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DESCRIÇÃO Introdução ao estudo dos solos, por meio dos principais processos de formação, propriedades e sistemas de classificação, além da definição dos horizontes. PROPÓSITO Compreender a importância e os processos responsáveis pela formação dos solos, como os solos se relacionam com o ambiente e como podem ser classificados, considerando suas propriedades, sua morfologia e seus horizontes, bem como sua caracterização no Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os elementos de estudo dos solos MÓDULO 2 Classificar os solos INTRODUÇÃO O solo é um dos componentes mais importantes do ambiente. Um retrato de processos geológicos milenares que contam a história de sua formação, a partir da rocha matriz e através de processos físicos, químicos e biológicos do planeta. É por meio do solo que a vegetação se nutre e cresce, dando abrigo a diversas espécies. É o solo que nutre os cultivos que se tornarão alimento para a população e que abriga os principais processos de transformação da matéria, recebendo e disponibilizando nutrientes através da ação de diversos organismos. O solo é, portanto, um habitat. Por suas características podemos compreender o processo de infiltração da água da chuva, que garante a manutenção de aquíferos e que, em última instância, é fonte de água. O solo é uma sentinela dos impactos da ação antrópica sobre a superfície do planeta. É por meio dele que uma série de efeitos negativos se propaga na natureza, atingindo diferentes ecossistemas e sua biodiversidade. No entanto, apesar de parecer inquestionável, a percepção atual da importância dos solos e dos processos que ocorrem nele não é tão distante assim. A Pedologia, ramo da ciência dedicado ao estudo da gênese, morfologia e classificação dos solos, foi lançada em 1880, na União Soviética, por Dokuchaev. O pesquisador russo percebeu que o solo não era apenas um simples amontoado de materiais não consolidados com diferentes níveis de degradação, mas era resultado da interação de inúmeros fatores com o material de origem, produzindo o solo. Nos próximos módulos, vamos discutir os principais processos responsáveis pela formação dos solos, seus principais fatores determinantes, como se relacionam com o ambiente e como podemos caracterizá-los. Em seguida, vamos entender o processo de classificação dos solos, as principais características dos horizontes que formam seu perfil e o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. MÓDULO 1 Reconhecer os elementos de estudo dos solos O QUE É SOLO? O solo é resultado de diversos processos, o que torna difícil apresentar uma definição simples para ele. De toda forma, podemos definir o solo através dos processos responsáveis por sua formação. O solo se refere à camada de material que foi física, química e biologicamente alterada, recobrindo as rochas e outros materiais inalterados na superfície terrestre. De acordo com o Manual Técnico de Pedologia, a melhor definição do solo é a estabelecida pela Soil Taxonomy, em 1975: SOLO É A COLETIVIDADE DE INDIVÍDUOS NATURAIS, NA SUPERFÍCIE DA TERRA, EVENTUALMENTE MODIFICADO OU MESMO CONSTRUÍDO PELO HOMEM, CONTENDO MATÉRIA ORGÂNICA VIVA E SERVINDO OU SENDO CAPAZ DE SERVIR À SUSTENTAÇÃO DE PLANTAS AO AR LIVRE. EM SUA PARTE SUPERIOR, LIMITA-SE COM O AR ATMOSFÉRICO OU ÁGUAS RASAS. LATERALMENTE, LIMITA-SE GRADUALMENTE COM ROCHA CONSOLIDADA OU PARCIALMENTE DESINTEGRADA, ÁGUA PROFUNDA OU GELO. O LIMITE INFERIOR É TALVEZ O MAIS DIFÍCIL DE DEFINIR. MAS O QUE É RECONHECIDO COMO SOLO DEVE EXCLUIR O MATERIAL QUE MOSTRE POUCO EFEITO DAS INTERAÇÕES DE CLIMA, ORGANISMOS, MATERIAL ORIGINÁRIO E RELEVO, ATRAVÉS DO TEMPO. (IBGE, 2007, p.31). Ou seja, o solo é resultado de um processo de transformações a partir de um material de origem, a rocha matriz, e recebe influência contínua de outros fatores. É COMPOSTO, PORTANTO, POR ELEMENTOS DA ROCHA MATRIZ, MINERAIS RECÉM-TRANSFORMADOS, MATÉRIA ORGÂNICA MORTA DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL, AR E ÁGUA EM SEUS POROS, RAÍZES VIVAS DAS PLANTAS QUE SE ESTABELECEM SOBRE SUA SUPERFÍCIE, MICRO- ORGANISMOS E ANIMAIS, COMO VERMES E ARTRÓPODES, QUE FAZEM DO SOLO PALCO DE PROCESSOS ECOLÓGICOS ÚNICOS. (RICKLEFS, 2010). Foto: Shutterstock.com. Neste módulo vamos discutir os principais processos que formam o solo, os fatores que controlam o intemperismo, como isso determina e quais são as principais propriedades dos solos. Além disso, vamos explorar como o solo se relaciona com o meio ambiente, sendo importante sentinela das transformações que ocorrem na superfície do planeta. FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DOS SOLOS Os solos se caracterizam pelo processo contínuo de transformação ao qual estão submetidos, modificando-se à medida que se desenvolvem sobre a rocha matriz. Ainda que atinjam um estado com propriedades relativamente estáveis, permanecem em um fluxo constante. CAMADA INFERIOR A rocha matriz se decompõe vagarosamente através da ação da chuva e outros fatores. A verdade é que todas as rochas da Terra vêm sofrendo a ação dos agentes de erosão há bilhões de anos. A chuva que corre pelas encostas, os rios, as ondas e a corrente do mar, o vento carregado de areia, as mudanças bruscas de temperatura e a ação biológica atuam alterando a forma e a dimensão das rochas. A água, com sua enorme capacidade de dissolver substâncias, forma ácidos que, por sua vez, desagregam as rochas. Muitas vezes, algumas rochas e minerais se esfarelam nas nossas mãos, dando origem aos grãos e às partículas que formam os solos. De acordo com os diferentes tipos de rocha, teremos diferentes tipos de solo. Assim, a água transporta compostos entre as diferentes camadas, removendo e trazendo substâncias entre elas. O solo é, portanto, um compartimento dinâmico! CAMADA SUPERIOR A vegetação possui papel-chave na contribuição de compostos orgânicos que se concentram na parte superior do solo. Os restos de folhas, galhos, raízes e os corpos dos animais mortos formam a matéria orgânica. Esta sofre ataque dos diversos organismos que vivem no solo, fazendo com que se decomponha e libere nutrientes que possam novamente ser utilizados pelas plantas e outros organismos. A matéria orgânica tem grande importância para os solos, principalmente para aqueles que já sofreram muita ação do tempo, pois possui uma capacidade de retenção de água e nutrientes muitas vezes maior do que argilas. Considerando a história geológica da Terra, podemos pensar que inicialmente não havia o solo, apenas a camada da crosta terrestre composta pelas rochas originárias ou rocha matriz. A partir daí, diversos fatores e processos atuaram sobre a rocha matriz para que fossem formados os sedimentos que comporiam o solo. A ação lenta do clima, da água e dos organismos que se estabeleceram sobre a crosta contribuíram para formação do solo a partir da rocha matriz ao longo de milhões de anos. Imagem: Shutterstock.com. Processo de formação do solo e estabelecimento dos diferentes horizontes. O intemperismo destaca-se entre os principais processos responsáveis pela formação dos solos, ou seja, pela pedogênese. O intemperismo caracteriza-se pela alteração física (desagregação) e química (decomposição) do material rochoso próximo à superfície da Terra, por meio