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IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 IMUNOLOGIA – IMUNIDADE INATA VISÃO GERAL DA IMUNIDADE INATA Mecanismos de defesa sempre presentes, prontos para combater microrganismos e outros agentes agressores. COMPONENTES I. Superfícies epiteliais: barreiras físicas (zônulas de oclusão, camada de queratina, muco, ação cílios, peristaltismo) e químicas (peptídeos microbianos: defensinas e catelicidina); contém linfócitos T intraepiteliais Defensinas: produzidas por células epiteliais de superfícies mucosas e por leucócitos contendo grânulos (neutrófilos, NK, linfócitos T citotóxicos); toxicidade direta aos microrganismos e ativação de células envolvidas na resposta inflamatória Catelicidinas: produzidas por neutrófilos e células epiteliais de barreira da pele, TGI, e trato respiratório; toxicidade direta a ativação de respostas em leucócitos e outros tipos celulares II. Células-sentinela teciduais (macrófagos, DCs, mastócitos): detectam microrganismos que conseguem romper os epitélios e iniciam as respostas do hospedeiro III. Leucócitos (neutrófilos, macrófagos, monócitos, NK etc): entram nos tecidos e eliminam os microrganismos invasores; eliminam células danificadas do hospedeiro IV. Proteínas plasmáticas (sistema complemento, proteína C reativa – PCR, colectinas e ficolinas): combatem microrganismos que entram na circulação FUNÇÕES I. Mantém defesas físicas e químicas nas barreiras epiteliais (pele, revestimento do TGI e respiratório) que bloqueiam a entrada microbiana II. Reações iniciais aos microrganismos que servem para prevenir controlar ou eliminar a infecção do hospedeiro por muitos patógenos III. A imunidade inata elimina células danificadas e inicia o processo de reparo tecidual IV. Estimulam respostas imunes adaptativas e podem influenciar a natureza dessas respostas para torná-las otimamente efetivas contra diferentes tipos de microrganismos. CARACTERÍSTICAS I. Resposta imediata II. Não necessita de exposição prévia ao microrganismo para ser totalmente funcional III. Não há alteração na qualidade ou magnitude da resposta após repetidas exposições → sem memória IV. É ativada pelo reconhecimento de um conjunto limitado de estruturas moleculares que são produtos de microrganismos ou são expressas por células lesadas ou mortas do hospedeiro RECONHECIMENTO DE MICRORGANISMOS E DO PRÓRPIO DANIFICADO PELO SISTEMA IMUNE INATO PAMPS – PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AO PATÓGENO Substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata; diferentes tipos de microrganismos expressam PAMPs diferentes. Essas estruturas incluem ácidos nucleicos, características de proteínas encontradas em microrganismos, carboidratos e lipídeos complexos sintetizados por microrganismos e não pelas células de mamíferos (ex: LPS em células gram-negativas). DAMPS – PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AO DANO Moléculas endógenas que são produzidas ou liberadas por células danificadas ou que estão morrendo; geralmente não são liberados pelas células em processo de morte por apoptose. Alarminas → moléculas presentes no citoplasma de células sadias; sua presença fora das células alerta o sistema imune de que algo está causando morte celular O sistema imune inato usa vários tipos de receptores celulares, presentes em diferentes locais nas células e moléculas solúveis presentes no sangue e nas secreções de mucosas, para reconhecer PAMPs e DAMPs. MOLÉCULAS DE RECONHECIMENTO CÉLULA-ASSOCIADAS Expressas por fagócitos, DCs, células epiteliais que formam a interface da barreira entre o corpo e o ambiente externo, mastócitos e muitos outros tipos de células que residem nos tecidos. RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÃO Receptores celulares de padrões moleculares associados ao patógeno e ao dano. São expressos na superfície, em vesículas fagocíticas e no citosol de vários tipos celulares. Quando eles se ligam a PAMPs e DAMPs ativam vias de transdução de sinal que promovem as funções antimicrobianas e pró-inflamatórias das células que os expressam. O sistema imune inato reconhece produtos microbianos que são normalmente essenciais à sobrevivência dos microrganismos IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 Há também muitas proteínas presentes no sangue e nos fluidos extracelulares que reconhecem PAMPs; essas moléculas solúveis são responsáveis pela facilitação da depuração de microrganismos do sangue e dos fluidos extracelulares, por meio da intensificação da captação para dentro dos fagócitos ou pela ativação de mecanismos de killing extracelular. MECANISMOS QUE GARANTEM O NÃO- RECONHECIMENTO DO TECIDO SADIO O sistema imune inato não reage contra células e tecidos sadios normais, isso se pelos seguintes mecanismos: I. Células normais não produzem ligantes para receptores de imunidade inata II. Esses receptores estão localizados em compartimentos celulares onde não encontram moléculas do hospederiro que poderiam reconhecer III. Proteinas reguladoras expressas por células normais previnem a ativação de vários componentes da imunidade inata RECEPTORES DE RECONHECIMENTO PADRÃO ASSOCIADO A CÉLULA E SENSORES DE IMUNIDADE INATA Expressos pela maioria dos tipos celulares; estão ligados a vias de transdução de sinal intracelulares que promovem a produção de citocinas inflamatórias e proteínas antivirais e promovem a destruição de microrganismos ou células infectadas por fagocitose; fazem a estimulação de subsequentes respostas imunes adaptativas. RECEPTORES TIPO TOLL (TLRS) Reconhecem produtos de microrganismos e moléculas expressas ou liberadas por células estressadas e em processo de morte (proteínas de coque térmico – HSPs: chaperonas induzidas por agentes estressantes; quadro 1 do grupo de alta mobilidade – HMGB1: proteína de ligação ao DNA envolvida na transcrição e reparo do DNA → ambas são intracelulares mas podem se tornar extra quando liberadas por células danificadas/morrendo). A ligação do ligante aos domínios de leucina causa interações físicas entre as moléculas do TLR e a formação de dímeros de TLR TIR: domínio receptor Toll/IL-1 INTÉRFERON TIPO 1: respostas antivirais IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 RECEPTORES DO TIPO NOD (NLRS) NOD = domínio de oligomerização de nucleotídeo contendo proteína São receptores de PAMPs e DAMPs, sensores intracelulares de infecções bacterianas, promovem inflamação e são encontrados no citosol de células imunes e epiteliais. Eles contêm: I. Domínio rico em leucina → sente o ligante II. Domínio nacht (proteína inibidora da apoptose neironal → permite a oligomerização dos NLRs) III. Domínio efetor que recruta proteínas para formar complexos de sinalização (CARD, Pirina, BIR) NLRC - NOD1 E NOD2: contém CARD e respondem aos peptideoglicanos da parede celular bacteriana NOD1: bactérias gram-negativas (DAP) NOD2: peptideoglicanos gram-negativos e gram-positivos NLRP: apresenta um domínio pirina e está relacionado à sinalização responsável pela formação do inflamassoma e secreção de proteínas inflamatórias NLRB: usam o domínio efetor BIR SENSORES CITOSÓLICOS DE DNA Moléculas que detectam o DNA citosólico e ativam vias de sinalização que iniciam respostas antimicrobianas, incluindo produção de intérferon tipo I e autofagia Vias sensoras de DNA: I. VIA STING: STING é uma proteína do RE ativada por DNA microbiano no citosol, promovendo fosforilação da IRF3 que se desloca para o núcleo e induz a expressão de interferon 1. Também estimula autofagia II. AIM2 (AUSENTE NO MELANOMA-2): CDS que reconhece dna citosolico e forma um inflamassoma contendo caspase-1 que processa pró-IL-1b e pró-IL-18 III. RNA POLIMERASE: liga-se ao DNA microbiano, transcreve-oem RNA e ativa a via RIG levando à expressão de interferon tipo 1 RECEPTORES DO TIPO RIG (RLRS) Detectam RNA viral citosólico e respondem aos ácidos nucleicos virais induzindo a produção de interferons tipo 1 antivirais. Também podem distinguir RNA viral de fita simples de RNA de fita simples transcritos de células normais. Presentes em leucócitos e muitas outras células dando- as habilidade de responder contra infecção viral RIG-I: Induzido por ácido retinóico MDA5: associado à diferenciação de melanoma RECEPTORES PARA CARBOIDRATOS/ DE LECTINAS DO TIPO C (CLRS) Reconhecem carboidratos na superfície dos microrganismos, facilitam a fagocitose e a secreção de citocinas que promovem subsequentes respostas imunes