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Índice 1. Introdução 1 2. Objectivos 2 3. O Solo 3 4. Tipos de solo 4 6. A dinâmica do solo 9 Conclusão 11 Referencias Bibliográficas 12 1. Introdução O presente trabalho de Pedogeografia, cujo tema é Fale da dinâmica do solo, tem como objectivos identificar os tipos de solo e descrever a dinâmica do solo. O solo é um recurso vital para a humanidade, dele depende 99% da produção de biomassa e muitos outros serviços. É um recurso que se forma muito lentamente e que se pode degradar muito rapidamente (minutos a poucos anos). Portanto, à escala de tempo da vida humana, o solo é um recurso natural não renovável. Os solos que recebemos evoluíram ao longo de muitos milhares de anos, por processos naturais e acções humanas mais recentes. É produto do intemperismo sobre um material de origem, cuja transformação se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma e ao longo do tempo. O solo corresponde, nesse caso, à decomposição de rochas que ocorre por meio de acções ligadas à temperatura, como o calor, além de processos erosivos provenientes da acção dos ventos, chuva e seres vivos, tais como bactérias e fungos. Contudo, pode ser visto sobre diferentes ópticas. Portanto, para a materialização desse trabalho usou se a revisão da literatura, que consistiu no levantamento de manuais, artigos e sites da Internet que abordam sobre o tema em análise. 2. Objectivos 2.1. Objectivo Geral · Falar da dinâmica do solo. 2.2. Objectivos Específicos · Identificar os tipos de solo; · Descrever a dinâmica do solo. 3. O Solo Luis (s/d) “Solo é o conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não-consolidados, normalmente localizado à superfície da terra, com actividade biológica e capacidade para suportar a vida das plantas”. Mateus (2008), “o solo é uma camada delgada de material não consolidado que cobre a superfície da crosta terrestre”. O solo é constituído, em diversas proporções, por matéria mineral e matéria orgânica, que interactuam entre si formando conjuntos de partículas designadas por agregados, entre os quais existem espaços vazios (poros) que são preenchidos por água e ar. “O solo é um recurso finito, limitado e não renovável, face as suas taxas de degradação potencialmente rápidas, que tem vindo a aumentar nas últimas décadas (pela pressão das actividades humanas) em relação as suas taxas de formação e regeneração extremamente lentas” (Luís, s/d). Para um agrónomo, através da edafologia, solo é a camada na qual pode-se desenvolver vida vegetal. Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de construção. Solo é a colectividade de indivíduos naturais, na superfície da terra, eventualmente modificado ou mesmo construído pelo homem, contendo matéria orgânica viva e servindo ou sendo capaz de servir à sustentação de plantas ao ar livre. O solo é o substrato para a vida dos ecossistemas, constituindo um sistema vivo e dinâmico que intervém como regulador dos ciclos biogeoquímicos e hidrológico, funcionando como filtro depurador e reservatório de armazenamento de água, desempenhando ainda funções de suporte físico e químico para a Vida, bem como um importante papel de tampão, face a diversas formas de contaminação ambiental. Solo tem o seu limite superior na atmosfera ou, quando submerso, numa camada de água pouco profunda. Nos limites laterais transita gradualmente para águas profundas ou áreas estéreis constituídas por rocha ou gelo. O seu limite inferior é, talvez, o mais difícil de definir. O solo inclui os materiais próximos da superfície que diferem do material rochoso subjacente como resultado da interacção, ao longo do tempo, do clima, dos organismos vivos, do material originário e do relevo. Normalmente, a sua variação é gradual até ao limite inferior com o material originário, onde cessa a actividade biológica, e coincide com a profundidade de enraizamento das plantas perenes nativas. 4. Tipos de solo 4.1. Terra roxa Terra roxa, constituída de solos lateríticos muito ricos em matéria orgânica mas que, expostos à erosão quando aproveitados com culturas abertas, sofrem degradação facilmente e apresentam difícil recuperação. Esta denominação popular foi dada pelos colonos imigrantes da região sul às argilas férteis de coloração vermelha (ou rossa, em italiano), resultante da decomposição das rochas basálticas. 