da ação das águas superficiais. O processo de congelamento e derretimento da água proporciona um efeito físico de transformação da rocha, fragmentando-a em pedaços menores. Quimicamente, a água possui papel na dissolução de minerais, como o cloreto de sódio e o sulfato de cálcio. Tais processos de modificação da rocha matriz proporcionam a estrutura básica do solo. Foto: Shutterstock.com. Os fatores que controlam o processo de intemperismo são aqueles que determinarão as características e propriedades físico-químicas do solo. Assim, dependendo de como o intemperismo ocorre, os solos poderão variar em textura, ou seja, em relação à composição de silte, argila e areia; cor,variando entre solos vermelhos, amarelos ou cinza- esbranquiçados; concentração de matéria orgânica; profundidade e organização e delimitação de seus horizontes. Entre os fatores que controlam o intemperismo destacam-se o clima, o relevo, a matéria orgânica, o tempo de exposição e o tipo de rocha matriz em que se forma o solo. Vamos conhecer mais sobre eles a seguir. CLIMA Fator determinante no intemperismo, em especial no que se refere à precipitação e temperatura. O clima controla a natureza e a velocidade das reações químicas que ocorrem durante a pedogênese. RELEVO Responsável por controlar o papel do escoamento das águas superficiais e, portanto, afeta a infiltração da água no solo e o processo de dissolução e lixiviação de compostos. ORGANISMOS Revelam principalmente a importância da matéria orgânica como constituinte do solo e da ação da fauna, determinando suas propriedades. Formada a partir de atividade biológica que ocorre sobre o solo, em especial com a contribuição das plantas, a matéria orgânica influencia as reações químicas, afetando a acidez, refletindo na solubilidade de diversos compostos, como o alumínio. TEMPO DE EXPOSIÇÃO DA ROCHA Quanto maior o tempo de exposição da rocha matriz, maior o efeito dos processos de desagregação e decomposição. TIPOS DE ROCHA A composição mineralógica da rocha matriz pode torná-la mais ou menos suscetível a transformações. Por exemplo, enquanto quartzitos são muito resistentes ao intemperismo, mármores são rochas facilmente alteráveis. As rochas geralmente são classificadas em: rochas magmáticas (formadas pelo resfriamento e solidificação do magma), sedimentares (originadas da intemperização de rochas pré- existentes) e metamórficas (originadas a partir das rochas magmáticas ou sedimentares, submetidas à alta temperatura e pressão). Imagem: Solos,PES; ARENHARDT, 2015, p. 22, adaptado por Angelo Souza. Processos responsáveis pela formação das rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas. Algumas denotações costumam representar o solo como resultado da interação destes cinco fatores em uma equação: Esse modelo foi apresentado por Jenny em seu livro Factors of Soil Formation, de 1941, e tem sido adotado por estudiosos do tema, pela possibilidade de se isolar quatro fatores e de se trabalhar com a variabilidade de apenas um, os chamados estudos em sequência (TULLIO, 2019). Imagem: Formação, classificação e cartografia dos solos, TULLIO, 2019, p. 5. Processos preponderantes para a formação do solo. Esses fatores, através do efeito do intemperismo, caracterizarão os diferentes tipos e as propriedades do solo. Por exemplo: EXEMPLO A argila é formada a partir da percolação do hidrogênio através do granito, deslocando íons de potássio e magnésio, que se combinam com o ferro, alumínio e silício remanescente. Essas partículas possuem papel fundamental na capacidade de retenção de água e nutrientes no solo, devido à sua afinidade química com elementos como o fósforo, nutriente limitante para a atividade biológica. Foto: Shutterstock.com. Sabendo-se do papel da argila em reter nutrientes, por exemplo, algumas iniciativas de restauração de ambientes aquáticos eutrofizados têm despejado ativamente argila em corpos hídricos, para que ela “capture” os elementos presentes na coluna d’água e os mantenha retidos no sedimento. Consequentemente, os produtores primários desses ambientes diminuiriam seu crescimento, recuperando parte da qualidade da água desses mananciais. ATENÇÃO A argila é um dos principais componentes do phoslock, que aprisiona o fósforo disponível na coluna d’água, reduzindo o grau de eutrofização. Imagem: Pavel Kapysh / Shutterstock.com. O processo de formação da argila deixa explícito o papel que o hidrogênio possui nas transformações químicas do solo. O hidrogênio deriva principalmente do ácido carbônico, formado quando o dióxido de carbono reage com a água da chuva, e da oxidação da matéria orgânica nas camadas superiores do solo. Estima-se que, em sistemas tropicais, a decomposição da matéria orgânica, caracterizada por processos de transformação internos, seja mais relevante e aceleraria o processo de intemperismo. O intemperismo ocorre de forma distinta nas diferentes regiões do planeta. Em condições climáticas estáveis, partículas de areia e argila tendem a resistir ao intemperismo. No entanto, em solos ácidos, a argila é decomposta nas camadas superficiais do solo e seus íons solúveis são carreados para camadas inferiores. Foto: Shutterstock.com. A podzolização é um processo típico de solos ácidos. Como a argila é a grande responsável pela retenção de nutrientes, esse processo, também conhecido como podzolização, reduz a fertilidade das camadas superiores do solo. Esse tipo de solo é frequente em regiões de clima frio, que apresentam lenta decomposição da serapilheira, produzindo ácidos orgânicos nas camadas superiores. Esse efeito se acentua em regiões úmidas, onde o carreamento descendente das partículas do solo, promovido pela água da chuva, faz com que o material formador de argila não seja transportado de baixo para cima, ou seja, a partir do intemperismo da rocha matriz. Já em ambientes quentes e úmidos, destaca-se o processo de laterização. Esse processo também é caracterizado pela decomposição da argila, porém resulta na lixiviação de sílica, causando o predomínio de óxidos de ferro e alumínio em seu perfil. Como consequência, temos solos avermelhados, como ocorre na maioria do território brasileiro. A decomposição da argila faz com que, em muitas partes das regiões tropicais, os solos possuam baixa capacidade de reter nutrientes. Solos sem húmus e argila perdem facilmente seus nutrientes. Foto: RICKLEFS, 2010, p. 7. A laterização é um processo típico de sistemas quentes e úmidos. Na foto, um perfil do solo na Amazônia equatoriana. Em regiões montanhosas (onde as camadas pobres em nutrientes são frequentemente removidas pela erosão do solo) e em áreas com elevada atividade vulcânica (onde o material parental contribui através do aporte de nutrientes contido em suas cinzas), os solos tendem a ser mais férteis. SAIBA MAIS Outro fator determinante para a fertilidade dos solos e que contribui para o seu processo de formação é a característica da vegetação que aporta matéria orgânica, rica em nutrientes, que se dispersa nas camadas superficiais do solo. Neste sentido, o solo possui relação direta com o meio ambiente e as principais nuances dessa relação serão discutidas na próxima seção. SOLO E MEIO AMBIENTE Foto: Shutterstock.com. Entender o funcionamento do solo é um dos primeiros passos para entender a organização dos