adaptativas. São cálcio-dependentes. Lectinas: substâncias solúveis encontradas no sangue e fluidos extracelulares e são proteínas integrais de membrana situadas nas superfícies de macrófagos, DCs, e algumas células teciduais. RECEPTORES DE MANOSE (CD206): D-manose, L- fucose, N-acetil-D-glucosamina presentes na superfície dos microrganismos e promove sua ingestão por macrófagos e DCs (fagocitose) DECTINA-1 E DECTINA-2: lectina tipo C associada à DCs; reconhecem estágios do ciclo fúngico → cândida albicans RECEPTORES VARREDORES (SCAVENGER) Mediar a fagocitose de lipoproteínas oxidadas para dentro dos fagócitos; geração de células espumosas carregadas de colesterol; reconhecem e fazem a mediação da captação de micróbios para dentro dos fagócitos na resposta imune natural CD36, CD68, SRB1 RECEPTORES N-FORMIL METIONIL Reconhecem peptídeos curtos que contém resíduos N- formil metionil e permitem aos fagócitos detectar proteínas bacterianas; estimulam alterações citoesqueléticas que resultam em motilidade celular aumentada. IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 MECANISMOS EFETORES DA RESPOSTA IMUNE INATA DEFENSINAS, CATELICIDINAS E LINFÓCITOS EPITELIAIS → destruição de bactérias (já foi explicado no início do resumo) NEUTRÓFILOS E MACRÓFAGOS → fagocitose e destruição de microrganismos SISTEMA COMPLEMENTO E LECTINA → opsonização e destruição de microrganismos CÉLULAS NK → lise das células infectadas TNF, IL-1 E QUIMIOCINAS → inflamação FAGOCITOSE É realizada por fagócitos e dependente de energia. Essas células expressam receptores que reconhecem padrões particulares de antígeno: receptores de manose, scavenger e receptores de alta afinidade para opsoninas (anticorpo, proteínas do complemento e lectinas plasmáticas) → principais envolvidos na sinalização para o processo A fagocitose dependente de anticorpo ilustra a ligação entre as imunidades inata e adaptativa – anticorpos são o produto do sistema imune adaptativo (linfócitos B) que ativa as células efetoras do sistema inato a realizarem suas funções protetoras Os microrganismos fagocitados são destruídos e peptídeos são gerados pelas proteínas microbianas e apresentados aso linfócitos T para iniciar as respostas adaptativas. Sinais de vários receptores (receptores de reconhecimento padrão, de opsoninas e de citocinas) atuam cooperativamente para ativar os fagócitos para matar microrganismos ingeridos No fagolisossomos há ação de enzimas e compostos microbicidas: I. Espécies Reativas de Oxigênio: são originados por meio de uma enzima presente na membrana do fagolisossomo – fagócito oxidase. Geram H2O2 que é convertido em ácido hipoaloso tóxico para bactérias por meio da enzima mieloperoxidase. Ela também gera um gradiente eletroquímico compensado pelo movimento de íons para o vacúolo. O resultado é um aumento do pH e da osmolaridade dentro do vacúolo, necessários para atividade da elastse e da catepsina G. II. Óxido nítrico: produzido nos macrófagos pela enzima iNOS. Quando ele se liga ao superóxido ou peróxido de hidrogênio, há formação de compostos altamente microbicidas III. Enzimas proteolíticas: produzidas pelos macrófafos e neutrófilos, dentro dos fagolisossomos (elastase e catepsina G → destroem bactérias) Receptor de alta afinidade para opsoninas: receptores Fc de alta afinidade chamados de FcgRI específicos para um tipo de anticorpo denominado IgG IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 Neutrófilos ativados pelos produtos microbianos matam os microrganismos pela extrusão do seu DNA com histonas e de seus conteúdos granulares antimicrobianos (lisozima, elastase, Defensinas) que formam uma rede extracelular de neutrófilo (NETs), nas quais as bactérias e fungos são sequestrados e mortos, junto com o neutrófilo que também morre Imagem: outras funções dos macrófagos ativados OPSONIZAÇÃO Proteínas solúveis reconhecem microrganismos nos espaços extracelulares e atuam através da opsonização, ou seja, elas se ligam aos microrganismos de modo a sinalizá-los, aumentando a capacidade dos macrófagos, neutrófilos e DCs em fagocitar (já que essas células apresentam receptores específicos para as opsoninas). As opsoninas (mediadores solúveis da imunidade inata) ao se ligarem aos