4.2. Tchernozion Tchernozion, denominação do solo negro existente em regiões de clima semi-árido, de verão seco e quente com inverno muito frio e grandes precipitações de neve. Pertence ao grupo dos solos azonais aqueles em cuja formação o fator dominante é a desagregação da rocha matriz, e não o clima. Tem coloração negra, proveniente da abundância de conteúdo orgânico (húmus) e espessura média de 1 m; de modo geral, é um solo de topografia plana onde a cobertura vegetal é constituída por gramíneas. Sua denominação provém do russo (tcherno, negrume, e zion, terra), e também é aceita a forma chernozen. Este tipo de solo é pouco alcalino, por ser a evaporação muito superior à precipitação, e também pela existência no subsolo de um lençol freático com profundidade constante, o que aumenta o transporte dos sais da rocha para o solo, conferindo-lhe extraordinária fertilidade. 4.3. Loess A importância econômica dos depósitos de loess está no fato de enriquecer os solos para a agricultura. Seu comportamento em mecânica dos solos, porém, é um problema concernente à engenharia civil. loess é um siltito (depósito de limo) homogêneo, de cor amarelada, não estratificado, geralmente permeável, poroso, inconsolidado, que forma paredões abruptos. Atualmente, essa definição não é totalmente aceita, pois verificou-se que os depósitos de loess se compõem de uma sucessão cíclica de membros, em que o loess verdadeiro, com espessura de um a cinco metros, alterna-se com solos fósseis, material proveniente de solifluxão e areias ou cascalhos. A melhor classificação do loess é a que se baseia na distribuição granulométrica. A análise mostra a presença de quarenta a cinqüenta por cento de partículas entre 0,01 e 0,05mm, cinco a trinta por cento de partículas argilosas (menos de 0,005mm) e cinco a dez por cento de partículas arenosas (acima de 0,05mm). Os depósitos de loess são particularmente importantes nas zonas semiáridas dos grandes desertos. 4.4. Massapê Massapê, nome popular dado ao solo argiloso proveniente da alteração de vários tipos de rochas, tanto graníticas quanto sedimentares. No nordeste do Brasil, por sua composição em que predominam as rochas calcárias, ficou conhecido por ser a base da cultura da cana-de-açúcar, desde o século XVI. No sudeste, principalmente em São Paulo, sua origem predominante foram as rochas graníticas. Na região do Recôncavo Baiano, o massapê é oriundo da decomposição de rochas sedimentares, como os folhelhos (rocha argilosa em finas camadas) formados no período cretáceo. 4.5. Latossolos Latossolos, são solos muito intemperizados, que evidenciam, também, elevada perda de sílica e lixiviação de bases, sendo, portanto, bastante pobres em nutrientes. De forma geral, são perfis profundos, homogêneos, de boa drenagem, o que facilita os procedimentos da mecanização agrícola. 5. Características de alguns solos predominantes em Moçambique Fluvissolos Depósitos aluvionares e flúvio-marinhos, lacustres, de textura média a fina. Características Gerais Em geral férteis, pH neutro, sedimentos costeiros contêm CaCO3 (conchas), salinidade e sodicidade podem constituir um problema. Principais Limitações para a Agricultura: drenagem; inundações; salinidade e sodicidade. Utilização: Apto para uma grande variedade de culturas. Em geral o controle de inundação, drenagem e rega são necessários. Necessidades de Maneio: Alta fertilidade permite o cultivo duma grande variedade de culturas de sequeiro. O cultivo de arroz é comum nos Fluvisols tropicais. O arrozal deve ser secoalgumas semanas por ano. Arenossolos Geralmente, material transportado e não consolidado; Solos pouco evoluídos com textura grosseira. Características Gerais · Permeabilidade alta; · Capacidade de retenção de agua baixa; · Capacidade de troca catiónica e matéria orgânica baixa; · Principais Limitações para a Agricultura; · Capacidade de retenção da água e fertilidade baixa. Utilização: Solos marginais para grande parte das culturas alimentares e industriais, mostrando aptidão moderada em regiões de maior precipitação para a produção de fruteiras tropicais, e espécies exóticas florestais de crescimento rápido. Necessidades de Maneio: Nos trópicos húmidos a melhor opção é deixar sob vegetação