sistemas naturais. A fertilidade do solo é que determina a exuberância da vegetação que se forma acima dele e que explica padrões distintos de produtividade primária, altamente correlacionados à biodiversidade. Assim, além de o solo ser o substrato no qual as raízes das plantas crescem, muitos animais utilizam esse compartimento como habitat e vivem enterrados. ATENÇÃO É no solo que vários processos ecossistêmicos-chave ocorrem principalmente relacionados à ciclagem de nutrientes, como a fixação biológica do nitrogênio, caracterizando-se como importante sítio de transformação da matéria. Além disso, há uma fauna de organismos que ocupa a serapilheira que se acumula sobre o solo, criando um sistema ecológico complexo e diverso. Assim, as características e os processos que ocorrem no solo têm papel fundamental para o meio ambiente. Da mesma forma, é o solo que sente o processo de degradação da natureza e de sobrecarga que o crescimento e o padrão de consumo da população humana provocam. A busca por solos férteis foi determinante para a transição de um comportamento nômade para o estabelecimento de populações humanas e o desenvolvimento da agricultura. SAIBA MAIS No passado, as civilizações se instalavam nas regiões de solos de alta fertilidade,geralmente na proximidade de rios, como é o caso do Nilo, Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, e dos rios Indo, Yang-Tse e Huang- Ho, na Índia e na China. As inundações causavam grandes aportes de nutrientes no solo, tornando viável o estabelecimento de comunidades organizadas, que deram origem às grandes civilizações. A exploração do solo para a produção de alimento sempre esteve no cerne dos desafios da relação entre a humanidade e o meio ambiente. Na verdade, atribui-se à dependência da humanidade dos solos o avanço da Pedologia, fazendo-se necessário: (I) Corrigir a fertilidade natural dos solos, depauperada ao longo dos anos de exploração agrícola e agravada pela erosão. (II) Elevar a fertilidade natural de solos originalmente depauperados. (III) Neutralizar a acidez do solo. (IV) Agrupar solos apropriados para determinadas culturas. (V) Preservar os solos contra os perigos da erosão. (IBGE, 2007). Neste ponto, é importante diferenciar a Pedologia da Edafologia. PEDOLOGIA Considera o solo como um corpo natural, como um produto da ação da natureza, submetido à ação de intemperismos. EDAFOLOGIA Se dedica aos componentes biológicos do solo, em especial à vegetação. O potencial de complementaridade dessas ciências garante o uso sustentável dos solos diante de perspectivas distintas. Na verdade, outras ciências contribuem para o estudo dos solos, por meio do olhar específico sobre determinadas dimensões e aspectos desse compartimento, como a Microbiologia, a Geologia e a Engenharia Civil. Imagem: SILVA; AMARAL, 1995, p. 18. Contribuição e foco das diversas ciências relacionadas ao estudo dos solos. O manejo inadequado do solo e das culturas que se estabelecem sobre ele afeta seu funcionamento e compromete sua capacidade de prover benefícios para as pessoas. Na tentativa de recompor essa capacidade, o uso excessivo de adubos e fertilizantes tende a agravar ainda mais o processo de degradação do solo. Entre os principais processos que determinam a degradação dos solos destacam-se a erosão, a salinização, a desertificação, a compactação e a degradação química. Vamos conhecer, com mais detalhes, cada um deles a seguir. EROSÃO É um processo natural, mas que pode ser intensificado pela ação humana. Ocorre pela transformação e pelo desgaste do terreno devido à ação de agentes externos, como chuva, vento e sol. Esse fenômeno provoca uma série de problemas ambientais, com a intensificação da lixiviação e ocorrência de assoreamento e deslizamentos de encostas e morros. SALINIZAÇÃO Apesar de também ser um processo natural, intensifica-se pela aplicação de métodos incorretos de agricultura, causando o acúmulo de sais minerais no solo. Em regiões de clima árido ou semiárido, como a Caatinga brasileira, com as altas taxas de evaporação da água, esse é um problema comum e afeta a possibilidade de cultivo. Imagem: SILVA; AMARAL, 1995, p. 106. Representação do processo de salinização, comum em sistemas áridos e semiáridos. DESERTIFICAÇÃO Refere-se ao processo de degradação e esgotamento do solo, também comum em regiões áridas e semiáridas. O balanço hidrológico negativo (evapotranspiração maior que a precipitação) causa sérios déficits hídricos no solo. A desertificação é fortemente associada às práticas antrópicas, como as queimadas, o desmatamento, a mineração e o uso intensivo pela agropecuária. COMPACTAÇÃO Caracteriza-se pelo aumento da densidade do solo, reduzindo sua porosidade e permeabilidade. O pisoteio do gado, o tráfego de máquinas agrícolas e o manejo do solo em condições inadequadas de umidade são as principais razões desse processo. A compactação afeta o crescimento e desenvolvimento de plantas, reduz a movimentação da água na subsuperfície, as trocas gasosas e o deslocamento de nutrientes. DEGRADAÇÃO QUÍMICA Leva à perda da fertilidade do solo e da diversidade e está atrelada ao uso indiscriminado de defensivos agrícolas, ao descarte incorreto de resíduos industriais e ao desmatamento. A degradação química pode afetar o lençol freático e a vegetação local, prejudicando o funcionamento e as interações de todo o ecossistema. Com o avanço do entendimento da importância e do funcionamento dos solos, o seu papel no processo de recarga hídrica ganhou destaque, bem como a relação com a vegetação que se forma sobre o solo. Em uma área onde o solo está coberto por vegetação, as gotas de chuva caem lentamente e vão se infiltrando até chegar aos lençóis freáticos, onde ficarão armazenadas e também alimentarão as nascentes que formarão os córregos e rios. Sem a vegetação, o impacto da água da chuva causa a erosão do solo, carreando grandes volumes de sedimento para corpos hídricos presentes na bacia de drenagem. Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Angelo Souza. A infiltração da água no solo alimenta os aquíferos que garantem a manutenção dos fluxos hídricos em nascentes e rios. Algumas ferramentas dedicadas a entender o papel da vegetação para a qualidade da água, por meio da restauração florestal ou da conservação das plantas, utilizam como medida integradora o impacto que a vegetação possui no solo. A lógica dessas ferramentas é a seguinte: Se mantivermos ou recuperarmos a vegetação, vamos diminuir a erosão do solo e o carreamento de sedimentos que, em última instância, comprometem a qualidade da água. Um exemplo claro do papel da relação entre solo, floresta, água e bem-estar humano. O crescimento da população humana levou a um aumento na demanda da produção de alimento no contexto nacional e internacional, atrelado à busca de crescimento econômico, o que provocou grandes mudanças no uso do solo. Em especial, convertendo áreas de vegetação nativa, florestais ou não, em áreas de cultivo. No Brasil, a Mata Atlântica, porta de entrada no processo de ocupação do território nacional, foi o bioma mais impactado, sofrendo desde a exploração do pau-brasil até o crescimento urbano vigente no país, passando pelo ciclo do café e da cana-de-açúcar. Algumas estimativas apontam que a cobertura original do bioma chegou