antígenos, promovem produção de mediadores inflamatórios que trazem mais fagócitos para os locais de infecção DEFESA ANTIVIRAL ATRAVÉS DO RECONHECIMENTO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS É realizado pelos receptores padrão que gram sinais que estimulam a expressão dos genes produzindo as citocinas chamadas intérferons tipo I em fagócitos e células dendríticas, que vão ser secretados e agem em outras células (parácrinas) para prevenir a disseminação da replicação viral Intérferons tipo I: IFN-a e IFN-b → fator de transcrição IRF As citocinas atuam sinalizando através do receptor de IFN: I. Ativam a transcrição de genes que conferem resistencia à infecção viral → estado antiviral PKR: bloqueia a transcrição viral 2´5óligoadenilato sintetases e RNAse L: degradação do RNA viral II. Sequestro de linfócitos nos linfonodos, maximixando a oportunidade para encontrar antígenos III. Aumentam a citotoxicidade das células NK e dos CTLs CD8+ e promovem a diferenciação das células T imaturas nos subgrupos de células T auxiliares TH1 IV. Regulam positivamente a produção e expressão de MHC de classe 1, aumentando a probabilidade de que as céluas infectadas sejam reconhcidas e mortas pelos CTLs CD8+ Proteínas virais acumuladas nas células infectadas disparam respostas de ativação de vias de morte apoptóticas intrínsecas em células infectadas e sensibilidade aumentada aos indutores extrínsecos da apoptose; o TNF produzido pelos macrófagos e DCs deixam essas células hipersensíveis a apoptose IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 CÉLULAS NK São células citotóxicas que exercem papeis importantes nas respostas imunes inatas, principalmente contra vírus e bactérias intracelulares Sua principal função é o killing de células infectadas, através da liberação de grânulos repletos de proteínas mediadoras desse processo (perforina e granzimas) → eliminam os reservatórios da infecção. Elas também secretam IFN-γ, que ativa macrófagos e aumenta sua capacidade de destruir microrganismos infectados; o IFN-γ também pode direcionar a diferenciação de células T naive em células Th1. RECEPTORES DE ATIVAÇÃO E INIBIÇÃO DAS CÉLULAS NK O equilíbrio entre os sinais gerados por receptores de ativação e inibição regula a função da célula NK. Eles reconhecem moléculas presentes na superfície de outras células e geram sinais que promovem ou inibem as respostas NK. Receptores de ativação (KIRs): estimulam proteínas quinases que fosforilam substratos de sinalização downstream; reconhecem ligantes de células infectadas e lesadas; contém domínio estrutural para Ig, receptores lectinas tipo C (NKG2D: liga-se a proteínas do tipo MHC de classe I – MIC-A/MIC-B), receptor CD16 (de baixa afinidade paraIgG → citotoxidade celular dependente de anticorpo) Receptores de inibição: estimulam fosfatases que contrapõem as quinases; reconhecem ligantes em células sadias normais; reconhecem moléculas do MHC de classe I (proteínas de superfície normalmente expressas em todas as células sadias do corpo) PERFORINA: facilita a entrada de outras proteínas contidas nos grânulos (granzimas) GRANZIMAS: enzimas proteolíticas que iniciam eventos de sinalização que causam morte das células- alvo por apoptose Receptores do tipo imunoglobulina (Ig) de célula killer (KIRKs) e CD16 → receptores ativadores KIRs, CD94/NKG2A → Receptores inibitórios IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 MOLÉCULAS EFETORAS SOLÚVEIS DE IMUNIDADE INATA SISTEMA COMPLEMENTO Várias proteínas plasmáticas que trabalham juntas para opsonizar os microrganismos e promover recrutamento de fagócitos para o local de infecção e matar diretamente os microrganismos Envolve cascatas proteolíticas que resultam em amplificação da quantidade de produtos proteolíticos gerados → zimogênio é modificado para se tornar uma protease ativa que cliva e induz a atividade proteolítica da próxima proteína da cascata VIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO Há 3 vias de ativação do Sistema Complemento, mas somente duas delas estão envolvidas com a imunidade inata. São elas: I. Via Clássica: imunidade adaptativa. Proteína plasmática C1q detecta anticorpos ligados à superfície de microrganismos, então duas serinas associadas são