natural, em áreas áridas (< 300 mm/ano) pastagem extensiva; > 300 mm/ano agricultura de sequeiro possível. Solos de Mananga (nome local do solo) Depósitos de Mananga com cobertura arenosa de espessura variável, e coluviões argilosos. Características Gerais Solos franco-argilo-arenosos, amarelo-acastanhados, imperfeitamente drenados, correspondendo a depósitos cimentados sódicos do Pleistoceno. Principais Limitações para a Agricultura: cimentação e impermeabilidade do solo, sodicidade e localmente salinos. Utilização Solos marginais para produção agrícola, normalmente com maior potencial para pastagens extensivas. Necessidades de Maneio Devido a impermeabilidade e drenagem imperfeita a má, associados à sodicidade, importa pois monitorar os teores de sais no solo, e normalmente melhorar a drenagem interna. Solonchaks Depósitos não consolidados associados a sedimentos de Mananga. Características Gerais Solos salinos, de climas (semi) áridos, totalmente seco durante parte do ano, com estrutura muito forte que colapsa quando húmido. Principais Limitações para a Agricultura: sodicidade, salinidade alta; o subsolo pode apresentar-se com horizontes compactos e o solo pode tornar-se impermeável. Utilização Pastagem extensiva ou normalmente com vegetação natural do tipo savana arbustiva, e mata. Necessidades de Maneio Solos que devido às suas limitações não são utilizados para fins agrícolas e são muito difíceis de recuperar. Acrissolos Solos de rochas ácidas, principalmente matéria meteorizada, rica em sílica. Características Gerais · Pobre; · Baixo conteúdo de bases; · Toxicidade de alumínio ou manganês; · Fixação alta de fósforo; · pH-H2O < 5,5 ; Principais Limitações para a Agricultura · solos ácidos fortemente meteorizados; · uma baixa saturação com bases; · escoamento superficial nos declives expostos ao impacto directo das chuvas. Utilização · Limitações severas para o cultivo permanente, áreas extensivas para agricultura de subsistência; · Necessidades de Maneio: conservação do solo; calagem; adubação se a agricultura for permanente. Calcissolos Na generalidade, sedimentos aluviais (lacustrinos) e depósitos coluviais e eólicos. Características Gerais: potencialmente fértil; textura fina; boa capacidade de retenção de água; matéria orgânica moderada 1-2%; Principais Limitações para a Agricultura · Textura média a fina; · Boa capacidade de retenção de água; · Se a superfície for limosa, desenvolvem-se crostas, resultando em · Escoamento superficial; · Solos com uma acumulação substancial de CaCO3, de climas (semi) áridos; Utilização · Aptidão agrícola limitada por aridez; · pedregosidade; · Horizonte petrocálcico; · Muitos Calcisols são usados para pastagem. Necessidades de Maneio: Toda a capacidade produtiva efectivamente utilizada se os Calcisols forem regados cuidadosamente. Chernozens Sedimentos eólicos (na maioria). Características Gerais · Solos pretos, ricos em matéria orgânica; · Camada superficial: 5-15% húmus, C/N cerca de 10, pH-água 6,5-7, 0,2-0,5% N; 0,1-0,2% P; · Subsolo: pH-água 7,5-8,5 (especialmente se contem cal); · Saturação em bases cerca de 90%. Principais Limitações para a Agricultura: ligeira sodicidade e possível presença de carbonatos; susceptível à erosão principalmente nas encostas. Ferralssolos Solos tropicais vermelhos e amarelos, alto conteúdo de sesquióxidos de Fe e Al (Ferralsols), desenvolvidos sobre prémeteorizada. Características Gerais · Porosidade excelente; · Permeabilidade boa e infiltração alta (micro-agregados estáveis, muitos bio-poros); · Estrutura estável (argilosa); · Alta percentagem de óxidos de ferro (CTA) e caolinito (CTC); · Pobre; · Baixa CTC efectiva; · Alta fixação de fósforo; · Carências de N, K, Ca, Mg e S; · Toxicidade de Al e/ou Mn; Principais Limitações para a Agricultura Fertilidade, e toxicidade de Al e/ou Mn. Utilização Solos físicamente bons e químicamente pobres; calagem e adubação completa são obrigatórias para uma agricultura sedentária sustentável. Necessidades de Maneio A maioria dos nutrientes encontra-se nos primeiros 10 a 50 cm; a agricultura sedentária de subsistência com baixos níveis de insumos leva a um esgotamento rápido de nutrientes. Manutenção de matéria orgânica, tipo, modo e tempo de aplicação de adubo são importantes. 