a apenas 7% do original, comprometendo a sobrevivência de diversas espécies e a capacidade da natureza em prover benefícios. Foto: Shutterstock.com. Mata Atlântica SAIBA MAIS Uma tentativa bem-sucedida de recompor a capacidade do solo de funcionar como uma “caixa d’água” foi realizada ainda no século XIX, liderada pelo então imperador Dom Pedro II. Ele associou a falta de água pela qual a cidade do Rio de Janeiro passava ao uso inadequado do solo, com a conversão de florestas para o cultivo de café. Decidiu, então, recompor grande parte da floresta que cobria os morros da cidade, no território que atualmente compreende o Parque Nacional da Floresta da Tijuca, uma das maiores florestas urbanas do mundo. Nos dias atuais, técnicas que acoplam cultivo, pecuária e manutenção da floresta têm sido apresentadas como uma boa forma de manejo do solo. Entre essas técnicas, destaca-se o manejo de pastagem ecológica, em que o pasto é dividido para atender tanto às necessidades do solo, como a absorção da água, quanto à produção animal. Há também sistemas agroflorestais, que reúnem cultivo agrícola e florestal, produzindo alimento ao mesmo tempo em que se recupera a natureza. Foto: Luisaazara / Shutterstock.com. Sistema agroflorestal na cidade de Petrópolis (RJ), integrando produção de alimento, conservação da biodiversidade e proteção do solo. Em especial, neste que é considerado o século das cidades, é prevista a expansão urbana em todo o planeta que, combinada com estimativas de eventos extremos de precipitação, deverá provocar grandes desastres em diversas cidades, causados pela impermeabilização do solo. A impermeabilização dos solos se refere à cobertura permanente de dada superfície de terreno e do seu solo com materiais artificiais impermeáveis, como o asfalto e o cimento, tal como ocorre no processo de urbanização.A Comissão Europeia produziu um documento dedicado a estabelecer boas diretrizes para o ordenamento do território na tentativa de reduzir os impactos negativos da impermeabilização dos solos. O documento Orientações sobre as melhores práticas para limitar, atenuar ou compensar a impermeabilização dos solos destaca o papel da infraestrutura verde nas cidades para garantir a recarga de aquíferos e diminuir os riscos associados às inundações (COMISSÃO EUROPEIA, 2012). Em 2012, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças no Clima apontou um gasto de cerca de 21 bilhões de dólares para as cidades da América Latina se adaptarem às novas condições de inundações e cerca de 14 bilhões de dólares para as condições de seca (IPCC, 2012). Imagem: COMISSÃO EUROPEIA, 2012. Potencial efeito da impermeabilização do solo para a sua capacidade de reter água. Mas o solo não é só fundamental para a produção de alimento e água. É também casa de uma fauna única, que produz e processa a matéria orgânica que se acumula sobre o solo ou na camada de serapilheira (camada superficial que cobre o solo de áreas vegetadas, composta por restos vegetais e animais). Talvez, ao olhar para o solo, você nunca tenha se atentado à quantidade de animais que habitam esse compartimento. Apesar de muitos serem apenas visualizados com o auxílio de lupas e microscópios, possuem importância na fragmentação de materiais orgânicos, principalmente vegetais. O solo é um ambiente peculiar e certamente exige uma série de adaptações para se viver nesse compartimento. Tanto que a maioria são organismos invertebrados com grande capacidade de mobilidade, escavando o solo para fugir de predadores, buscar alimento ou se proteger da luz solar e de variações de temperatura. Entre os grupos de organismos abundantes no solo, destacam-se os ácaros, colêmbolos, formigas e minhocas. Foto: Shutterstock.com. Os ácaros ocupam as camadas superiores do solo e da serapilheira, onde normalmente são mais numerosos que os outros artrópodes, e são importantes para a fertilidade do solo. Foto: Shutterstock.com. Os colêmbolos são insetos com 5 ou 6mm de comprimento e se alimentam de matéria orgânica em decomposição, liquens, fungos, esporos e até grãos de pólen. São encontrados nos fungos que crescem sobre folhas, solos úmidos e ainda sob cascas de árvores ou troncos apodrecidos. Foto: Shutterstock.com. As formigas não possuem asas na grande parte de seu ciclo de vida, ocupando o solo e sendo importantes agentes na decomposição de restos vegetais e animais. Foto: Shutterstock.com. Por fim, e falando em decomposição, as minhocas são um grupo de animais tradicionalmente associado ao solo. O tamanho pode variar de poucos centímetros até 2 metros, quando são chamadas de minhocuçu. São fundamentais na formação e distribuição do húmus (partículas finas de detritos orgânicos) nas camadas superficiais do solo, alimentando-se de restos de vegetais enquanto escavam galerias para se abrigarem. Sua atividade garante a fertilidade, por meio da deposição de dejetos, e a estrutura, pois as galerias ajudam na aeração do solo, na drenagem da água e na penetração das raízes das plantas. A relação do solo com o meio ambiente deixa explícita a importância desse compartimento para garantir o funcionamento de diversos processos, incluindo aspectos ecológicos e produtivos, que em última instância afetam nosso bem-estar, através da provisão de alimento, água e biodiversidade. Todas essas funções do solo estão intrinsecamente relacionadas à manutenção de suas propriedades, tema que vamos discutir com mais detalhes na próxima seção. PLANTAS INDICADORAS DO SOLO Neste vídeo, discutiremos aspectos que revelam como a vegetação que se estabelece acima do solo é também reflexo da tipologia abaixo dele. CONSTITUIÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO Como vimos na seção anterior, o solo é resultado de diversos processos que possuem colaboração da rocha matriz, contribuindo para os componentes minerais; da vegetação com o componente orgânico, que se organizam de formas distintas, constituindo estruturas específicas que sofrem influência da água que percola em seu interior e dos organismos que circulam em seus horizontes superficiais. Esses constituintes permitem estabelecer diferentes fases para o solo: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida se refere ao material mineral e orgânico. A fase líquida, à água ou à solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução). Por fim, a fase gasosa se refere aos gases produzidos e consumidos pelas raízes das plantas e pela atividade microbiana e animal no solo. Da mesma forma, podemos entender que o solo é constituído de uma parte viva, incluindo a presença dos próprios organismos como importantes constituintes do solo. Imagem: PES; ARENHARDT, 2015, p. 25, adaptado por Angelo Souza. Estimativa das contribuições de cada uma das fases do solo. A CONTRIBUIÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DE CADA UM DESSES CONSTITUINTES CONTROLARÃO AS PROPRIEDADES DO SOLO. MAS QUAIS SÃO ESSAS PROPRIEDADES? DE QUE MANEIRA PODEMOS CARACTERIZAR O SOLO? COMO VOCÊ AVALIARIA? Muitas das propriedades são observáveis e permitem distinguir determinados tipos de solo. Algumas características rotineiramente observadas em sua descrição são a cor, a textura, a estrutura, a porosidade e a cerosidade. Essas são propriedades importantes, inclusive para estabelecer a classificação, nos