, quando de repente ocorreu um corte de energia e a casa da família ficou completamente escura. Nesse momento um homem armado entrou na residência e trancou todos no banheiro e fugiu levando Carlinhos. O sequestrador deixou um bilhete ao sair, no qual avisava que a criança estava em seu poder e que só seria devolvida após o pagamento do resgate. O criminoso exigiu que a família levantasse o montante de Cr$ 100 mil, e instruiu que o dinheiro, juntamente com o bilhete, deveria ser deixado dentro de uma bolsa em um ponto específico do cruzamento de duas ruas da capital fluminense, no dia 4 de agosto às duas horas. A nota também dizia que se a família tentasse qualquer reação, a vítima seria liquidada. No momento do sequestro, o pai de Carlinhos se encontrava com os dois filhos menores, Roberto e Luciana, trabalhando em um laboratório farmacêutico que pertencia aos Ramirez da Costa. Apesar de serem proprietários do negócio, os pais do menino não possuíam o dinheiro exigido para pagar pelo resgate, e a comunidade, comovida, se uniu para fazer doações. As autoridades cariocas não tinham qualquer experiência na época para lidar com casos de sequestro. Entretanto, no dia e local combinados para a o pagamento do resgate, inúmeros policiais disfarçados de civis, pipoqueiros e vendedores de sorvete, tomaram a região, a bolsa com o dinheiro foi deixada exatamente no ponto informado, mas Carlinhos jamais apareceu. INVESTIGAÇÃO As investigações levaram a diversos suspeitos, entre eles os diretores de uma clínica que ficava ao lado da residência da família de Carlinhos, já que um dos proprietários tinha interesse em comprar a casa dos Ramires da Costa. O médico, um homem chamado Mário Filizzola, teria oferecido Cr$ 60 mil pelo imóvel, e os policiais seguiram a ideia de que o sequestro poderia ser uma artimanha para pressionar os pais do menino. As autoridades chegaram a prender o marceneiro da clínica, Kleber Ramos, acreditando que ele teria sido contratado para raptar o garoto, mas, na falta de provas, ele foi solto. Outros funcionários também foram investigados e levados para depor — contudo, os policiais não conseguiram encontrar nada que comprovasse o envolvimento do médico. Mas os investigadores se deram conta de algumas inconsistências no caso. A família de Carlinhos tinha três cães, e nenhum deles parece ter reagido quando o sequestrador invadiu a casa. Além disso, a porta da residência não mostrava sinais de ter sido forçada, e a caixa de luz onde os fios foram cortados não se encontrava em local evidente e esses detalhes davam indícios de que o invasor podia ser alguém conhecido. Para piorar, as investigações apontaram que o João, o pai de Carlinhos, estava enfrentando uma série crise econômica e precisava desesperadamente de dinheiro. Aliás, quando a comunidade se reuniu para fazer as doações para o pagamento do resgate, o montante passou dos Cr$ 300 mil três vezes o valor exigido, e não se sabe que fim levou essa grana toda. Investigação Evidentemente, os pais de Carlinhos se tornaram suspeitos do crime, especialmente o pai que chegou a ser acusado de forjar o sequestro de Carlinhos. Não demorou até que inúmeras histórias começassem a circular sobre o casal, e uma delas seria que João estava tendo um caso com a secretária os dois teriam planejado o rapto. Ademais, a mãe do menino sempre aparecia sorrindo e acenando diante da imprensa, levantando suspeitas entre os jornalistas. Um dos rumores envolvendo a mãe de Carlinhos foi de que ela teria um caso com um pai de santo local e esse homem teria sequestrado o menino e o levado ao Maranhão. Então, em janeiro de 1974, cerca de seis meses após o sumiço de Carlinhos, um homem chamado Adilson de Oliveira se apresentou à polícia, assumiu a autoria do crime e revelou que João Costa havia sido o mandante. O pai de Carlinhos chegou a ser preso, e liberado pela polícia no dia seguinte graças a um habeas corpus. Mais tarde, os investigadores descobriram que a confissão de Adilson não era verdadeira e, com a falta de provas, o caso foi encerrado. Ademais, os boatos, a pressão e a desconfiança levaram os pais do menino a se divorciar. REVIRAVOLTA E MISTÉRIO NO CASO Em 1977, um detetive particular chamado Bechara Jalkh, contratado para investigar o caso paralelamente à polícia, voltou a levantar acusações de que João Costa teria forjado o sequestro de Carlinhos. Segundo ele, como o pai do menino estava completamente falido, ele teria criado um plano mirabolante para conseguir dinheiro. O caso foi reaberto pela polícia, e análises no bilhete deixado pelo sequestrador apontaram que ele havia sido redigido por um homem chamado Silvio Pereira, funcionário de João. Curiosamente, também veio à tona que Vera Lúcia, a irmã mais velha de Carlinhos, teria reconhecido Silvio no dia do sequestro, mas, depois de dizer isso ao pai, João teria dito à filha que se ela falasse a respeito do assunto, ele seria preso. O funcionário chegou a ser condenado a 13 anos de prisão, mas, após um recurso apresentado pela defesa, ele foi absolvido POSSÍVEL ESTIMATIVA DE APARÊNCIA ATUAL O envolvimento de João Ramirez da Costa no sequestro do filho jamais foi comprovado pela polícia. Ele se casou novamente e vive com a segunda mulher no Rio de janeiro. Já a mãe do menino, Maria da Conceição, mora em uma quitinete com a filha mais velha e já recebeu a visita de mais de 10 homens que diziam ser Carlinhos. Contudo, exames de DNA revelaram que nenhum deles é seu filho. Um desses homens continua fazendo visitas esporádicas à Maria da Conceição até hoje. Os pais do menino vivem com dificuldades financeiras, e ninguém sabe como o dinheiro do resgate utilizado. No início de 1974, chegou a ser publicada a terrível notícia de que o garoto teria sido afogado no mar a pedido do pai três meses depois de ser raptado, mas o corpo jamais foi encontrado. Após mais de 40 anos, o caso do sequestro de Carlinhos continua sem solução e o que realmente aconteceu no dia em que o menino desapareceu ainda é um mistério. Em 2007 Conceição sonhou com uma mulher dizendo que o filho dela estava no céu e foi só a partir desse sonho que ela começou a seguir sua vida novamente, fazem 48 anos que o menino Carlinhos desapareceu e até hoje ninguém sabe o que realmente aconteceu.