6. A dinâmica do solo Marcello, Taveira, e Crotti (2016), “o uso de solo é conceituado como o tipo de utilização de parcelas de solo para algumas actividades em determinadas áreas, e a ocupação de solo significa a maneira como as edificações humanas ocupam estas áreas”. O fato é que quando uma área não possui manejo e planeamento adequado para o uso e a ocupação de solo, problemas como inundações, poluição hídrica e do solo e a aceleração de processos erosivos podem ocorrer. Nesse sentido, o conhecimento da dinâmica da distribuição temporal do uso de solo é útil para a compreensão do funcionamento das actividades económicas de uma região, permitindo avaliar a dinâmica das acções antrópicas sobre o ambiente físico. Luís (s/d), “o solo é um meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat da biodiversidade abundante, com padrões genéticos únicos, onde se encontra a maior quantidade e variedade de organismos vivos, que servem de reservatório de nutrientes”. Uma grama de solo em boas condições pode conter 600 milhões de bactérias pertencentes a 15000 ou 20000 espécies diferentes. Nos solos desérticos, estes valores diminuem para 1 milhão e 5000 a 8000 espécies, respectivamente. A actividade biológica, dependente da quantidade de matéria orgânica presente no solo, elimina agentes patogénicos, decompõe a matéria orgânica e outros poluentes em componentes mais simples (frequentemente menos nocivos) e contribui para a manutenção das propriedades físicas e bioquímicas necessárias para a fertilidade e estrutura dos solos. A intensidade com que os solos realizam cada uma das suas funções é extremamente importante para a sua sustentabilidade. A degradação do solo reduz a sua disponibilidade e viabilidade a longo prazo, reduzindo ou alterando a sua capacidade para desempenhar funções a ele associadas. A perda de capacidade do solo para realizar as suas funções, deixando de ser capaz de manter ou sustentar a vegetação, é designada por desertificação. Conclusão De forma conclusiva, o Solo é o conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não-consolidados, normalmente localizado à superfície da terra, com actividade biológica e capacidade para suportar a vida das plantas. O Solo tem o seu limite superior na atmosfera ou, quando submerso, numa camada de água pouco profunda. Nos limites laterais transita gradualmente para águas profundas ou áreas estéreis constituídas por rocha ou gelo e seu limite inferior é, talvez, o mais difícil de definir. São vários os tipos de solos como a Terra roxa, constituída de solos lateríticos muito ricos em matéria orgânica mas que, expostos à erosão quando aproveitados com culturas abertas, sofrem degradação facilmente e apresentam difícil recuperação. O Tchernozion, denominação do solo negro existente em regiões de clima semi-árido, de verão seco e quente com inverno muito frio e grandes precipitações de neve. O Loess, cujo a importância económica dos depósitos de loess está no fato de enriquecer os solos para a agricultura. Seu comportamento em mecânica dos solos, porém,é um problema concernente à engenharia civil. O solo é um meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat da biodiversidade abundante, com padrões genéticos únicos, onde se encontra a maior quantidade e variedade de organismos vivos, que servem de reservatório de nutrientes. A actividade biológica, dependente da quantidade de matéria orgânica presente no solo, elimina agentes patogénicos, decompõe a matéria orgânica e outros poluentes em componentes mais simples (frequentemente menos nocivos) e contribui para a manutenção das propriedades físicas e bioquímicas necessárias para a fertilidade e estrutura dos solos. Assim termina se dizendo que o estudo dos tipos de solos e a sua dinâmica, permitiu perceber na sua essência o que são solos e como ocorre a sua dinâmica. Referencias Bibliográficas 1. Luís, António dos Anjos (s/d). Pedogeografia. Beira: UCM. 2. Marcello, T., Taveira, A. do V. A., & Crotti, P. C. (2016). Zoneamento municipal como instrumento regularizador do uso e ocupação do solo: uma análise da legislação municipal de Francisco Beltrão. Recuperado em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/gestaoedesenvolvimento/article/view/13033/10206>. 3. Mateus, António (2008). Solo: a pele da Terra. Lisboa: FCUL. 12