mais diversos sistemas, incluindo o brasileiro. Veja a seguir como cada uma dessas propriedades é utilizada e contribui no estudo dos solos. COR Por meio da cor, é possível fazer inferências sobre o conteúdo de matéria orgânica, os tipos de óxidos de ferro que conferem cor avermelhada ao solo e os processos de formação. A cor foi a principal propriedade do solo para se desenvolver a Carta de Cores de Munsell, que considera as variações da cor para a classificação do solo. Quanto mais escura a cor, maior a quantidade de matéria orgânica no solo. Cores claras já estariam relacionadas com a presença de compostos como carbonatos e argilas despigmentadas. As cores vermelho e amarelo estão associadas à presença de óxidos de ferro: hematita e goethita, respectivamente. Veja na seção Explore + uma sugestão de vídeo explicando como funciona a Carta de Cores de Munsell para solos. TEXTURA A textura tem grande influência no comportamento físico-hídrico e químico do solo, sendo de grande importância no manejo de solos utilizados para a agricultura. A textura é expressa através da proporção dos componentes granulométricos da fase mineral do solo, ou seja, areia, silte e argila. De acordo com a classificação de tamanho de partículas no país, a argila se refere às partículas minerais que são menores que 0,002mm, o silte se refere às partículas entre 0,002 e 0,05mm e a areia, às partículas maiores que 0,05mm. Esta pode ser classificada em areia fina (0,05-0,2mm) e areia grossa (0,2-2mm). Esses compostos minerais são os principais constituintes do solo, entretanto, é possível encontrar a presença de frações mais grosseiras que a areia, como cascalhos (2-20mm), calhau (20-200mm) e matacões (>200mm). A análise granulométrica é feita em laboratório, a partir da coleta de amostras e separação das frações constituintes do solo e do cálculo da contribuição relativa de cada uma delas. Quanto maior for a contribuição de partículas finas (argila, silte), menor é a porosidade do solo, o que reflete em inúmeros processos, como, por exemplo, a infiltração de água no solo. Cada classificação pode estabelecer um número maior ou menor de classes e subclasses para a textura do solo, refinando o papel de cada um desses constituintes na distinção deles. Imagem: Shutterstock.com. Formas de classificação do solo com base na proporção de areia (sand), silte (silt) e argila (clay). ESTRUTURA Refere-se ao arranjo estabelecido entre as partículas primárias entre si com outras substâncias encontradas no solo, comomatéria orgânica e óxidos de ferro e alumínio. É na análise da estrutura que podemos identificar a presença de agregados (unidades estruturais separadas entre si) e que possuem influência no desenvolvimento das plantas no solo (desenvolvimento do sistema radicular, disponibilidade de água e nutrientes e erosão). A estrutura geralmente é caracterizada de acordo com o tipo (blocos angulares e subangulares, colunar, granular, laminar, maciça e prismática), tamanho (muito pequena, pequena, média, grande e muito grande) e grau de desenvolvimento (solta, fraca, moderada e forte). Imagem: IBGE, 2007, p. 55. Exemplos do tipo de estrutura do solo. CONSISTÊNCIA A consistência se refere à adesão e coesão de partículas do solo. Assim, pode ser reflexo de outras propriedades, como a textura, a presença de matéria orgânica e a mineralogia. A consistência é observada em diferentes condições de umidade: consistência seca (grau de resistência à quebra ou ao esboroamento do torrão), consistência úmida (friabilidade do torrão ligeiramente úmido) e consistência molhada (capacidade do material em ser moldado e capacidade de aderência). Consistência seca: solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura e extremamente dura. Consistência úmida: solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firme. Consistência molhada: não plástica, ligeiramente plástica e muito plástica; não pegajosa, ligeiramente pegajosa e muito pegajosa. POROSIDADE A porosidade é visualizada na análise do perfil de solo. E é descrita conforme a quantidade dos poros (poucos, comuns ou muitos) e o tamanho (pequenos, médios, grandes ou muito grandes). CEROSIDADE Geralmente avaliada a olho nu, com auxílio de lupa ou em laboratório, a cerosidade ocorre nas superfícies dos agregados ou nos poros. Está relacionada à deposição de material inorgânico ou argila, conferindo caráter brilhante ou lustroso. Caracteriza-se em virtude do grau de desenvolvimento (fraca, moderada ou forte) e da quantidade (pouco, comum ou abundante). Imagem: Pablo Busatto Figueiredo/Wikimedia Commons/CC0. Além dessas propriedades, a Embrapa Solos estabelece outras propriedades, como a presença de nódulos e concreções minerais, de minerais magnéticos, carbonatos, manganês, sulfetos, florescências (resultado do acúmulo de sais após evaporação) e coesão. Entender essas e outras propriedades do solo é fundamental para estabelecer a melhor estratégia para seu uso e manejo, bem como para as intervenções necessárias, a fim de garantir a manutenção de suas funções, em consonância com os aspectos físicos, químicos e biológicos, que fazem do solo a essência da biosfera em nosso planeta. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO E IDENTIFIQUE AS VERDADEIRAS: A EROSÃO É UM PROCESSO NATURAL QUE NÃO LEVA À DEGRADAÇÃO DO SOLO, EXCETO EM SOLOS SALINIZADOS. O INTEMPERISMO SE REFERE À ALTERAÇÃO FÍSICA (DESAGREGAÇÃO) E QUÍMICA (DECOMPOSIÇÃO) DO MATERIAL ROCHOSO PRÓXIMO À SUPERFÍCIE DA TERRA PELO ESCOAMENTO SUPERFICIAL. A PODZOLIZAÇÃO É UM PROCESSO TÍPICO DE SOLOS ÁCIDOS DE REGIÕES QUENTES. A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) I e II E) II e III 2. A COLORAÇÃO DO SOLO É UM IMPORTANTE INDICATIVO DE SEUS CONSTITUINTES, SENDO INCLUSIVE UTILIZADA PARA A CLASSIFICAÇÃO DELES. QUAIS DOS SEGUINTES COMPOSTOS SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS POR CONFERIR COLORAÇÃO AVERMELHADA E AMARELADA AO SOLO, RESPECTIVAMENTE? A) Óxidos de ferro goethita e óxidos de ferro hematita B) Óxidos de ferro goethita e sílica C) Óxidos de ferro hematita e óxidos de ferro goethita D) Óxidos de ferro hematita e sílica E) Óxidos de ferro hematita e argila GABARITO 1. Analise as afirmações abaixo e identifique as verdadeiras: A erosão é um processo natural que não leva à degradação do solo, exceto em solos salinizados. O intemperismo se refere à alteração física (desagregação) e química (decomposição) do material rochoso próximo à superfície da Terra pelo escoamento superficial. A podzolização é um processo típico de solos ácidos de regiões quentes. A alternativa "B " está correta. A erosão intensiva leva à degradação de quaisquer tipos de solo e a podzolização é mais frequente em regiões frias. 