ativadas e iniciam uma cascata proteolítica II. Via Alternativa: deflagrada quando uma proteína do complemento (C3) reconhece diretamente estruturas presentes na superfície microbiana (LPS). Consegue distinguir entre o próprio normal e os microrganismos entranhos, com base na presença ou ausencia de proteínas reguladoras III. Via da Lectina: deflagrada por uma proteína plasmática (lectina) que reconhece resíduos de manose terminais em glicopeptídeos e glicoproteínas microbianas. Então, dois zimogênios (MASP1 e MASP2) associam-se a ela e iniciam etapas proteolíticas downstram identicas à via clássica O reconhecimento de microrganismos por qualquer uma das 3 vias resulta no recrutamento e montagem de complexos protease → C3 convertase: cliva C3 em C3a e C3b. O fragmento maior (C3b) se fixa à superfície microbiana e atua como uma opsonina para promover fagocitose desse microrganismo; o fragmento menor (C3a) é liberado e estimula a inflamação (agente quimiotático para neutrófilos; induz a desgranulação de mastócitos, aumenta a permeabilidade vascular) O C3b também se liga a outras proteínas do complemento para formar a C5 convertase: cliva C5 em C5a (efeitos pró-inflamatórios; é mais potente que a C3a) e C5b (permanece ligado às membranas celulares microbianas) C5b inicia a formação do complexo de ataque à membrana (MAC), utilizando outras proteínas do complemento (C6, C7, C8, C9). O MAC causa lise das células em que o complemento é ativado. PENTRAXINAS Proteínas plasmáticas pentaméricas que realizam o reconhecimento microbiano; sintetizadas no fígado e nos fagócitos em respostas inflamatórias agudas. Pentraxinas pequenas: PROTEÍNA C REATIVA (PC-R) e amiloide P sérico (SAP) → quando ligadas a estruturas de origem fúngica e bacteriana, essas proteínas ativam proteínas C1q do complemento por meio da via clássica. Sua síntese é induzida pelas citocinas IL-6 e IL- 1 produzidas pelos fagócitos como parte da resposta imune inata Pentraxina longa: PTX3, produzida pelas DCs, macrófagos e células endoteliais; pode ser armazenada em grânulos de neutrófilos, sendo liberadas quando eles morrem. Reconhecem estruturas bacterianas, fúngicas e virais e células apoptóticas e estão relacionadas com a via clássica de ativação do complemento FICOLINAS Ligam-se a várias espécies de bactérias no N- acetilglucosamina e ácido lipoproteico (componente da parece celular de bactérias gram-positivas) opsonizando-as e ativando o complemento CONSEQUENCIAS DA ATIVAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO ▪ C3a: inflamação - recrutamento de neutrófilos ▪ C5a: inflamação - recrutamento e aumento da permeabilidade ▪ C3b: opsonização e fagocitose ▪ C5b: MAC (C6, C7, C8, C9) - lise de microrganismos IMUNOLOGIA (Abbas – capítulo4) Gabriela Chioli Boer – T9 ESTIMULAÇÃO DA IMUNIDADE ADAPTATIVA A resposta imune inata fornece sinais que atuam em conjunto com o antígeno para estimular a proliferação e diferenciação de linfócitos T e B antígeno-específicos. HIPÓTESE DOS DOIS SINAIS SINAL 1: requerimento por um antígeno; garante que a resposta imune que se segue seja específica SINAL 2: requerimento por estímulos adicionais, deflagrados por reações imunes inatas aos microrganismos; garante que as respostas imunes adaptativas sejam induzidas quando há infecção perigosa não quando os linfócitos reconhecerem antígenos inóculos (dentre os quais os autoantígenos). Moléculas envolvidas incluem coestimuladores (para células T), citocinas (T e B) e produtos da quebra do complemento (B) Os segundos sinais gerados durante respostas imunes inatas ampliam a magnitude da resposta imune adaptativa subsequente e influencia sua natureza. As citocinas produzidas durante a resposta inata estimulam a proliferação e diferenciação de linfócitos nas respostas adaptativas: ▪ IL-12: estimula diferenciação de células T CD4+ naive na subpopulação Th1 de células efetoras ▪ IL-1, IL-6, IL-23: estimulam a diferenciação de células T CD4+ naive na subpopulação Th17 de células efetoras ▪ IL-25, IL-33 e TSLP: estimulam a diferenciação de células TCD4+ naive na subpopulação Th2 de células efetoras ▪ IL-15: promove sobrevivência das células T CD8+ de memória ▪ IL-6: promove a produção de anticorpos por células B ativadas