2. A coloração do solo é um importante indicativo de seus constituintes, sendo inclusive utilizada para a classificação deles. Quais dos seguintes compostos são os principais responsáveis por conferir coloração avermelhada e amarelada ao solo, respectivamente? A alternativa "C " está correta. Óxidos de ferro hematita e goethita são responsáveis pela coloração avermelhada e amarelada do solo, respectivamente. MÓDULO 2 Classificar os solos INTRODUÇÃO Foto: Shutterstock.com No módulo anterior, discutimos a importância dos solos, como podemos reconhecer seus principais elementos e processos de formação. Vimos que os solos se formam a partir da atuação de diferentes fatores que interagem para definir suas propriedades. Discutimos também como o solo é afetado pelas ações humanas, sofrendo diferentes processos de degradação, como a intensificação dos processos de erosão e salinização, da degradação química e da compactação do solo. Além disso, apresentamos o impacto da impermeabilização do solo no equilíbrio dos diversos processos dependentes da infiltração da água no solo. ESSAS CARACTERÍSTICAS PODERIAM SER AGRUPADAS E DEFINIDAS EM UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO? QUAIS AS VANTAGENS DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS? QUAIS ATRIBUTOS SERIAM IMPORTANTES PARA SEREM MENSURADOS E UTILIZADOS NESSE SISTEMA? Esses e outros aspectos serão explorados neste módulo. Em especial, daremos destaque ao Sistema Brasileiro de Classificação do Solo e como as diferentes classes estabelecidas se distribuem no território nacional. HORIZONTES DO SOLO No módulo anterior, discutimos que o solo se forma a partir de um processo lento de degradação da rocha matriz, por processos físicos e químicos, constituindo o componente mineral do solo. Esses fragmentos se acumulam e se transformam sobre a rocha matriz, permitindo a ação e ocupação de organismos nesse substrato. O estabelecimento das plantas nas camadas superficiais permite um grande acúmulo de matéria orgânica que se mistura mais ou menos em um gradiente até a rocha matriz. O reflexo deste processo diferenciado da ação do tipo de rocha matriz, do tempo de exposição, da vegetação e do clima é o que estabelece perfis distintos do solo. O perfil do solo se refere à presença, ao tamanho, à separação e às características das diferentes camadas que se formam no gradiente rocha matriz – serapilheira. Algumas abordagens diferenciam os termos horizontes e camadas do solo. O Manual Técnico de Pedologia, por exemplo, define o horizonte do solo pela: SEÇÃO DE CONSTITUIÇÃO MINERAL OU ORGÂNICA, À SUPERFÍCIE DO TERRENO OU APROXIMADAMENTE PARALELA A ESTA PARCIALMENTE EXPOSTA NO PERFIL E DOTADA DE PROPRIEDADES GERADAS POR PROCESSOS FORMADORES DO SOLO, QUE LHE CONFERE CARACTERÍSTICAS DE INTER-RELACIONAMENTO COM OUTROS HORIZONTES COMPONENTES DO PERFIL, DOS QUAIS SE DIFERENCIA EM VIRTUDE DE DIVERSIDADE DE PROPRIEDADES, RESULTANTES DA AÇÃO DA PEDOGÊNESE. (IBGE, 2007, p.34). Os horizontes representam, portanto, uma diminuição da influência de fatores climáticos e biológicos, à medida que aumentamos a profundidade e a importância das características da rocha matriz. O termo camada se refere aos horizontes que tiveram pouca ou nenhuma influência dos processos pedogenéticos na definição de suas propriedades. Os horizontes se diferenciam em genéticos e diagnósticos. HORIZONTES GENÉTICOS A abordagem é de natureza mais genética, como o próprio nome sinaliza, e as definições são mais qualitativas. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS As conceituações se referem à distinção deles para atender a fins taxonômicos de delimitação de classes e, portanto, têm definição desejavelmente mais quantitativa. De acordo com a Embrapa Solos, podemos estabelecer horizontes diagnósticoscom características distintas para superficiais (equivalentes aos horizontes O e A) e subsuperficiais (horizontes B e C). Ao todo são mais de 20 tipologias de diagnósticos que estão diretamente relacionadas à presença de horizontes específicos, restritos a determinados tipos de solo, como veremos na seção seguinte. De forma genérica e simplificada, o perfil do solo pode ser dividido em quatro grandes divisões de caráter genético: os horizontes O, A, B e C. O HORIZONTE O Se caracteriza, em especial, pela presença de serapilheira, principalmente folhas e outras formas de matéria orgânica morta. É nessa camada que se concentra a maioria dos organismos que habitam o solo. Nela podemos encontrar diversos organismos detritívoros responsáveis pelo consumo da matéria orgânica morta típica desse horizonte. O horizonte O é formado em condições com boa drenagem. Em condições com drenagem deficitária, as características dessa camada são distintas e este horizonte é denominado horizonte H. O HORIZONTE A Frequentemente apresenta duas subdivisões: A1 e A2. O horizonte A1 caracteriza-se por uma camada rica em húmus, constituindo-se em material orgânico parcialmente decomposto que se mistura com o material mineral. O horizonte A2 caracteriza-se pela lixiviação extensiva de minerais do solo. A lixiviação se refere ao processo de carreamento de compostos químicos pela ação da água. Sabe quando preparamos um chá? Estamos lixiviando os compostos químicos contidos na erva, fruto ou folha que utilizamos no preparo para a água. No caso do solo, em virtude de os minerais serem dissolvidos pela água, ou melhor, carreados pela água, é nessa camada que as raízes das plantas se concentram, garantindo a eficiência na absorção dos nutrientes contidos neste “chá”. O HORIZONTE B Se caracteriza pela baixa concentração de material orgânico, tendo sua composição química similar à da rocha subjacente. Nesse horizonte, se acumulam alguns compostos lixiviados da camada A2, como minerais de argila e os óxidos de alumínio e ferro (eluviação). Em alguns casos, a camada que se forma pelo acúmulo desse material é reconhecível e chamada de horizonte E. O HORIZONTE C Se caracteriza pela presença de material mineral pouco alterado, semelhante à rocha matriz. Nessa camada, acumulam-se carbonatos de cálcio e de magnésio, principalmente em regiões secas, caracterizando-se como uma camada dura, por vezes impenetrável. Algumas abordagens ainda incluem um horizonte D ou horizonte R, caracterizado pela rocha matriz. Imagem: Shutterstock.com. Adaptado por Angelo Souza. Horizontes do solo considerando suas principais camadas. Além dessa categorização geral e simplificada dos horizontes do solo, é possível adicionar prefixos e sufixos, que auxiliam na descrição deles e na distinção das propriedades de um mesmo horizonte. Por exemplo: EXEMPLO O prefixo d é usado para os horizontes superficiais a fim de designar avançado grau de decomposição do material orgânico. Já o prefixo k é utilizado para atribuir presença de carbonatos alcalino-terrosos, remanescentes do material originário, comumente carbonato de cálcio nos horizontes A, B e C. Assim, a partir dessa classificação é possível adicionar especificidades que contribuem para caracterizar como cada horizonte se apresenta. Uma definição completa do uso de prefixos e sufixos na qualificação dos horizontes é apresentada no Manual Técnico de Pedologia elaborado pelo IBGE. ATENÇÃO Cabe ressaltar que nem sempre a transição entre os horizontes ocorre de forma simples e que a identificação e determinação deles pode exigir certo esforço dos pesquisadores, pois variam especialmente em relação à nitidez (clareza na distinção dos horizontes) e à topografia (forma como os horizontes se separam). A nitidez permite classificar a transição em abrupta, clara, gradual e difusa, em uma sequência de decaimento na nitidez. Imagem: Formação, classificação e cartografia dos solos, TULLIO, 2019, p. 11. Variações na nitidez da transição entre os horizontes do solo. Já a topografia pode designar transições planas, onduladas, irregulares e quebradas, em uma sequência que representa a linearidade na distinção das camadas. Imagem: Formação, classificação e cartografia dos solos, TULLIO, 2019, p. 12. Variações na topografia da transição entre os horizontes do solo. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DO SOLO Entre os principais aspectos do estudo dos solos, o estabelecimento de um sistema de classificação permite distinguir as diferentes propriedades do solo de forma objetiva e hierárquica. No Brasil, a ideia de classificação dos solos ocorreu no final do século XIX, por meio do conhecimento e da identificação dos horizontes e suas camadas, do aprimoramento das técnicas de diagnósticos e da experiência de outros países. No entanto, a criação de um sistema de classificação que pudesse atender às expectativas dos estudos vigentes só ocorreu a partir da década de 1970 e foi concluída no final da década de 1990 (1999). Assim, surge o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). O SiBCS foi criado com o intuito de apresentar os diferentes tipos de solos que ocorrem em território nacional. Desde sua primeira edição, vem sendo atualizado, estando em sua quinta edição, disponibilizada em 2018. De forma geral, o SiBCS é um sistema taxonômico de solos, hierárquico, multicategórico e aberto. Seu intuito é classificar todos os solos do território brasileiro. Imagem: EMBRAPA, 2018. Quinta edição do SiBCS (2018). A partir destas características, é possível estabelecer uma chave de classificação formada por seis níveis, em uma forma análoga ao estabelecido para a identificação de espécies: ordem, subordem, grande grupo, subgrupo, família e série. Por ser um sistema aberto, recebe atualizações a cada nova edição, garantindo seu aprimoramento e os ajustes revelados pelo avanço do estudo dos solos no país. Para classificar um solo em diferentes níveis, é preciso comparar as propriedades do perfil de solo, considerando os requisitos de cada classe estabelecidos pelo SiBCS. Na perspectiva da ordem, as características diferenciais mais importantes são aquelas relacionadas diretamente ao processo de formação do solo ou que afetam esses processos. Para distinguir as subordens, há a prevalência de fatores, como a intensidade e especificidade que afetaram os processos dominantes no primeiro nível, e revela o grau de desenvolvimento de características relacionadas aos agentes formadores do solo, como a quantidade de compostos específicos que alteram sua coloração. Nos grandes grupos, destacam-se o tipo e arranjamento dos horizontes, a atividade de argila, as condições de saturação de bases, o alumínio, o sódio e/ou os sais solúveis. Neste nível, é evidenciada a importância dos horizontes ou das propriedades que podem afetar o uso e o manejo dos solos, relacionados ao desenvolvimento das plantas e ao movimento de água no solo. Neste nível é possível, portanto, extrair informações importantes sobre a fertilidade dos solos. Nos subgrupos, a característica central da classe é avaliada, considerando a existência de solos típicos ou intermediários entre classes nos três primeiros níveis, indicando assim a presença de características extraordinárias. No quinto (família) e sexto (série) níveis categóricos, as classes são formadas por adição de termos apropriados, com base em características específicas. No entanto, o uso desses níveis categóricos ainda está em debate. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS BRASILEIROS A classificação de um solo parte da lógica da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos. Além disso, aspectos ambientais que podem influenciar a categorização, como as características da vegetação e o clima local, também podem ser incorporados na classificação dos solos. O Brasil encontra-se quase em sua totalidade em território tropical, com pouca modificação de seu relevodesde o período Cretáceo, fazendo com que o clima seja o fator predominante para a formação do solo em seu território. Assim, as características da rocha matriz e do relevo possuem importância secundária na pedogênese Foto: Shutterstock.com. Para uma classificação adequada do solo, é necessário fazer uma descrição morfológica precisa de seu perfil, durante a coleta do material de campo. Neste sentido, algumas observações são especialmente relevantes, como a altura e a flutuação do lençol freático, a profundidade das raízes, a atividade biológica em cada um dos horizontes definidos, bem como o grau de coesão e compactação deles. Porém, uma análise laboratorial pode revelar a necessidade de ajustes nas designações dos horizontes e na caracterização feita em campo. ATENÇÃO Das características morfológicas relevantes para a caracterização do solo, a coloração das camadas superficiais e subsuperficiais, a textura, a estrutura, a cerosidade e a consistência são fundamentais para sua aplicação no SiBCS (ver módulo 1). De acordo com a Embrapa, a classificação dos solos permanece um desafio, em que o 5º e o 6º níveis ainda se encontram em discussão. No próprio site da instituição, é possível encontrar uma classificação ilustrada para os solos, considerando as ordens e respectivas subordens do sistema de classificação. Imagem: Angelo Souza. Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, com as 6 diferentes categorias. De acordo com a Embrapa Solos, o Brasil possui 13 tipos de solos que estão descritos na tabela a seguir: Classes Elementos formativos Termos de conotação e de memorização ARGISSOLO ARGI Do latim argila, “argila”; conotativo de solos com processo de acumulação de argila CAMBISSOLO CAMBI Do latim cambiare, “trocar”, “mudar”; conotativo de solos em formação (transformação). Horizonte B incipiente. CHERNOSSOLO CHERNO Do russo chomiy, “preto”; conotativo de solos ricos em matéria orgânica, com coloração escura. ESPODOSSOLO ESPODO Do grego spodos, “cinza vegetal”; conotativo de solos com horizonte de acumulação iluvial de matéria orgânica associada à presença de alumínio. Horizonte B espódico. GLEISSOLO GLEI Do russo gley, “massa do solo pastosa”; conotativo de excesso de água. Horizonte glei. LATOSSOLO LATO Do latim lat, “tijolo”; conotativo de solos muito intemperizados. Horizonte B latossólico. LUVISSOLO LUVI Do latim luere, “lavar”; conotativo de translocação de argila. Horizonte B textural, com alta saturação por bases e Ta. NEOSSOLO NEO Do grego neo, “novo”; conotativo de solos com pouco desenvolvimento pedogenético. NITOSSOLO NITO Do latim nitidus, “brilhante”; conotativo de superfícies brilhantes nas unidades estruturais. Horizonte B nítico. ORGANOSSOLO ORGANO Do latim organicus, “pertinente ou próprio dos compostos de carbono”; conotativo de solos com maior expressão da constituição orgânica. Horizonte H ou O. PLANOSSOLO PLANO Do latim planus, “plano”; conotativo de solos desenvolvidos em planícies ou depressões com encharcamento estacional. Horizonte B plânico. PLINTOSSOLO PLINTO Do grego plinthos, “ladrilho”; conotativo de materiais argilosos coloridos que endurecem quando expostos ao ar. Horizonte plíntico. VERTISSOLO VERTI Do latim vertere, “virar”, “inverter”; conotativo de movimento de material de solo na superfície e que atinge a subsuperfície (expansão/contração). Horizonte vértico. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Classe de solos estabelecidos no país. Extraído de Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), EMBRAPA, 2018. A seguir conheça as características de cada tipo de solo: ARGISSOLOS São solos bem evoluídos, com alto teor de argila, apresentando mobilização de argila na camada superficial. CAMBISSOLOS São solos pouco desenvolvidos, com horizonte B incipiente. CHERNOSSOLOS Possuem desenvolvimento médio, podendo apresentar ou não acúmulo de carbonatos de cálcio. ESPODOSSOLOS Referem-se a solos que sofrem com a podzolização e eluviação de compostos aluminosos que podem ou não conter ferro; possuem a presença de húmus ácido. GLEISOSSOLOS São saturados de água (hidromórficos), com alto teor de matéria orgânica e intensa redução de compostos de ferro. LATOSSOLOS São altamente evoluídos, laterizados, possuem argilominerais e hidróxidos de ferro e alumínio. LUVISSOLOS Possuem horizonte B textural com argila de alta atividade, com o horizonte superior lixiviado. NEOSSOLOS São pouco desenvolvidos, sem horizonte B, com predominância de características da rocha matriz. NITOSSOLOS Referem-se a solos bem evoluídos, fortemente estruturados em blocos e com alta cerosidade. ORGANOSSOLOS São orgânicos, onde a matéria orgânica constitui o próprio solo. PLANOSSOLOS São solos que perdem grande parte de argila da camada superficial para as camadas subsuperficiais. PLINTOSSOLOS Apresentam segregação e concentração localizada de ferro (plintitização). VERTISSOLOS São solos com desenvolvimento restrito e presença de argilas expansivas. Apesar da existência de todos esses tipos de solo em território nacional, o mais importante em termos de extensão ocupada é o latossolo, presente em praticamente todo o país. São solos geralmente profundos com mais de 2m, bem desenvolvidos e de cor amarela a vermelho-escura. Essa coloração se dá pela concentração elevada de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio. A predominância de latossolos em território reforça o clima como fator predominante para explicar as características do solo brasileiro, uma vez que essa tipologia é característica de regiões de clima tropical úmido e semiúmido. A caracterização das ordens define as grandes diferenças nas características dos solos, à medida que a classificação fica mais refinada, principalmente em relação à cor dos de mesma ordem, como é o caso dos latossolos. Para esses, identificamos quatro subordens: brunos, amarelos, vermelhos e vermelho-amarelos. Como se pode ver, as diferenças estão relacionadas principalmente à coloração nos diferentes horizontes identificados: Imagem: EMBRAPA. Quatro subordens de latossolos: bruno, amarelo, vermelho e vermelho-amarelo. COMO CLASSIFICAR OS SOLOS? No vídeo a seguir, apresentamos as principais metodologias e os passos relacionados à classificação dos solos, considerando o SiBCS. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM UM GRADIENTE A PARTIR DA ROCHA MATRIZ ATÉ A SUPERFÍCIE DO SOLO, A ORDEM CORRETA DOS HORIZONTES DO SOLO É: A) O, A, B, C, D e E B) O, A, B, E, D e C C) A, B, O, C, D e E D) D, C, B, E, A e O E) D, E, C, B, A e O 1. O LATOSSOLO É O TIPO DE SOLO MAIS COMUM NO BRASIL. CONSIDERANDO OS DIFERENTES NÍVEIS DE CATEGORIZAÇÃO PREVISTOS PELO SIBCS, O TERMO LATOSSOLO SE REFERE A: A) A – Ordem B) B – Subordem C) C – Grande grupo D) D – Família E) E – Série GABARITO 1. Em um gradiente a partir da rocha matriz até a superfície do solo, a ordem correta dos horizontes do solo é: A alternativa "D " está correta. A ordem correta em um gradiente da rocha matriz até a superfície do solo segue a sequência, começando pelo horizonte D, seguido do horizonte C, B, A, chegando ao horizonte O, que é o mais superficial. 1. O latossolo é o tipo de solo mais comum no Brasil. Considerando os diferentes níveis de categorização previstos pelo SiBCS, o termo latossolo se refere a: A alternativa "A " está correta. Os latossolos são uma das 13 ordens de solo presentes no Brasil. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentamos os principais constituintes e as propriedades do solo, seu processo de formação e como isso determina o estabelecimento de seus diferentes horizontes e contribui para o sistema de classificação brasileiro, o SiBCS. Você aplicará esse conhecimento ao longo de sua formação e carreira, não devendo esquecer que o solo é uma das principais fontes de vida da Terra, especialmente para a espécie humana.Os solos possuem relação intrínseca com o funcionamento de todo o planeta. Esta fina camada do globo é o que subsidia a vida que se estabelece sobre ele. O solo tem importância para as plantas, como suporte e fonte de água e nutrientes, e para os animais, como fonte de alimento e local para deslocamento e construção de abrigos. Assim, o solo tem papel fundamental para o nosso bem-estar, não fornecendo apenas as propriedades medicinais e estéticas de suas argilas, mas nutrindo as formas de vida que tornam este planeta a única oportunidade de manutenção de nossa espécie. No entanto, apesar da enorme dependência dos solos, a ação antrópica tem causado a degradação deles de diversas maneiras, em especial através de seu uso insustentável, intensificando processos erosivos, ocupando o território de forma irregular e removendo a vegetação protetora. A variedade de solos existentes no país deixa explícita a demanda de um olhar atento às suas propriedades e características, para que sejam estabelecidas as melhores opções para seu manejo em todo o território nacional. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS COMISSÃO EUROPEIA. Orientações sobre as melhores práticas para limitar, atenuar ou compensar a impermeabilização dos solos. Bélgica, 2012. EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). 5. ed. Rio de Janeiro, 2018. IBGE. Manual Técnico de Podologia. 2. ed. Rio de Janeiro, 2007, p. 316. IPCC. Managing the risks of extreme events and disasters to advance climate change adaptation. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. PES, L. Z.; ARENHARDT, M. H. Solos. Santa Maria: UFSM, Colégio Politécnico, Rede e-Tec Brasil, 2015, p. 90. RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2010. SILVA, J. R. T.; AMARAL, E. F. Pedologia: uma visão sintética. Rio Branco: Universidade Federal do Acre, 1995, p. 124. TULLIO, L. Formação, classificação e cartografia dos solos. Ponta Grossa: Atena Editora, 2019, p. 126. EXPLORE+ Para ampliar seus conhecimentos sobre o conteúdo apresentado, pesquise: Sobre os animais que vivem no solo, no guia produzido pela Universidade de São Paulo (USP). Sobre a impermeabilização do solo, no documento produzido pela Comissão Europeia, com orientações sobre como minimizar o impacto negativo desse processo. Sobre como funciona a diagnose do solo, a partir da análise de seus horizontes pelas instituições especializadas no tema, no site da Embrapa Solos. Sobre como classificar, diagnosticar e representar os solos brasileiros e seus horizontes, no Manual Técnico de Pedologia, produzido pelo IBGE. Assista também a vídeos: Sobre a classificação dos solos utilizando a Carta de Cores de Munssell, no canal 2Engenheiros, no YouTube. Sobre como funciona o SiBCS, no vídeo produzido pelo Laboratório de Pedologia da Universidade de Campinas (UNICAMP). CONTEUDISTA Aliny Patricia Flauzino Pires CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);